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77 Tipologia da pedra natural utilizada em esculturas concebidas e executadas no âmbito do Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – SINEP 2004, Câmara de Lobos, Região Autónoma da Madeira João Baptista Pereira Silva Celso de Sousa Figueiredo Gomes Investigadores do Centro de Investigação “Minerais Industriais e Argilas” da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago - 3810 – 193 Aveiro Emails: [email protected]; [email protected] Introdução A pedra natural utilizada na concepção e execução dos trabalhos escultóricos programados para o Simpósio Internacional de Escultura em Pedra (SINEP 2004) organizado pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos e pela Madeira Rochas – Divulgações Científicas e Culturais, corresponde a nove tipos litológicos ou petrográficos provenientes de ocorrências localizadas no arquipélago da Madeira e em Portugal continental. Efectivamente, do concelho de Câmara de Lobos, ilha da Madeira, foram utilizadas duas variedades de tufo de lapilli e um traquiandesito basáltico, enquanto que da ilha do Porto Santo foi utilizado um traquito. Do continente foram utilizados o granito cinzento de Pinhel, o granito cinzento Favaco, o mármore creme Pardais, o mármore Pele de Tigre e o calcário Moca Creme de grão médio. Os referidos materiais foram caracterizados do ponto de vista petrográfico, mineralógico, químico e físico-mecânico no Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) e no Centro de Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), respectivamente (Casal Moura et al., 2000; Silva et al., 2002). A caracterização petrográfica e mineralógica dos tipos de pedra natural do arquipélago da Madeira foi feita através da interpretação de lâminas delgadas e da interpretação de difractogramas de raios X (DRX), no último caso sempre que a observação de alguns minerais, devido ao seu grau de alteração, não facilitava a sua identificação (Ferraz e Silva, 1995). Convém salientar ainda que as descrições a seguir apresentadas podem não contemplar as variações cromáticas e texturais de pequena escala que a pedra natural, habitualmente revela. Daí que possam resultar discrepâncias entre o que as fotografias revelam e as descrições referidas. Seguidamente apresenta-se para cada um dos tipos litológicos estudados uma ficha técnica, científica e comercial, baseada em trabalhos desenvolvidos durante o presente ano no Centro de Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), noutros trabalhos desenvolvidos por Gomes e Silva, (1997), Casal Moura et al. (2000) e Silva et al., (2002), e ainda na publicação “Pedras Naturais de Portugal/Natural Stones from Portugal” (1999) editada pela ASSIMAGRA (Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins).

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Tipologia da pedra natural utilizada em esculturas concebidas e executadas no âmbito do Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – SINEP 2004, Câmara de Lobos, Região Autónoma da Madeira

João Baptista Pereira Silva Celso de Sousa Figueiredo Gomes

Investigadores do Centro de Investigação “Minerais Industriais e Argilas” da

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro

Campus Universitário de Santiago - 3810 – 193 Aveiro

Emails: [email protected]; [email protected]

IntroduçãoA pedra natural utilizada na concepção e execução dos trabalhos escultóricos programados

para o Simpósio Internacional de Escultura em Pedra (SINEP 2004) organizado pela Câmara Municipal

de Câmara de Lobos e pela Madeira Rochas – Divulgações Científi cas e Culturais, corresponde a

nove tipos litológicos ou petrográfi cos provenientes de ocorrências localizadas no arquipélago da

Madeira e em Portugal continental. Efectivamente, do concelho de Câmara de Lobos, ilha da

Madeira, foram utilizadas duas variedades de tufo de lapilli e um traquiandesito basáltico, enquanto

que da ilha do Porto Santo foi utilizado um traquito. Do continente foram utilizados o granito cinzento

de Pinhel, o granito cinzento Favaco, o mármore creme Pardais, o mármore Pele de Tigre e o

calcário Moca Creme de grão médio. Os referidos materiais foram caracterizados do ponto de

vista petrográfi co, mineralógico, químico e físico-mecânico no Laboratório do Instituto Geológico

e Mineiro (IGM) e no Centro de Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), respectivamente

(Casal Moura et al., 2000; Silva et al., 2002). A caracterização petrográfi ca e mineralógica dos tipos

de pedra natural do arquipélago da Madeira foi feita através da interpretação de lâminas delgadas

e da interpretação de difractogramas de raios X (DRX), no último caso sempre que a observação

de alguns minerais, devido ao seu grau de alteração, não facilitava a sua identifi cação (Ferraz e

Silva, 1995).

