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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Animais de estimação e ansiedade: Bidu, Mingau ... o que meu animal de estimação faz por mim?
Pesquisa desenvolvido como parte do requisito de conclusão da monografia, apresentada junto ao Curso de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos.
Discente: Erika Chára
Orientadora: Dra. Maria de Jesus Dutra dos Reis
Julho de 2005
Chára, E. (2003). Animais de estimação e ansiedade: Bidu, Mingau ... o que meu animal de estimação faz por mim?
Há milhares de anos os animais estão integrados no dia-a dia das comunidades humanas.
Várias pesquisas tentam descrever as vantagens e problemas envolvidos nesta complexa interação. Alguns autores têm tentado investigar, entre outras coisas, como a relação entre os homens e seus animais de estimação podem, direta ou indiretamente, influenciar aspectos de saúde - física ou mental. No presente trabalho pretendeu-se investigar indicadores de ansiedade entre populações de donos e não-donos de animais de estimação. Além disto, investigou como aspectos históricos e/ou sócio-econômico poderiam estar correlacionados entre estes dois grupos. Participaram do estudo 21 pessoas que estudavam numa universidade pública do estado de São Paulo (UFSCar). Foram utilizado quatro diferentes instrumentos para coleta de dados: (1) Questionário de levantamento de dados; (2) Inventário Beck de ansiedade e (3) Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp, e (4)Escala de Conforto pela companhia animal. Os resultados tentaram traçar as diferenças básicas entre os dois grupos de participantes. Verificou-se menores níveis de ansiedade e estresse entre donos de animais de estimação, além de menores freqüências relacionadas a diversos problemas psicológicos recentes.
PALAVRAS CHAVES : Terapia assistida por animais de estimação, ansiedade, adultos
Há milhares de anos os animais estão integrados no dia-a dia das comunidades humanas.
Esta relação, seres humanos - animais, iniciou-se de forma gradual; os primeiros registros datam
de há aproximadamente 13 mil anos antes da era cristã.
O processo de domesticação, da convivência com os seres humanos exigiu, de ambas as
partes, uma grande adaptabilidade e impôs novas formas de relações sociais, redirecionou suas
buscas pelo alimento e suas necessidades de proteção. Apesar de não se saber ao certo quando e
como se iniciou a domesticação; há diversas hipóteses que têm sido propostas para tentar explicar
porque pessoas mantêm animais de estimação desde a antiguidade, apesar do tempo, dinheiro, e
recursos requeridos aos seus donos (Albert & Bulcroft, 1987, citado por Brasic, 1998).
Cada espécie animal parece possuir características únicas e, conseqüentemente
proporcionam diferentes benefícios àqueles que mantêm contato com eles. Por exemplo, os cães
mostram-se muito eficazes como cão-guia para os deficientes visuais, farejo de drogas, no auxílio
de resgates e salvamento de pessoas em acidentes, no pastoreio, na caça, entre outros. Já os gatos
são freqüentemente utilizados para o saneamento de habitat humanos ao predar pequenos
roedores, e têm mostrado bons resultados em programas de socialização de crianças e jovens.
Enquanto os cavalos têm sido amplamente utilizados para o plantio, transporte, lazer, cuidados
terapêuticos com crianças e adultos, terapias com crianças com necessidades educativas
especiais, entre outros. Pássaros e peixes também têm sido largamente utilizados me programas
de socialização de crianças e jovens. Alem dessas espécies, dependendo da época e do lugar, há
diversas outras que de algum modo tem sido eficazes aos humanos; como por exemplo, no
passado os pombos foram muito importantes na transmissão de informações, os elefantes e
camelos, que em algumas sociedades orientais possuem a mesma função que os cavalos
desempenham nas sociedades ocidentais, entre outros.
Para alguns os animais podem ser inquestionáveis e constantes fontes de afeto. Eles
parecem ser capazes de ensinar as pessoas a serem responsáveis devido às necessidades diárias de
cuidado que têm (Brickel, 1980-81, Odendaal, 1981, Wilson & Netting, 1983, citados por Brasic,
1998). Podem aumentar a auto-estima dos indivíduos e auxiliar as pessoas na socialização
(Brown, Shaw, & Kirkland, 1972; citado por Brasic). Existe ainda pessoas que os mantém para
status, decoração, recreação, companhia, assistência e utilidade. (Ianuzzi & Rowan, 1991, citado
por Brasic, 1998).
Independentemente de qual seja o motivo que leve as pessoas a manterem algum vínculo
com os animais de estimação, e quais sejam eles, este relacionamento deve ser descrito, na
maioria dos casos, como uma simbiose, uma vez que ambas as espécies se beneficiam e têm
aumentadas sua chances de sobrevivência. Apesar de muitos animais serem maltratados ou até
abandonados por seus donos, de maneira geral as pessoas os protegem e dão afeto, cuidam de sua
saúde e higiene, garantem sua alimentação, além do que eles ficam protegidos contra perigos que
provavelmente experienciariam em locais selvagens e que provavelmente diminuiriam suas
chances de sobrevivência e reprodução. Por outro lado, os benefícios proporcionados aos
homens estão relacionados com a companhia, o auxílio a caça, ao transporte, e a saúde nos mais
diversos aspectos.
Em relação à saúde, seja física ou emocional, pesquisas têm sido realizadas com a
finalidade de especificar quais são os benefícios humanos desta relação, e como o apego aos
animais pode estar relacionado as melhoras na saúde dos homens (Raina, Waltner-Toews,
Bonnet, Woodward, & Abernathy, 1999).
Existem pelo menos dois tipos de propostas terapêuticas, mais amplamente divulgadas,
com o uso de animais de estimação: a visitação assistida por animal e a terapia assistida por
animal. A primeira utiliza animais certificados para visitar pacientes e famílias que estão
internados ou que estão restritos a uma determinada área em comum. Os objetivos da visitação
incluem redução do estresse, aumento do contato tátil, e melhora da auto-estima. Já a segunda é
realizada individualmente e deve ser praticada por uma pessoa treinada. Nesta, muitas vezes o
animal é utilizado no auxílio para a prática de exercícios do paciente. Dentre os objetivos estão a
melhora da força, do equilíbrio, da memória, da fala, entre outros.
Há algumas recomendações para a realização de um programa de terapia assistida por
animais (Stanley-Hermanns & Miller, 2002), particularmente nos Estados Unidos. Primeiramente
é necessário selecionar uma pessoa que tenha experiência com comportamento animal, o qual
terá as seguintes responsabilidades:
• Investigar e selecionar organizações certificadas em terapia assistida por animais;
• Desenvolver planejamentos e procedimentos baseados na recomendação de organizações
certificadas;
• Realizar uma estimativa de quais são os objetivos deste recurso, através da identificação
da população que a terapia assistida por animais irá servir;
• Incorporar recomendações institucionais para controle de infecção;
• Recrutar coordenadores e grupos voluntários para a terapia assistida por animais, os quais
têm que ser avaliados por uma organização certificada;
• Revisar formulários e testes de saúde dos coordenadores e voluntários da terapia assistida
por animais;
• Utilizar avaliadores de organizações certificadas, e realizar avaliações temperamentais
dos animais empregados na terapia;
• Planejar e conduzir sessões de treinamento dos coordenadores e voluntários;
• Oferecer serviços de treinamento educacional para ensinar os membros participantes
sobre o controle de infecção, indicações da terapia assistida por animais, e a segurança do
paciente;
• Conduzir avaliações anuais do desempenho e eficácia do programa de terapia assistida
por animais.
Além destes dois recursos terapêuticos que utilizam animais de estimação, têm se
pesquisado também sua influência em outros contextos, principalmente através do contato
diário, para verificar quais podem ser os possíveis efeitos fisiológicos e/ou psicológicos que
eles são capazes de produzir nos seres humanos.
Efeitos fisiológicos
Um dos aspectos que têm sido estudados é o efeito fisiológico das companhias animais
sobre os seres humanos. Allen, Blascovich, Tomaka e Kelsey (1991) compararam as respostas
fisiológicas autonômicas (condutância elétrica da pele, pulsação, pressão sanguínea sistólica e
pressão sanguínea diastólica) de mulheres durante a realização de tarefas aritméticas numa das
três condições: presença de amigos humanos, animais de estimação, ou nenhum deles. As pessoas
que estavam na condição com a presença do cachorro mostraram pequena ou nenhuma
reatividade autonômica, índices bem inferiores que aqueles encontrados nos demais participantes.
Os autores concluem que, aparentemente, a simples presença dos cachorros propiciou um suporte
social não avaliativo, o qual é essencial para diminuir as respostas fisiológicas ao estresse e
aumentar a capacidade do individuo de adaptar-se a tal situação; enquanto que a presença de
humanos parece aumentar o grau de ansiedade ou embaraço, pois estes estariam avaliando o
desempenho dos participantes.
Efeitos psicológicos
Afetivos/ Emocionais
A solidão é geralmente associada a estados afetivos negativos, como depressão e
ansiedade, baixa auto-estima e comportamentos autodestrutivos. Alguns estudos têm sugerido
que a companhia animal pode ajudar a diminuir tais sentimentos de solidão em determinados
indivíduos (Zasloff & Kidd, 1994a). Por isso alguns estudos têm procurado verificar se o apego a
algum animal de estimação pode ser um importante fator para diminuir tal sentimento.
Seguindo esta proposta, Zasloff e Kidd (1994a) realizaram um estudo que objetivava
verificar se estudantes adultos que possuíam animais de estimação, aos quais eram fortemente
apegados, apresentavam menores índices de sentimentos de solidão do que aquelas pessoas que
não possuíam; ou se esses índices não fossem significativamente menores, verificaram se os
donos eram fracamente apegados aos seus animais de estimação. A solidão foi mensurada através
da Revised UCLA Loneliness Scale, e o apego a companhia animal com o Pet Relashionship
Scale. Os resultados não verificaram diferenças no grau de solidão entre donos e não donos de
animais de estimação. Observou-se que entre os donos de cães aqueles que moravam somente
com o animal eram significativamente mais apegados a eles do que aqueles que moravam com os
cães e com outras pessoas. Já entre os donos de gatos ocorreu o contrário: aqueles que moravam
somente com os felinos foram significativamente menos apegados a eles em comparação aqueles
em cuja residência, além do gato, havia também alguma outra pessoa.
A maioria da pesquisas que procuram verificar em quais áreas os animais de estimação
proporcionam benefícios a saúde humana utilizam cachorros. São poucos os que examinaram as
relações específicas entre humanos e gatos. Por isso Zasloff e Kidd (1994b) fizeram uma
pesquisa na tentativa de aumentar os conhecimentos desta relação e identificar os fatores
associados com o apego aos gatos. Todos os participantes descreveram-se como amantes de
gatos. Cada um deles respondeu o Survey of Human-Cat Relashionships, cujos itens verificavam
e comparavam aspectos como, por exemplo: companhia, segurança e amor, como recebidos de
seus gatos de estimação ou de alguma pessoa com quem tinham uma forte relação. Os
respondentes reportaram que suas companhias felinas preenchiam importantes necessidades de
companhia, “alguém” para cuidar e sentimento de ser necessário, numa extensão maior que as
companhias humanas. O estudo constatou que a relação estabelecida com o animal parece
singular, o que é justificado pelo fato de os respondentes terem relatado que os benefícios da
companhia animal eram amor, afeição, lealdade, devoção exclusiva e total aceitação; enquanto
que as características relacionadas à companhia humana foram conversação e comunicação
verbal, afeto e suporte emocional, e estímulo intelectual. (Zasloff & Kidd, 1994b). Tal
comparação mostra que ambos os tipos de relacionamento são importantes, e que a companhia
animal pode servir como um complemento e não como uma substituição para o contato humano.
