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Sketchbook sem limites www.ggili.com.br

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Sketchbook sem limites

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Sketchbook sem lim

itesFelix Scheinberger

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Há pessoas que saem de casa com um celular na mão e não param de fotografar tudo aquilo que veem pelo caminho. Mas também há quem saia de casa levando apenas um sketchbook. A diferença é que, quando desenhamos alguma coisa, mais do que fazer um registro, estamos também repensando e até mesmo inventando a realidade. Com um sketchbook em mãos, deixamos de capturar imagens fugazes e passamos a olhar o mundo em busca dos traços essenciais que representem nosso próprio olhar.

Além de deixar claro o poder do desenho como linguagem de representação e ideação, este guia prático nos revela de que forma o sketchbook pode ser enca-rado como o dispositivo perfeito para começarmos a desenhar. Em 69 capítulos breves, Felix Scheinberger apresenta inúmeros segredos, técnicas, truques e dicas que nos permite redescobrir o desenho como uma linguagem universal. Este livro inclui desde questões mais elementares, como que tipo de sketchbook ou caneta devemos comprar, até sugestões de como tirar vantagem do seu traço pessoal ou reconhecer o valor fundamental do acaso e dos erros. Enquadramento, perspectiva, sombra, luz, corpo humano, amigos, carros, ideias... tudo, absolutamente tudo, esconde um segredo ou algum truque decisivo. Mas o artista alemão consegue explicá-los de forma simples e direta. Em outras palavras: um verdadeiro tesouro para você começar, fi nalmente, a falar a linguagem do desenho.

Felix Scheinberger (Frankfurt, Alemanha, 1969) é designer e ilustrador. Seu trabalho está voltado principalmente para o setor editorial e para a cenografi a. Chegou a ilustrar mais de cinquenta livros e colabora regularmente com vários jornais de renome, atividades que consegue combinar com o ensino. Foi pro-fessor em Mainz, Hamburgo, Jerusalém e atualmente dá aulas de ilustração na Escola Universitária de Artes Visuais de Münster, na Alemanha. É autor do livro Aquarela para Urban Sketchers (2016) publicado também por esta Editora.

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Sumário

Prefácio

  6  Para que serve um sketchbook? 

O sketchbook

  8  Que tipo de sketchbook?10  O formato adequado

Um caderno com personalidade

12  Para começar... a página 17 é a melhor!14  Proteja seu sketchbook16  Observações são permitidas18  Seu diário20  A loucura proporciona liberdade22  Desenhar bem e desenhar mal

Ferramentas

24  Marcadores, canetas recarregáveis,    canetas de ponta fina26  Tinta sépia28  Lápis de cor30  Canetas esferográficas32  ... e, é claro, lápis36  As outras ferramentas:    dos marcadores às canetas com brilho38  Aquarelas44  Colagens 

Ideias e expressão

46  Insubstituíveis: ideias e expressão48  Desenho cego50  O traço como espelho52  Seu sketchbook não é um kit de    apresentação: erros são sempre bem-vindos!54  Desenhe o que você sente56  Desenhos não são fotografias58  Bastam poucos traços, a imaginação    completará o resto 60  Desenhe o que não é visível 

Conhecimentos básicos

62  Planos64  Os cinco tipos de plano68  Análise detalhada do enquadramento 70  Peso e equilíbrio72  Um pouco de tudo74  Perspectiva78  O espaço e a perspectiva80  Paisagens82  Natureza84  A paisagem e o tempo86  Colorindo paisagens 88  Colorindo paisagens com tinta 90  Luz e sombra92  Sombra e luz

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Pessoas

  94  O ser humano não é um objeto  96  Amigos  98  Transeuntes 100  Em espaços públicos 102  Brincando de esconde-esconde 104  Iconoclastia 106  Retratos e caricaturas 108  O nu e as proporções

Animais

110  Eles não param de se mexer! 

Arquitetura

114  Lugares novos e velhos116  Sobre castelos e pontos de ônibus 118  Desenhando edifícios

O lugar certo

120  Chegue perto...122  Lugares bons e lugares ruins124  A escolha do local de trabalho126  Inclua os carros em seus desenhos128  Os carros envelhecem os desenhos130  Acréscimos132  Coisas

