090521 pós ead-m-sobreiro-teleaula - estudo de caso

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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA MILTON JOSÉ DE BARROS SOBREIRO TELEAULA: UMA FACE DA EDUCOMUNICAÇÃO POÇOS DE CALDAS - MG 2009

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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA

MILTON JOSÉ DE BARROS SOBREIRO

TELEAULA: UMA FACE DA EDUCOMUNICAÇÃO

POÇOS DE CALDAS - MG

2009

MILTON JOSÉ DE BARROS SOBREIRO

TELEAULA: UMA FACE DA EDUCOMUNICAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a EADCON – CEA Cândido Mota como parte dos requisitos para obtenção da Especialização em Educação à distância: Tutoria, Metodologia, Metodologia e Aprendizagem. Orientador: Prof. José Tarciso Fialho

POÇOS DE CALDAS - MG

2009

TERMO DE APROVAÇÃO

MILTON JOSÉ DE BARROS SOBREIRO

TELEAULA: UMA OUTRA FACE DA EDUCOMUNICAÇÃO

Banca examinadora do trabalho de conclusão de curso apresentado a

EADCON – CEA Cândido Mota como parte dos requisitos para obtenção

do título de pós graduação em Educação à distância:

Tutoria, Metodologia, Metodologia e Aprendizagem.

Aprovada em ____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

José Tarciso Fialho

Mestre

_________________________________________________

Nome Completo

Titulação

Instituição

_________________________________________________

Nome Completo

Titulação

Instituição

CONCEITO FINAL: _____________________

Dedico este trabalho a todos aqueles

educadores que, como eu, sonham com uma real

transformação no Modelo de Educação que temos

hoje no Brasil, e vêem a EaD como uma das

principais ferramenta para essa transformação.

Agradeço em primeiro lugar a Deus pela

oportunização deste curso, a minha esposa e meus

filhos pela compreensão em relação ao tempo que

retirei de nosso convívio durante a elaboração

deste trabalho e as horas de estudos das aulas

ministradas. Ao Prof. José Tarciso Fialho pela sua

pacienciosa e mui importante orientação.

Devemos valorizar a educação a distância e

não a educação para a distância.

(Arnaldo Niskier).

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RESUMO

O trabalho aqui apresentado como parte da avaliação de conclusão do curso de pós-graduação em Educação distância: Tutoria, Metodologia e Aprendizagem trás à discussão a Teleaula, enquanto uma das ferramentas desta modalidade de ensino, fazendo um elo com a Educomunicação, uma ciência ainda em formatação de suas abrangências. Para tanto, trabalha questões inerentes à aprendizagem, como a Ciência da Cognição, as Inteligências Múltiplas de Howard Gardner e os Estilos de Aprendizagem. Com isso, busca-se dar um entendimento atualizado sobre como se dá o aprendizado humano, afim de que se possa planejar as teleaulas com esse conhecimento, somado aos das Teorias da Comunicação. Toda essa discussão é contextualizada em nossa época, um período que muitos teóricos já nomearam de Pós-Moderno, onde são quebrados paradigmas modernos, gerando uma crise no próprio conceito de paradigma. Um trabalho despretensioso quanto à perenidade, visto que se propõe a iniciar uma ampla discussão sobre este assunto.

Palavras chaves: Educação a Distância; Ciência da Cognição; Inteligências Múltiplas; Estilos de Aprendizagem; Teoria da Comunicação; Educomunicação

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ABSTRACT

The work hereby presented as a part of the conclusion evaluation of the postgraduate on Distance Education: Tutorship, Methodology and Learning, brings into discussion the Tele-class as a tool of this manner of teaching, linking it with Educommunication, a science still being developed regarding to its coverage. For such, it works with matters inherent to learning, like Cognitive Science, Howard Gardner's Multiple Intelligences and Learning Styles. With these is searched an updated understanding of the way the human learning happens, so to allow the planning of Teleclasses, adding this knowledge to the Communication Theories. All this argument is contextualized in our time, a period named Post-Modern by many theorists, where the modern paradigms are broken, generating a crisis in the very concept of paradigm. A non-pretentious work in terms of perennity, given that it's intented as the start of a broad argument about this topic. Keywords: Distance Education, Cognitive Science, Multiple Intelligences, Learning Styles, Communication Theory, Educommunication

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RESUMEN

El trabajo aquí presentado como parte de la evaluación de conclusión del curso de postgrado en Educación a Distancia: Tutoría, Metodología y Aprendizaje, trae a la discusión la Tele-clase como una de las herramientas de esta modalidad de enseño, realizando un enlace con la Educomunicación, una ciencia que aun está siendo definida en relación a sus amplitudes. Para esto, trabaja cuestiones inherentes al aprendizaje, como la Ciencia de la Cognición, las Inteligencias Múltiples de Howard Gardner y los Estilos de Aprendizaje. Con esto, se busca proporcionar una comprensión actualizada sobre como ocurre el aprendizaje humano, con el fin de que se puedan planear las tele-clases con este conocimiento, sumado al de las Teorías de la Comunicación. Toda esta discusión es contextualizada en nuestra época, un período que muchos teóricos ya denominaron como Pos-modernidad, donde son rotos los paradigmas modernos, generando una crisis en el propio concepto de paradigma. Un trabajo sin pretensiones en relación a su duración, ya que se propone a iniciar una amplia discusión sobre este asunto. Palabras clave: Educación a Distancia; Ciencia de la Cognición; Inteligencias Múltiples; Estilos de Aprendizaje; Teoria de la Comunicación; Educomunicación

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................... 7

ABSTRACT ................................................................................................................................ 8

RESUMEN .................................................................................................................................. 9

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 13

2.1 PÓS-MODERNISMO: CRISE DOS PARADIGMAS OU EM SEU CONCEITO? ............ 13

2.2 TEORIAS COGNITIVAS: AS VÁRIAS FORMAS DE APRENDER ................................. 16

2.2.1 Ciência da cognição ............................................................................................... 16

2.2.2 Inleligências múltiplas ............................................................................................. 18

2.2.3 Estilos de aprendizagem ........................................................................................ 22

2.3 TEORIA DA COMUNICAÇÃO: UMA VISÃO ANTROPOLINGÜÍSTICA ......................... 25

2.4 EDUCOMUNICAÇÃO UM AMALGAMA COGNITIVO.................................................... 30

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................. 34

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 34

3.2 PESQUISA DE CAMPO ................................................................................................. 36

4 ANÁLISE CONTEXTUALIZADA .......................................................................................... 37

5 PROPOSTA DIRIGIDA ......................................................................................................... 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 48

ANEXOS ................................................................................................................................... 50

ANEXO I – QUESTIONÁRIO ESTILOS DE APRENDIZAGEM .............................................. 50

ANEXO II – TABULAÇÃO ESTILOS DE APRENDIZAGEM .................................................. 52

ANEXO III – GRÁFICO DA TABULAÇÃO ESTILOS DE APRENDIZAGEM ......................... 53

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1 INTRODUÇÃO

A Tele-aula, uma face da Educomunicação é um estudo de caso que,

inicialmente, teria um foco mais puntual, pois retrataria apenas, e realmente, um

caso, o meu, enquanto acadêmico de pós-graduação na modalidade de Educação a

Distância. Contudo, em conversas com outros acadêmicos, agora de graduação,

também em EAD, ampliou o espectro da pesquisa, incorporando uma centena de

discentes. Esta abertura promoveu uma possibilidade de discussão mais ampla no

que concerne à estrutura comunicacional e didática da referida ferramenta de

comunicação pedagógica. Citando John Daniel (2003), pesquisador da UNESCO, o

estudo de caso a seguir tem íntima ligação com a primeira linha de pesquisa

sugerida pelo educador, ou seja, estudar como conceber o uso dos meios, em nosso

caso a teleaula, do ponto de vista do aluno.

A estrutura desta monografia foi desenvolvida, e porque não dizer, inspirada,

ou ainda, embalada, pelo Bolero de Ravel, em onze versões distintas, ou seja, onze

leituras de um mesmo tema. O trabalho que apresento, também é, apenas, uma das

miríades de visões possíveis acerca deste tema tão atual na Educação mundial, a

Tele-aula. Da mesma forma que na peça musical, seja ela interpretada por Von

Karajan ou Berstein, em arranjos sinfônicos; pelos Frank, Zappa ou o Pourcel, ou

Ray Conniff, em versões mais populares, com suas „big bands‟; e mesmo

extrapolando o acústico, partindo para uma releitura eletrônica, pós-moderna, atual

de Thijs van Leer, este estudo sobreporá assunto por assunto, em uma ordem

harmônica, tal qual os instrumentos nos arranjos citados, onde os virtuoses são os

teóricos que darão embasamento científico, nos permitindo atingir um „gran finale‟

com a conclusão, ao cerrar-se, lá a cortina, e aqui a última capa.

Uma vez que afirmo, logo no título, a Tele-aula enquanto uma outra face da

Educomunicação, será necessário definir esta área, tão recente que harmoniza duas

outras do conhecimento – a Educação e a Comunicação. Oportunamente, quando

estiver no compasso preciso, esta definição entrará e somará ao tema sem que se

desafine o contexto. No momento, o importante, é que se coloque que até chegar ao

conceito de Educomunicação, traçar-se-á um caminho onde serão discutidos temas

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referentes à Educação, tanto em seu viés pedagógico-didático, quanto no da

psicologia-cognitiva. Nesta última, uma pesquisa quantitativa foi realizada junto aos

acadêmicos supracitados buscando levantar os estilos de aprendizado mais

presentes, o que irá possibilitar uma melhor compreensão do docente ao preparar

seus conteúdos para apresentação, da equipe de produção das tele-aulas, no

formatá-la com maior abrangência cognitiva, e do discente, quanto à melhor

estratégia para se organizar em seus estudos.

No que tange à comunicação, buscou-se em sua teoria, amparada pelos

lingüistas, semiologistas e antropólogos, uma seqüência de fundamental

importância, pois só em haver mais de uma pessoa já se estabelece um ambiente

comunicativo, que, se não bem compreendido e trabalhado, poderá gerar ruídos

como um instrumento que perde a nota ou o andamento, e fazendo com que a

percepção na comunicação seja desviada, perca-se o foco do que se pretende.

Como Cientista Social, não posso me privar de preparar o cenário e trazer um

foco inicial à contextualização temporal deste estudo. Ou seja, situá-lo no tempo e

no espaço para que, a cada entrada de referência teórica seja compreendida em sua

colocação. Por este motivo, o primeiro capítulo do Referencial Teórico tratará do

Pós-Modernismo, um período que, negando o seu predecessor moderno, abriu

passagem para novas formas de expressão em todas as instâncias, porque não na

Educação. Uma crise de paradigmas se estabelece de tal forma que podemos falar

em crise em seu próprio conceito.

Ao contrário de um teatro, onde luzes se apagam para que inicie o

espetáculo, espero que neste momento possa uma nova luz estar sendo acesa para

que nada fique na penumbra e mal compreendido.

Qual, quando ouvimos uma peça musical, com real interesse e prazer,

convido o leitor a um mergulho em uma proposição que, em nenhum momento, se

coloca como derradeira, mas que se apresenta como provocador de novas

discussões sobre este assunto tão vibrante.

Tenha uma boa leitura.

Incomode-se.

Concorde.

Discorde.

Só não se omita.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PÓS-MODERNISMO: CRISE DOS PARADIGMAS OU EM SEU CONCEITO?

Para que possamos trabalhar a questão proposta da Teleaula e sua relação

com mais esta fragmentação-concatenada do campo do conhecimento entre duas

ciências já conhecidas, a Educação e a Comunicação - antes fragmentadas na

especificidade, criada pelos paradigmas modernos, e agora convergentes na

formação de mais uma ciência co-derivada, uma nova fragmentação neste

caleidoscópio científico - a Educomunicação, se faz necessário contextualizá-la no

tempo e espaço, sendo imperativa a discussão sobre a crise que se abate, mais do

que sobre os paradigmas, sobre o próprio conceito de paradigma.

