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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS TIEMY ROSANA KOMATSU RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE CENTRAL, DINAPENIA, PRESENÇA DE DOENÇA CRÔNICA, ATIVIDADE FÍSICA E MORTALIDADE DE IDOSOS DA COMUNIDADE DO ESTUDO FIBRA: ANÁLISE DE CAMINHOS CAMPINAS 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

TIEMY ROSANA KOMATSU

RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE CENTRAL, DINAPENIA, PRESENÇA DE DOENÇA CRÔNICA, ATIVIDADE FÍSICA E MORTALIDADE DE IDOSOS DA COMUNIDADE DO

ESTUDO FIBRA: ANÁLISE DE CAMINHOS

CAMPINAS 2017

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TIEMY ROSANA KOMATSU

RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE CENTRAL, DINAPENIA, PRESENÇA DE DOENÇA CRÔNICA, ATIVIDADE FÍSICA E MORTALIDADE DE IDOSOS DO ESTUDO FIBRA:

ANÁLISE DE CAMINHOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestra em Gerontologia.

ORIENTADORA: PROFA. DRA. LIGIANA PIRES CORONA ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNA TIEMY ROSANA KOMATSU, E ORIENTADO PELA PROFA. DRA. LIGIANA PIRES CORONA.

CAMPINAS 2017

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2902-2804

Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Ciências MédicasAna Paula de Morais e Oliveira - CRB 8/8985

Komatsu, Tiemy Rosana, 1984- K835r KomRelação entre obesidade central, dinapenia, presença de doença crônica,

atividade física e mortalidade de idosos do estudo FIBRA : análise de caminhos/ Tiemy Rosana Komatsu. – Campinas, SP : [s.n.], 2017.

KomOrientador: Ligiana Pires Corona. KomDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

de Ciências Médicas.

Kom1. Obesidade. 2. Força Muscular. 3. Doença Crônica. 4. Mortalidade. 5.

Idoso. I. Corona, Ligiana Pires, 1980-. II. Universidade Estadual de Campinas.Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Relationship among central obesity, dynapenia, presence ofchronic diseases, physical activity and mortality of older adults of FIBRA study : a pathanalysisPalavras-chave em inglês:ObesityMuscle StrengthChronic DiseaseMortalityAgedÁrea de concentração: GerontolologiaTitulação: Mestra em GerontolologiaBanca examinadora:Ligiana Pires Corona [Orientador]Ana Carolina Junqueira VasquesPriscila Maria Stolses Bergamo FranciscoData de defesa: 20-10-2017Programa de Pós-Graduação: Gerontologia

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

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ORIENTADORA:LIGIANAPIRESCORONA

MEMBROS:

1.PROFA.DRA.LIGIANAPIRESCORONA

2.PROF.DRA.ANACAROLINAJUNQUEIRAVASQUES

3.PROF.DRA.PRISCILAMARIASTOLSESBERGAMOFRANCISCO

Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas daUniversidadeEstadualdeCampinas.A ata de defesa com as respectivas assinaturas dosmembros da banca examinadoraencontra-senoprocessodevidaacadêmicadoaluno.

DATADADEFESA[20/10/2017]

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

TIEMYROSANAKOMATSU

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RESUMO

Introdução: Alterações fisiológicas do processo de envelhecimento podem levar a

uma redistribuição de gordura corporal e contribuir para o excesso de peso.

Paralelamente, os idosos podem apresentar uma redução de força muscular que está

associada com aumento da vulnerabilidade, declínio funcional, e, consequentemente

maior risco de morte prematura. Nesse contexto, a presença de doenças crônicas e a

inatividade física podem exacerbar as relações entre obesidade, força muscular e

mortalidade. Objetivo: Verificar a relação entre circunferência de cintura aumentada,

baixa força de preensão de mão, presença de doenças crônicas e baixa atividade física

na incidência de mortalidade de idosos da comunidade em um período de 8 anos.

Métodos: Foram utilizados os dados do estudo sobre Fragilidade de Idosos Brasileiros

(FIBRA) conduzido em Campinas em 2008 tais como peso, altura, circunferência da

cintura, força de preensão de mão diminuída (definida como dinapenia), gênero,

doenças auto-relatadas, atividade física auto-relatada. Os dados de mortalidade foram

obtidos através do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) de Campinas

considerando falecimentos ocorridos no período até o ano de 2016. Foram realizados os

testes de qui-quadrado de Pearson e testes de Mann-Whitney para comparar,

respectivamente, as variáveis categóricas e contínuas, considerando um nível de

significância de 5%. Para estudar os fatores associados à mortalidade, foi conduzida

uma análise de caminhos (Path Analysis). Resultados: Houve diferença

estatisticamente significativa entre os grupos acompanhados e idosos falecidos em

relação a atividade física (p=0,001), circunferência da cintura aumentada (p<0,001) e

dinapenia (p=0,004). A análise de caminhos diretos mostrou que aqueles idosos com

combinação de mais doenças, sexo masculino, baixa atividade física, baixa força de

preensão de mão e ausência de obesidade central apresentaram associação positiva

com mortalidade. Considerando os caminhos indiretos, a obesidade central, maior

número de doenças e a força de preensão de mão reduzida atuaram como mediadores.

Conclusão: A presença de obesidade central e de dinapenia em conjunto não

apresentou associação com maior mortalidade. A obesidade central relacionada com a

presença de mais doenças associou-se positivamente com mortalidade. Por outro lado,

a dinapenia apresentou efeito direto na mortalidade. Os achados deste estudo

evidenciam as complexas relações entre o estado nutricional e a mortalidade de idosos.

Palavras-chave: obesidade, força muscular, doença crônica, mortalidade, idoso.

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ABSTRACT

Introduction: Physiological aging changes can alter body fat mass redistribution

and lead to overweight. Meanwhile, older adults can present low muscle strength that is

linked to vulnerability increase, functional decline and consequently a higher risk of

premature death. In this context, the presence of chronic diseases and physical inactivity

could exacerbate the relationships among obesity, muscle strength and mortality.

Objective: Verify associations among central obesity, low muscle strength, presence of

chronic diseases, low physical activity and the incidence of mortality of a community

dwelling elderly cohort during an 8 year follow-up. Methods: Data from the Frailty in

Brazilian Older People (FIBRA) study conducted in Campinas in 2008, such as weight,

height, waist circumference, low handgrip strength (defined as dynapenia), gender, self-

reported diseases and physical activity, were assessed. For the prospective study,

mortality was assessed by the comparison of birth date and full name and the Mortality

Information System (SIM) database of Campinas, considering data up to 2016. Pearson

chi-squared test and Mann-Whitney U test were respectively used to compare categorical

and continuous variables. Path analysis was conducted to study the factors associated to

mortality. Results: The chi-square test showed statistically difference between followed

and deceased groups for the variables physical activity (p=0.001), high waist

circumference (p<0.001) and dynapenia (p=0.004). Path analysis showed that older

adults with more diseases, male gender, low physical activity, low muscle strength and

no central obesity presented positive associations to mortality. When indirect paths were

considered, variables such as central obesity, more diseases and low muscle strength

acted as mediators. Conclusion: The presence of central obesity and low muscle

strength was not associated with higher mortality. Central obesity related to the presence

of more diseases presented positive association to mortality. On the other hand,

dynapenia showed a direct effect on mortality. Findings of this study shed light on

complex relationships between nutritional status and elderly mortality.

Key-words: obesity, muscle strength, chronic disease, mortality, aged

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: DESCRIÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA DA LINHA DE BASE DO ESTUDO .............. 20

FIGURA 2: MODELO TEÓRICO PARA ANÁLISE DE CAMINHOS .................................................... 24

FIGURA 3: MODELO FINAL COM A ESTIMAÇÃO DOS COEFICIENTES DE CAMINHOS ...................... 31

8

LISTA DE QUADROS QUADRO 1: CODIFICAÇÃO E CATEGORIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE INTERESSE DO ESTUDO. ........ 23

QUADRO 2: DESCRIÇÃO DAS ESTATÍSTICAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE CAMINHOS .................. 25

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1:CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA SEGUNDO VARIÁVEIS ESTUDADAS E MORTALIDADE DE

IDOSOS DO ESTUDO FIBRA, CAMPINAS, 2008/2009. ...................................................... 29

TABELA 2: ESTATÍSTICAS DE AJUSTE PARA O MODELO PROPOSTO, ESTUDO FIBRA ,CAMPINAS,

2008/2009. ................................................................................................................. 30

TABELA 3:ESTIMAÇÃO DOS COEFICIENTES PADRONIZADOS DA ANÁLISE DE CAMINHOS, ESTUDO

FIBRA, CAMPINAS, 2008/2009...................................................................................................................30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGFI: Adjusted goodness of fit index

