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MÓDULO 1 - PARTE 1

A IGREJA E A MINISTRAÇÃODOS SACRAMENTOS

PROF.: PR. INÁCIO NETO

ESCOLA DA BÍBLIAIgreja Missionária Evangélica Betel Brasileiro – Torre

Av. Júlia Freire, 989, João Pessoa-PBE-mail: [email protected]

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A MINISTRAÇÃO DOS SACRAMENTOS

1. ORIGEM E SENTIDO DA PALAVRA “SACRAMENTO”

A palavra “sacramento” não se encontra na Escritura. É derivado do termo latino

sacramentum, que originalmente denotava uma soma de dinheiro depositada por duas

partes em litígio. Como acontecia? Após a decisão do jure, o dinheiro da parte vencedora

era devolvido, enquanto que a da perdedora era confiscada. Ao que parece isso era

chamado sacramentum porque objetivava ser uma espécie de oferenda propiciatória aos

deuses. A transição para o uso cristão deve ser procurada:

a. No uso militar do termo, em que denotava o juramento pelo qual um soldado

prometia solenemente obediência ao seu comandante, visto que no batismo, por

exemplo, o cristão promete obediência ao seu Senhor;

b. No sentido especificamente religioso que o termo adquiriu quando a Vulgata1 o

empregou para traduzir a palavra grega mysterion.

É possível que esta palavra grega fosse aplicada aos sacramentos por terem eles uma

semelhança muito próxima com alguns dos mistérios das religiões gregas. Na igreja

primitiva a palavra “mistério” era usada primeiramente para denotar todas as espécies de

doutrinas e ordenanças.

Segundo o teólogo batista Franklin Ferreira, “é preciso destacar que o termo

sacramentum passou a ser usado, em conexão com o batismo e a ceia, em meados do

século III, para descrever o juramento de lealdade que um cristão fazia, à semelhança do

juramento que os soldados romanos prestavam ao entrar no exército. Só que, com o

passar do tempo, veio a significar “um sinal visível de uma graça invisível””2.

Uma definição cristã é apresentada por Louis Berkhof em seu livro Teologia

Sistemática: “Um sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo, na qual,

mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da

1 Vulgata Latina – Expressão que designa a tradução do texto bíblico para o latim. Esta tradução do grego para o latimfoi feita por Jerônimo.2 FRANKLIN, Ferreira; MYATT, Alan. Teologia Sistemática. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2007, p.934.

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graça são representados, selados e aplicados aos crentes, e estes, por sua vez,

expressam sua fé e sua fidelidade a Deus”3.

2. PARTES COMPONENTES DO SACRAMENTO

Podemos definir sacramentos em três partes básicas:

1. O sinal externo ou visível – Cada sacramento contém um elemento material,

palpável aos sentidos. Segundo as escrituras e a tradição da igreja cristã os elementos

são: água, pão e vinho.

2. A graça espiritual interna – Os elementos externos pressupõem algo que é

geralmente chamado de matéria interna do sacramento. Esta é variadamente chamada na

escritura como:

a. Aliança da graça (Gn 9:12,13; 17:11);

b. Justiça da fé (Rm 4:11);

c. Perdão dos pecados (Mc 1:4; Mt 26:28);

d. Fé e conversão (Mc 1:4; 16:16);

e. Comunhão com Cristo e sua ressurreição (Rm 6:3).

Resumidamente, pode-se dizer que tais elementos internos consistem em Cristo e

todas as suas riquezas espirituais aplicadas na vida do regenerado. Os sacramentos não

significam meramente uma verdade geral, mas uma promessa dada a nós e por nós

aceita, e servem para fortalecer a fé com respeito à realização dessa promessa, (Gn 17:1-

14; Êx 12:13; Rm 4:11-13. Eles representam visivelmente e aprofundam a nossa

consciência das benções espirituais da aliança, da purificação dos pecados e da nossa

participação na vida que há em Cristo, Mt 3:11; Mc 1:4,5; ICo 10:2,3,16,17; Rm 2:28,29;

6:3,4; Gl 3:27. Como sinais e selos, eles são meios de graça, isto é, meios pelos quais se

fortalece a graça interna produzida no coração pelo Espirito Santo.

3. A união sacramental entre o sinal e o que significa – Geralmente é chamado de

forma sacramenti, forma dos sacramentos (forma significa aqui essência), porque é

exatamente a relação entre o sinal e a coisa que constitui a essência do sacramento.

