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a . Venderei todas as minhas alfaias tara que não se INTERRÓsÍPA A PUBLICAÇÃO DA "DiFKSA" Pio X. Tiragem I.IOO Exoinplarc» A IMPRESSA PÓDjS REPARAR OS MALES DA IMPRENSA. (Visconde de Bonald) A grandesa do Brasil pelo Catholieismo ) . Publicação Quinzenal flnno I llcdacçito Seminário Episcopal I Cuiabá, 15 de Novembro de 1910; ÁSSIGNATURAS Anno 5$000-7Semeslre 3S000 Numero avulso 3uO réis num. 13 íeligião e Educação «) Convencidos, como, nos acha- raõs, de que sem religião .1130 ha e- ducação .e que portanto muito de- pende da instfúcção religiosa a fe- íicidade, tànto da> familia como da sociedade èm geral, insistimos ain- da e insistiremos sempre, junto dos pais calholicos, sobre o ponto de não se olvidarem do ensino religio- 8.0 ào^ipÉus. ílilio». noroim assim lhfeyHCTiMóréfoftaaó uma edu- çàçaôguie com seguran- ça para o bem no escabroso, catai- nho da vida, quer teirona, quer de alern-túmulo. A escola neutra não púde pre-- r encher as aspirações dos pais de familia cathólicos. . Si ella Se limitasse apenas em , não tratar de religião ainda seria tolerada,.porque enláo nãò destrui- ria os principio» christãos bebidos pelas crianças no seio de suas fa- miliss, mas nelíá se pretende legar a religião, negando ou duvidando da existencia de Deus, quando se ensipa á no.çãò das.còusas com re- laçãoa causa primaria. Se a escola (•. noutra não deve ensiiiar a religião, é certo, mas não pôde também ser cpatra ella, por- ; que desfarte desapparece a tão decantada neutralidade. Se, por exemplo, um profes- ' sor leigo disser aos seus àlúmnos <jue Deus não existe senão na nossa ÍIWSgiDaçaQ,. é evidente tjue estará implantando a impiedade, a des- crença, ua alma dos nossos filhos, que, pelo seu pouco desenvolvi- meuto intellectual, não poderão dis- cutir e provar-lhe que é um absur- do semelhante enunciado. I'm professor que a»sim pro- ceder não será lieuin, mas sim um pfofessor atlieo, descrente ou in- consciente. JE'; preciso por tanto queo pai de farniíia oegite com ze- loso empenho de descllbrirurn ineio em yn^tudè do qual esieja ao abiiü-o de possível perigo o futuro de seus iiJnosi Esse meio será vir em au- xilio da I^iga Catholica Matto gros- seflse, no sentido fornecer-lhe os recursos preciosos para o esta- -.uelecimento e manutenção nesta capital, e em todos os municípios do Estado, de uma escola parochial gratuita, elementar e complemen- lar, em que os seus filhos apren- dam a conhecer a Deus e a vene- ral-o pelo culto da religião. Não somos nós, que seriamos talvez averbados de suspeitos, por- que nos. confessamos publicamen- te catholicos aposfolicos romanos, os únicos que pensam ser ncces- sario o ensino religioso pàrahaver educação; homens' eminentes pelo seu saber, pela pratica da vida, al- guns delles são orthodoxos, espo- sam a mesma opinião. Victor Hugo disãe um dia na AssemblfiaNaciónal Franceza: «De- vem ser levados aos tribunaes os pães que enviam seus filhos its e'b- colas em cuja porta está éscriptò: «Aqui, não se ensina religião.» O ensino religioso é, em meu çoncei to, mais necessário, hoje do que nunca, A moftida que o iioniern se desenvolve deve mais crer... Quero; pois, sinceramente; direi mais: que- ro ardentemente o ensino- religi- oso.». Diderot disse:. «O primeiro co- nhecimento essencial á juventude deve ser a Religião, base única da ,r —,"wvi uuiua ua moral. Religião devajser a primeira licção e áljcção de ©dós os: dias;» E este philosopho do século de Voltàire, npda suspeito aos racció- nalistas. e ímpios, indicou tainbem qual o livro em que "se devájh.a- prender as licções diárias da mo- ràl: «Muitó procurei, dizia, até 'Sn- contrar livros peiosquaes ensinas- se á minhq, filha querida e não en- contrei nenhummelhor do qite o catecísmo da diocese. Sim, não vos alarmeis; vql/ío- me do caieeismà e nelle encontro ,o melhor tratado de pedagogia. . > Qüe fundamento mais solidopos- so dar á instrucção de minha fi- lha?» ..,* Girardin disse: «Sem instraíl çáo não ha bom systema de ed'u? cação. ÍNão basta ensinar a religi- So aos que devem pregal-a; é mjs- ter ensinal-a aos que- devem práíi- cal a, isto é, a iodo o mundo. Ore- ai-escolas industriaés sem ensiíio religioso, é organisar a barbaria e a peiprde todas as barbarias.» Disraeli, estadista da Ingla- terra, disse: «Tenho por &rto que um systema de educação, nacional, não baseado no conhecimento da religião, produzirá um desastre na- cional mais funesto para o Estado do que para a Igreja?» Jouftroy dizia: «Não ha mais d" que uma voz para proclamar que, sem a religião não ha educa- ção moral possível e que deve ser ella a alma das escolas normaes de mestres.) Legouvé, membro da Acade- mia Franceza, disse: Não ha edu- cação possível sem ideas religiosas^ Emqhanto a mim. não temo de af- fi.rmal-°: si achasse na impres- cindirei necessidade He, escolher para um meninp entre o saber pro- ^ano ® P saber1 rezar, qúe saábjpi re- zar! diria; pois rezar é ler mais bello dos livros, na mente d'Áquel- de quem emana toda luz, tòda justiçae toda bondade.» , Thiers, dizia: «... Eu peço for- malmente outra cousa: que se eli- minem esses professores leigos'eni grande numero detestáveis. Quero Irmãos (professores de congrega- ções religiosas, çomo os MaristasJ, ainda que em outro tempo haja po- dido desconfiar delles. Quero fazer omnipotente a influencia do clero. Quero que a1 ácção do parocbo se- ja forte,» muito .mais forte do que hoje em, dia\ porque conto corn ei- le para propagar a boa philoso- phia, que ensina ao homem que : está na ,terra , para soffrer... Sim, nunca o repitirei bastante: o ensino primário não produzirá bons resul- tadòsíenáo quando ò Clero exer- cer nelle grandíssima influeneia.» Júlio Simon, dizia: «Não a titulo de .protesto: desejo ver o no- me de Deus1 escripto lei; e o de- sejo também, porque me- repugna, ' a mim antigo professor, ver este nome excluído de uma. lei sobre ensino primário. Isto me choca, me afflige, entristece-me a vida Não me parece estar no mundo em que tenho vivido, no paiz onde tenho ensinado. N'aquelles tempos considerávamos nosso primeiro de- ver falar de Deus âs creaturás.» Portalis, dizia: «Não ha instru- cçãosem. educação, sem moral e sem Religião. Os professores e mestres são voz qüe clama no de- serto; porque promulga-se impru- dêntemente que, nas escolas, não se deve fallar em Religião? »E' necessário pôr a Religião co- mo base da educação. «... Sem ella os costumes se cor- rompem, e, então, se levanta das escolas um povo feroz.» JJuilhjjjme, imperador da Alie- manha declaro»: «E' bem que se instruam os moços na sciencia; mas é mister não esquecer o qüe tem im.|prtancia capital na educar ção: a "Religião antes de tudo.e sobretudo. Vossa missão é muito diificil e importante, é educar a ju- ventude no temor de Deus e ensi- nar-lhe o respeito ás coisas santas». A vista do exposto, é claro que, o programma dos nossos ad- versados,' proscrevendo da educa- ção a religião, nada mais faz'do que propagar um mal cuja inevita- vel consequencia será a completa destruição da familia e da socie- dade, porquanto, como muito judi- ciosamente afflrrnou notável publi- cista: «Sem Deus, sem religião, a terra não é senão um theatro de crimes e desgraças e a Sociedade é iiflpcssivel>. 15 de Jfovembro Uma data como a que hoje com- memora-se não pode passar Sem os mais calorosos açplausos por parte daquelles em cujo coração vibra a corda sensível do patriotismo. E' assim que, congratulando-nos pela passagem da auspiciosa data, lazemos ardentes votos a Deus pe- la felicidade da Republica e pros- pèridade dos brasileiros a-de todos os que aqui cooperam pelo engran- ddcimento da nossa querida patria. JAarechal tfermes Iíoje toma posse e assume o e- xercicio de primeiro magistrado da Nação Brasileira, cargo para o qual fôra eleito, o Exmo. Sr. Mare- chal Hermes da Fonseca. Duplamente prestigiado, pelo po- vo e pelas classes armadas a que pertence, coaUocendõ perfeita-

