1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO …
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1UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O Papel do Orientador Educacional em meio aos conflitos sociais na escola.
Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do
curso de Orientação Educacional e Pedagógica. Por Selmita Assis Dos Santos. Orientador Professor Vilson Sérgio de Carvalho. Rio de janeiro. 2010
2 DEDICATÓRIA
A todos que em meio às dificuldades não desistiram de continuar a caminhada
em busca do conhecimento. Que enxergaram no impossível um motivo para lutar e fazer possível a
concretização de um sonho. Na hora que apareceu a fraqueza surgiu o vigor dando uma força capaz de
explodir e ampliar os seus horizontes.
3 AGRADECIMENTO
A Deus por tornar este sonho uma realidade na minha vida, a minha família por contribuir de forma significativa nas horas de dificuldades.
A todos que percebem o lado colorido da vida dando valor as coisas simples, assim ao invés de descartá-las exercem a magia de transformá-las.
4 RESUMO
Este trabalho visa contribuir para a reflexão sobre o papel do Orientador Educacional e os conflitos enfrentados pela escola e seus profissionais, que fazem da educação um motivo para o desenvolvimento social de seus alunos.
O lugar que deveria ser seguro onde o ser humano que necessita de um quadro de referências para pautar sua conduta, para ter um modo consistente e estável de perceber e compreender o mundo e a si próprio tem virado lugar de combates.
Sendo a escola um lugar privilegiado onde se proporciona a socialização, o desenvolvimento de sentimentos, afetos e emoções ,que podem em determinado momentos gerar situação desagradável gerando conflitos, isso de forma assustadora tem se manifestado de forma agressiva na vida de professores e estudantes .
O Orientador educacional como mediador desses conflitos vivenciados na escola precisa saber lidar de forma a acalmar e resolver esses problemas de agressões físicas, manifestada por agressões sociais (bullying).
Quando isso ocorre percebe-se a necessidade de que sejam tomadas providencias para que essa situação conflituosa não se deteriores vindo a torna-se um ato de violência a esse respeito Ortega,(2002:143), afirma que : “O conflito emerge em toda situação social em que se compartilham espaços, atividades, normas e sistemas de poder e a escola obrigatória é um deles. Um conflito não é necessariamente um fenômeno da violência, embora, em muitas ocasiões, quando não abordado de forma adequada, pode chegar a deteriorar o clima de convivência pacífica e gerar uma violência multiforme na qual é difícil reconhecer a origem e a natureza do problema.”
Diante dos conflitos é necessário que a escola desenvolva ações preventivas e curativas no intuito de tornar as relações e o ambiente escolar harmonioso, por meio da prática do diálogo e da mediação desses conflitos. Desse modo o Orientador Educacional como mediador pode apresentar uma proposta de pacificação oferecendo aos sujeitos envolvidos no conflito a possibilidade de solucioná-lo ou amenizá-lo.
Apesar de os conflitos acontecerem continuamente em nossas vidas, a sociedade parece vê-los sempre de forma negativa e /ou destrutiva. Para dar conta dessa tarefa que não é fácil , as relações e os conflitos interpessoais do cotidiano, com os sentimentos e emoções que lhe são inerentes, exigem autoconhecimento e processos de aprendizados que permitam enfrentá-los adequadamente.
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SUMÁRIO Dedicatória. Agradecimento Resumo ..........................................................................................................4 Sumário..........................................................................................................5 Introdução.....................................................................................................7 Capítulo I Agressividade..............................................................................9 1.1 Agressividade e Violência.......................................................................9 1.2 A questão da Violência...........................................................................10 1.3 A questão da Indisciplina......................................................................13 Capítulo II Agressão Social.........................................................................18 2.1 Caracterização do Bullying...................................................................18 2.2 Tipos de Bullying....................................................................................20 2.3 Os Possíveis Porquês..............................................................................22 Capítulo III Habilidades Sociais ...............................................................24 3.1 A Arte de se Relacionar ........................................................................24 3.2 Educação para Convivência .................................................................26 3.3 Uma Educação para Tolerância ..........................................................27 Capítulo IV O Profissional de Orientação Educacional .........................30 4.1 Mediador da Escola ...................................................30
64.2 O Papel do Orientador Educacional...................................................32 4.3 A Orientação Educacional Comprometida ........................................35 4.4 Os Desafios do Orientador Educacional. ..........................................36 Conclusão....................................................................................................38 Referências Bibliográficas.........................................................................40
7 INTRODUÇÃO
Todos nós nascemos num mundo social constituído, organizado com normas e regras,
meios de sobrevivência, temos a necessidade de nos relacionar como seres sociais que somos,
as dimensões de relacionamentos se multiplicam.
Diante desse fato somos passiveis de mudanças de atitudes de opiniões, de
comportamentos, surgindo conflitos causados pelas diferenças, podendo gerar agressões
física e psicológicas
Como mediador em meio a esses conflitos o OE na escola pretende contribuir para a
convivência mais saudável, construção de valores e enfrentamento da violência, espera-se
que o processo de mediação possa viabilizar o diálogo construtivo e a negociação de tomada
de decisões, visando a relações interpessoais confortáveis na convivência escolar. Assim
poderemos diminuir as agressões sofridas por alunos em relação aos colegas de classe.
Por tanto é preciso estar munido de ferramentas alternativas para evitar que situações
problemáticas do cotidiano se desenvolvam e atinjam um nível maior de violência.
Com isso acredita-se que através de uma convivência pacífica poderemos construir
hábitos de diálogo entre os alunos e o Orientador Educacional viáveis capazes de realizar
mediação de conflitos com uma prática que supera as punitivas encontradas no contexto
escolar, como advertências e expulsões, realizadas pelo corpo docente, o que pode
proporcionar maior interesse e participação dos estudantes para juntos encontrarmos
alternativas de erradicar ou diminuir o índice de violência.
Sabe-se que o conflito pode ser compreendido como uma resistência de interesses,
podendo ser inevitável, mas com uma prática intencional de intervenção pode-se antecipar,
canalizar e manejar.
Proporcionar soluções favoráveis para que esse momento de conflito nas escolas
possa ser diminuído é preciso que nossos olhos estejam voltados para o problema e que a
solução será precisa apartir do momento que cada um :seja professor pais ou orientador
educacional enxerguem que as pessoas são diferentes, vivemos dias de total violência em
todas as áreas que o mundo tem passado por transformações que isso tem afetado a todos e
8muitos não estão sabendo lidar com isso ,e está se manifestando de algumas formas e
infelizmente isso tem chegado na escola e afetado a todos. A escola está perdendo sua
identidade quanta formação educacional já que tem tomado para si algumas atitudes que
deveria ser da família, com isso ela tem perdido sua identidade gerando um conflito de
identidade na cabeça dos educadores e do corpo discente, por que muitos não sabem os seus
limites do dever apenas sabem seu direito.