CC: Circunferência da cintura

CID: Código internacional de doenças

CFI: Bentler’s comparative fit index

DXA: Dual-energy X-ray absorptiometry

DCNT: Doenças crônicas não transmissíveis

EWGSOP: European Working Group on Sarcopenia in Older People

FIBRA: Fragilidade de Idosos Brasileiros

FNIH: Foundation for the National Institutes of Health

GFI: Goodness of fit index

IL-6: Interleucina 6

IMC: Índice de massa corporal

MEEM: Mini exame do estado mental

NNFI: Bentler & Bonett’s non-normed index

OMS: Organização Mundial da Saúde

PCR: Proteína C-reativa RMSEA: Root mean square error of approximation

SABE: Saúde, bem-estar e envelhecimento SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade

SRMR: Standardized root mean square residual

TNF-α: Fator de necrose tumoral

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, EPIDEMIOLÓGICA E NUTRICIONAL ...................................... 12ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL RELACIONADA AO ENVELHECIMENTO ............. 13PRESENÇA DE OBESIDADE CENTRAL, DINAPENIA E DESFECHOS NEGATIVOS DE SAÚDE ... 16

OBJETIVOS ..................................................................................................................... 18

OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 18OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 18

METODOLOGIA .............................................................................................................. 19

ESTUDO FIBRA ...................................................................................................... 19POPULAÇÃO DE ESTUDO ........................................................................................... 19COLETA DE DADOS ................................................................................................... 20VARIÁVEIS DE ESTUDO ............................................................................................. 20MODELO TEÓRICO .................................................................................................... 23ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 25

RESULTADOS ................................................................................................................ 27

CONCLUSÃO .................................................................................................................. 36

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 37

ANEXOS .......................................................................................................................... 44

1. CEP 208/2007 ................................................................................................ 442. CEP 1.332.651/2015. ..................................................................................... 463. CONFIRMAÇÃO DE SUBMISSÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO .......................................... 51

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INTRODUÇÃO

Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

A transição demográfica é de um dos fenômenos estruturais mais importantes que

vem acontecendo desde a segunda metade do século passado, tanto do ponto de vista

econômico quanto social(1). Caracteriza-se por ser um processo de reestruturação

demográfica, com redução das taxas de fecundidade, diminuição da mortalidade e

consequente aumento na expectativa de vida(2).

No Brasil, em razão dos fortes desequilíbrios regionais e sociais, a transição

demográfica pode ser entendida de maneira global, atingindo toda a sociedade, mas

também múltipla, com várias peculiaridades, devido às diferentes características de

manifestações diante das diversidades citadas anteriormente(1).

Associado ao fenômeno do envelhecimento da população, tem-se o aumento da

longevidade, refletido nos incrementos de esperança de vida ao nascer. Atualmente,

dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015 mostram que

a expectativa de vida da população brasileira é de 75,4 anos. Naquele ano, os idosos

brasileiros somaram 29,3 milhões, o que correspondeu a 14,3% da população total (3).

Estima-se que em 2060, os idosos corresponderão a 33,7% da população(4), um

panorama que exige uma redefinição das políticas públicas voltadas para este segmento

populacional(1, 2, 5).

A transição demográfica traz consigo outros processos transitórios, como a

transição epidemiológica, que está relacionada à mudanças no padrão de morbidade da

população, com diminuição das mortes por doenças infecciosas e aumento daquelas por

doenças crônicas não transmissíveis(6).

Além disso, o Brasil vivencia nos últimos 50 anos uma mudança no perfil

nutricional na população, chamado de transição nutricional, em meio às transições

demográficas e epidemiológicas(8). Tanto a desnutrição quanto carências nutricionais

que eram presentes em todas as regiões do país entre os séculos XIX e XX foram

dando espaço para o aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade, e se

somaram aos antigos problemas de saúde pública (8).

Portanto, o Brasil é caracterizado por uma transição epidemiológica que se

distingue da transição epidemiológica clássica, pois coexistem três realidades:

infecções, desnutrição e problemas com a saúde reprodutiva; o crescimento das

13

doenças crônicas e fatores de risco como tabagismo, sobrepeso, obesidade, inatividade

física, estresse e alimentação inadequada; e o crescimento das causas externas(7).

Ocorre uma superposição de etapas, com óbitos por doenças do aparelho circulatório e

por doenças infecciosas e parasitárias, levando a uma “dupla carga de doenças” que

esgota os limitados recursos da saúde(6).

No âmbito nutricional, os paradoxos entre escassez e excessos ainda permanecem

e estão atrelados às diferenças regionais e à desigualdade do país (8). Se por um lado

observamos a superação de algumas carências nutricionais do início do século passado,

outras doenças carenciais, como a anemia, ainda persistem e convivem com o

crescente aumento do excesso de peso e da má nutrição(8). Neste sentido, o

planejamento de políticas públicas deverá levar em consideração as fortes

desigualdades e particularidades regionais(4).

Alteração da composição corporal relacionada ao envelhecimento

Diante das alterações no perfil demográfico, o envelhecimento populacional torna-

se foco de inúmeros estudos(5, 9-13). O aumento da longevidade, o estilo de vida

moderno, a facilidade de acesso a alimentos calóricos, porém pouco nutritivos, levaram

a um aumento na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), bem

como alterações no estado nutricional (8, 14) .

As alterações fisiológicas e ou patológicas associadas ao envelhecimento podem

influenciar o consumo alimentar e o apetite, tornando os idosos propensos ao

desenvolvimento de carências ou excessos nutricionais(15, 16). Os idosos podem

manifestar alterações do estado nutricional nos dois extremos, com presença de perda

de peso ou então sobrepeso e obesidade. Se, por um lado a desnutrição e perda de

peso estão relacionadas com a síndrome da fragilidade em idosos(17-19), por outro lado,

as consequências do sobrepeso, obesidade e suas comorbidades também podem ser

incapacitantes (20-24).

Dentre as alterações fisiológicas que podem afetar o estado nutricional dos idosos

pode-se citar: o declínio da estatura como decorrência da compressão vertebral e

alteração nos discos intervertebrais, assim como a perda do tônus muscular e alterações

posturais; a diminuição do peso com a idade, relacionada à redução do conteúdo de

água corporal e da massa muscular, principalmente em homens; alterações ósseas em

decorrência da presença de osteoporose; mudança na quantidade e distribuição do

14

tecido adiposo subcutâneo (25, 26); alteração na composição corporal, bem como

mudança na distribuição da gordura, resultando em maior adiposidade central e

intramuscular, associada a um aumento de secreção de citocinas pró-inflamatórias (20), e

diminuição de gordura subcutânea (21).

A avaliação do estado nutricional pode ser feita através de diversos instrumentos,

sendo o índice de massa corpórea (IMC) o mais comum(27, 28). Entretanto, sabe-se que

em indivíduos idosos, coletar dados antropométricos de peso e altura nem sempre é

tarefa simples, devido às alterações relacionadas ao processo de envelhecimento

citadas anteriormente (29).

Apesar de o IMC ser amplamente utilizado para determinação do estado

nutricional (27, 30) e ser indicador de adiposidade geral por apresentar boa correlação

com a quantidade de gordura corporal, especificamente em relação à obesidade,

recomenda-se a utilização de outros indicadores capazes de estimar risco

cardiovascular (18, 29, 31) e outros desfechos negativos de saúde, como a mortalidade(32).

Dentre as medidas antropométricas mais utilizadas para complementar o

diagnóstico nutricional, a circunferência da cintura (CC) destaca-se por ser de simples

realização(29, 33), e há um crescente aumento nos estudos que confirmaram relação entre

incapacidade e excesso de peso, especialmente com o uso da circunferência da cintura

como preditor de incapacidades em atividades de vida básica e instrumental (23, 24, 34-36).

Por outro lado, no envelhecimento há uma diminuição da capacidade fisiológica

do indivíduo com declínio cumulativo nos sistemas neuroendócrino, imunológico e

músculo-esquelético(21, 35, 37). Um desequilíbrio nestes sistemas pode levar ao

aparecimento da sarcopenia, uma síndrome geriátrica com declínio progressivo da força

e funcionalidade (38) que está relacionada a um acometimento na saúde capaz de alterar

o grau de dependência em habilidades funcionais(39), autonomia(40), e em última

instância, aumentar a mortalidade(20, 41).

Quando o conceito de sarcopenia foi divulgado no final da década de 1980, os

pesquisadores acreditavam que o declínio da força muscular associado à idade era

devido a um declínio paralelo de massa muscular e, portanto, um estudo sobre massa

muscular era de alguma forma equivalente ao estudo da função muscular (42).

Porém, estudos mais recentes mostraram que uma alteração na função muscular

antecede mudanças na composição corporal e no peso em resposta a uma privação

nutricional (43). Para se verificar a função muscular, a literatura científica atualmente

recomenda testes que avaliam a força muscular, medida através de dinamômetros, e

testes que avaliam performance física. Uma baixa função muscular estaria associada a

15

uma baixa funcionalidade física de maneira geral e, consequentemente à incapacidades (44).