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a .

Venderei todas as minhas alfaias tara que não seINTERRÓsÍPA A PUBLICAÇÃO DA

"DiFKSA" Pio X.

Tiragem I.IOO Exoinplarc»

SÓ A IMPRESSA PÓDjS REPARAR OS MALES DA IMPRENSA.(Visconde

de Bonald)A grandesa do Brasil pelo Catholieismo )

. Publicação Quinzenal

flnno Illcdacçito

Seminário Episcopal I Cuiabá, 15 de Novembro de 1910;

ÁSSIGNATURASAnno 5$000-7Semeslre 3S000

Numero avulso 3uO réisnum. 13

íeligião e Educação

«) Convencidos, como, nos acha-raõs, de que sem religião .1130 ha e-ducação .e que portanto muito de-pende da instfúcção religiosa a fe-íicidade, tànto da> familia como dasociedade èm geral, insistimos ain-da e insistiremos sempre, junto dospais calholicos, sobre o ponto denão se olvidarem do ensino religio-8.0 ào^ipÉus. ílilio». noroim só assimlhfeyHCTiMóréfoftaaó uma edu-çàçaô guie com seguran-ça para o bem no escabroso, catai-nho da vida, quer teirona, quer dealern-túmulo.

A escola neutra não púde pre--r encher as aspirações dos pais defamilia cathólicos.

. Si ella Se limitasse apenas em, não tratar de religião ainda seria

tolerada,.porque enláo nãò destrui-ria os principio» christãos bebidospelas crianças no seio de suas fa-miliss, mas nelíá se pretende legara religião, negando ou duvidandoda existencia de Deus, quando seensipa á no.çãò das.còusas com re-laçãoa causa primaria.

Se a escola (•. noutra não deveensiiiar a religião, é certo, mas nãopôde também ser cpatra ella, por-

; que desfarte desapparece a tãodecantada neutralidade.

Se, por exemplo, um profes-' sor leigo disser aos seus àlúmnos<jue Deus não existe senão na nossaÍIWSgiDaçaQ,. é evidente tjue estaráimplantando a impiedade, a des-crença, ua alma dos nossos filhos,que, pelo seu pouco desenvolvi-meuto intellectual, não poderão dis-cutir e provar-lhe que é um absur-do semelhante enunciado.

I'm professor que a»sim pro-ceder não será lieuin, mas sim umpfofessor atlieo, descrente ou in-consciente. JE';

preciso por tantoqueo pai de farniíia oegite com ze-loso empenho de descllbrirurn ineioem yn^tudè do qual esieja ao abiiü-ode possível perigo o futuro de seusiiJnosi Esse meio será vir em au-xilio da I^iga Catholica Matto gros-seflse, no sentido dé fornecer-lheos recursos preciosos para o esta-

-.uelecimento e manutenção nesta

capital, e em todos os municípiosdo Estado, de uma escola parochialgratuita, elementar e complemen-lar, em que os seus filhos apren-dam a conhecer a Deus e a vene-ral-o pelo culto da religião.

Não somos nós, que seriamostalvez averbados de suspeitos, por-que nos. confessamos publicamen-te catholicos aposfolicos romanos,os únicos que pensam ser ncces-sario o ensino religioso pàrahavereducação; homens' eminentes peloseu saber, pela pratica da vida, al-guns delles são orthodoxos, espo-sam a mesma opinião.

Victor Hugo disãe um dia naAssemblfiaNaciónal Franceza: «De-vem ser levados aos tribunaes ospães que enviam seus filhos its e'b-colas em cuja porta está éscriptò:«Aqui, não se ensina religião.» Oensino religioso é, em meu çonceito, mais necessário, hoje do quenunca, A moftida que o iioniern sedesenvolve deve mais crer... Quero;pois, sinceramente; direi mais: que-ro ardentemente o ensino- religi-oso.» .

Diderot disse:. «O primeiro co-nhecimento essencial á juventudedeve ser a Religião, base única da,r —, "wvi uuiua uamoral. Religião devajser a primeiralicção e áljcção de ©dós os: dias;»

E este philosopho do século deVoltàire, npda suspeito aos racció-nalistas. e ímpios, indicou tainbemqual o livro em que

"se devájh.a-

prender as licções diárias da mo-ràl: «Muitó procurei, dizia, até

'Sn-

contrar livros peiosquaes ensinas-se á minhq, filha querida e não en-contrei nenhummelhor do qite ocatecísmo da diocese.

Sim, não vos alarmeis; vql/ío-me do caieeismà e nelle encontro

,o melhor tratado de pedagogia.. > Qüe fundamento mais solidopos-

so dar á instrucção de minha fi-lha?»

.. ,*

Girardin disse: «Sem instraílçáo não ha bom systema de ed'u?cação. ÍNão basta ensinar a religi-So aos que devem pregal-a; é mjs-ter ensinal-a aos que- devem práíi-cal a, isto é, a iodo o mundo. Ore-ai-escolas industriaés sem ensiíioreligioso, é organisar a barbaria e apeiprde todas as barbarias.»