É lá da Filosofia Platônica, na Antigüidade Clássica, que tomaremos o termo

paradigma para, etimologicamente, olhá-lo enquanto modelo eterno e imutável com

equivalência à idéia que, por sua vez, origina do grego ver, em seu desdobramento

para visão, esta sem a conotação de alguém que vê algo, mas de como este algo se

mostra a alguém. Atravessa-se a Idade Média onde a noção de paradigma estava

intrinsecamente ligada aos dogmas católicos romanos, pretensamente universais.

Desemboca na Modernidade, no Iluminismo, na Revolução Científica de

especialização cada vez maior das Ciências, onde a ênfase sai do objeto e passa

para o conhecimento. Neste momento há uma crescente despreocupação com as

questões gerais ligadas aos significados globais da pesquisa, limitando-se aos

problemas específicos de cada disciplina. Assim a produção do conhecimento se faz

através da acumulação, aplicando questões e conceitos novos do paradigma

considerado (PLASTINO,1997).

Estes paradigmas entram em crise sempre que há um fracasso repetitivo em

seus conjuntos de conceitos e técnicas, fragmentando opiniões e quebrando a

homogeneidade da comunidade científica. Neste momento toma corpo um amplo

debate que será encerrado ao se enunciar um novo paradigma que, em substituição

àquele, reagrupará o corpo científico em sua defesa. De maneira alguma provocado

pelos cientistas que acomodaram na manutenção intacta do novo paradigma, um

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novo desequilíbrio o lançará, novamente em crise, e o círculo vicioso entrará em

ação até a instauração de um mais novo paradigma, que retomará a crise e em

motocontínuo se terá o novíssimo paradigma e, assim por diante.

A discussão, portanto, sai do foco da crise, simplesmente, dos paradigmas

para aportar na crise do próprio conceito de paradigma enquanto eterno e imutável,

qual a doutrina platônica, gerando um grande salto da Antigüidade à Modernidade,

para questionar a especialização das disciplinas científicas em sua autonomia, ante

ao contexto global de sua produção, seja com sua problemática social, econômica,

política e cultural no bojo da sociedade produtora.

Com a relativização einsteiniana, onde o futuro está contido no presente e a

diferença entre passado, presente e futuro não passa de ilusão tenaz, os

paradigmas da ciência moderna são relativizados, conseqüentemente. Com isso há

o abandono da perspectiva iluminista. O conhecimento deixa o hermetismo dos

laboratórios e dá lugar a um conhecimento parcial, fragmentado, criado não mais em

um sistema fechado, mas que ganha a amplidão de um mundo aberto afeito à

participação do homem. Temos a criação de paradigmas Pós-Modernos, a partir da

crise do conceito do paradigma da Modernidade.

A ênfase positivista nas Ciências Modernas trás às Ciências Sociais, num

primeiro momento, uma visão matemática, absolutamente quantitativa. Desta feita, a

crise do conceito de paradigma também se abate no âmbito das humanidades.

Fracasso das diversas modalidades de organização social. Primeiro a das idéias da

Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade, depois vieram os

fracassos do Socialismo Real, discutível; de uma Social Democracia que,

amalgamando-se com o Neoliberalismo foi processualmente atenuando sua política

de bem-estar social gerando a tríade, desemprego, marginalização e deterioração

do serviço público, em especial os de Educação e Saúde. Por fim, o fracasso

anunciado do capitalismo selvagem, provocador de tragédias no antigo terceiro

mundo e deteriorização da vida econômica e social em seu âmago. No modelo de

Sociedade Neoliberal não há lugar para todos, o que irá gerar uma característica do

Pós-Modernismo, o individualismo competitivo. O progresso tecnológico, quando

associado a este individualismo competitivo leva a cada dia a uma maior

marginalização de setores mais e mais significativos da sociedade produzindo uma

insegurança crescente. Conseqüentemente o mundo do medo e da solidão.

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Então cabe a seguinte discussão: o que é esse Pós-Modernismo? Há uma

descrição possível ou cabível?

O especialista em Educação a Distância, ex-Reitor da Open University, no

Reino Unido e atual SubDiretor-Geral de Educação da UNESCO para o setor de

Educação, John Daniel, em seu texto preparado para o XVI Congresso Mundial de

Educação Católica, em Brasília, em abril de 2002, explicita que é difícil por ser, uma

descrição uma narrativa ordenadora do conhecimento objetivo de determinado tema.

O problema é que o Pós-Modernismo vem para negar uma narrativa geral, duvida da

possibilidade da ordem e nega a existência de um conhecimento objetivo.

Fragmentário, niilista em sua característica primária, o Pós-Modernismo

busca o nada, o vazio, a ausência de valores e de sentido para a vida. Para ele

estão mortos Deus e os ideais do passado. Enquanto o homem moderno valoriza a

Arte, a História, o desenvolvimento e a consciência social, o pós-moderno não crê

no céu, desencantado não vê sentido na História, se entregando, assim, ao

presente, ao imediatismo, aos prazeres e ao consumismo (SANTOS,1987).

O debate Pós-Moderno pode ter influência na discussão modernista de

construção da sociedade, com algumas críticas necessárias a seus paradigmas, que

uma vez fragmentados podem renovar-se. Por sua influência mitos caíram, há uma

maior liberdade no exprimir os pensamentos e inconformidades com ele. No que

condiz à área da Educação, o Pós-Modernismo pode vir para provocar uma

renovação, tirando-a do atoleiro em que foi colocada (MELLO, 2008).

Dentro deste contexto pós-modernista, a Educadora doutora e pós-doutora

em Educação pela Universidade Complutense de Madri (2000), coloca que o fim do

século XX foi marcado pela expansão do sistema educacional, e que, segundo

discurso oficial, esta foi responsável pela modernização da sociedade e pela sua

inserção na sociedade do conhecimento, típica do mundo globalizado. Contrasta

esta situação com a de que, mesmo assim, os altos índices de analfabetismo,

evasão escolar, repetência e desigualdades de oportunidades educacionais

persistem. A escola foi concebida para promover a apropriação do conhecimento

considerado socialmente relevante e a formação para a cidadania, estas,

apresentam-se em crise, atualmente, e, segundo a professora Candau, pela

dificuldade de serem concretizadas ou pelo anacronismo que a estrutura escolar tem

com seu tempo. É com base nestes prepostos que Vera Candau propõe uma

reinvenção da Escola, fundamentada na questão da cidadania.

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A educadora Margot Bertolucci Ott, da UFRGS, atenta que a Escola está

atravessando uma crise que perpassa não correspondência das necessidades dos

estudantes, e atinge a incoerência da teoria educacional à ela incorporada, nem se a

olharmos do ponto de vista liberal, pois nunca se preocupou em objetivar a

experiência ou o desenvolvimento da capacidade de pensar(CANDAU, 2007).

Demo (2004) coloca o agravamento das políticas Neoliberais à Educação.

Mesmo preparando para o mercado, o faz restrito à pessoas “sofisticadas”, gera, o

que chama de exército de reserva, colocando o trabalhador sujeito a esse mercado

e precarizando sua condição humana.

O trexto do educador Wolfgang Leo Maar (in PUCCI, 1995), “A Indústria

(Des)educa(na)cional: Um Ensaio de Aplicação da Teoria Crítica ao Brasil” já coloca

a elitização da Educação no Brasil como o marco divisório entre o dominante e o

dominado. Ou seja, ele coloca que a Educação não é feita para todos e a divisão

entre escola de ricos e escola de pobres não é o principal problema, mas o simples

acesso à Educação formal.

Pelos motivos acima expostos, temos a EAD, oportunizando Educação nos

mais longínquos rincões do Brasil. É mais fácil chegar uma instalação de telessalas,

biblioteca e laboratório de informática que uma estrutura completa para

funcionamento de uma Universidade. A qualidade não está intimamente ligada às

condições sociais da comunidade onde se instala, mas ao que o Pólo Presencial

oferece em termos de instalações físicas, e, principalmente, às aulas ministradas à

distância, objeto de estudo deste trabalho.

2.2 TEORIAS COGNITIVAS: AS VÁRIAS FORMAS DE APRENDER

2.2.1 Ciência da cognição

É somente tendo uma visão do fundamento comum entre as ciências cognitivas e a experiência humana que nossa compreensão da cognição pode ser mais completa e atingir um nível satisfatório. Propomos então uma tarefa construtiva: alargar o horizonte das ciências cognitivas de forma a incluir, num escopo mais abrangente, a experiência humana vivida, por meio de uma análise disciplinada e transformadora (VARELA et al., 1993, in, BOUYER, 2008)

Esta afirmativa de Varela remete à necessidade de um estudo mais

aprofundado na questão cognitiva, para que se possa, conhecendo tais processos,

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desenvolver um conceito de Teleaula - objeto deste trabalho - que atinja com

eficácia os mais distintos estilos de aprendizagem inerentes a cada acadêmico

enquanto indivíduo inserido em um grupo social com suas características culturais

próprias, mais especificamente, as antropolingüísticas.

Desta forma, ainda Varela aponta a necessidade de se conhecer a mente do

conhecedor no processo de conhecer. Para o conhecer se concretizar, se faz

necessário observar a práxis do conhecedor na sociedade em que está inserido.

Apresenta uma corrente de pensamentos que inicia em Nietzsche, quando

postula a existência de um “eu” desprendido do mundo, embora incorporado a ele,

emergente de forças e relações sem intencionalidades, segue em Heidegger quando

este coloca que aquele “eu”, por estar no mundo, atua nele, passa por Merleau-

Ponty ao afirmar que, para que o mundo seja percebido, o “eu” percebedor e os

fenômenos percebedores depende de um corpo que se relacione, atuando por estar

acoplado a esse mundo, influenciado por este, o aluno Michel Foucault sintetiza os

pensamentos de seus predecessores colocando o sujeito do conhecimento, formado

histórico-socialmente, advêm de um conjunto de regras e relações atuantes em seu

corpo, é transformado em sujeito do conhecimento.

Esta base teórica, ora sintetizada por Foucault, dá suporte para a

compreensão do sujeito acadêmico a quem é apresentada a Teleaula. Trata-se de

um indivíduo gerado pela sua relação histórico-social no grupo onde é formado,

dotado, antropolingüisticamente, de conceitos particulares adquiridos nesta práxis.

Portanto ao se projetar um curso onde um dos recursos didático-pedagógicos de

grande destaque seja a Teleaula, o docente deve preocupar-se com este

pressuposto, as regionalismos existentes em um país continental como o Brasil, com

toda a sua complexidade e diversidade cultural, produtora de conhecedores dotados

de peculiaridades lingüísticas distintas.

Concluindo com TELES (2001), quando coloca que o homem não possui um

repertório inato de respostas, entra em acordo com a questão da necessidade de

relacionamento social para que com esta interação o homem possa aprender. Para

a autora, a aprendizagem se faz fundamental, além da situação de ensino, mas,

principalmente, para a formação da personalidade do indivíduo. Sendo assim, a

responsabilidade do professor está relacionada à formação de caráter de seus

alunos.

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2.2.2 Inleligências múltiplas

Howard Gardner, psicólogo e professor da Harvard Graduate School of

Education, tem passado as últimas décadas se dedicando a estudos sobre o

desenvolvimento das capacidades simbólicas e à perda das capacidades cognitivas

em indivíduos portadores de mal funcionamento cerebral. O primeiro no Harvard

Project Zero e o segundo no Boston Veterans Administration Medical Center e na

Boston University of Medicine. Suas pesquisas apontam para uma contraposição às

teorias que afirmavam ser a inteligência uma capacidade inata, geral e única.