Essas disputas por território tem sido sentido pelos profissionais que ficam sem saber
como agir diante de tantos conflitos que se expressam de formas diferentes como:
indisciplina que gera agressividade e atos de violência.
Em meio a esse turbilhão, muitos estão á procura de respostas para resolver tudo isso.
Para Johnson Johnson, “o que determina que os conflitos sejam destrutivos ou
construtivos não é sua existência, mas sim a forma como são tratados”.
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1.CAPÍTULO: AGRASSIVIDADE
1.1 Agressividade e violência
Quando atingimos as conversas do dia – a dia nas ruas, escolas, no rádio, nos jornais, nos
canais de televisão a questão da violência tornou-se um assunto discutido na sociedade e na
escola, essa questão se mistura com queixas de indisciplina dos alunos.
Não há como apontar apenas uma causa para tal comportamento já que existem vários fatores
entrelaçados, sociedade, família, carências afetivas influencias da televisão, baixa auto-estima
escola, professor e alunos mudanças profundas nas relações nos fazem repensar o fator de
transformação por meio da educação.
Num enfoque psicológico o ser humano é agressivo. Pode até causar estranheza por que
sempre que conhecemos alguém achamos que todos são “bonzinhos, incapazes de fazer mal a
uma mosca”. Nesse caso, avalia –se agressividade exclusivamente por sua manifestações: o
comportamento.
A pessoa que não faz mal a uma mosca é classificada como não agressiva sem nenhuma
hostilidade para com o mundo; sem nenhum impulso destrutivo na sua relação com o social. A
agressividade é um impulso destrutivo na sua relação com as coisas e com as pessoas. È
necessário compreender que agressividade destrutiva que pode voltar-se para fora (hétero-
agressão) ou para dentro do próprio indivíduo (auto- agressão).
Ela constitui a vida psíquica, enquanto fazendo parte do binômio amor/ ódio, pulsão de vida/
pulsão de morte.
A agressividade sempre está relacionada com as atividades de pensamento, imaginação ou ação
verbal e não – verbal .Alguém muito “bonzinho” pode ter fantasias altamente destrutiva, ou sua
agressividade até pode manifestar-se pela ironia , omissão de ajuda, ou seja a agressividade não
10se caracteriza exclusivamente pela humilhação, constrangimento ou destruição do outro, isto é,
pela ação sobre o mundo externo.
A educação e os mecanismos sociais buscam a subordinação e o controle dessa agressividade.
O ser humano desde criança aprende a reprimir e a não expressá–la de modo descontrolado, ao
mesmo tempo em que o mundo da cultura cria condições para que o individuo possa canalizar e
levar esses impulsos para produção de atitudes considerada positiva.
A agressividade é constitutiva do ser humano e, ao mesmo tempo, a cultura torna-se importante
para vida pessoal tornando como reguladora dos impulsos destrutivos. Essa função controladora
ocorre no processo de socialização, onde se espera que, a partir de vínculos significativos que o
individuo estabelece com os outros, ele passe a internalizar os controles.
1.2 A questão da violência.
A violência é o uso desejado da agressividade com fins destrutivos. Esse desejo pode ser:
A) Voluntário, (intencional), racional ( premeditado ) e com objeto “adequado” da agressividade
e consciente.
B) Involuntário, irracional ( a violência destina –se a um objeto substituto, por exemplo, por
ódio ao chefe, o individuo bate no filho) e inconsciente.
A agressividade está na constituição da violência, mas não é o único fator que a explica. É
necessário compreender como a organização social estimula, legitima e mantém diferentes
modalidades de violência. O estímulo pode ocorrer tanto no incentivo a competição escolar e no
mercado de trabalho. A violência está presente também quando as condições de vida social são
pouco propícias ao desenvolvimento e realização pessoal.
As modalidades da violência.
Nos tempos modernos, a violência invadiu todas as áreas da vida da relação do individuo:
relação com o mundo das coisas, com o mundo das pessoas, com seu corpo e sua mente, como se
11toda tecnologia e seus avanços ao invés de propiciar o bem estar das pessoas, concorresse para a
deterioração das condições da vida social.
A violência, também deve ser entendida como produto e produtora da deterioração das
condições de vida social, como uma patologia ou doença social que acaba por contaminar todo
tecido social mesmo aqueles grupos ou instituições que deveria ser considerado como protetoras
de seus membros.
A violência, por sua vez, é caracterizada por qualquer ato violento que no sentido jurídico,
provocaria pelo uso da força um constrangimento físico ou moral.
Enquanto espaço de violência de indisciplina é percorrido por um movimento ambíguo: de um
lado, por ações que visam ao cumprimento das leis e das normas determinadas pelos órgãos
centrais, e ,de outro pela dinâmica dos seus grupos internos que esta inserida.
A violência na família.
O modelo vigente em nossa sociedade caracteriza – se pela autoridade paterna, pela submissão
dos filhos e da mulher a essa autoridade, pela repressão da sexualidade. A autoridade e a
repressão aparecem como protetoras dos membros da família. Poderia se questionar se essa
imagem falseada que tenta passar realmente cumpre a função de proteção ou se encobre práticas
de violência sobre o uso do corpo da mulher, bem como acaba justificando os castigos físicos na
educação dos filhos.
Sem falar de outras formas de violência, como ausência das figuras parentais ou ausências de
afetos, fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças e do jovem. A primeira
violência seria a negação do afeto para a criança que depende disso para sua sobrevivência
psíquica, assim como depende de cuidados e da alimentação para sobreviver.
A violência cresce no que se refere a família tanto em relação a mulher, como em relação as
crianças e o grande número de crianças viciadas pelos pais espancadas e assassinadas.
Isso perpassa todas as classes sociais, não está restrito á pobreza. Dificilmente isso em suas
formas mais amenas é entendido como violência , como se os pais tivessem por direito essa
prática.
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Violência na escola.
A escola para as camadas médias da população,pretende ser a continuidade do processo de
socialização, iniciado na família.
Nesse sentido os valores expectativas e práticas que envolvem o processo educativo são
semelhantes.
Poderia se dizer que a violência manifesta-se de modo sutil na relação das crianças e dos jovens
com os conteúdos a serem aprendidos que podem ou não ter significado para sua vida; e na
relação com os professores, que se caracteriza por práticas autoritárias e sem espaço para o
diálogo, para a crítica; na relação com práticas disciplinares que buscam a sujeição do educando,
a submissão, a docilidade, a obediência e o conformismo.
A escola exerce sua maior violência quando usa de seu poder sobre as crianças e os jovens para
impedi-los de pensar, de expressar suas capacidades e os leva a se tornarem meros reprodutores
de conhecimentos.
Na escola, o importante é destacar a violência seletivamente sobre as crianças e os jovens das
camadas populares que por muitas vezes não tem o repertório de conhecimento esperado pela a
escola, e sua vivência (de trabalhador precoce, de responsável pela própria sobrevivência de
menino da rua é desvalorizada, não é vista , não é considerada no processo educativo. Eles por
não conseguirem o desempenho esperado são percebidos como incapazes, transferidos para
classes especiais).