Disraeli, estadista da Ingla-

terra, disse: «Tenho por &rto queum systema de educação, nacional,não baseado no conhecimento dareligião, produzirá um desastre na-cional mais funesto para o Estadodo que para a Igreja?»

Jouftroy dizia: «Não ha maisd" que uma voz para proclamarque, sem a religião não ha educa-ção moral possível e que deve serella a alma das escolas normaesde mestres.)

Legouvé, membro da Acade-mia Franceza, disse: Não ha edu-cação possível sem ideas religiosas^Emqhanto a mim. não temo de af-fi.rmal-°: si mè achasse na impres-cindirei necessidade He, escolherpara um meninp entre o saber pro-^ano ® P saber1 rezar, qúe saábjpi re-zar! diria; pois rezar é ler nó maisbello dos livros, na mente d'Áquel-lè de quem emana toda luz, tòdajustiçae toda bondade.» ,

Thiers, dizia: «... Eu peço for-malmente outra cousa: que se eli-minem esses professores leigos'enigrande numero detestáveis. QueroIrmãos (professores de congrega-ções religiosas, çomo os MaristasJ,ainda que em outro tempo haja po-dido desconfiar delles. Quero fazeromnipotente a influencia do clero.Quero que a1 ácção do parocbo se-ja forte,» muito .mais forte do quehoje em, dia\ porque conto corn ei-le para propagar a boa philoso-phia, que ensina ao homem que

: está na ,terra , para soffrer... Sim,nunca o repitirei bastante: o ensinoprimário não produzirá bons resul-tadòsíenáo quando ò Clero exer-cer nelle grandíssima influeneia.»

Júlio Simon, dizia: «Não só atitulo de .protesto: desejo ver o no-me de Deus1 escripto nâ lei; e o de-sejo também, porque me- repugna,' a mim antigo professor, ver estenome excluído de uma. lei sobreensino primário. Isto me choca,me afflige, entristece-me a vidaNão me parece já estar no mundoem que tenho vivido, no paiz ondetenho ensinado. N'aquelles temposconsiderávamos nosso primeiro de-ver falar de Deus âs creaturás.»

Portalis, dizia: «Não ha instru-cçãosem. educação, sem moral esem Religião. Os professores emestres são voz qüe clama no de-

serto; porque promulga-se impru-dêntemente que, nas escolas, nãose deve fallar em Religião?

»E' necessário pôr a Religião co-• mo base da educação.

«... Sem ella os costumes se cor-rompem, e, então, se levanta dasescolas um povo feroz.»

JJuilhjjjme, imperador da Alie-manha declaro»: «E' bem que seinstruam os moços na sciencia;mas é mister não esquecer o qüetem im.|prtancia capital na educarção: a

"Religião antes de tudo.e

sobretudo. Vossa missão é muitodiificil e importante, é educar a ju-ventude no temor de Deus e ensi-nar-lhe o respeito ás coisas santas».

A vista do exposto, é claroque, o programma dos nossos ad-versados,' proscrevendo da educa-ção a religião, nada mais faz'doque propagar um mal cuja inevita-vel consequencia será a completadestruição da familia e da socie-dade, porquanto, como muito judi-ciosamente afflrrnou notável publi-cista: «Sem Deus, sem religião, aterra não é senão um theatro decrimes e desgraças e a Sociedade éiiflpcssivel>.

15 de Jfovembro

Uma data como a que hoje com-memora-se não pode passar Sem osmais calorosos açplausos por partedaquelles em cujo coração vibraa corda sensível do patriotismo.

E' assim que, congratulando-nospela passagem da auspiciosa data,lazemos ardentes votos a Deus pe-la felicidade da Republica e pros-pèridade dos brasileiros a-de todosos que aqui cooperam pelo engran-ddcimento da nossa querida patria.

JAarechal tfermes

Iíoje toma posse e assume o e-xercicio de primeiro magistrado daNação Brasileira, cargo para oqual fôra eleito, o Exmo. Sr. Mare-chal Hermes da Fonseca.

Duplamente prestigiado, pelo po-vo e pelas classes armadas a quepertence, coaUocendõ

perfeita-

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í rpente os homens e as cousas do, ,seu pai?, S, lSx.. está talhado a fa-zer um bom governo.

Bom cercado, como se acha, eaniiuado,.. âa patriótica intenção .jámanifestada de fazer,, justiça, esta-mos certps- de que S. Ex. terá umaadministração fecunda, cheia debeneflG0Si;.resultad0s;.

para* o quesinceramente fazemos Os nossosmais ardentes votos aDeus.

Ileabertura tlaa anlaa »oWalcslinio

Equifparadú aoGymnasio Federal

Na manhã do dia.'3r do corrente,o vasto salão de honra do LyceuSalesiano, que havia muito .jazerasolitário e mudo, reanimou-se dechofre com a volta festiva e garru-la dos seus 200 alumnos, dentro osquaes 110 esperançosos gymnasi-anos.

Em breves paternaes palavrasdeclarou o Rmo. Sr. P. Director ofim d'aquella sessão solemne, que<Én seguida o Exmo. Sr. Dr. Dele-gado Fiscal proclamou offlcialmen-te aberta.

Procedeu-se inçontinenli á pri-meirá chamada nominal, á leituradós principaes artigos do Códigodos Institutos Offlciaes de EnsinoSuperior e Secundário e do Regu-lamento particular d'aquelle Lyceu.

Aqui tomou a palavra o Sr. Se7, cretario, o Esmo. P. Dr. Franciscod'Aquino que exhortou o brilhanteauditorio juvenil á instrucçao damente pelo culto das sciencias elettras.mas especialmefte á eÉuca-ção da vontade pela edificação deum caracter franco e iUuminada-mente patriota e çatho.lico.

; Dr. Delegado fisçil despin-do, como elle mesmo disse, a sua,investidura official, quiz encerrar a'enthusiastica funcção com phrasestão amaveis ,e tão morálisadoras,quaes só pudera dicíarum coraçãode pae primorosamente culto;

A galharda banda do Institutoentresachou todos esses actos demaviosas harmonias, suaves, aus-picios de um anno feliz aos briosos

, collegiaes. E' o que também lhesauguramos.

Faltocimciitos

Falleceu no dia 4 do correntemez o coronel Delfino. Augusto deFigueiredo, em avançada idade,deixando grande. prole: Suã mortefoi muito sentida, visío como pelassuas qualidades o finado era geral-mente estimado.

A' sua desolada viuva, filhos, ne-">* <» demais parentes , enviamos asnossas sinceras condolências. -

No mesmo dia ;flnouJse a Exmà.Sra. D. Guilhermina Gualberto"deMattos, também deixando urna des-céndericia .numerosa; Era uma se-nhora virtuosa e, por isso muito es-¦timãda e venerada por todos quan-tos tiveram a fortuna de a conhe-cer.;

. Compartilhando do pezar que oluctuósci acontecimento trouxe aolar; dos seus extreroecidos filhos,netos, bis-netos e sobrinhos, a es-

, teS apresentamos os nossos sen ti-dos pozames. .

O Espiritismo

Suas fnuwuN c efTelton

t

Dk \iseitu erguida..