Gardner postula, em 1985, uma teoria que aponta um grupo de inteligências

distintas. Em Frames of Mind introduz a idéia das Inteligências Múltiplas, apontando

inicialmente sete tipos, ampliando-os em outras obras de relevância para a

Psicologia e Educação.

No primeiro livro, em 1985, define a inteligência como sendo a habilidade para

resolver problemas ou criar produtos valorizados em um ou mais cenérios culturais.

Posteriormente, em 2000, no livro “Inteligência - Um Conceito Reformulado”, o

professor amplia, substancialmente, esta definição para afirmar que a inteligência é

um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num

cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos valorizados socialmente

(GARDNER, 2000). Tal adaptação conceitual introduz o processamento de

informações, característica fundamental para o desenvolvimento cognitivo do

indivíduo.

Outro teórico, que também trabalha com as Inteligências Múltiplas de Gardner

é Celso Antunes, tem sua definição pára inteligência. Esta vai ao latim para trazer,

com o particionamento da palavra inteligência uma noção etimológica. No latim há o

termo inter, em português, entre, e eligere, escolher. Assim, para o autor,

inteligência é uma capacidade cerebral que permite escolher o melhor caminho de

se penetrar na compreensão das coisas (ANTUNES, 2000).

Dentre as inteligências originais pode-se listar sete - Lingüística, Lógico-

Matemática, Musical, Físico-Sinestésica, Espacial, Interpessoal e Intrapessoal. Em

um segundo momento inclui no rol das Inteligências Múltiplas a Naturalista.

Ao tratar de um método se faz necessário estar atento em buscar atingir o

maior número de alunos possível. Certamente não dará certo com todos, mas é vital

que sua eficácia seja a mais abrangente possível. As cabeças humanas não

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funcionam da mesma maneira, os seres humanos não possuem os mesmos pontos

fortes ou fracos. Cônscios desta assertiva, o professor precisa rever suas maneiras e

ensinar e avaliar (GARDNER, 2000).

Diferente de Piaget que defende que os aspectos da simbolização partem de

uma mesma função semiótica, Gardner, em contrapartida, vê os processos

psicológicos independentes empregados ao se lidar com símbolos lingüísticos,

numéricos, gestuais, ou outro sistema qualquer (GAMA, 2008).

As Inteligências Múltiplas não são, para o seu postulador, o objetivo

adequado à Educação, mas um auxílio à boa Educação, quando são estabelecidos

os objetivos reais da Educação com independência. Desta forma, as Inteligências

Múltiplas servem a dois objetivos da Educação: primeiro para auxiliar ao aluno a

alcançar alguns papéis adultos, ou estados acabados, valorizados pela sociedade -

caso esteja formando poetas, valoriza-se o trabalho de desenvolvimento da

Inteligência Lingüística; um futuro escultor deve desenvolver com maior cuidado a

Inteligência Espacial, assim como os designers; já os musicistas, instrumentistas ou

compositores terão um trabalho maior em cima de sua Inteligência Musical; mas se a

intenção é formar um cidadão civilizado, sem dúvidas há de se dar prioridade ao

desenvolvimento das Inteligências Pessoais - segundo, as Inteligências Múltiplas se

prestam, principalmente, no auxílio ao aluno em dominar algum as matérias ou

disciplinas do currículo, estimulando-o na opção da futura ocupação (GARNER,

2000).

O homem enquanto ser social, inserido em seu grupo, terá nele condições

ambientais que influenciarão o desenvolvimento de suas inteligências, assim como

os fatores genéticos e neurobiológicos. Cada uma de suas inteligências possui

formas específicas quanto ao processamento de informações, contando com um

sistema simbólico próprio, que asseguram o contato cognição e diversidade de

papeis sociais e funções culturais (GAMA, 2008).

Quando os professores conseguem se valer de uma variedade de

abordagens pedagógicas atinge com mais eficácia um número maior de alunos.

Gardner aponta três abordagens a partir das Inteligências Múltiplas - Ponto de

Entrada, Analogias e Chegando ao Núcleo.

Por Ponto de Entrada, postula colocar o aluno no centro do tópico a ser

estudado e, para tanto, se vale de sete pontos distintos, alinhados segundo as

inteligências específicas:

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a. Narrativa - Este aporte deve ser utilizado junto a alunos que gostam

de aprender sobre tópicos por meio de histórias com enredo,

protagonistas, conflitos, problemas a serem resolvidos, objetivos a

serem alcançados e tensões exacerbadas.

b. Quantitativo/Numérico - Há discentes que se motivam ao se lhes

apresentar números e padrões por eles formados, além das operações

possíveis e a percepção de tamanho, razão e mudanças.

c. Lógico - Baseia-se no poder de dedução do ser humano.

Acontecimentos e conceitos são apresentados por intermédio de

silogismos.

d. Fundamental/Existencial - Quem somos nós? De onde viemos?

Questões de fundamentações que podem ser evidenciadas através de

mitos ou da arte, tal qual as discussões filosóficas.

e. Estético - Equilíbrio. Harmonia. Composição. Não apenas com visões

artísticas, mas qual a árvore evolutiva das espécies darwiniana.

f. Mão na Massa - Há alunos que tem uma maior facilidade de

aprendizado quando utiliza o corpo em atividades onde possam se

envolver integralmente. Construção de maquetes, manipulação de

materiais (texturas, formas, tamanhos, temperaturas...), e na realização

de experiências.

g. Social - Homem, ser social... assertiva principal àqueles que preferem

estudar em grupos, onde podem assumir diversos papeis, observam

seus interlocutores, interagir regularmente e participar de uma

complementação mútua.

A segunda abordagem diz respeito às Analogias, quando professor e alunos

são estimulados a apresentarem analogias instrutivas a partir de conteúdos que

dominam a fim de clarear a compreensão do que está sendo apresentado. Gardner

(2000) exemplifica com a analogia entre as mudanças sociais humanas comparadas

às mudanças biológicas em uma mesma espécie ou em espécies diferentes. trata-se

de uma excelente maneira de se transmitir vieses de relevância em um determinado

assunto para quem não tem domínio. No entanto, um cuidado deve ser tomado, o de

não permitir que se induza ao erro, sugerindo um paralelo equivocado. Para tanto, o

professor deve optar por aquelas que possuem validade e, acima de tudo, correção,

pois as metáforas podem ser muito úteis ao trazer luz sobre novos tópicos.

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Por fim, temos a abordagem Chegando ao Núcleo.

Os Pontos de Entrada introduzem o assunto, as boas Analogias clareiam

pontos ainda obscuros, mas é na transmissão da Compreensão Central que

permanece o grande desafio do ensino.

Na Educação Tradicional coexistem duas abordagens que se contrapõem, por

um lado se instrui explicitamente, por outro se avalia a compreensão em termos de

domínio lingüístico correlato às matérias apresentadas. Sobre um grande e maçante

conteúdo depositado sobre os alunos se exige que o mesmo seja sintetizado por

eles.

Cada ser humano possui particularidades psicológicas, biológicas e, portanto,

cognitivas, sendo assim, não se pode afirmar haver fórmulas para as abordagens.

Além da diversidade humana, temos a variedade de características em cada um dos

assuntos inerentes ao currículo de cada fase da Educação, determinadas por

legislação. Soma-se, ainda, que cada sala-de-aulas possui contexto social diferente

de outra, mesmo que na própria unidade de ensino, maturidade dos discentes, suas

origens sociais, e a resultante de suas interações em classe. Sendo assim, cada

assunto apresentado em sala-de-aulas deve ter uma abordagem própria, onde são

consideradas suas idéias nucleares, redes de conceitos, questões, problemas,

susceptibilidades e erros conceituais. Tópicos, ao contrario de existirem em si,

possuem origem nas disciplinas, sendo por elas, em parte, definidos (GARDNER,

2000). A finalidade é conduzir o discente a uma vivência de compreensão

convincente, possibilitando-o a representação destas características nucleares de

formas distintas. O aluno deve poder valer-se dos sistemas simbólicos que acreditar

ser o mais adequado no momento de sua representação. A vivência da

compreensão será assegurada quando docente dedicar o tempo bastante à

característica do tópico que está trabalhando, retratando-o de várias maneiras e

tratando-o com as múltiplas abordagens que contemplem explicitamente a maior

gama possível de inteligências, habilidades e interesses (ibid).

Desta feita, a utilização de métodos baseados nas Inteligências Múltiplas

assegura ao docente uma maior abrangência quanto ao rol de alunos que

conseguirão ter domínio final sobre os conteúdos tratados. Tal tipo de planejamento

permite que sejam levantadas questões essenciais no tocante ao porquê do ensinar

determinado tópico, ou o que os alunos poderão vivenciar. Gardner (2000) defende

que sejam ensinados menos tópicos com um maior aprofundamento de cada um.

22

Expõe que o discente deve explorar um conjunto de abordagens pedagógicas

escolhendo para tal os mais adequados pontos de entrada, analogia, exemplos e

metáforas com o intuito de atrair o interesse e a atenção de um maior grupo de

alunos, com isso promover o desenvolvimento das múltiplas representações,

oferecendo, assim, uma variedade de oportunidades para a vivência da

compreensão.

2.2.3 Estilos de aprendizagem

Para introduzir, neste trabalho, o conceito de Estilos de aprendizagem, se faz

necessário passar os olhos pela Escola que encontramos disseminada em nossos

dias. Mesmo já tendo passado pelos postulados da Escola Nova, Tecnicista,

Histórico Crítica, Libertadora e Libertária, para citar algumas, ainda se pratica no

Brasil, principalmente nas redes públicas de ensino fundamental e médio, uma

Educação Tradicional, retomando Freire, uma Educação Bancária.

Em um mundo onde as transformações se dão com velocidades cada vez

mais rápidas, a vida pessoal e profissional passam a depender, diretamente

proporcional, ao nível de adaptações. O homem é tão eficiente quanto sua

capacidade de aprendizagem, logo, a compreensão de como aprendemos influi na

piora ou melhora de nossos desempenhos profissionais. Dentro do processo de

aprendizagem percebem-se fatores participantes como o meio físico, ambiental,

cognitivo, afetivo, cultural e sócio-econômico.

As pesquisadoras Moreno, Sastre, Bovet e Leal, citadas por Cavellucci

(2008), afirmam que “Diante de acontecimentos observáveis, a partir dos quais é

possível realizar diversas interpretações, cada indivíduo seleciona e organiza uma

série de dados, a partir dos quais constrói o que chamamos de modelo organizador”.

Esta observação leva “cada indivíduo” a observar, interpretar, selecionar, organizar

dados e construir modelo organizador... próprio... individualmente... mesmo

convivendo socialmente, estudando ou pesquisando em grupo. As percepções são

individuais.

Desta feita, se faz fundamental o reconhecimento por parte, tanto de

professores quanto de aprendizes, das possíveis estratégias de aprendizagem,

maneiras distintas de apresentação das informações, inerentes a esse modelo

organizador por eles montado. Tais estratégias intentam contornar as dificuldades

23

minimizando as incompatibilidades entre a maneira de apresentação e as situações

de aprendizagens destas informações. Devem, também, ser individuais, a fim de

potencializar o aprendizado. Cada aprendiz possui sua história de vida além de suas

experiências de aprendizagens com diferentes graus de sucesso.

Teixeira (2008) particiona as Categorias de Aprendizado em Modalidade e

Dominância Cerebral. A primeira define como a forma pela qual conseguimos

entender uma informação mais facilmente; a segunda, como organizamos e

processamos as informações. Desta feita, Estilo de Aprendizado afirma-se como a

combinação de percepção, organização e processamento da informação.