Convém salientar ainda que as descrições a seguir apresentadas podem não contemplar as

variações cromáticas e texturais de pequena escala que a pedra natural, habitualmente revela.

Daí que possam resultar discrepâncias entre o que as fotografi as revelam e as descrições referidas.

Seguidamente apresenta-se para cada um dos tipos litológicos estudados uma fi cha técnica,

científi ca e comercial, baseada em trabalhos desenvolvidos durante o presente ano no Centro de

Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), noutros trabalhos desenvolvidos por Gomes e Silva,

(1997), Casal Moura et al. (2000) e Silva et al., (2002), e ainda na publicação “Pedras Naturais de

Portugal/Natural Stones from Portugal” (1999) editada pela ASSIMAGRA (Associação Portuguesa

dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afi ns).

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Câmara de Lobos

Traquiandesito Basáltico e/ou Traquibasalto designado

localmente por cantaria “rija”

Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha de cor cinzento-claro, de quimismo intermédio e que, texturalmente, apresenta muitos

poros de reduzidas dimensões, relacionados com libertação de gás. Apresenta textura porfírica,

com fenocristais de clinopiroxena e plagioclase dispersos em matriz feldspática contendo também

minerais opacos de óxidos e hidróxidos de ferro.

Trata-se efectivamente, em termos petrográfi cos, de um Traquiandesito basáltico, conhecido

localmente por cantaria “rija”.

Localização

Distrito Região Autónoma da Madeira

Concelho Câmara de Lobos

Freguesia Câmara de Lobos, sítio da Lourencinha

(Palmeira)

Fornecedores Fábrica de Extracção de Pedra e Brita

da Palmeira, Lda

Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos

Reservas

Exploração temporária num depósito com pequenas reservas.

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 1140 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 1250 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 182 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2398 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 2,12 %

6. Porosidade aberta 5,09 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 3,6 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,6 mm

9. Desgaste: teste Capon 16,8 mm

10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 55 cm

Observações- No fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

- Para o traquiandesito basáltico muito vacuolar (poroso) foi determinado para a massa volúmica

aparente o valor 2.398 Kg/m3, enquanto que para o traquiandesito basáltico pouco vacuolar e

para a mesma propriedade foi determinado o valor 3.100 Kg/m3.

Análise Química

SiO2 50,31 % Na2O 4,61 %

Al2O3 17,38 K2O 1,41

Fe2O3 (Total) 10,14 TiO2 2,25

MnO 0,17 P2O5 -----

CaO 8,55 P.R. (Perda ao Rubro) 0,19

MgO 4,14

ObservaçãoEm conformidade com a classifi cação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico da pedreira

do sítio da Lourencinha (Palmeira), posiciona-se na fronteira entre o Traquiandesito basáltico e/ou

Traquibasalto.

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha conhecida localmente por cantaria “mole”. Rocha piroclástica de cor castanho-

avermelhado, porosa, muito vesicular, com matriz abundante constituída essencialmente por óxidos

e hidróxidos de ferro, sendo petrografi camente classifi cada como Tufo de lapilli.

Localização

Distrito Região Autónoma da Madeira

Concelho Câmara de Lobos

Freguesia Câmara de Lobos, “Fajã” dos Asnos

e “Fajã” das Bebras

Fornecedores Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda

Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos

A pedreira donde é extraída esta variedade de tufo de lapilli situa-se na base da escarpa do

Cabo Girão entre a “Fajã” dos Asnos e a “Fajã” das Bebras. O acesso à pedreira está condicionado

à utilização do teleférico, ou da vereda do sítio da Caldeira, Câmara de Lobos, que é muito estreita,

sinuosa e íngreme, ou ainda à utilização da via marítima, (Fotos 1, 2 e 3).

Reservas

Limitadas

Tufo de Lapilli castanho/avermelhado ou cantaria “mole”

do Cabo Girão

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Foto 2 e 3 - Local da extracção temporária de pedra na Pedreira do Cabo Girão, assinalado na foto com uma seta. Pode observar-se a rede fi loniana com inclinações sub-vertical e vertical. Os fi lões de composição basáltica cortam bancadas de rocha piroclástica.