Segundo o conceito reformado, esta:

3 BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 1990, p.570.

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a. Não é física, como pretendem os católicos romanos, como se a coisa

significada fosse inerente ao sinal e o recebimento da matéria externa incluísse

necessariamente a participação na matéria interna;

b. Nem local, como a descrevem os luteranos, como se o sinal e a coisa

significada estivessem presentes no mesmo espaço, de sorte que tanto os

crentes como os incrédulos recebessem o sacramento completo ao receberem

o sinal;

c. Mas espiritual, de modo que, quando o sacramento é recebido com fé, a graça

de Deus o acompanha. Conforme este conceito, o sinal externo torna-se um

meio empregado pelo Espirito Santo na comunidade da graça divina.

3. A NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS

Os católicos romanos afirmam que o batismo é absolutamente necessário para todos,

para a salvação, e que o sacramento da penitência é igualmente necessário para aqueles

que cometeram pecado mortal depois do batismo; mas que a confirmação, a eucaristia e

a extrema unção são necessárias somente no sentido de que foram ordenadas e são

eminentemente úteis.

Por outro lado, os protestantes ensinam que os sacramentos não são absolutamente

necessários para a salvação, mas são obrigatórios em vista do preceito divino. A

negligencia voluntária do seu uso redunda no empobrecimento espiritual e tem tendência

destrutiva, precisamente como acontece com toda desobediência persistente a Deus.

Que não são absolutamente necessários à salvação segue-se:

a. Do caráter espiritual e livre da dispensação do Evangelho, na qual Deus não

prende a Sua graça ao uso de certas formas externas (Jo 4.21, 23; Lc 18:14);

b. Do fato de que a escritura menciona unicamente a fé como condição instrumental

para salvação (Jo 5:24; 6:29; 3:36; At 16:31);

c. Do fato que os sacramentos não originam a fé (At 2:41; 16:14,16,30,33; ICo 11:23-

32);

d. Do fato de que muitos foram realmente salvos sem o uso dos sacramentos.

Pesemos nos crentes ao tempo de Abraão e no ladrão penitente na cruz.

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O BATISMO CRISTÃO

1. A FORMA E O SIGNIFICADO DO BATISMO

A forma do batismo no Novo Testamento era realizada de um modo: a pessoa

batizada era imersa ou posta completamente na água e em seguida retirada. Batismo por

imersão é, portanto, o modo ou a forma pela qual o batismo era realizado no Novo

Testamento. Isso se evidencia pelas seguintes razões:

a. A palavra grega baptizo significa “mergulhar, afundar, imergir” algo na água. Isso é

normalmente reconhecido, sendo esse o significado padrão do termo na literatura

grega antiga;

b. O sentido “imergir” é adequado e provavelmente exigido para a palavra nos vários

textos do Novo Testamento. Em Marcos 1:5, o povo era batizado por João no “no

rio Jordão” (o texto grego traz em, “em” e não “ao lado” ou “próximo” ou “perto” do

rio). Marcos também nos diz que quando Jesus foi batizado “ele saiu da água” (Mc

1:10). O texto grego especifica que ele saiu “para fora da” (Gr, ek) água, e não que

ele veio da água (mais bem comunicado pelo gr. apo). O fato de que João e Jesus

entraram no rio e saíram dele sugere enfaticamente imersão, já que a aspersão ou

a afusão de água poderiam muito mais facilmente ter sido feitas junto ao rio,

especialmente pelo fato de que as multidões estavam vindo para o batismo (cf. Jo

3:23).

c. O simbolismo da união com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição

parece exigir batismo por imersão. Paulo afirma:

“Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados emCristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomossepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que,assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glóriado Pai, também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6:2,4; cf. Cl2:12).

Essa verdade é claramente simbolizada no batismo por imersão. Quando o candidato

ao batismo desce às águas vemos uma figura do descer à sepultura e do sepultamento. O

sair das águas é uma figura da ressurreição com Cristo para que se ande em novidade de

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vida. Assim o batismo representa muito claramente a morte do velho modo de vida e o

ressuscitar para um novo tipo de vida em Cristo. O batismo por aspersão ou por afusão,

deixa de lado esse simbolismo.

2. QUEM DEVE SER BATIZADO?

O modelo revelado em vários textos do Novo Testamento mostra que somente os que

fazem uma profissão de fé digna de credito devem ser batizados. Essa posição é muitas

vezes chamada “batismo de convertidos” ou “credobatismo4”, já que defende que

somente os que creram em Cristo devem ser batizados. A razão disso é que o batismo,

que é um símbolo do início da vida Cristã, deve ser ministrado apenas aos que de fato

iniciaram a vida cristã.