Conforme Lopes da Silva e Magno e Silva(2008), os Estilos de Aprendizagem

são características particulares de cognição, estas auxiliam o indivíduo na escolha

de maneiras mais privilegiadas para o seu aprendizado. As autoras apresentam as

definições de mais quatro autores, donde selecionou-se a de Dum e Griggs que

focando a sala-de-aulas apresentam os Estilos de Aprendizagem a partir de

características biológicas ou contextualmente instaladas, responsáveis por fazer a

mesma metodologia de ensino ótima para uns e terríveis para outros. Esta afirmação

corrobora para o que se colocou até então, que cada indivíduo possui uma maneira

preferencial de estudo por possuir características cognitivas mais afeitas a

determinado estilo de aprendizagem e que estes são características intelectuais por

ele utilizadas.

Para distinguir os Estilos de Aprendizagem observar-se-á suas características

sensoriais pelas quais os indivíduos se apoiarão a fim de captar e organizar a

informação para posterior utilização. Três tipos são os encontrados

bibliograficamente: visual, auditivo e sinestésico. O primeiro refere-se ao

aprendizado que privilegia os aspectos espaciais e visuais, o segundo está ligado

aos simbólicos verbais e o terceiro aos motores.

No Livro “Processamento Auditivo: Fundamentos e Terapias”, de Ana Maria

Alvarez, Editora Lovise, a autora destaca em algumas ações quais são as

características em cada um dos indivíduos e seus estilos principais. Ao observar a

maneira que cada um tem preferencialmente para aprender aponta o visual como

alguém que aprende vendo, fazendo uma imagem dos estímulos visuais que recebe;

já os auditivos são os que ouvindo montam uma história com as mesmas

informações; por último, os sinestésicos precisam guiar-se pelas experiências

motoras, logo precisam realizar algo. Conseqüentemente, o que distrai a atenção de

24

um visual são estímulos visuais conflitantes ou em grande quantidade; nos auditivos,

a distração, pode ser provocada por ruídos de fundo, estímulos auditivos emitidos de

maneira muito rápida, obrigando-o a convertê-los em informações auditivas em um

muito curto espaço de tempo; com respeito à distração para o sinestésico, estímulos

visuais ou auditivos simultâneos ou conflitantes o deixam sem saber como agir. No

momento do processamento da informação o visual, que pensa em ritmo rápido

tende ao devaneio; olhos fixos ao pensar, o auditivo pensa em velocidade

moderada; já o sinestésico move o olhar para baixo e precisa de mais tempo para a

ação. O visual interagem com o ambiente verificando o que ocorre em seu redor; o

auditivo sem se atentar às modificações que ocorrem em seu redor, o auditivo fica

atento a todos os sons e falas em sua volta; mesmo parecendo alheio ao que ocorre

ao seu redor, o sinestésico focado em si, é consciente do clima que o circunda.

Quando o que está em observância é o estilo de organização, temos o visual com

uma percepção global, se necessário decompõe em partes a percepção inicial, pois

tudo lhe é percebido; os auditivos são indivíduos organizados, mas precisam de

instruções passo-a-passo, detalhadas, sendo orientados pela linguagem, repetem

para si o que devem memorizar; e para finalizar esta análise, o sinestésico possui

uma organização gradual, criativa e divergente, não detém modelos estatísticos para

aprendizagem e conclui de forma inusitada para a maioria das outras pessoas.

Silveira indica maneiras de estudos que poderão auxiliar às pessoas que se

enquadram com maior peso em algum dos Estilos de Aprendizado.

Os visuais devem buscar recursos visuais, como vídeo-aulas; desenvolver

resumos, anotações, tabelas, esquemas, desenhos, fluxogramas, gráficos,

colocando-os em locais de fácil visualização como porta do quarto, armários,

computador, para que possa estar sempre olhando ao passar; lembrar os gestos do

professor ao ensinar, ajuda a lembrar o assunto ensinado; quando estiver

estudando, procurar montar imagens mentais de fácil lembrança quando for

necessário utilizar as informações; por fim, importar-se com as leituras que

contenham esquemas ou resumos gráficos.

Aos auditivos, segue com as dicas, tente, quando possível gravar aulas,

palestras, seminários, para posteriormente ouvi-las periodicamente; resumir e gravar

os resumos que escreveu, preferencialmente ao acordar ou antes de dormir, pois

mente desobstruída de problemas ou se preparando para o sono é mais propensa

para a assimilação de conteúdos; tomar uma atitude mais auditiva nas aulas,

25

anotando menos para absorver mais do falado, deixando para fazer resumos do

ouvido depois e gravá-los; quando estudar, ler os textos em voz alta; ficar atento a

tudo o que é falado em sala-de-aulas e conversar sobre esses assuntos com os

colegas.

A aprendizagem, para os que possuem predominância do estilo sinestésico, é

facilitada quando os professores são dinâmicos, gesticulam, se movimentam na

sala, modulam a voz e a inflexão das palavras, utilizam o quadro; devem estudar

lendo em voz alta e caminhando pelo espaço de estudo; as experiências práticas

sobre os assuntos em laboratórios são de grande valia, assim como estudar

mudando de lugar constantemente, alternando atitudes entre escrever, ler em voz

alta gesticulando de forma associativa ao conteúdo estudado.

Finalizando suas dicas, Teixeira coloca que elas independem do estilo

predominante de aprendizagem do indivíduo, pois é ideal saber utilizar as diversas

técnicas de estudo. Deve-se treinar as três formas de percepção buscando equilíbrio

entre elas, a fim de ter facilidade de aprendizado independente de ambiente ou

circunstância.

2.3 TEORIA DA COMUNICAÇÃO: UMA VISÃO ANTROPOLINGÜÍSTICA

O principal objetivo de qualquer aula é a transmissão de um determinado

conteúdo e sua discussão entre professores e alunos. Para que haja eficácia nesta

tarefa se faz necessário atentar aos elementos constantes na comunicação. Roman

Jakobson (1973) afirma ser a linguagem, construção social pela humanidade através

dos tempos (PIMENTA, 2007) o instrumento principal da comunicação. O publicitário

Duda Mendonça (ibid), afirma que a “Comunicação não é o que se diz, mas o que o

outro entende”. Já em Wall (2007), Comunicação é definida por todas as formas que

uma mente afeta outra. Esta amplia o espectro da definição permitindo que se

utilizem recursos para comunicar, ao falar em „todas as formas‟.

Wall apresenta um esquema para descrever o processo de Comunicação que

Maletzke e outros que inicia pelo emissor e dá um giro de trezentos e sessenta

sintetiza os modelos traçados por Shannon, Weaver, Berlo, Gerbner, Lasswel,

graus, retornando e findando no mesmo emissor.

26

O Emissor seria uma pessoa ou entidade que irá iniciar o processo

comunicativo emitindo uma mensagem com objetivo específico. Este pode ter quatro

atributos em si - visibilidade, credibilidade, poder e afinidade. O primeiro atributo,

visibilidade, define se há a intenção de ser visto enquanto o emissor da mensagem,

o que poderá interferir na importância que o receptor dará à mensagem recebida.

Este atributo é intimamente ligado ao da credibilidade, que trás em si a idéia de

autoridade, conhecimento e confiabilidade. O atributo do poder irá gerar a

expectativa de premiação ou repreensão, por parte do emissor ao receptor. Por fim,

afinidade. Aqui a associação é a relação emissor-receptor e pode ser de

similaridade, familiaridade e lealdade, entre outras.

O segundo elemento da Comunicação presente no esquema é a Mensagem.

Segundo Cullmann (WALL, 2007), esta é vista como um conjunto de elementos de

percepção, determinantes das relações e estado interior do emissor. Coloca,

também, que certo grau de imprevisibilidade contido na mensagem gera mudanças

comportamentais no receptor. Conclui dizendo que o emissor ao definir a mensagem

precisa ter em mente que além de seus objetivos, o receptor possui modelos

mentais e um repertório semântico a serem respeitados.

Toda mensagem elaborada deve estar baseada em um Código, e este é o

terceiro elemento apresentado no esquema supracitado. Tal código deve pertencer a

um sistema simbólico conhecido, ao menos parcialmente, pelo receptor, seja ela

verbalizada, gestual, icônica, sonora... É necessário que haja uma preocupação por

parte do emissor, a de que o receptor esteja familiarizado com o sistema simbólico

escolhido na codificação da mensagem.

Uma vez o emissor tendo definido o teor da mensagem e a codificado, ainda

não se fez a comunicação. É necessário que escolha o meio por onde a mensagem

será conduzida ao receptor. Esta opção estará intimamente ligada ao público alvo e

ao contexto da mensagem. Com relação ao público alvo podem-se observar três

situações distintas, na primeira, quando a comunicação se fará um-a-um, ou seja, de

um emissor para um receptor - poderá ser por um encontro, uma carta, um e-mail,

um chat, um telefonema - mas quando é de um para vários, ou seja, de um pequeno

grupo à comunicação de massa, a escolha do meio de comunicação, chamado

veículo de comunicação, ou os conhecidos mass media, assim denominados pelos

frankfourteanos, Adorno e Horkheimer, fica muito mais delicada. Ainda Wall (2007)

cita as “Sete Dimensões de Crane” para fazer uma escolha mais consubstanciada e

27

científica. A primeira dimensão é a da Seletividade, onde buscar-se-á atingir o

segmento de público esperado; a intrusividade fica em segundo lugar, afim de

introjetar no grupo buscado pessoas que não estão em busca destas informações,

mas que são interessantes ao emissor; seguindo a relação, vem em terceiro lugar a

modalidade sensorial, esta está ligada aos sentidos a serem ativados pelo veículo

de comunicação, visual, auditivo, áudio-visual, tátil... ; a relação temporal aparece

como a quarta dimensão, aqui se leva em conta o imediatismo da mídia, uma

mensagem sonora só pode ser recebida pelo receptor no momento em que está

sendo produzida, ao contrário de uma mensagem impressa, que tem o tempo ao seu

dispor, afinal a mensagem pode ser guardada pelo receptor até que chegue o

momento propício à sua visualização; por permanência, a quinta dimensão,

compreende-se a possibilidade de o receptor, por iniciativa própria, ter a

comunicação repetida; em sexto lugar vem a dimensão dos códigos admitidos, afinal

os símbolos devem ser adequados ao meio de transporte, não se transmite uma

mensagem sonora em uma página de revista; e finalizando as sete dimensões

temos a universalidade, onde o emissor precisa observar o número de pessoas que

o meio de comunicação atinge.

Dois elementos podem interferir diretamente no momento da codificação da

mensagem. O esquema apresentado indica o ruído e a redundância como tais. Os

ruídos interferem deteriorando a informação ao interferirem nos símbolos

codificados, da mesma forma a redundância, embora que uma certa dose seja

benéfica, enquanto reforçador da mensagem, o excesso é prejudicial, pois pode

trazer confusão à mensagem ao chegar ao receptor.

O próximo elemento de comunicação é o receptor. Este, o indivíduo ou o

público-alvo, é a quem a mensagem é endereçada. Pode-se categorizar este

elemento quantitativamente. Indivíduo isolado; pequeno grupo, onde seus

integrantes possuem características comuns e interagem entre si; organizações,

nesta categoria o comportamento individual é condicionado pela posição ocupada,

ou pelo papel social desempenhado; por fim, agregados, conjuntos de indivíduos

maiores ou menores com interações não generalizadas, comumente atingidos pela

mass media.

Por fim, o último elemento responde por uma tríade de nomes, ação, emoção

e informação. A comunicação objetiva levar o receptor a uma ação; despertar nele

uma emoção ou informá-lo de algo que lhe seja útil.

28

Pimenta (2007) traz outro modelo de comunicação, onde inclui ruído e

feedback. Em traços curtos, o modelo de comunicação se resume em um emissor

que envia uma mensagem a um receptor que lhe retorna um feedback. Cita

Robinson (1991) com um modelo mais complexo, com seis elementos onde o

primeiro é a concepção da mensagem, seguido pela codificação da mensagem e

pela seleção da mensagem, todos executados pelo emissor. O quarto elemento, ou

etapa, da comunicação é a decodificação, a quinta a interpretação da mensagem e

finalizando pelo feedback. Este, por sua vez, funciona como um retroalimentador do

processo, pois permite ao emissor saber se sua mensagem chegou e com qualidade

além de sua aprovação, rejeição e compreensão.