Foto 1 - Vista geral da escarpa do Cabo Girão. No lado direito da fotografi a pode observar-se a formação de uma “fajã” que se prolonga sobre o oceano, consequência de deslizamento e derrocada de terras que ocorreu nos anos trinta do século passado e que teve lugar justamente por cima duma pedreira, onde durante largos séculos se fez a exploração da cantaria “mole”.

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 127 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 128 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 31 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 1833 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 14,20 %

6. Porosidade aberta 26,01 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 2,8 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 2,3 mm

9. Desgaste: teste Capon 27,6 mm

10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm

Observação- No fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

Análise Química

SiO2 44,59 % Na2O 1,60 %

Al2O3 14,80 K2O 0,23

Fe2O3 (Total) 12,86 TiO2 2,31

MnO 0,17 P2O5 -----

CaO 10,19 P.R. (Perda ao Rubro) 1,80

MgO 11,00

ObservaçãoEm conformidade com a classifi cação química de Le Bas et al. (1986), o tipo petrográfi co do

tufo de lapilli da pedreira do Cabo Girão corresponde a Picrobasalto.

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios, no último caso se a pedra for devidamente hidrofugada.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha conhecida localmente por cantaria “mole” do Curral das Freiras. Rocha piroclástica de

cor rosa - acastanhado, porosa, com clastos de dimensões entre 2 a 40 mm, cuja olivina e piroxena

estão muito alteradas e incorporadas em matriz constituída por plagioclase, calcite, hematite e

esmectite, sendo petrografi camente classifi cada como Tufo de lapilli.

Localização

Distrito Região Autónoma da Madeira

Concelho Câmara de Lobos

Freguesia Curral das Freiras, Ribeira do Colmeal

e Ribeira do Cidrão

Fornecedores Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda

Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos

Reservas

Limitada aos blocos de queda.

A exploração dos blocos de pedra é de extrema importância, pois por vezes a sua dimensão é

de tal ordem que, obstruindo o leito das ribeiras, impedem a passagem da água e da carga sólida

transportada (Fotos 4, 5 e 6).

Tufo de Lapilli lilás ou cantaria “mole”

do Curral das Freiras

Câmara de Lobos

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Foto 4 - Blocos de queda que são explorados no leito da ribeira do Colmeal, Curral das Freiras.

Foto 5 - Ocorrência de blocos de queda das vertentes do vale na Ribeira do Cidrão, Curral das Freiras, onde um dos blocos preenche parcialmente o leito da ribeira.

Foto 6 - Blocos de queda que foram removidos para as esculturas do SINEP, na ribeira do Curral das Freiras, junto à ponte da Seara Velha.

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 267 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 246 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 40 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 1958 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 11,38 %

6. Porosidade aberta 22,20 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 0,9 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,6 mm

9. Desgaste: teste Capon 33,2 mm

10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm

Observação- No fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

Análise Química

SiO2 41,39 % Na2O 1,58 %

Al2O3 12,91 K2O 0,79

Fe2O3 (Total) 16,66 TiO2 2,70

MnO 0,17 P2O5 -----

CaO 11,79 P.R. (Perda ao Rubro) 6,29

MgO 8,96

ObservaçãoEm conformidade com a classifi cação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico

representado pelos blocos de queda do Curral das Freiras, corresponde a Picrobasalto.

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores, no último caso se a pedra for devidamente hidrofugada.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha conhecida localmente por cantaria “branco-sujo” do Porto Santo. Rocha vulcânica

de cor cinzento-claro, de quimismo ácido, sem porosidade, apresentando cristais visíveis à vista

desarmada de feldspato, anfíbola e opacos. Rocha que, por vezes, apresenta xenólitos de cor

mais escura, com contornos circulares e de composição mais alcalina, sendo petrografi camente

classifi cada como Traquito.

Localização

Distrito Região Autónoma da Madeira

Concelho Porto Santo

Freguesia Porto Santo, Rocha de Nossa Senhora,

Serra de Fora

Fornecedor Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda

Vista geral da frente de desmonte da pedreira da Rocha de Nossa Senhora onde é extraído

o traquito, na Serra de Fora, Porto Santo. A frente de desmonte tem orientação E-W e a capa de

alteração apresenta uma espessura de 1,7 cm, sendo a parte superior da pedreira desprovida de

vegetação. As colunas prismáticas de traquito podem apresentar faces com dimensões superiores

a 1,5 m (Fotos 7 e 8).