Em fim nao raras vozes esto es-pmto é 0 piopno SataVz Esteponto tão discutido nos primeirosannos, agora é jntíegavel. -

Por mais que faça para eonser-var*se occultojí mais cedo ou mais'tarde se conhece pela cauda ser-*pentina. y

E' a mesma serpente que enga-nou a nossa primeira mãe a poderde mentiras.

«Não morrereis, sereis comoDeus ».

1) O celebre espiritista ^francez

D. quiz uma noite evocar sua mãe,fallecida havia 18 mezes. A senho--ra delle servia de «médium escre-vente». A mãe apparece.

No decurso da sessão, desconfl-ando que aquella fosse de factosua mãe, pergunta-lhe pelo, nome,«Isso pouco importa» foi a rés-'posta.

Poem um terço sobre a meza e a«mãe» ^responde: rio-me do teuterço.

Poem o mesmo sobre ,a mão es-crevente, e este levanta-se com for-ça.

Ah! tens medo do terço?^-Sim.O terço te faz soffrerP-r-Sim.

(E este espirito havia de ser suamãe!!!)—, Esconjurado em nomede .Deus a dizer seu nome, respon-deu: «Sátanaz».

Confessou que elle era. sempre omesmo, que appareceu nas diver-sas sessões, tomando o nome deseu pae, sua mãe, de tal ou tal san-to; sémpre «Satanaz».: ,, '

—E porque?—Para seduzir-te eperder-te—A1 vista dessa cofissão,os dois espiritas abriram os olhos edeixaram o espiritismo.

2) Na cidade de S. L. estava-sedando uma sessão espiritistica, etodos pasmavam, vendo uma sim-pies meza de madeira dar signaese responder como se fosse umapessoa dotada de perfeita , jntelli-gencia. Antes de tinalizar a sessão,uma pessoa das presentes tomou apalavra e disse: «Se .-.tudo isso é U-ma realidade e não .uma imposturaexijo que a mesa se approxime de.;mim e me dé üm-signal de atllrma-;ção.. •

Pronunciadas estas; palavras, amesa caminhou e foi atí: lá, inçli-na:ido-se varias vezes. ,

A pessoa teve medo e sahiu delà para nunca mais voltar.

3) No principio dp Espiritismo,quando ainda era permiltido fazersessões para estudal-o e descobril-Ò, o Bispo de liemies na França,lio intuito louvável de esclarecer aosseus diocesanos sobie a .naturezadesses phenomenos, deu, uma ses-são publica na presença de pessó-as, serias e illustradas. O preladotinha recebido . havia pouco,, umacarta em que se relatava minucio-samente a morto de; uni missiójia-rio martyrisado na China.

. Fez a évocaçáo; a meza estreme*o ;i, estabeleceram-se .o's, signaesconvencionaes da coireispondeneiàquanto ás perguntas e respostas.

O bispo perguntava e a meza res-pondia por signaes. No fim o Sr.Bispo pasmadoao vér que um pe-daço de madeira isolado de todo o

contado enganador, soubesse to-das aquellas particularidades ,e mi-nudencias que ninguém rnais sabitsenão só elle, possuidor da carta,levantou-se em pé e virando-se.pa-ra a meza, dirigiu-lhe p.ih-vras:

«Paraísaberes tudo n qu<' arnluisde me responder, é precisri/que se-jas ou um ^mjo doCéo oumii > spi-rito do inferno. Sc ós pois um de-monio, eu em nome de Deus Todo-poderoso e de Christo crucificadomando, que esta meza se levan-te nos arçs e venha cahir quebrandoseus pes aqui na minha presença »

Logo a meza se levantou e caliiucom tanta fúria, que foi quebraros seus pés lia jiresença dobispo.

«Ahi está, senhores, exclamou obispo, o espirito que fala no: Espi-ritismo, é o proprio Satanaz».

Jnnumeros são os casos que, co-mo o precedente, provam a verda-de desta asserçâo.

: . Mas, o. leitor, dirá, ha . espíritosbons e máos, que apparecem nassessões.

Não ha; são todos máos; e peio-res são aquelles que tomam appa-renciàs de bondade, virtude e reli-giosidade.

Deus não pode prestar-sé e ser-vir a estas praticas; repügna á suadignidade; nem pode permittir queos Anjos é às almas dos .finados aisto se prestem, Se hà pois espiri-;:tos nessas reuniões, esses -são, tó-dos máos,; airídâ quando còllertoscom capa de piedade. /,

Mas pòrqúe permitte Deus aosdemonios/tentar e enganar òs lio-mens? .¦¦' 'v':.'

Respondo: Deus sabe o que faz,periiiitte á: tentação mas nos man-da 1-esisiii'f fugir delia. Deus pro-hibiu formalmimte, como se p(kleler nas Sagradas Ksi'rijituras, essetal cotniuercio diabólico, por meiode ariplos ou pythóniásás.'

Lêdè. a Sagrada Ekcríptura e ve-reis;.:1 :' ; . •

; Ora quem despreza a ordem eprobibição formal de Deus bemmerece cahir no engano e ria, têntá-çãó;,; e, si se perder (como infeliz-merite quási sempre acontece), aculpa será delle; tpda e não deDeus» Perditio tua ex te, Israel; inme tanturnmodo auxiliurn tuum.

M.R.

Nunca

osso

meio

teria

:cena

LOQAR VAGO

O Revm. Padre Conrardy, o

grande missionário belga, apos-tolo dos leprosos chinezes oon -

trahiu a terrível moléstia.

Lá está pois um logar vago.Damos esta noticia ao conheci-mento dos chefes anarchistas,maçons, livres pensadores, ououtros amigos da humanidadeleiga, calumniadores dos pa-dres.

Que esses senhores se apres-sem: os leprosos estão para serabandonados, e si não fizeremdiligencia, quanto antes, o Pá-*dre

Conrardy estará substituídoipor outro fradeco, que irá idi-otisar os leprosos.

? Aproveitem o bom emprego,emquanto está vago. Bellaoc-casi8o para mostrarem quãogrande ó o proprio amor paracoma humanidade.

entrado antedia na loja dosido teste mun

amais violenta.

O gordo Ku$noempertigado ícccornos punlio? 1tra um pequeno'que,cas semanas, entrára ic^éu negocio como caxeiro: '¦

— O que? o que? -griteva, oque estás dizendo? Qúeíes irconfessar-te? Julgas que minhacasa é escola de jesuítas? Cui-das em ir contar ao padre tudoo que acontece aqui? Nao mefalles mais nisto! Nünca maislou... ouviu.'