Há também, neste modelo de comunicação a possibilidade de interferência

pelo ruído, e ele pode ter várias origens. Pode estar nos elementos humanos do

processo, o emissor ou o receptor, e pode ter três causas, uma psicológica, relativa

ao estado emocional - preocupação, estresse, descontentamento; perceptual, tem

ligação com a percepção de mundo e de pessoa, pode estar relacionada à cultura,

religiosidade, preconceitos, estereótipos, politização, dentre outros fatores; por

último pode ser fisiológica, dependendo das dificuldades momentâneas, como um

mal estar, dor de cabeça, ou permanente no caso de deficiência visual e auditiva.

Além de psicológico, o ruído pode ser ambiental, com barulhos em excesso, pouca

luz ou trânsito de pessoas, por exemplo. por fim, o ruído pode ser na mensagem,

quando o sistema simbólico foi mal escolhido, provocando problemas de

vocabulário, ou na velocidade da transmissão da mensagem, quando pode levá-la à

deteriorização.

Dois outros conceitos são apontados por Pimenta (2007). O de redundância e

o de entropia. Aqui é feito um conceito de redundância diferente do apresentado

anteriormente. A redundância é vista como previsibilidade da mensagem. Mídias

onde o visual e o auditivo se reforçam como repetições. No caso da entropia, um

elemento não usual, estranho à comunicação se faz presente, contrário à

redundância, é absolutamente improvável naquele teor de comunicação sua

presença. Muito utilizado na publicidade.

Diante dos processos de comunicação descritos, complementares e não

díspares, pode-se voltar a atenção ao lingüista russo Roman Jakobson (1973) que

apresenta seis funções, uma para cada um dos seis fatores considerados por ele

29

para a boa comunicação. Se faz necessário colocar que Jakobson não trata de

feedback ou ruídos no processo.

O modelo de Jakobson inicia, como todos os outros com o emissor enviando

uma mensagem a um destinatário. Uma mensagem que requer um contexto, ou

referente, de interesse do destinatário e que seja verbal ou verbalizavel, visto que a

fala antecede a escrita no que condiz à linguagem. Para a transmissão, um canal

físico que mantenham conectados, em comunicação, emissor e destinatário.

Cada fator descrito por Jakobson no processo comunicativo determina, em si,

uma função da linguagem. Esta irá determinar a estrutura verbal de uma

comunicação. Quando se fizer notar um pendor para o contexto, ou referente da

mensagem, será reconhecida na mensagem a função referencial, também

conhecida por denotativa ou cognitiva, objetiva e informativa em sua essência.

Se o centro da mensagem estiver no remetente, por ser ele quem dará o

caráter emocional na mensagem, receberá nomenclatura de emotiva ou expressiva,

demonstrando claramente a intenção de quem fala em relação ao tema exposto. A

ira, a ironia, a melancolia, a surpresa, enfim, as emoções se deixam transparecer.

Imperativo e vocativo, marcas da função conativa, que faz referência ao

destinatário. Estas não podem ser questionadas como as sentenças declarativas.

Veja. Beba. Faça. Não há como passá-las pelo teste de veracidade, pois elas não

embutem uma ação realizada, e sim, a realizar.

Jakobson (1973) cita Bühler que demonstra essas três funções iniciais são

relativas às três primeiras pessoas do singular. O remetente é a primeira pessoa, o

eu, quem está enviando a mensagem; a segunda pessoa, tu, fica a quem se fala, ou

seja, ao destinatário, e por fim a terceira pessoa tem referência no que se fala, o ele

da questão.

O veículo de comunicação, o meio físico, ou o contacto para Jakobson

quando está no centro da mensagem define a função fática, nominada pelo

antropólogo Malinowski. Tem por objetivo garantir que não se perca o elo

comunicacional. O lingüista russo ainda coloca ser esta a primeira forma de

comunicação de uma criança, antes da verbalização de seus pensamentos e

quereres.

O discurso pode vir a estar focado no código utilizado para tratar a mensagem

de forma a ser compreendida pelo destinatário, neste caso temos a função

metalingüística. É possível compreender o que está sendo exposto? É uma

30

confirmação entre remetente e destinatário, se estão utilizando o mesmo sistema

simbólico no código da linguagem para garantia da compreensão da comunicação.

Pimenta (2007) trabalhando a questão entre codificação e decodificação apresenta a

classificação de Bordenave (1998). Ele classifica os códigos em analógicos e

digitais. No primeiro grupo agrupa os signos que possuem seus significantes juntos

a seus significados, ou objetos referentes - fotografias, desenhos, esculturas,

pinturas realistas, onomatopéias, etc. O segundo grupo está introjetado na

classificação de digitais, onde os signos não guardam semelhança com seus

significantes. Seguindo o raciocínio, Pimenta subdivide os códigos em outros dois

subgrupos, os códigos abertos, onde há mais de uma decodificação para um mesmo

significante, ou mais de uma resposta possível; em outro subgrupo temos os códigos

fechados, onde em contrapartida ao primeiro subgrupo, possui apenas uma

decodificação possível.

Finalmente, quando o pendor está na própria mensagem, temos a função que

é dominante na arte verbal, a função poética. Seu estudo extrapola o âmbito da

poesia.

2.4 EDUCOMUNICAÇÃO UM AMALGAMA COGNITIVO

Quando Educação e Comunicação se cruzam realiza-se o que propõe a

Educomunicação. Este pensamento consta do Manual de Educomunicação

produzido para a II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente que

ocorreu em Luziânia, Goiás, de 23 a 28 de abril de 2006 (BRASIL, 2008).

Nele é apresentado um lado da Educomunicação onde se utiliza a

Comunicação como ferramenta de aprendizado, propondo que alunos produzam

jornais, rádio-escola, tv-escola, dentre outras peças de mídia e com isso possam

aprender a expressar-se para um público, dominando sua timidez, adquirindo

autoconfiança, ao utilizar as palavras de forma competente, o que, sem dúvidas o

levará a ouvir com atenção seus pares. O mesmo material afirma que para esta

comunicação ser bem sucedida o aluno precisará mais do que dominar um conjunto

vocabular amplo, será necessário que tenha competência técnica e aprenda a

manipular com eficiência os equipamentos disponibilizados para o serviço, ou seja,

mesa de som, microfones, gravadores, computadores, câmeras, impressoras, dentre

31

tantos outros que lhe forem oportunizados. O manual termina apresentando o

objetivo final deste tipo de experiência em Educomunicação, que é a de formar

jovens para utilizarem a Comunicação como ferramentas de transformação de

sonhos em realidades, ganhando autoconfiança e autonomia e intervindo

diretamente na realidade em que vivem.

O que este trabalho vem propor é olharmos a Educomunicação em outro viés,

não o do aluno fazendo comunicação para obter resultados com ela, mas o da

instituição de ensino ao fazê-la com intuito de facilitar o aprendizado do discente.

Como foi colocado na introdução deste, o ponto de partida está em uma visão crítica

da Teleaula e seu formato tanto didático quanto estético. Mas o momento da

proposta ainda não é esse, por enquanto o embasamento teórico no assunto

Educomunicação se faz mais necessário.

Educomunicação é a inter-relação entre Educação e Comunicação, não tendo

em sua definição o sentido deste vetor - pode-se ter seu início em qualquer uma das

extremidades, ou a da Educação fazendo Comunicação, que é a explicitada acima,

partindo do aluno, ou da Comunicação para a Educação, como é o caso da

Educação a Distância com as Teleaulas.

Niskier (2001) já relatava que em seu início, a televisão não era o meio de

diversão mais apreciado, e sim o cinema. Dentre suas características mais

importantes para a cultura da época, ele divertia, informava e instruía. Em

contraponto, atualmente é a TV quem exerce o maior fascínio, principalmente

quando a temos com canais por assinaturas, nos quais se encontram aqueles

atributos antes inerentes ao cinema. Canais de entretenimento com programas

musicais, reality shows, auditórios, desenhos animados em canais estritamente

infantis, com jogos e brincadeiras, outros com teor femininos com dicas de moda,

beleza, profissões; muitos com ênfase informativa, noticiosos, entrevistas,

documentários; por fim os instrutivos, onde há uma boa quantidade de canais

educativos, tanto com programas de debates, quanto com teleaulas em cursos que

vão dos informais, como as técnicas de artesanatos, culinárias, pinturas, aos

formais, os chamados telecursos. O que vale se ater é que a sociedade vive em

constante mudança, e em cada período vivido ela elenca suas preferências, suas

opções mais adequadas à sua contemporaneidade.

Então, contextualizando... Atravessamos um momento de transição onde o

modo de comunicação passa de massivo à interativo (SILVA, 2008). A sociedade

32

humana está imersa em um processo de reconfiguração dos sistemas de

comunicação. Essa mudança não é mera introdução de ferramentas tecnológicas,

mas está intimamente ligada à uma época de transição que permeia a sociedade

humana, conforme tratada no texto sobre pós-modernismo. Hoje, o indivíduo,

enquanto espectador é menos passivo à mensagens fechadas, sem a possibilidade

de intervenção. Sua ação, mediante à informação foge do modelo de recepção

clássica. Ao invés de um espectador passivo, transformou-se em sujeito operativo. O

usuário passa de apenas ator, a co-autor no processo comunicativo. Hoje o aluno

deixa de conjugar, apenas, os verbos ouvir, ler e escrever e passa a gravar, voltar,

adiantar, selecionar, tratar, apagar, imprimir, receber e enviar, qualquer tipo de

mensagem e em qualquer tempo e lugar. Hoje ele tem controle sobre o seu

processo de aprendizado. Assim, a verdadeira Educação não pode ser mais a que

Paulo Freire trata por “Educação Bancária”, ela deve ser participativa, não é mais

mera transmissão de conteúdos professor-aluno, mas o aprendizado é construído na

interação professor-aluno. O docente de hoje precisa ser motivado a transformar o

modelo comunicacional baseado no falar-ditar.

Existem salas presenciais onde há baixa participação oral dos alunos, ao

menos no que condiz ao conteúdo ministrado de forma tradicional, unilateral e

enfadonha. Na era da comunicação, da informação, não basta uma sala organizada

em forma matricial com um adulto à frente solicitando silêncio para falar 50 minutos

ininterruptos escrevendo, quando deseja, em um quadro verde com giz branco. Não

desperta a atenção dos alunos, no tempo da Internet, TV a cabo a insistência nas

atividades individuais e solitárias. Em uma época de tecnologia, a educação a

distância aparece como a possível revolução pedagógica, mas como afirma Silva

(2008), a sua pedagogia se mantém centrada na lógica da distribuição, transmissão

massiva de informação ou conhecimento, uma sala de aulas tradicional onde o

professor está no interior de uma televisão ou projetado em uma parede. Ainda Silva

(ibid) comenta, os sites educacionais também se apresentam estáticos,

subutilizando as possibilidades da tecnologia digital, centrado na transmissão de

dados e desprovido de mecanismos de interatividade, aos moldes da mass media.

Há um alerta dado pelo mesmo autor acima citado de que a Educação, como

um todo, presencial ou não, precisa extrapolar a simples emissão do conhecimento

e perceber que os atores da comunicação, em nossos dias, têm possibilidades de

interatividade. A Educação precisa se apartar da tríade emissão-recepção-mass

33

media. Se faz fundamental que se busque aprofundar o conhecimento na

interatividade, se inquietar, ousar na modificação da comunicação da aprendizagem,

na construção do conhecimento e participação cidadã.