A. O argumento dos textos narrativos do Novo Testamento.

Exemplos de histórias daqueles que foram batizados sugerem que o batismo foi

administrado apenas para aqueles que deram uma profissão de fé digna de credito. Após

seu sermão no dia de Pentecostes Pedro diz: "Aqueles que aceitaram a sua mensagem

foram batizados" (Atos 2:41). O texto especifica que o batismo foi administrado àqueles

que "recebeu a mensagem" e, portanto, confiou em Cristo para a salvação. Da mesma

forma, quando Filipe pregou o evangelho em Samaria, lemos: "Mas, quando creram em

Filipe, que pregou a Boa Nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, homens e

mulheres foram batizados" (Atos 8:12). Da mesma forma, quando Pedro pregou para os

gentios em casa de Cornélio, permitiu o batismo para aqueles que ouviram a palavra e

receberam o Espírito Santo, isto é, aqueles que tinham dado provas convincentes de um

trabalho interior de regeneração. Como Pedro pregou, "o Espírito Santo desceu sobre

todos os que ouviram a palavra" e Pedro e seus companheiros "os ouvia falar em línguas

e louvando a Deus" (Atos 10:44-46). A resposta de Pedro foi que o batismo é adequado

para aqueles que receberam a obra regeneradora do Espírito Santo "- Pode alguém

recusar a água do Batismo aos que receberam o Espírito Santo como nós?" Então Pedro

"ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo" (Atos 10:47-48). O que vemos

4 Credobatismo é o termo designado para referir-se a doutrina que prega o batismo apenas para os que exerceram fésalvífica. Essa é uma experiência única e interna que produz regeneração.

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nestas três passagens é que o batismo é devidamente administrado apenas para aqueles

que receberam o evangelho e aceitou a Cristo para a salvação.

B. O argumento do significado do batismo.

Além dessas indicações das narrativas do Novo Testamento que o batismo sempre

veio depois da fé salvadora, há uma segunda consideração que pede o batismo de

crentes: o símbolo exterior para iniciar a vida cristã deve ser dado apenas para aqueles

que mostram evidência de ter começado a vida cristã. Os autores do Novo Testamento

escreveram como certo que todos os que foram batizados também possuíam confiança

em Cristo e experimentaram da salvação. Por exemplo, Paulo diz: "Todos vocês ...

aqueles que foram batizados em Cristo vos revestistes de Cristo" (Gl 3:26-27). Paulo aqui

assume que o batismo é um sinal exterior da regeneração interna. Isso simplesmente não

teria sido verdade para bebês, Paulo não poderia ter dito, "todas as crianças que foram

batizadas em Cristo, vos revestistes de Cristo", porque os bebês ainda não chegaram à fé

salvadora e não deram nenhuma evidência de regeneração.

Paulo fala da mesma maneira em Romanos 6:3-4: "Não sabeis que todos nós que

fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? Assim, pelo batismo

fomos sepultados com ele na sua morte." Será que Paulo poderia ter dito isso sobre os

bebês? Poderia ter dito que "todas as crianças que foram batizadas em Jesus Cristo

foram batizadas na sua morte" e que “foram sepultadas com ele na morte pelo batismo,

para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos...? Mas se Paulo não podia ter

dito isso sobre as crianças, então os que defendem o batismo infantil devem dizer que

para as crianças o batismo significa algo diferente daquilo que Paulo afirma significar para

os “que foram batizados em Cristo Jesus”.

C. Primeira alternativa: A noção católica romana.

A Igreja Católica Romana ensina que o batismo deve ser administrado a crianças. Isto

porque a Igreja Católica Romana acredita que o batismo é necessário para a salvação, e

que o ato do batismo em si produz regeneração. Portanto, nessa visão, o batismo é um

meio pelo qual a Igreja dá a graça que salva as pessoas. E, tratando-se de um canal de

graça salvífica como esse, deve ser ministrado a todos.

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Ludwig Ott, Fundamentals of Catholic Dogma em dá as seguintes explicações:

O batismo é o sacramento no qual o homem lavado comágua em nome das três Pessoas Divinas renasce de novoespiritualmente (Ott dá João 3:5, Tito 3:5 e Efésios 5:26 emapoio desta afirmação).

Ao darmos uma resposta a esse ensino católico, devemos lembrar que a reforma

concentrou-se nessa questão. A grande preocupação de Martinho Lutero era ensinar que

a salvação depende somente da fé, e não da fé mais obras (Ef 2:8,9; Rm 6:23).

D. Segunda alternativa: a posição protestante pedobatista5.

Em contraste com a condição posição credobatista e também com a posição

católica, outro ponto de vista importante é que o batismo é corretamente ministrado a

todas as crianças que sejam filhas de pais cristãos. Essa posição é muito comum em

muitas igrejas protestantes (luteranas, episcopais, metodistas, presbiterianas etc.).