Um brusco movimento do pédireito completou aphraseefezentenderão rapaz assustado queem caso contrario, oporia nomeio da rua com um solemne

pontapé. E mais accrescentoucom sarcasmo:

Escuta, bobo, si te quefesconfessar,' confessa-te .còmrâi-go, pois eu sou o reverendissi-'mo sr. Rufino, padre de todos os

padres.•Uma estrondosa gargalhada

de todos os empregados dàlojaacolheu essas ultimas palavras;e o iam debicando:

---Vai, beato, vai confessar-te com o nosso patrüo! Pobrerapaz! só havia um mezquees-tava nessa casa e quantas zom-barias já tinha soffrido por cau-,sa de seu comportamento reli-

gioso!Mas de repente pára a cachi-

nada. B' que apparece na por-ta o .vigário. Surprehendido, àovel-o, o sr. Ruflno lhe corre aoencontro, comprimentando-o edizendo coth voz docc como omel:

—Reverendissimo sr., éparamim grande honra receber emminha loja a vossa reverendis-slma. Estou ás suas ordens.

—O fim da minha visita, re-

plica o padre, nao é' de fazercompras, mas unicamente pairafallar com osr. em particular.

Alguns momentos depois oRuflno, atormentado de curió-sidade, estava sentado em fren-te ao padre.

—Meu sr. diz o vigário, te-nho de entregar-lhe uma quan-tia de dinheiro que lhe pertence.

—Dinheiro?

--Sim, ha alguns annos queo sr. foi victima de uma fraude.O culpado arrependido me en-trogou 1:22,7$000, que éaquàn-tia defraucmda com; os relativos

juros. Eis aqui o dinheiro.—1:227$000! .Mas, sr.,viga-

'rio, donde me vem esta?...

—Restituição, completou ovigário. Quem foi que m'a en-

Page 3: amemoria.bn.br/pdf/765880/per765880_1910_00013.pdf · nho da vida, quer teirona, de alern-túmulo. A escola neutra não púde pre--r encher as aspirações dos pais de familia cathólicos..

MS

trepou não Jlie posso dizei; pois^e^iedo do confhsSo—Xtto

quero iiicominodur \

reMTondib^inu, mw, ao menos

níe 'liga) spíítíeíá'6cfntece', iliüi -

t.i vi^Pafiitrcíiordinlieiro des-

sii nn ueira'—Do Vez emquando. Entre-

tanto ó' si-. :e6tá 'vendo

que a

reliü il( ame sempre, até em

cuusas mundanas. A religião

manda,'reapeitar.a propriedadealhe|a e proliibe reter bens in-

justfiaienteadquiridos. Naopó-

de ser absolvido na confissão á-

quelle que tem em seu podereousa alheia, sem primeiro res-

tituil-a a seu dono. Sem a

religião e a confisco o sr. nfto

resuperava,o seu dinheiro. E'

ijiais uiria prova de que a eon-

fissão é necessariae fácil.

Nao é preciso descrever o as-

sorabro dos empregados da loja,

ao verem seu chefe acompanhar

o padre com muita cortezia até

a porta, sem que lhe fizesse a

.compra nem d'umalffijete, eso-

licito i apêrtar-lhe a mao com

muita afeição.

Mus o pasmo foi ainda maior,.quando o patrão, voltando á lo-

ju, chamou o caxeiro e lhe dis-

se:—Pódes ir te confessar quan-

do quizeres! E a vós outros, pa-tifes, também uma boa confie-são não vos faria mal.

(Do «O Cruzeiro»)

¦->oG^=3c<>

Jf ãe Gaiüiac/e

Hot asyloi, iios liog]iltues.nos refúgios «ta ¦nciiilicidaile

« nau SBIssiões

Antes de deliciar uie cm pintar osprodieios de caridade que » Irmã. de-senvolve nos íibjíob, hospitaes e le-fugios. r\as penitenciárias e nos cam-pos de batalha, apraz me respondei'a cenos philanti'opos, hodierno8 pha-riseus em .carne e osso (que se repu-tam etríancipadores do genero bu-muno) porque dão poucos vinténs emalgum bazar de beneficencia, paraQue seu nome seja celebrado aosquatro centos, pelos jornaes; ou cou-correm para as despezaa de algumjardim de infancia e 'de alguma ca-

¦ sa de educação; collocando ahi assuas virgens loucas.

Dizem: estas nossas jovens é que¦ftb yteis e de vantagem á socieda-«©... tuas a lrm& para que vale? Quebemfaz a Irma?

A'a vossas,poucas virgens estultase. bem pagas por^vós, vos oppomosas gloriosas legiões das nossas vir-gens de Jesus Chrigto. A Irmft comseus affectos é mííe daquellas crean-

ças,das quaes não quereis ser cha-mado coro o nome de pae; recolhenas estradas os meninas abandona*dos, medica apuellas* chagas, que

oMisaolutos causa&tes; cercade afagos maternaes os pobi es velhosque desdenhais e de quem vós nãovop ,ayisinha.is, expulsam vi|mente:CIO^ *VfU3BÍ\Q lln I Anínn 11_« .ijvwtrwviwi^vSem-dar-lhes ujn

pedaço de püo ou , um' ^farrapo para

rubmem a nude/; a lima se faiuer-\.i d.iqut"l|i>s que \í),, ivm n \ostomao exemplo Piiriin.wtei a \i\ei,nio \id.i li inimh na "neiedade. rri(ndpslinni id i ii.i-t'n\o\ii», e iquclle*nnlh )i> i ili. intili/is que \os inimi-Kcm da huiniiiidide enloqueoeuteseom na violências, usuras, fraudes,trahições e ardis, a Irmft agnialba?*faz sarar oe nossos soldados (que saótalvez vicfimaa d'uma ambição' do-"nenfieadsi).

Vède a lima no3 asjloa de in':m-cia. Essa isegunda mãe prodigalizatodo-, os ru d.id h .njufll.ici c cMiiçase no meio desses traquinas pnssa üVida: alii encontra tuas dei c ai e es>fo>-ça-se amorosamente por ttíimiirnos meninos bons pais de família, ci-d.iiiaoi febras no tem|jo e na eterni-dad». Oh! quantas daquellas ciean- ;ças se nao educai iam para o cárcereepaia a galé, ei a Irma de caridadenao aí chamasse á adoração de Üeus,e nao lhes instillasse' na mente e nóscorações viigéns, o amor de Deus<eo respeito a seus paes!

Quem ignora a paciência e abné-gaçJo da Iimã no= refúgios de meu-dicidade! E' a Irmft, que por meiode cuidados mteiminos dulcihca a vi-da de muitos velhos decrepitos, qua-bí todos faltos de juízo,-que merecemmais compaixão que 09 mehinos--eque os philantropos, nem sequér,quereriam que existissem.