Interatividade não é conceito estrito da Informática, muito pelo contrário, é

conceito anterior da Comunicação e conforme Silva (ibid) postula há duas

disposições para que ocorra: a primeira é dialógica, relaciona emissão-recepção,

enquanto pólos antagônicos, porém complementares na co-criação da comunicação;

segundo, a intervenção do receptor no conteúdo da mensagem/programa que deve

ser aberto à alterações e manipulações.

No processo de Comunicação há três elementos que são comuns, qual

modelo de Comunicação possa-se olhar: emissor, receptor e mensagem. O emissor

não emite mais em no mesmo sentido que fazia outrora, não é mais um propositor

de mensagens fechadas, mas é aquele que oferece um leque de possibilidades. O

receptor, atualmente fora da posição clássica de recepção é fundamental para a

validação da significação da mensagem, que pode e deve ser recomposta,

reorganizada, modificada com sua interveniência, deixando de ser uma mensagem

apenas emitida e recebida. Para a interatividade a unilateralidade „emissor-

mensagem-receptor‟ não tem mais função. Interatividade é a concatenação de dois

termos „inter‟ e „atividade‟ e para que haja algo „inter‟ é necessário dois participantes,

logo interatividade é a atividade entre, pelo menos, dois participantes.

Para concluir este texto, vem a calhar a expressão de Silva (ibid),

parafraseando Hélio Oiticica, lança a “Pedagogia do Parangolé”, onde o professor

propõe o conhecimento, não o transmite. Sua função passa a ser, inicialmente, a de

modelar os domínios do conhecimento, os espaços conceituais. São os alunos que

construirão os próprios mapas que os conduzirão em sua exploração. Desta forma,

mais que pontos de chegada, os conteúdos o são de partida para a construção do

conhecimento.

O papel docente passa a ser mais instigante que a de um mero falante. Agora

ele é formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de

equipes de trabalho, sistematizador de experiências, propositor da participação ativa

na construção do conhecimento, disseminador de um outro modo de pensar e

inventor de uma nova sala de aulas, seja presencial ou a distância.

34

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Em uma Pós-Graduação em Educação a Distância o tema pesquisado teria

uma óbvia ligação com o objeto de estudo, mas além desta ligação ser

imprescindível já estava dentro de uma linha de pesquisa de profundo interesse, já

de algum tempo. Educação, comunicação e tecnologia, três assuntos que

permearam minha vida desde muito cedo, afinal com dezessete anos experimentei a

sala de aula em posição de docência em um curso supletivo. hoje com quarenta e

oito anos e idas e vindas à área da Educação, certamente conto com quase duas

décadas de pó-de-giz.

Sei que não é praxe em um trabalho científico, desta magnitude, a colocação

em primeira pessoa, mas como colocado na Introdução, este foi iniciado a partir de

um problema, inicialmente pessoal que, após contatos com alunos do Pólo que

coordeno, se tornou um tanto mais genérico.

Logo, já há algum tempo leio Educação, questiono Educação e mesmo

informalmente, pesquiso Educação. Sendo assim já havia um repertório que me

serviu de alavanca para buscar mais. O eterno mestre Paulo Freire, sempre muito

bem citado por várias pesquisas em Educação não poderia ficar fora, afinal, tal qual

a EAD sempre foi vanguardista, o professor Pedro Demo com sua sociologia da

educação serve como pano de fundo no embasamento crítico, assim como outro

grande ícone da Educação brasileira, o professor Demerval Saviani e a sua

Pedagogia Histórico-Crítica. Uma linha filosófica que há muito embasa minha visão

crítica na sociedade e na cultura é a da Escola de Frankfourt, com seus principais

entes, Addorno, Horkheimer, Benjamin, Habermas, e seus representantes no Brasil,

os professores Bruno Pucci, Wolfgang Leo Maar, Newton Ramos-de-Oliveira. Mas

todos eles seriam bases teóricas genéricas, formadoras de um pensamento que está

intrínseco aos meus escritos sobre assuntos inerentes às Ciências Humanas e em

especial Educação.

35

Precisava pesquisar algo mais específico, e em áreas tão novas, vivendo

longe dos grandes centros, logo, bibliotecas mais bem servidas, recorri à Internet,

por isso o grande número de textos relacionados com referências aos sites em que

foram encontrados. Como vivo tecnologia, trabalho tecnologia, pesquiso tecnologia,

alguns dos textos foram passados por colegas de comunidades ligadas à Educação

no site de relacionamentos Orkut.

Como citei anteriormente, Educação coexistiu em minha vida com a

Comunicação Social. Tantos outros anos trabalhando em produtoras de vídeos,

agências de publicidade, editoras de revistas e jornais. Como um operário fabril,

passei da produção à criação, para todas as mídias.

Em determinado momento de minha vida a tecnologia se fez presente,

quando por causa do trabalho com televisão fui estudar Análise de Sistemas. Era o

início da computação gráfica na TV, nos idos de 1980.

Quando encontrei uma comunidade no Orkut ligada à Educomunicação

percebi que ali estaria uma área onde poderia amalgamar minhas experiências

profissionais e dedicar-me em tempo integral à maior de minhas paixões

profissionais, a Educação. É o que tento apresentar neste estudo de casos. Minha

paixão pela área, além de uma profunda disposição em desbravar e colaborar para

esta nova forma de fazer Educação, a modalidade a distância. Certa vez ouvi em

uma conferência sobre Marketing que o que é tendência não é temporário. Vejo EAD

como algo que está na transição da tendência para a permanência, é só ver o tempo

que o professor Arnaldo Niskier, constante de minha bibliografia trabalhou por ela,

inclusive em comissão específica no Ministério da Educação.

Espero poder participar, agora como especialista na área e ter a oportunidade

de aprofundar minhas pesquisas em um programa de Mestrado e quem sabe, se

ainda houver tempo, Doutorado, trazendo algo novo para somar às gerações

vindouras.

Creio não ter sido este um texto adequado à uma monografia, muito menos

onde deveria estar discutindo pesquisa bibliográfica, e sim um mini currículo, uma

carta de intenções e muito mais uma declaração de amor à Educação, mas as

referências falam por si no conjunto dos textos.

Perdoem e compreendam a impertinência nada ortodoxa.

36

3.2 PESQUISA DE CAMPO

Inicialmente por curiosidade, enquanto pesquisava sobre Estilos de

Aprendizagem, preenchi um teste que apontava o estilo de aprendizagem no site

www.andretoffani.com/curiosidades_teste.htm. Nele, o resultado apontado, tinham

relação com minhas preferência de estudo, quando traço esquemas, assisto vídeos,

analiso artes, todas com características visuais. O teste indicava em meu caso,

percentualmente, que tenho características de aprendizagem distribuídas da

seguinte forma: 39,17% visual, 31,67% auditiva e 29,17% sinestésica. Neste caso

um equilíbrio com leve tendência ao visual. Mas houve caso desta distribuição estar

mais forte para um dos três estilos, como o que demonstro a seguir: 27,50% visual,

7,50% auditiva e 65% sinestésica.

Após testar em mim, passei a fazê-lo com pessoas cujo estilo de estudo e

facilidade de aprendizagem conheço de perto, ou seja, minha esposa, também

acadêmica na modalidade EAD, do curso de Pedagogia, onde teve um resultado já

esperado por ambos: 42,50% visual, 12,50% auditiva e 45% sinestésica. Uma

tendência visual-sinestésica com leve preponderância da última.

Aferido e comprovada sua eficiência em distinguir percentualmente a

incidência de cada estilo em cada indivíduo parti para uma pesquisa com um

universo mais significativo e com sentido para o estudo, visto que o tema gira em

torno da Teleaula. Portanto, o teste foi aplicado em um universo de cem acadêmicos

em EAD, e os resultados finais foram os seguintes, em forma textual - o teste está

transcrito, na íntegra, no Anexo 1 e a tabulação no Anexo 2, já o anexo 3 apresenta

um gráfico de pizza comparando os resultados percentuais entre os estilos e suas

combinações.

Em um conjunto de cem acadêmicos da modalidade a distância em

graduação e pós-graduação, o teste indicou o seguinte resultado percentual em

ordem decrescente: 68% Sinestésicos; 25% Visuais; 4% Visuais-Sinestésicos; 2%

Auditivos; 1% Visuais-Auditivos e 0% Auditivos Sinestésicos.

Há uma predominância massiva de acadêmicos cujos estilos preponderantes

de aprendizado são sinestésico, visual e sua combinação, juntos somam 97%,

contra 3% daqueles que apresentam o estilo auditivo como principal forma de

aprendizagem.

37

4 ANÁLISE CONTEXTUALIZADA

Retomando o nosso Bolero de Ravel, que permeou este trabalho, percebe-se

que cada instrumento participante já está inserido, e que agora, juntos podem

apresentar o tema proposto dentro de uma harmonia, estipulada pelo arranjo, com o

intuito de que o espectador, na peça musical, ou o leitor em nosso caso, tenha-os

assimilado em seu repertório cognitivo.

O tema descrito logo na Introdução deste faz uma ligação entre a Teleaula, ou

seja, um dos produtos da Educação a Distância, com a Educomunicação, uma

ciência recentemente formatada onde são unidos os recursos e conceitos da

Educação com os da Comunicação, sempre com a visão de proporcionar ao

discente uma ferramenta de aprendizado mais ao seu tempo, mais contextualizada.

Já que estamos nos referindo a uma contextualização do exposto, se faz

necessário discutir o período em que vivemos. Sendo assim, foi apresentado do

Referencial Teórico, o Pós-Modernismo e uma de suas características principais, a

ruptura com os paradigmas do Modernismo, crise esta que extrapola a contradição

entre períodos e se estabelece no próprio conceito de paradigma.

A Educação passa por uma grande crise estrutural que tem gerado outra,

agora conceitual e estrutural que desencadeia um terceiro nível, agora em seu

modelo. São questionados os arranjos modernos da sala-de-aulas matricial, as aulas

meramente expositivas, o professor como detentor único do saber, conforme o

postulado crítico em relação à educação bancária produzido por Freire; o

construtivismo exacerbado que libera o aluno a aprender o que desejar na hora em

que quiser, sem nenhuma orientação para esta busca da construção do seu

conhecimento, distorcendo a pedagogia que ensina Piaget; ou o tecnicismo

desumanizado, implementado pela ditadura militar, exclusora da Sociologia e

Filosofia do antigo segundo grau, atual Ensino Médio, quando foi necessário sairmos

de um governo neoliberal de um sociólogo, que negou a reintegração das disciplinas

no currículo e adentrar ao governo popular democrático de um operário fabril,

torneiro mecânico, para que a devida importância fosse dada ao preparo à cidadania

já nas Escolas com as disciplinas reintroduzidas. Mesmo assim, alguma coisa é

38

preciso ser feita. Não adiantam criar metodologias ou métodos inovadores, rupturas

com os anteriores, se não fossem alterados os modelos da Educação brasileira.

Métodos e metodologias, aplicadas na Escola atual, são como - se me permitem o

funesto comparativo – maquiar um defunto. Aos parentes e amigos pode até dar

uma exterioridade de vida, mas não passa de um cadáver que precisa ser enterrado

ou cremado para não produzir, por sua decomposição, odores desagradáveis e

doenças produzidas pelas bactérias saprófitas - decompositoras de matéria

orgânica. A Escola, com seu modelo atual está em decomposição.

O mundo pós-moderno trás em seu bojo a liberdade de expressão, de

pensamento e de exposição das inconformidades. Produz questionamentos e esses,

derrubam os paradigmas estabelecidos. O pós-moderno é niilista, fragmentário, sem

valores definidos, tanto que sua estética é a do retrô, uma fusão de conceitos já

utilizados, inclusive pelo modernismo. Esta crise é o momento exato para uma

renovação na Educação, para sua retirada do atoleiro em que a colocaram, quando

a transformaram em reprodutora da sociedade. Educação não é para reproduzir,

mas para gerar renovação, e para tanto, deve levar o aluno ao aprender a aprender,

à própria construção de seu conhecimento, de seus conceitos e conclusões.