Numa proposta um pouco diferente, Zasloff (1996) realizou um estudo para verificar o
nível de conforto emocional que as pessoas percebiam como recebidos de seus animais de
estimação. Para tanto foi utilizado o Comfort from animals scale, composto por 13 itens que foi
construído exatamente para esta proposta. Os resultados mostraram que o nível de conforto
percebido como proveniente dos gatos era similar ao dos cães; o que indica que parece haver
similaridade na experiência emocional pela posse do animal de estimação, independentemente de
qual seja a espécie possuída.
Um outro estudo, realizado por Siegel (1990), investigou se os animais de estimação
poderiam ter alguma influência no número de consultas médicas realizadas por pessoas idosas.
Foram diversos os aspectos verificados, como por exemplo: características demográficas,
condições de saúde da pessoa, suporte e rede social, e em especial os acontecimentos estressantes
que poderiam ter ocorrido no decorrer do estudo. Os resultados indicaram que o acúmulo de
eventos estressantes esteve relacionado com o aumento do número de consultas médicas aos
participantes que não possuíam animais de estimação, enquanto esta mesma relação não emergiu
nos donos de animais de estimação. Para a pesquisadora isto indica que a simples posse de um
animal de estimação funciona como um bloqueador de estresse nos seres humanos.
Uso em terapia
A partir das investigações dos efeitos fisiológicos propiciados aos humanos pelos
animais de estimação, como por exemplo, a diminuição da pressão sanguínea entre adultos,
investigadores tentaram verificar se ganhos também seriam encontrados para diminuir os níveis
de ansiedade, uma vez que este contribui para aparecimento agravamento de doenças
cardiovasculares (Barker & Dawson, 1998). Através de sessões grupais de terapias assistidas por
animais, procurou-se verificar possíveis efeitos ansiolíticos em pessoas que freqüentavam
serviços psiquiátricos. Como meio de comparação os pacientes participaram tanto do grupo de
terapia assistida por animais quanto de um grupo de recreação terapêutica.
Para medir o nível de ansiedade dos pacientes foi utilizado o State Trait Anxiety
Inventory, o qual era aplicado antes e após cada sessão terapêutica. Ele é composto por 20 itens
relacionados a sentimentos de apreensão, nervoso, tensão e preocupação. Para cada item deve-se
circular um dos quatro números que correspondem a nunca, um pouco, moderadamente, ou
muito. O que se verificou foi uma redução significativa na ansiedade de pacientes com desordem
de humor após a participação da recreação terapêutica; enquanto que no grupo que participou da
terapia assistida por animais, tanto os pacientes com desordem de humor quanto aqueles com
desordens psicóticas apresentaram tal redução. A redução da ansiedade, em especial dos
psicóticos, foi duas vezes maior após a terapia assistida por animais em comparação com a
recreação terapêutica. Não se observou nenhuma diferença estatisticamente significativa de
mudança nos escores de ansiedade dos pacientes que participaram da terapia assistida por animais
do grupo de recreação terapêutica, o que sugere que talvez o diferencial não seja o tipo de terapia,
mas sim a simples realização de algum grupo terapêutico, seja ele assistido por animais de
estimação e seus donos, ou profissionais da área de saúde.
A presente pesquisa investigou os indicadores de ansiedade e estresse entre populações de
donos e não-donos de animais de estimação. Procurou-se investigar como aspectos históricos
e/ou sócio-econômicos estariam correlacionada entre estes dois grupos; além de procurar
verificar se nível de qualidade de vida (física e mental) seriam diferentes nestas duas populações.
MÉTODO
Participantes:
Participaram do estudo 21 estudantes da graduação do curso de Psicologia da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Destes dois foram do sexo masculino e 19 do
feminino. Suas idades variaram de 20 a 44 anos. Todos tinham os estudos como atividade
principal, cuja satisfação variou de muito insatisfeito a muito satisfeito, havendo uma
predominância de moderadamente satisfeitos, o que foi respondido por 10 participantes. Com
relação ao estado civil dois eram noivos, dois casados e os demais eram solteiros. Cinco destas
pessoas residiam em casas, nove em apartamento, duas em kitchnetes, quatro no alojamento da
própria universidade, e um em pensão. Estes dados podem ser mais bem observados na tabela 1.
Participante Sexo Idade Peso corporal
(Kg)
Altura (m)
IMC Escolaridade Atividade principal
Estado civil
1 Masc 23 a 73 1,70 25,26 Superior incompleto Estudos Solteiro 3 Fem 24 a 1m 54 1,63 20,32 Superior incompleto Estudos Solteiro 7 Fem 22 a 03 m 51 1,61 19,68 Superior incompleto Estudos Solteiro 8 Fem 22 a 09 m 68 1,56 27,94 Superior incompleto Estudos Solteiro 10 Fem 44 a 09 m 50 1,52 21,64 Superior incompleto Estudos Casado 11 Fem 23 a 11 m 67 1,70 23,18 Superior incompleto Estudos Solteiro 13 Fem 24 a 2 m 75 1,57 30,43 Superior incompleto Estudos Solteiro 17 Fem 20 a 4 m 53 1,68 18,78 Superior incompleto Estudos Solteiro 20 Fem 24 a 3 m 51 1,60 19,92 Superior incompleto Estudos Solteiro
Donos
21 Fem 20 a 11 m Superior incompleto Estudos Solteiro 2 Masc 31 a 11 m 86 1,70 29,76 Superior incompleto Estudos Solteiro 4 Fem 24 a 08 m 60 1,72 20,28 Superior incompleto Estudos Noivo 5 Fem 22 a 06 m 51 1,56 20,96 Superior incompleto Estudos Solteiro 6 Fem 23 a 11 m 49 1,50 21,78 Superior incompleto Estudos Solteiro 9 Fem 28 a 03 m 67 1,65 24,61 Superior incompleto Estudos Casado 12 Fem 24 a 07 m 47 1,57 19,07 Superior incompleto Estudos Solteiro 14 Fem 23 a 03 m 60 1,63 22,58 Superior incompleto Estudos Noivo 15 Fem 24 a 54 1,73 18,04 Superior incompleto Estudos Solteiro 16 Fem 29 a 06 m 48 1,50 21,33 Superior completo Oficinas de
artesanato/ lazer/ hobbies
Solteiro
18 Fem 22 a 11 m 80 1,63 30,11 Superior incompleto Estudos Solteiro
Não donos
19 Fem 23 a 11 m 55 1,58 22,03 Superior incompleto Estudos Solteiro
Tabela 1 – Característica sócio-demográficas dos dois grupos.
Equipamento/ Material:
Foram utilizados os seguintes instrumentos para a coleta de dados: (1) Questionário de
levantamento de dados; (2) Inventário Beck de ansiedade; (3) Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos de Lipp e (4) Escala de Conforto pela Companhia Animal.
O Questionário de levantamento de dados foi utilizado para acessar informações gerais
sobre o participante e sua relação com animais de estimação: dados sócio-demográficos,
condições gerais de saúde física e psicológica, a posse de algum animal de estimação, a relação
que mantém com o animal de estimação, principais comportamentos/ sentimentos/ emoções
envolvidos na relação, entre outras. O questionário está apresentado no Anexo 1.
O uso da Escala de Conforto pela Companhia Animal teve como objetivo verificar o nível
de conforto emocional que os donos estimavam como proveniente de seus animais de estimação.
Esta escala está apresentada no Anexo 2.
O Inventário Beck de ansiedade foi utilizado como um possível indicador de ansiedade.
E o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp foi aplicado com a finalidade de
verificar a presença de alguns sintomas demonstrativos de estresse.
Além disto, através de entrevista, foi levantado o(s) principal (is) eventos históricos
marcantes entre o participante e animais. Para isso foi utilizado gravador e fita cassete para o
registro da entrevista.
Procedimento
A coleta de dados ocorreu em dois diferentes encontros. No primeiro deles, o participante
recebeu um esclarecimento geral sobre a pesquisa, condições gerais para participação e o
formulário de consentimento. Caso aceitasse participar, recebeu imediatamente o questionário de
levantamento, que teve de ser preenchido e devolvido no encontro posterior. O Anexo 3
apresenta o termo geral de esclarecimento e de consentimento.
O segundo encontro teve uma duração de aproximadamente trinta minutos. No início do
encontro, foram esclarecidas dúvidas que os respondentes encontraram ao completar o
questionário recebido durante o primeiro encontro, e o pesquisador também solicitou
esclarecimento sobre aspectos incompletos ou pouco claros do mesmo.
Após estas tarefas, o pesquisador apresentou o inventário de ansiedade Beck e o
inventário de sintomas de estresse para adultos de Lipp para serem preenchidos de imediato.
Concluída esta fase, foi solicitado ao participante que relatasse experiências marcantes (positivas
e negativas) com animais. Estes relatos foram registrados em fita cassete e transcritos
posteriormente.
Ao final desta condição cada participante recebeu um valor crédito de R$ 3,00 (verba sob
a responsabilidade da pesquisadora) a ser consumido em lanchonete locada na instituição.
RESULTADOS
Os dados obtidos através dos instrumentos utilizados foram agrupados em categorias
de acordo com os aspectos principais que procuravam obter. As respostas foram separadas nos
seguintes conjuntos: moradia, ocupação/ escolaridade, animais de estimação, atividades de lazer,
saúde, e qualidade de vida.
Moradia
Pôde ser observado que somente duas pessoas moravam sozinhas, residindo em kitchnete
e/ ou pensão, sendo que uma integrava o grupo dos donos de animais de estimação e a outra o
grupo dos não donos de animais de estimação.
Participante Tipo de moradia
Tipo de posse Presença de companhia na
mesma residência
Número total de pessoas na
residência
1 Casa Alugado Sim 7 3 Casa Alugado Sim 4 7 Alojamento Subsidiado pela
faculdade Sim 7
8 Alojamento Subsidiado pela faculdade
Sim 5
10 Apartamento Próprio Sim 5 11 Apartamento Alugado Sim 2 13 Apartamento Alugado Sim 2 17 Alojamento Subsidiado pela
faculdade Sim 3
20 Apartamento Alugado Sim 5
Donos
21 Pensão Alugado Não 1 2 Alojamento Subsidiado pela
faculdade Sim 8
4 Casa Alugado Sim 2 5 Apartamento Alugado Sim 4 6 Apartamento Alugado Sim 5 9 Apartamento Próprio Sim 2 12 Kitchnete Alugado Sim 2 14 Kitchnete Alugado Não 1 15 Casa Próprio Sim 4 16 Apartamento Alugado Sim 3 18 Casa Alugado Sim 5
Não donos
19 Apartamento Alugado Sim 5 Tabela 2. Características com relação a moradia.
Ocupação/ Escolaridade
Conforme a tabela a seguir, pôde se verificar que todos os participantes eram
estudantes de graduação em Psicologia, 20 deles possuindo o superior incompleto como grau de
escolaridade e 1 deles já tendo concluído outro curso de graduação . Com exceção de uma
pessoa, todos possuíam como atividade principal os estudos. Com relação a satisfação com a
atividade principal 50% os respondentes declararam-se muito satisfeitos, 40% moderadamente
insatisfeitos, e 10% moderadamente insatisfeito. No grupo dos não donos 9,09% respondeu muito
satisfeito, 45,45% moderadamente satisfeito, 9,09% um pouco satisfeito, 18,18% moderadamente
insatisfeito, e 9,09% muito insatisfeito.