Por aí

134  Outros países, outros pontos de vista136  Desenhos de viagens138  Quem desenha ao viajar não é turista140  O desenho é uma linguagem universal142  Sobre o lugar certo e a hora certa144  Museus: mas não só nos dias de chuva146  Vistas panorâmicas148  Detalhes e receitas   

Uso e reuso

150  A realidade não é a realidade152  Tudo passa154  Como trabalhar seu desenho digitalmente    e transportá-lo para fora do sketchbook156  Mídias digitais e como tirar proveito    de seus desenhos157  Onde estão os sketchbooks    de Leonardo da Vinci?

158  Biografia 

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Após a introdução dos meios de comunicação digital em todas as áreas do trabalho criativo e artístico, o mundo dos designers, desenhistas  e ilustradores se viu reduzido a um espaço mui-to pequeno: seu desktop. Como consequência, boa parte do contato que tínhamos com o mun-do exterior acabou sendo perdida. Hoje em dia, quando nos sentamos diante do computador  e precisamos desenhar alguma coisa que não esteja na frente dos nossos olhos, optamos  quase sempre por buscar referências de ima-gens no Google.O livro que você tem em mãos propõe uma es-tratégia diferente. Trata-se, em primeiro lugar, de um manual que explica como fazer esboços  e desenhos. Nele são apresentadas dicas e con-ceitos básicos de ilustração. No entanto, mais importante do que essas orientações é a aborda-gem dada ao prazer que o ato de desenhar pode nos proporcionar. Este livro pretende mostrar que o desenho é uma forma de acessar espaços novos e mais amplos: espaços que podem ser tanto externos como internos. Em outras pala-vras, o desenho abre as portas para a imagina-ção e o conhecimento e é um dos poucos âmbitos artísticos em que temos a possibilidade de apreciar nossos motivos in loco, em primeira mão. Quando desenhamos, estamos repensan-do a realidade. Afinal, em vez de processar  imagens feitas por outras pessoas, vamos nós mesmos para a rua e vermos o mundo com  nossos próprios olhos. Nesse sentido, o sketch- book se torna uma extensão do nosso olhar e nos permite expandir nosso próprio mundo. Além disso, o desenho conta com um caráter individual e autêntico. Quando recorremos às imagens de referência sugeridas pelo Google, assumimos o risco de usar as mesmas imagens que outras pessoas – e limitamos ainda mais nossa visão de mundo, ajustando-a ao funil hie-rárquico proposto pelas ferramentas de busca. Atualmente, estamos assistindo ao renascimen-to do desenho. Existe uma grande demanda de 

realidade. Entretanto, as imensas possibilida-des oferecidas pelo processamento digital de imagens contribuíram para o desgaste da credi-bilidade das imagens de maneira geral. É por essa razão que o desenho está passando por  um novo auge – afinal, trata-se de um meio  autêntico. O artista é responsável por seu dese-nho. O fato de ele ter feito o desenho com suas próprias mãos e de ter vivenciado aquela expe-riência garante a autenticidade de seu trabalho. Ou seja, a subjetividade e a intimidade de um desenho o tornam mais autêntico do que uma fotografia ou uma imagem encontrada no  Google. Por conseguinte, o desenho também passa a ter mais importância como documento. E, dessa forma, chegamos ao sketchbook. O sketchbook é algo bastante pessoal. Nele, faço desenhos para mim mesmo, e não para  os outros. É nele que represento meu mundo  e minha vida. O mundo onde vivo me desperta um grande interesse. Mas isso acontece em um processo longo e deliberado, e não apenas du-rante os poucos segundos que tenho para tirar uma foto. Além disso, eu me relaciono com o mundo – e essa relação também é estabelecida por meio de sentidos. O desenho que fazemos de uma pessoa será diferente quando houver um cheiro associado a ela, assim como o dese-nho que fazemos de um prato de comida terá outro resultado se não gostarmos daquela  receita. Da mesma forma, o desenho do nosso próprio cachorro será diferente do desenho do animal de estimação de uma outra pessoa.Para capturar todas essas impressões, nada  melhor do que um sketchbook: um espaço  pessoal, humano. É justamente aí que residem suas vantagens, tanto para você mesmo, como para a arte. Para que possamos ter experiências  próprias, é importante que saiamos de casa.  E, quando saímos de casa, ter um sketchbook em mãos é imprescindível. 