Educação é “fábrica” de pensadores, é Academia, Liceu, formadora de filósofos para

cada área do conhecimento, pois é mais fácil a um filósofo ser, quando necessário,

um tecnicista, que a um tecnicista, se tornar um filósofo e, questionando, gerar as

transformações necessárias para a melhora de vida da sociedade.

Esta ruptura pós-moderna permitiu que diversos experimentos fossem feitos,

alguns mais eficazes, outros menos e outros ainda nem um pouco. Dentre estes

experimentos, e mais especificamente na Educação, aproveitando um conceito já

estabelecido, aos moldes pós-modernos de apropriação do existente para construir

sobre eles seus modus operandi. O conceito revisitado, o da educação a distância,

já muito difundida nas formatações escritas, via correios, sua primeira versão, ou

radiofônicas, a segunda geração da modalidade, agora utilizará uma nova

tecnologia, a da teletransmissão. A Educação a Distância ganha recursos áudio-

visuais, movimentação, tal qual o mundo moderno, potencializado no pós-moderno.

Não se pode ter uma visão romântica de que essas tecnologias pasteurizarão

as sociedades e suas culturas, por mais que a visão capitalista, principalmente em

sua vertente neoliberal deseje, os costumes culturais poderão ficar em um plano de

39

fundo, com os valores consumistas dando certos arpejos dissonantes, mas as

culturas intrínsecas a cada povo serão o tema principal, os governos os arranjos.

As relações sociais se portam como formadores do indivíduo, e a partir de sua

interação com seus pares serão construídos seus conceitos, influenciados pelo

regionalismo, pela complexidade e diversidade cultural e pelas peculiaridades

lingüísticas. Desta forma, o nosso acadêmico chega às telessalas com um conjunto

de conceitos formados no interior de seu grupo social, com todas as características

inerentes a ele. Essas informações podem e devem ser utilizadas para o

enriquecimento do rol de conhecimento de seus pares, que estão nas demais

telessalas espalhadas por esse país continental. É sabido que grande parte de

nossos acadêmicos já possuem alguma relação com a área de estudo e, portanto, já

experienciaram algumas situações problemas que ao serem compartilhadas, darão

um tom mais participativo às aulas.

Outra preocupação que nossos docentes precisam ter ao planejar seus

cursos e preparar suas aulas é concernente ao potencial biopsicológico de

processamento de informações inerente a cada um dos discentes. Não que o

professor precise conhecer a cada um de seus milhares de alunos, mas sim, às

variantes de inteligências que poderão haver em cada uma das telessalas onde irá

ministrar suas aulas. Gosto do termo ministrar devido ao seu significado de “passar

ao domínio de” (HOUAISS, 2004), ministrar não fica no mero transmitir

conhecimento, mas passar o domínio do conceito a alguém. O eminente doutor em

Educação da Universidade de Harvard, Howard Gardner já coloca, inicialmente, oito

inteligências distintas. Cada uma delas está intimamente ligada à facilidade cognitiva

de cada indivíduo, e, sem dúvida, se cada assunto buscar uma apresentação que

abrace um número maior de inteligências, mais eficaz será a ministração, ou seja, o

compartilhar, o passar o domínio do conhecimento necessário à prática do futuro

profissional, atual acadêmico. Desta forma, será necessário um tratamento à

mensagem repassada quanto ao seu ponto de entrada, ou seja, a forma como será

iniciada a comunicação desta, quais as metáforas, ou analogias utilizadas para que

não fique longe do sistema simbólico de cada acadêmico, esteja este em qualquer

telessala deste país de tanta diversidade cultural, até que se atinja o núcleo do

conteúdo, o ponto chave que possibilitará o indivíduo raciocinar e construir seu

conhecimento. Não há partitura fixa para a abordagem, só o tema está escrito, cabe

40

a cada docente criar um arranjo que acredite ser o mais apropriado àquele

momento.

Uma ferramenta que apresento, neste estudo de caso, ao corpo docente, são

os Estilos de Aprendizagem, podemos colocá-los como uma operacionalização

resumida das Inteligências Múltiplas de Gardner. Aqui é demonstrado que uma vez

que o indivíduo, a partir de sua práxis social está apto a realizar interpretações,

selecionando e organizando os dados disponíveis, construirá seu próprio modelo

organizador, ou seja, uma estratégia de aprendizado específica que potencializará

seu aprendizado. Estas, através de uma dinâmica cerebral, uma combinação de

percepção, organização e processamento, será decodificada em suas

características sensoriais, seja esta visual, auditiva ou sinestésica. Na referida

pesquisa de campo, aplicada a uma centena de acadêmicos de graduação e pós-

graduação na modalidade EAD, foi constatada uma grande maioria de indivíduos

com estilo de aprendizado sinestésico, somando 68% de incidência, seguidos por

25% de visuais e 4% de visuais-sinestésicos, isto perfaz um total de 97% de

acadêmicos que tem sua aprendizagem comprometida por aulas, apenas,

expositivas. Como foi colocado na Introdução, meu interesse neste tema foi

despertado logo nas primeiras aulas onde o docente era apresentado, quase que o

tempo integral da aula em plano americano, atrás de um púlpito falando, e, nas

poucas vezes em que foram apresentados os slides, estes ficavam expostos tão

pouco tempo que não permitia que fossem copiados, um grande problema àquele

acadêmico que não é auditivo, ou seja, à grande e esmagadora maioria de 97% de

nós. A cada slide que não conseguíamos transcrever em nossos cadernos de

anotações, um grau de irritabilidade nos era aumentado, assim como a dispersão,

até que culminava, por vezes pelo desinteresse total em permanecer na aula,

ficando inevitável uma saída da sala para acalmar. Em meu caso, de coordenador

de pólo, só me foi possível aproveitar as aulas após estarem disponibilizadas no

Edutube, quando baixei-as e assisti em meu computador, podendo pausá-las e

montar meus esquemas em meu caderno, aí sim, produzindo o visual e podendo

estar com olhos fixos nele, o falado me foi útil.

É exatamente aqui que precisamos atentar à maneira correta de comunicar. O

docente só pode ter a certeza de que sua mensagem foi devidamente ministrada

quando há o retorno por parte do discente. Não lhe enviando um abraço, ou

solicitando cumprimentos à sua Telessala, mas discutindo o assunto inerente à aula.

41

Concordando, discordando, encaminhando informações inerentes à sua região com

relação ao exposto na teleaula. No capítulo referente à proposta dirigida serei mais

detalhista sobre o como pode ser solucionado este problema. Agora atentaremos à

atenção que deve haver no tocante à comunicação professor-acadêmico. Iniciando o

processo comunicativo, como já discutido nas teorias da Comunicação, há a

necessidade de um Emissor, este é quem irá preparar a mensagem a ser enviada

ao Receptor. O Emissor em nosso caso é o professor, que sabemos ser um

educador amplamente capacitado ao exercício da função, domina os conceitos a

serem ministrados e possui boa verbalização. Seguindo o processo temos a

Mensagem. Esta é definida em cada disciplina de cada curso, inclusive por currículo

mínimo definido pelo MEC, logo, não é problema, também. O veículo de

comunicação é a transmissão televisiva via satélite, outro elemento de comunicação

que não é problema. Mais um elemento desta interação comunicativa é o receptor.

Este está sentado em uma telessala confortável, recebendo a teleaula por uma TV

com mais de 29”, ou um projetor datashow, através de uma transmissão por satélite

que, salvo em dias de tempestades, a imagem é de boa qualidade.

Então, onde está o problema?

Na codificação da mensagem.

Ao se ter uma mensagem para codificar, o emissor deve ater-se à todo o

contexto da comunicação. Quem é o receptor desta mensagem? Quais os sistemas

simbólicos por ele dominados? Qual sua regionalidade? Quais os padrões mais

genéricos de vocabulário informal que podem ser introduzidos? Quais os ícones que

são pertinentes? É faz necessário lembrar que elementos visuais são importantes

para atingir os não-auditivos, em essência, e a estes como ilustrações à voz. Há a

possibilidade de se realizarem atividades ou dinâmicas em concomitância com os

acadêmicos nas telessalas? Esta é uma forma de se atingir os sinestésicos?

Durante o período expositivo da aula, há imagens que podem ser utilizadas que

potencialize a informação para os visuais? Estas são algumas das questões que se

podem fazer ao preparar a codificação da aula. Maiores considerações serão feitas

na proposta dirigida.

Ação, emoção e informação. Esta é a tríade que se espera de um acadêmico

durante e após uma teleaula, e esta só será percebida ao ter uma via de

realimentação do processo através do feedback, aberta para que haja manifestação

dos acadêmicos, torno a colocar que estes devem ser motivados a uma participação

42

mais conteudística que meramente social. Os abraços e congratulações podem ficar

para o período de despedida dos professores, não que não sejam importantes, mas

aparentemente caracterizam que não há discussões propostas pela mensagem

ministrada, é o conceito de mensagem transmitida e não ministrada.

O intuito maior de a comunicação ser eficaz é permitir ao discente uma

verdadeira vivência de compreensão, possibilitando-o representar o conteúdo

ministrado utilizando as metodologias e recursos que lhes estiverem disponíveis ou

que este achar mais adequada.

43

5 PROPOSTA DIRIGIDA

Do que serve um estudo de caso com uma base teórica consistente e uma

pesquisa de campo pertinente se a análise de resultados não permitir proposições

práticas e dirigidas? Aprendi em meu período de estágio em uma produtora de

vídeo, quando na década de 1980 estudava Comunicação Social, que não deveria

levar problemas ao meu superior sem, ao menos uma sugestão de solução, mesmo

que não muito adequada. Então percebi o que é, realmente, ser crítico, é ter uma

idéia prévia do que pode ser feito no lugar daquilo que iremos criticar. Desta forma,

passemos à proposta para uma Teleaula que atinja com maior eficácia os 97% dos

alunos não-auditivos.

Já apontei que enquanto colocarmos o ministrador da aula em plano

americano (PA) – imagem que apresenta o personagem da cintura para cima –

apenas falando, só conseguiremos captar a atenção dos auditivos, que não se

importando com a imagem, perceberão o áudio para construir sua aprendizagem, e

lembro que na pesquisa realizada, os auditivos são representam 3%, 2% dos alunos

pesquisados são auditivos e os visuais-auditivos aparecem com 1%, não

conseguindo índice os auditivos-sinestésicos.

Sabemos - enquanto educadores que somos - que nossos cursos são

previamente planejados e nossas aulas preparadas, sejam eles para o nível que for,

da pré-escola às pós-graduações em strictu-sensu. Prova irrefutável disso são as

apostilas que chegam aos alunos antes da aula ser transmitida ao vivo via satélite.

Então, assim como uma equipe de designers gráficos se atentam às apostilas,

paginando-as, diagramando-as, inserindo gráficos, imagens, tabelas, fórmulas,

dentre outros ícones para somar ao conteúdo textual, uma equipe de pré-produção

pode ater-se à redação de um roteiro de vídeo para a apresentação do conteúdo.

Um roteiro que pode introduzir vídeos, imagens externas, experimentações, uma

movimentação mais contextualizada do professor que pode interagir com o

conteúdo.

Voltando às teorias da Comunicação, o código precisa estar em adequação

ao veículo de comunicação utilizado para a condução da mensagem, e o nosso

44

acadêmico está com os olhos postos em uma televisão ou em uma projeção

multimídia, não a um professor em um tablado com púlpito se valendo destes

recursos durante uma aula expositiva. Logo ele precisa fazer televisão, ser um

apresentador de um programa onde terá um determinado conteúdo tratado. Precisa

interagir com este conteúdo. Um exemplo clássico desta interação é o filme-desenho

Mary Poppins de Walt Disney, onde a protagonista vivida por Julie Andrews e seu

partner Dick Van Dyke entram em desenhos feitos à giz nas calçadas de um parque

para viverem, juntamente com as crianças de quem é babá, aventuras em um

mundo de desenhos animados.