Para quantificar a massa muscular de um indivíduo são necessários métodos

sofisticados e por vezes, pouco praticáveis na clínica, como a tomografia

computadorizada e a dual-energy X-ray absorptiometry (DXA). Já a medida de força

muscular pode ser facilmente obtida através do uso de um dinamômetro de mão(45).

A condição de força muscular reduzida é também denominada de dinapenia(37),

um conceito que tem aparecido cada vez mais nos estudos(20, 40, 44, 45) e que faz parte da

classificação de sarcopenia pelo consenso Europeu de 2010 (EWGSOP)(38) e mais

recentemente do conceito de sarcopenia proposto pela Foundation for the National

Institutes of Health (FNIH) – sarcopenia Project(46) de 2014.

A classificação de sarcopenia pelo critério EWGSOP considera o uso de idade,

massa magra (respectivamente <7,25 kg/m2 e <5,45kg/m2 para homens e mulheres) e

força diminuídas (respectivamente <30kg e <20 kg para homens e mulheres) ou massa

magra e performance física diminuída, definida pela velocidade de marcha inferior a

0,8m/s (38). Já o critério da FNIH considera outros pontos de corte para força diminuída

para homens e mulheres, sendo eles <26kg e <16kg, respectivamente. O valor de

velocidade de marcha também é de 0,8m/s porém para massa magra, os pesquisadores

sugerem o uso do IMC para ajuste, sendo os pontos de corte <0,789 e <0,512 kg de

massa magra/IMC, respectivamente para homens e mulheres (46).

Quando se consideram estudos com populações de idosos, existe evidência de

que a força muscular é mais importante que a quantificação da massa magra como

determinante de limitação funcional e pior saúde (40, 42, 44, 47). O valor preditivo da função

muscular através da força de preensão palmar tem sido demonstrado em estudos

clínicos e epidemiológicos (44, 45), sendo que um maior valor estaria relacionado a uma

maior reserva fisiológica e funcional(43).

A dinapenia pode ser atribuída a falhas de ativação central de mecanismos

neurológicos, ainda não totalmente esclarecidos, mas que relacionam mudanças no

córtex motor, alteração da inervação de fibras musculares e nos sistemas de

neurotransmissão(37).

Algumas alterações da composição corporal que acometem os idosos, como o

sobrepeso e a redução de força muscular, são passiveis de intervenção por parte das

equipes de saúde, no sentido de minimizar perdas no desempenho funcional (20, 21), mas

para tanto, devem ser monitoradas.

16

Presença de obesidade central, dinapenia e desfechos negativos de saúde

Há um crescente aumento nos estudos que confirmaram relação entre

incapacidade e excesso de peso, especialmente com o uso da circunferência da cintura

como preditor de incapacidades em atividades de vida básica e instrumental (24, 34),

porém ainda são poucos os estudos de desenho longitudinal (20, 24).

Estudos com idosos devem ser encorajados pois são comuns resultados

paradoxais em relação ao risco de morte e presença de obesidade com papel protetor (48). Na coorte de Rotterdam, Visscher et al (31) encontraram que a circunferência de

cintura acima de 94 cm aumentou quase 3 vezes a mortalidade de homens. Para as

mulheres não foi observada relação entre circunferência da cintura aumentada e morte.

Entretanto, em idades avançadas, algum excesso de peso pode proteger contra

mortalidade, mesmo com o uso de diferentes indicadores de obesidade, como o IMC (49)

ou a circunferência da cintura (48, 50) . No estudo longitudinal de Lisko et al (2012)(50) as

taxas de óbito foram maiores em homens com menor circunferência da cintura e menor

inflamação subclínica, aferida através do uso de marcadores bioquímicos. Nas mulheres

daquele estudo, os dois grupos (com ou sem inflamação) que apresentaram obesidade

central tiveram maior risco de óbito. Thomas et al (2013)(48) em seu estudo prospectivo

de base populacional não encontraram associação entre a presença de obesidade

central e mortalidade em sujeitos idosos, apesar de geralmente a circunferência da

cintura mais aumentada estar fortemente relacionada a fatores de risco cardiovascular,

como hipertensão e dislipidemia.

Por outro lado, a redução da força muscular em idosos está associada a um maior

risco de internação hospitalar(51), declínio cognitivo (52), declínio funcional (53) e é um forte

preditor de mortalidade (42, 43).

Estudos que relacionam especificamente a redução de força e o risco de

mortalidade ainda são raros, pois se trata de um termo que não foi totalmente adotado

pelos pesquisadores, uma vez que ele está incorporado nas definições mais recentes de

sarcopenia(53). A maioria dos estudos publicados utiliza a definição da sarcopenia em

seus métodos, seja ela a do consenso europeu EWGSOP (38) ou americano FNIH (46).

Em 2013, Arango-Lopera et al (12) verificaram após 3 anos de acompanhamento

que os idosos classificados como sarcopênicos através do algoritmo europeu

(EWGSOP)(38) tiveram risco aumentado para mortalidade independente de outros fatores

e o valor preditivo da sarcopenia para a mortalidade foi de 90%.

Com resultados semelhantes, no estudo de coorte ilSIRENTE conduzido por

17

Landi et al (2013)(54) com idosos com mais de 80 anos, houve diferença na mortalidade

dos grupos de idosos sarcopênicos e não sarcopênicos, sendo também a sarcopenia

associada a mortalidade independentemente de outras características funcionais e

clínicas, como a presença de inflamação.

Recentemente, Bianchi et al (2016)(44) conduziram um estudo para verificar o valor

preditivo da definição de sarcopenia pelo algoritmo europeu EWGSOP e os desfechos

mortalidade, hospitalização e incapacidades nas atividades instrumentais e avançadas

da vida diária. Os resultados indicaram que tanto a menor massa muscular quando a

diminuição da força de preensão de mão estavam relacionados ao maior risco de

incapacidade e mortalidade.

Os estudos que combinam a presença de obesidade e a diminuição de força

muscular como determinantes de mortalidade trazem resultados contraditórios. No

estudo de Rantanen et al (2000) houve um aumento do risco de mortalidade quando se

utilizou o IMC como indicador de obesidade em idosos mais jovens (55).

Mais recentemente, um estudo longitudinal mostrou que tanto a obesidade quanto

a baixa força muscular foram preditores independentes para mortalidade em idosos

jovens com até 69 anos na linha de base, porém esta relação não se manteve para

idosos mais longevos (>70 anos), nos quais a presença da obesidade foi protetora para

mortalidade, enquanto que a baixa força muscular esteve diretamente associada com

mortalidade (41).

Já no estudo prospectivo de Rossi et al (2016)(20), idosos de 66 a 78 anos

dinapênicos e com obesidade central apresentaram piora no desempenho funcional e na

mortalidade, quando comparados com aqueles que apresentavam uma ou outra

condição isolada.

Uma vez que a morte não é um evento que se repete e não pode ser atribuído a

apenas um fator de risco, é necessário considerar que vários riscos competitivos e

concorrentes podem influenciar a adaptação do idoso(56), como a presença de doenças

crônicas e a realização de atividade física por exemplo.

Nesse sentido, a presença de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares

e diabetes, é comumente causa de morte na população idosa e está associada com o

declínio da massa muscular por mecanismos que envolvem tanto a depleção nutricional,

inatividade física e inflamação sistêmica(57). Apesar de o estado inflamatório estar

fortemente associado com adiposidade e com mortalidade em adultos (58), estudos com

idosos acerca do tema trazem resultados paradoxais(48, 50, 59), sendo necessário

considerar outras variáveis.

18

OBJETIVOS

Objetivo Geral Verificar a relação entre circunferência de cintura aumentada, baixa força de

preensão de mão, presença de doenças crônicas e baixa atividade física na incidência

de mortalidade de idosos da comunidade.

Objetivos específicos - Caracterizar a amostra de base em relação ao gênero, à faixa etária, atividade

física, presença de circunferência de cintura aumentada, força de preensão de

mão diminuída, número de doenças auto relatadas e óbito no período.

- Identificar as associações entre as variáveis de estudo e a ocorrência de óbito no

período entre 2008 e 2016.

- Estudar as relações entre as variáveis de interesse segundo modelo teórico

proposto para avaliar os caminhos até a mortalidade.

19

METODOLOGIA

Para este estudo longitudinal observacional foram utilizados como linha de base

os dados do estudo sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA) conduzido em 2008

e 2009. Os dados sobre mortalidade foram atualizados até o ano de 2016 através do uso

do Sistema de Informação de Mortalidade da cidade de Campinas.

Estudo FIBRA O estudo sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros, denominado pelo acrônimo

FIBRA foi um estudo multicêntrico de corte transversal realizado entre 2008 e 2009 em

16 cidades brasileiras, que teve como objetivo investigar dados de fragilidade em idosos

com 65 anos ou mais, correlacionando com condições de saúde física e mental,

psicossociais e variáveis demográficas e socioeconômicas(60). O centro coordenador do

estudo foi a cidade de Campinas, sob supervisão da professora Dra. Anita Liberalesso

Neri.