Reservas

Grandes

Traquito ou cantaria “branco sujo” do Porto Santo

Porto Santo

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Foto 7 e 8 - Colunas prismáticas de traquito na pedreira da Rocha de Nossa Senhora, Serra de Fora, Porto Santo. A pedra apresenta alguns encraves de cor mais escura de contornos circulares e composição mais alcalina. No sector W da pedreira é bem visível na pedra uma capa de alteração de cor esbranquiçada.

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 577 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 598 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 75 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2247 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 4,17 %

6. Porosidade aberta 9,37 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 4,0 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 2,0 mm

9. Desgaste: teste Capon 27,3 mm

10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm

Observação- No fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

Análise Química

SiO2 63,72 % Na2O 6,25 %

Al2O3 17,83 K2O 1,67

Fe2O3 (Total) 4,45 TiO2 0,77

MnO 0,15 P2O5 -----

CaO 2,27 P.R. (Perda ao Rubro) 1,85

MgO 0,27

ObservaçãoEm conformidade com a classifi cação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico explorado

na pedreira da Rocha de Nossa Senhora, corresponde a Traquito.

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha ígnea de tonalidade cinzento escuro, com granularidade média a fi na e textura

hipidiomórfi ca, onde quartzo, andesina, horneblenda e biotite são minerais essenciais, sendo

petrografi camente classifi cada como Quartzodiorito.

Localização

Distrito Portalegre

Concelho Elvas

Freguesia São Vicente e Ventosa

Fornecedor POLICORTE – Serração de Mármores e Granitos, Lda

Reservas

Satisfatórias

Granito Cinzento Favaco

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 1262 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 964 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 214 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2851 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,21 %

6. Porosidade aberta 0,60 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 6,7 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,5 mm /200 m

9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 70 cm

Observação- No fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

MicroscopiaMinerais Essenciais Minerais Acessórios

Plagioclase (andesina) ≅ 56 % Esfena, apatite, piroxena, clorite e minerais opacos ≅ 3 %

Horneblenda ≅19 %

Quartzo ≅ 8 %

Biotite ≅ 14 %

Análise Química

SiO2 53,45 % Na2O 3,54 %

Al2O3 16,49 K2O 1,76

Fe2O3 (Total) 9,13 TiO2 2,82

CaO 7,63 H2O+ 0,64

MgO 4,24 H2O- 0,15

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha de tonalidade cinzenta, com duas micas, moscovite e biotite (predominante), com

granularidade média e textura hipidiomórfi ca, sobressaindo alguns megacristais de feldspato, sendo

petrografi camente classifi cada como Granito.

Localização

Distrito Guarda

Concelho Pinhel

Freguesia Freixedas

Fornecedor POLICORTE – Serração de Mármores e Granitos, Lda

Reservas

Elevadas

Granito Cinzento de Pinhel

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 1134 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 1097 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 105 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2628 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,28 %

6. Porosidade aberta 0,74 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 7,2 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,3 mm / 200 m

9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 65 cm

ObservaçãoNo fi nal de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor

nem de estrutura.

MicroscopiaMinerais Essenciais Minerais Acessórios

Microclina ≅ 55 % Apatite, Zircão e minerais opacos ≅ 3 %

Plagioclase ≅ 15 %

Quartzo ≅ 20 %

Moscovite + Biotite ≅ 10 %

Análise Química

SiO2 70,86 % Na2O 3,48 %

Al2O3 13,74 K2O 5,87

Fe2O3 (Total) 2,62 TiO2 0,35

MnO 0,05 P2O5 0,06

CaO 1,40 H2O+ 0,58

MgO 0,48 H2O- 0,13

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha de granularidade fi na a média e textura granoblástica, exibindo cores branca anilada,

creme e creme-rosada, por vezes com manchas ou vergadas acinzentadas, sendo petrografi camente

classifi cada como Mármore.