È uma experiência de fracasso, e essa experiência sendo internalizada gera a incapacidade do
indivíduo este tipo de discriminação gera preconceitos de grupos capazes de realizarem atos de
violência contra os grupos .
131.3 A questão da indisciplina
A moral pede disciplina, mas toda disciplina não é moral e ao abordar essa questão da
disciplina pela dimensão da moralidade, não quer dizer que toda indisciplina seja condenável
moralmente, nem que o aluno que segue as normas escolares de comportamento possa ser um
amante das virtudes (pode ser simplesmente movido pelo medo de ser castigado ou achar
lucrativo não enfrentar os professores).
Alguns atos de indisciplina pode ser genuinamente morais; por exemplo, quando um aluno é
humilhado, injustiçado e se revolta contra autoridades que o vitimizam. Portanto quando se
condena a indisciplina sem examinar a razão de ser das normas impostas e dos comportamentos
esperados (sem esquecer de pensar na idade dos alunos, não se pode exigir)
As mesmas condutas e compreensão de crianças.
(De 8 anos e de adolescentes de 13 ou 14 anos).
Existe um vínculo entre disciplina em sala de aula e moral. Porque tanto disciplina como moral
colocam o problema da relação do indivíduo com um conjunto de normas a seguir.
Porque vários atos de indisciplina se traduz pelo desrespeito, seja do colega, seja do professor
seja ainda da própria instituição que também é uma questão de indisciplina quando assim
sucedem. Certamente este aspecto desrespeitoso de certos comportamentos discentes que
preocupa no mais alto grau os educadores. Muitos têm medo de entrar na sala de aula, não apenas
por temerem não ter êxito na tarefa de ensinar, mas sobretudo por não saberem se receberá
tratamento digno por parte dos alunos .
Essa questão de indisciplina é sentida como humilhante.
Indisciplina: todo ato ou dito contrário á disciplina que leva á desordem, a desobediência, a
rebelião constitui-se-ia em indisciplina.
Um aspecto de grande relevância nessa questão é a família, problemas de diversas ordens
podem motivar tal atitude de indisciplina na escola..Assim se conclui que um lar sem
14estrutura onde os pais não se respeitam pode fazer com que os alunos reproduzam esse
comportamento de falta de respeito.
È possível dividir as causas de indisciplina escolar em três aspectos:
a) Desestruturação familiar.
b) Falta de limites da criança que não foi imposto pelos pais.
c) Influências negativas sociedade, televisão,
A desestruturação da família nos nossos dias é gritante isso decorre muito da falta de
atenção dos pais, falta de diálogo, maus tratos falta de afeto, a estrutura familiar fugiu da
considerada padrão que era composta por: pai mãe e filhos essa composição mudou muito.
Na maioria das famílias muitas pessoas moram na mesma casa e sequer formam uma
família pois não existe afeto nem diálogo respeito entre elas .
A falta de limites é gritante em nossa sociedade, temos presenciado comportamentos em
que as crianças e adolescentes fazem o que querem. As famílias estão deixando de
proporcionar ás crianças e aos adolescentes o desenvolvimento da cordialidade e boa
convivência, respeito entre as pessoas. A família na maioria das vezes não consegue dar
atenção ser firme e ao mesmo tempo tolerante com os filhos tem substituído a atenção com
presentes, com isso não estabelecem uma relação de respeito mútuo e cooperativo e acaba
por jogar a responsabilidade toda para a escola.
Constata-se que nem a família nem a escola sabem o que é estabelecer limites. De acordo
com Pereira (2002,p.106),”...Os limites são o respeito ao ser humano, o respeito a si mesmo
e ao outro, traduzido como respeito mútuo enquanto disciplina, seria um conjunto de regras
a serem obedecidas por todos”.
Referente á televisão identificamos uma influência negativa, entre crianças e adolescentes
no que se refere a modismo ,comportamentos inalterados, e valores distorcidos. A mídia
15acaba por gerar graves conflitos sociais, através do individualismo e do consumismo que
ela gera entre os adolescentes desencadeando comparações descontentamento e revolta.
Além disso, problemas psicológicos e sociais atingem diretamente o rendimento escolar,
mais precisamente no fenômeno da indisciplina que cresce constantemente, produto de uma
sociedade na qual os valores humanos tais como respeito, amor, compreensão, fraternidade,
valorização familiar e diversos outros tem sido ignorados.
A escola enquanto espaço de violência e de indisciplina é percorrido por um movimento
ambíguo: de um lado, pelas ações que visam ao cumprimento das leis, e ,de outro, pela
dinâmica dos seus grupos internos que estabelecem interações, rupturas e permitem trocas
de idéias, palavras e sentimentos numa fusão provisória e conflitual .
A instituição escolar não pode ser vista apenas como reprodutora das experiências de
opressão, de violência de conflitos.
A duplicidade sempre presente nas práticas sócias, ajuda os educadores a construir algumas
alternativas pedagógicas, considerando não apenas as regras do jogo institucional, mas
também outras regras que, de modo que perpassam o cotidiano escolar.
Para Maffesoli (1984,pp.66.67):
“Esse final de século apresenta duas tendências que marcam a forma de
compreender o nosso tempo, o lado iluminado que explica a existência
dos homens a partir de um conjunto de leis econômicas, políticas
educacionais, e outra denominada o lado da sombra acentua a
importância das múltiplas e minúsculas situações do cotidiano onde
predominam a fragmentação e a pluralidade do corpo social.”
Um aspecto de grande relevância nessa questão é a família, problemas de diversas ordens
podem motivar tal atitude de indisciplina na escola..Assim se conclui que um lar sem
estrutura onde os pais não se respeitam pode fazer com que os alunos reproduzam esse
comportamento de falta de respeito.
16È possível dividir as causas de indisciplina escolar em três aspectos:
a) Desestruturação familiar.
b) Falta de limites da criança que não foi imposto pelos pais.
c) Influências negativas sociedade, televisão,
A desestruturação da família nos nossos dias é gritante isso decorre muito da falta de
atenção dos pais, falta de diálogo, maus tratos falta de afeto, a estrutura familiar fugiu da
considerada padrão que era composta por: pai mãe e filhos essa composição mudou muito.
Na maioria das famílias muitas pessoas moram na mesma casa e sequer formam uma
família pois não existe afeto nem diálogo respeito entre elas .
A falta de limites é gritante em nossa sociedade, temos presenciado comportamentos em
que as crianças e adolescentes fazem o que querem. As famílias estão deixando de
proporcionar ás crianças e aos adolescentes o desenvolvimento da cordialidade e boa
convivência, respeito entre as pessoas. A família na maioria das vezes não consegue dar
atenção ser firme e ao mesmo tempo tolerante com os filhos tem substituído a atenção com
presentes, com isso não estabelecem uma relação de respeito mútuo e cooperativo e acaba
por jogar a responsabilidade toda para a escola.