Participante Trabalho/ Ocupação Escolaridade Atividade
principal Satisfação com
atividade principal 1 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 3 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito 7 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito 8 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 10 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 11 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito 13 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito 17 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 20 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito
Donos
21 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente insatisfeito
2 Estudante Superior incompleto Estudos Um pouco satisfeito 4 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
insatisfeito 5 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 6 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 9 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente
satisfeito 12 Estudante Superior incompleto Estudos Muito insatisfeito 14 Estudante Superior incompleto Estudos Muito satisfeito 15 Estudante Superior incompleto Estudos Muito insatisfeito 16 Estudante Superior completo Oficinas de
artesanato/ lazer/ hobbies
Moderadamente satisfeito
18 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente satisfeito
Não donos
19 Estudante Superior incompleto Estudos Moderadamente insatisfeito
Tabela 3: Características referentes a ocupação principal e satisfação com esta.
Animais de estimação Nesse conjunto foram reunidas as respostas obtidas que pudessem caracterizar a relação
homem-animal de todos os participantes desse estudo. Foi ainda necessário realizar uma
subdivisão destes dados, uma vez que abordavam aspectos variados desta relação.
Pôde se verificar que atualmente 10 pessoas dessa amostra eram donos de animais ação e
11 eram não donos. Dentre os donos atuais 100% também possuíram algum animal de estimação
em algum momento de sua infância, o que ocorreu em 81,81% dos não donos. Ainda foi possível
observar que 80% dos donos de animais e 45,45% dos não donos mantêm contato com animais,
sejam eles seus ou não. No primeiro grupo predominou a lembrança negativa, e no segundo
houve igual número de relatos de lembranças negativas e neutras (nem negativa, nem positiva).
Houve o predomínio da posse de cães, sendo que 80% dos donos de animais declarou ter
pelo menos um cachorro. A quantidade variou de um a n (quantia desconhecida), mas na maioria
das vezes isso se restringiu a um animal. Todos esses dados podem ser visualizados na tabela a
seguir:
Participante Espécie Quantidade
de animais Posse na infância
Mantém contato
Lembrança proeminente1
1 Pássaro 1 Sim Não Nem positiva nem negativa 3 Cachorro 1 Sim Não Negativa 7 Cachorro e
camundongos 1 e 2 Sim Sim Negativa
8 Cachorro e gato 1 e 1 Sim Sim Negativa 10 Cachorro 2 Sim Sim Negativa 11 Cachorro e peixes 3 e 1 Sim Sim Positiva 13 Cachorro 3 Sim Sim Nem positiva nem negativa 17 Gato 1 Sim Sim Negativa 20 Cachorro 1 Sim Sim Negativa
Donos
21 Cachorro e peixes 4 e n Sim Sim Positiva 2 Não Sim Negativa 4 Sim Não Nem positiva nem negativa 5 Não Não Positiva 6 Sim Não Positiva e negativa 9 Sim Sim Negativa 12 Sim Sim Nem positiva nem negativa 14 Sim Não Negativa 15 Sim Sim Positiva 16 Sim Sim Negativa 18 Sim Não Nem positiva nem negativa
Não donos
19 Sim Não Nem positiva nem negativa Tabela 4: Características da relação dos participantes com animais de estimação.
1 Foi considerada lembrança proeminente a primeira declarada, no caso de outras terem sido declaradas. As transcrições de todos os relatos das lembranças podem ser lidas integralmente no anexo 3.
Somente dentre os possuidores de animais de estimação foi aplicada a Escala de Conforto
pela Companhia Animal.Através dela verificou-se que quatro das treze afirmações, 6,8,9 e 13,
apresentaram a média abaixo de 2,5, as quais foram 2,2, 2,4, 1,1 e 1,8 respectivamente. A
afirmativa que obteve a menor média foi a número 9, cujo valor foi 1,1; e a que obteve a maior
foi a número 11, sendo o valor 3,7. Também foi superior a 3 o valor médio das sentenças 3, 7 e
10, cujos valores foram 3,3, 3,6, 3,3 respectivamente.
Os índices médios de todas as sentenças que estão contidos nesse instrumento podem ser
visualizados na figura a seguir:
00,5
11,5
22,5
33,5
4
Méd
ia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Sentenças da Escala de Conforto pela Companhia Animal
1. Meu animal de estimação é uma companhia para mim. 2. Ter um animal de estimação faz com que sinta que tenho “alguém” para cuidar. 3. Ter um animal de estimação permite que desenvolva atividades agradáveis e/ou divertidas. 4. Quando tudo parece desmoronar e ir mal, meu animal de estimação me transmite uma sensação de estabilidade. 5. Meu animal de estimação faz-me sentir necessário. 6. Meu animal de estimação faz-me sentir protegido. 7. Meu animal de estimação faz-me brincar e rir. 8. Ter um animal de estimação proporciona-me “alguém” para amar. 9. Exercito-me mais devido ao meu animal de estimação. 10. Sinto-me confortável afagando meu animal de estimação. 11. Divirto-me olhando meu animal de estimação. 12. Meu animal de estimação faz-me sentir amado. 13. Meu animal de estimação faz-me sentir confiável.
Figura 1: Média nas afirmações da Escala de Conforto pela Companhia Animal.
Num outro conjunto foi separado os dados obtidos que permitiam investigar quais eram as
crenças que os participantes desse estudo possuíam sobre os animais, independentemente de tê-
los atualmente ou não. Para uma melhor análise elas foram divididas em crenças positivas,
negativas e neutras. As primeiras reuniam todas aquelas frases que enfatizavam os benefícios;
em contraposição, as segundas ressaltavam os aspectos prejudiciais relacionados com a
manutenção de contato e/ ou posse de animais de estimação; e as terceiras não se sobressaíam por
ressaltar aspectos positivos e/ ou negativos mas sim preferências dos participantes sobre os
animais.
Conforme pode se ver na figura 1, pôde ser constatado que independentemente do grupo a
que pertenciam, predominava nestes participantes as crenças positivas. Toda essa população
(donos e não donos) mostrou possuir a crença de que de animais de estimação fazem companhia.
Foi ainda elevada a porcentagem das respostas com relação às crenças positivas dois e três, as
quais afirmam, respectivamente, que animais são fonte de entretenimento para toda a família e
que eles são úteis para realizar a segurança da residência, sendo que a freqüência de respostas foi
de 90% no grupo dos donos e 90,9% no dos não donos, e 90% e 81,81% nestas mesmas amostras.
A totalidade do segundo grupo também respondeu que o fato de cuidar de animais de estimação
torna as crianças mais responsáveis, sendo que no primeiro grupo o índice nessa mesma sentença
foi de 70%.
A totalidade dos não donos de animais de estimação mostrou preferir cachorros a gatos,
enquanto que com os donos isso ocorreu em 60% dos participantes; conseqüentemente nenhuma
pessoa do grupo dos não donos respondeu preferir gatos a cães, o que aconteceu em 30% no
outro grupo. 10% dos donos e 9,09% dos não donos declararam preferir outros animais que não
cachorros e gatos. Ainda neste grupo de crenças 18,18% das pessoas que integravam o grupo que
não possuía animais respondeu preferir animais que fossem dependentes, o que não ocorreu com
nenhum participante do outro grupo; e que 70% dos donos e 81,81% dos não donos demonstrou
preferência por animais que não exigissem muitos cuidados.
Sobre as crenças negativas pode se verificar que em três das quatro sentenças negativas a
porcentagem de concordâncias foi superior no grupo dos não donos. Somente na crença três, que
afirma que os animais são sujos, é que a freqüência dos donos foi maior, sendo de 10% e 9,09%
em cada um dos grupos de participantes; Na crença um deste conjunto, 81,81% dos não donos e
20% dos donos concordou com ela.
As freqüências de todas as afirmações presentes no questionário podem ser visualizadas
na figura 2:
0
20
40
60
80
100
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3 4 5 6 7
Crenças positivas
0
20
40
60
80
100
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3 4 5 6
Crenças neutras
Donos de animais deestimação
Não donos de animaisde estimação
0
20
40
60
80
100
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3 4
Crenças negativas
Crenças positivas: 1. Animais são mais confiáveis que seres humanos. 2. Animais são fonte de entretenimento para toda a família. 3. Animais são úteis para realizar a segurança da residência. 4. A posse de animais de estimação proporciona maiores contatos sociais. 5. Animais fazem companhia. 6. Cuidar de animais de estimação tornam as crianças mais responsáveis. 7. Gosto da sensação de ter “alguém” para cuidar. Crenças neutras: 1. Prefiro gatos a cachorros. 2. Prefiro cachorros a gatos. 3. Prefiro outros animais de estimação a gatos ou cachorros. 4. Adoro todos os animais. 5. Animais dependentes são os meus preferidos. 6. Prefiro animais que não exigem muitos cuidados. Crenças negativas: 1. Animais são causadores de doenças em seres humanos. 2. Animais são traiçoeiros. 3. Animais são sujos. 4. Animais são perigosos, principalmente para as crianças.
Figura 2: Crenças de donos/ não donos de animais de estimação sobre estes.
Lazer
Nas questões relacionadas às atividades de lazer 100% dessa amostra declarou ter
realizado nas últimas quatro semanas pelo menos um passeio e assistido a algum programa
televisivo. Todos os donos de animais de estimação também assinalaram ter participado de
grupos com amigos, o que ocorreu em 81,81% dos não donos de animais. Ouviram rádio 90% do
primeiro grupo (donos de animais) e 100% no segundo (não donos de animais). As respostas que
obtiveram a menor freqüência foi a atividade seis, que questiona sobre ida à igreja, o que
aconteceu em 10% e 9,09% em cada um dos grupos. A prática de esportes foi confirmada por
30% de donos e 54,54% de não donos, e a de exercícios físicos foi realizada por 60% dos donos e
72,72% dos não donos. Já as visitas à biblioteca ocorreram em 50% dos donos e 18,18% dos não
donos. Veja a seguir:
0102030405060708090
100
Freq
üênc
ia (%
)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Atividades de lazer
Donos de animais deestimação
Não donos deanimais de estimação
1. Passeio 7. Jogo de cartas 2. Grupos com amigos 8. Rádio 3. Cinema/ jogo 9. Esportes 4. Jornal/ revista 10. Biblioteca 5. TV 11. Exercícios físicos 6.Igreja
Figura 3: Comparação entre os grupos quanto as atividades de lazer.
Saúde
Também os aspectos relacionados a saúde foram divididos em subcategorias por conterem
um maior número de questões e por estas abordarem aspectos variados.
Sobre a saúde na infância pode se constatar, conforme a tabela abaixo, que 100% da
amostra apresentou algum tipo de doença infecto-contagiosa, dentre as quais se encaixam o
sarampo, a catapora, a caxumba, e a coqueluche; 60% dos donos apresentou algum tipo de
doença cardio-respiratória, enquanto com os não donos isso ocorreu em 45,45%. Os problemas
dentários e as febres constantes só puderam ser observados no grupo dos não donos (18,18% e
9,09%), e os problemas oftalmológicos em 30% dos donos e 18,18% dos não donos.
Donos Não donos Doenças infecto-contagiosas (sarampo, catapora, caxumba, coqueluche) 10 11
Paralisia Infantil 0 0 Problemas cardio-respiratórias (cardíacos, bronquite, rinite, alergias, asma, pneumonia)
6 5
Febres constantes 0 1 Problemas oftálmicos 3 2 Problemas dentários 1 2
Tabela 6: Histórico de doenças na infância.