O argumento de que crianças nascidas de cristãos devem ser batizadas depende

principalmente destas três colocações:

a. As crianças eram circuncidadas na antiga aliança. No Antigo Testamento, a

circuncisão era o sinal externo de ingresso na comunidade da aliança ou na

comunidade do povo de Deus. A circuncisão era ministrada a todas as crianças

israelitas (do sexo masculino) quando completavam oito dias de vida.

b. O batismo é paralelo à circuncisão. No Novo Testamento, o sinal externo de

ingresso na “comunidade da aliança” é o batismo. Portanto, o batismo é o

equivalente neotestamentário da circuncisão. Segue-se que o batismo deve ser

ministrado a todas as crianças de pais cristãos. Negar-lhes tal benefício é privá-las

de um privilégio e de um benefício que lhes pertence por direito – o sinal de

pertencer à comunidade do povo de Deus, a “comunidade da aliança” (Cl 1:12).

c. O batismo de famílias. Outro apoio para a pratica do batismo infantil é encontradonos “batismos de famílias” relatados no Novo Testamento (At 16:15; 16:33; ICo

1:16; At 2:39).

5 O termo “pedobatismo” significa o costume de batizar crianças (o prefixo paido expressa a ideia de “criança” e éderivado da palavra grega pais, “criança”).

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Em resposta a esses argumentos em favor do pedobatismo, as seguintes

considerações podem ser feitas:

a. Não há dúvida de que o batismo e a circuncisão são semelhantes em vários

aspectos, mas não podemos esquecer que o que simboliza também é diferente em alguns

aspectos importantes. A antiga aliança tinha um sinal externo, físico, do ingresso na

“comunidade da aliança”. Alguém se tornava judeu quando nascia de pais judeus.

Portanto, todos os judeus do sexo masculino eram circuncidados. A circuncisão não se

restringia aos que tinham uma verdadeira vida espiritual interior, mas era feita a todos os

que viviam entre o povo de Israel (Gn 17:10-13).

Não eram apenas os de descendência física do povo de Israel que eram circuncidados,

mas também os escravos por eles comprados, que viviam entre eles. A presença ou a

ausência de vida espiritual interior não fazia nenhuma diferença para alguém ser

circuncidado (17:23; cf. Js 5:4).

b. O Novo Testamento não fala de uma “comunidade da aliança” constituída de

convertidos e seus filhos, parentes e servos descrentes que estejam vivendo entre eles.

Na igreja do Novo Testamento, a única questão que importa é ter fé salvadora e ser

incluído no corpo de Cristo, a verdadeira igreja. A única “comunidade da aliança” discutida

é a igreja, a sociedade dos remidos.

Mas como alguém se torna membro da igreja? O meio de ingresso na igreja é

voluntário, espiritual e interior. Alguém torna-se membro da verdadeira igreja através do

novo nascimento e da fé salvadora, e não de um nascimento físico. Isso ocorre não por

um ato externo, mas pela fé interior do coração.

c. Os casos de batismo de família no Novo Testamento não são realmente decisivos

em favor de uma ou de outra posição. Quando olhamos para os casos mais de perto,

vemos que em alguns deles há indicações de fé salvadora por parte de todos os

batizados. Por exemplo, é verdade que a família do carcereiro de Filipos foi batizada (At

16:33), mas também é verdade que Paulo e Silas “lhe pregaram a palavra de Deus...” (At

16:32; cf. ICo 1:15,16).

d. Outro argumento pode ser apresentado quando fazemos as seguintes perguntas:

Que faz o batismo? Que benefício ele faz?

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Os católicos têm uma resposta clara para essa pergunta: o batismo produz

regeneração. E os credobatistas também têm uma resposta clara: o batismo simboliza o

fato de que ocorreu uma regeneração interna. Os pedobatistas, porém, não podem nem

uma coisa, nem outra. Eles não querem afirmar que o batismo produz regeneração, nem

podem dizer que simboliza uma regeneração já ocorrida. A única alternativa parece ser

dizer que simboliza uma regeneração que ocorrerá no futuro, quando a criança já tiver

idade suficiente para exercer fé salvífica. Mas até mesmo isso não resolve inteiramente a

questão, porque não se pode ter certeza de que a criança será regenerada no futuro –

algumas crianças batizadas nunca chegam à fé salvífica mais tarde. Assim, a melhor

explicação pedobatista do simbolismo do batismo é que ele simboliza uma provável

regeneração futura.

BIBLIOGRAFIA

FRANKLIN, Ferreira; MYATT, Alan. Teologia Sistemática. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2007.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 1990.

GRUNDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1990.