Constata-se que nem a família nem a escola sabem o que é estabelecer limites. De acordo
com Pereira (2002,p.106),”...Os limites são o respeito ao ser humano, o respeito a si mesmo
e ao outro, traduzido como respeito mútuo enquanto disciplina, seria um conjunto de regras
a serem obedecidas por todos”.
Referente á televisão identificamos uma influência negativa, entre crianças e adolescentes
no que se refere a modismo ,comportamentos inalterados, e valores distorcidos. A mídia
acaba por gerar graves conflitos sociais, através do individualismo e do consumismo que
ela gera entre os adolescentes desencadeando comparações descontentamento e revolta.
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Além disso, problemas psicológicos e sociais atingem diretamente o rendimento escolar,
mais precisamente no fenômeno da indisciplina que cresce constantemente, produto de uma
sociedade na qual os valores humanos tais como respeito, amor, compreensão, fraternidade,
valorização familiar e diversos outros tem sido ignorados.
A escola enquanto espaço de violência e de indisciplina é percorrido por um movimento
ambíguo: de um lado, pelas ações que visam ao cumprimento das leis, e ,de outro, pela
dinâmica dos seus grupos internos que estabelecem interações, rupturas e permitem trocas
de idéias, palavras e sentimentos numa fusão provisória e conflitual .
A instituição escolar não pode ser vista apenas como reprodutora das experiências de
opressão, de violência de conflitos.
A duplicidade sempre presente nas práticas sócias, ajuda os educadores a construir algumas
alternativas pedagógicas, considerando não apenas as regras do jogo institucional, mas
também outras regras que, de modo que perpassam o cotidiano escolar.
Para Maffesoli (1984,pp.66.67):
“Esse final de século apresenta duas tendências que marcam a forma de
compreender o nosso tempo, o lado iluminado que explica a existência
dos homens a partir de um conjunto de leis econômicas, políticas
educacionais, e outra denominada o lado da sombra acentua a
importância das múltiplas e minúsculas situações do cotidiano onde
predominam a fragmentação e a pluralidade do corpo social.”
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2. CAPÍTULO: AGRESSÃO SOCIAL( BULLYING).
Bullying é o termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica,
intencionais e repetidas, praticadas por um indivíduo (bully ou “valentão”) ou grupo de indivíduos
com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo(ou grupo de indivíduos) incapazes de se
defender. Também existem as vítimas/ agressoras, ou autores/ alvos, que em determinados
momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.
2.1Caracterização do bullying.
O bullying é freqüentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém
que está, de alguma forma, em condições de exercer seu poder sobre alguém ou sobre um grupo
mais fraco. O cientista sueco que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) – Dan Olweus
define bullying em três termos essenciais.
1. o comportamento é agressivo e negativo;
2. o comportamento é executado e repetidamente;
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as
partes envolvidas.
Esse tipo de agressão divide-se em duas categorias:
1. bullying direto;
2. bullying indireto, também é conhecido por agressão social.
O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão
social ou bullying indireto é a mais comum em bullies do sexo feminino e as crianças pequenas,
19e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de
uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
a. Espalhar comentários;
b. Recusa em se socializar com a vítima;
c. Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
d. Criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da
vítima, religião, incapacidades etc).
O bullying pode correr em situações envolvendo a escola, o local de trabalho, os vizinhos e até
mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o
agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor
depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer
alguma resistência. Todavia, a vítima, geralmente tem motivos para temer o agressor, devido ás
ameaças ou concretizações de violência física /sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso
ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais ( ex: dignidade da
pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem
gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela a prática de atos de bullying pode se
enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam
serviços aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorrem nesse contexto.
Características dos bullies.
Algumas pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias,
combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que
um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados
podem ser fatores de risco em particular. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e
ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há
pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto- estima .Outros
20pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a
comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com
a auto-imagem e o empenho em ações de obsessivas ou rígidas. È freqüentemente sugerido que
os comportamentos agressivos tem sua origem na infância.
Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne
habitual. Realmente, existe evidência documental que indica que a prática do bullying durante a
infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade
adulta.
O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying
freqüentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.
2.2Tipos de bullying .
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar
os outros.
-Exemplos das técnicas de bullying:
a) Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
b) Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou
propriedade.
c) Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar,
roupas, etc, danificando-os.
d) Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
e) Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
f) Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir
as ordens.
21g) Colocar a vítima em situação problemática com alguém( geralmente, uma
autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela
não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
h) Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa ( particularmente
a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual,
religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade
depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
i) Isolamento social da vítima, ou usar as tecnologias de informação para praticar o
cyberbullying, que é produzido por alunos que não gostam do professor e
promovem comunidades em sites de relacionamentos para falar mal do professor.
j) Chantagem.
k) Expressões ameaçadoras e grafitagem depreciativa.
l) Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora)
enquanto assegura o controle e a posição em relação á vítima( isto ocorre com
freqüência logo após o bully avaliar que a pessoal é uma “vítima perfeita”).
LOCAIS ONDE PODEM OCORRER O BULLYING
O bullying pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais
como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e locais de trabalhos.
-Nas escolas geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente.
Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola.
- No trabalho (algumas vezes chamado de “Bullying Adulto”) é descrito pelo Congresso
Sindical do Reino Unido como:
“Um problema sério que muito freqüentemente as pessoas pensam que seja apenas um
problema ocasional entre indivíduos. Mas o bullying é mais do que um ataque ocasional
de raiva ou briga. É uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e
confiança da vítima do bully. E é freqüentemente aceita ou mesmo encorajada como parte
da cultura da organização“.
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-Vizinhança ele normalmente toma a forma de intimidação por comportamento
inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida
normais ou fazer queixas ás autoridades (polícia) por incidentes menores ou forjados.
- Na Política o bullying entre países ocorre quando um país decide impor sua vontade.
Isto é feita normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações
não serão entregues a um país menor ou não permitir que o país menor se associe a uma
organização de comércio.
Militar quando o uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimar
outros, ou para infligir castigos ilícitos.
2.3 Os possíveis porquês.
Bullying de fato sempre existiu, só que não com esse nome. O termo usado compreende
todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem
motivação evidente, adotada por um ou mais estudantes contra outros, causando dor
angústia, e executadas sob uma relação desigual de poder. Portanto os atos repetidos
entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que
tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de
bullying possíveis, ficou mantido o termo em inglês.
Esse problema é mundial, encontrado em toda e qualquer escola, e não está restrito a
nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural
ou urbana. As escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus alunos ou
desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo.
23Quando não há intervenções efetivas contra o bullying, o ambiente escolar se torna
totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente,
passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos que
testemunham situações de bullying, quando percebem que o comportamento agressivo
não traz nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.
As medidas adotadas pela escola para o controle do bullying, se bem aplicadas e
envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de
uma cultura de não-violência na sociedade.