Para que serve um sketchbook?

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O sketchbook

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Precisa ser um modelo caro da Moleskine ou pode ser um caderno sem marca daqueles que são vendidos em super- mercados? Bom, a verdade é que você não fará desenhos melhores só porque comprou o sketchbook mais caro do mundo. Muito ao contrário: é possível que, ao usar um caderno caro, você fique com medo de cometer erros. E, como sabemos, sem erros, é impossível ir adiante.No entanto, há algumas coisas importantes que devemos ter em mente na hora de comprar um sketchbook. A primeira delas é que o papel usado no caderno deve ser livre de ácido. Muitas vezes, no processo de branqueamento do papel, a celu-lose é tratada com ácidos. Esse procedimento, além de poluir o meio ambiente, também é prejudicial a seu caderno a longo prazo. Afinal, depois de finalizada sua produção, sempre fi-cam resíduos de ácido no papel, o que faz que ele se deteriore com o passar dos anos. Basta reparar nos livros de bolso bara-tos dos anos 1960 para perceber como o papel fica quebradiço.Outro fator importante é que seu sketchbook tenha uma encadernação resistente. Evite também cadernos com enca-dernação em espiral; do contrário, você não poderá fazer desenhos de página dupla, devido à lacuna existente entre as páginas desse tipo de caderno.Além disso, as páginas devem ser costuradas, e não coladas, para que as folhas não se soltem. Um bom sketchbook não precisa ser absurdamente caro.

Que tipo de sketchbook?

Dica:

Assim que você comprar seu

sketchbook, escreva nele seu nome

e seu endereço. Dessa forma você

terá a chance de recuperar seu

caderno de desenho caso um dia

venha a perdê-lo.ww

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Em cadernos com papel de maior

gramatura (e livre de ácido), você

também pode usar tinta e aquarela

em seus desenhos.

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O formato adequado Dica:

Faça testes no papel de seu sketchbook com

diferentes técnicas de desenho. Assim você poderá

descobrir, por exemplo, que tipos de tinta

mancham as páginas.

O formato do seu sketchbook (grande ou peque-no, paisagem ou retrato) é apenas uma questão de gosto. No entanto, posso compartilhar com você aqui minhas preferências e comentar quais formatos considero os mais adequados para cada caso. Os termos paisagem e retrato (ou horizon-tal e vertical, respectivamente) já revelam para quais situações esses formatos são recomenda-dos. É claro que também podemos desenhar uma linda cena de praia em página dupla usando o caderno na vertical, mas é mais difícil fazer um desenho razoavelmente bom de um grupo de pessoas, todas de pé, com a folha em formato paisagem. O formato paisagem costuma ser bas-tante interessante quando saímos de viagem. Costumo usar sketchbooks pequenos, fáceis de carregar, com dimensões próximas ao formato A5. Esses cadernos, além de serem mais leves, não chamam muita atenção. Quando você estiver em uma loja escolhendo seu sketchbook, pegue alguns cadernos em sua mão e siga seu instinto para decidir qual é o seu favorito.

Prova de cor em uma página de um caderno da

Moleskine (à direita, o verso da mesma página

retratada à esquerda). De cima para baixo:

aquarela, caneta de ponta fina, marcador, tinta,

tinta sépia, marcador industrial, marcador

permanente Edding, caneta esferográfica.

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O pânico diante de uma página em branco é um problema bastante conhecido entre artistas. Mais preocupante do que uma página em branco só mesmo um caderno cheio de páginas em branco como o que agora você tem em mãos. Então, qual é a melhor forma de começar? E como fazer isso sem cometer um erro logo de cara e estragar o sketchbook que você acabou de comprar?

