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Habitao rural pormenos de R$10 mil

O foco da maioria das pesquisas sobre

alternativas de habitao a moradia

urbana. Uma honrosa exceo o

projeto InovaRural, financiado pela

FINEP por meio do Habitare.

Implementado no interior de So Paulo

por pesquisadores da USP e da

Universidade Federal de So Carlos,

o projeto resultou na construo de

42 habitaes rurais de baixa renda ao

preo de R$ 9,5 mil reais cada. Foram

utilizados materiais renovveis e os

moradores, em vez de serem apenas

beneficirios passivos, participaram

ativamente da construo das casas

por meio de mutires.

Projeto Inovarural

Nos imveis construdos com a ajuda

de mutires foram utilizados materiais

renovveis, como o adobe, que

substitui o tijolo com uma reduo de

20% no custo total. A vedao foi feita

com tijolo cermico e as janelas

fabricadas com madeira de eucalipto

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Oprograma Habitare no se restringe aos proble-mas habitacionais das metrpoles. Um exemplode projeto voltado para o campo o Inovarural.

Com recursos de R$ 174 mil da FINEP, o projeto desenvol-vido no Assentamento Pirituba II, em Itapeva (SP), pro-moveu a construo de 42 casas e a ampliao de outrassete, a criao de uma marcenaria comunitria premia-da, a publicao dos Cadernos Inovarural, com quatrovolumes, e seis dissertaes de mestrado e uma tese dedoutorado ligadas iniciativa.

Os projetos arquitetnicos e os materiais escolhidospara a construo das casas foram discutidos coletiva-mente com os moradores, em um grupo de 49 famlias.Cada casa de 75m rea superior a de programashabitacionais tradicionais teve custo de R$ 9.500 utili-zando vedao com tijolo cermico. Uma das casas foifeita em adobe, com reduo de 20% no custo total emrelao s de tijolos.

Outras solues encontradas para a reduo do cus-to envolveram materiais alternativos, com o desenvolvi-mento de uma viga laminada-pregada (VLP) e janelasproduzidas com madeira de plantios florestais. Todos osbatentes e portas foram feitos na marcenaria coletiva,alm da produo de 4.054 VLPs. Algumas famlias queantes preferiam comprar as janelas do mercado agorapretendem comprar da prpria marcenaria, que oferecejanelas em madeira de eucalipto a preo acessvel popu-lao de baixa renda, diz a coordenadora do projeto,Akemi Ino, professora do Departamento de Arquiteturae Urbanismo da EESC Escola de Engenharia de So Carlos.

Marcenaria

Atualmente, a Madeirarte Marcenaria Coletiva Auto-gestionria conta com sete membros, sendo seis mulhe-res e apenas um homem. As quatro pioneiras no projetotm idades entre 40 e 50 anos. H ainda duas jovens e umrapaz com mdia de idade de 19 anos. "As mulheres eramdonas de casa do meio rural, que nunca trabalharam fora,e assumiram o desafio de aprender um novo ofcio, e no

um qualquer, mas servios de marcenaria, quecomumente so vistos como trabalho masculino.Este um exemplo de tenacidade, de luta e decoragem", relata entusiasmada Akemi. A pre-sena de mulheres nas reunies de discusso doprojeto teve efeitos colaterais positivos: Envol-vemos o casal e quebramos a idia de que ohomem que decide, conta ela.

A Madeirarte atendeu produo de maisde 300 janelas de eucalipto e est agora atenden-do demanda de 460 janelas para as 77 moradiasdo Assentamento Rural Sepe Tiaraju, em SerraAzul (SP). Para aumentar a insero da Madeirarteno mercado de usos mltiplos da madeira de plan-tios florestais, est sendo feita uma articulaocom prefeituras da regio para comercializaode produtos fabricados pela Madeirarte, alm dasua insero no movimento de Economia Solid-ria por meio da participao em feiras e fruns.

O projeto Construo da Marcenaria Coleti-va Autogestionria: Uma proposta de desenvolvi-mento local e sustentvel na perspectiva da Eco-nomia Solidria ganhou o 10 Prmio BancoReal Universidade Solidria. (PF)

As casas tm 75m2, rea superior a de programas tradicionais de habitao

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