Nos cuidados com a saúde verificou-se que no grupo dos donos 20% eram fumantes
atualmente; 10% do grupo dos donos e 9,09% do grupo dos não donos bebiam freqüentemente
(mais que 3 vezes por semana); 40% das pessoas do grupo dos donos e 30% dos não donos
realizavam a ingestão de medicação com prescrição médica; e 10% dos donos e 30% dos não
donos ingeriam medicamentos sem a prescrição médica.
Donos Não donos Ingestão de medicação com prescrição médica 4 3 Ingestão de medicação sem prescrição médica 1 3 Fumante 2 0 Bebe com freqüência (mais que 3 vezes por semana) 1 1
Tabela 5: Cuidados com a saúde.
Nas respostas relacionadas as atividades físicas 30% dos donos e 63,63% dos não donos
praticavam atividades físicas. No grupo dos donos 20% consideraram sua saúde física ruim, 30%
regular, 20% boa, 10% muito boa, e 20% excelente. No outro grupo 18,18% avaliaram-na como
regular, 63,63% como boa, e 18,18% como muito boa. No item de satisfação com relação a sua
saúde física 30% do primeiro grupo declarou-se um pouco insatisfeito, 20% nem satisfeito nem
insatisfeito, 20% moderadamente satisfeito e 30% muito satisfeito. No segundo grupo 18,18%
respondeu apresentar-se muito insatisfeito, 9,09% moderadamente insatisfeito, 18,18% respondeu
estar um pouco insatisfeito, 27,27% um pouco satisfeito, e 18,18% moderadamente satisfeito.
Quanto a importância da prática de atividades físicas observou-se a predominância da
resposta extremamente importante, o que ocorreu em 60% dos participantes do primeiro grupo;
10% deste mesmo grupo respondeu ser nada importante, enquanto que os demais variaram de
levemente a muito importante. No segundo grupo também predominou a mesma resposta, sendo
que os demais (36,36%) responderam muito importante.
Todos esses dados estão reunidos na tabela 6:
Participante Atividades
físicas
Incentivos (número de
concordâncias)
Saúde física
Satisfação
Importância 1
Não 4 Regular Nem satisfeito,
nem insatisfeito Levemente importante
3 Sim 1
Excelente Moderadamente satisfeito
Extremamente importante
7 Não 3
Ruim Um pouco insatisfeito
Extremamente importante
8 Não 2
Regular Um pouco insatisfeito
Extrremamente importante
10 Não 1 Muito boa Muito satisfeito Muito importante 11 Sim 4 Excelente Muito satisfeito Muito importante 13
Sim 2 Ruim Nem satisfeito,
nem insatisfeito Nada importante
17 Não 3
Regular Um pouco insatisfeito
Extremamente importante
20 Não 3
Boa Moderadamente saatisfeito
Extremamente importante
Donos
21 Não 5 Boa Muito satisfeito Extremamente importante 2 Sim 2 Boa Muito insatisfeito Extremamente importante 4
Não 2 Boa Moderademente
insatisfeito Muito importante
5 Não 4
Boa Um pouco satisfeito
Extremamente importante
6 Sim 1 Muito boa Muito satisfeito Extremamente importante 9
Não 2 Boa Um pouco
insatisfeito Extremamente importante
12 Sim 2 Muito boa Muito insatisfeito Extremamente importante 14
Sim 4 Boa Moderadamente
satisfeito Extremamente importante
15 Sim 6
Boa Moderadamente satisfeito
Extremamente importante
16 Sim 2
Boa Um pouco satisfeito
Muito importante
18 Não 3 Regular Muito insatisfeito Muito importante
Não donos
19 Sim 3
Regular Um pouco satisfeito
Muito importante
Tabela 6: Saúde física.
Com relação aos níveis de ansiedade seguindo a figura 3 pode ser observado que 60% dos
respondentes que são donos de animais de estimação apresentaram nível mínimo de ansiedade,
30% nível leve de ansiedade e 10% nível moderado de ansiedade. Já no grupo dos não donos
82% apresentam nível mínimo, e 18% nível leve de ansiedade, sendo que nenhum desses
participantes apresentou nível moderado de ansiedade.
60%30%
10%
donos de animal(is) deestimação com nível mínimode ansiedade
donos de animal(is) deestimação com nível levede ansiedade
donos de animal(is) deestimação com nívelmoderado de ansiedade
18%
82%
0%
não donos de animal(is)de estimação com nívelmínimo de ansiedade
não donos de animal(is)de estimação com nívelleve de ansiedade
donos de animal(is) deestimação com nívelmoderado de ansiedade
Figura 3: Níveis de ansiedade em cada um dos grupos.
De acordo com o Inventário de Estresse para Adultos de Lipp, 50% da população dos
donos de animais de estimação não tem estresse, 40% possuem estresse na fase de resistência, e
10% na fase de exaustão.
Já entre os não donos de animais de estimação, 18% não tem estresse, 73% possuem
estresse na fase de resistência, e 9% na fase de exaustão.
Tais dados apresentados podem ser mais bem observados na figura 4:
50%40%
10%donos de animal(is) deestimação que não temestresse
donos de animal(is) deestimação com estresse nafase de resistência
donos de animal(is) deestimação com estresse nafase de exaustão
18%
73%
9%não donos de animal(is)de estimação que não temestresse
não donos de animal(is)de estimação comestresse na fase deresistêncianão donos de animal(is)deestimação com estressena fase de exaustão
Figura 4: Níveis de estresse em cada um dos grupos.
Os problemas ocorridos nos últimos cinco anos foram separados em físicos, psicológicos
e outros.
Quanto aos problemas físicos de saúde, o que apresentou maior freqüência foram as
dores de cabeça fortes que ocorreram em 70% dos donos e 63,63% dos não donos. Os desmaios,
os problemas sexuais e cardíacos, as infecções urinárias, tendinite e bursite apareceram somente
no segundo grupo. Já as dores de cabeça moderada se restringiram a serem registradas pelos
donos de animais de estimação. As tonturas foram registradas por 20% e 45,45% desses
participantes.
É preciso ressaltar ainda que as dores de cabeça moderadas, os problemas cardíacos, as
infecções urinárias, tendinite e bursite eram itens que não constavam no questionário, mas que
foram citados por essas pessoas como tendo ocorrido em algum período de suas vidas no decorrer
desses últimos cinco anos.
0
10
20
30
40
50
60
70
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 1213 1415 16
Problemas físicos de saúde
Donos deanimal(is) deestimação
Não donos deanimal(is) deestimação
1. Dores de cabeça fortes 9.Palpitações 2. Desmaios 10. Suor excessivo 3. Perturbações intestinais 11. Alergia 4. Tremores 12. Dores de cabeça moderadas 5. Problemas sexuais 13. Problemas cardíacos 6. Gripes constantes 14. Infecções urinárias 7. Pressão arterial alterada 15. Tendinite 8. Tonturas 16. Bursite
Figura 4: Comparação entre os grupos com relação aos problemas físicos de saúde ocorridos no últimos 5 anos.
Dentre os problemas psicológicos pôde ser verificado que o item não gosto de férias ou
fins de semana foi declarado somente por donos de animais enquanto que o pânico e a pressão
para tomar decisões se restringiu entre os não donos. Esses dois últimos itens não constavam na
questão, tendo sido registrado por essas pessoas como problemas que aconteceram no decorrer
desse período.
Conforme pode ser observado abaixo os seguintes problemas psicológicos: fadiga,
ansiedade, tensão, dificuldades para concentrar-se, pesadelos, insônia, sentimentos de
inferioridade, depressão, pânico e pressão para tomar decisões, alcançaram freqüências superiores
entre os não donos de animais de estimação. Já os conflitos, timidez, não tomo decisões, não gosto
de férias ou fins de semana, incapaz de ter momentos agradáveis, dificuldades para relaxar e para
fazer amigos, e idéias suicidas tiveram índices maiores no primeiro grupo.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 13 14 15 16 17 18 19
Problemas psicológicos de saúde
Donos deanimal(is) deestimação
Não donosde animal(is)deestimação
1. Fadiga 11. Dificuldades para concentrar-se 2. Ansiedade 12. Inapetência 3. Conflitos 13. Pesadelos 4. Tensão 14. Insônia 5. Timidez 15. Idéias suicidas 6. Não tomo decisões 16. Sentimentos de inferioridade 7. Não gosto de férias ou fins de semana 17. Depressão 8. Incapaz de ter momentos agradáveis 18. Pânico 9. Dificuldades para relaxar 19. Pressão para tomar decisões 10. Dificuldades para fazer amigos
Figura 5: Comparação entre os grupos com relação aos problemas psicológicos de saúde ocorridos no últimos 5 anos.
Entre os outros problemas constavam as más condições em casa e os problemas
financeiros os quais ocorreram ambos em 45,45% dos não donos, e 10% e 40% dos donos,
respectivamente. O uso de drogas foi declarado somente pelos possuidores de animais de
estimação.
05
101520253035404550
Fre
qüên
cia
(%)
1 2 3
Outros problemas
Donos deanimal(is) deestimação
Não donos deanimal(is) deestimação
1. Uso de drogas 2. Más condições em casa 3. Problemas financeiros
Figura 6: Comparação entre os grupos com relação a outros problemas ocorridos no últimos 5 anos.
Qualidade de vida
Quanto a qualidade de vida, foi verificado qual era o grau, de baixa qualidade a alta
qualidade, que o participante percebia como tendo no momento atual. Entre os donos de animais
de estimação 70% indicou números maiores que 5, enquanto que entre os não donos isso ocorreu
em 81,81%. Caso esse valor não fosse o desejado 40% do primeiro grupo tinham altas
expectativas do alcance do nível desejado, outros 40% possuíam essa expectativa em grau
moderado, 10% não tinham a expectativa de que isso pudesse ocorrer. Essa questão não se
aplicou a 10% do primeiro grupo uma vez que sua qualidade de vida coincidia com aquilo que
gostaria. Todos os não donos declararam possuir alta expectativa de alcance da qualidade de vida
desejada.
Sobre o controle que o participante considerava possui sobre as áreas da vida que
considera importantes no primeiro grupo 40% relatou esse ser alto, 50% moderado, e 10%
nenhum controle. No segundo grupo 36,36% considerou-o alto, 54,54% moderado, e 9,09%
baixo.
Participante
Qualidade de vida (numa escala de 1 a 10, em que 1 significa baixa e 10 alta qualidade)
Expectativa de alcance da qualidade de vida desejada
(caso seja menor que o esperado)
Controle que possui sobre áreas da vida que considera importantes
1 1 Alta Alto 3 8 Moderada Alto 7 6 Alta Alto 8 6 Moderada Alto 10 8 Alta Moderado 11 9 Moderada Moderado 13 5 Nenhuma Nenhum 17 5 Moderada Moderado 20 7 Alta Moderado
Donos
21 8 Não se aplica Moderado 2 7 Alta Moderado 4 5 Alta Moderado 5 7 Alta Alto 6 7 Alta Alto 9 5 Alta Moderado 12 7 Alta Moderado 14 7 Alta Baixo 15 9 Alta Alto 16 6 Alta Moderado 18 8 Alta Alto
Não donos
19 8 Alta Moderado Tabela 7: Qualidade de vida.
Dentro dessa categoria procurou-se ainda obter informações sobre quais eram os fatores
importantes e qual o grau de importância deles na determinação da qualidade de vida dessas
pessoas.