As crianças que sofrem bullying, dependendo de suas características individuais e de suas
relações com os meios em que vivem, em especial as famílias, poderão não superar
parcial ou totalmente os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos
negativos, com problemas de relacionamentos.
Não existem soluções simples para combater tal ato. Trata-se de um problema complexo
e de causas múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para
reduzi-lo.
A escola deve agir precocemente contra o bullying. Quanto mais cedo cessar, melhor será
o resultado para todos os alunos. Intervir imediatamente, tão logo seja identificadas a
existência de bullying na escola e manter atenção permanente sobre isso é a estratégia
ideal, a única maneira de combater este problema é através da cooperação de todos os
envolvidos: professores, funcionários, alunos e pais.
243.CAPÍTULO : HABILIDADES SOCIAIS
3.1 A arte de se relacionar.
Saber viver em grupos, solucionar situações de conflito, dizer o que pensa e sente sem
ofender ou magoar o outro são habilidades que facilitam as relações entre as pessoas.
Fazem daqueles que possuem pessoas admiradas e valorizadas tanto no trabalho como nas
relações pessoais.
Podemos desenvolver estas habilidades desde a infância, através das experiências pelas
quais passamos em nossas vidas, elas são fundamentais para uma vida saudável, favorecem
as relações inter pessoais em casa, escola e no trabalho, além de agir de forma preventiva,
diminuindo o risco de problemas psicológicos, agressividade.
As habilidades têm origem no âmbito da psicologia clínica e elas referem-se a um conjunto
de diretrizes de vida que se asseguram numa adequada socialização. Implica a valorização e
reconhecimento ao meio que vive, que supõe a aquisição de normas de convivência que
possa permitir uma correta vida coletiva, capaz de preparar as pessoas para viver uma
relação social saudável.
Não se pode falar de um único tipo de habilidades sociais, já que dependem de uma série de
fatores, como o contexto, a classe social, o sexo, a cultura, a idade etc. Contudo, mesmo
tendo consciência de que não se pode estabelecer um critério absoluto de habilidades
sócias, a eficácia da conduta e sua adequação a uma determinada situação costumam ser um
critério que pode ajudar a discernir o que diferencia uma conduta capaz de ser habilidosa de
outra que não é.
25 HABILIDADES PESSOAIS SÃO:
. Capacidade de ouvir.
.O desenvolvimento da auto-estima para poder potencializar a auto-estima do outro.
. A confiança nas capacidades dos alunos.
. A sinceridade no grupo, a questão do diálogo entre os membros desse grupo.
. A tolerância e a flexibilidade.
. Empatia para poder sintonizar com os pontos de vistas, as vivências, os problemas e
expectativas dos outros.
As habilidades sócias podem ser passadas de pai para filhos, são valores ensinados e
aprendidos pelos indivíduos que gera comportamento que ajudam o homem a viver em
sociedade quanto um ser social; que os ajudam na resolução de problemas , e cooperação
etc . E a família é o primeiro grupo social que uma criança pertence, é o local onde se inicia
seu aprendizado da convivência social, suas regras, seu valor, papéis. A relação entre pais e
filhos é um dos fatores para o desenvolvimento de habilidades sócias, através dos e do
ensino que a cultura do adulto tem sido passada para gerações de crianças, nesse contato
elas aprendem habilidades e valores importantes para uma boa interação social.
habilidades Segundo grupo social que uma criança ingressa geralmente é a escola, pois é
nela criança entra em contato com crianças da mesma idade e aprofunda suas relações, e
conhecimento, comportamentos morais capacidade de seguir regras, papéis soluções de
problemas comunicação entre outros. Este é um ambiente que contribui de forma
significativa para o desempenho social futuro da criança.
São relacionamentos importantes para desenvolvimento das relações inter pessoal,
proporciona oportunidade única para aprendizagem de habilidades específicas e
significativas.
Falhas nesse desenvolvimento, quando não corrigidas a tempo, tornam-se obstáculos para a
interação social produtiva; daí a importância da precoce identificação de problemas,
principalmente de adoção de medidas preventivas, diante de tudo isso faz –se necessário
um maior esclarecimento e orientação de pais e professores com relação a importância das
26habilidades sociais para a vida das crianças que serão adultos, a necessidade de se conhecer
valores , normas e regras não pode faltar.
“O verdadeiro sucesso depende da habilidade de relacionamento inter pessoal, da
capacidade de compreender idéias e emoções” (Autor desconhecido)
3.2 Educação para Convivência.
As regras dizem respeito á convivência social; o convívio entre indivíduos é necessário
para que aprendamos a ser humano, parece um jogo de palavras. Uma vez que o ser
humano, parece se diferenciar dos animais ele não age por instinto, ele precisa aprender,
pelo convívio social, a desenvolver suas capacidades intelectual, afetivo emocional e moral.
Conhecer a importância das regras na vida do ser humano é torná-lo melhor, aprender o
conjunto regras conhecimento e valores de sua cultura, os valores universalmente
desejáveis que promovessem a vida digna, a justiça e o bem estar social e individual.
O ser humano precisa, ainda aprender a escolher entre o certo e o errado de acordo com
valores aprendidos assumindo suas responsabilidades. Muitas vezes apesar de a obediência
as regras ser uma necessidade social, às vezes desobedecê-las por achar que são injustas é
ferir o convívio com o outro, e saber diferenciar entre certo e errado é construir uma
consciência moral.
As habilidades sociais estão ligadas a moral, as regras, a educação e definições são
inúmeras, mas todas giram em torno de: habilidades de expressar-se honestamente, causar
mínimo incômodo possível aos outros e a si mesmo; não é característica da pessoa mas de
seu comportamento, não é universal, está ligada ao comportamento da pessoa numa
situação específica, o que significa que o significado de uma certa conduta poderia variar
de acordo com a situação ou pessoa que adota.
Vivemos dias em que valores e regras têm sido distorcidos e o que é certo para uns não é
para outros, essa distorção nos leva a presenciar situações em que o homem tem se
comportado como selvagem.
27A vida em grupo e em sociedade costuma ser fonte permanente de conflitos e , por isso, é
necessário aprender a resolvê-los de forma não violenta afim de apoiar e defender os
direitos das pessoas. As teorias psicológicas consideram o conflito como motor do
desenvolvimento.
Em geral, os conflitos costumam ser de três níveis: individual ( a família, a escola, a vida
social) , nacional( tensões entre diversos grupos da população), internacional (divergências
entre países vizinhos, etc).
A realidade da vida cotidiana proporciona-nos diversas situações ás quais devem dar
respostas, de maior ou menor alcance moral conforme os casos, mas que indubitavelmente
suscita múltiplas interrogações, nos questionamos diante de ações consideradas boas e más,
as pessoas são diferentes, cada uma com seus valores, suas razões, seus sentimentos e suas
instituições, que configuram estilos de vida ou formas de ver as coisas de modos diversos.
O contato com os outros afeta-nos e questiona-nos constantemente, por isso às vezes a
complexidade caminham conosco.