Em Campinas, os idosos foram recrutados em duas fases: a primeira foi feita

pelas mídias, líderes locais, centros de saúde com anúncios à população. A fase

seguinte foi feita através de visitas domiciliares por duplas de recrutadores que

percorriam os domicílios previamente selecionados e verificavam a presença de idosos

que atendessem aos critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 65 anos,

compreender as instruções, concordar em participar da pesquisa e ser residente

permanente no domicílio e no setor censitário. Nesta visita, foram entregues aos idosos

fichas com o endereço, data e horário da coleta.

A coleta de dados foi realizada por estudantes de graduação e pós-graduação

previamente treinados em escolas, igrejas, unidades básicas de saúde, centro de

convivência e clubes. Na ocasião, 900 idosos participaram de sessão única de coleta de

40 a 120 minutos de duração(60) que iniciou com a assinatura do termo de consentimento

livre e esclarecido previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp

Campus Campinas sob número do parecer nº 208/2007 (ANEXO 1).

População de estudo Foi considerada como população de linha de base o universo dos indivíduos que

participaram do estudo FIBRA de 2008 e 2009, que residiam no município de Campinas

e que apresentaram dados completos de antropometria, como peso, altura, medida de

20

circunferência da cintura, força muscular, atividade física, bem como pontuação acima

da nota de corte do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) de acordo com anos de

escolaridade (61). Sendo assim a amostra final na linha de base compreendeu 610

idosos como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1: Descrição da composição da amostra da linha de base do estudo

Coleta de dados Os dados da linha de base foram coletados do banco eletrônico do projeto FIBRA

2008/2009 com autorização da pesquisadora principal do estudo, a Professora Dra.

Anita Liberalesso Neri. Os protocolos do estudo FIBRA foram sucessivamente

conferidos por dois supervisores e a conferência da digitação foi feita por dois

avaliadores treinados, com exigência de 100% de acordo.

As informações sobre data de falecimento foram obtidas através da comparação

dos nomes e datas de nascimento dos idosos participantes do FIBRA de 2008 e 2009

com o banco de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade da Secretaria de

Vigilância em Saúde da cidade de Campinas considerando falecimentos até o ano de

2016. Para as análises do presente estudo, foram excluídos 5 idosos cuja morte estava

referenciada pelo código internacional de doenças (CID): V01-Y98, que correspondem a

causas externas.

Variáveis de estudo

A mortalidade foi medida pela incidência acumulada de óbitos no período, a partir

900

689

AmostrainicialpóloCampinas

Aptosapósminiexameestadomental

610 Comdadoscompletosdasvariáveisestudadas

21

da base de dados do SIM até o ano de 2016 e categorizada em “sim” ou não”.

Os dados demográficos considerados foram gênero e faixa etária, categorizadas

conforme pode ser observado no quadro 1.

Os dados de peso e altura foram utilizados para realizar os ajustes nas variáveis

força muscular e atividade física, através do cálculo do IMC. O peso foi coletado em

balança eletrônica digital da marca G-Tech e para isso, o idoso deveria vestir roupas

leves e estar descalço. A altura foi obtida através de estadiômetro portátil com escala de

2 metros graduada em centímetros e milímetros, fixado verticalmente em local sem

rodapé. Foi solicitado que o idoso permanecesse de costas para o local de medição,

descalço e com os joelhos estendidos. A cabeça foi posicionada no plano de Frankfurt

para medição da estatura (18).

A circunferência da cintura (CC) foi medida e registrada no formulário de

pesquisa, conforme os protocolos clássicos da Organização Mundial da Saúde

(OMS)(62). O idoso avaliado deveria permanecer de frente para o examinador, em pé,

levantando sua camiseta até a altura da borda inferior dos mamilos. O examinador

colocou a fita métrica ao redor da cintura do indivíduo, no ponto médio entre a borda

inferior da última costela e a crista ilíaca. Os critérios de corte utilizados para a

classificação da CC basearam-se nos valores sugeridos pela OMS para risco

cardiovascular elevado: homens ≥ 102cm e mulheres ≥ 88cm(62).

A força de preensão manual foi medida com dinamômetro Jamar (Lafayette

Instruments, Lafayette, Indiana, Estados Unidos) colocado na mão dominante do idoso,

em três tentativas, respeitando um minuto de intervalo entre as elas. Consideraram-se

com baixa força de preensão de mão, os idosos, cuja média das três aferições esteve

entre os 20% menores valores da distribuição, ajustados pelo gênero e quartis de índice

de massa corporal (IMC - peso/altura2), conforme sugerem Fried et al (2001)(63).

A atividade física foi calculada através da frequência semanal e duração diária de

exercício físico, esportes ativos e tarefas domésticas, com base em respostas aos itens

do Minnesota Leisure Time Activity Questionnaire(64). Os exercícios físicos incluíram

fazer caminhadas, subir escadas como forma de fazer exercícios, ciclismo, dança de

salão, ginástica e alongamento, hidroginástica, corrida, musculação, natação, assim

como esportes ativos como voleibol, basquetebol, futebol, além de atuar como árbitro

em jogos de futebol; foram incluídas também outras atividades citadas com baixa

frequência. As tarefas domésticas incluíam tarefas rotineiras leves e pesadas de

limpeza, cozinhar e manter a habitação. Para o cálculo do gasto calórico semanal em

atividade física foram considerados os itens a que o idoso respondeu afirmativamente,

22

os quais foram multiplicados pelo número de dias na semana e pelo número de minutos

por dia. Em seguida, foram calculados os quintis da distribuição dessa variável para os

homens e para as mulheres separadamente. Classificou-se os idosos com baixa

atividade física aqueles que pontuaram abaixo do primeiro quintil segundo os

procedimentos descritos por Fried et al (2001)(63).

A presença de doenças crônicas foi obtida por meio de nove itens dicotômicos

auto relatados que investigavam se algum médico havia realizado diagnóstico prévio de

doença do coração, hipertensão, acidente vascular cerebral/isquemia/derrame, diabetes

mellitus, câncer, artrite ou reumatismo, doenças dos pulmões, depressão e osteoporose.

Em seguida a variável foi categorizada em: ausência, presença de 1 a 2 doenças, 3 a 4

ou mais de 5 doenças.

23

Quadro 1: Codificação e categorização das variáveis de interesse do estudo.

Modelo teórico A construção deste modelo iniciou com os estudos que relacionaram a presença da

obesidade e força muscular diminuída com maior incidência de morte de idosos. Alguns

autores referem como obesidade sarcopênica a presença mútua destas duas

características. A partir da leitura destas referências, outras variáveis entraram no

modelo para a construção do diagrama. Os estudos que nortearam a construção do

Nomeda

variável

Tipode

variável

Codificaçãoecategorização

Homens Mulheres

Óbito Categórica0– Não(referência)

1- Sim

Gênero Categórica0– Feminino(referência)

1- Masculino

FaixaEtária Categórica

1. 65a69anos(referência)

2. 70a79anos

3. 80anosemais

Cintura

aumentadaCategórica

0– Não

(referência)

1- CC>102cm

0– Não

(referência)

1- CC>88cm

Força

diminuídaCategórica

0– Não(referência)

1- Abaixodoúltimoquintilajustado

porgêneroeíndicedemassa

corporal

Baixa

atividade

física

Categórica

0– Não(referência)

1- Abaixodoúltimoquintilajustado

porgênero

Mais

doençasCategórica

0- nenhuma(referência)

1– umaaduas

2– trêsaquatro

3– cincooumais

24

diagrama causal estão mostrados na figura 2.

Figura 2: Modelo teórico para análise de caminhos

A aplicação do modelo de equações estruturais requer a construção de um modelo

teórico prévio com base na literatura sobre as relações causais e de dependência do

conjunto de variáveis estudadas(65).

O diagrama da figura 2 traz uma representação hipotética das relações entre as

variáveis. Este diagrama é uma representação visual da relação de interdependência

entre as variáveis do modelo teórico (65). As variáveis observadas são dispostas em

retângulos, de onde partem setas e/ou chegam setas, que representam as relações que

serão testadas através do modelo de equações estruturais(65).

Nesta análise, uma variável pode ser classificada em relação a sua influência em

relação a outras(65). Variáveis exógenas, de onde partem as setas, não são influenciadas

ou não sofrem efeitos de outras variáveis do modelo, podendo também ser chamadas de

independentes ou preditivas. Já as variáveis endógenas, para onde apontam as setas,

são consideradas variáveis dependentes e que sofrem o efeito de outras variáveis do

modelo(65). Portanto, considerando os caminhos do modelo, uma variável endógena

25

poderá ser independente em um caminho, ou dependente em outro caminho(65).