Para todos os donos de animais e 45,45% dos não donos as atividades diárias são
extremamente importantes. 90% do primeiro grupo também considerou de extrema importância
os sentimentos que possuíam sobre si mesmo. Sobre a posse de animais o maior grau de
importância ocorreu em 10% dos participantes donos de animais de estimação; sobre esse mesmo
fator 20% responderam muito importante, 50% moderadamente e 10% levemente. Ainda com
relação a esse fator (posse) 9,09% dos não donos responderam ser muito importante, 27,27%
moderadamente, 36,36% levemente e 27,27% nada importante.
Alguns participantes indicaram ainda outros fatores além daqueles questionados. Isso
aconteceu em 20% dentre os donos, os quais avaliaram como extremamente importante o que
registraram; e 18,18% dos não donos que avaliaram como muito importante.
Além desses foi ainda questionado acerca da importância de outros aspectos, os quais
todos se encontram contidos na tabela referente.
P. Atividades diárias
Sentimentos sobre si
Saúde física Pessoas com quem convive
Posse de dinheiro suficiente
Independência Residência Posse de um animal de estimação
Outros fatores
1 Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Levemente importante Não se aplica
3 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante Não se aplica
7 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante
Levemente importante
Extremamente importante
8 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante Não se aplica
10 Muito importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante Não se aplica
11 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante
Extremamente importante
13 Nada importante
Moderadamente importante
Nada importante
Moderadamente importante
Nada importante Nada importante
Nada importante
Extremamente importante Não se aplica
17 Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante
Muito importante
Moderadamente importante Não se aplica
20 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante Não se aplica
Donos
21 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Muito importante Não se aplica
2 Muito importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Moderadamente importante Não se aplica
4 Moderadamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Levemente Importante Não se aplica
5 Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Extremamente importante
Moderadamente importante
Nada importante Não se aplica
6 Muito importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Nada importante Não se aplica
9 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Moderadamente importante Não se aplica
12 Muito importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Moderadamente importante Não se aplica
14 Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Levemente importante Não se aplica
15 Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante Não se aplica
16 Muito importante
Muito importante
Muito importante
Muito importante
Moderadamente importante
Muito importante
Moderadamente importante
Levemente importante
Muito importante
18 Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Extremamente importante
Levemente importante Não se aplica
Não donos
19 Extremamente importante
Muito importante
Muito importante
Extremamente importante
Muito importante
Moderadamente importante
Moderadamente importante
Nada importante
Muito importante
Tabela 7: Fatores importantes na determinação da qualidade de vida.
CONCLUSÃO
A partir dos dados apresentados pôde se observar que não há diferenças quanto a
caracterização geral da amostra. A maioria dos participantes reside na companhia de outros sendo
que 30% dos donos e 9,09% dos não donos residem no alojamento subsidiado pela Universidade.
Este é um fator importante pelo fato da presença constante de animais que são tratados neste
local, e assim, independentemente da pessoa possuir ou não, ela mantém contato com eles. Isso
pôde ser confirmado pois todas essas pessoas que moram no alojamento afirmaram manter
contato com animais, porém não é possível afirmar se esse contato se refere a estes animais que
habitam a Universidade ou a outros.
Sobre as crenças foi verificado a prevalência das positivas, independentemente do grupo a
que pertenciam os participantes. Isso pode ser devido ao fato de a população pesquisada ser
formada totalmente por universitários, ou seja, pessoas que tem acesso a informações e que por
isso não generalizaram algumas afirmações negativas não fundamentadas que foram apresentadas
no instrumento. Apesar da pequena porcentagem de crenças negativas deve-se se citar que a
porcentagem em três das quatro afirmações negativas foi maior no grupo dos não donos, em
especial na primeira destas, em que a diferença foi mais discrepante. Esta afirma que os animais
são causadores de doenças em seres humanos. Apesar de isso ser verdade em alguns casos isso
não pode ser generalizado, uma vez que se tomado os devidos cuidados, as chances de isso
ocorrer são pequenas. A crença generalizada nesta pode ser um dos fatores que leva estas pessoas
a não possuírem animais atualmente.
Com relação a ansiedade, nessa amostra foi visto que o nível de ansiedade moderado
apareceu somente no grupo dos donos de animais de estimação, porém o nível mínimo foi maior
nesse mesmo grupo. Assim apesar de somente os dois primeiros níveis aparecerem no segundo
grupo, o leve foi maior neste. Estes dados podem estar em consonância com o que já foi
verificado por outras pesquisas como a realizada por Allen, Blascovich, Tomaka e Kelsey (1991)
que compararam as respostas fisiológicas autonômicas de mulheres durante a realização de
tarefas aritméticas encontrando que donos de animais de estimação possuem pressão arterial
menor que não donos, e por Barker & Dawson (1998) que verificaram que determinados
pacientes que participaram de terapia assistida por animais de estimação tiveram uma melhora de
seus quadros de ansiedade. Os dados obtidos neste trabalho podem indicar uma confirmação
dessa pesquisa uma vez que a ansiedade encontra-se relacionada ao aumento da pressão arterial e
pela diferença do grau de ansiedade dos donos em relação aos não donos, apesar de não se saber
se estes níveis apresentam-se diferentes antes após a posse, o que é importante ter conhecimento
já que a ansiedade pode ser um traço de caráter.
A partir de sua pesquisa Siegel (1990) encontrou que possivelmente a posse de um animal
de estimação pudesse funcionar como um bloquedor de estresse em humanos. Apesar de não se
saber o número de eventos estressantes de cada um dos participantes dessa amostra pôde se
constatar que metade da população de donos de animais de estimação não apresenta estresse
enquanto que com os não donos isso ocorre somente em 18%. Ambos os grupos apresentam
níveis quase idênticos de estresse na fase de exaustão, porém o estresse na fase de resistência é
consideravelmente maior entre os não donos . Assim seria importante investigar os eventos que
pudessem acarretar em estresse nessas pessoas, mas é inegável os índices mais satisfatórios desse
aspecto entre os donos.
Em concordância com o que foi verificado pelo criador da Comfort from animals scale
também nesse estudo o nível de conforto percebido como proveniente de outros animais era
similar ao dos cães o que indica que parece haver similaridade na experiência emocional pela
posse do animal de estimação, independentemente de qual seja a espécie possuída, sendo esta
somente um fator de preferência.
De acordo com Raina, Waltner-Toews, Bonnet, Woodward, & Abernathy (1999) a posse
de animais encontra-se relacionada as melhoras na saúde dos homens.Mas nem sempre isso se
confirma. Neste caso em específico constatou-se que donos de animais possuíam saúde física de
qualidade inferior ao outro grupo, além de não possuírem hábitos de práticas esportivas, e
considerarem estas atividades como sendo de menos importância quando comparado com as
respostas de não donos. Mas é preciso salientar que essa amostra é composta por estudantes
universitários, podendo ser que muitos deles residam longe de suas famílias e de seus bichos, o
que pode ser determinante já que a companhia destes poderia propiciar o início destas práticas
devido a necessidade de levá-los para passear.
Através dos dados obtidos verificou-se ainda diferenças com relação aos problemas
psicológicos ocorridos nos últimos 5 anos, sendo que os não donos apresentaram-nos em maior
quantidade. Estes índices encontrados podem estar relacionados ao estresse e/ ou ansiedade, o
que reforça os resultados encontrados através do BAI e do Lipp. Sobre os outros problemas pode
ser observado uma nítida diferença no item más condições em casa, o que pode confirmar a
hipótese de Siegel (1990) segundo a qual animais podem ser bloquedores de ocorrência
estressantes em humanos.
Esta pesquisa poderia ser replicada com a utilização dos mesmos instrumentos numa outra
população adulta que não a de estudantes universitários, uma vez que há a possibilidade de estes
residirem longe de seus animais, encontrando-os esporadicamente. Isso porque pode ser
determinante na qualidade de vida, seja física e/ou mental, o contato diário com eles; e até para
confirmar se é o contato diário com seu animal, a simples posse (independentemente do convívio
diario), ou o contato diário com algum animal mesmo que não seja o seu que propicia melhores
níveis de ansiedade e estresse.
Referências
Allen, K. M., Blascovich, J., Tomaka, J., & Kelsey, R. M.(1991). Presence of human friends and
pet dogs as moderators of autonomic responses to stress in women. Journal of Personality
and Social Psychology, 61(4), 582-589.
Barker, S. B., & Dawson, K. (1998). The effects of animal-assisted therapy on anxiety ratings of
hospitalized psychiatric patientes. Psychiatric Services, 49, 797-801.
Brasic, J. R.(1998). Pets and health. Psychological Reports, 83,1011-1024.
Raina, P., Waltner-Toews, D., Bonnet, B. Woodward, C,& Abernathy, T.( 1999). Influence of
companion animals on the phisical and psychological health of older people: an analysis of
a one-year longitudinal study, 47(3), 323-329.
Stanley- Hermanns, M.,& Miller, J.(2002). Animal-assisted therapy: domestic animals aren’t
merely pets. To some, they can be healers. Americam Journal of Nursing, 102(10), 69-76.
Siegel, J. M. (1990). Stressful life events and use of physician services among the elderly: The
moderating Role of pet Ownership. Journal of Personality and Social Psychology,58, 1081-
1086.
Zasloff, R. L. (1996). Measuring attachment to companion animals: a dog is not a cat is not a
bird. Applied Animal Behaviour Science, 47, 43-48.
Zasloff , R. L. & Kidd, A. H.(1994a). Loneliness and pet ownership among single women.
Psychological Reports, 75,747-752.
Zasloff, R.L. & Kidd, A. H. (1994). Attachment to feline companions. Psychological Reports, 74,
747-752.
Anexo 1
INSTRUÇÕES DO QUESTIONÁRIO
Os animais de estimação sempre tiveram um importante papel nas relações
humanas. O questionário abaixo tenta levantar elementos de sua própria história, suas
opiniões e sua relação com animais de estimação. A honestidade de sua resposta poderá lançar luz sobre o papel destes pequenos amigos na qualidade de vida em geral.
Tente responder todas as questões pertinentes de forma clara e direta. Este instrumento é confidencial, sendo garantidas as condições de sigilo do respondente.