È necessário que os alunos acostume-se a resolver os conflitos que surgem entre eles afim
de que se preparem para resolver outros possíveis conflitos que possam surgir ao longo da
vida, pois sentimentos desempenham um papel muito importante.
3.3 Uma educação para a Tolerância
A educação tornou-se uma exigência, ao mesmo tempo em que é uma necessidade
premente na sociedade atual. A convivência entre pessoas de diferentes raças, diversidades
culturais e modos de pensar diferenciados se faz necessário aprender a conviver de forma
respeitosa, valorizando o outro, sem deixar de apreciar e valorizar a si próprio.
A educação para tolerância orienta se no sentido da criação de uma sociedade que emerge
com toda a sua diversidade, procura coadjuvar um processo social de consolidação da paz
mediante o respeito ao próximo.
Tolerância é a capacidade de “Paciência”, “sofrimento” e resignação” diante de uma certa
adversidade ou contrariedade.
28
A intolerância é um sistema que pode acarretar uma perigosa doença social: a violência.
Esta requer a mobilização de todos os esforços possíveis para proteger a saúde e o bem
estar da sociedade.
O educador, tanto no âmbito da educação formal como não formal, deverá avaliar e levar
em conta as indicações ou os sintomas de intolerância que podem servir de base para
educação.
Ele deve ser vigilante para detectar determinados sintomas de intolerância, se a criança é
pequena, pode reproduzir atitudes observadas em sua casa ou comunidade, alguns sintomas
de intolerância em seus comportamentos tais como: sexismo, racismo, nacionalismo,
xenofobia, maneira de falar segregação etc, nível individual, na família, na escola, na vida
social etc.
A educação reconhece que o conflito pode constituir um trampolim para o desenvolvimento
das pessoas, por isso não pretende eliminar os conflitos, mas busca modos criativos para
solução.
A importância dos alunos como co-educadores em sala de aula é assinalada por Coll e
Colomina (1996, p.299) : ...”as relações entre alunos podem chegar a incidir de forma
decisiva sobre determinados aspectos de seu desenvolvimento cognitivo e socialização”.
Segundo estes autores, a interação entre iguais contribui, portanto, para o rendimento
escolar e proporciona, ainda, a aprendizagem de habilidades sociais e comportamentos
necessários a vida adulta, como o controle de impulsos agressivos, a adaptação ás normas
estabelecidas e a tomada de perspectivas.
Segundo Jares (1987,p20) “ O conflito não deve ser visto como algo negativo, perigoso e
dicotômico, em que ganhar ou perder são as únicas soluções, mas sim como situações
necessária para a maturidade, para o crescimento, na qual os opostos são interdependentes e
devem cooperar para regular esse conflito.”
29O olhar crítico para a historia da humanidade revela com muita clareza, que nenhuma
sociedade se constitui bem sucedida se não favorecer, em todas as áreas da convivência
humana, o respeito á diversidade que a constitui.
Nenhum país alcança pleno desenvolvimento, se não garantir a todos os cidadãos, em todas
as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna de qualidade física,
psicológica, social e econômica.
A educação tem nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual deve
favorecer, a todos cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de
competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente
produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício da cidadania.
No dia–a-dia escolar que a criança e jovens, enquanto atores sociais têm acesso a diferentes
conteúdos curriculares, os quais devem ser organizadas de forma a efetivar a aprendizagem.
Para que o objetivo seja atingido, a escola precisa ser organizada de forma a garantir que
cada ação pedagógica resulte em uma contribuição para o processo de aprendizagem dos
alunos.
Muitos estudos vêm demonstrando que indivíduos com bom relacionamento interpessoal
são mais saudáveis, menos propensos a doenças e também mais produtivos.
“ Prette,Zilda A.P.Del.Prette : “A aquisição de habilidades sociais que promovem uma
melhor interação e comunicação interpessoal, incluindo a capacidade de resolver conflitos
ou problemas interpessoais pode prevenir ou diminuir a ocorrência de comportamento
problemáticos ou anti sociais”.
Alguns aspectos fundamentais na compreensão das habilidades sociais segundo: DEL
PRETTE e DEL PRETTE, 1999.
a) As habilidades sociais são aprendidas e contemplam as dimensões pessoal,
situacional socialmente competente.
b) Possuir um bom repertório de habilidades sociais não garante, por si só um
desempenho socialmente competente.
30c) Os conceitos sobre habilidades sociais e competência social não se equivalem. O
termo “ habilidades sociais refere-se à existência de diferentes classes de
comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada
com as demandas das situações interpessoais”( A. Del Prette e Del Prette, 2001,
p.31).
d) A competência social, como construtivo avaliativo, implica em instrumentos de
avaliação, especificidade da situação onde o desempenho ocorre critérios de
avaliação. Os principais critérios, conforme A. Del Prette e Del Prette (2001, p 34)
são: consecução dos objetivos da interação; manutenção ou melhora da auto-estima;
manutenção ou melhora da qualidade da relação; maior equilíbrio entre ganhos e
perdas entre parceiros da relação; respeito e ampliação dos direitos humanos
básicos.
e) O treinamento de habilidades sociais foi constituído em termos de escopo e
definições conceituais anteriormente ao treinamento assertivo. Ambos,
historicamente, são movimentos independentes, o primeiro iniciado na Inglaterra e
o segundo nos Estados Unidos. Atualmente, alguns autores (Del Prette e Del Prette,
1999; A Del Prette e Del Prette, 2005) incluem a assertividade como uma subárea
do Treinamento de Habilidades Sociais.
f) Diferentes abordagens sobre o relacionamento interpessoal compõem o sistema
teórico amplo que forma o campo do Treinamento de Habilidades sociais, entre elas
as teorias de aprendizagem derivada do modelo de Skinner e de Bandura têm uma
posição de destaque.
Embora usualmente as habilidades sociais sejam aprendidas ao longo do ciclo vital,
quando as condições não favorecem essa aquisição, o processo pode ser recuperado por
meio de treinamento sistemático, em contextos estruturados e por meio de estratégias
grupais bem conduzidas. (Z. Del Prette e Del Prette, 2005, p.101).
4. CAPITULO: O PROFISSIONAL DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL.
31
4.1 Mediador da escola.
Antes o profissional de Orientação Educacional era o responsável por encaminhar os estudantes
tidos como “problema”a psicólogos, o orientador educacional ganhou uma nova função perdendo
o antigo e pejorativo rótulo de delegado, e hoje trabalha para intermediar os conflitos escolares e
ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldades de aprendizagem.
Regulamentado por decreto federal, o cargo é desempenhado por um pedagogo especializado ele
faz a ponte entre estudantes, docentes e pais. È também seu papel manter reuniões semanais com
classes para mapear problemas, dar suporte a crianças com questões de relacionamento e
estabelecer uma parceria com as famílias, quando há a desconfiança de que a dificuldade esteja em
casa. “Antes, o cargo tinha um enfoque clínico. A rotina era ser o responsável por encaminhar
alunos a especialistas, como médicos, fonoaudiólogos etc”.