; Vêde-a noB liospita«B;'a Irma estáperto de todos os leitos, cm todos osofficioa, de ninguém se afasta; aqnitrata de chagas repugnantes: ali dáum remedio; véla dia e noite, e sitoma nlgum repouso é ao lado dosseus queridos doentes. Ora dispõe areceber os SS, Sacramentos quemtem poucas horas de vida; ora recom- -menda a alma de quem exhalou oúltimo suspiro. Passa de perigo emperigo, de saeiificio em sacrifício,mil vezes rediviva e mil vezes mar-tyr gloriosa e voluntaiia de Bi mes-ma, até .morrer victima dos malescontrahidos pelo contacto cora os do-entes, suave:holocausto de sua can-dade pára com Deus-e os homens.Na Italla não ha cidade grande ou

pequena que não tenha seu asylo deinfancia, hospital e refugio de meu-djeidade; onde não haja a Irpa decaridade para a assistência dos en-fermos. •

No Brasil nas grandes cidades dá-se o mesmo. > Este facto altamentehumanitario, ou melhor earitativo,nobilita efesas nações assegura-lhes oposto de honra entre os povos civili-zados e sobreleva aquelle sentimentopiedoso, gentil e todo chriatao, quelevava nossos maiores a fundar ásy-los, hospitaes, e refúgios e « dotal oscom ricos patrimônios, para que osdesherdados da fortuna achSBsemmelhor Wacto e assistência mais amo-rosa, e para este fim confiaram-nos acorporações religiosas.

A lrmií desprendida doa interes-ses mundanos e; da mesma família,devotada ao maia Biiblime dos ideáes,nos doeates sò vô irmaod, e espargesobre suas: misérias, sobre suas do-res, o balsaino de seus affectOB, todaa compaixão de coraçSo; todoo coii-forto da própria abnegação. Para sever bom curado e cumícaridade, dKzia um ferido, é necasBario ir ás ir-más.

A Ii rnã, anjo em forma humana,attende ao cumprimento .do officiolivremente assumido e executado ru-Jigiosamente. A sua actividade naodiminue cm nenhuma necessidade,

:Bna paciência supporta em paz todosos caprichos dos doentes, todos os a-

borrecimentos da doi-nça. Nftoespe-1 a o hm do sei s i«,o n.\o api ensa a lio-ra da liberdade. Of seus coi 1 edoi es8f.o Ob hOus jardins os cubículos dosdoentes, us seus carneiro» i> ip o\haIa^Õo- lo^hit.ras do unbiai t*4 l'»ch«ido, s^ò 09 perfumes de suas flôies

OsmeBmos medieps devem-se re-tu are ealurmuitui \<ves paia tebpi-1.11 ai puio,quundo\ii»t.Lm ns ati-Ctidof dn vanul 1, ni<^ a liniJ p^im.vflece di 1 ?» noit»» n.niu^lla ulino-phe-ra empeBtada. '

«]aU iiAo i'onh(ai (• f-oftre a teiranada mata \uiu,twl qu«> ig TiinõfiEssas virgens muitas; vezes distinetas,tanto pelo nascimento como pela íjor-tuna e pelo espirito, renunciam ato-dos os bens e vantagens da terra pa-ra se dedicar ao sei viço dos infelizes,mendigos e malti apilhos. Lavambem nojo as chagas dOB leprosos, cu-rpm Sitas ulceras e dispensamos ca-rinbos mais amorosos aos cholericose aoa affectados d outras doenças.Em toda a parte, onde a febre é maisardepte, onde a peste é mais fulroi-nant,e, onde a dôr o mais intensa,mais mortal o cliolera, onde maissoffre a humanidade, ahi achareiaesse anjo distribuindo os celestestheeouros de sua caridade,ja mais a-bandpnando os enfermos, nem mos-mo os moribundos, esforçando-secom meigas palavras e orações affé-ctuosas para facilitar-lhes a passagemao outro mundo.» ;

Quem é que tece esse bello elogio.daIrma? E\um,Bis.po?.E' um sacer-dote? Não; é n douto e celebreprotestante. \

PACTO E... SIMPLES

RKPLEXÃO

Noticiamos, no ultimo n.,amorte repentina de Pilades Maz-za, no parlamento italiano.

Hoje accrescentamos umasimples reflexão motivada pelacoincidência particular que aacompanhou.

Xo suburbio Tiburtino, ossectários da associação"Qior-

dano Bruno" quizeram fundarum circulo anti-clerical em umarua chamada das

"almas san-

tas". A inauguração fez-se navesperade S.Pedro, e para acerimonia foi convidado o de-

putado Pilades Mazza.

Acceitou, e no discurso de a-bertura, cheio de anticlerica-lismo, disse ser cousa intole-ravel que um circulo anti-cie-rical tivesse sua sé na rua das"almas

santas", e propoz, fre-neticamente appla'udido,que setrocasse o nome da rua, e fossechamada

"Rua da liberdade".

No dia seguinte deu-se a tra-

gica e repentina morte do anti-clerieal deputado em pleno Par-lamento.

O povo romano que tem mui-¦ta fé; nâo deixou de reparar aestranha: e fatal. coincidência epergu ntou : Por qual rua passouíio entrar -na eternidade aquel -le que morreu detestando a ruadas

"almas santas"?

Historia duma :onversão

A — .4 (jiiim 10

Dei-iilido il f-Li \i 7 h obedi 1 ei í.o/ rtt' D( u-. !¦; ttc ro >1' 1 ,eq;iuntBfoi u-itu .1 ( ifpi-e o p. iliu lhe nUHlli" ind'Ch-i* um p.vlie pira m'|

'o

-eu guia (»ji >u jiib.ln o pela d>*-fMmiiMçiii do -1M1 .iin 50 aiMi-lhnum 1 i-1111 [i u 1 o pidn M c .dju-tor di' Mo Ipico i'nrn 1 lecum-mu,d ,s m rii' ai ip i-pjini 1- í hoI li Pll |U>«b\l 110

<iu" iwi di.rii.i-' r. 11 iv horasqu" t-nlri i mI t di i--1 >m ,r' K.*tte i'ntrou numa igreja e, sentado perto doalfcar-mór, âom a cabeça n^s mS<osícomeçou a pensar 110 modo com queteria de ,se esplicár com*o padr? M,E lembrando tudo o que deveria lherevelar, um grande pejo apoderou-se d'elle. A tentação foi augmentan-do. Nao poude áéar'na igreja;

"3t)i ;

passear á beii;» do Sena,

^ Porem, já tinba a experieneia

d'esses assaltos. Comprehendeu quechegára o momeiito em qijfe absalij-tamente não devia mais recuar^ «Sô-1ria afcsurdo, dizia a si môsmo,-6©Deus tem me conduzido ao pontoem que estou, «ao é para me absü-donar no momento decisivo. ÁcM-teça o qr.e acínitecr, ás 5 horas ee- Vtarei com o padre M. v . V

' -

A resolução era decidida.: Côiíi- ;tudo, uma tristeza sombria pesavasobre elle. Silencio absoluto- nem *

até remorsos nem iescrupuíós;.s,ò u-niaimnionsa piostraçfio.

Sempre vagando, ciiegou euifim áigifja de

|ão;Sulpicio.' Muito agita-dov

' tentou uma supplicíi ao: :Òé0

impassível. Apenas poude dizer: Meu •Deus!... Nadamaip.

"Vendo um pa-

dre en^ meditação, leinb'rou-sé* delhe pedir auxilio. «Sr, disae sem pre-ambulo, quero rezar e nao posso...E'-horrível.» O padre olhou para el-lé com compaisSo e adivinhando á;sua- angustia, respoudeu4he:. Péüsvos leva em conta a vossa bõa.yoH-tade. Tenda coragem; vou rezar pdrVÓS.»