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Data de nascimento: __________ 3. Peso: ___________ 4. Altura: __________ 5. Ocupação: ( ) Aluno de graduação ( ) Servidor TA ( ) Aluno de pós-graduação ( ) Docente 6. Nível de escolaridade: ( ) Primeiro grau completo ( ) Segundo grau incompleto ( ) Segundo grau completo ( ) Superior incompleto.Curso: ________________________ Semestre: ________ ( ) Superior completo. Curso: _________________________Semestre: ________ ( ) Pós-graduação:( ) Mestrado. Área: ___________________________________ ( ) Doutorado. Área: __________________________________
7. Qual é a sua atividade principal? (marque apenas uma) ( ) emprego remunerado ( ) atividade sem vínculo empregatício ( ) trabalho voluntário ou sem remuneração ( ) oficinas de artesanato/lazer/hobbies ( ) estudos ( ) outras:_________________________________________________________ 8. O quanto satisfeito ou insatisfeito você está com sua atividade principal? ( ) muito insatisfeito ( ) moderadamente insatisfeito ( ) um pouco insatisfeito ( ) nem satisfeito, nem insatisfeito ( ) um pouco satisfeito ( ) moderadamente satisfeito ( ) muito satisfeito 9. Estado Civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Noivo(a) ( ) Casado(a) ( ) União consensual ( ) Separado(a) ( ) Viúvo(a) 10. Você mora em: (considere moradia o local em que você vive, dorme e tem uma rotina de vida superior a 4 dias por semana) ( ) Casa ( ) Apartamento ( ) Kitchnete ( ) Alojamento ( ) Hotel ( ) Pensão 11. Sua moradia é: ( ) Própria ( ) Alugada ( ) subsidiada pela faculdade 12. Você mora sozinho (a)? ( ) Não ( ) Sim 12.1 Se você não mora sozinho, indique quais das seguintes pessoas moram com você e a seguir qual o número de cada uma delas: ( ) Pais ___________________ ( ) Irmãos _________________ ( ) Avós ___________________ ( ) Esposa(o)_______________ ( ) Filhos___________________ ( ) Colegas de república_______ ( ) Outros.Quais?____________________________________________________
13. Identifique nas doenças descritas abaixo, aquelas que você desenvolveu durante a infância; quando for o caso, indique a idade (caso se lembre) de sua ocorrência: ( ) Sarampo ( ) Bronquite ( ) Catapora ( ) Rinite ( ) Paralisia infantil ( ) Alergias ( ) Caxumba (papeira) ( ) Asma ( ) Coqueluche ( ) Problemas oftalmológicos ( ) Rubéola ( ) Pneumonia ( ) Problemas cardíacos ( ) Problemas dentários ( ) Febres constantes ( ) Outras. _________________________________________________________ 14. Você se descreveria como saudável durante sua adolescência? ( ) Não ( ) Sim Se Não, responda por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. Você toma com freqüência algum tipo de medicamento sob prescrição médica? ( ) Não ( ) Sim Se Sim , descreva o medicamento e por quê o mesmo foi indicado: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 16. Você toma com freqüência algum tipo de medicamento mesmo sem ter prescrição médica? ( ) Não ( ) Sim Se Sim , descreva o medicamento e por que você o toma: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 17. Fuma? ( ) Não ( ) Sim 18. Consome bebidas alcoólicas mais que três vezes por semana? ( ) Não ( ) Sim
19. Abaixo estão algumas atividades que você pode ter participado recentemente. Por favor, marque SIM ou NÃO para indicar se você realizou essas atividades nas últimas 4 semanas. SIM NÃO a) passeou b) participou de grupo com amigos c) foi ao cinema ou a um jogo d) leu jornal ou revista e) assistiu a TV f) foi a igreja g) jogou cartas h) ouviu rádio i) fez esporte j) foi a biblioteca k) praticou exercícios físicos 20. Quanto é importante para você: (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 quando for nada importante e valor 5 quando for extremamente importante) 1______________2______________3_____________4____________5 nada levemente moderadamente muito extremamente importante importante importante importante importante 1 2 3 4 5 a) a maneira como você gasta seu tempo? b) sentir-se confortável quando está sozinho? c) sua moradia? d) a vizinhança do lugar onde você mora? e) a comida que você come? f) a roupa que você veste? g) o acesso ao transporte? h) sua vida sexual? i) sua segurança pessoal? j) ter ou manter contato periódico com algum animal de estimação?
21. Como você se sente em relação: (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 para muito insatisfeito e valor 7 para muito satisfeito)
1__________2_________3__________4__________5__________6__________7 muito moderada/e um pouco nem satisfeito um pouco moderada/e muito insatisfeito insatisfeito insatisfeito nem insatisfeito satisfeito satisfeito satisfeito 1 2 3 4 5 6 7 a) a maneira com que você gasta seu tempo? b) a quando você está sozinho? c) a sua moradia? d) a vizinhança do lugar onde você mora? e) a comida que você come? f) a roupa? g) ao seu acesso ao transporte? h) a sua vida sexual? i) a sua segurança pessoal? 22. Sublinhe na lista abaixo os problemas de saúde, físicos ou mentais, que você tenha apresentado nos últimos 5 anos:
Dor de cabeça fortes Tonturas Desmaios Palpitações Fadiga Inapetência Perturbações intestinais Tomo sedativos Ansiedade Pesadelos Conflitos Insônia Tensão Idéias suicidas Tremores Depressão Problemas sexuais Uso de drogas Tímido Más condições em casa Não tomo decisões Problemas financeiros Não gosto de férias ou fins de semanas Suor excessivo Incapaz de ter momentos agradáveis Sentimentos de inferioridade Asma Alergia Gripes constantes Gripe constante Pressão arterial alterada Problemas do coração (cardíacos) Diabetes Colesterol alto Dificuldades para: relaxar fazer amigos conseguir emprego concentrar-se Outros:____________________________________________________________ 23. Agora, nós gostaríamos de saber como se sente em relação às coisas da vida. Para cada questão, marque a coluna que melhor reflete a maneira como você se sentiu nas últimas 4 semanas:
SIM NÃO a) contente por realizar algo b) muito sozinho ou distante das outras pessoas c) entediado d) as coisas saíram do jeito que você queria e) tão inquieto que não conseguia ficar muito tempo sentado f) orgulhoso porque alguém cumprimentou por algo que você fez g) chateado porque alguém o criticou h) particularmente animado ou interessado em algo i) deprimido ou muito triste j) tudo está as mil maravilhas 24. Nas últimas 4 semanas você diria que seu estado emocional esteve: ( ) ruim ( ) regular ( ) bom ( ) muito bom ( ) excelente 25. Durante as últimas 4 semanas, você (assinale apenas uma): ( ) sentiu-se calmo e positivo de modo geral. ( ) teve alguns períodos de ansiedade e depressão. ( ) esteve confuso, amedrontado, ansioso ou deprimido de modo geral. 26. Existem vários aspectos de incômodo emocional, como, por exemplo, sentimentos de depressão, ansiedade, ouvir vozes, etc. Indique o quanto esses sintomas o incomodaram nas últimas 4 semanas: ( ) nada ( ) um pouco ( ) moderadamente ( )muito ( ) demais 27. Nas últimas 4 semanas: (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 para nunca e valor 5 para constantemente) 1______________2______________3______________4______________5 nunca ocasionalmente freqüentemente maior parte constantemente do tempo 1 2 3 4 5 a. quanto estes sintomas ( listados no item anterior) afetaram sua vida diária ?
b. você sentiu vontade de se matar? c. você sentiu vontade de machucar os outros? 28. Pratica atividades físicas? ( ) Não ( ) Sim.
Se Sim , escreva quantas vezes por semana, se esta é feita regularmente, e se é realizada com a companhia de alguém e/ou de algum animal de estimação: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 29. Quais são os fatores que você acredita que o auxiliam ou poderiam vir a auxiliá-lo na prática de atividades físicas? ( ) Inscrever-me numa academia e/ou algum grupo que pratique atividades físicas regularmente. ( ) A recomendação de atividades físicas por algum profissional de saúde alegando problemas de saúde devido o sedentarismo. ( ) Um lugar adequado, seguro e de fácil acesso para a prática. ( ) A companhia de alguma pessoa durante as atividades físicas. ( ) A companhia de algum animal de estimação durante as atividades físicas. ( ) A necessidade de levar meu animal de estimação para passear. 30. Como você descreveria sua saúde física nas últimas 4 semanas? ( ) ruim ( ) regular ( ) boa ( ) muito boa ( ) excelente 30.1. Durante as últimas 4 semanas você...(assinale uma) ( ) sentiu-se muito bem a maior parte do tempo. ( ) sentiu-se desanimado ou com mal estar com certa freqüência. ( ) sentiu-se doente ou indisposto a maior parte do tempo. 31. Como você se sente em relação à sua saúde física? ( ) Muito insatisfeito ( ) Um pouco insatisfeito ( ) Moderadamente insatisfeito ( ) Nem satisfeito, nem insatisfeito ( ) Um pouco satisfeito ( ) Moderadamente satisfeito ( ) Muito satisfeito 32. O quanto sua saúde física é importante para você? ( ) Nada importante ( ) Moderadamente importante ( ) Levemente importante ( ) Muito importante ( ) Extremamente importante
33. O quanto você está satisfeito ou insatisfeito com: (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 para muito insatisfeito e valor 7 para muito satisfeito)
1__________2_________3__________4__________5__________6__________7 muito moderada/e um pouco nem satisfeito um pouco moderada/e muito insatisfeito insatisfeito insatisfeito nem insatisfeito satisfeito satisfeito satisfeito 1 2 3 4 5 6 7 a) a quantidade de amigos que você tem? ( ) não tenho amigos.
b) o relacionamento que você tem com seus amigos? ( ) não tenho amigos
c) seu relacionamento com sua família? ( ) não tenho família.
d) se você mora com outros, responda em relação as pessoas com quem você mora. ( ) moro sozinho
e) o seu relacionamento com outras pessoas?
f) quantas pessoas você considera como amigas?
nenh uma
1-2
3-5
Mais de 5
34. Quanto é importante para você: (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 quando for nada importante e valor 5 quando for extremamente importante) 1_____________2_____________3____________4___________5 nada levemente moderadamente muito extremamente importante importante importante importante importante 1 2 3 4 5 a) ter um número adequado de amigos? b) se dar bem com seus amigos? c) a relação familiar? d) (se você mora com outras pessoas) as pessoas com quem você vive?
e) se dar bem com as outras pessoas?
35. Nas últimas 4 semanas, você...(assinale apenas uma) ( ) teve bom relacionamento com as pessoas e recebeu apoio da família e dos amigos. ( ) recebeu apoio moderado da família e dos amigos. ( ) teve apoio inconstante da família e dos amigos ou apenas quando absolutamente necessário. 36. Abaixo estão algumas atividades que você pode ter participado recentemente. Por favor, marque SIM ou NÃO para indicar se você realizou essas atividades nas últimas 4 semanas. SIM NÃO a) passeou b) participou de grupo com amigos c) foi ao cinema ou a um jogo d) leu jornal ou revista e) assistiu a TV f) foi a igreja g) jogou cartas h) ouviu rádio i) fez esporte j) foi a biblioteca k)praticou exercícios físicos 37. Por favor, marque o parênteses abaixo que melhor indica como você se sentiu a respeito da sua qualidade de vida nas últimas 4 semanas. A baixa qualidade significa que as coisas foram muito ruins. Alta qualidade significa que as coisas foram as melhores possíveis.
baixa ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) alta qualidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 qualidade 38. Se sua qualidade de vida é menor do que você esperava, qual a expectativa que você tem de atingir a qualidade de vida que deseja? ( ) nenhuma ( ) baixa ( ) moderada ( ) alta ( ) não se aplica 39. Que controle você acha que tem sobre as áreas mais importantes da sua vida? ( ) nenhum ( ) baixo ( ) moderado ( ) alto
40. Na sua opinião qual é a importância dos seguintes fatores na determinação da sua qualidade de vida? (Responda utilizando a escala apresentada a seguir, em que você deve atribuir valor 1 quando for nada importante e valor 5 quando for extremamente importante) 1______________2______________3_____________4____________5 nada levemente moderadamente muito extremamente importante importante importante importante importante 1 2 3 4 5 a) trabalho, escola ou outras atividades diárias. b) seus sentimentos sobre você mesmo. c) sua saúde física. d) amigos, família, pessoas com as quais você passa seu tempo.