Recentemente, o orientador passou atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que
eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem. “Essa
mudança tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget (1896-1962),
Lev Vygostky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962), nos projetos pedagógicos das escolas,
cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento o estudo científico das mudanças de
comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa”.
A Orientação Educacional no Brasil tem sua primeira incursão educativa por meio de Lourenço
Filho quando era diretor do Departamento de Educação do Estado de São Paulo criou o “Serviço
de Orientação Profissional e Educacional” em 1931 este serviço foi interrompido em 1932, sendo
reiniciado por Fernando Azevedo ainda no mesmo ano sendo extinto em 1935 tinha como objetivo
guiar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela “profissão” hoje isso é chamado de orientação
vocacional.
A expressão “Orientação educacional” empregada para designar um serviço auxiliar da escola uma
(visão simplista e pouco acadêmica). Surge, pela primeira vez na legislação federal ,no Decreto-
Lei nº 4.073, de 30/01/42.
A formulação mais precisa aparece na Lei orgânica do Ensino Secundário (Decreto-Lei nº 4.424 de
09/04/42):
32
• Art. 80 – Far-se-á, nos estabelecimentos de ensino secundário, orientação Educacional.
• Art. 81 – É função da Orientação Educacional, mediante a necessária observação, cooperar,
no sentido de cada aluno se encaminhe, convenientemente, nos estudos e na escolha de sua
profissão, ministrando-lhe esclarecimentos e conselhos sempre em entendimento com a
família.
• Art. 82- Cabe ainda à Orientação educacional cooperar com os professores no sentido da
boa execução, por parte dos alunos, trabalhos escolares, buscar imprimir segurança e
atividade aos trabalhos complementares e velar para que o estudo, a recreação e o descanso
dos alunos decorrem em condições de maior conveniência pedagógica.
Posteriormente, a Lei nº 5.564 de 21/12/68 amplia a extensão da Orientação Educacional aos
níveis médio e primário, visando a uma ação mais assistencialista e de aconselhamento.
• Art. 1º – A orientação Educacional se destina a assistir o Educando individualmente ou
em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário,
visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e
integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparação para
exercício das opções básicas.
A Orientação Educacional se consagra no contexto da Lei nº 5.692, de 11/08/71 quando se faz
obrigatória em todas as instituições de ensino por meio de criação do Serviço de Orientação
Educacional ( S.O.E.), o qual deveria estabelecer uma relação de parceria entre a escola, os
professores, a comunidade e a família.
• Art. 10- Será instituída, obrigatoriamente, a Orientação educacional incluindo
aconselhamento vocacional em cooperação com professores, família e comunidade.
33Apesar da obrigatoriedade nas escolas, o que se viu ao longo dos quase 30 anos foi um
desgaste propiciado provavelmente pela formação inadequada dos profissionais da
Orientação Educacional que priorizam, em seu percurso profissional, a função do
aconselhamento, negligenciando outras funções como as de planejamento, organização,
atendimento geral, atendimento individual e relacionamento. ( NÉRICI, 1973)
Desta maneira, o S.O.E. passou a ser um espaço onde o aluno ia desabafar, descansar ou
simplesmente, fugir da aula que ele achava desagradável.
A implantação da nova LDB/96, pretende-se resgatar a importância da Orientação
Educacional no processo educativo atual que visa “(...) ao pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
TÍTULO II, art.1º, Lei nº 9.394, de 20/12/96 .
O papel social ele é um conjunto de fatores interferentes, tais como: características da
escola, suas necessidades, os recursos humanos disponibilizados e a expectativa do papel
social desempenhado entre outros.
Assim o orientador educacional precisa aprimorar-se, não se limitando apenas a formação
acadêmica investindo em treinamentos, em serviços e, principalmente no desenvolvimento
das competências e habilidades.
4.2 O papel do Orientador Educacional.
A orientação educacional tem recebido enfoques variados tradicionalmente ele tem sido
visto e tem se visto como um profissional cujo papel principal é atuar com os educandos, assim é
que a orientação tem sido definida como um método pelo qual o orientador ajuda o aluno na
34escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando principalmente através
do estudo, sua realização em todas as estruturas e em todos os planos de vida. Em vista disso, o
mesmo faz levantamento de dados (sondagem de aptidões), realiza sessões de orientação e de
aconselhamento e desempenha uma série de funções de maior ou menor importância,
relacionadas com a concepção do atendimento ao educando.
Ele contribui para o desenvolvimento pessoal desse aluno afim de auxiliá-los através de
uma prática pedagógica que possa estimular sua participação desenvolvendo seu senso crítico
de optar e assumir a responsabilidade de suas escolhas, do planejamento, da execução e da
avaliação do trabalho pedagógico. Nesse processo de participação, o aluno vai compreendendo
a força das ações coletivas e a fragilidade das ações individuais, o orientador poderá estimular
esses alunos a participar das ações que comprometam mais com o social.
Ajuda a escola na organização e realização da proposta pedagógica: trabalha em parceria
com o professor para compreender o comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em
relação a eles. Ouve, dialoga e dá orientações.
• Junto aos professores: colabora e participa da construção do projeto político-
pedagógico da escola, principalmente através de seu currículo trabalhando junto dos
professores, através de uma reflexão crítica da prática pedagógica, o orientador
procurará contribuir para a discussão da realidade dos alunos, das finalidades do
processo pedagógico, do sistema de avaliação, da questão da evasão repetência,
recursos físicos e materiais .
• Junto a direção: colabora no sentido de estar junto tanto nas tomadas de decisões por
parte da direção, como à obtenção de dados inerentes aos aspectos administrativos,
distribuição dos professores em turmas, dos horários da merenda, da recreação, das
atividades complementares, da matrícula, toda a prática que organiza a infra-estrutura
da escola.
• Junto aos funcionários: colabora na valorização de suas tarefas, considerando-as
necessárias ao bom desenvolvimento da organização da escola, sejam, eles inspetores,
35funcionários da secretaria, merendeiros, serventes, trabalhadores da cantina, jardineiros,
porteiros etc.
• Junto aos pais e a comunidade em geral: trazer os pais à escola para que eles participem
do projeto dela de diferentes formas, desde o planejamento do projeto pedagógico até as
decisões que a escola deve tomar.
“Segundo Miriam Grinspun : O Orientador Educacional da escola não é mais
trabalhar com os alunos problema , o novo perfil da Orientação propõe dar ao aluno uma
formação mais completa para que ele se torne um cidadão crítico e consciente , e não alguém que
simplesmente segue o outro”.
Um profissional consciente capaz de fazer com que os alunos pensem sobre as questões que
acontecem ao seu redor.
Ter uma consciência profissional faz com que o orientador tenha seu espaço junto aos demais
protagonistas da escola junto ao trabalho pedagógico integrado comprometendo as relações que
se estabelecem no processo educacional, ele sempre deve pensar no trabalho coletivo e não no
individual.