Retté agradeceu com um aceno eincapaz de proferir uma palavra, a-fastou-se. Mas, ois que, pouco apou-co, dilatou-se a alma e teve a" certe-za de que diria tudo ao padre M. Nomesmo, momento batiam 5 horas.Sem mais tardar, sem iesitáção,' di- ¦¦rigiu-se para o presbyterio.

Ao entrar no quarto do padre, Jl,viu um ^ancião de pequena estatíirá,de cabelloa brancos que o contempla-va coto um olhar investigador,

'áetté

apresentou-lhe a carta de Úoçpée. Opadraleura nem mostrar arnehor lia-pressão; «como. si §e tratasse*,da-éou-sa mais fácil do mundo, : peditt âoconvertido que lhe expuzesse as cir-eumstanc::is em que se «enhra attra- .hidoá Igreja. E como Rettôhesitas-se nao sabendo por onde começai, opadre difigiurlfiei algumas pe'rgirn-taa sobre a süá famitía e à'suá édú^cação.

\ simplicidade d'essa recepçãoins^irdu-Ihe plena confiança; Vis-meçou a lhe narrar a saá vida; suainfancia abandonada, seus desman-dos, intellectuaes e moraes. Chega- >do á èpocha em que, privado," dècrença, firme, agitado eny% o''dègejo -d'uma vidâ melhoi e sbub êrrotoas-sadoa, cahira numa melancolia pro-funda: «Então, interrtíínpeutipadíe,pensastes no suicídio—IssO- liiésmo,respondeu Retté admirado que tt^es-se adivinhado essa conclusão de se- -us desvarios.—Devia ser assim; Mascontinuai.»

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Rettó coutou, òe terríveis comba-tes das ultimas semanas. Mas alembrança dessas horas sombrias eratão viva que a emoção o impediu de.fallar.— «8iin, disse o padre, éhor-rivel. Isto pode vos dar uma idéia -e ainda, muito fraca—do que se pas-Ba no inferno... Mas conclui,»

51 Descreveu a scena em que qúasisuccumbira ás excitações do deses-,pçro e, acabada a sua exposição,perguntou; «E agora, Sr. padre,pensais que eu possa me salvar?

Um bom sorriso alegrou o rostodo sacerdote. «Meu amigo, respon-

áeu a cousa está quasi feita.

Estais arrependido; chorastes as vos-«as culpas com lagrimas de Bangue.Tende certeza de que Deus vos ou-viu. Quanto a mim, só tenho a vosinstruir nas verdades essenciaes denossa religião. Depois, d'aqui a al-guna dias, fareis a vossa, confissãogeral ea communhão. E vereis quetudo irá bem. >

E como Retté ficasse admirado:«A igreja, continuou o padre, nao éinsensível a quem recorre a ella. E'verdade que vossos peccados fórummuitos; mas tendes muito soffrido.Agradecei a Deus que vos tratou co-mo aquelle a queçi muito ama. A-gradecei a SS. Virgem que interne-deu por vós. E tendes confiança,por-que asseguro-voB que tendes a ver-dadeira contricção.»

« Ah! exclamou com lagrimas nosolhos, graças a vós, meu bqm Pae,vou erafim recuperar essa paz inte-rior que julgára perdida para sem-pre.

«Não,retorquiu o padre,n3o é gra-ças a mim, mas graças a Deus dequem sou o humillimo instrumento.»

Deu-lhe um Catecismo, marcandocom o lápis o que devia aprender: osactos de fé, esperança e caridade, aoração dominical, a Ave Maria, oSymbolo dos apostolos.

«E agora, perguntou élle, sabeisfazer osignal da Cruz?—Infelismen-te nao.—Vol-o vou ensinar, porqueé em resumo, a profissão de fé daIgreja catholica.»

Retté queria imitar os gestos dopadre M.; mas estava tão commovi-do que não podia acertai-os e para-va confuso pedindo desculpa. Espe-ctaculo tocante d'esse velhinho que,com muita mansidão, ensinava aopobre desviado as praticas elemen-tares da religião.

Emfim disse-lhe o padre: «Ide empaz, meu bom filho; e nao vos es-queçais um minuto de que sereis re-mido da escravidão do peccado. Con-fiança e oração. Até amanhã á mes-ma hora.»

Retté rètirou-se cheio de alegria ede gratidão. Chegado em casa, abriuo catecismo. Quão tocantes parece-ram-lhe os actos de fé, d'esperançae de caridade. Com quanta alegriarepetia: «Sim, meu Deus, creio emvós, creio na Santa Igreja, porquetenho feito a experiencia de que nãopodeis.nem mé" enganar nem enga-nal-a.

Sim, meu Deus, espero que meconserrareis a vossa graça e que merecebereis na vossa gloria. 8im, meuDeus, amo-vos sobre todas as cou-fias, porque não cessastes de me pro-var o vosso amor.»

E traçado Bobre si o Bignal da Cruz,adormeceu n'um somno tranquilloque havia muitos dias hão conhecia.

O BRfO CHttISTÃO

¦Eis ura dos casos occotridosultimamente na França, duran-te a recente perseguição, e de

que se occupam os jornaes.O governo tinha dado ordem

aos dragões do 25.° regimento

que atacassem o seminário deBeaupréau O tenente com-mandante da força, o senhorCesbron Lavan, recusou-se atomar parte na iniqua operaçãoe, por conseguinte, mandou aoMinistro da Guerra, generalPicquart, sua demissão acom-

panhada da seguinte carta, da

qual nao pôde haver nada maisnobremente brioso e franca-mente christao:

«Sr. Miílstro«Tenho a honra de fazer-vos

conhecer os motivos da minhademissão. Recebi ordens para,com o meu esquadrão, assistiraespoliação do Oollegio catholi-co de Beaupréau. Pretextais adisciplina para obrigar officiaese soldados a vis emprezas. Oexercito nacional não tem pormissão ajudar a perseguir e es-

poliar os francezes. Á liberda-de de consciência deve existir

para todos; vós anegaisao offl-ciai e ao soldado catholico.Não tendes esse direito, nemvós, sr. ministro, nem quemquer que seja. Demitto-me e

protesto.

Cesbron Lavan, tenente do 25.°de dragSes.»

(Extr.)

LIVRAMENTO

Realisaram-se a 35 e 20 do inczp. p. áà festas á Immacuíàda pa-droeira desta Villat >¦¦¦>¦¦

A estas" solemnidâdés, grandenumero, de famílias--de todos osângulos dó ; Muincipiô.- çpncòrremannualmerite em taes • proporçõesque não se uoiam nas outras,aqui.

Por isso, a igreja se enche de fl-eis e grande é o numero de confis^sões e de coinmunhões.

~ ¦

Ha fé e grande fé entre os livra-.ròeulenses. . .