Não se preocupe: você não precisará se matricular em uma terapia de relaxamento. Na verdade, o pânico diante de uma página em branco nada mais é do que o medo de cometer erros e de não estar à altura das expectativas que você mesmo criou. Seu sketchbook, porém, será um aliado na superação desse medo, já que foi concebido para que você coloque em prática o método de “tentativa e erro”. Não se trata de um portfólio com os melhores trabalhos para apresentar a uma agência. Nesse sentido, você pode começar deliberadamente com um desenho ruim. Quebre esse gelo inicial! Em seguida, você verá como será mais fácil desenhar sem se preocupar.

Dica:

Na hora de estrear um sketchbook novo,

não comece pela primeira página.

Costumo dizer que a página 17 é a melhor

opção. Ou seja, faça seu primeiro desenho

em qualquer página do meio do caderno

e tente não completá-lo em ordem cronológica.

Para começar... a página 17 é a melhor!

Um caderno com personalidade

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Um caderno com personalidade

Imagine que você esteja sentado em um café ou no gramado de um parque. Enquanto o sol brilha no céu, você está bebendo café e fazendo anotações. Talvez você esteja simplesmente colocando algumas ideias no papel, escrevendo um diário ou um cartão postal. Agora imagine que, de repente, um estranho se aproxima de você, se senta a seu lado e começa a ler e a comentar o que você está escrevendo. Ele elogia sua criatividade, faz observações sobre suas ideias pessoais, corrige erros ortográficos e pergunta quem são a Gabi e o Chico. Com cer-teza, você ficará perplexo.

Curiosamente, uma cena dessas é bastante comum quando você está desenhando em seu sketchbook. Vira e mexe surgem pessoas que se sentem autorizadas a fazer comentários sobre seu trabalho e que, aparentemente, partem do princípio de que os desenhos que você está fa-

Proteja seu sketchbookEle não é de domínio público

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zendo dizem respeito a elas de alguma forma. Precisamos aprender a lidar com situações as-sim. Proteja seu sketchbook. Não tenha medo de dizer “não”. O sketchbook é seu e de mais ninguém. O que você desenha nele só diz res-peito a você.

Quando nos conscientizamos disso, passamos a trabalhar de forma muito mais livre. Você dei-xa de pensar no julgamento que seus “críticos” ou admiradores farão e passa a desenhar ape-nas para si mesmo. Afinal, você não está prepa-rando uma apresentação para outras pessoas, mas trabalhando em seu próprio campo criati-vo, aquele em que você se permite testar e co-meter erros deliberadamente.

Seu sketchbook não é de domínio público. Portanto, cabe a você protegê-lo.

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Observações são permitidas

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Mais do que permitidas, as observações escritas pre-sentes em um sketchbook são capazes de aumentar a força narrativa de seus desenhos. Os comentários dão origem a mais um nível de informação. Quando, por exemplo, ao lado de seu desenho você escreve algo do tipo “O mau cheiro era insuportável” ou “Eu amo esta música maravilhosa”, tais comentários aportam informações que dificilmente poderiam ser transmitidas “apenas” com o desenho. A propósito, não devemos esquecer que a escrita e o desenho são parentes distantes de uma mesma famí-lia. Todos os alfabetos evoluíram com base no dese-nho, ou seja, foram formados com base em uma linguagem visual que se transformou em língua. Não é de admirar, portanto, que escrita e desenho combi-nam tanto entre si. Seus desenhos se fundem organi-camente à sua caligrafia – afinal, ambos foram executados pelo mesmo autor. Dessa forma, não pense duas vezes na hora de acrescentar comentários manuscritos a seus desenhos. Isso serve para regis-trar a hora e o local em que o desenho foi executado e também para colocá-lo sob uma luz totalmente di-ferente: há uma grande diferença entre uma mulher sentada na rua à noite simplesmente porque quer ou porque ela é pobre e precisa vender lenços de papel para sobreviver.

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