e) ter dinheiro suficiente. f) ter habilidade para cuidar de si. g) o lugar onde você mora. h) ter um animal de estimação. i) outros. Especifique: 41.Você teve animais de estimação anteriormente? ( ) Não ( ) Sim. Com qual idade teve-o(s) pela primeira vez? _________ 41.1 Se Sim , sublinhe abaixo os principais comportamentos, sentimentos e emoções relacionados com as lembranças de sua relação com estes animais. Alegria Fofinho Dar Banho Responsabilidade Companheiro Alimentar Dor Doença Vacinar Brincadeira Passear Alguém com quem conversar Sujeira Gastos financeiros Perigo Outros: ___________________________________________________________ __________________________________________________________________ 42.Você possui animais de estimação hoje? ( ) Não ( ) Sim
42.1 Se Sim , Qual (is) o(s) tipo(s)? (indique na linha à frente o número de cada classe de animal que possui):
( ) Cachorro ________________ ( ) Gato ____________________ ( ) Pássaro__________________ ( ) Peixes __________________ ( ) Outros. Quais e quantos? ___________________________________________ Você convive com este(s) animal(is) diariamente? ( ) Não ( ) Sim Sublinhe abaixo os principais comportamentos, sentimentos e emoções que melhor descrevem sua relação atual com seu(s) animal(is) de estimação. Alegria Fofinho Dar Banho Responsabilidade Companheiro Alimentar Dor Doença Vacinar Brincadeira Passear Alguém com quem conversar Sujeira Gastos financeiros Perigo Outros:____________________________________________________________ __________________________________________________________________ 42. 2 Se Não (possui animais de estimação): Gostaria de tê-lo(s)? ( ) Não ( ) Sim. Qual(is) é (são) o(s) fator(es) que impossibilita(m) tal
posse?_____________________________________________________________________________________
43. Você mantém contato freqüente com algum animal de estimação? ( ) Não ( ) Sim. Quais? ( )Cachorro ( ) Gato ( ) Pássaro ( ) Peixes. ( ) Outros. Quais?_____________________
43.1 Se Sim , ele está(ão) presente(s) em sua residência?
( )Não ( )Sim
44.Caso possua animais de estimação, assinale as sentenças que se aplicam ao seu caso: ( ) Passeia com seu animal pelo menos três vezes por semana. ( ) Brinca com o animal de estimação por pelo menos 15 minutos por dia. ( ) Conversa esporadicamente com o animal de estimação. ( ) Vermífuga os animais periodicamente. ( ) Vacina os animais periodicamente. ( ) Controla periodicamente o momento da reprodução de seu(s) animal(is) de estimação. ( ) Adestra o animal de estimação. ( ) Em mudanças de residência planeja cuidadosamente o manejo do(s) animal(is) de estimação para o local novo. 45.Nas sentenças abaixo indique as que você considera verdadeira(V) e as que você considera falsa (F).
( ) Animais são causadores de doenças em seres humanos. ( ) Animais são mais confiáveis que seres humanos. ( ) Animais são traiçoeiros. ( ) Animais são sujos. ( ) Animais são perigosos, principalmente para as crianças. ( ) Animais são fonte de entretenimento para toda a família. ( ) Animais são úteis para realizar a segurança da residência. ( ) A posse de animais de estimação proporciona maiores contatos sociais. ( ) Animais fazem companhia. ( ) Cuidar de animais de estimação tornam as crianças mais responsáveis. ( ) Prefiro gatos a cachorros. ( ) Prefiro cachorros a gatos. ( ) Prefiro outros animais de estimação a gatos ou cachorros. ( ) Adoro todos os animais. ( ) Gosto da sensação de ter alguém para cuidar. ( ) Animais dependentes são os meus preferidos. ( ) Prefiro animais que não exigem muitos cuidados.
Anexo 2:
ESCALA DE CONFORTO PELA COMPANHIA ANIMAL
Caso possua animais de estimação, leia as sentenças abaixo e responda utilizando a escala apresentada a seguir, onde deve atribuir o valor 1 àquelas com as quais discorda totalmente e o valor 5 àquelas com as quais concorda completamente. Caso a sentença não se aplique no seu caso, assinala NA. ________1_________2___________3___________4 .............. NA Discordo Discordo Concordo Concordo Não se aplica Fortemente Fortemente 1 2 3 4 NA 1. Meu animal de estimação é uma companhia para mim.
2. Ter um animal de estimação faz com que sinta que tenho “alguém” para cuidar.
3. Ter um animal de estimação permite que desenvolva atividades agradáveis e/ou divertidas.
4. Quando tudo parece desmoronar e ir mal, meu animal de estimação me transmite uma sensação de estabilidade.
5. Meu animal de estimação faz-me sentir necessário. 6. Meu animal de estimação faz-me sentir protegido. 7. Meu animal de estimação faz-me brincar e rir. 8. Ter um animal de estimação proporciona-me “alguém” para amar.
9. Exercito-me mais devido ao meu animal de estimação 10. Sinto-me confortável afagando meu animal de estimação.
11. Divirto-me olhando meu animal de estimação. 12. Meu animal de estimação faz-me sentir amado. 13. Meu animal de estimação faz-me sentir confiável.
Anexo 3:
DEPOIMENTOS
Participante 1: Minha lembrança se refere a quando eu ganhei meu papagaio de estimação. Eu tinha visto o da minha empregada e queria um igual. Então uma vez meu pai foi viajar e me trouxe um. Mas quando eu vi ele não queria mais. Ele era muito feio. Ainda não tinha penas. A gente tinha que dar papinha de fubá na boca dele. Até que ele cresceu e ficou bonito. Agora eu quase nem fico com ele. Ele me bica. Antes de eu morar fora ele não fazia isso. Agora ele não está mais acostumado comigo. Ele só não bica meu pai, meu irmão e meu priminho. Lembro também de uma vez que ele sumiu. Então um dia eu escutei numa casa perto da minha alguém falar “Solange, dá papá pro louro!” Então tive certeza de que aquele era o nosso papagaio. Contei para minha mãe (Solange) e pedi para ela ir naquela casa. Chegando lá e vendo ela, ele repetiu “Solange, dá papá pro louro!”. Então não teve como a vizinha negar que aquele era o nosso papagaio. Participante 2: A lembrança ruim que eu tenho é de uma cachorra que se chamava Lulu. Ela me mordeu duas vezes. Eu ficava com muito medo dessa cachorra quando ia na casa de minha tia e ela estava na casa da vizinha e ficava com medo dela me morder. Isso aconteceu quando tinha 17 ou 18 anos. E outra lembrança triste é de uma cachorra que se chamava Estrelinha. Ela sofreu um acidente, não sabemos se alguém chutou, bem ninguém sabe o que aconteceu com ela para ela perder o movimento das pernas de trás, e por isso ela ficava se arrastando. Ela era a cachorra pequinês de uma tia minha, e eu gostava muito dela. Depois de 3 ou 4 semanas que aconteceu isso sacrificaram ela. Participante 3: Eu tive um coelho, foi meu primeiro animal de estimação. Eu tive que viajar para os Estados Unidos e não poderia levar meu coelho, e eu amava esta coelhinha de paixão, ficava o dia inteiro com ela. Como eu fui viajar ela acabou sendo levada para um sitio. E umas três semanas depois que eu tinha ido ela morrer de saudades. Esta é a cena mais triste que eu tenho. Agora de felicidades eu tenho todas.Meus animais são muito fofos, eu sempre amei meus animais. Agora eu tenho um cachorro. Eu já tive um outro cachorro que a gente teve que abandonar porque o meu pai era muito violento com o meu cachorro. Este meu cachorro era meio
burrinho, latia de madrugada e tal; daí meu pai bicava este meu cachorro. E isso me acabava; daí a gente teve que dar esse meu cachorro porque meu pai não sabia se comportar. Mas assim de lembranças boas ...nossa! Já tive três coelhos e dois cachorros. Coelho é uma coisa muito fofa. Tive um coelho que viveu 10 anos, você já viu um coelho viver 10 anos? Depois que eu fui embora dos Estados Unidos tive que deixar ele com uma família, porque na época eu fiquei por lá por 2 anos, ai eu deixei ele com uma família e eles sempre me mandavam fotos. E ele ficou enorme. A primeira que morreu não chegou a ficar grande porque eu fiquei com ela por pouco tempo. Isso é muito ruim, saber que você abandonou seu animal, esta é a pior sensação. Ele morreu porque ele confiava completamente em você, e ele foi abandonado. Não em situações ruins, ele estava lá numa chácara... Participante 4: Eu não tenho nenhuma lembrança. ..lembro que tive um cachorro, eu tinha um ano. E quando asssaltaram minha casa mataram ele, porque ele ficou latindo. Depois nunca mais eu tive. Minha mãe disse que eu chorava por causa desse cachorro. Ai ela arrumou outro, e deu embora porque ele comia tudo. Participante 5: Uma experiência com animal positiva foi o cachorro da minha vizinha. Ela tinha um bassset e é o cachorro que eu mais gosto. Porque eu não gosto de cachorro que é pequeno, só desse que é basset. Até hoje eu brinco com ele. Eu brinco porque ela é boazinha, não fica latindo por muito tempo. Eu também já tive um peixe. Mas daí foi na época do vestibular e eu estava estressada. Acho que eu não cuidei muito bem dele e ele morreu. Participante 6: O que mais eu lembro é de um pintinho que eu tinha. Era um pintinho que a gente ganhou numa feira de animais. Menor de 5 anos ganhava um pintinho, amarelinho e bonitinho. Eu achei ele tão bonitinho, tão fofinho, tão fofinho, que ai eu apertava, apertava, ai esmaguei o pintinho, o pintinho morreu esmagado.. Só escutei ele “piu” e tombou a cabecinha. Gostei tanto ai acabei matando ele. Ai fui la de novo, queria outro, mas acho que não tinha pintinho, parece...ai acho que numa outra vez eu ganhei um outro, daí eu deixei ele viver. Ai virou uma galinha feia. Eu gostava dela, mas eu não cuidava dela, eu não tinha aquela responsabilidade. Quem cuidava era a minha avó, ai minha avo adoeceu, ai ela ficou de cama, e ai a gente tava dando atenção para ela e eu nem ai para a galinha. Ai eu fiquei sabendo que a galinha sumiu, e falaram que a galinha tinha fugido. Ai depois de muito tempo fiquei sabendo que eu a galinha tinha virado canja para a minha avó. Depois tive peixinho...nunca tive assim cachorro, eu gostava ate de cachorro, só que nunca pude ter, porque a gente sempre trabalhou com comida, fora que dava trabalho e eu nunca tive vontade de cuidar.