Um caminho corresponde a uma sequência de setas em qualquer direção. Pode

haver caminhos diretos, os quais uma variável esta ligada a outra por apenas uma seta,

ou caminhos interceptados por outras variáveis, que são chamadas de variáveis

mediadoras (66).

Análise estatística A comparação das variáveis categóricas e a mortalidade foi feita através do teste

qui-quadrado. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparação das variáveis

numéricas e a mortalidade, devido à ausência de distribuição normal das variáveis. O

nível de significância de 5% foi considerado para todas as análises estatísticas.

Para estudar os fatores associados com a mortalidade foi utilizada a análise de

caminhos (Path Analysis), através do modelo de equações estruturais e estimação por

máxima verossimilhança (67), com cálculo de estatísticas de adequação do ajuste e

testes de modificação do modelo (teste de Wald e teste dos multiplicadores de

Lagrange) (68).

O modelo usado foi composto de parâmetros fixos (coeficientes de caminhos

iguais a zero) e parâmetros livres a serem estimados (coeficientes de caminhos

diferentes de zero), sendo calculadas estatísticas para testar a adequação (ou bondade)

do ajuste (goodness of fit) do modelo teórico proposto aos dados coletados. As

estatísticas utilizadas estão descritas no quadro 2 abaixo (67, 68):

Quadro 2: Descrição das estatísticas utilizadas na análise de caminhos

TESTEVALORDEACEITAÇÃO

Teste qui-quadrado para bondade de ajuste >0,05

Razão Qui-Quadrado (χ2/GL) <2

Goodness of Fit Index - GFI ≥0,85

GFI Adjusted for Degrees of Freedom - AGFI ≥0,80

Standardized Root Mean Square Residual - SRMR ≤0,10

Root Mean Square Error of Approximation - RMSEA ≤0,08

Bentler’s Comparative Fit Index - CFI ≥0,90

Bentler & Bonett’s Non-normed Index - NNFI ≥0,90

26

Para se analisar a qualidade do ajuste dos dados aos caminhos propostos,

também são feitos testes de significância para os coeficientes dos caminhos (path

coefficients): valores absolutos de t>1,96 indicam que o caminho tem coeficiente

significativamente diferente de zero (67, 68).

As sugestões de modificações nos caminhos propostos foram feitas pelo teste de

Wald, que verifica o quanto a retirada do caminho influencia no aumento da estatística

qui-quadrado do modelo. Se essa mudança não for significativa, então a retirada do

caminho pode ser realizada (68).

Também foi feito o teste dos multiplicadores de Lagrange, que define a

necessidade da criação de um caminho não considerado no modelo inicial, mostrando o

quanto haverá de redução significativa na estatística qui-quadrado após a inclusão deste

caminho no modelo proposto (ou melhora da qualidade do ajuste) (68).

Desta forma a construção de um modelo de diagrama causal requer pelo menos

duas fontes de informação que são os dados empíricos e os pressupostos causais.

Trata-se de um modelo em constante transformação a medida que algumas hipóteses

são descartadas e outras evidências são esclarecidas (66) .

Além disso, a análise oferece estimativas de força de todas as relações

hipotetizadas no esquema teórico proposto. As informações disponibilizadas referem-se

tanto ao impacto de uma variável sobre a outra, quanto à presença de uma relação

indireta através de variáveis mediadoras. Mais ainda, a ausência de uma seta entre duas

variáveis representa a hipótese mais definitiva que é a do efeito causal nulo (66).

O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%, ou seja,

p<0,05 e foram utilizados os pacotes estatísticos SAS®e Stata®.

27

RESULTADOS

A tabela 1 a seguir apresenta as frequências e as estatísticas descritivas das

variáveis para caracterização da amostra total (n=610). Dos 610 idosos considerados no

presente estudo 68,9% eram mulheres e a média de idade dos entrevistados foi de 72,1

anos (dp=5,2). Em relação ao número de doenças auto relatadas, 44,3% dos idosos

referiram apresentar entre 1 e 2 doenças. A categoria seguinte, com presença de 3 a 4

doenças apresentou prevalência de 37,2%.

Dos idosos estudados, 67,9% não foram classificados com baixa atividade física e

21% pontuaram para baixa força muscular. A obesidade central, classificada pela

presença de circunferência de cintura aumentada teve 49,2% de prevalência dentre os

idosos na linha de base. Em média, o valor da circunferência da cintura foi de 92,1cm.

No período analisado ocorreram 97 óbitos, ou seja, a incidência acumulada de

mortalidade em 8 anos para idosos do estudo FIBRA foi de 15,9%. A ocorrência de óbito

no período foi significativamente mais elevada nos idosos com 80 anos ou mais

(p=0,003), homens (p=0,001), baixa atividade física (p=0,001), força de preensão

manual diminuída (p=0,004) e circunferência da cintura classificada abaixo do ponto de

corte de risco (p<0,001).

Em relação aos resultados da análise de equações estruturais (path analysis),

verificou-se que foram obtidos valores aceitáveis para alguns dos critérios de adequação

de ajuste (GFI, AGFI e SRMR) no modelo inicial. A tabela 2 descreve os índices de

ajuste para o modelo proposto inicialmente e após a primeira e segunda revisões. Os

valores em negrito indicam valores aceitáveis para os critérios de adequação.

Os testes de Wald e de Lagrange indicaram modificações no modelo inicialmente

proposto. Os caminhos a serem retirados estão indicados na tabela 3: “de cintura

aumentada para baixa força” e “de gênero para baixa força”. O teste de multiplicadores

de Lagrange mostrou sete caminhos a serem incluídos que não foram considerados no

modelo inicial: foram incluídos 5 caminhos da matriz gama (das variáveis exógenas para

endógenas ) e 2 caminhos da matriz beta (de variáveis endógenas para exógenas).

Após a 1ª revisão da análise de caminhos, verificou-se que foram obtidos valores

aceitáveis para todos os critérios de adequação de ajuste (tabela 2: Após 1ª revisão),

com redução significativa da estatística qui-quadrado (p<0,001).

Em seguida a análise de caminhos foi realizada novamente, obtendo-se os

valores de beta indicados na tabela 3 a seguir. Os coeficientes do caminho (beta)

considerados significativos para um p<0,05 estão descritos em negrito na tabela. Tanto

28

no modelo inicial quanto o modelo após a primeira revisão, apresentou alguns betas

significativos (Tabela 3).

Foi realizado novamente os testes de Wald e multiplicadores de Lagrange

havendo indicação de exclusão de 3 caminhos (“de baixa força para cintura aumentada”,

“de faixa etária para óbito” e “de doenças para cintura aumentada”), e nenhuma

indicação de inclusão de caminhos. Foram obtidos valores aceitáveis para todos os

critérios de adequação de ajuste, sem aumento significativo da estatística qui-quadrado

(p=0,342), conforme pode ser observado na tabela 2 (Após 2ª revisão), o que significa

que podemos adotar as mudanças sugeridas pelos testes realizados até esta etapa (68).

29

Tabela 1:Caracterização da amostra segundo variáveis estudadas e mortalidade de idosos do estudo FIBRA, Campinas, 2008/2009.

% %

610 513 84,1 97 15,9Gênero Feminino (referência)

420 68,9 367 87,4 53 12,6

Masculino 190 31,1 146 76,8 44 23,2

Faixa etária, média (DP)

72,1 (5,2) 71,7 (5,0)

65 a 69 (referência) 224 36,7 195 87,1 29 12,9 70 a 79 328 53,8 278 84,8 50 15,2 ≥ 80 58 9,5 40 69,0 18 31,0

2,3 (1,5) 2,3 (1,5)

nenhuma (referência)

71 11,64 64 90,1 7 9,9

1 a 2 270 44,26 228 84,4 42 15,6 3 a 4 227 37,21 186 36,3 41 18,1 ≥ 5 42 6,89 35 6,8 7 16,7

não (referência) 414 67,87 362 87,4 52 12,6 sim 196 32,13 151 77,0 45 23,0

92,1 (12,1) 92,3 (12,1)

não (referência) 310 50,8 245 79,0 65 21,0 sim 300 49,2 268 89,3 32 10,7

26,0 (9,4) 26,0 (9,5)

não (referência) 482 79,0 416 86,3 66 13,7 sim 128 21,0 97 75,8 31 24,2

Valor de p* significativo para a estatística Mann-Whitney apenas para faixa etária na comparação das médias.

p=0,001

p< 0,001

p=0,004

Amostra inicial (2008) Status vital em 2016

Vivos Falecidos % valor de p

74,1 (6,2)

p=0,001

p*<0.001

p=0,003

p=0,428

n

Baixa força muscular - quintil (kg/F)

25,8 (9,1)

Baixa atividade física (quintil)

Cintura aumentada (cm), média (DP) 90,9 (12,3)

Número de doenças, média (DP)

2,4 (1,5)

30

Tabela 2: Estatísticas de ajuste para o modelo proposto, estudo FIBRA ,Campinas, 2008/2009.

