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Oficina de formao: projeto de interveno
A instrumentalidade e o Servio Social
Aula 3Amanda Bza G. CarvalhoAssistente Social
Mestre em Poltica Social e Servio Social
Compreender a tcnica, mtodo, metodologia e instrumento enquanto parte da prtica profissional do assistente social.
Objetivo da aula
Desde o perodo em o Servio Social ainda fundava sua base de legitimidade na esfera religiosa, passando pela sua profissionalizao e os momentos histricos que a constituram, a dimenso tcnica-instrumental sempre teve um lugar de destaque (SOUSA, 2008, p. 120).
Instrumentalidade: retomada histrica
Antes do Movimento de Reconceituao, os instrumentos e as tcnicas eram compreendidos como maneiras prprias de conduzir a ao, e correspondiam basicamente a regras formais e procedimentos previamente estipulados, acabando por normatizar o agir profissional.
Instrumentalidade: processo histrico
Nos anos de 1960 e 1970, em virtude das condies sociopolticas de represso e autoritarismo, s foi permitido ao Servio Social modernizar tcnicas e estratgias de interveno sob a orientao conservadora.
Instrumentalidade: processo histrico
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O movimento de reconceituac o da Amrica Latina posicionou os profissionais de maneira constantemente crtica. Mas, segundo Sarmento, no conseguiriam sistematizar uma discusso sobre a temtica, acabando por cair em um abandono.
Instrumentalidade: processo histrico
O Movimento de Reconceituao resgatou, portanto, a prxis do indivduo social e histrico, afirmando que esta impe duas modalidades de atividades: uma terica e outra prtica, adentrando na discusso sobre a dicotomia dessas duas instncias.
Instrumentalidade: processo histrico
Atividade terica: transforma representaes em conceitos, mas no transforma a realidade.
Atividade prtica: o que a definiria seria o carter real, objetivo da matria-prima sobre a qual se atua. Onde exerce a ao e o seu resultado.
Instrumentalidade: processo histrico
Mediao - Servio Social
Vdeo
[...] a instrumentalidade do Servio Social remete a uma determinada capacidade ou propriedade que a profisso adquire na sua trajetria scio-histrica, como resultado do confronto entre teleologias e causalidades. Estamos, pois, nos referindo s propriedades e s capacidades scio-histricas que a profisso vai adquirindo na sua trajetria no confronto entre as condies objetivas e as posies teleolgicas de seus agentes profissionais e dos agentes sociais que demandam o exerccio profissional, entre as respostas profissionais e as demandas colocadas profisso, as quais atribuem-lhe determinados significados e reconhecimento social, que precisam ser compreendidos (GUERRA, 2000, p. 6).
Instrumentalidade
Entende-se por instrumentalidade (GUERRA, 2000):
No que diz respeito sua funcionalidade e ao projeto reformista da burguesia.
No que se refere sua peculiaridade operatria (aspecto instrumental-operativo).
E como uma mediao que permite a passagem das anlises universais e singularidades da interveno profissional.
Instrumentalidade
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Fonte: Costa, 2008.
Atividade em sala
Como aliar, na prtica, a dimenso terico-metodolgica, tico-poltica e tcnico-operativa?
Significa o contedo que antecede a escolha dos instrumentos e tcnicas e responde s seguintes questes:
A Instrumentalidade
Oque fazer?
Comofazer?
Onde fazer?
Por que fazer?
Paraqu fazer?
As mediaes no nascem do nada, noh como criar soluo sem antes se ter um problema se d a partir da realidade social, cotidiano nos qual o profissional est inserido (no fixa, nem definida).
O que mediar?O que mediao?
...categoriasinstrumentaispelasquaisseprocessaaoperacionalizaodaaoprofissional.
Expressamsepeloconjuntodeinstrumentais,recursos,tcnicaseestratgiasepelasquaisaaoprofissionalganhaoperacionalidadeeconcretude.
Med
iaes
So instnciasdepassagemdateoriaparaaprtica,soviasdepenetraonastramasconstitutivasdoreal(Pontes,1995,p.136).
No se resume em apenas resolver um problema, necessrio haver uma educao das conscincias, pois a mediao vai alm do concreto (real). Por isso foram adotados e incorporados os procedimentos metodolgicos ou formas de abordagem.
Art. 4: So competncias do Assistente Social:
II. Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do mbito de atuao do Servio Social com participao da sociedade civil
(LEI N 8.662/1993).
Instrumentalidade
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O profissional trabalha com situaes singulares, situaes que, a princpio, podem parecer exclusivas daquele sujeito que est sendo alvo da interveno profissional.
Os seres humanos so seres essencialmente sociais, ou seja, vivem em uma determinada sociedade. Essa sociedade uma totalidade (SOUSA, 2008).
Instrumentalidade
As situaes que chegam ao Servio Social devem ser analisadas a partir de duas dimenses: a da singularidade e a da universalidade.
na relao entre a universalidade e a singularidade que se torna possvel apreender as particularidades de uma determinada situao (SOUSA, 2008).
Instrumentalidade
Mtodo de investigao, mais especificamente, mtodo dialtico.