Já sei... À esta altura questionam o exemplo, um tanto infantil. Mas então

porque não olharmos programas jornalísticos onde o âncora – apresentador –

aparece ao lado das imagens apresentadas como os Globo, SBT e Record

Repórter? Uhm... Mais uma vez podem achá-los inadequados por serem

jornalísticos. Vamos ao cerne da questão. As aulas do Telecurso 2000, onde não

apenas a interação com a imagem se faz presente, mas teatralizações auxiliam na

ministração da mensagem, é a linguagem adequada ao meio. Agora não pode haver

contestação, certo?

Há uma técnica, que todo bom profissional de TV conhece, que é a do

Chroma key, onde o estúdio tem seu fundo infinito pintado em uma das cores do

RGB – Red, Green, Blue – pontos de luz que formam a imagem televisiva.

Antigamente se utilizava o azul, atualmente tem-se optado pelo verde. Este é

recortado digitalmente para em seu lugar ser exibida uma outra imagem. Deve-se

atentar que o apresentador e tudo aquilo que for mostrado na imagem e que for

objeto cênico no interior do estúdio não deverá conter o mesmo tom de verde. Com

esta técnica, de execução muito simples, pode-se colocar o professor interagindo

com outras imagens previamente gravadas do conteúdo exposto.

Ainda referindo-me às técnicas de produção, as aulas podem ter sua parte

conteudística gravadas e editadas utilizando os recursos digitais de produção e pós-

produção, gerador de caracteres, computações gráficas, auxiliando com slides

animados, contextualizados, afinal, TV não é museu de belas artes, para expor

imagens estáticas. Se bem que nos museus, as instalações estão cada vez mais

presentes, principalmente nos de arte moderna e bienais.

Este novo formato de apresentação já terá mais possibilidade de atingir os

97% prejudicados por uma aula para os 3% de auditivos, sem que esses últimos o

45

sejam, logo, potencialmente comunicará, em princípio, com os 100% de acadêmicos

em modalidade EAD.

Mas não é tudo que pode ser feito para atrair a atenção de um contingente

maior de acadêmicos. A contextualização com o dia-a-dia do aluno é de fundamental

importância. Ele precisa se ver, não apenas como receptor, mas como ator e autor

de seu próprio conhecimento. Vídeos, mesmo que de celular, testemunhais de

alunos, podem inseridos nas aulas, sobre experiências profissionais a compartilhar

com os colegas. Neste momento os regionalismos aparecerão, somará ao cabedal

de conhecimentos do docente, que se utilizará destes regionalismos para dirigir-se,

em especial a alunos dos mais distintos estados brasileiros.

Enfim, o que se percebe é que as teleaulas só são transmitidas por meios

tecnológicos, mas continuam dentro de uma pedagogia tradicional e bancária. Não é

por ter inserido slides e vídeos que o deixam de ser. Enquanto tivermos púlpitos e

exposição simplesmente falada de meio-professor, quando em PA, e do outro lado

uma telessala matricial, distribuídas em colunas e linhas, insistiremos em fazer uma

educação bancária freireana. Freire (1992) ainda coloca que o mal não está, de

todo, na aula expositiva, mas no tipo de exposição feita pelo docente. O mal está na

relação “educador-educando” quando há o sentimento, por parte do educador, de

ser exclusivo nesta relação com o educando. Quando não há uma relação dialógica

no ato fundamental do conhecer. Freire critica, também, a aula que anula a

capacidade do pensar crítico do aluno, compara-a a cantigas de ninar, onde não há

desafios à reflexão. Sugere um pequeno ato inicial, por parte do professor, onde fará

uma pequena introdução ao conteúdo e a seguir lança desafios aos alunos, provoca-

os ao questionamento ou autoquestionamento. O professor conclui expondo que a

relação extrapola sujeito cognoscente com objeto cognoscível, atingindo o outro

sujeito, assim passa a ser esquematizada como sujeito-objeto-sujeito.

46

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não delongarei em minhas considerações finais, pois já o fiz, nos diversos

capítulos anteriores. Porém, não poderia deixar de definir minha situação, enquanto

coordenador de pólo presencial no Sistema Eadcon, parceira das Instituições de

Ensino Superior FAEL – Faculdade de Educação da Lapa – e UNITINS –

Universidade de Tocantins.

Há muito que nós educadores buscamos caminhos para a prática educativa

ter mais consistência. Há muito tentamos criar e recriar a roda, algo instituído em

tempos remotos. Na Idade Média, no interior dos feudos tínhamos a Igreja como

instituição de ensino, exclusivamente para servir a nobreza. Os filhos dos servos

aprendiam com o que lhes era transmitido por sua família ou pelos oficiais nas

manufaturas. As salas de aulas nas igrejas já tinham a disposição matricial, mesmo

que em semi-círculo, como em anfiteatros, professores olhando alunos que se

colocam uns atrás dos outros em uma clara disposição de submissão ao grande

mestre, detentor de todos os conhecimentos. Nota-se que o abandono à cultura

clássica fez com que mestre e discípulo parassem de caminhar olhando a natureza

e aprendendo junto com ela, como se fazia no tempo de Sócrates, Platão e

Aristóteles.

Esta herança medieval acompanhou a Idade Moderna, mesmo com o

surgimento do Iluminismo, decretando aquela ser a era das trevas, o modelo

acadêmico continuou medieval, monasterial.

Só agora, com o Pós-Modernismo é que podemos, nós, Educadores, tirar a

Educação deste atoleiro, e alguém já viu atoleiro limpo? Infelizmente um atoleiro

submetido e rendido ao capitalismo, que vê Educação como produto e aluno como

cliente. Cliente é freguês e quem o tem é mercearia, e nós não vendemos

Educação, nós a compartilhamos, nós a ministramos, por isso somos a primeira em

EAD no Brasil, em existência e a queremos ser em qualidade. No que concerne às

presenciais, que aluno que deseja ser um profissional de qualidade, renomado – o

que dá nome às Universidades – escolhe uma instituição que recebe o rótulo de

“pagou-passou”? Esta postura pode render em um primeiro momento, afinal, todos

47

que entram conseguem seus diplomas, sendo assim, os que não conseguem passar

nos vestibulares mais concorridos vão para elas como uma forma de também serem

graduados. Com o tempo, essa prática vem à tona e o descrédito, de carona, retira-

lhe alunos, assim o fracasso é inevitável.

Educação de nível não pode se atrelar à essa mercantilização da Educação,

mas deve destacar-se na habilitação de eminentes profissionais.

Em EAD temos uma vantagem grande sobre as presenciais. Além de

podermos oferecer uma Educação de qualidade e “sem fronteiras”, ou seja, termos o

Brasil inteiro como uma grande sala-de-aulas e podemos ter os melhores alunos que

estão distribuídos por esse país, em locais onde nenhuma instituição de ensino

presencial consegue, muitas vezes por ser economicamente inviável, chegar. Esta

qualidade evita o êxodo de jovens para os grandes centros, o fazendo, ao

permanecer em suas comunidades, promovê-las, participando de seu crescimento

sem a aculturação promovida por estes mesmos grandes centros. Logo, a EAD

promove um sonho brasileiro que ficou marcado com Cândido Rondon, o da

integração nacional, não da intregação nacional.

Tenho muita honra em participar deste movimento proposto de mudança real

no modelo da Educação brasileira, através da EAD. Creio nele.

Muito obrigado pela oportunidade.

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TELES, Maria Luiza Silveira. Psicodinâmica do Desenvolvimento Humano. Uma introdução à Psicologia da Educação. 9. Ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

50

ANEXOS

ANEXO I – QUESTIONÁRIO ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Teste de Cognição

1 Gosta de realizar as coisas

11 As suas decisões são baseadas

a. Por escrito

a. No que vê

b. Oralmente

b. No que ouve

c. Realizando tarefas

c. No que sente

2 Adora ganhar presente que seja

12 Fica mais interessado quando

a. Bonito

a. Te mostram

b. Sonoro

b. Te falam

c. Útil

c. Te convidam a participar

3 Sempre lembra nas pessoas

13 Quando vai à compra

a. A fisionomia

a. Olha bem o produto

b. A voz

b. Ouve o vendedor

c. Os gestos

c. Procura experimentar

4 Lembrando um filme, as primeiras coisas que vêm à sua mente são

14 Quando está aguardando alguém

a. As cenas

a. Observa o ambiente

b. Os diálogos

b. Presta atenção nas conversas

c. As sensações

c. Anda e mexe nas coisas

5 Na maioria das situações você prefere

15 Numa apresentação o que mais lhe atrai

a. Observar

a. A iluminação

b. Ouvir

b. As músicas

c. Fazer

c. A interpretação

6 A atividade que mais te interessa

16 O carro dos seus sonhos é

a. Fotografia

a. Bonito

b. Música

b. Silencioso

c. Dança

c. Confortável

7 Tem mais facilidade para aprender

17 Saabe quando alguém gosta de você

a. Lendo

a. Pelo seu jeito de olhar

b. Ouvindo

b. Pelo seu jeito de falar

c. Fazendo

c. Pelas suas atitudes

51

8 Tem muito prazer em

18 O que mais aprecia num restaurante

a. Ir ao cinema

a. O ambiente

b. Assistir uma palestra

b. A conversa

c. Praticar esporte

c. A comida

9 você não suporta

19 O que mais admira nas pessoas

a. Claridade

a. A aparência

b. Barulho

b. O que dizem

c. Aglomeração de pessoas

c. O que fazem

10 Quando está conformtando alguém

20 Nas suas férias você prefere

a. Mostra um caminho

a. Conhecer novos lugares

b. Diz uma palavra de conforto

b. Descansar

c. Dá um abraço

c. Participar de atividades

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ANEXO II – TABULAÇÃO ESTILOS DE APRENDIZAGEM

SUMÁRIO 1 %

a. 46,00 b. 16,00 c. 68,00 2 %

a. 24,00 b. 5,00 c. 90,00 3 %

a. 80,00 b. 20,00 c. 23,00 4 %

a. 65,00 b. 18,00 c. 32,00 5 %

a. 59,00 b. 30,00 c. 49,00 6 %

a. 34,00 b. 59,00 c. 32,00 7 %

a. 33,00 b. 17,00 c. 77,00 8 %

a. 43,00 b. 30,00 c. 44,00 9 %

a. 14,00 b. 67,00 c. 52,00 10 %

a. 39,00 b. 48,00 c. 60,00 11 %

a. 47,00 b. 33,00 c. 67,00 12 %

a. 34,00 b. 19,00 c. 75,00 13 %

a. 69,00 b. 4,00 c. 53,00 14 %

a. 74,00 b. 30,00 c. 21,00 15 %

a. 11,00 b. 36,00 c. 89,00 16 %

a. 37,00 b. 19,00 c. 85,00 17 %

a. 33,00 b. 15,00 c. 87,00 18 %

a. 59,00 b. 12,00 c. 77,00 19 %

a. 11,00 b. 33,00 c. 81,00 20 %

a. 65,00 b. 54,00 c. 13,00 Totalizações (%)

V 43,85 A 28,25

S 58,75 T 130,85

A Tabela abaixo apresenta o sumário de consistência dos estilos de aprendizagem encontrados no Universo de 100 acadêmicos em modalidade EAD.

ESTILO %

Visual 25

Auditivo 2

Sinestésico 68

Vis / Aud 1

Vis / Sin 4

Aud / Sin 0

TOTAL 100

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ANEXO III – GRÁFICO DA TABULAÇÃO ESTILOS DE APRENDIZAGEM