Tabela 3:Estimação dos coeficientes padronizados da análise de caminhos, estudo FIBRA, Campinas, 2008/2009.

Modelo inicial Após 1ª revisão** Após 2ª revisão***

Qui-quadrado * 44,9446 0,3889 3,7282Graus de liberdade 6 1 4valor de p <0,001 0,5329 0,444Razão qui-quadrado 7,4908 0,3889 0,9321GFI 0,9797 0,9998 0,9983AGFI 0,9054 0,9949 0,9878SRMR 0,0489 0,0051 0,0136RMSEA estimator 0,1032 0 0CFI 0,82 1 1NNFI 0,3701 1,0593 1,0066

* Valores aceitáveis em negrito: valor de p para qui-quadrado>0,05; razão de qui-quadrado<2,0; GFI≥0,85; AGFI≥0,80; SRMR≤0,10;RMSEA≤0,08; CFI≥0,90; NNFI≥0,90,** 1ª revisão: 2 caminhos excluídos, 7 caminhos incluídos*** 2ª revisão: 3 caminhos excluídos

Caminho de/para beta t-value* beta t-value* beta t-value*

Doenças/Óbito 0,095 2,300 0,102 2,440 0,100 2,390Baixaforça/Óbito 0,106 2,670 0,078 1,960 0,089 2,260CCaumentada/Óbito -0,167 -4,020 -0,136 -3,180 -0,143 -3,350CCaumentada/Doenças 0,290 7,470 0,483 1,200 0,235 5,850CCaumentada/Baixaforça 0,013 0,470 . . . .Baixaativfisica/Baixaforça 0,087 2,170 0,088 2,190 0,088 2,190Faixaetária/Baixaforça 0,162 4,030 0,161 4,000 0,161 4,000Gênero/Baixaforça 0,029 0,740 . . . .Baixaforça/Ccaumentada -0,011 -0,750 0,025 0,420 . .Baixaativfisica/Ccaumentada 0,090 2,330 0,119 1,770 0,089 2,300Faxaetária/Ccaumentada -0,097 -2,540 -0,112 -2,330 -0,099 -2,580Gênero/Ccaumentada -0,320 -8,410 -0,381 -3,380 -0,320 -8,420

Baixaativfísica/Óbito . . 0,113 2,810 0,122 3,070Faixaetária/Óbito . . 0,069 1,720 . .Gênero/Óbito . . 0,110 2,620 0,108 2,570Baixaforça/Doenças . . 0,094 2,330 0,089 2,330Baixaativfisica/Doenças . . 0,070 1,400 0,089 2,320Gênero/Doenças . . -0,073 -0,530 -0,152 -3,790Doenças/Ccaumentada . . -0,267 -0,580 . .

* Valores em negrito para |t|>1,96 são considerados significativos para p<0,05 ** 1ª revisão: 2 caminhos excluídos, 7 caminhos incluídos*** 2ª revisão: 3 caminhos excluídos

Modelo inicial Após 1ª revisão** Após 2ª revisão***

31

A análise de caminhos foi refeita, após a 2ª revisão e verificou-se que os

coeficientes dos caminhos foram todos significativos (tabela 3: Após 2ª revisão) e não

houve indicação de exclusão ou inclusão de caminhos após esta 2ª revisão.

Os resultados da análise de caminhos permitiu a construção do modelo final

(figura 3), no qual se verificou que as variáveis com associação significativa com óbito

foram: cintura não aumentada (β= - 0,143), seguida de baixa atividade física (β=0,122),

sexo masculino (β=0,103), maior número de doenças (β=0,100), por último, força

diminuída (β=0,089).

Figura 3: Modelo final com a estimação dos coeficientes de caminhos

Considerando os caminhos indiretos, a presença de uma ou mais doenças alterou

a relação entre obesidade central e mortalidade e mediou as relações entre baixa força

muscular e mortalidade, baixa atividade física e mortalidade, bem como gênero e óbito.

A idade não teve um efeito direto significativo na mortalidade, mas indireto,

através da obesidade central e da baixa força muscular. A menor faixa etária apresentou

associação com presença de obesidade central, assim como gênero feminino e idosos

com baixa atividade física. Tanto a obesidade central quanto a força muscular mediaram

as relações entre atividade física e óbito.

Alguns resultados deste trabalho fizeram parte do artigo científico elaborado para

fins de procedimentos de defesa. A confirmação da submissão consta no ANEXO 3.

Gênero1

Faixaetária2

Baixaforçamuscular3

Maisdoenças6

Óbito3

-0.152*

0.235*-0.320*

0.108*

-0.143* 0.100*

0.089*

-0.099*0.089*

0.122*

0.089*

0.161*

0.088*

0.089*

Obesidadecentral3

Baixaatividadefísica3

*Coeficientesdecaminho(β)comsignificânciaestatística(p<0,05)Categoriasdereferência:1– feminino;2–65a69anos;3– não;4-nenhuma

Legenda:

Variávelendógena

Variavelexógena

Associaçãopositiva

Associaçãonegativa

32

DISCUSSÃO

A combinação entre ser do sexo masculino, presença de circunferência de cintura

não aumentada, força muscular diminuída, mais doenças e baixa atividade física é que

apresenta associação positiva com óbito em idosos acompanhados pelo estudo FIBRA

em um período de 8 anos.

O aumento de peso pode iniciar na meia idade adulta, principalmente entre

mulheres na pós menopausa (69, 70). Em homens, o peso também tende a aumentar,

atingindo seu pico em torno de 65 anos e mais tardiamente em mulheres, declinando

com o a avançar da idade (71).

A presença de cintura aumentada no idoso e sua relação com a mortalidade

apresenta resultados contraditórios na literatura e pode ser um fator de proteção para o

óbito (41, 48, 59, 72), efeito conhecido como paradoxo da obesidade (36, 50, 73, 74).

As hipóteses levantadas incluem o fato de que indivíduos obesos com maior risco

de morte não atingirem a idade de 65 anos (viés do sobrevivente) ou não serem

incluídos nos estudos (viés de seleção da amostra) por apresentarem inúmeras

doenças(48). Ou ainda, pode ser explicada pelo fato de que nos idosos, a perda de peso

exerça um maior impacto na mortalidade e ser um indicador de fragilidade (49). Uma

maior quantidade de gordura corporal representa uma reserva para episódios de doença

aguda na ocorrência de um balanço negativo de energia (71, 73).

Porém, se a obesidade central estiver associada à presença de doenças, seu

papel protetor pode ser suprimido, conforme os achados de Lisko et al (2012)(50), que

estudaram a coorte Vitality com nonagenários da cidade de Tampere na Finlândia, um

estudo de base populacional. A medida de circunferência da cintura foi realizada no

ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela, porém utilizaram como pontos de

corte os valores de 93 cm para homens e 85 cm para mulheres. Naquele estudo, os dois

grupos de mulheres idosas, com ou sem inflamação subclínica, medida através de

indicadores bioquímicos como interleucina 6 (IL6), proteína C reativa (PCR) e fator de

necrose tumoral (TNF-α), apresentaram maior risco de mortalidade na presença de

circunferência de cintura acima de 85 cm.

No Brasil, ainda são poucos os estudos que investigam a relação da obesidade

em idosos, pois ambos os fenômenos são recentes em nosso país (59). Na coorte

brasileira de idosos do estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) (59), o ganho

de peso ao longo do período de acompanhamento foi protetor contra mortalidade, exceto

em idosos obesos no baseline, que estariam expostos aos risco da obesidade ao longo

33

da vida e não apenas nos últimos anos do estudo. O estudo SABE é um estudo

desenvolvido em São Paulo com 2143 idosos da comunidade que apresentavam mais

de 60 anos em 2000 e em 2006, com amostra probabilística e representativa da

população da cidade (59).

No estudo longitudinal de Tessier et al (2016)(72) com uma coorte de idosos com

diabetes tipo 2 seguidos por 8 anos e média de idade de 75,3 (dp= 5,0) anos, a menor

circunferência da cintura esteve associada com aumento do risco de mortalidade e os

autores sugerem a fragilidade e a presença de aterosclerose sistêmica com papéis

determinantes no aumento deste risco.

O aumento da mortalidade em indivíduos com peso normal comparados com

aqueles com sobrepeso ou obesidade parece estar associado com a perda de massa

muscular (32, 75), pois uma série de estudos anteriores já mostraram que a baixa força de

preensão de mão, proxy para função muscular, está associada com maior mortalidade

em idosos (41, 57, 76, 77). É provável que a função muscular seja mais sensível a uma

privação ou depleção nutricional que parâmetros de composição corporal (43) e também

provavelmente por refletir outra variável como a fragilidade (76).