Localização

Distrito Évora

Concelho Vila Viçosa

Freguesia Pardais

Fornecedor Rocha Verde – Sociedade Transformadora de Mármores, Lda

Reservas

Elevadas

Mármore Creme Pardais

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 976 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 930 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 222 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2708 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,09 %

6. Porosidade aberta 0,25 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 11,9 x 10-6/ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,0 mm

9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 60 cm

MicroscopiaMinerais Essenciais

Calcite ≅ 100 %

Análise Química

SiO2 0,51 % Na2O 0,07 %

Al2O3 0,37 K2O 0,13

Fe2O3 (Total) 0,13 TiO2 ---

MnO ---- P2O5 ---

CaO 54,40 P.R. (Perda ao Rubro) 43,35

MgO 0,56

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha de granularidade média com zonas de grão mais fi no, de cor branca com leve venado

acastanhado ou acinzentado, sendo petrografi camente classifi cada como Mármore.

Localização

Distrito Évora

Concelho Vila Viçosa

Freguesia Santa Catarina

Fornecedor Rocha Verde – Sociedade Transformadora

de Mármores, Lda

Reservas

Elevadas

Mármore Pele de Tigre

(escala 1:1)

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 1018 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 912 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 312 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2717 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,08 %

6. Porosidade aberta 0,22 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 14,7 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,0 mm

9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 60 cm

MicroscopiaMinerais Essenciais

Calcite ≅ 99 %

Outros ≅ 1 %

Análise Química

SiO2 0.95 % 0,05 %

Al2O3 0,13 K2O 0,04

Fe2O3 (Total) 0,04 TiO2 ---

MnO --- P2O5 ---

CaO 54,23 P.R. (Perda ao Rubro) 43,31

MgO 0,69

Utilização RecomendadaInteriores e exteriores de edifícios.

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Descrição Macroscópica e MicroscópicaRocha carbonatada de cor beje, abundantemente bioclástica, sendo petrografi camente

classifi cada como Calcário calciclástico.

Localização

Distrito Leiria

Concelho Alcobaça

Freguesia Aljubarrota

Fornecedor Rocha Verde – Sociedade Transformadora

de Mármores, Lda

Reservas

Elevadas

Calcário Moca Creme (grão médio)

(escala 1:1)

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Características Físico – Mecânicas

1. Resistência mecânica à compressão 927 Kg/cm2

2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 867 Kg/cm2

3. Resistência mecânica à fl exão 196 Kg/cm2

4. Massa volúmica aparente 2515 Kg/m3

5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 2,34 %

6. Porosidade aberta 5,9 %

7. Coefi ciente de dilatação linear térmica (valor máximo) 5,3 x 10-6 /ºC

8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 4,0 mm

9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm

MicroscopiaMinerais Essenciais

Calcite ≅ 100 %

Análise Química

SiO2 0,07 % Na2O 0,06 %

Al2O3 0,54 % K2O 0,07 %

Fe2O3 (Total) 0,06 % TiO2 ---

MnO --- P2O5 ---

CaO 55,86 % P.R. 43,60 %

MgO 0,1 %

Utilização Recomendada

Interiores e exteriores de edifícios.

Bibliografi a

Casal Moura, A. et al., 2000 – Granitos e rochas similares de Portugal. Instituto Geológico e Mineiro (ed.), Porto, 179 p.

Gomes, C. e Silva, J., 1997 - Pedra natural do Arquipélago da Madeira: importância social, cultural e económica. Madeira

Rochas – Divulgações Científi cas e Culturais (ed.), Câmara de Lobos, 176 p.

Ferraz, E., Silva, J., Moura, C., Grade, J. e Gomes, C., 1998 - Pedra Natural do Arquipélago da Madeira: relação do

comportamento físico-mecânico com a litologia. Revista A PEDRA, n.º 70, pp. 33 - 37.

Ferraz, E., e Silva, J. 1995 - Caracterização física, química e tecnológica das rochas ornamentais do Arquipélago da

Madeira. Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Aveiro, 151 p.

Silva, J., Ferraz, E., Moura, A.C., Grade, J. e Gomes, C., 2002 – Natural stone from the Madeira archipelago: dependence

on lithology of its physico-mechanical behaviour. Sociedade Portuguesa de Geotecnia, Eurock 2002, Workshop on

Volcanic Rocks, pp. 115 - 124.

Pedras Naturais de Portugal/Natural Stones from Portugal, 1999 – CD Rom editado pela ASSIMAGRA – Associação

Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afi ns e ICEP – Investimento, Comércio e Turismo de Portugal.