Possuir um caráter de mediação junto aos demais educadores, atuando com todos da escola no
resgate de uma ação mais efetiva, uma educação de qualidade.
4.3 A orientação educacional comprometida com:
1. A construção do conhecimento, através de uma relação sujeito-objeto;
2. A realidade concreta da vida dos alunos, vendo-os como atores de sua própria
história;
3. A responsabilidade do processo educacional na formação da cidadania, valorizando
questões do saber pensar, saber criar, saber agir e saber falar na prática pedagógica;
364. A atividade realizada na prática social, levando-se em conta que é dessa prática que
provém o conhecimento, e que ele se dá como um empreendimento coletivo;
5. A diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais, submersos nos
atos de escolha e da decisão do indivíduo;
6. A construção da rede de subjetividade que é tecida em diferentes momentos na escola
e por ela;
7. O planejamento e a efetivação do projeto político-pedagógico da escola em termos de
sua finalidade, considerando os princípios que o sustentam, portanto, a filosofia da
educação que o fundamenta, e as demais áreas que o articulam.
4.4 Os desafios da Orientação Educacional.
Como deveria ser a postura do orientador diante de um mundo que pede um ajustamento
tanto dos alunos, quanto dos professores, as exigências dos dirigentes da escola , numa
sociedade que pede por uma transformação a cada momento?
Um profissional consciente capaz de se localizar no tempo e no espaço junto aos demais
protagonista do processo de desenvolvimento do educando, compreendendo criticamente
as relações que se estabelecem nesse processo educacional, possui caráter mediador junto
aos demais educadores, atuando com todos os profissionais da escola no resgate de uma
ação mais efetiva e de uma educação de qualidade nas escolas.
O orientador hoje tem de desenvolver um trabalho participativo, onde o currículo deve ser
compreensão do processo pedagógico da escola, e a escola desse milênio não é e não
deveria ser a mesma de duas, ou três décadas atrás. construído por todos e onde a
interdisciplinaridade deve ser buscada, para uma melhor
37A Orientação que se quer hoje é para esse novo tempo, em que ela tem que saber lidar
com o real, com as perspectivas dessa realidade de conflitos sem se abater buscando
soluções diante de causas que parece não ter solução.
A nova proposta desse orientador é levar a comunidade escolar a refletir sobre sentir-se,
pensar, fazer e transformar contagiar as pessoas à sua volta, na escola na comunidade
com sua nova postura.
Tradicionalmente, o orientador educacional percebe-se como um profissional que tem
como função atuar com os educandos.
Para Schmidt e Pereira (1969) : “ Um métado pelo qual o orientador educacional ajuda o
aluno, na escola, a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando,
principalmente através do estudo, sua realização em todas as suas estruturas e em todos
os planos de vida. (Schimidt e Pereira, apud Nérci, 1973:67).
Uma escola de qualidade deve ter profissional capaz de lidar com os conflitos do
cotidiano de forma saudável transformando os espaços em lugar de reflexão e ação,
permitindo que os alunos enfrentem, de forma autônoma sua gama de conflitos pessoais e
social.
38
CONCLUSÃO.
Nunca se ouviu tanto nos noticiários a questão das agressões sofrida por estudantes e
alunos em sala de aula e fora dela , agressões aos colegas aos professores, não se pode
entender o motivo de todo esse conflito entre o profissional que educa e o que está em sala
de aula para aprender, em meio a esse turbilhão de acontecimento está o orientador
educacional fazendo a ponte com esses protagonista da educação.
O Orientador Educacional como mediador nesse processo de conflito, ajuda em situação de
crise de ordem passageira, porém é necessária uma efetivação, na cultura escolar que requer
uma intervenção pontual, a serviço dos conflitos que não se resolvem espontaneamente.
Assim seu papel é prevenir que tais conflitos cresçam e transforme-se em atos de violência.
Isso acontece na medida em que cada um se disponibiliza como agente de transformação
capaz de buscar por meio do diálogo e do respeito uma solução que se adeque às
necessidades dos envolvidos nesses conflitos.
A escola como espaço para transformação deve preparar os indivíduos para a vida social
através do desenvolvimento de algumas competências exigidas pela sociedade moderna,
que nos coloca diante de uma busca de igualdade dentro da diversidade existente. Isso
requer uma prática pedagógica globalmente compreensiva do ser humano em sua
integralidade, em suas múltiplas relações, dimensões e saberes.
Numa época em que uma série de problemas sociais interfere no desempenho pedagógico
da escola, é preciso que todos os agentes se juntem, somando esforços para que sejam
efetivados os princípios sobre os quais a escola vai construindo e estimulando a interação,
cooperação entre os agentes de transformação que são todos que trabalham na escola ,
professores, funcionários e alunos.
39Todos empenhados em reconstruir e restaurar as condições de base de uma relação
educativa e pedagógica, portanto, para reduzir ou erradicar a violência na escola se faz
necessário um currículo organizado e capaz de conduzir o educando a mudança de atitudes
pelo domínio de conhecimentos e habilidades compatíveis com as demandas sociais.
O centro de atenção máxima deve ser o ser humano, pois a escola existe em função dele e
para ele, a escola deve criar condições favorável ao bem estar emocional do educando e o
seu desenvolvimento em todo os sentidos cognitivos, psicomotor e afetivo, afim de que
esse aluno adquira habilidades, conhecimento e atitudes que lhe permitam fazer às
necessidades vitais e existências.
As atitudes do Orientador, suas práticas, desempenho, promovem um impacto significativo
na vida do educando, pois influem na imagem que os educando formam em relação a
escola, no processo educativo geral
Portanto o Orientador Educacional deve desenvolver atitudes habilidades e conhecimentos
para que possa promover um processo educativo de impacto que transforme esses alunos
em seres capazes de viver e conviver numa sociedade de conflitos de forma harmoniosa,
compreendendo as normas e valores.
Sendo, a imparcialidade, o diálogo e o consenso democrático como práticas
imprescindíveis na solução dos conflitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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63/2008. • SERRANO, Glória Pérez . Educação em Valores: Como Educar para
Democracia Artmed 2.ed.- Porto Alegre, 2002. • AQUINO, Julio Groppa.(org): Indisciplina na escola: Alternativas teóricas e
práticas . São Paulo: ed. summus , 1996. • Boy, Priscila Pereira. Inquietações e desafios da escola: inclusão, violência,
aprendizagens e carreira docente. Rio de Janeiro: Wak ed.2010.
40• Porto, Olívia. Orientação Educacional: teoria, prática e ação. Rio de Janeiro:
Wak Ed; 2009.
• Grisnspun, Mirian P. Sabrosa. Zippin (org). A prática dos Orientadores Educacionais. São Paulo: Cortez, 2001.
• Grinspun, Mirian P. Sabrosa. Zippin (org). A Orientação Educacional:
Conflito de Paradigmas e Alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002
• Revista Nova Escola Ed 220, mês março 2009