Elles se orgulhará de possuir namodesta Villa uma bella igreja on-de se ifeunem arniudamente afim dedepositar aos pés da imagem daVirgem das Virgens seus tributosde amor. E ag, preces do povo sãopor ella ouvidas. E' um püvo feliz.

Feliz, digo, porque sendo os mo-1'adores quasi na totalidade lavra-dores, mostram-se satisfeitos coma sua ardua profissão, tanto nosannos em que a raésse é abundantecomo nos era que é parca.

Esforçám-se por instruir seus fi-lhos nas maximas da moral christãtanto quanto podem, e eis porqueannualmente se vê turmas de riso-nhos pequenos se approximar aobanquete eucharistico alimentando*se do pão dos anjos.

No dia em que escrevo estas Ji-nhas, um grande numero de tíieni-nos prepara o coração para recebera primeira communhão!

E numa Villa como esta em quetodos (salvo rarissimas excepções)têem um ideal acima dos tripinga-dos que por ahi vão se alastrando, érealmente bello ver constantementeuma plejade de. vividos meninos dealma branca, que serão os heroesde amanha, entoar ao pé do altarum hymno de celestial harmoniaem communhão aos anjos...

Livramento, 10—10-910.

F. O.

Continua.

? «»»»??

Desagradarei

O telegrapho acaba de transmit-tir-nos a desagradavel noticia dehaver o Sr. Presidente da Republi-ca deliberado'não deixar que de-sembarcassem no Rio de Janeiro osfrades expulsos ultimamente dePortugal.

Não sabemos quaes as razões quemotivaram essa resolução por par-te do Exm. Sr. Dr. Nilo Peçánha.

O que, entretanto, podemos affir-mar, sem receio de contestação, é

que ella é inteiramente contraria ásdisposições contidas no paragrapho3? do art. 72 da Constituição da Re-

publica, que, de moda claro, ex-

presso e positivo reza:«Todos Os indivíduos® confissões

religiosas podem exercer publica elivremente o seu culto, associando-separa esse fim e adquirindo bens,observadas as disposições do di-reito commum- .

Como, pois, prohibir que os re-ligiosos expulsos de Portugal ve-nharn exercer o seu culto no Brasil?

Semelhante acto do Governo daRepublica, por tanto, sobre ser in-

justo, ingrato, veio fazer sangrardolorosamente o coração dos seus

jurisdiccionados que, são, na suamaioria, catholicos.

BFFEITOS DO ESPIRITISMO

No Veríssimo (Minas) Um es-

pirita mutilou despiedadamen-te um pobre homem como si fos-se um bruto.

Outro espirita matou um seucompanheiro e disse que o es-

pirito lhe tinha ordenado dematar naais 12 pessoas"!

Horrível!

Isto foi-nos contado por res-

peitavel cavalheiro aqui resi-dente. Sobre ridículo e immo-ral o espiritismo é ainda crimi-noso; é a licçâo dos factos.

(Do "Correio

de Uberaba",).

da llandeira

Sabemos que 110 Lyceu Salesianose vai organisando enthusiasticamen-te para o dia 19 do fluente, abrilhanta-da pela presença de S. Ex. o 8r. Co-ronel Pedro Celestino Corrêa da Cos-ta, M. D. Presidente do Estado, umasympathica festa em homenagem áBandeira Nacional, conforme o se-guinte

PROGRAMMAI. Continência fi Bandeira e can-

to do Hymno Nacional—pelos alum-nos do Lyceu.

II. Allocução pelo sextanniata Sr.Nilo Povoas.

III. A Bandeira do Brasil—poesiapor um alumno.

IV- Allocução do P. Dr. AquinoCorrêa, Secretario do Lyceu.

\ • Dosfile do Batalhilo Gymnasi-ale Infantil.

VI. Dobrado ^

falo mundo

lluNSla. - -Em Kostroraa deu-seum tact-o interossante. O governadorWeretuninow tinha o costumo de na-Bignar todpsi os papeis quê lhè,ei ám

; apresentados pelo sècrétiirip sem lero conteúdo. Asiwa foi demittldo |),.r-que elle mesmo áãsigiíou o seguiutesem sal)»i- o que coüúiba: :l''.i;:,l-mente estou convencido que nfto pos-so servir como governador, noi» te-nho feito.. (seguiam-se todas assuas faltas.).. Está confissão chegouás mãos do ministso Stolypin úuecuidou no resto. '

--Na cidade Borisoff, Governo deMinsk, um incêndio destruiu cercade quatrocentas e cincoenta casas,no bairro do commercio. São incíil-culaveis os prejuízos. Suspeita-se daque o fogo tenha sido ateiado pormalfeitores. k

lHKlatci-ra.VO duque de Nor-folk, primeiro lolid da Inglaterra,catholico e terceiro franciacano, aca-ba de vender por 7 milhões de fran-cos a collecçfio de quadros de Hol-bein, que «possuía e deu toda estaquantia á obra e ao desenvolvimen-to das escolas catholicas. V' :-Relatam os jornaes europeusque na Inglaterra aii.ooo operáriosdeclararam-se em greve .exigindoaugmento de paga.

— Ha poucos annos a sociedadereal de Inglaterra conferia a meda-lha Davy á senhora Curier, devidoaos estudos que fez, do polonieum; e11'este anno deu á mesma senhora, amedalha de Alberto I? que é a ma-ior recompensa.

A culta senhora que auxiliou o é-minente sábio, seu marido, na des-coberta do radium e que succedeu-lhe na cathedra que, elle tao digna-mente oceupou, é a segunda senho-ra que recebeu a medalha de Albér-to I.

A primeira senhora foi a raiiihaVictoria, a qual obteve-a depois deEdison, lord Raleigh, lord Kelvin,sir Andrew Noble e Pasteur.

Italla.—O Senador ÍSenna publi-cou um artigo que causou verdadei-ra, impressão nos círculos politifeosinternacionaes. Diz que a salvaÇliófinanceira das nações europeas é apaz. A reducçao pois das despezasmilitares se impõe; mas o resultadoreal só pode - se obter, quando todosos paizes concordarem em reduzir elimitar os armamentos. '•

—Grande novidade foi a entradaem scenn, da união das senhoras Ca-tholicas, perfeitamente organisadás,em defeza da liberdade do ensino edos direitos da familia atacados;noprojeeto da lei Credaro. Esta nobreinstituição social tem prosperado ma-ravilhosamente sob a acfciva ejntel-ligente direcç;lo da princeza Giusti-niaui Bandini. Em ma'is de cem cida-des se fez ouvir vibrada gíCheia dèautoridade a voz da mflltfér catholi-ca. Um tempo em que os homensparece terem medo de manifestarpublicamente as suas convicçõeschristils, faz gosto ver a coragemcom que a mulher catholica sabe le-Vantar em pleno dia-, cheia deintre-pidez e coragem, a luva que o sec-tarisino intolerante arremeçou áossentimentos profundamente chiistâosdo povo italiano.

Ini|ir«!M« nao ofricína» t}|i<HgrapliiciM «lus 15. P. ialeiia-«as.- Cuiabá.