No presente estudo, observou-se associação positiva entre idade e força

muscular diminuída, assim como associação positiva entre menor atividade física e força

diminuída, concordando com os resultados do estudo de Rantanen et al (1997) (78) na

qual a baixa atividade física foi preditora de declínio de força muscular em idosos com

75 e 80 anos. Isto se deve provavelmente pela própria fisiopatologia da sarcopenia(12, 21,

32, 38, 44, 79), a qual envolve alterações neuronais, hormonais, nutrição inadequada,

inatividade física e presença de inflamação subclínica associados a uma diminuição do

número de fibras musculares, com menor síntese de proteína muscular e redução da

função mitocondrial com o avançar da idade (21).

O papel do estado inflamatório permeia as discussões que relacionam obesidade

e mortalidade(48, 50),e também as discussões entre força muscular diminuída e/ou

sarcopenia e mortalidade (21). Neste contexto foi proposto um mecanismo explicativo que

envolve os efeitos deletérios da obesidade e da sarcopenia: a gordura visceral,

metabolicamente ativa aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias como TNF- α

que contribuem para o desenvolvimento e progressão da sarcopenia(21).

A obesidade abdominal está associada com inatividade física (38, 71) e pode

desencadear incapacidades (70). Uma explicação possível é que a própria obesidade

(peso em excesso) seria um fardo para o sistema osteomuscular, o que limitaria a

agilidade e mobilidade. Mais uma vez poderia se tratar de causalidade reversa na qual a

34

baixa atividade física leva a maior obesidade (24).

No estudo britânico com homens idosos a atividade física moderada a vigorosa e

o baixo nível de sedentarismo estiveram associado com melhores indicadores de saúde,

incluindo a circunferência da cintura, níveis de insulina e ausência de síndrome

metabólica (80).

Por outro lado, uma baixa atividade física é preditora de declínio de força

muscular e consequentemente, uma pessoa com menor força torna-se geralmente

fisicamente inativo e incapacitado, ou seja, mais vulnerável a acidentes, quedas e outros

eventos adversos (57), e não se pode deixar de considerar o efeito da causalidade

reversa na relação entre baixa atividade física e a presença de doenças que poderia

mediar a relação entre atividade física e elevado risco de mortalidade(81).

Estudos anteriores mostraram que a atividade física e um condicionamento

cardiorrespiratório podem atenuar o aumento do risco de mortalidade associado a

obesidade central (41). Se o idoso for considerado “fat but fit”, ou seja, obeso porém

metabolicamente saudável, o risco de morte pela obesidade central é menor.

Dessa forma, devem ser propostas ações e estratégias que visem adequação de

peso e atividade física, com orientações e intervenções adequadas as fases de vida do

idoso, bem como condição clínica em que se encontra, com o intuito de ajudar na

prevenção de incapacidades futuras (71) e também obter um melhor controle nos gastos

associados com a piora funcional(20).

Dentre as limitações do estudo, podemos citar que apesar de amplamente

utilizada, a validade da circunferência da cintura como forma de estimar a gordura

corporal pode estar reduzida em razão das mudanças na composição corporal

relacionada à idade. Optou-se por utilizá-la por ser medida de simples execução e

amplamente disponível na prática clínica em todos os níveis de atenção à saúde.

Além disso, não foi considerados dados de perda de peso não intencional, como

forma de ajuste da variável obesidade central. Hábito de fumar não foi considerado para

risco de mortalidade e o número de doenças foi limitado. Mais ainda, em razão do

desenho do estudo, não foram considerados aspectos cognitivos, que poderiam estar

relacionados às variáveis estudadas, como obesidade, força muscular e mortalidade.

Devido ao fato de a morte ser um evento complexo (56), este estudo não esgota o

conjunto de variáveis que poderiam estar associado a este desfecho em idosos.

Apesar de se avaliar óbito como desfecho após 8 anos, não houve segmento

destes idosos. As variáveis estudadas foram obtidas em um único momento, na linha de

base do estudo, e é importante considerar que elas podem ter se modificado ao longo do

35

tempo. Além disso, ressalta-se a presença da causalidade reversa, que é possível em

estudos transversais. Portanto a interpretação dos resultados requer cautela e não se

pode verificar a sequência temporal das variáveis estudadas.

Em geral, os estudos de determinantes de mortalidade mostram associações

independentes entre variáveis preditoras e óbito, por exemplo a presença de

incapacidade física (82) ou atividade física (77, 83) ou estado cognitivo (84) ou risco

nutricional (31, 41, 50, 75, 85) ou obesidade sarcopênica (86) ou estado nutricional (31, 55, 59) ou

presença de doença crônica (59, 72, 87) ou sarcopenia (12, 54, 79, 88) , ou dinapenia (55, 79, 89)

entre outros (56, 72, 90), o que aponta para a complexidade multifatorial do óbito em idosos.

Entretanto, este estudo explorou o uso de uma técnica com grande potencial em

investigações epidemiológicas, porém ainda pouco utilizada (66), que foi o modelo de

equações estruturais aplicado em diagramas causais.

Segundo Campana et al 2009(91) alguns autores são favoráveis à causalidade

hipotetizada do modelo desde que se faça uma escolha acertada das variáveis

identificando quais são dependentes e independentes de acordo com o referencial

teórico. Para Cortes et al (2016) (66) ,a inferência causal em estudos observacionais é

tarefa desafiadora que depende da validade do modelo considerado.

Sendo assim, os dados correlacionais podem ser sugestivos de relações causais

e esclarecer as relações entre as variáveis, adotando a ideia de “preditores versus

desfecho” (91), desde que o modelo tenha um bom ajuste(65). Neste estudo, o método de

análise utilizado permitiu analisar uma combinação de variáveis que podem influenciar

no desfecho da mortalidade, e suas complexas relações de interdependência, o que é

uma vantagem sobre os métodos de análise de regressão tradicionais que são aplicados

a um número limitado de variáveis e podem ser insuficientes para lidar com teorias

causais mais sofisticadas que envolvem variáveis mediadoras (65).

36

CONCLUSÃO

Os efeitos da alteração corporal com o envelhecimento são bem conhecidos e

estudados, porém os estudos existentes até o momento ainda não permitem identificar e

compreender todos mecanismos fisiopatológicos envolvidos.

Apesar da literatura indicar que a presença concomitante de obesidade e força

diminuída poderia aumentar o risco de morte, este estudo mostrou que foi a combinação

de força diminuída, menor atividade física, sexo masculino, presença de mais doenças e

menor circunferência da cintura que teve associação positiva com mortalidade neste

grupo de idosos.

O modelo de análise utilizado permitiu compreender como as características

individuais e condições relacionadas à saúde se manifestam conjuntamente na

determinação da maior mortalidade nos idosos. Ainda, a análise permitiu evidenciar a

complexidade das relações entre composição corporal e condições de saúde o que

reforça a importância da avaliação global do indivíduo idoso para ampliar a longevidade.

37

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44

ANEXOS

1. CEP 208/2007

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA © www.fcm.unicamp.br/pesquisaleticalindex.html

CEP, 10/07/07. (Grupo III)

PARECER CEP: \° 208/2007 (Este n° deve ser citado nas correspondências referente a este projeto) C A.A,E: 0 151.1.146.000 -07 I-IDE\°I'IFIC AÇ ÁO:

PROJETO: -ESTUDO DA FRAGILIDADE EM IDOSOS BRASILEIROS - REDE FIBRA" PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Anita Liberalesso Neri INSTITUIÇÃO: UNICAMP APRESENTAÇÃO AO CEP: 10/04/2007 - APRESENTAR RELATÓRIO EM: 22/OS/08 (O formulário encontra-se no site acima) II - OBJETIVOS

Estudar a síndrome biológica de fragilidade entre idosos brasileiros a partir dos 65 anos que residam em zonas urbanas de regiões geográficas diferentes, levando em contas variáveis sócio-demográficas, antropométricas, de saúde e funcionalidade fisica, mentais e psicológicas. III - SUMÁRIO

Estudo populacional multicêntrico de idosos, com amostra bem definida e identificação de diferentes regiões urbanas categorizadas pelo IDH. IV - COMENTÁRIOS DOS RELATORES

O estudo está estruturado e justificado. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido está adequado, após resposta do parecer. V - PARECER DO CEP

~O CI-:-_it: d, Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, após acatar os pareceres dos membros-relatores previamente designados para o presente caso e atendendo todos os dispositivos das Resoluções 196/96 e complementares, resolve aprovar sem restrições o Protocolo de Pesquisa, bem como ter aprovado o Termo do Consentimento Livre e Esclarecido, assim como todos os anexos incluídos na Pesquisa supracitada.

O conteúdo e as conclusões aqui apresentados são de responsabilidade exclusiva do CEP/FCM/UNICAMP e não representam a opinião da Universidade Estadual de Campinas nem a comprometem.