Participante 7: Lembro de quando meu gatinho morreu.Na verdade eu não sei se ele morreu, ele sumiu. Mas eu penso direto nisso: se ele morreu ou se ele sumiu. Ele era bem filhotinho. Ele era branco e tinha um olho verde e outro azul. Ele era muito fofo. Ai ele sumiu de casa e eu fiquei muito mal, coloquei no jornal. E agora toda vez que eu vejo um gatinho assim pequeno eu lembro. Eu penso direto. Tadinho! Eu escrevi umas plaquinhas para colocar pela rua e sai colando pelo quarteirão. Penso também na minha cachorra, em quando eu ganhei ela. Ela está na casa de meu pai, mas ela eu vejo muito pouco. Participante 8: Eu tenho uma lembrança trágica. Quando eu tinha uma cachorrinha que caiu lá de casa, lá de cima. Eu tenho uma área em cima da casa. E ele caiu de lá. Ele caiu duas vezes. É que tem uns balaústres, e ele ficava passando por eles, ficava passando entre as colunas, e teve algumas vezes em que ele caiu fazendo isso. E também me lembro da minha gata. Quando minha mãe tinha operado. E então todo mundo saía de casa: meu pai ia trabalhar e eu e meu irmão íamos para a escola. E ela (gata) ficava ,fazendo companhia para minha mãe; ela ficava no quarto deitada no tapete do lado da cama. E eu achava isso muito bonitinho. Participante 9: Eu tinha cachorra, uma pastora, bem grandona, bem linda, que se chamava Malu e era muito fofinha. Eu cuidei dela desde pequenininha. Fui eu que a comprei, com o meu dinheiro, com meu trabalho, eu sustentava ela. Então foi legal porque foi o primeiro ser vivo que foi eu que cuidei, eu que fui responsável. E isso foi pra mim bem importante. Eu que levava no veterinário, comprava vitamina, comprava coisa pra pêlo, coisa pra não sei o que lá, era cheia de frescura. Houve uma vez que gente levou ela pra cruzar, aí eu cuidava dos filhotinhos e eu achava o máximo isso. Ela já tinha uns sete anos mais ou menos, e ela tinha um problema de deficiência imunológica, então vira e mexe ela tinha infecções, e era difícil de curar. Um dia entrou um gato e minha casa e ela foi atacar o gato, e o gato arranhou a boca dela na parte interna do lábio e então ela teve uma infecção seriíssima, e em quatro dias ela morreu de infecção generalizada. E logo que aconteceu, no dia seguinte que foi piorando a gente já levou no veterinário, já fez exame. No ultimo dia antes dela morrer ela estava tomando Benzetacil de uma em uma hora, injetável. E não tinha mais o que fazer. A medica falou você pode fazer isso pra dizer que não ta tentando fazer. E eu fiquei tão desesperada no dia em que ela morrer, que quando estava no carro, ela já estava com hipotermia,e eu levei ela nuns quatro veterinários seguidos para achar algum que falasse : dá pra fazer tal coisa; eu tinha essa ilusão assim sabe. Eu e o Ricardo no carro, com a cachorra atrás; eu fui dirigindo, chorando, desesperada porque eu queria fazer alguma coisa por ela. E ai não teve jeito. Eu lembro que nesta noite eu coloquei ela na caminha dela. E eu conversei com ela e falei: se for sua hora de ir, você acha que tem que ir,vai ne, eu não queria que isso acontecesse,
mas não tem porque você ficar sofrendo aqui so porque eu quero. E durante a noite ela morreu. Na hora que a gente acordou ela já tinha morrido. E ela foi na janela do meu quarto; ela parou lá e morreu la. Então foi triste. Depois disso foi difícil para mim ter outro bichinho Mas eu acho que experiências com bichinhos de estimação é ótima em vários sentidos Participante 10: Uma vez a gente viajou pra praia e o nosso cachorrinho ficou com a minha mãe. E ela ligou avisando que o carro tinha pegado ele. E a gente tentou esconder isso das meninas o tempo inteiro, porque as meninas adoravam ele.Mas ai a gente não agüentou, foi triste pra caramba. Mas ai a gente contou pras meninas; mas as meninas choravam tanto, tanto que o hotel queria saber o que era. A gente não conseguiu esconder delas que o cachorro tinha morrido. E elas gritavam e o hotel inteiro queria saber porque é que estava acontecendo aquilo. Ai eu fiquei muito tempo sem querer cachorro por causa disso, pensava so no sofrimento. Mas não teve mais jeito e arrumei mais dois. Participante 11: Eu me lembro do meu primeiro cachorro quando chegou. Eu tinha uns 8 ou 9 anos.Essa é uma lembrança boa porque ate então eu tinha medo de cachorro e quando ele chegou eu não fiquei mais com medo. Mas no começo eu fiquei com medo de pegar ele no colo. Demorou para eu pegar ele. Participante 12: Foi o segundo cachorrinho que eu tive. Ele era um pinscher bem pequenininho; acho que ele era o pinscher zero. Ele era muito sem vergonha, ele fugia direto. Eu tinha uma outra cachorra também e esta cachorra era meio vira lata. Então ela acostumava mal ele. Quando eles fugiam, se você chamasse ela, ela ia embora, corria; mas se você chamasse ele, ele parava, ele ficava paradinho, voltava. E depois de um tempo ela começou a ensinar isso para ele, a correr. Então quando chamava ele, o nome dele era Pingo, e ele olhava pra mim e continuava. E isso me dava raiva, eu falava aquela cachorra esta ensinando isso pro meu cachorrinho, mais novinho, e parece que ele era meio bobinho porque sempre deixava ela fazer as coisas com ele. Essa é lembrança que me vem. Ela não é uma lembrança ruim , é ate meio cômica, eu chamando e ele e ela correndo. Participante 13: Eu lembro da Laila. Quando ela foi castrada, ela era tão bonitinha, ela fica dormindo no quarto, e para fazer xixi ela acorda junto para ir no banheiro. Antes ela não fazia isso. Depois que ela foi castrada, mesmo colocando jornal num banheiro ela não vai. Ela so vai no banheirinho dela. Ela começou a dormir dentro de casa quando os pais dela foram viajar no feriado, foram pra praia, e ela ficou sozinha.Ela nunca tinha ficado sozinha, e quando eles chegaram ela continuou para não brigar, por causa dos pontos.
Participante 14:
Meu último cachorro morreu, mas eu não vi nada porque estava na África. Ele estava doente e a gente já não estava conseguindo cuidar dele. Tinha que dar injeções, e ele chorava muito, e ninguém mais agüentava. Então o veterinário disse que tinha uma pessoa que criava cachorros em uma fazenda com bastante espaço e que tinha gente que levava para ele cuidar. Levaram ele para essa fazenda e deram um remédio muito forte que era uma tentativa de ou sara de uma vez ou morre. Deu e funcionou mas depois a doença voltou pior e ele morreu, era uma doença de pele, como um câncer de pele. Como eu estava na África primeiro me avisaram que tinham levado ele para esse lugar e depois que ele tinha morrido. Fazia pouco tempo que a gente tinha. Não sei se pelo fato de eu estar longe também eu fiquei mais triste. Outra coisa que eu lembrei dele é quando ele ainda estava bonzinho a gente também tinha um passarinho que não ficava na gaiola. O passarinho pulou no chão onde ele ficava, e ele veio e pegou o passarinho na boca e ficou chacoalhando a cabeça; ai a gente ouviu o passarinho gritando, fomos lá e conseguimos tirar. Isso foi algo muito divertido que a gente lembra até hoje. Participante 15: Minha irmã teve uma coelha e eu me lembro quando ela teve os filhotes pois foi muito gostoso ver aquele monte de bichinhos. Eu me lembrei de uma vez em que eu estava no corredor de casa, e eles já tinham crescido um pouquinho, e eles estavam correndo. Era muito engraçado ver eles meio que rebolando. Era também gostoso segurar no colo. A gente chegava da escola já querendo pegá-los porque eles eram pequeninhos e super fofinhos. Mas a gente não ficou com nenhum, nem com a própria mãe porque ela ficou meio agressiva. Mas meu primeiro animalzinho foi pintinho, aos nove anos de idade. Eu tinha viajado, e quando eu cheguei meu pai falou: eu tenho uma surpresa. Eram dois pintinhos. Era muito engraçado, ninguém quase tem pintinho. Mas eles também começaram a crescer e não dava para ficar com eles Está vendo? Cresce e não da para ficar com eles. Mas é mais bonitinho. Depois eu não tive, não tive cachorro, não tive gato. Agora recentemente, meu tio que tem um papagaio foi viajar. Não tinha com quem deixar o papagaio e ele deixou em nossa casa. Foi uma festa em casa, ele conversava. Ele já falava tchau e nos ensinamos ele a falar oi; ele repetia isso logo de manhã, era animador. Quando ele foi embora ele ficou meio triste. Agora minha mãe cismou que quer ter um louro. Participante 16: Com dois anos de idade eu fui picada por uma formiga, tive choque anafilático; conseqüentemente a partir daí minha relação com os animais mudou completamente. Tinha um cachorro em casa nessa época, mas daí minha mãe isolou ele num cantinho do quintal e eu só podia ver ele da janela. Hoje a relação que eu tenho com os animais é mais distante. Há pouco tempo atrás eu tive contato com um dálmata filhote, e daí eu peguei ele no colo. E eu falei “gente eu não sabia que era esse pêlo tão gostoso”, eu já não tinha nem noção de como era, mas foi uma sensação muito boa.
Participante 17: O que mais me marcou foi o dia em que meu gato morreu. Ele tinha 13 anos de idade. E eu era muito apegada a ele. Ele foi envenenado. Eu cheguei da escola, era hora do almoço e todo mundo estava com aquela cara estranha, e minha avo disse “Sua mãe já te contou” e eu respondi que não.Quando eu fui falar com minha mãe ela disse para eu comer primeiro. Aí eu almocei e ela veio e ficou enrolando, e depois me falou que ele tinha morrido, me contou como tinha sido, do desespero dele correndo para lá e para cá, que ela ligou para o veterinário e que ele falou que não tinha mais jeito. Meu pai tinha um pé de café lá em casa, e ele deixou meu gato lá morto lá embaixo daquele pé. Aí eu fui lá e chorava, e chorava, e chorava. Não parava de chorar, pegava ele no colo e falava “Eu não acredito que fizeram isso com você. Eu não acredito. Como que alguém pôde fazer isso com você”. Eu estava revoltada e ficava pensando que poderia ter sido meu vizinho. Nossa eu chorei muito e depois meu pai jogou ele no mato. Depois desse eu não tive mais nenhum. Até tem um gato lá em casa que é da minha irmã. Eu gosto dele tudo, mas eu não sou apegada a este como eu era com o outro. Ele foi o único mesmo, é que meu pai também não gosta de animais. Mas eu ainda quero ter quando tiver minha casa. Participante 18: Outro dia estava na casa de minha amiga e ela tem um gato, e ele quis entrar no banheiro comigo. Eu deixei ele entrar, ele bebeu água do Box do chuveiro, e depois ele quis cheirar minha calcinha, só que eu não deixei. Participante19: Tem uma amiga minha que tem uma tartaruga de estimação. É engraçado a tartaruga porque parece que ela não vai reagir a nada. Porque gato e cachorro demonstra quando está gostando que você está por perto e a tartaruga não. Eu achei estranho esta minha amiga ter tartaruga de estimação. Era legal, mas também era estranho porque era diferente ter tartaruga de estimação. Ela é brava, ela morde quando faz nela algo que ela não gosta. Minha amiga apertou a cabeça dele e ela mordeu. Tem também uma amiga minha que ganhou dois cagados e eu não tive uma experiência muito boa com eles. Eles ficavam num aquário. Ela colocou a comida e eu vi que elas subiam até a superfície da água para pegar a comida. Daí eu perguntei se qualquer coisa que jogasse eles iriam tentar comer, e ela falou que não sabia mas que achava que sim pois teve uma vez que caiu um pedaço de papel e elas pegaram. Aí eu perguntei “Será que se eu por o dedo elas vão pegar?”e ela falou que não sabia, mas falou para tentar e eu pus meu dedo. Ela pegou meu dedo e não largava, eu puxava meu dedo e ela chegou a sair da água grudada no meu dedo, mesmo eu chacoalhando ela não saía e eu tive que dar uma apertadinha na cabecinha dela. Participante20: A primeira cena que eu lembrei foi de um outro cachorro que eu tive, que agora eu não tenho mais porque ele ficou velhinho e morreu. Eu lembro que quando ele estava doentinho e a
gente teve que sacrificar ele, o que eu me lembro muito foi de quando eu tive que me despedir dele para levar. Eu achei legal porque eu peguei ele e apertei e nesta hora ele ficava resmungando, rosnando, e eu achei legal porque parecia que ele sabia que aquela era a nossa despedida. Foi uma cena muito triste mas que me marcou muito. Ele era um cachorro muito querido. Ele era um cocker e era muito meigo, muito bonzinho, carinhoso. Minha mãe que sempre falava que ele era quase gente, só falta falar mesmo. Participante21:
Eu moro nos fundos da casa de uma mulher e ela ganhou um cachorro faz umas três semanas, e agora eu fico sempre brincando com ele. Ele é meu filhotinho também.