Os instrumentos e as tcnicas de interveno no podem ser mais importantes que os objetivos da ao profissional.
InstrumentalidadeAtividade em sala
Defina: metodologia, tcnica e instrumentos.
O mtodo
Caminho que se percorrepara chegar onde se quer, elaborao mental do que
fao, do que estoubuscando.
A metodologia o estudo do prprio mtodo ou das etapas a seguir num determinado processo.
A metodologia a explicao minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ao desenvolvida no mtodo (caminho).
Exemplo: em um projeto de pesquisa, a explicao do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionrio, entrevista etc.), do tempo previsto, das formas de tabulao e tratamento dos dados etc.
Metodologia
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Tcnica - habilidade
Vdeo
Relao direta entre pensamento e ao.Tcnica a teoria em ao, em pleno movimento profissional.Elabora finalidade e produz conhecimento. atravs da tcnica que o homem vai conhecendo e ao mesmo tempo transformando.
As tcnicas visam atingir resultados a partir de um objetivo, no sentido de pr finalidades, a partir das necessidades presentes na realidade a ser transformada (TRINDADE, 2001, p. 25) .
A tcnica
A utilizao dos instrumentos no cotidiano um fator preponderante para o Assistente Social.
Como todos os profissionais tm seus instrumentos de trabalho, o Assistente Social precisa de bases terico-metodolgicas, tcnico-operativas e tico-polticas necessrias para o seu exerccio profissional.
Instrumentos e tcnicas
O instrumental expressa o eixo operacional das profisses e se configura como algo que se reinventa a cada momento, dependendo a finalidade de cada ao, do contexto poltico e institucional.
Instrumentos e tcnicas
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Mais do que copiar e seguir manuais de instrues, o que se coloca para o Assistente Social hoje a sua capacidade criativa, o que inclui o potencial de utilizar instrumentos consagrados da profisso, mas tambm de criar outros tantos que possam produzir mudanas na realidade social [] (SOUSA, 2008, p. 124).
Instrumentos e tcnicas
Desenvolvendo o processo da criatividade
Vdeo
Pensar a instrumentalidade do Servio Social pensar para alm da especificidade da profisso: pensar que so infinitas as possibilidades de interveno profissional, e que isso requer, conforme Iamamoto (2004), tomar um banho de realidade (SOUSA, 2008, p. 124).
Instrumentos e tcnicasAtividade em sala
Quais instrumentos do assistente social voc conhece?
Conjunto articulado de instrumentos e tcnicas que permitem a operacionalizao da ao profissional. O instrumental no instrumento nem tcnica tomados isoladamente, mas ambos, organicamente articulados em uma unidade dialtica (MARTINELLI; KOUMROUYAN, 1994, p. 137).
Instrumental Osinstrumentaistcnicooperativosnosoapenasasfichasdetriagem,visitasdomiciliares,encaminhamentos,entreoutros.
Considerae
sfinais
NestaperspectivaqueoServioSocialestprocurandoseadequar,sendotambmdinmicoecriativoparaatenderasdemandasquecrescemnamedidaemquecresceasdesigualdadessociais.
OServioSocialatualmenteestinseridodentrodeumaperspectivadialtica,emqueseacreditanadinmicasocial,ondeasociedadeestdiversificadaeentreguetransformao.
(Almeida,2010)
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Teoria e prticaunidade indissolvel
Na escolha e na aplicao dos instrumentais tcnico-operativos, fundamental resgatar, no exerccio profissional, a dimenso emancipatria, razo substantiva do servio social capaz de preservar as conquistas histrico-sociais dos sujeitos e os valores socicntricos (GUERRA, 2000), superando a razo instrumental e o reducionismo tecnicista. um dos desafios que se colocam presentes no permanente processo de inovao do servio social (BATTINI, 2001, p. 7).
Para finalizar:
Stand By Me
VdeoSOUSA, Charles Toniolo de. A prtica do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e interveno profissional. Emancipao, Ponta Grossa, 8(1): 119-132, 2008.
GUERRA, Y. Instrumentalidade do processo de trabalho e Servio Social. In: Revista Servio Social & Sociedade, So Paulo, n. 62, 2000.
BRASIL. Lei n 8.662, de 07 de junho de 1993. Dispe sobre a profisso de Assistente Social e d outras providncias. Disponvel em: Acesso em: 10 fev. 2015.
Referncias Bibliogrficas
TRINDADE, Rosa Lcia Prdes. Desvendando as determinaes scio-histricas do instrumental tcnico-operativo do Servio Social na articulao entre demandas sociais e projetos profissionais. Revista Temporalis, Braslia, n. 04, ano II, julho a dezembro de 2001.
MARTINELLI, M. L.; KOUMROUYAN, E. Um novo olhar para a questo dos instrumentais tcnico-operativos em Servio Social. Revista Servio Social e Sociedade. So Paulo, ago. 1994.
Referncias Bibliogrficas
BATTINI, Odria. A questo da instrumentalidade do Servio Social. 2001. Disponvel em: Acesso em: 10 fev. 2015.
Referncias Bibliogrficas