45

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

© www.fcm.unicamp.br/pesquisa/etica/index.html

VI - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

O sujeito da pesquisa tem a liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado (Res. CNS 196/96 - Item IV.I.f) e deve receber uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, na íntegra, por ele assinado (Item IV.2.d).

Pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado e descontinuar o estudo somente após análise das razões da descontinuidade pelo CEP que o aprovou (Res. CNS Item IILl.z), exceto quando perceber risco ou dano não previsto ao sujeito participante ou quando constatar a superioridade do regime oferecido a um dos grupos de pesquisa (Item V.3.).

O CEP deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal do estudo (Res. CNS Item V.4.). É papel do pesquisador assegurar medidas imediatas adequadas frente a evento adverso grave ocorrido (mesmo que tenha sido em outro centro) e enviar notificação ao CEP e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA - junto com seu posicionamento.

Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas. Em caso de projeto do Grupo 1 ou II apresentados anteriormente à ANVISA, o pesquisador ou patrocinador deve enviá-las também à mesma junto com o parecer aprovatório do CEP, para serem juntadas ao protocolo inicial (Res. 251/97, Item 111.2.e)

Relatórios parciais e final devem ser apresentados ao CEP, de acordo com os prazos estabelecidos na Resolução CNS-MS 196/96. VI - DATA DA REUNIÃO

Homologado na V Reunião Ordinária do CEP/FCM, em 22 de maio de

2007. Profa. Dra. Canún Avia Bertuzzo

46

2. CEP 1.332.651/2015.

COMITÊ DE ÉTICA EMPESQUISA DA UNICAMP -

CAMPUS CAMPINAS

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:CAAE:

EFEITO DE VARIÁVEIS DE SAÚDE, PERSONALIDADE E BEM-ESTARPSICOLÓGICO SOBRE FRAGILIDADE, MORTE E DECLÍNIO COGNITIVO EMIDOSOS DE 80 ANOS E MAIS: ESTUDO FIBRA

Anita Liberalesso Neri

Faculdade de Ciências Medicas - UNICAMP

249987615.3.0000.5404

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer: 1.332.651

DADOS DO PARECER

Resumo:EFEITO DE VARIÁVEIS DE SAÚDE, PERSONALIDADE E BEM-ESTAR PSICOLÓGICO SOBREFRAGILIDADE, MORTE E DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS DE 80 ANOS E MAIS: ESTUDO FIBRAObjetivos: Determinar a prevalência e os fatores de risco e proteção para fragilidade, cognição emortalidade, considerando-se indicadores sociodemográficos, condições de saúde, independência, estilo devida, sociabilidade, depressão, bem-estar subjetivo, personalidade e senso de ajustamento psicológico, emidosos com 80 anos e mais. Métodos: Estratégias postais e telefônicas serão empregadas para localizar osidosos nascidos entre janeiro de 1911 e junho de 2016, que participaram do Estudo Fibra em Campinas eem Ermelino Matarazzo (subdistrito de São Paulo), em 2008 e 2009. Os idosos serão contatados portelefone e carta e pessoalmente. Duplas de pesquisadores avaliarão as condições dos idosos e convidarãoos que cumprirem os critérios de inclusão para uma sessão de coleta de dados em domicílio. Familiaresserão convidados a informar sobre variáveis sociodemograficas, saúde, capacidade funcional, cognição edepressão dos idosos excluídos. Nos participantes, serão realizadas medidas de pressão arterial, força depreensão palmar, antropométricas ecognitivas, e medidas de autorrelato sobre saúde, bem-estar psicológico e sociodemográficas.

Apresentação do Projeto:

FUND COORD DE APERFEICOAMENTO DE PESSOAL DE NIVEL SUPPatrocinador Principal:

13.083-887

(19)3521-8936 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Rua Tessália Vieira de Camargo, 126Barão Geraldo

UF: Município:SP CAMPINASFax: (19)3521-7187

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Será feita coleta de sangue e medida de capacidade pulmonar. Serão feitas consultas ao Sistema deInformação sobre Mortalidade de Campinas, para identificar os idosos falecidos. As famílias serãocontatadas em busca de informações sobre os antecedentes da morte. Um TCLE deverá ser assinado pelosidosos e pelos familiares. Análise de dados: Serão feitas estatísticas descritivas, com o objetivo deestabelecer perfis para as variáveis de interesse. Análises de regressão, curvas de mortalidade e modelosde equação estrutural investigarão as relações entre as variáveis de risco e proteção e as de desfecho.Resultados esperados: Dados sobre incidência de fragilidade, mortalidade e déficit cognitivo e sobre aprevalência e os fatores de risco e de proteção para fragilidade, mortalidade e déficit cognitivo em idososnascidos entre 1911 e 1936.

Objetivo Primário:Determinar a prevalência e os fatores de risco e proteção para fragilidade, demências e mortalidade,considerando-se indicadores sociodemográficos, condições de saúde, capacidade funcional, estilo de vida,sociabilidade, depressão, bem-estar subjetivo, personalidade e senso de ajustamento psicológico, emamostra de um estudo de base populacional.Objetivo Secundário:Determinar perfis de fragilidade em idosos octogenários, considerando-se variáveis sociodemograficas,condições de saúde, capacidade funcional, estilo de vida, sociabilidade, depressão, bem-estar subjetivo,personalidade e senso de ajustamento psicológico, em amostra de um estudo de base populacional.

Objetivo da Pesquisa:

Riscos:Não há riscos à integridade física e psicológica dos participantes. Fadiga e tédio serão minimizados peloprocedimento.Benefícios:1. Conhecimento sobre as próprias condições de saúde.2. Autoconhecimento.3. Interação social.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Pesquisa relevante com o objetivo de estudar as variáveis de saúde em idosos acima de 80 anos de idade.Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

1. Folha de rosto: devidamente assinada e preenchida.Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

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2. Cronograma:adequado.

3. Orçamento: adequado.

4. TCLE:adequado.

Não há.Recomendações:

Todas as pendências anteriores foram atendidas.Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

- O sujeito de pesquisa deve receber uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, na íntegra,por ele assinado.

- O sujeito da pesquisa tem a liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu consentimento emqualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado.

- O pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado. Se o pesquisadorconsiderar a descontinuação do estudo, esta deve ser justificada e somente ser realizada após análise dasrazões da descontinuidade pelo CEP que o aprovou. O pesquisador deve aguardar o parecer do CEPquanto à descontinuação, exceto quando perceber risco ou dano não previsto ao sujeito participante ouquando constatar a superioridade de uma estratégia diagnóstica ou terapêutica oferecida a um dos gruposda pesquisa, isto é, somente em caso de necessidade de ação imediata com intuito de proteger osparticipantes.

- O CEP deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal doestudo. É papel do pesquisador assegurar medidas imediatas adequadas frente a evento adverso graveocorrido (mesmo que tenha sido em outro centro) e enviar notificação ao CEP e à Agência Nacional deVigilância Sanitária – ANVISA – junto com seu posicionamento.

- Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara esucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas. Em caso de projetos doGrupo I ou II apresentados anteriormente à ANVISA, o pesquisador ou patrocinador

Considerações Finais a critério do CEP:

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deve enviá-las também à mesma, junto com o parecer aprovatório do CEP, para serem juntadas aoprotocolo inicial.

- Relatórios parciais e final devem ser apresentados ao CEP, inicialmente seis meses após a data desteparecer de aprovação e ao término do estudo.

-Lembramos que segundo a Resolução 466/2012 , item XI.2 letra e, “cabe ao pesquisador apresentar dadossolicitados pelo CEP ou pela CONEP a qualquer momento”.

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicasdo Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_602787.pdf

09/11/201523:51:20

Aceito

Outros CartaCEP_TCLEproxy.pdf 09/11/201523:49:14

Anita LiberalessoNeri

Aceito

Outros CartaCEP_TCLEidoso.pdf 09/11/201523:48:50

Anita LiberalessoNeri

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLE_proxy.pdf 09/11/201523:47:56

Anita LiberalessoNeri

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLE_Idoso.pdf 09/11/201523:47:33

Anita LiberalessoNeri

Aceito

Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador

Fibra_80_Projeto_de_pesquisa.pdf 08/10/201516:16:15

Anita LiberalessoNeri

Aceito

Cronograma Cronograma.pdf 08/10/201515:08:52

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Aceito

Outros VARIAVEIS_E_MEDIDAS_Quadros_1_e_2.pdf

08/10/201515:08:25

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Aceito

Orçamento Orcamento.pdf 08/10/201515:07:52

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Aceito

Folha de Rosto Folha_Rosto_CONEP.pdf 08/10/201515:03:52

Anita LiberalessoNeri

Aceito

Situação do Parecer:Aprovado

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CAMPINAS, 23 de Novembro de 2015

Renata Maria dos Santos Celeghini(Coordenador)

Assinado por:

Necessita Apreciação da CONEP:Não

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3. CONFIRMAÇÃO DE SUBMISSÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO