Post on 23-Mar-2020
1
António Manuel Ferreira de Gouveia
Tumores Mesenquimatosos do Tubo Digestivo
Estudo de parâmetros clínico-patológicos e de prognóstico, com especial ênfase nos Tumores Estromais Gastrointestinais
Dissertação de candidatura ao grau de Doutor
apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Fevereiro de 2011
2
3
Orientador: Prof. Doutor José Manuel Pedrosa Baptista Lopes Co-orientador: Prof. Doutor Silvestre Porfírio Ramos Carneiro
Artº 48, § 3º - A Faculdade não responde pelas doutrinas expandidas na dissertação (Regulamento
da Faculdade de Medicina do Porto, 29 de Janeiro de 1931, Decreto nº 19337)
4
5
JÚRI
Presidente: Reitor da Universidade do Porto
Vogais: Doutor Henrique Manuel Bicha Castelo, Professor Catedrático da Faculdade
de Medicina da Universidade de Lisboa;
Doutor José Manuel Pedrosa Baptista Lopes, Professor Associado da
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e orientador da tese;
Doutor António Taveira Gomes, Professor Associado Convidado da
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto;
Doutor João António Pinto de Sousa, Professor Associado Convidado
da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto;
Doutor Rui Manuel Vieira Reis, Professor Auxiliar da Escola de Ciências da
Saúde da Universidade do Minho;
Doutora Ana Paula Soares Dias Ferreira, Professora Auxiliar da Faculdade
de Medicina da Universidade do Porto.
6
7
CORPO CATEDRÁTICO DA FACULDADE DE MEDICINA DO PORTO
Professores Catedráticos Jubilados ou Aposentados
Doutor Abel José Sampaio da Costa Tavares
Doutor Abel Vitorino Trigo Cabral
Doutor Alexandre Alberto Guerra de Sousa Pinto
Doutor Amândio Gomes Sampaio Tavares
Doutor António Augusto Lopes Vaz
Doutor António Carvalho Almeida Coimbra
Doutor António Fernandes da Fonseca
Doutor António Fernandes de Oliveira Barbosa Ribeiro Braga
Doutor António Germano Pina da Silva Leal
Doutor António José Pacheco Palha
Doutor António Luís Tomé da Rocha Ribeiro
Doutor António Manuel Sampaio de Araújo Teixeira
Doutor Belmiro dos Santos Patrício
Doutor Cândido Alves Hipólito Reis
Doutor Carlos Rodrigo de Magalhães Ramalhão
Doutor Cassiano Pena de Abreu e Lima
Doutor Daniel dos Santos Pinto Serrão
Doutor Eduardo Jorge da Cunha Rodrigues Pereira
Doutor Fernando de Carvalho Cerqueira Magro Gomes Ferreira
Doutor Fernando Tavarela Veloso
Doutor Francisco Sousa Lé
Doutor Henrique José Ferreira Gonçalves Lecour de Menezes
Doutor José Augusto Fleming Torrinha
Doutor José Carvalho de Oliveira
Doutor José Fernando de Barros Castro Correia
Doutor José Luís Medina Vieira
Doutor José Manuel da Costa Mesquita Guimarães
Doutor Levi Eugénio Ribeiro Guerra
Doutor Luís Alberto Martins Gomes de Almeida
Doutor Manuel Augusto Cardoso de Oliveira
Doutor Manuel Machado Rodrigues Gomes
Doutor Manuel Maria Paula Barbosa
Doutora Maria da Conceição Fernandes Marques e Magalhães
Doutora Maria Isabel Amorim de Azevedo
Doutor Mário José Cerqueira Gomes Braga
Doutor Serafim Correia Pinto Guimarães
Doutor Valdemar Miguel Botelho Santos Cardoso
Doutor Walter Friedrich Alfred Osswald
8
Professores Catedráticos Efectivos
Doutor Alberto Coimbra Sobrinho Simões
Doutor Manuel Mergulhão Castro Tavares
Doutora Maria Amélia Duarte Ferreira
Doutor José Agostinho Marques Lopes
Doutor Patrício Manuel Vieira Araújo Soares Silva
Doutor Daniel Filipe Lima Moura
Doutor Alberto Manuel Barros da Silva
Doutor José Manuel Lopes Teixeira Amarante
Doutor José Henrique Dias Pinto Barros
Doutora Maria Fátima Machado Henriques Carneiro
Doutora Isabel Maria Amorim Pereira Ramos
Doutora Deolinda Maria Valente Alves Lima Teixeira
Doutora Maria Dulce Cordeiro Madeira
Doutor Altamiro Manuel Rodrigues Costa Pereira
Doutor Rui Manuel Almeida Mota Cardoso
Doutor António Carlos Freitas Ribeiro Saraiva
Doutor Álvaro Jerónimo Leal Machado de Aguiar
Doutor José Carlos Neves da Cunha Areias
Doutor Manuel Jesus Falcão Pestana Vasconcelos
Doutor João Francisco Montenegro Andrade Lima Bernardes
Doutora Maria Leonor Martins Soares David
Doutor Rui Manuel Lopes Nunes
Doutor José Eduardo Torres Eckenroth Guimarães
Doutor Francisco Fernando Rocha Gonçalves
Doutor José Manuel Pereira Dias de Castro Lopes
Doutor Manuel António Caldeira Pais Clemente
9
À Graça, ao João, à Luísa e à Carolina
10
11
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Doutor José Manuel Lopes, meu orientador e principal impulsionador deste projecto, pela
amizade e pelo incentivo constantemente demonstrados. Pela transmissão do conhecimento
científico, compreensão e, acima de tudo, pelo elevado grau de exigência, o meu sincero
reconhecimento.
Ao Prof. Doutor Amadeu Pimenta, meu primeiro orientador e anterior Director de Serviço na
Cirurgia Geral do Hospital de S. João, pela capacidade de transmitir, com generosidade e tolerância,
as aptidões técnicas e humanas ímpares que sempre soube ostentar. Pelo crescimento pessoal e
profissional, o meu profundo e eterno agradecimento.
À Dra. Olga Martinho, à Dra. Ana Gomes e ao Prof. Doutor Rui M. Reis, pela colaboração
empenhada e pela valiosa participação na elaboração dos trabalhos.
Ao Prof. Doutor Valdemar Cardoso e ao Prof. Doutor M. Cardoso de Oliveira, meus anteriores
Directores de Serviço na Cirurgia 4, Cirurgia B e Cirurgia Geral do Hospital de S. João, pelo apoio
convicto do projecto e por sempre me terem incentivado na procura do conhecimento.
Ao Prof. Doutor Silvestre Carneiro, por ter aceitado incondicionalmente a co-orientação na fase
final dos trabalhos, agradeço a disponibilidade e o encorajamento.
Ao Dr. Costa Maia, meu actual Director de Serviço na Cirurgia Geral do Hospital de S. João, pelo
estímulo e por me ter facultado as condições necessárias à conclusão deste projecto.
À Prof. Doutora Fátima Carneiro, Directora do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de S.
João, e ao Prof. Doutor Sobrinho Simões, Director do Serviço de Anatomia Patológica da
Faculdade de Medicina do Porto e do IPATIMUP, pelo acolhimento e pela forma como sempre
facilitaram o acesso aos meios necessários ao desenrolar dos trabalhos.
À Dra. Paula Silva, pela amizade e pela inestimável e sempre abnegada colaboração.
À Dra. Ana F. Capelinha, ao Dr. Dionísio de la Cruz e a todos os co-autores, pela valiosa
contribuição e partilha de ideias.
À Prof. Doutora Cristina Santos e ao Prof. Doutor Armando Teixeira-Pinto, pela ajuda preciosa na
análise dos dados.
Ao Dr. Sousa Rodrigues, ao Dr. Aníbal Liberal, ao Dr. Aníbal Justiniano, ao Dr. Bernardo
Bonifácio e ao Prof. Doutor Moutinho Ribeiro, pelo exemplo de competência e pela minha
iniciação em Cirurgia.
12
Aos elementos da Unidade Esófago-Gastro-Duodenal do Serviço de Cirurgia Geral, presentes e
passados, pelo apoio, colaboração e amizade dispensados.
A todos os meus colegas, especialistas e internos, do Serviço de Cirurgia Geral no Hospital de S.
João, pelo interesse e cooperação nas diferentes actividades desenvolvidas.
Às secretárias dos Serviços de Cirurgia B, de Cirurgia Geral e de Anatomia Patológica do Hospital
de S. João, pela dedicação e pelo auxílio sempre solícito.
À Novartis Oncology (Portugal), pelo financiamento de parte dos custos envolvidos na execução do
projecto, e ao Sr. José Seara, por toda a atenção dispensada.
O trabalho só foi possível devido à necessária disponibilização de meios por parte de várias
Instituições, das quais destaco: a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, o Hospital de S.
João, E.P.E., o IPATIMUP e a Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. O meu
voto de gratidão pela hospitalidade e pelas condições de trabalho que sempre souberam
proporcionar.
Aos meus Pais, pelo modelo de trabalho e integridade que me souberam transmitir, e pelo apoio
emocional e dedicação de toda uma vida.
Aos meus irmãos e aos meus familiares pelo incentivo e pelo apoio incondicional recebido ao longo
dos anos.
Aos meus filhos, pela alegria que despertam e pela paciência revelada nos muitos momentos de
ausência do pai.
À minha mulher, que em todos os momentos sinto ao meu lado, pelo estímulo, a compreensão e o
carinho.
13
Ao abrigo do Art. 8º do Decreto-Lei nº 388/70 fazem parte integrante desta dissertação os
seguintes trabalhos publicados:
Gouveia AM, Pimenta AP, Capelinha AF, de la Cruz D, Silva P, Lopes JM. Surgical margin status
and prognosis of gastrointestinal stromal tumor. World J. Surg. 2008 Nov, Vol 32 (11): 2375-82.
Gouveia AM, Pimenta AP, Lopes JM, Capelinha AF, Ferreira SS, Valbuena C, Oliveira MC.
Esophageal GIST: Therapeutic implications of an uncommon presentation of a rare tumor. Dis. Esophagus 2005 Mar, Vol 18 (1): 70-73.
Gomes AL, Gouveia A, Capelinha AF, de la Cruz D, Silva P, Reis RM, Pimenta A, Lopes JM:
Molecular alterations of KIT and PDGFRA in GISTs: evaluation of a Portuguese series. J. Clin.
Pathol. 2008 Feb, Vol 61 (2): 203-8.
Martinho O, Gouveia A, Viana-Pereira M, Silva P, Pimenta A, Reis RM, Lopes JM. Low frequency
of MAP kinase pathway alterations in KIT and PDGFRA wild-type GISTs. Histopathology 2009 Jul, Vol 55 (1): 53-62.
Martinho O, Gouveia A, Silva P, Pimenta A, Reis RM, Lopes JM. Loss of RKIP expression is
associated with poor survival in GISTs. Virchows Arch. 2009 Sep, Vol 455 (3): 277-84.
Em cumprimento do disposto no referido Decreto-Lei declara que participou activamente na
recolha e estudo do material incluindo em todos os trabalhos, tendo redigido os textos com a activa
colaboração dos outros autores.
14
15
ÍNDICE
Resumo 17
Abstract 21
Abreviaturas 25
INTRODUÇÃO 29
1 - Epidemiologia 32
2 - Características patológicas 33
Macroscopia 33
Microscopia 33
3 - Alterações genéticas KIT e PDGFRA e vias de sinalização intracelular
33
4 - Alterações cromossómicas e do ciclo celular 37
5 - Marcadores imuno-histoquímicos no diagnóstico 38
6 - Diagnóstico diferencial 39
7 - Características clínicas 40
Apresentação clínica 40
GIST e neurofibromatose tipo I 41
GISTs pediátricos 41
GISTs associados com a tríade de Carney e com a díade de Carney (síndrome de Carney-Stratakis)
42
GISTs familiares 42
Procedimentos de diagnóstico e estadiamento 43
8 - Avaliação do risco biológico e estadiamento dos GISTs 44
Factores de prognóstico e avaliação do risco biológico 44
Estadiamento clínico dos GISTs 47
9 - O papel da análise molecular no prognóstico e no tratamento não-cirúrgico dos GISTs
48
10 - Tratamento 50
a) Doença primária localizada 50
Tumor residual microscópico (R1) 52
Cirurgia Laparoscópica 52
GIST primário localmente avançado 54
Tratamento adjuvante 55
Follow-up dos doentes 56
16
b) Doença recidivada e metastática 56
Eficácia e tolerabilidade do imatinib como terapêutica de 1ª linha 57
Resistência e progressão da doença nos doentes submetidos a tratamento de 1ª linha com imatinib
60
Avaliação da resposta ao tratamento 62
Tratamento cirúrgico pós-imatinib em doentes com GIST avançado metastático 63
c) Eficácia da terapêutica de segunda linha dirigida a alvos moleculares nos GISTs
64
Eficácia e tolerabilidade do sunitinib 65
A resposta ao sunitinib e o genótipo dos GISTs 67
Progressão da doença após tratamento com sunitinib 67
d) Opções terapêuticas após falência do tratamento dirigido a alvos moleculares
68
OBJECTIVOS 71
Objectivo geral 73
Objectivos específicos 73
MATERIAL E MÉTODOS 75
1 - Parâmetros clínicos e cirúrgicos 77
2 - Parâmetros anátomo-patológicos e imuno-histoquímicos 77
3 - Extracção de ADN 78
4 - Análise de mutações nos genes KIT e PDGFRA 78
5 - Análise de mutações na região 3’ do exão 11 do KIT e nos genes H-RAS, K-RAS, N-RAS e BRAF
79
6 - Análise da metilação no promotor do gene RKIP 79
7 - Follow-up e análise estatística 80
RESULTADOS 81
Trabalho I 83
Trabalho II 93
Trabalho III 99
Trabalho IV 109
Trabalho V 121
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 131
Perspectivas futuras 151
Referências 153
17
RESUMO
Introdução: Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os tumores mesenquimatosos
mais frequentes no tracto gastrointestinal (GI), constituindo ~1-3% das neoplasias malignas nesta
localização. A maioria dos GISTs é esporádica, mas há formas hereditárias, incluindo algumas
famílias com mutações germinativas nos genes KIT e PDGFRA. O diagnóstico deve ser
confirmado pelo estudo imuno-histoquímico dos tumores, integrado no contexto clínico e
morfológico. Os GISTs expressam geralmente CD117 (95%) e CD34 (70%). O comportamento
biológico é incerto e a classificação (incluindo > dimensão, índice mitótico e localização GI) em
categorias de risco é útil para prever o comportamento clínico dos GISTs. Caracterizam-se por
mutações activantes nos genes dos receptores tirosina-cinásicos KIT (até cerca de 85% dos casos)
ou PDGFRA (5-8%) nas células tumorais, sendo que 10-15% não apresentam mutações destes
proto-oncogenes (GISTs wild-type). A ressecção cirúrgica completa, sem linfadenectomia, é
considerada o tratamento padrão dos GISTs primários localizados (sem evidência de disseminação
peritoneal ou metastização à distância). A inibição KIT/PDGFRA com terapêuticas inibidoras
tirosina-cinásicas (imatinib e sunitinib) permite o controlo de GISTs inoperáveis e/ou metastáticos.
A resposta clínica objectiva ao imatinib e sunitinib parece depender da presença e do tipo de
mutações nos genes KIT e PDGFRA.
Objectivos: Estudar parâmetros clínico-patológicos, imuno-histoquímicos e moleculares numa
série de doentes consecutivos (1989-2006) com GIST, diagnosticados no Hospital de São João: (I)
analisar o valor prognóstico da qualidade das margens cirúrgicas no tratamento dos doentes com
GIST primário; (II) avaliar os procedimentos de diagnóstico de GIST no esófago (localização rara)
e rever as opções terapêuticas mais adequadas nesta localização; (III) avaliar o estado mutacional
dos genes KIT e PDGFRA e a sua correlação com as características clinico-patológicas, e com o
prognóstico dos doentes; (IV) identificar alterações moleculares alternativas em GISTs wild-type,
potencialmente úteis para o diagnóstico e preditivas de resposta a terapêuticas dirigidas a novos
alvos moleculares; e (V) avaliar a expressão de RKIP, a sua associação com parâmetros clínico-
patológicos, e esclarecer o papel deste marcador em doentes com GISTs primários.
Material e métodos: Foram reavaliados os registos clínicos e anátomo-patológicos de todos os
casos de GIST identificados (n=114). Foi avaliado todo o material anátomo-patológico disponível
em cortes corados por HE e o diagnóstico de GIST estabelecido de acordo com a classificação
OMS. Realizaram-se estudos imuno-histoquímicos em cortes representativos de cada tumor com o
método do complexo estreptavidina-biotina-peroxídase. Foram utilizados nos diversos trabalhos os
seguintes anticorpos: CD117, actina, desmina, proteína S100, CD34, fosfo-KIT, SCF, fosfo-ERK e
RKIP. As amostras para extracção de ADN foram obtidas por dissecção de áreas seleccionadas. O
estudo molecular incluiu as seguintes técnicas, consoante os trabalhos: amplificação por PCR ou
PCR-SSCP, seguida de sequenciação directa, e análise mutacional dos genes KIT, PDGFRA, H-
RAS, K-RAS, N-RAS, BRAF e RKIP. A análise da sobrevida global (SG), da sobrevida específica
(SE) e da sobrevida livre de recidiva (SLR) dos casos submetidos a cirurgia de ressecção (n=104) foi
realizada pelo método de Kaplan-Meier e com o teste Log rank. A associação entre variáveis clínico-
patológicas, moleculares e a recidiva do tumor foi analisada com o teste Qui-quadrado ou com o
teste exacto de Fisher. Na análise univariada foi utilizado o modelo de regressão de Cox
18
separadamente para cada variável. A análise multivariada foi efectuada com o modelo de riscos
proporcionais de Cox.
Resultados: (I) Obteve-se ressecção completa macroscópica (R0 ou R1) em 92,3% dos GISTs e
margens microscópicas negativas (R0) em 75% dos casos. A ressecção cirúrgica dos GISTs
primários associou-se a SE e SLR aos 5 anos de 87,7% e 89,8%, respectivamente. A taxa de recidiva
foi significativamente (p=0,045) menor nos casos R0. Na análise multivariada, apenas a presença de
tumor residual macroscópico (R2) se associou significativamente (p=0,013) a SE mais curta dos
doentes. (II) Diagnosticou-se um GIST esofágico de alto risco de agressividade, com expressão
CD117 e mutação no exão 11 do KIT (557del558). O caso (achado radiológico incidental, sem
biópsia prévia) foi submetido a esofagectomia transtorácica de tipo Ivor Lewis, que permitiu obter
margens R0. (III) 92% dos GISTs expressaram CD117, sem associação significativa entre essa
expressão e a presença de mutações do KIT. Nos 78 doentes com estudo molecular, observou-se
56,4% com mutações do KIT, 91% das quais no exão 11 e 9% no exão 9. A presença de mutações
do KIT associou-se a pior prognóstico e a sobrevida mais curta dos doentes (p=0,0460). Na análise
do PDGFRA identificou-se mutações em 6% dos casos (15% dos GISTs KIT wild-type), 80% (4/5)
das quais em tumores gástricos. Todos os GISTs com mutações do PDGFRA tinham expressão de
CD117. De todas as mutações resistentes ao imatinib, identificou-se a mutação D842V em 2 GISTs
desta série. (IV) Na reavaliação dos casos wild-type (n=29) identificaram-se 3 casos com duplicação
no exão 11, permitindo ajustar para 33% a percentagem efectiva de GISTs wild-type na nossa série.
Nos GISTs wild-type (n=26), identificou-se co-expressão do ligando (SCF) e do receptor KIT
(CD117) em ~65% dos casos e expressão de fosfo-KIT em ~30% dos casos com expressão de
KIT e SCF. Não se identificaram mutações do H-RAS, K-RAS ou N-RAS (via de sinalização
MAPK) nestes GISTs wild-type; identificou-se mutação activante V600E do gene BRAF num caso
(4%) de GIST wild-type. Não se identificou qualquer mutação do BRAF nos GISTs com mutações
do KIT ou do PDGFRA. A expressão de fosfo-ERK foi identificada em 30% dos casos wild-type e
em 50% dos tumores sem expressão de fosfo-KIT. (V) A ausência de expressão citoplasmática de
RKIP [8,5% (6/70) dos casos] associou-se significativamente com a presença de necrose (p=0,038)
e com SE mais curta (p=0,023) dos doentes. Observou-se uma tendência (não significativa) entre a
presença de expressão RKIP e a ausência de metastização. Não se identificou metilação do
promotor do RKIP nos 6 GISTs sem expressão de RKIP.
Conclusões: (I) Na nossa série de 104 GISTs submetidos a cirurgia de ressecção, obteve-se
ressecção macroscópica completa (R0 ou R1) do tumor em 92,3% dos casos. A SE e a SLR
observadas enquadram-se com os resultados de outros estudos publicados. A taxa de recidiva foi
significativamente menor nos casos R0, mas na análise multivariada apenas a ressecção R2 se
associou significativamente a sobrevida mais curta dos doentes. De acordo com as recomendações
de consenso actuais, os nossos resultados sublinham o valor prognóstico da ressecção
macroscópica completa dos tumores, com o objectivo de se obterem margens microscópicas
negativas e evitar a ruptura do tumor. (II) A opção terapêutica mais adequada para os GISTs do
esófago depende da confirmação diagnóstica prévia, da localização no esófago, da
dimensão/extensão loco-regional do tumor e do risco cirúrgico do doente. A esofagectomia,
seguindo os princípios oncológicos, e sem prejuízo da opção neoadjuvante, é o procedimento
cirúrgico indicado na maioria dos casos, para uma ressecção R0. (III) Descrevemos pela primeira
vez a frequência de mutações do KIT e do PDGFRA numa série de doentes portugueses com
19
GIST. A frequência global de mutações do KIT e do PDGFRA (63%) é concordante com os
resultados de outros estudos, especialmente em populações ibéricas. Foram identificadas mutações
do KIT em 56% dos casos e mutações do PDGFRA em 6% dos tumores. A presença de mutações
do KIT parece associar-se com sobrevida mais curta dos doentes. A grande maioria (91%) das
mutações activantes do KIT localiza-se no exão 11, indicando a possibilidade de resposta favorável
à terapêutica destes doentes com imatinib. (IV) Este estudo constitui uma análise compreensiva da
desregulação da via MAPK em GISTs wild-type (KIT e PDGFRA). Na ausência de mutações RAS
sugere-se que a via da MAPK pode ser activada através de mecanismos autócrinos/parácrinos de
SCF/KIT e/ou por mutação do BRAF num subgrupo de GISTs wild-type. As mutações activantes
V600E nos GISTs wild-type levantam a possibilidade de terapêutica com inibidores da cínase RAF
neste subgrupo de tumores. (V) Descreve-se pela primeira vez a associação significativa entre os
níveis de expressão tumoral de RKIP e parâmetros clínico-patológicos em doentes com GIST.
Verificou-se que a perda de expressão de RKIP num subgrupo de GISTs parece ser independente
da metilação do promotor, e associa-se significativamente a necrose tumoral e a sobrevida mais
curta dos doentes. A participação de RKIP na progressão tumoral e no desenvolvimento de
metástases sugere que este marcador pode ter potencial prognóstico, e pode permitir novas
abordagens terapêuticas específicas, baseadas na modulação da expressão de RKIP em doentes com
GIST.
Palavras-chave: GIST, tumor estromal gastrointestinal, GIST do esófago, margens cirúrgicas,
sobrevida, imuno-histoquímica, análise mutacional, KIT, PDGFRA, wild-type, MAPK, BRAF, RKIP.
20
21
ABSTRACT
Introduction: Gastrointestinal stromal tumors (GISTs) are the most common gastrointestinal tract
(GI) mesenchymal tumors, accounting for ~1-3% of all malignant neoplasms in this location. Most
GISTs are sporadic, but there are hereditary forms, including some families with germline KIT and
PDGFRA gene mutations. GIST diagnosis must be confirmed by immunohistochemistry of
tumors, and integrated with other clinical and morphological features. GISTs usually express
CD117 (95%) and CD34 (70%). Biological behavior is uncertain and classification (including largest
size, mitotic rate and GI site) in risk categories is useful for predicting clinical behavior of GISTs.
These tumors are characterized by oncogene mutations in KIT (up to ~85%) or PDGFRA (5-8%)
receptor tyrosine kinases (RTKs) genes; 10-15% does not harbor any of the aforementioned gene
mutations: so called wild-type GISTs. Complete surgical resection, without lymph node dissection,
is considered standard treatment for primary localized GISTs (without peritoneal dissemination or
metastatic disease). KIT/PDGFRA inhibition with tyrosine kinase inhibitors (imatinib and
sunitinib) may control inoperable and/or metastatic disease. The objective clinical response to
imatinib and sunitinib seems to be dependent on the presence and type of KIT and PDGFRA
mutation.
Objectives: Study of clinicopathological, molecular and immunohistochemistry parameters in a
series of consecutive (1989-2006) GIST patients, diagnosed at Hospital de S. João: (I) to analyze the
prognostic value of surgical margins status in the treatment of primary GISTs; (II) to evaluate
diagnostic procedures in esophageal GIST and review major therapeutic options for GISTs
occurring in this rare GI site; (III) to assess the mutational status of KIT and PDGFRA genes and
its correlation with clinicopathological parameters, and patient’s prognosis; (IV) to identify
alternative molecular alterations in wild-type GISTs, which may be useful for diagnosis and as
predictive markers of response with novel molecular targeted therapy; and (V) to evaluate RKIP
expression, its association with clinicopathological parameters, and clarify the role of this marker in
patients with primary GIST.
Material and methods: The clinical and pathological files of all identified GIST cases (n=114)
were reevaluated. All available pathological material was evaluated with H&E stained sections and
the diagnosis of GIST was established according to the WHO classification.
Immunohistochemistry analysis was performed in representative sections of each tumor using the
streptavidin-biotin-peroxidase complex method. The following antibodies were used in the study:
CD117, actin, desmin, S100 protein, CD34, phospho-KIT, SCF, phospho-ERK and RKIP.
Samples for DNA extraction were obtained by dissection of selected areas. The study included also
the following molecular techniques: PCR amplification or PCR-SSCP, followed by direct
sequencing, and mutational analysis of KIT, PDGFRA, H-RAS, K-RAS, N-RAS, BRAF and RKIP
genes. Overall survival (OS), disease-specific survival (DSS) and recurrence-free survival (RFS)
analysis in resection cases (n=104) were analyzed with the Kaplan-Meier method and Log rank test.
Association between clinicopathological, molecular parameters and tumor recurrence was analyzed
with Qui-square test or the Fisher exact test. The Cox regression model was used in the univariate
analysis of each variable. Multivariate analysis was performed with the Cox proportional hazards
model.
22
Results: (I) We obtained complete macroscopic resection (R0 or R1) in 92.3% of GISTs and
microscopic negative margins (R0) in 75% of cases. 5-year DSS and RFS was 87.7% and 89.8%,
respectively, after surgical resection of patient’s primary GIST. The recurrence rate was significantly
(p=0.045) lower in R0 cases. In the multivariate analysis, only the presence of macroscopic residual
tumor (R2) was significantly associated (p=0.013) with shorter DSS. (II) An esophageal high-risk
GIST was diagnosed, expressing CD117 and harboring a KIT mutation in exon 11 (557del558).
This case (a radiological incidental finding, without previous biopsy) underwent an Ivor Lewis
transthoracic esophagectomy, and R0 margins were obtained. (III) 92% of GISTs expressed
CD117, without significant association with KIT mutation status. Molecular analysis of 78 cases
disclosed 56.4% KIT mutations, 91% of which in exon 11 and 9% in exon 9. KIT mutated cases
associated with worst prognosis and shorter survival (p = 0.0460) of patients. PDGFRA analysis
disclosed mutations in 6% of the cases (15% of KIT wild-type GISTs), 80% (4/5) of which were
gastric. All GISTs with PDGFRA mutation displayed CD117 expression. Of all imatinib resistant
mutations, only D842V mutation was identified in 2 GISTs of the series. (IV) The reevaluation of
wild-type cases (n = 29) disclosed 3 cases with duplication in exon 11, allowing the adjustment to
33% of wild-type GISTs in our series. In wild-type GISTs (n = 26), co-expression of ligand (SCF)
and KIT receptor (CD117) was observed in ~65% of the cases, and the expression of phospho-
KIT in ~30% of the cases expressing KIT and SCF. No mutations of H-RAS, K-RAS or N-RAS
(MAPK signaling pathway) were identified in our wild-type GISTs; BRAF V600E mutation was
identified in a wild-type GIST case (4%). No BRAF mutation was observed in any KIT or
PDGFRA mutated GIST. Phospho-ERK expression was observed in 30% wild-type cases and in
50% of GISTs without phospho-KIT expression. (V) The absence of RKIP cytoplasmic
expression [8.5% (6/70) of the cases] was significantly associated with the presence of necrosis (p =
0.038) and shorter DSS (p=0.023) of patients. A trend (not significant) was observed between
RKIP expression and lack of metastases. RKIP promoter methylation was not identified in any of
the 6 GISTs lacking RKIP expression.
Conclusions: (I) In our series of 104 GISTs submitted to resection, complete macroscopic tumor
resection (R0 or R1) was obtained in 92.3% of cases. The DSS and RFS values in our patients fit
with results published in other studies. The recurrence rate was significantly lower in R0 cases, but
in multivariate analysis only R2 resection was significantly associated with shorter survival of
patients. According to the actual consensus recommendations, our results underline the prognostic
importance of complete macroscopic surgical tumor resection, with the aim of achieving negative
microscopic margins, and avoiding tumor rupture. (II) Most appropriate therapeutic option for
esophageal GISTs depends on prior diagnostic confirmation, location in the esophagus, tumor
size/loco-regional extension, and patient's performance status. An esophagectomy following
oncologic principles, considering neoadjuvant option, is the recommended surgical procedure to
achieve R0 resection in most cases. (III) We described for the first time KIT and PDGFRA
mutation frequency in a series of Portuguese GIST patients. The overall frequency of KIT and
PDGFRA mutations (63%) is consistent with results from other studies, namely in Iberian patients.
KIT mutations were identified in 56% and PDGFRA mutations in 6% of our GISTs. The presence
of KIT mutation seems to associate with shorter survival of patients. The large majority (91%) of
KIT mutations were in exon 11, indicating a favorable response to imatinib therapy. (IV) Our study
represents a comprehensive analysis of MAPK pathway deregulation in (KIT and PDGFRA) wild-
23
type GISTs. The observed absence of RAS mutations suggests that MAPK pathway may be
activated by SCF/KIT autocrine/paracrine mechanisms and/or by BRAF mutation in a subset of
wild-type GISTs. V600E mutation in wild-type GISTs raises the possibility of RAF kinase inhibitor
therapy in this sub-group of patients. (V) We described for the first time a significant association
between RKIP tumor expression level and clinicopathological parameters in GIST patients. Loss of
RKIP expression in a subgroup of GISTs seems to be independent of promoter methylation, and
associates significantly with tumor necrosis and shorter survival of patients. RKIP role in tumor
progression and metastases development suggests that this marker may hold a potential prognostic
value, and may allow new targeted therapy based on the modulation of RKIP expression in GIST
patients.
Key-words: GIST, gastrointestinal stromal tumor, esophageal GIST, surgical margins, survival,
immunohistochemistry, mutational analysis, KIT, PDGFRA, wild-type, MAPK, BRAF, RKIP.
24
25
LISTA DE ABREVIATURAS
ABL Proto-oncogene Abelson
ACOSOG American College of Surgeons Oncology Group
ADN Ácido desoxirribonucleico
AFIP Armed Forces Institute of Pathology
AGITG Australasian Gastro-Intestinal Trials Group
AIO German Working Group on Medical Oncology
ALK Anaplastic lymphoma kinase
ARG Arginase
ATP Adenosina trifosfato
BCR-ABL Fusion protein, product of Breakpoint cluster region - Abelson oncogene
B-Raf; BRAF Serine/threonine-protein kinase B-raf; proto-oncogene que codifica B-Raf
c-FMS Proto-oncogene que codifica CSF-1R
CGA Campo de grande ampliação
CIC Célula intersticial de Cajal
CpG Cytosine-phosphate-guanine
CSF-1R Macrophage colony-stimulating factor 1 receptor (product of FMS proto-oncogene)
DAB Diaminobenzidina
DE Doença estável
dNTP Desoxirribonucleotídeo-trifosfato
DOG 1 Discovered on GIST-1; TMEM16A
EC Extracelular
EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético
EMA European Medicines Agency
EORTC European Organization for Research and Treatment of Cancer
ERK Extracellular signal-regulated kinase
ESMO European Society for Medical Oncology
EUA Estados Unidos da América
FDA Federal Drug Administration
FGFR3 Fibroblast growth factor receptor 3
FLT3 FMS-like tyrosine kinase 3 receptor
GFAP Glial fibrillary acid protein
GI Gastrointestinal
GIST Gastrointestinal stromal tumor
HE; H&E Hematoxilina-eosina; hematoxylin-eosin
HR Hazard ratio
HSP-90 Heat shock protein 90
ISG Italian Sarcoma Group
ITC Inibidor tirosina-cinásico
JM Justamembranar
26
KIT; KIT Receptor tirosina-cinásico KIT; proto-oncogene KIT
LMC Leucemia mielóide crónica
MAPK MAP kinase; mitogen-activated protein kinase
MDE Mutation detection enhancement
MEK MAPK/ERK kinase
MSKCC Memorial Sloan-Kettering Cancer Center
MSP Methylation-specific PCR
mTOR Mammalian target of rapamycin
NCCN National Comprehensive Cancer Network
NF1 Neurofibromatose tipo 1
NFkB Nuclear factor kappa-light-chain-enhancer of activated B cells
NIH National Institutes of Health
NS Não significativo
OMS Organização Mundial de Saúde
p16INK4A Cyclin-dependent kinase (cdk) 4A inhibitor
p27KIP1 Cyclin / cdk complexes inhibitor
pb pares de bases
PCR Polymerase chain reaction (reacção de polimerização em cadeia)
PDGFA Platelet-derived growth factor A
PDGFRA e -B Platelet-derived growth factor receptor-α and -β
PDGFRA e -B Proto-oncogenes PDGFRA e –B
PERSIST Post-resection Evaluation of Recurrence-free Survival for GastroIntestinal Stromal Tumors
PET Tomografia por emissão de positrões
PET-FDG Tomografia por emissão de positrões com 18-fluordesoxiglicose
PFI Pólipo fibróide inflamatório
PI3K-Akt Phosphatidylinositol 3 kinase - protein kinase B
R0 /R1 /R2 Ressecção R0 /R1 /R2
RAF; RAF Serine/threonine-protein kinase; proto-oncogene RAF
RAS Proto-oncogene RAt Sarcoma
RC Resposta completa
RECIST Response Evaluation Criteria in Solid Tumors
RET Glial cell-line derived neurotrophic factor receptor (rearranged during transfection)
RKIP; RKIP Raf kinase inhibitory protein; proto-oncogene RKIP
RMN Ressonância magnética nuclear
RP Resposta parcial
RTK Receptor tirosina-cinásico
SCF Stem cell factor (factor de crescimento de células estaminais)
SDH; SDH Succinato-desidrogenase; proto-oncogene que codifica SDH
SE Sobrevida específica
SEER Surveillance, Epidemiology, and End Results
SG Sobrevida global
27
SLP Sobrevida livre de progressão
SLR Sobrevida livre de recidiva
SMA α-smooth muscle actin
SRC Non-receptor tyrosine kinase SRC family
SSCP Single strand conformational polymorphism
SSG Scandinavian Sarcoma Group
STAT Signal transducer and activation of transcription
STBSG Soft Tissue and Bone Sarcoma Group
SWOG Southwest Oncology Group
TC Tomografia computadorizada
TK 1 e 2 Domínios tirosina-cinásicos 1 e 2
TGM Tumor-grade-metastasis (staging system)
TMBNP Tumor maligno da bainha dos nervos periféricos
TNM Classificação TNM de Tumores Malignos
TPT Tempo para progressão do tumor
TSH Hormona tireo-estimulante
UICC Union for International Cancer Control
VEGF Vascular endothelial growth factor
VEGFR Vascular endothelial growth factor receptor
28
29
INTRODUÇÃO
30
31
INTRODUÇÃO
Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs) são os tumores mesenquimatosos mais comuns do
tracto gastrointestinal (GI), correspondendo a cerca de 1-3% das neoplasias malignas nesta
localização. Ocorrem preferencialmente no tubo digestivo, embora também possam ser
diagnosticados noutras localizações, como o epíploon ou mesentério. Durante décadas, antes do
final dos anos 90, os tumores mesenquimatosos do tracto GI eram frequentemente classificados
como tumores do músculo liso ou tumores das bainhas nervosas1. Quando apresentavam
características de células de músculo liso na microscopia, eram classificados como leiomiomas ou
leiomiossarcomas2, 3. Mais recentemente, tornou-se evidente que os GISTs são uma entidade
independente, sendo os sarcomas mais comuns do tracto GI4, 5.
A designação “tumor estromal” foi utilizada pela primeira vez em 1983 por Mazur e Clark4. No
entanto, esta designação não foi amplamente aceite até ao início dos anos 90, quando o CD34 foi
identificado como marcador relativamente específico dos tumores estromais GI6.
Em 1998, Hirota et al. descreveram a existência de mutações activantes no gene do receptor
tirosina-cinásico KIT nas células tumorais, bem como a expressão imuno-histoquímica da proteína
KIT em GISTs7. O gene KIT codifica um receptor trans-membranar para o factor de crescimento
de células estaminais — SCF (stem cell factor); o componente intracitoplasmático do receptor tem
funções tirosina-cinásicas8. Em 2003, Heinrich et al.9 descreveram mutações no gene do receptor α
do factor de crescimento derivado de plaquetas — PDGFRA (platelet-derived growth factor receptor-α),
que constituem eventos patogénicos alternativos e mutuamente exclusivos em GISTs sem
mutações KIT. Actualmente, até cerca de 85% dos GISTs têm mutações activantes no gene KIT e
5-8% mutações no PDGFRA, sendo que 10-15% dos casos não apresentam mutações destes proto-
oncogenes (GISTs wild-type), podendo no entanto ter expressão de KIT9-12. A expressão de KIT
(com o anticorpo CD117) nas células tumorais é um método fiável e sensível no diagnóstico dos
GISTs13-15.
Há semelhanças morfológicas entre as células dos GISTs e as células intersticiais de Cajal (CIC),
que são células localizadas designadamente em torno dos plexos mioentéricos do tracto GI,
pacemakers das contracções peristálticas7, 16. As CIC expressam KIT e dependem do SCF para o seu
desenvolvimento17, 18. Aceita-se que os GISTs têm origem em células intersticiais de Cajal ou em
células estaminais precursoras das CIC7, 13, 19, 20.
No passado, os GISTs com comportamento maligno eram reconhecidamente os sarcomas mais
resistentes ao tratamento convencional, com <10% de respostas clínicas após quimioterapia e/ou
radioterapia21, 22. Em 2001, Joensuu et al.23 descreveram que o mesilato de imatinib (Glivec
/Gleevec®; Novartis Pharmaceuticals, Basileia Suíça) era eficaz no tratamento do GIST. O
imatinib, um inibidor dos receptores tirosina-cínase KIT e PDGFRΑ, é o tratamento padrão de 1ª
linha em GISTs irressecáveis e/ou metastáticos KIT-positivos24, 25. Mais de 80% dos doentes
32
beneficiam da terapêutica com este inibidor tirosina-cinásico e a mediana do tempo de sobrevida do
GIST metastático atinge actualmente ~5 anos26, 27.
Os GISTs inoperáveis e/ou metastáticos são doenças controláveis, estando em fase de ensaio
clínico nos últimos anos um número considerável de estudos com novos fármacos alternativos28. O
avanço no conhecimento da biologia do GIST e a excelente resposta alcançada nos GISTs com o
imatinib revelou-se um paradigma na terapêutica molecular dos tumores sólidos, proporcionando
novos desafios para o esclarecimento das vantagens e limitações das designadas terapêuticas
dirigidas contra alvos moleculares.
1 - Epidemiologia
A incidência do GIST nos EUA e na Europa é difícil de determinar, considerando que só
recentemente foram generalizadamente reconhecidos e diagnosticados uniformemente como grupo
individualizado. Os resultados do programa de vigilância epidemiológica SEER (Surveillance,
Epidemiology, and End Results) do National Cancer Institute de 1995 dos Estados Unidos da América
(EUA) indicam 500-600 casos novos de GIST diagnosticados anualmente nos EUA29. Mais
recentemente, estudos de base populacional realizados na Suécia30, Holanda31 e Islândia32,
descrevem incidências de aproximadamente 14,5, 12,7 e 11 casos/milhão/ano, respectivamente.
Estes resultados permitem estimar a incidência anual na Europa em ~8.000-9.000 casos e nos EUA
em ~4.000-5.000 casos /ano. No entanto, como muitos dos doentes sobrevivem períodos longos,
a prevalência do GIST pode ser superior. Por outro lado, estes dados correspondem apenas a
tumores detectados clinicamente, excluindo um número muito provavelmente substancial de
micro-GISTs (< 1 cm), que apenas são detectados na autópsia ou, por exemplo, em gastrectomias
realizadas por outras causas. Um estudo alemão em autópsias consecutivas identificou micro-GISTs
(1-10 mm) em 22,5% de indivíduos com idade > 50 anos33. Os micro-GISTs expressam KIT e têm
geralmente mutação oncogénica no gene KIT ou PDGFRA. Resultados semelhantes têm sido
publicados por outros grupos34-37. Estes estudos sugerem que os micro-GISTs não progridem
habitualmente (ou progridem muito lentamente) para tumores de grandes dimensões, com sintomas
/sinais clínicos12.
Embora os GISTs ocorram em doentes de todas as idades, aquando do diagnóstico a maioria tem
idade compreendida entre os 40-80 anos, com uma mediana de 60 anos27. Têm incidência idêntica
em ambos os géneros38, embora algumas séries descrevam um ligeiro predomínio no género
masculino27. Ocorrem raramente em crianças e adultos jovens. Os GISTs pediátricos são
considerados um grupo clínico-patológico independente, com características distintas, e são
diagnosticados predominantemente na segunda década de vida16, 39, 40.
A maioria dos GISTs é esporádica, mas foram descritas algumas famílias com mutações
germinativas nos genes KIT41-49 e PDGFRA45, 50 e GISTs hereditários. Os doentes com síndromes
hereditários como a neurofibromatose tipo I 51-53, a tríade de Carney (GIST gástrico, paraganglioma
e condroma pulmonar)54 e a díade de Carney (paraganglioma, GIST gástrico)48 podem cursar com
GISTs.
33
2 - Características patológicas
Macroscopia
Os GISTs têm grande variedade morfológica na maioria das localizações, podendo ser
diagnosticados como pequenos tumores incidentais ou tumores com grandes dimensões.
Apresentam-se muitas vezes como nódulos bem circunscritos e muito vascularizados,
particularmente na localização gástrica ou intestinal. Os GISTs de menor dimensão são
habitualmente nódulos subserosos, intramurais ou, com menor frequência, polipóides intraluminais;
os de maior dimensão desenvolvem-se geralmente com crescimento extraparietal e por vezes
pediculado55. Ao corte, têm um aspecto carnudo, róseo ou branco-acastanhado e, nos casos de
maior dimensão, podem ter áreas hemorrágicas, císticas ou necróticas.
Microscopia
As características microscópicas dos GISTs variam com o órgão envolvido55 e classificam-se
geralmente em três subtipos de morfologia celular: fusiforme (70%), epitelióide (20%) ou misto
(fusiforme e epitelióide)1. Nos GISTs de células fusiformes, as células têm citoplasma fibrilar
eosinofílico claro, núcleo ovóide, e limite celular mal definido, muitas vezes com aspecto sincicial.
As células tumorais dispõem-se em feixes, que se entrecruzam, ou em novelos. As células
fusiformes podem ter núcleos em paliçada ou vacuolização paranuclear proeminente que, apesar de
sugestiva de fenótipo muscular liso, é muito comum nos GISTs. Os GISTs epitelióides são
compostos por células arredondadas com citoplasma eosinofílico ou claro, organizadas em toalhas e
ninhos. Cerca de 10% dos GISTs são mistos. Os GISTs têm geralmente estroma escasso e
morfologia celular uniforme, com núcleos de cromatina fina e nucléolos aparentes56. A celularidade
é variável e a matriz extracelular pode ser esclerótica, colagenosa ou mixóide. Ocasionalmente
podem ser pleomórficos55 ou desdiferenciados57.
Após tratamento com inibidores tirosina-cinásicos, podem ter diminuição substancial da
celularidade tumoral e esclerose acentuada ou transformação mixóide do estroma. Na maioria dos
casos, a morfologia celular mantém-se idêntica à do tumor original. No entanto, após tratamento
com estes agentes, têm sido descritos casos de modificação da morfologia celular fusiforme para
epitelióide, padrão epitelióide pseudopapilar58 e, muito raramente, diferenciação
rabdomiossarcomatosa59. Estas alterações podem dificultar o diagnóstico, especialmente quando o
tumor também perde expressão de KIT. Nestes casos, a análise mutacional pode esclarecer o
diagnóstico porque os tumores podem manter a mutação do KIT ou do PDGFRA58, 59.
3 - Alterações genéticas KIT e PDGFRA e vias de sinalização intracelular
Os genes KIT e PDGFRA localizam-se no braço longo do cromossoma 4 (4q11-q12)60. Codificam
receptores tirosina-cinásicos (RTK) de tipo III que partilham características estruturais idênticas.
34
São compostos por uma região extracelular (EC) para interacção com o ligando, uma região
transmembranar, um domínio justamembranar (JM) e dois domínios cinásicos citoplasmáticos
(TK1: bolsa de ligação ao ATP; e TK2: ansa de activação cinásica) (Fig. 1)61, 62.
Fig. 1: Representação esquemática dos receptores tirosina-cinásicos KIT e PDGFRA e distribuição das mutações mais frequentes nos GISTs9-12.
Os receptores KIT e PDGFRA são normalmente activados pela ligação dos respectivos ligandos —
o ligando KIT (SCF/stem cell factor; mast cell growth factor; Steel factor) e o ligando PDGFA. A ligação de
SCF na região EC resulta na homodimerização do receptor e na sua activação cinásica. A
consequente auto-fosforilação do receptor (KIT/PDGFRA) ocorre nos vários resíduos de tirosina
JM e citoplasmáticos. Estes resíduos fosforilados servem de pontos de ligação a diversas moléculas
de sinalização secundária, activando cascatas de fosforilação e activação de substratos com funções
de regulação da proliferação, diferenciação, adesão e sobrevivência ou apoptose celular63-67 (Fig. 2).
A actividade tirosina-cinásica do receptor é regulada pelo domínio JM, que, na ausência de activação
pelo ligando, tem função inibidora68. A activação do KIT pode regular funções celulares
fundamentais para o desenvolvimento e manutenção de vários tipos celulares, designadamente
células germinativas e hematopoiéticas, mastócitos, melanócitos e células intersticiais de Cajal65, 69.
Uma mutação com ganho-de-função no gene KIT ou PDGFRA desencadeia sinalização oncogénica
constitucional, ou seja, sem necessidade da acção dos respectivos ligandos. A desregulação da
actividade tirosina-cinásica do receptor resulta na activação de vias de sinalização PI3K-Akt
(phosphatidylinositol 3 kinase - protein kinase B), MAPK (mitogen-activated protein kinase; RAS/RAF/MEK)
e, num nível relativamente mais baixo de activação, da via STAT (signal transducer and activation of
transcription; STAT1, STAT3)63, 67, 70-73. A activação destas vias de sinalização intracelular condiciona
alterações no ciclo celular, na translação de proteínas, no metabolismo e na apoptose celular (Fig.
35
2). Estudos efectuados em extractos tecidulares de GISTs descreveram grande variação no grau de
activação das diferentes vias de sinalização KIT. O melhor esclarecimento das vias de sinalização
Fig. 2: Vias de sinalização intracelular dependentes da activação dos receptores KIT e PDGFRA10, 63, 64.
envolvidas na patogénese dos GISTs poderá ser útil no estabelecimento de novas estratégias para o
tratamento dos doentes com GIST avançado10, 71, 74-76.
As mutações activantes do KIT ocorrem noutras neoplasias: mastocitose77, tumores de células
germinativas78, leucemia mielóide aguda79 e neuroblastoma80. Foram descritas mutações activantes
do KIT, semelhantes às descritas em GISTs, num subgrupo de melanomas malignos das
extremidades (pele) e das mucosas81.
A maioria dos GISTs tem mutações activantes dos receptores tirosina-cinásicos KIT (~75-85%) ou
PDGFRA (~5-8%). Contudo, uma proporção de GISTs (10-15%) não tem quaisquer mutações do
KIT ou do PDGFR (GISTs wild-type)9-12, 82.
As mutações nos genes KIT e PDGFRA são mutuamente exclusivas83. As mutações alteram duas
regiões principais: os domínios reguladores EC (domínio de dimerização) e JM, e os domínios
enzimáticos tirosina-cinásicos intracitoplasmáticos (TK1 e TK2). As mutações no domínio JM
alteram a função auto-inibitória e causam activação cinásica84, 85 e as mutações na região EC causam
dimerização do receptor independente do ligando9.
36
A maioria das mutações do gene KIT ocorre no exão 11 (domínio JM) — 57-70%, e no exão 9
(domínio EC) — 5-18%9, 11, 86-91. As mutações KIT primárias também podem ocorrer no exão 13
(TK1: bolsa de ligação do ATP) e no exão 17 (TK2: ansa de activação cinásica), mas são raras
(<2%) e os dados disponíveis limitados9, 11, 70, 87, 88, 90, 92. As mutações descritas no gene PDGFR
envolvem os exões 12, 14 e 18, e correspondem às mutações homólogas nos exões 11, 13 e 17 do
gene KIT, respectivamente. Em > 90% dos casos, as mutações do PDGFRA ocorrem nos codões
842-849 do exão 18, sendo a substituição D842V a mutação mais frequente (62,6%)11, 83.
Mais de uma década de estudos sobre as mutações do KIT e do PDGFRA nos GISTs indica que
algumas das mutações podem associar-se a características histopatológicas bem definidas, e que há
grande variação de mutações em GISTs de localizações gastrointestinais diferentes, “benignos” e
“malignos”75, 90, 93.
Os GISTs com mutação no exão 11 do gene KIT podem ocorrer em todo o tracto GI. Vários tipos
de mutações podem ser observadas neste exão, mas as delecções são as alterações mais
frequentemente descritas. As delecções, delecções-inserções e substituições de nucleotídeo no exão
11 foram descritas em GISTs do esófago ao ânus38, 94-98. O impacto prognóstico das mutações de
genes de RTKs foi avaliado em diversos estudos retrospectivos, mas persiste controvérsia
relativamente ao significado prognóstico das mutações do KIT no exão 11 dos GISTs. Alguns
estudos descreveram que as mutações neste exão eram mais comuns nos tumores de maior
dimensão, com índice mitótico mais elevado, sem nenhuma relação entre os diferentes tipos de
mutações KIT neste exão e a morfologia celular, e que se associavam a evolução clínica “maligna”99,
100. Outros autores sugeriram que as mutações podiam ser detectadas tanto em tumores “malignos”
como “benignos” e clinicamente indolentes36, 70. Estudos mais recentes sugeriram que os diferentes
tipos de mutações no exão 11 podem correlacionar-se com a evolução clínica dos tumores75. Os
GISTs gástricos com delecções neste exão parecem ter tendência para cursar, na ausência de
tratamento com imatinib, com um comportamento clínico mais agressivo do que os tumores com
substituições de um nucleotídeo38. No entanto, a associação a comportamento biológico mais
agressivo das delecções nos codões 557-558 do exão 11 descrita por diversos autores não foi
confirmada em estudos recentes 10, 101-103.
Os GISTs com mutação no exão 9 ocorrem mais frequentemente no intestino delgado. Na maioria
dos casos, as mutações caracterizam-se pela inserção de seis pares de bases, a duplicação de alanina
e tirosina, e ocorrem quer em tumores primários quer em GISTs recidivados e/ou avançados89, 103.
Os tumores com duplicações no exão 9 têm sido associados a evolução “maligna”86, 96, 104, 105. No
entanto, um estudo de GISTs do intestino delgado com mutações no exão 9 não descreveu
diferenças significativas na evolução clínica quando comparada com a de tumores com mutações no
exão 1196.
Os GISTs com mutações nos exões 13 e 17 do KIT são ligeiramente mais prevalentes em
localização intestinal. Estas mutações não parecem ter impacto nas características clínico-
patológicas dos tumores, quando comparadas com os restantes tipos de GIST nesta localização.
GISTs com mutação no exão 13 localizados no estômago tendem a ser algo maiores e mais
agressivos do que os GISTs gástricos sem esta mutação104.
37
As mutações no gene PDGFRA ocorrem principalmente (∼6-7%) no exão 18 (TK2: ansa de
activação cinásica) e no exão 14 (TK1: bolsa de ligação ATP), sendo raramente identificadas no
exão 12 justamembranar (~1%)11, 12, 72, 83, 106-108. As mutações nos exões 14 e 18 do PDGFRA são
sobretudo mutações missense. Os GISTs com mutações do PDGFRA predominam no estômago,
têm morfologia epitelióide, estroma mixóide e pleomorfismo nuclear11, 106-109. Este subgrupo
associa-se a comportamento clínico geralmente “benigno” e ausência de expressão KIT106, 107, 110-112.
Os GISTs com a mutação D842V no exão 18 do PDGFRA são resistentes ao tratamento com
imatinib e sunitinib9, 83, 87, 113.
Mais recentemente, foram também descritas mutações no exão 15 de BRAF (gene que codifica
serine/threonine-protein kinase B-raf) em 5-13% dos GISTs wild-type de adultos114-116.
Os GISTs têm diferentes tipos de mutações nos genes KIT e PDGFRA e diferenças nas
“assinaturas moleculares” da expressão génica que podem explicar a complexidade biológica e a
variabilidade da resposta ao tratamento com inibidores tirosina-cinásicos dos doentes com estes
tumores117.
4 - Alterações cromossómicas e do ciclo celular
As mutações do KIT ou do PDGFRA são eventos precoces no desenvolvimento dos GISTs. A
ocorrência de mutação é independente da dimensão do tumor. Observam-se em tumores
incidentais microscópicos, múltiplos e "silenciosos", detectados em gastrectomias realizadas por
outras causas, e em 10-20% dos indivíduos com idade > 60 anos, sem diagnóstico clínico de
GIST34, 35. Estas evidências sugerem que as mutações estão envolvidas na oncogénese e na
proliferação dos tumores, mas que não parecem ser decisivas para a transformação “maligna” dos
GISTs36. A progressão clínica dos GISTs depende de eventos genéticos adicionais.
Nos estudos citogenéticos foram descritos desarranjos dos cromossomas 14 e 22. Cerca de dois
terços dos GISTs mutantes KIT e PDGFRA têm monossomia no cromossoma 14 ou perda parcial
de 14q72, 118, 119. Duas regiões de 14q, 14q11.2–q12 e 14q23–q24, parecem incluir genes de supressão
tumoral importantes para o desenvolvimento precoce dos GISTs118-120. A perda do braço longo do
cromossoma 22 (22q) foi descrita em ~50% dos casos. Esta alteração associa-se a progressão para
comportamento biológico intermédio /”borderline” ou” maligno” dos GISTs 118, 121-123.
Os doentes pediátricos ou adultos com GISTs sem mutações KIT ou PDGFRA têm progressão
citogenética insignificante quando comparados com a dos doentes com GISTs com mutações16, 124,
sublinhando o facto de que os mecanismos que levam à progressão tumoral são diferentes em
GISTs com mutação e em GISTs wild-type.
O gene supressor tumoral CDKN2A (p16INK4A) localizado no cromossoma 9p é inactivado através
de vários mecanismos numa percentagem significativa de GISTs “malignos”125-129. A delecção, a
38
mutação e a metilação do promotor contribuem para a diminuição da expressão de p16, que é um
inibidor do ciclo celular. Os resultados de estudos imuno-histoquímicos descrevem uma correlação
significativa com o comportamento agressivo, mesmo em tumores de baixo risco127-129.
Outro inibidor do ciclo celular, o p27KIP1, é frequentemente activado nos GISTs “malignos”, mas a
associação com a progressão tumoral não foi confirmada consistentemente128, 130, 131. Embora a
expressão destes marcadores indique uma tendência para a associação com comportamento
biológico de alto risco ou “maligno”, nenhum deles parece ser factor de risco independente em
análise multivariada.
5 - Marcadores imuno-histoquímicos no diagnóstico
O diagnóstico anátomo-patológico de GIST resulta da integração de dados morfológicos com os
do estudo imuno-histoquímico, num contexto clínico adequado. Os GISTs expressam CD117/KIT
(95%) e frequentemente CD34 (70%).
A expressão do KIT tem elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico diferencial dos
GISTs com os tumores mesenquimatosos do tracto GI7, 13, 15, 20. Podem ser observados padrões
diferentes de expressão KIT15. A maioria dos GISTs tem expressão citoplasmática forte e difusa do
KIT (Fig. 3A), que muitas vezes se associa a padrão paranuclear (tipo dot). A extensão e o padrão da
expressão KIT não se correlacionam com o tipo de mutação do KIT nem são preditivos da resposta
aos inibidores tirosina-cinásicos.
Fig. 3: Expressão imuno-histoquímica de CD117/KIT (A) e de DOG1 (B) em GISTs de células fusiformes.
Estudos recentes descrevem a existência de um subgrupo de aproximadamente 4-5% de GISTs que
não expressam CD117 — designados como GISTs KIT-negativos106, 107. Os GISTs com expressão
KIT fraca ou focal, bem como os GISTs sem expressão do KIT, podem corresponder a tumores
KIT wild-type (sem mutações KIT/PDGFRA) ou com mutações do PDGFRA106, 107. Ocorrem
preferencialmente no estômago e epíploon e com morfologia epitelióide ou mista.
39
Nos últimos anos surgiram novos anticorpos usados no diagnóstico do GIST. Estes marcadores
foram identificados sobretudo através de estudos moleculares e têm despertado interesse no estudo
do subgrupo de GISTs KIT-negativos.
O marcador mais relevante deste grupo é o DOG 1 (discovered on GIST-1) (Fig. 3B), também
conhecido como TMEM16A, uma proteína trans-membranar de função desconhecida, descoberta
através de análise de expressão génica132. Vários estudos publicados descreveram que os anticorpos
anti-DOG 1 têm maior sensibilidade e especificidade do que o CD117 e o CD34, e que este
anticorpo pode ser um marcador imuno-histoquímico específico de GIST, independentemente da
existência de mutações KIT/PDGFRA ou da expressão KIT132-135. Os diferentes anticorpos
monoclonais recentemente desenvolvidos para DOG 1 (ex: DOG 1.1; K9)133, 135 podem ser
marcadores válidos na prática, particularmente no diagnóstico diferencial entre GISTs KIT-
negativos e outros sarcomas24, 136-138.
Cerca de 1/3 dos GISTs KIT-negativos expressa DOG 1, sendo que os restantes 2/3, apesar de
morfologia típica, continuam a ser difíceis de classificar no estudo imuno-histoquímico134.
Dependendo da morfologia histológica, o diagnóstico de GIST KIT-negativo pode ser
problemático. A análise das mutações nos genes KIT e PDGFRA pode confirmar em definitivo o
diagnóstico de GIST, não só em casos que apresentem morfologia equívoca, mas também nos
GISTs sem expressão de CD117 e DOG1,24, 138 porque alguns destes tumores podem ter mutações
num dos proto-oncogenes107, 110.
Neste contexto, importa salientar que a ausência de expressão KIT não justifica excluir doentes do
tratamento com inibidor tirosina-cinásico (ITK). Algumas das mutações detectadas nos GISTs
KIT-negativos (incluindo mutações do PDGFRA) são sensíveis ao tratamento com ITKs. Alguns
GISTs wild-type respondem ao tratamento com ITKs. A análise mutacional deve ser considerada
indispensável para a confirmação do diagnóstico e é boa prática na decisão terapêutica,
designadamente com ITKs 11.
Outros marcadores frequentemente expressos no GIST, embora menos sensíveis e específicos, são
o CD34, o h-caldesmon e a SMA (α-smooth muscle actin). O CD34 é uma glicoproteína trans-
membranar presente nos precursores das células hematopoiéticas humanas e no endotélio vascular.
É expresso em ~80% dos GISTs gástricos, 50% do intestino delgado e 95% do esófago e recto 96,
139, enquanto o h-caldesmon é expresso em > 2/3 dos GISTs140, 141 e a SMA em ~30%142. Os
GISTs raramente expressam desmina, que é geralmente focal. No entanto, tem sido descrita
positividade em ~30% de GISTs KIT-negativos, especialmente no estômago e com morfologia
epitelióide134. A proteína S-100 (5%) e as citoqueratinas são raramente expressas nos GISTs.
6 - Diagnóstico diferencial
Os principais diagnósticos diferenciais do GIST de células fusiformes são os tumores do músculo
liso (leiomiomas e leiomiossarcomas), a fibromatose (desmóide), o schwanoma, o tumor
miofibroblástico inflamatório, o pólipo fibróide inflamatório e o tumor fibroso solitário.
40
Os leiomiomas ocorrem mais frequentemente no esófago, mas também no cólon e recto. São
menos celulares e têm citoplasma mais eosinofílico, com limites celulares bem definidos. Embora a
SMA e o h-caldesmon sejam expressos em ambos os tipos de tumor, a expressão de desmina é mais
extensa nos tumores do músculo liso1. Os leiomiossarcomas do tracto GI são raros e têm marcado
pleomorfismo nuclear e elevada actividade mitótica.
Os schwanomas ocorrem raramente no tracto GI, sobretudo no estômago, habitualmente com um
bordalete linfóide periférico e expressam proteína S-100 e GFAP (glial fibrillary acid protein)143.
A fibromatose (desmóide) intra-abdominal é um tumor raro com potencial de crescimento e
agressividade local, mas que não metastiza. As células expressam beta-catenina nuclear em ~75%
dos casos144, 145 e a expressão de KIT é pouco frequente146.
Os tumores miofibroblásticos inflamatórios, também designados como “pseudo-tumores
inflamatórios”, ocorrem sobretudo em crianças e adultos jovens. As células expressam desmina e
SMA na ausência de expressão de CD34 e CD117. A expressão de ALK (anaplastic lymphoma kinase)
em até 50% dos casos facilita o diagnóstico destas lesões147.
O pólipo fibróide inflamatório (PFI) é uma lesão pseudo-tumoral que ocorre no adulto e sobretudo
no estômago e intestino delgado. As células (fibroblastos) expressam habitualmente CD34. Foi
descrita expressão PDGFRA e mutações de PDGFRA nos PFIs148, 149. No entanto, contrastando
com os GISTs, os PFIs não expressam KIT nem DOG1135, 150.
O diagnóstico diferencial dos GISTs epitelióides inclui o tumor neuroendócrino, o tumor glómico,
o melanoma maligno/metastático, o leiomiossarcoma epitelióide, o tumor maligno da bainha dos
nervos periféricos (TMBNPs) epitelióide, o sarcoma de células claras e o angiossarcoma.
Os tumores neuroendócrinos caracterizam-se pela expressão de citoqueratina, sinaptofisina e
cromogranina. Os tumores glómicos ocorrem raramente no tracto GI e são morfológica e imuno-
histoquimicamente idênticos aos tumores glómicos noutras localizações. O melanoma, o sarcoma
de células claras e o TMBNP epitelióide expressam proteína S-100; os dois primeiros também
podem ter expressão de outros marcadores de melanoma, que não são expressos no TMBNP. O
sarcoma de células claras caracteriza-se por genes de fusão EWSR1–CREB1 ou EWSR1−ATF1151,
152. O angiossarcoma epitelióide expressa KIT/CD117 e marcadores vasculares (CD31 e CD34).
7 - Características clínicas
Apresentação clínica
Os GISTs ocorrem ao longo de todo o tracto GI e são mais frequentemente identificados no
estômago (60%), jejuno e íleo (30%), duodeno (5%), recto (4%) e menos no esófago e apêndice27, 38,
40, 96, 153. Podem também desenvolver-se raramente fora do tracto gastrointestinal (EGISTs), em
locais como o mesentério, epíploon e estruturas retroperitoneais141, 154, 155.
41
Apesar de ~70% dos doentes apresentar alguma forma de sintomatologia, o diagnóstico de GIST é
muitas vezes realizado na sequência de uma laparotomia efectuada por outro motivo. Devido à
baixa incidência, o diagnóstico pré-operatório requer um alto grau de suspeição, podendo alguns
achados radiológicos fornecer informações úteis156. Os GISTs são tumores de crescimento
expansivo e muitas vezes rápido, que ultrapassam facilmente o seu suporte sanguíneo,
desenvolvendo áreas centrais de necrose detectáveis na imagiologia; podem fistulizar para o lúmen
visceral e causar hemorragia GI.
Os GISTs têm tendência para comprimir, mais do que invadir, os órgãos adjacentes e podem
atingir grandes dimensões antes de causar sintomas, geralmente inespecíficos: náuseas, vómitos,
saciedade precoce, distensão abdominal ou tumefacção palpável. No entanto, os sintomas clínicos
mais comuns são a dor abdominal e a hemorragia digestiva157. Os doentes podem ter hemorragia
GI crónica, associada a anemia, ou perdas agudas causadas pela erosão/ulceração da mucosa
gástrica ou intestinal. Raramente, pode ocorrer ruptura tumoral para a cavidade abdominal com
hemoperitoneu potencialmente fatal. Tal como outros tumores, os GISTs podem causar disfagia
quando localizados no esófago ou na junção esófago-gástrica, icterícia obstrutiva quando
periampolares, ou invaginação/oclusão intestinal quando localizados no intestino delgado156, 158.
Um estudo de base populacional descreveu que ~70% dos GISTs apresentava sintomatologia
clínica, 20% eram assintomáticos e 10% eram detectados apenas na autópsia. A dimensão média do
tumor em cada uma destas categorias foi, respectivamente, de 8,9 cm, 2,7 cm e 3,4 cm 30. Os GISTs
de menores dimensões são habitualmente assintomáticos e muitas vezes são detectados durante
uma endoscopia, intervenção cirúrgica ou estudo radiológico, efectuados por outras razões. Os
GIST “malignos” são frequentemente diagnosticados como doença disseminada. As metástases
desenvolvem-se principalmente na cavidade celómica e/ou fígado e, raramente, nos tecidos moles e
pele, em gânglios linfáticos ou no pulmão27. Clinicamente, é essencial diferenciar GIST metastático
de GIST multifocal, em doentes com mutações KIT ou PDGFRA germinativas (GISTs familiares)
e em doentes com neurofibromatose 1, e de GISTs múltiplos esporádicos, que ocorrem sobretudo
no estômago proximal159. A patogénese dos GISTs múltiplos esporádicos está pouco esclarecida;
no entanto, estes GISTs têm mutações de KIT distintas nas diferentes lesões tumorais do doente159.
GIST e neurofibromatose tipo I
Existe uma associação entre GIST e neurofibromatose tipo I (NF1)43, 51-53, 160, 161. A ocorrência de
GISTs múltiplos e pequenos no intestino delgado, fora do contexto de GIST esporádico
disseminado, associa-se significativamente à síndrome NF1. Estes GISTs têm habitualmente
morfologia fusiforme, baixo índice mitótico e expressam KIT, geralmente na ausência de mutações
de KIT ou PDGFRA51-53. Habitualmente, têm comportamento clínico benigno, embora tenham
sido descritos alguns casos clinicamente malignos co-existindo com tumores síncronos
“benignos”96.
GISTs pediátricos
Aproximadamente 1-3% dos GISTs ocorre na população pediátrica, especialmente na segunda
década de vida. Predominam no género feminino (F:M = 9:1), localizam-se preferencialmente no
42
estômago e apresentam sobretudo morfologia epitelióide16, 39, 40, 162. Embora expressem
consistentemente KIT, a maioria não tem mutações de KIT ou PDGFRA (GISTs wild-type)16, 39, 40,
162. Nas crianças é mais frequente a ocorrência de tumores gástricos multifocais e, divergindo dos
GISTs no adulto, frequentemente com metástases nos gânglios linfáticos. Em adultos jovens, os
GISTs podem apresentar-se como tumores de tipo pediátrico ou de tipo adulto. O perfil de
expressão génica dos GISTs na população pediátrica e nos adultos jovens é uma área de grande
interesse e investigação.
Os GISTs pediátricos sem mutações (wild-type) não apresentam as alterações genéticas observadas
tipicamente em GISTs do adulto com mutações de KIT, sendo provável que estes tumores
correspondam a uma entidade clínico-patológica independente16, 39.
GISTs associados com a tríade de Carney e com a díade de Carney (síndrome de Carney-Stratakis)
Os GISTs gástricos pediátricos associam-se por vezes a paragangliomas e condromas pulmonares,
integrando a tríade de Carney54, 163, ou apenas a paragangliomas, na denominada díade de Carney48,
163. Tal como na maioria dos tumores estromais esporádicos do grupo etário pediátrico, são GISTs
sem mutações de KIT/PDGFRA (wild-type). A patogénese da tríade de Carney ainda não é
conhecida e admite-se que é uma situação esporádica. A díade de Carney é transmitida de forma
autossómica dominante. Pasini et al. descreveram recentemente no subgrupo de GISTs da díade de
Carney mutações germinativas dos genes que codificam as subunidades B, C ou D da succinato-
desidrogenase (SDH), evidenciando assim mecanismos patogénicos moleculares distintos (das
mutações do KIT/PDGFRA) neste subgrupo de GISTs48. A existência de vários GISTs gástricos é
comum na tríade e na díade de Carney.
Zhang et al. publicaram uma série de 104 GISTs da tríade de Carney, descrevendo as diferenças
relativamente aos GISTs esporádicos comuns164. As características clínicas da tríade incluem: a
ocorrência predominante no género feminino e em idades jovens, o crescimento indolente e a
multifocalidade dos tumores, a metastização frequente (muitas vezes para os gânglios linfáticos), a
ausência de resposta ao imatinib e, por vezes, evolução fatal. Este subgrupo de GISTs ocorre
principalmente no antro gástrico, tem morfologia geralmente epitelióide e não tem mutações de
KIT, PDGFRA ou SDH. Não há correlação clara entre as classificações convencionais de risco
biológico e o comportamento clínico destes tumores, que é imprevisível, mesmo na doença
metastática164.
GISTs familiares
Já foram identificadas cerca de duas dúzias de famílias com mutações hereditárias de KIT e
PDGFRA41-50. A penetrância nestas famílias é elevada e os membros mais afectados desenvolverão
durante a sua vida um ou mais GISTs. A idade média (44 anos) aquando do diagnóstico é inferior à
dos GISTs esporádicos comuns, e não foram descritas diferenças significativas na distribuição por
género. A maioria destes GISTs tem curso clínico “benigno” e não difere morfologicamente dos
tumores esporádicos.
43
Procedimentos de diagnóstico e estadiamento
Os GISTs são diagnosticados com frequência durante a avaliação efectuada para outras patologias.
Dependendo da sua localização, os tumores podem ser identificados na endoscopia gastro-
duodenal, colonoscopia, tomografia computorizada ou na ressonância magnética.
A endoscopia pode indicar o diagnóstico de GIST gástrico ou colo-rectal. Na avaliação
endoscópica, o GIST identifica-se tipicamente como uma tumefacção submucosa. A
ultrassonografia endoscópica pode ser útil para solucionar a dificuldade diagnóstica e confirmar que
o tumor tem origem (na parede) sub-epitelial e não na mucosa gastrointestinal165-168. Uma massa
circunscrita hipoecóica contígua com a muscular própria do estômago é característica de GIST165,
169. Uma lesão heterogénea com diâmetro > 4 cm e com limites irregulares indica um elevado grau
de suspeição de malignidade170, 171.
Embora as biópsias endoscópicas continuem a ser realizadas na prática clínica, fornecem raramente
resultados conclusivos165, 169. A biópsia com agulha fina realizada com ultrassonografia endoscópica
permite identificar células fusiformes/epitelióides que expressam marcadores imuno-histoquímicos
característicos de GIST.
A biópsia percutânea (com agulha fina ou microbiópsia/com agulha grossa) guiada por ecografia ou
TC para confirmar o diagnóstico de GIST ressecável deve ser usada com alguma ponderação,
atendendo à possibilidade de ruptura tumoral, disseminação de células tumorais ou hemorragia138.
O diagnóstico de GIST numa biópsia percutânea, mesmo na microbiópsia, pode ser extremamente
difícil ou impossível, quando apenas se obtém material necrótico ou hemorrágico. As biópsias,
preferencialmente microbiópsias e, se possível, obtidas com ultrassonografia endoscópica, estão
indicadas nos doentes em que o diagnóstico diferencial pode alterar a decisão terapêutica24, 172,
incluindo linfoma, fibromatose mesentérica ou tumor de células germinativas. A biópsia pode
também ser útil nos casos em que a massa é volumosa e ressecável marginalmente ou implica uma
ressecção multi-visceral, indicando a necessidade de tratamento neoadjuvante. O risco de
disseminação peritoneal tem sido considerado desprezível quando são seguidas todas as precauções
na realização do procedimento. A excisão laparoscópica/laparotómica imediata é uma alternativa
válida a considerar, especialmente nos casos indicados para ressecção local limitada24. Na doença
metastática a biópsia de uma das lesões pode ser útil para planear o tratamento, evitando a
necessidade de laparoscopia ou laparotomia.
A tomografia computorizada (TC) é considerada o estudo radiológico mais útil para o diagnóstico
dos GISTs. A TC com contraste endovenoso (e.v.) pode permitir avaliar o tumor primário, o fígado
e o peritoneu, que são os locais mais comuns da doença metastática138, 173. O tumor primário
consiste habitualmente numa massa bem circunscrita e muitas vezes muito vascularizada, em
relação íntima com o estômago ou com o intestino delgado. Na TC, são geralmente tumores
hiperdensos, que contrastam bem, podendo apresentar áreas heterogéneas ou císticas, necrose
central ou hemorragia intratumoral.
As metástases ganglionares são muito raras e a metastização extra-abdominal ocorre especialmente
em fases muito avançadas dos GISTs. O exame radiológico indicado para estadiamento dos GISTs
é a TC do abdómen e da pelve, com contraste e.v., podendo a Ressonância Magnética Nuclear
44
(RMN) e a ultrassonografia com contraste e.v. constituir alternativas válidas24, 138. A RMN permite
maior acuidade na avaliação pré-operatória dos GISTs rectais.
A radiografia simples do tórax pode ser considerada suficiente para avaliar o tórax num doente
assintomático, porque o GIST raramente metastiza inicialmente para o tórax. O cintilograma ósseo
deve ser realizado apenas no esclarecimento de sintomas específicos24, 174.
A tomografia por emissão de positrões com 18-fluordesoxiglicose (PET-FDG) tem elevada
sensibilidade na identificação de actividade metabólica destes tumores, ajudando a distinguir tumor
activo de tecido necrótico ou fibrosado175, mas não permite o diagnóstico de GIST. A PET-FDG
pode ser considerada nos doentes em que os resultados da TC são inconclusivos ou discordantes
dos achados clínicos138, 173. É um meio auxiliar de diagnóstico importante nos casos em que é
necessária a avaliação precoce da resposta do tratamento molecular dirigido a alvos moleculares24,
156, 176. A integração da PET-FDG e da TC (ou RMN) nos sistemas combinados PET/TC
disponíveis permite optimizar a avaliação dos doentes submetidos a terapêutica dirigida a alvos
moleculares177.
8 - Avaliação do risco biológico e estadiamento dos GISTs
Factores de prognóstico e avaliação do risco biológico
O comportamento dos GISTs baseado na avaliação de parâmetros anátomo-patológicos é
classificado de forma distinta da maioria tumores malignos (carcinomas) do tracto GI. O melhor
indicador de malignidade é a confirmação de doença metastática. Nalgumas séries, 10-45% dos
doentes apresentam doença metastática aquando do diagnóstico30, 178, 179.
Os GISTs podem-se manifestar com um espectro vasto de comportamento biológico, sendo
muitas vezes difícil prever a recidiva tumoral após ressecção cirúrgica macroscopicamente
completa. Vários parâmetros podem ser úteis na previsão do comportamento clínico dos GISTs.
Os três mais importantes são: dimensão maior, índice mitótico e localização do tumor153, 180, 181.
Numa análise multivariada recente do MSKCC (Memorial Sloan-Kettering Cancer Center)180, cada um
destes parâmetros permitiu prever de forma independente a sobrevida livre de recidiva após exérese
numa série retrospectiva de GISTs primários e localizados. O impacto do índice mitótico foi o mais
significativo em doentes com ≥5 mitoses/50 campos de grande ampliação (CGA). Os doentes com
tumores localizados no intestino delgado e tumores com diâmetro ≥10 cm apresentaram maior
probabilidade de recidiva. Os doentes com tumores <5 cm de dimensão ou tumores localizados no
estômago apresentaram comportamentos mais favoráveis.
Embora a grande maioria dos GISTs <2 cm seja considerada como tendo comportamento
clinicamente benigno, há doentes ocasionais que desenvolvem metástases 5 ou mais anos após a
excisão do tumor primário. Por isso, as classificações dicotómicas "benigno" ou "maligno" foram
substituídas por classificações de estratificação do risco biológico para a prever o comportamento
clínico dos GISTs.
45
A primeira classificação de risco de comportamento clínico no GIST foi publicada em 2002 por
Fletcher e et al., na sequência de uma reunião de consenso do National Institute of Health (NIH)1, 182. A
avaliação de risco proposta baseou-se na maior dimensão e na actividade mitótica (mitoses/50
CGA) do tumor, sendo a dimensão de 5 cm e o índice de 5 mitoses/50 CGA os valores limite
usados na estratificação do comportamento clínico. De acordo com esta classificação, todos os
GISTs podem ter potencial maligno. É muito usada por médicos e patologistas, dado o pequeno
número de grupos de risco e a simplicidade de aplicação. No entanto, parece ter limitações nos
GISTs de “risco intermédio” exclusivamente baseado na dimensão do tumor. Na maior parte das
séries de base populacional, o grupo de "risco intermédio" não discrimina satisfatoriamente os
doentes com prognóstico desfavorável24. A principal limitação desta classificação resulta da não
valorização da localização anatómica do tumor nem da ruptura tumoral. Não obstante ter sido
validada em diversos estudos a utilidade e a sensibilidade da classificação de risco NIH, alguns
autores descreveram um valor superior ao de classificações alternativas para estratificação do
risco180, 183.
Em 2005 e 2006, Miettinen e et al. do Armed Forces Institute of Pathology (AFIP), publicaram dois
estudos de grandes séries de GISTs gástricos e jejunais/ileais com follow-up prolongado38, 96. Estes
estudos descreveram que, para dimensões e índices mitóticos idênticos, os GISTs localizados no
estômago têm comportamento menos agressivo do que os jejunais e ileais. A localização anatómica
do tumor passou a ser incluída como parâmetro adicional na avaliação de risco dos GISTs, de
acordo com as orientações do consenso National Comprehensive Network (NCCN) de 2007,
recentemente actualizadas21 (Tabela 1, adaptada de Miettinen et al.184).
Miettinen et al. definiram 8 subgrupos, com base na maior dimensão e no índice mitótico, usando
também a localização anatómica, para distinguir quatro grupos de risco: "muito baixo", "baixo",
"moderado" e "alto", idênticos aos 4 grupos de risco do sistema NIH, e incluíram um grupo de
“tumores benignos” (≤2 cm e ≤5 mitoses/50 CGA)184. O sistema de classificação AFIP pretende
estimar o risco de recidiva e/ou progressão do tumor, expresso numericamente185. Para alguns
autores, o inconveniente principal resulta da complexidade do sistema AFIP, com 8 subgrupos,
sendo que a excessiva subdivisão pode reduzir a sensibilidade e especificidade prognóstica183.
Comparando as classificações NIH e AFIP, constata-se que o sistema NIH sobrevaloriza o risco
dos tumores gástricos em relação aos GISTs não-gástricos. A European Society of Medical Oncology
(ESMO) considera que a classificação de risco AFIP pode estratificar melhor os grupos de risco dos
GISTs24.
A previsão do comportamento do GIST num doente concreto permanece um desafio clínico.
Actualmente, aceita-se que todos os GISTs podem ter potencial maligno e nenhum caso, com a
possível excepção de tumores <1 cm, deve ser classificado como benigno156. A história natural dos
GISTs microscópicos permanece desconhecida. Dois estudos descreveram a presença de GISTs
microscópicos, respectivamente, em 22,5% e 35% dos estômagos em autópsias consecutivas e
removidos por carcinoma gástrico33, 35. Estes resultados indicam que os GISTs são comuns na
população em geral. Alguns autores admitem que os GISTs mais pequenos não progridem para
tumores de dimensões clinicamente relevantes138, 184, 186. No entanto, alguns podem ser precursores
de GISTs com significado clínico33, 187. São necessários estudos adicionais para esclarecer quais os
46
mecanismos biológicos responsáveis pela evolução de tumores microscópicos para GISTs com
significado clínico.
Tabela 1: Estratificação de risco dos GISTs primários segundo o índice mitótico, dimensões e localização anatómica
Parâmetro tumoral Risco de progressão da doençaa
Índice mitótico Dimensões Estômago Duodeno Jejuno/íleo Recto
≤ 5/50 CGA ≤ 2 cm Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum
≤ 5/50 CGA > 2 ≤ 5 cm Muito baixo (1,9%)
Baixo (8,3%) Baixo (4,3%) Baixo (8,5%)
≤ 5/50 CGA > 5 ≤ 10 cm Baixo (3,6%) -c Moderado (24%) -c
≤ 5/50 CGA > 10 cm Moderado (10%)
Alto (34%) Alto (52%) Alto (57%)b
> 5/50 CGA ≤ 2 cm Nenhumb -c Alto (50%)b Alto (54%)
> 5/50 CGA > 2 ≤ 5 cm Moderado (16%)
Alto (50%) Alto (73%) Alto (52%)
> 5/50 CGA > 5 ≤ 10 cm Alto (55%) -c Alto (85%) -c
> 5/50 CGA > 10 cm Alto (86%) Alto (86%) Alto (90%) Alto (71%)
a Definido como metastização ou morte relacionada com o GIST b Número de casos limitado c Dados insuficientes Tabela adaptada de Miettinen et al.184 Dados baseados no follow-up prolongado de 1,055 GISTs gástricos, 629 do intestino delgado, 144 duodenais e 111 rectais38, 96.
Um nomograma prognóstico para estimativa da sobrevida livre de doença após ressecção cirúrgica
macroscópica completa de GISTs primários localizados foi proposto por Gold et al.188. É um
método que utiliza a dimensão, o índice mitótico e a localização dos tumores, para prever a
probabilidade de sobrevida livre de recidiva (SLR). São atribuídos pontos em cada caso, numa
escala baseada na localização (gástrico vs. intestino delgado vs. cólon/recto vs. extragastrointestinal),
na dimensão (variável contínua não-linear) e no índice mitótico (< 5 vs. ≥5/50 CGA) dos tumores.
O total de pontos indica a SLR aos 2 e 5 anos. O nomograma permitiu estimar uma probabilidade
de concordância de 0,78, equivalente à obtida com o sistema AFIP, e superior à do sistema NIH no
mesmo estudo138. Desconhece-se a precisão do nomograma para estimar a SLR a longo prazo em
GISTs indolentes e progressão tardia188. As estimativas da SLR obtidas com o nomograma podem
ser mais úteis para a selecção dos doentes candidatos a tratamento adjuvante com inibidores
tirosina-cinásicos138.
47
Foram propostos outros sistemas de estratificação de risco dos GISTs. Vários autores apresentaram
versões do sistema de estratificação de risco NIH, incluindo outros factores de prognóstico. O
risco de recidiva pode ser estimado com base não só no índice mitótico, dimensão e localização do
tumor, mas também na qualidade das margens cirúrgicas e na ocorrência de ruptura do tumor24.
Apesar da controvérsia existente, a ressecção cirúrgica com margens microscópicas positivas (R1)
pode expor os doentes a risco de recidiva tumoral loco-regional. Rutkowski et al.189 descreveram
que a ressecção não radical (R1) e a ruptura do tumor associam-se a resultados desfavoráveis31.
Joensuu et al. utilizaram o sistema NIH como base e incluiram a presença de ruptura tumoral como
factor de risco para estimar comportamento agressivo, independente do tamanho e do índice
mitótico dos tumores186. Outra modificação da proposta de Joensuu foi a inclusão dos tumores
não-gástricos, do grupo de risco intermédio (classificação NIH), no grupo de risco elevado,
corroborando a importância da classificação de Miettinen/AFIP.
A ocorrência de ruptura tumoral intra-abdominal, antes ou durante a ressecção cirúrgica, tem sido
associada a evolução clínica desfavorável, com metastização peritoneal190, 191. A ruptura do tumor
deve ser sempre valorizada porque traduz risco de evolução desfavorável, independente de qualquer
outro factor prognóstico24.
Para além da dimensão do tumor, do índice mitótico e da localização do tumor, do estado das
margens cirúrgicas e da ruptura tumoral, têm sido investigados outros parâmetros preditivos de
recidiva181. A proliferação tumoral estimada com Ki-67 foi descrita como factor prognóstico
independente192-194. A invasão difusa da mucosa é uma ocorrência rara, associada a evolução mais
agressiva da doença181, 195, 196. A presença de necrose tem sido descrita com valor prognóstico em
algumas séries38, 197, 198. A aneuploidia é um factor de agressividade193, 199, 200, e alguns estudos têm
sugerido que a expressão da telomerase é um factor de mau prognóstico190, 201. A expressão ou o
padrão de expressão KIT e a expressão de CD34 não parecem ser factores independentes de
prognóstico dos doentes com GIST202.
Estadiamento clínico dos GISTs
Woodall et al. propuseram um método de estadiamento dos GISTs baseado num sistema tumor-
grade-metastasis (TGM)203. Os autores, usando resultados do SEER (2537 casos), determinaram a
dimensão 7cm como a mais útil para a previsão do comportamento clínico dos GISTs do que os
valores previamente usados (2 cm, 5cm e 10cm). No entanto, uma percentagem destes casos foi
diagnosticada antes de 2000, sem avaliação da expressão KIT, motivo pelo qual a série estudada
poderá não corresponder totalmente a casos de GIST. Além disso, o método utilizado para a
classificação do grau de diferenciação dos GISTs, em quatro categorias e de forma semelhante à
dos sarcomas dos tecidos moles, não parece ser a mais adequada.
A sétima edição da classificação TNM da International Union Against Cancer (UICC) publicada em
2010 incluiu pela primeira vez a classificação e o estadiamento dos GISTs204. O objectivo principal
da classificação TNM é facilitar uma abordagem homogénea e padronizada dos tumores e o
estabelecimento de follow-up uniforme dos doentes com base no estádio do tumor185.
48
A classificação TNM utiliza critérios da avaliação de risco para caracterizar os tumores em quatro
categorias T, combinando o índice mitótico e a localização do tumor para definir os estádios
clínicos. Em geral, dada a raridade das metástases ganglionares linfáticas nos GISTs, é recomendada
a classificação de todos os casos em que os gânglios linfáticos regionais não foram estudados, como
pN0. A presença de metástases ganglionares linfáticas, tal como a metastização à distância,
corresponde a um estadio IV.
A classificação TNM reproduz, genericamente, os 8 subgrupos de prognóstico definidos pela
classificação de Miettinen/AFIP4. Deste modo, pode-se argumentar que a utilização dos mesmos
critérios de risco para determinar os estádios TNM representa uma agregação diferente dos grupos
de risco estabelecidos por vários grupos de trabalho nos últimos anos185. Um dos aspectos mais
sensíveis é a subdivisão da categoria “alto risco” em dois ou três estádios (II, III ou III-B),
sabendo-se que o valor desta subclassificação dos tumores de alto risco continua a aguardar
validação.
Na proposta de classificação de Miettinen/AFIP os tumores pequenos (< 2 cm) e mitoticamente
inactivos não apresentam risco de progressão e poderão ser considerados como de comportamento
clínico benigno, independente da localização anatómica4. Sendo assim, a inclusão deste grupo de
tumores numa classificação TNM de tumores “malignos” pode ser controversa.
Outra controvérsia relaciona-se com o tipo de crescimento dos GISTs. A classificação TNM não
estabelece a relevância da infiltração da subserosa, do epíploon/mesentério, da invasão do
peritoneu visceral pelas células tumorais, da ruptura tumoral, nem da multiplicidade de tumores
primários no epíploon/mesentério.
É, por isso, evidente a necessidade de um sistema consensual e validado de
classificação/estadiamento que inclua a heterogeneidade do comportamento biológico dos GISTs.
9 - O papel da análise molecular no prognóstico e no tratamento não-cirúrgico dos GISTs
Apesar das semelhanças é importante considerar as diferenças entre GISTs com mutação do KIT e
mutação do PDGFRA e os casos com sequências normais de KIT e de PDGFRA (wild-type). A
resposta clínica objectiva ao imatinib depende da presença e do tipo de mutação do RTK
implicado. Foi proposta uma classificação molecular dos GISTs10, 90, que destaca as diferenças
moleculares destes tumores e fornece uma referência rápida para outras síndromes com que podem
associar-se (Tabela 2).
Com base em quatro ensaios clínicos (fase I-III) que investigaram mais de 700 GISTs com
genótipos diferentes, as taxas de resposta objectiva ao imatinib nos GISTs com mutações no exão
11 e no exão 9 do gene KIT, e nos GISTs wild-type foram, respectivamente, 72-86%, 38-48% e 28%9,
21, 87, 152, 205, 206. Os GISTs com mutação no gene PDGFRA respondem ao imatinib, com a excepção
da mutação D842V no exão 189, 83, 87, 113. As taxas de resposta ao imatinib mais favoráveis [mediana
do tempo livre de progressão da doença mais elevada (~ 24 meses) e mediana da sobrevida mais
longa (~ 63 meses)]9, 87, 206 são descritas nos GISTs com mutações no exão 11 do KIT.
49
Tabela 2: Classificação molecular dos GISTs
Frequência Comentários
KIT
Exão 11 67% A maioria é sensível ao imatinib
Exão 9 10% Requer dose mais elevada de imatinib
Exão 13 & 17 3%
PDGFRA
Exão 12 & 14 2% Sensível ao imatinib
Exão 18 5% D842V é resistente ao imatinib
Wild type 15% Mutações BRAF ou KRAS raras
GIST Familiar Raros Mutações KIT ou PDGFRA germinativas
Carney-Stratakis Raros Mutações SDHB, SDHC, SDHD
GIST Pediátrico Raros Mutações KIT e PDGFRA são raras
Tríade de Carney Raros Sem mutações KIT ou PDGFRA
GIST associado a NF-1 Raros Mutações KIT ou PDGFRA pouco comuns
Adaptado de Corless, C.10
Os doentes com mutações no exão 11 do gene KIT são habitualmente tratados com imatinib, numa
dose diária de 400 mg, e a escalada da dose para 800 mg/dia tem sido recomendada nos casos de
progressão da doença durante o tratamento. Os doentes que têm mutação no exão 9 do KIT
apresentam sobrevida livre de progressão da doença mais longa quando tratados com a dose inicial
de 800 mg/dia87, 89, 206. De acordo com o consenso actual, o estado mutacional KIT deve ser
avaliado por rotina em GISTs inoperáveis, com administração de 800 mg/dia de imatinib nos casos
em se identifica mutação no exão 9 do KIT24, 138.
A realização da análise molecular de rotina em todos os GISTs continua a ser um tema muito
controverso. Os resultados dos principais centros de referência Europeus e dos Estados Unidos
fornecem evidência a favor da realização destes testes nos GISTs irressecáveis e/ou metastáticos,
beneficiando os doentes que têm mutação no exão 9 do KIT. A análise mutacional pode também
ser considerada na decisão de realizar tratamento adjuvante com imatinib em GISTs primários de
risco “intermédio e alto"24, 138. Deste modo, podem ser excluídos GISTs com mutações resistentes
ao imatinib (ex: mutações D842V do PDGFRA). Estes testes, na opção neoadjuvante, permitem
ajustar a decisão terapêutica de forma mais adequada.
Embora o tratamento de primeira linha dos doentes com GIST metastático/irressecável seja, de
acordo com o estado actual da arte, a utilização do imatinib, é possível que no futuro este regime
terapêutico possa ser alterado para outros inibidores tirosina-cinásicos ou terapêuticas alternativas,
com base no estudo molecular dos tumores89, 207.
50
10 - Tratamento
10. a) Doença primária localizada
É consensual o tratamento de GISTs primários de dimensão ≥ 2 cm e sem evidência de
disseminação peritoneal ou metastização à distância com ressecção cirúrgica macroscópica
completa24, 138. No entanto, quando são detectados “nódulos subepiteliais” esófago-gástricos ou
duodenais com diâmetro <2 cm, a abordagem padrão dos doentes consiste na avaliação com
ecografia endoscópica e na vigilância activa, porque muitos destes nódulos, quando correspondem a
GISTs, são tumores de baixo risco biológico1, 184, ou com significado clínico desconhecido. A
exérese cirúrgica é reservada para os doentes cujo tumor aumenta de dimensão ou é sintomático.
Os resultados de uma análise retrospectiva recente208 indicam que apenas alguns (3/23; 13,0%) dos
tumores pequenos sem características eco-endoscópicas de risco (maior dimensão, limites
extraluminais irregulares, padrão ecográfico heterogéneo, presença de áreas císticas e focos
hiperecogénicos) progridem durante o seguimento de longo prazo com eco-endoscopia. Como
alternativa, a decisão pode ser partilhada com o doente, no sentido de se poder optar por uma
avaliação histológica inicial (biópsia com agulha) ou pela excisão, quando a morbilidade não é
substancial. Nos “nódulos” intra-abdominais não passíveis de avaliação endoscópica, a
exérese/ressecção laparoscópica/laparotómica é a abordagem padrão. Nos “nódulos” rectais (ou
do espaço recto-vaginal), a abordagem deve ser a realização de biópsia/exérese, após avaliação por
ecografia endoscópica, independente da dimensão do tumor, porque os GISTs nesta localização
têm risco biológico mais elevado e as implicações de uma intervenção cirúrgica nesta região são
mais críticas, sobretudo nos tumores de grandes dimensões24.
As orientações da ESMO e da NCCN indicam que os tumores com dimensões > 2 cm devem ser
ressecados24, 138, porque, sendo GISTs, implicam maior risco de comportamento agressivo.
Para doentes com GIST primário localizado, a ressecção cirúrgica continua a ser a única
possibilidade de cura209. Normalmente causa pouca morbilidade em tumores <10 cm limitados ao
estômago ou intestino delgado. Ao contrário dos carcinomas GIs , os GIST não se originam nas
camadas epiteliais e apresentam biologia e comportamento diferente, com implicações distintas
relativamente às margens cirúrgicas e à linfadenectomia dos gânglios linfáticos loco-regionais.
Dependendo do órgão onde se origina, da localização exacta, e das dimensões do tumor, podem ser
necessárias abordagens cirúrgicas diferentes. O objectivo do tratamento é a ressecção completa do
GIST, com margens microscópicas negativas (R0) e preservando a pseudo-cápsula intacta (i.e.
evitando a ruptura tumoral)24, 138.
Como o GIST não tem geralmente padrão infiltrativo intraparietal, raramente é necessário efectuar
ressecções alargadas27. As recomendações actuais para as margens cirúrgicas têm por base a
experiência, o consenso, e a aplicação de conceitos patobiológicos sobre GIST24, 138. Não há dados
prospectivos conclusivos sobre a extensão das margens de ressecção e o risco de recidiva local ou à
distância do GIST.
A ressecção “em cunha” é a opção mais utilizada nos GISTs do estômago e a ressecção segmentar
nos GISTs do intestino delgado. Nos GISTs de grandes dimensões, na pequena curvatura e/ou
51
com envolvimento pilórico, pode não ser possível a ressecção “em cunha”, sendo mais adequada a
gastrectomia distal. A gastrectomia total não é habitualmente necessária, devendo ser considerada
em função da localização (junção esófago-gástrica) e/ou a extensão do tumor.
Os GISTs do recto são incomuns e o diagnóstico definitivo é, frequentemente, obtido aquando do
estudo anátomo-patológico da peça operatória. O GIST rectal de pequenas dimensões, localizado
no terço inferior, pode ser removido com ressecção parietal completa, com abordagem trans-anal
ou trans-esfinctérica210. Esse tipo de abordagem deve ser efectuada com os cuidados necessários,
porque foram descritas taxas menores de ressecção R0 (32% vs. 82%) e taxas maiores de recidiva
local (77% vs. 31%), quando comparadas com a ressecção anterior baixa do recto, que é o
procedimento recomendado para GISTs dos terços superior e médio211, 212.
A técnica cirúrgica utilizada para ressecar os GISTs tem implicações determinantes na ocorrência de
recidiva tumoral. A ruptura do tumor deve ser estritamente evitada, especialmente quando tem
Fig. 4: Aspecto macroscópico de ressecção de GIST gástrico com invasão do cólon transverso.
grandes áreas císticas ou necróticas. A enucleação simples dos GISTs é considerada uma opção
inadequada, porque pode não remover parte da pseudo-cápsula que contém células tumorais viáveis
e associa-se a maior frequência de ruptura tumoral. Por estes motivos, a enucleação não é
aconselhável, mesmo quando o objectivo é preservar uma estrutura vital213.
Quando o GIST apresenta grandes dimensões pode ser submetido a tratamento pré-operatório
com imatinib (neoadjuvante), com o objectivo de se obter condições de ressecabilidade do tumor
que é, muitas vezes, necrótico e friável214. Esta opção pode facilitar a ressecção cirúrgica com
52
preservação da função ou do órgão, particularmente em GISTs da junção esófago-gástrica, da
segunda porção do duodeno e do 1/3 inferior do recto24, 138. Quando há invasão de órgãos
adjacentes, a ressecção “em bloco” pode ser uma alternativa. A ressecção incompleta do tumor
deve ser efectuada apenas como opção terapêutica paliativa, em casos de hemorragia, dor ou
sintomas relevantes, secundários ao efeito de massa.
Muitos autores descreveram que os GISTs metastizam raramente para os gânglios linfáticos,
mesmo nos casos de alto risco. Bucher et al.215 descreveram 5/80 doentes (6%) com GIST
localizado com metástases hematogéneas, com ou sem envolvimento ganglionar linfático. Na série
de Rutkowski et al.189 (n=335) descreve-se quatro casos (1,2%) com metastização ganglionar. Os
estudos publicados indicam que não se justifica a realização de linfadenectomia de rotina no
tratamento cirúrgico dos GISTs, excepto quando é detectado envolvimento ganglionar
macroscópico24, 27, 138, 215-217.
Tumor residual microscópico (R1)
De acordo com as orientações da ESMO e da NCCN, nos casos em que foi efectuada ressecção
microscopicamente incompleta (R1) pode ser considerado o alargamento de margens quando a
localização exacta da lesão é identificavel e o risco de morbilidade cirúrgica é baixo.
Quando a ressecção R0 resulta previsivelmente em complicações funcionais ou co-morbilidades
importantes, e o tratamento médico neoadjuvante não é eficaz ou não pode ser administrado, a
decisão de realizar uma ressecção R1 deve ser discutida com o doente. A ressecção R1 pode ser
aceitável em GISTs de baixo risco. Não há estudos que demonstrem a associação de ressecção R1
com sobrevida mais curta dos doentes218.
Cirurgia Laparoscópica
A cirurgia laparoscópica no GIST está a ser progressivamente mais utilizada nos últimos anos. O
diagnóstico endoscópico melhorou a capacidade de identificar GISTs gástricos de pequenas
dimensões com baixo risco de agressividade1, 184. A abordagem minimamente invasiva tem vindo a
ser adoptada na generalidade destes tumores, devido aos benefícios potenciais decorrentes de se
evitar a laparotomia dos doentes. Recomenda-se que a técnica deve seguir rigorosamente os
princípios oncológicos da cirurgia aberta: ressecção completa do tumor com margens livres (R0),
evitando a disseminação de células tumorais na cavidade peritoneal24, 138, 219. Nos GISTs de grandes
dimensões, a ressecção R1 pode complicar-se com ruptura intra-operatória do tumor e
disseminação peritoneal. Por este motivo, a ressecção laparoscópica tem sido desaconselhada em
doentes com GISTs de grandes dimensões173, 218. Novitsky et al.220 sugeriram que esta
recomendação devia ser revista, porque não foi baseada em evidências, mas traduz apenas uma
medida preventiva para cirurgiões inexperientes neste procedimento. Diversos autores propuseram
a adopção de orientações mais alargadas para a cirurgia laparoscópica nos GISTs221, 222. Várias séries
descrevem a realização de ressecção por via laparoscópica de tumores com dimensões entre 0,3-
12,5 cm218, 223, sugerindo a laparoscopia na ressecção de GISTs, sobretudo em localização gástrica.
53
Não há estudos de ensaios clínicos controlados randomizados e prospectivos que permitam validar
estas opções.
A NCCN (2007) considera aceitável a ressecção laparoscópica de tumores até 5 cm de dimensão, e
que os tumores > 5 cm, dependendo da localização e da morfologia, podem ser ressecados por via
laparoscópica ou por técnicas de laparoscopia hand-assisted21, 138, 220, 223.
Antes de iniciar a ressecção do tumor, deve ser realizada uma exploração formal da cavidade
abdominal para excluir a presença de metastização no peritoneu ou no fígado. A ecografia intra-
operatória pode ser útil na avaliação de metástases hepáticas e, nas lesões suspeitas, para orientar a
realização de biópsias. A endoscopia intra-operatória tem sido frequentemente utilizada para a
localização dos GISTs de pequenas dimensões e na selecção da técnica de ressecção mais adequada.
Para evitar o risco de ruptura, os GISTs não devem ser manipulados directamente com os
instrumentos laparoscópicos220. Embora não existam dados disponíveis, a utilização de saco de
extracção da peça operatória parece essencial para evitar a disseminação de células tumorais na
cavidade abdominal ou no orifício da porta respectiva, e eventualmente metastização24, 220, 224.
Nas diversas séries publicadas, têm sido utilizadas diferentes abordagens, dependendo de vários
factores (ex: dimensão, localização e forma macroscópica do tumor), para o tratamento dos GISTs
gástricos: ressecções “em cunha” ou segmentares por via laparoscópica, laparoscópica-endoscópica
(intragástrica) ou laparoscópica hand-assisted220. Os GISTs da parede anterior e da pequena e grande
curvatura do estômago são geralmente submetidos a ressecção “em cunha”, com máquina de
anastomose linear endoscópica. As lesões de maiores dimensões podem ser ressecadas com
margens livres, utilizando o bisturi ultrassónico220. Os tumores da parede posterior são muitas vezes
abordados pela retrocavidade dos epíploons, mas a abordagem trans-gástrica, com gastrotomia
anterior, constitui alternativa válida, especialmente nos GISTs localizados próximo da junção
esófago-gástrica225-228. Esta opção é, no entanto, tecnicamente mais exigente226, e há relatos de
ressecções incompletas213 e de complicações pós-operatórias, como estenoses e “fugas” na linha de
sutura224. A abordagem combinada endoscópica-laparoscópica intragástrica tem sido descrita como
método alternativo no tratamento dos GISTs da junção esófago-gástrica220, 224.
A localização do tumor não deve ser considerada contra-indicação absoluta para cirurgia
minimamente invasiva, desde que assegurada a experiência técnica necessária e todas as precauções
indispensáveis224. No entanto, nos GISTs com maiores dimensões e/ou com localizações
desfavoráveis, como a pequena curvatura ou a junção esófago-gástrica, pode não ser possível
efectuar ressecção “em cunha” com margens livres de tumor, podendo ser necessário optar por
gastrectomia subtotal ou total. Nestes casos, o tratamento neoadjuvante com imatinib, como
sugerido nas recomendações ESMO e NCCN, pode ser uma opção válida, para redução da
dimensão do tumor que permita a cirurgia conservadora do órgão224. Contudo, a exequibilidade e
os resultados deste tipo de abordagens são ainda objecto de avaliação em curso229.
A cirurgia laparoscópica pode aplicar-se a GISTs com localizações diversas, como é o exemplo dos
GISTs rectais de pequenas dimensões. No entanto, os dados disponíveis relativamente a ressecções
laparoscópicas de GISTs noutras localizações (extragástricas) são escassos138.
54
Os resultados globais publicados da cirurgia laparoscópica descrevem que as complicações intra-
operatórias e pós-operatórias são relativamente raras, ocorrendo, respectivamente, em 6,8% e 7,7%
dos doentes218. As ressecções decorrem com perdas mínimas de sangue, satisfazendo os tempos de
cirurgia e períodos curtos de estadia hospitalar223, 224. Evita-se também a morbilidade relacionada
com a ferida operatória da laparotomia220. A "curva de aprendizagem" nos procedimentos
laparoscópicos faz presumir que, com a maior experiência técnica, os tempos operatórios serão
progressivamente melhorados230, 231.
Apesar dos dados de follow-up dos doentes serem escassos, não excedendo ~5 anos218, algumas
séries descreveram segurança oncológica na abordagem laparoscópica220, 232, 233, com eficácia e taxas
de recidiva semelhantes às obtidas com cirurgia convencional.
A aplicabilidade da abordagem laparoscópica deve assentar numa variedade de factores, incluindo
as características do doente, a dimensão e a forma macroscópica do tumor, o padrão de invasão e a
localização do tumor, bem como a experiência e qualificação em cirurgia laparoscópica do
cirurgião220.
Os dados da literatura indicam que as ressecções laparoscópicas ou assistidas por laparoscopia são
exequíveis e associam-se a taxas de recidiva reduzidas, períodos curtos de internamento e
morbilidade baixa213, 217, 220, 232, 234, 235. Esta abordagem deve ser recomendada como opção de
escolha para a maioria dos doentes com GISTs gástricos de pequenas e médias dimensões220, 224.
GIST primário localmente avançado
Nos GISTs localmente avançados, não metastáticos, pode ser impossível a realização de ressecção
R0. Nestes casos, deve considerar-se a citorredução tumoral com terapêutica neoadjuvante com
imatinib. Esta abordagem pode facilitar a obtenção de margens cirúrgicas R0 e permitir uma
cirurgia menos mutilante, com melhores resultados funcionais, de acordo com orientações da
ESMO e da NCCN . Esta recomendação baseia-se em publicações de dados retrospectivos, não
randomizados236, 237. O tratamento primário com imatinib, para citorredução do tumor, pode ser
considerado nos GISTs em que se prevê um risco elevado de hemorragia ou ruptura tumoral
durante a cirurgia. A resposta terapêutica máxima é atingida geralmente após 6-12 meses de
tratamento. A intervenção cirúrgica subsequente pode, na maioria dos casos, ser realizada com
segurança24, 214, 238. No entanto, nem sempre é necessário esperar pela resposta máxima antes de
realizar a cirurgia. A análise mutacional pode auxiliar a ponderar a terapêutica neoadjuvante dos
GISTs com menos sensibilidade ao imatinib (por exemplo, com mutações D842V do PDGFRA), e
permitir adoptar o esquema terapêutico mais adequado. A PET ou PET-TC, ou a avaliação da
densidade do tumor com TC pode ser particularmente útil na avaliação rápida da resposta à
terapêutica, não condicionando atraso na intervenção cirúrgica dos GISTs que não respondem ao
tratamento239-242.
É imprescindível estabelecer um plano terapêutico multidisciplinar, envolvendo patologistas,
radiologistas, cirurgiões e médicos oncologistas. A partilha de experiências, disponível em centros
55
de referência para sarcomas e GISTs e/ou em redes de referenciação de doentes oncológicos, deve
ser entendida como fundamental no tratamento dos GISTs24.
Tratamento adjuvante
Após ressecção, o risco de recidiva de GISTs pode ser substancial180, 243, conforme definido pela
classificação de risco (classificação de Miettinen/AFIP). Tendo em conta a eficácia do imatinib na
doença metastática, o seu uso em tratamento adjuvante tem sido avaliado em vários estudos244-246.
Um ensaio clínico intergrupo de fase II (Z9000) do American College of Surgeons Oncology Group
(ACOSOG) avaliou o tratamento adjuvante com imatinib, administrado numa dose de 400 mg/dia
durante 12 meses, após ressecção completa do tumor primário em GISTs de risco elevado (n=107).
Os GISTs de alto risco foram definidos como tumores com dimensões> 10 cm, com ruptura ou
hemorragia intraperitoneal, ou tumores multifocais (> 5). Os resultados descrevem que o imatinib é
bem tolerado no contexto adjuvante, prolonga a sobrevida livre de recidiva e está associado a
sobrevida global melhor, em comparação com controlos históricos244.
Foi concluído um ensaio clínico intergrupo do ACOSOG (Z9001), de fase III, randomizado,
duplamente cego, em que os doentes receberam imatinib (400 mg/dia) ou placebo durante 1 ano,
após efectuarem uma ressecção macroscópica completa de GISTs primários KIT-positivos e com
diâmetro ≥3 cm. Os doentes foram apenas estratificados segundo o tamanho do tumor (3 – 6 cm, 6
– 10 cm, and ≥ 10 cm). Com um tempo mediano de follow-up (713 doentes) de 19,7 meses, o estudo
descreve que o tratamento adjuvante com imatinib aumentou significativamente a sobrevida livre de
recidiva dos doentes, relativamente ao grupo placebo (98% vs. 83%). Resultados idênticos foram
descritos nos diferentes subgrupos de estratificação, segundo a dimensão do tumor, mas a maior
diferença entre o braço terapêutico e o braço placebo foi observada nos GISTs de risco mais
elevado, com diâmetro ≥10 cm. Não foram observadas diferenças na sobrevida global entre os dois
braços do estudo246. Estes resultados apoiaram decisivamente o papel do imatinib no tratamento
adjuvante do GIST. No entanto, é necessário um período de follow-up mais longo para conclusões
definitivas sobre algumas questões fundamentais: taxa de recidiva absoluta após um intervalo de
tempo de follow-up maior; tempo de atraso no aparecimento da recidiva; e, no caso de recidiva,
tempo decorrido até ocorrer resistência secundária ao imatinib. Com base neste estudo, o imatinib
foi aprovado, como terapêutica adjuvante no GIST, pela FDA (Federal Drug Administration) e pela
EMA (European Medicine Agency). Embora ainda não exista consenso geral relativamente a que
subgrupo de doentes deve ser administrado o tratamento adjuvante, é amplamente aceite que deve
ser proposto aos doentes com GISTs de risco elevado. Segundo as recomendações actuais, o
imatinib adjuvante pode ser proposto como opção para doentes com um risco substancial de
recidiva (ESMO)24, mais concretamente, para doentes com GISTs de risco intermédio ou elevado
(NCCN)138.
A análise mutacional dos GISTs pode ser relevante para complementar a avaliação de risco na
selecção dos doentes que são previsivelmente mais susceptíveis de beneficiar com o tratamento
adjuvante. Os resultados dos estudos disponíveis sustentam o tratamento adjuvante durante um
período de 12 meses. Estão em curso dois ensaios clínicos fase III (EORTC 62024; SSG
56
XVIII/AIO), para avaliar períodos de tratamento mais longos (0 vs. 2 e 1 vs. 3 anos,
respectivamente)247, 248. Foi recentemente iniciado um estudo fase II de tratamento adjuvante,
denominado Post-resection Evaluation of Recurrence-free Survival for GastroIntestinal Stromal Tumors with
Adjuvant Imatinib (PERSIST)-5 (ClinicalTrials.gov identifier: NCT00867113) para avaliar a sobrevida
livre de recidiva em doentes com GIST de alto risco tratados com imatinib (400 mg/dia) durante 5
anos após ressecção cirúrgica.
No caso de ruptura pré ou per-operatória do tumor, com disseminação de células tumorais na
cavidade peritoneal, pode assumir-se um estado de doença peritoneal oculta. Este estado coloca os
doentes perante um risco elevado de recidiva peritoneal e, por esse motivo, podem considerar-se
candidatos a tratamento com imatinib. A duração ideal do tratamento nestes casos é ainda
desconhecida24.
Follow-up dos doentes
Não existem dados publicados conclusivos sobre qual o seguimento de rotina ideal para os doentes
com GIST localizado submetidos a tratamento cirúrgico. Os esquemas de follow-up variam de
instituição para instituição. A avaliação de risco baseada no índice mitótico, na dimensão e na
localização do tumor, pode ajudar na selecção da melhor estratégia de seguimento. Nos doentes
com GISTs de risco alto, a recidiva ocorre geralmente nos primeiros 2-3 anos após ressecção. Nos
GISTs de risco baixo, a recidiva é menos provável e surge, na maior parte dos casos, após 2-3 anos.
Como as metástases podem ocorrer 10-15 anos após a cirurgia, o seguimento dos doentes deve ser
prolongado 12.
Existindo actualmente um tratamento eficaz para os GISTs recidivados e/ou metastáticos, algumas
instituições de referência propõem a realização de TC todos os 3-4 meses durante 3 anos, nos
doentes com GISTs de risco intermédio ou alto; depois, de 6/6 meses até aos 5 anos; e
posteriormente com periodicidade anual. Nos doentes com tumores de risco baixo, é proposta a
realização de TC de 6/6 meses durante os primeiros 5 anos. Os doentes com GISTs de risco muito
baixo não necessitam provavelmente de seguimento de rotina, embora o risco de comportamento
agressivo não deva ser considerado nulo24, 138.
10. b) Doença recidivada e metastática
Reconhece-se que o tratamento cirúrgico isolado não é curativo nos casos de GIST avançado, com
doença recidivada e/ou metastática, mesmo quando se removem todas as lesões metastáticas
abdominais.
Na recidiva, cerca de 2/3 dos doentes têm envolvimento hepático e 1/2 doença peritoneal27. As
metástases extra-abdominais no pulmão ou no esqueleto são mais raras, podendo desenvolver-se
em estadios mais avançados.
57
As metástases hepáticas são geralmente multifocais, difusas e difíceis de ressecar. Cerca de 26% dos
doentes, submetidos a metastasectomia249, desenvolvem recidiva após ressecção hepática174. A
exérese das lesões peritoneais associa-se geralmente a recidiva subsequente.
A quimioterapia convencional para o tratamento do GIST tem uma taxa diminuta (cerca de 5%) de
resposta249-252. A radioterapia tem também valor reduzido, devido à localização dos tumores e à
limitação nas doses que podem ser utilizadas202. A embolização da artéria hepática e a cirurgia de
citorredução, seguida de quimioterapia intraperitoneal, foram também objecto de investigação, mas
os resultados obtidos são desencorajadores253, 254.
O tratamento de escolha do GIST recidivado/metastático consiste, com poucas excepções, na
administração do mesilato de imatinib (ESMO, NCNN). Os doentes com GIST primário e doença
metastática síncrona de baixo volume podem ser seleccionados num primeiro tempo para ressecção
cirúrgica, especialmente se forem sintomáticos. No entanto, as orientações de consenso
recomendam a associação ao tratamento com imatinib, mesmo nos casos em que toda a doença
macroscópica é ressecada24.
O uso do mesilato de imatinib revolucionou o tratamento dos GISTs. O imatinib é um inibidor
selectivo de tirosina-cínases específicas, incluindo o KIT, PDGFRα, ARG, c-FMS, ABL e BCR-
ABL253. O imatinib causa uma inibição competitiva no local de ligação do ATP do receptor KIT,
levando à inibição da auto-fosforilação e subsequente interrupção das vias de sinalização envolvidas
na proliferação e na sobrevida celular255. O imatinib foi inicialmente desenvolvido como um
inibidor do PDGFRα. A sua primeira utilização terapêutica foi no tratamento da leucemia mielóide
crónica (LMC), em que uma proteína de fusão BCR-ABL (Breakpoint cluster region-Abelson gene protein)
causa desregulação da actividade tirosina-cinásica256. Descreveu-se que o imatinib induz uma
resposta completa em quase todos os doentes com LMC em fase crónica, tendo sido aprovado pela
FDA para o tratamento dos doentes com LMC em 2001257.
Em 2001, Joensuu et al. publicaram a experiência com imatinib num único doente com GIST
metastático23. Os resultados confirmados nas imagens seriadas da RMN e da PET foram muito
promissores. Esta publicação de um caso clínico desencadeou a realização de vários ensaios
clínicos, sendo actualmente descrito que até 80% dos doentes com GIST metastático têm resposta
parcial ou estabilidade da doença após terapêutica com imatinib56. O imatinib é geralmente bem
tolerado e os efeitos laterais incluem edemas, erupção cutânea, diarreia, náuseas, dores abdominais e
fadiga.
Eficácia e tolerabilidade do imatinib como terapêutica de 1ª linha
A eficácia e a tolerabilidade com 400 e 800 mg/dia de imatinib na terapêutica de 1ª linha dos GISTs
têm sido descritas em ensaios clínicos fase II/III.
Num estudo fase II, multicêntrico e randomizado (B2222), com imatinib na dose de 400 ou 600
mg/dia em doentes com GIST avançado258, a taxa de resposta, baseada nos critérios Southwest
Oncology Group (SWOG)259, foi de 53,7% (n=79) com resposta parcial e 27,9% (n=41) com doença
estável, não se obtendo resposta completa em nenhum doente. Nos resultados a longo prazo deste
58
estudo206 (tabela 3) descreve-se que, com uma mediana de seguimento de 71 meses, as taxas de
resposta, a mediana da sobrevida livre de progressão (SLP) e a mediana da sobrevida global (SG)
foram idênticas em ambos os braços terapêuticos. Neste estudo, a mediana da resposta terapêutica
foi de 29 meses e a mediana da SG 57 meses.
Tabela 3: Resultados de ensaios clínicos fase II e III com os inibidores tirosina-cinásicos (ITC) imatinib e sunitinib, em doentes com GIST localmente avançado ou metastático
Ensaio clínico Desenho do estudo (N)
ITC, dose (mg/dia)
Resposta terapêutica
Follow-up
B2222 (Blanke, Demetri et al. 2008)
Fase II-R (147)
Imatinib, 400 vs. 600
RC: 1,4%, RP: 66,7%
TPT (mediana): 20 e 26 meses, respectivamente (p=0,37). SG (mediana): 57 meses.
EORTC (STBSG) (Verweij, van Oosterom et al. 2003)
Fase II (27)
Imatinib, 400x2
RC: 4%, RP: 67%, DE: 18%
SLP a 1 ano: 73%
STI571B1202 (Nishida, Shirao et al. 2008)
Fase II-R (47)
Imatinib, 400 vs. 600
RP: 69%, DE: 26%
SLP (mediana): 96 semanas. SG aos 3 anos estimada: 73,6%
European-Australasian (Verweij, Casali et al. 2004)
Fase III-R (946)
Imatinib, 400 vs. 800
RC: 5%, RP: 45%, DE: 32% vs. RC: 6%, RP: 48%, DE: 32%
SG a 1 e 2 anos: 85% vs. 86% e 69% vs. 74%. SLP aos 2 anos: 50% vs. 56% (p=0,026).
Intergroup S0033 (Blanke, Rankin et al. 2008)
Fase III-R (746)
Imatinib, 400 vs. 800
RC: 5%, RP: 40%, DE: 25% vs. RC: 3%, RP: 42%, DE: 22%
SLP e SG (medianas): 18 vs. 20 meses e 55 vs. 51 meses (p=NS)
Sunitinib phase III (Demetri, van Oosterom et al. 2006)
Fase III-R (312)a
Sunitinib, 50mg/kg (esq. 4/2) vs. placebo
RP: 7%, DE: 58% vs. RP: 0%, DE: 48%
SLP (mediana): 24,1 vs. 6 semanas (p<0,0001)
EORTC- European Organisation for Research and Treatment of Cancer, STBSG- Soft Tissue and Bone Sarcoma Group, RC- resposta completa, RP- resposta parcial, DE- doença estável, SG- sobrevida global, SLP- sobrevida livre de progressão, TPT- tempo para progressão do tumor, R- randomizado, N- número de doentes, NS- não significativo. a - terapêutica de 2ª linha.
Outro estudo fase II, iniciado pelo EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group260, corroborou os
resultados obtidos com o imatinib (tabela 3). Este ensaio avaliou a eficácia de 400 mg de imatinib
administrado duas vezes/dia. Aos 12 meses, 73% dos casos estavam livres de progressão da
doença. Neste estudo, os efeitos laterais associados à dose de 800 mg/dia mais comuns foram:
anemia (92%), edema palpebral (84%), rash cutâneo (69%), fadiga (76%), náuseas (57%),
59
neutropenia (47%) e diarreia (47%). Os eventos adversos descritos foram geralmente classificados
como sendo de grau leve a moderado, não obrigando à exclusão de nenhum doente nesse estudo.
Dois ensaios clínicos fase III, multicêntricos e randomizados205, 261, 262, procuraram validar os
resultados obtidos nos estudos fase I/II e determinar a dose terapêutica ideal de imatinib. Ambos
os estudos avaliaram a eficácia do imatinib comparando a dose padrão (400 mg/dia) com uma dose
mais elevada (800 mg/dia) em doentes com GIST avançado ou metastático, com ou sem
quimioterapia prévia. Aos doentes incluídos no regime de uma dose diária (400 mg) que
apresentaram progressão da doença, foi oferecida a opção de passar para o braço terapêutico de
duas tomas por dia (800 mg). As melhores taxas de resposta objectiva nos dois estudos são
apresentadas na tabela 3.
No estudo mais alargado do EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group (European-Australasian trial
/EORTC-ISG-AGITG) (n = 946)261, não se observaram diferenças significativas nas taxas de
resposta entre braços terapêuticos. No entanto, após uma mediana de 760 dias de seguimento dos
doentes, verificou-se diferença significativa na percentagem de doentes livres de progressão da
doença entre os grupos de 800 e 400 mg/dia de imatinib (50 vs. 44%, respectivamente),
correspondendo, respectivamente, a taxas de SLP aos 2 anos de 56% e 50%.
O estudo efectuado nos Estados Unidos e Canadá (S0033)205 corroborou que os benefícios obtidos
com o imatinib eram consistentes com os resultados previamente publicados (tabela 3). Após uma
mediana de follow-up de 4,5 anos não se observaram diferenças significativas nas taxas de resposta
entre os doentes que receberam 800 mg/dia e os que foram tratados com 400 mg/dia de imatinib,
nem na mediana da SLP entre os dois grupos (20 vs. 18 meses, respectivamente). As taxas de SLP
aos 2 anos também não foram significativamente diferentes (46% vs. 41%, respectivamente).
Nos dois estudos, a estimativa da taxa de sobrevida global aos 2 anos foi de 74-72% para os
doentes tratados com imatinib 800 mg/dia, e 69-76% para os doentes que receberam 400 mg/dia.
Não se observou qualquer vantagem em termos de sobrevida global comparando a dose de 800
mg/dia com a de 400 mg/dia de imatinib.
O imatinib foi descrito como razoavelmente bem tolerado pelos doentes, embora fosse
relativamente comum a ocorrência de efeitos laterais de grau ligeiro a moderado. O braço
terapêutico com dose mais elevada associou-se a maior incidência de efeitos adversos grau 3-4 em
ambos os estudos205, 261. No ensaio Europeu-Australiano261, os eventos hematológicos adversos
mais frequentes foram a anemia e a neutropenia. Os efeitos colaterais não-hematológicos mais
frequentes foram: edema, astenia, náuseas, dor pleurítica, diarreia e rash cutâneo.
No estudo Norte-americano (S0033)205, a percentagem de doentes com eventos adversos de grau 3
a 5 foi maior no grupo submetido a tratamento com imatinib 800 mg/dia do que no grupo de 400
mg/dia (63 vs. 43%, respectivamente). A toxicidade hematológica mais importante foi a anemia
(grau 3) e a neutropenia grave. Os efeitos colaterais não-hematológicos mais frequentes foram:
toxicidade gastrointestinal, náuseas ou diarreia (grau 3 ou 4), toxicidade cardíaca (grau 3 a 5) e
hemorragia (grau 3 a 5). O imatinib não pode ser completamente excluído como causa de morte em
13 casos (1%), no primeiro estudo, e em 11 doentes, no segundo. Embora o imatinib fosse
60
geralmente bem tolerado, foi possível identificar, em ambos os ensaios clínicos, necessidade de mais
reduções de dose e/ou interrupções do tratamento no grupo de doentes tratados com a dose mais
elevada.
Com o objectivo de aumentar o poder e a acuidade dos dados e avaliar o benefício clínico da dose
de 800 mg de imatinib, os estudos Europeu-Australiano e Norte-Americano foram agrupados num
estudo designado como meta-análise MetaGIST263. Foi avaliado um total de 1640 doentes com
GIST avançado, tendo sido investigados diferentes subgrupos de doentes e possíveis factores de
prognóstico. A análise dos dados combinados mostrou, para uma mediana de follow-up de 45 meses,
um pequeno (mas significativo) aumento da SLP no grupo com 800 mg de imatinib, que não foi
possível extrapolar para a SG. A eficácia associada à transferência de doentes para o grupo com 800
mg de imatinib, após a progressão com 400 mg/dia, e a disponibilidade de novos fármacos para a
terapêutica de 2ª linha dificultam a interpretação destes resultados de SG. A presença de mutações
KIT no exão 9 foi o único factor preditivo para a SLP mais longa e para uma maior taxa de resposta
objectiva, atribuíveis à dose elevada de imatinib263. Como a toxicidade associada ao tratamento com
800 mg diários de imatinib poder ser relativamente grave, as orientações internacionais
recomendam iniciar o tratamento dos doentes com GISTs irressecáveis ou metastáticos com a dose
de 800 mg/dia apenas nos casos com mutação no exão 9 do KIT24, 138.
Embora a dosagem do imatinib tenha sido extensivamente analisada, continua ainda por estabelecer
em definitivo se o tratamento dos GISTs avançados deve ser mantido continuamente. O ensaio
clínico fase III BFR14 (ClinicalTrials.gov identifier: NCT00367861) pretende responder a esta
questão, estudando os efeitos do tratamento contínuo versus interrupção da terapêutica com
imatinib em GISTs avançados. A análise preliminar deste estudo, que avaliou os resultados nos
doentes submetidos a tratamento durante 1 ano, descreve uma SLP significativamente maior nos
casos submetidos a tratamento contínuo, em comparação com os casos cuja terapêutica foi
interrompida. A mediana da SLP, após randomização, foi de 6 meses no grupo com interrupção e
18 meses no braço de tratamento contínuo (p ≤ 0,0001)264. Relatos mais recentes deste ensaio
clínico compararam também a interrupção vs. continuidade da terapêutica aos 3 e aos 5 anos265, 266.
Foram descritas vantagens significativas na SLP dos doentes no braço de tratamento ininterrupto,
em ambos os pontos temporais analisados. A mediana da SLP dos doentes randomizados no braço
da interrupção terapêutica foi significativamente maior nos casos submetidos a tratamento durante
5 anos (12,2 meses), relativamente aos que foram tratados durante 1 (5,7 meses) ou 3 anos (6. 3
meses). Deste modo, os autores concluíram que o imatinib deve ser administrado sem interrupções
até ocorrer intolerância ao tratamento ou progressão da doença266. As orientações de consenso
suportam estes achados, recomendando que a administração de imatinib, nos doentes com GISTs
irressecáveis e/ou metastáticos, deve ser mantida de forma contínua e indefinida24, 138.
Resistência e progressão da doença nos doentes submetidos a tratamento de 1ª linha com imatinib
Num grupo de casos, tem sido documentado crescimento tumoral durante os primeiros 6 meses de
tratamento. A progressão do tumor nos primeiros 6 meses de tratamento com imatinib é designada
61
resistência primária. Resultados de ensaios clínicos descrevem que 12-14% dos doentes evidenciam
progressão da doença nos primeiros 3 meses após o início do tratamento com imatinib258, 267.
Está amplamente documentado que o estado mutacional inicial dos genes KIT e PDGFR influencia
a resposta ao imatinib9, 87, 268. Em alguns ensaios clínicos fase II e III, que utilizaram o imatinib em
doentes com GISTs avançados9, 87, 205, descreveram-se taxas de resposta parcial mais elevadas nos
casos com mutações no exão 11 do KIT, em comparação com os doentes com mutação no exão 9
ou sem qualquer mutação detectável. Além disso, os doentes com mutações no exão 11 tiveram
uma mediana da sobrevida global mais longa do que os doentes com mutação no exão 9 ou outra
mutação /nenhuma mutação detectável no gene KIT (63 meses vs. 44 e 26 meses, respectivamente;
p=0,005)205. Mais de 1/3 dos casos com mutação do PDGFR83 exibiram resposta ao imatinib9,
particularmente os casos com mutação nos exões 12 e 14, assim como alguns com mutações no
exão 1883.
Quase todos os doentes com progressão precoce da doença durante o tratamento com imatinib
(400 mg/dia) apresentam mutações no exão 9 do KIT ou no PDGFRA, ou têm GISTs wild-type9, 87,
268. Em particular, os GISTs que expressam a mutação D842V no exão 18 do PDGFR (a maioria
das mutações PDGFR) podem não ter qualquer resposta clínica ao imatinib9. Esta falta de resposta
ao imatinib foi demonstrada em GISTs com algumas mutações no exão 17 do KIT, tais como as
mutações D816H e D816V82. No entanto, os GISTs com mutações no exão 9 do KIT podem
responder a doses mais elevadas (800 mg/dia) de imatinib87, 263, 267, mas com maior incidência de
eventos adversos261.
A ocorrência de progressão precoce durante o tratamento com imatinib é atribuída sobretudo ao
estado mutacional dos tumores. No entanto, as mutações do KIT secundárias (~ 10% dos casos207)
e alguns parâmetros clínicos podem também estar envolvidos. No estudo fase III Europeu-
Australiano, utilizando imatinib nas doses de 400 mg e 800 mg/dia, a presença de metastização
pulmonar e a ausência de metástases hepáticas, bem como valores baixos de hemoglobina e
contagem elevada de neutrófilos, foram factores preditivos independentes de resistência precoce ao
imatinib267.
A maioria dos doentes que inicialmente apresentam resposta ou estabilidade da doença acaba por
desenvolver, geralmente após 12-36 meses de tratamento, progressão numa ou mais lesões
tumorais. Este evento é habitualmente designado como resistência secundária ao tratamento12, 269. A
resistência secundária é mais frequentemente causada por mutações secundárias (adquiridas) no
domínio cínase do KIT, tendo sido mais raramente descritos outros mecanismos, como a
amplificação génica KIT/PDGFRA e a activação de oncogenes alternativos270, 271. As mutações
secundárias do KIT desenvolvem-se mais frequentemente nos GISTs com mutações primárias no
exão 11 do que nos casos com mutações no exão 9 207, e são habitualmente substituições simples de
nucleotídeos que afectam codões na bolsa de ligação-ATP (exões 13 e 14) e na ansa de activação
cinásica (exão 17 e 18). Vários estudos têm descrito a existência deste tipo de mutações em 44-67%
dos GISTs que progridem durante a terapêutica com imatinib152, 269, 272, 273. A mutação secundária
mais frequente nos GISTs com mutação primária no exão 11 do KIT é a mutação pontual V654A
na bolsa de ligação-ATP152, 268. As mutações secundárias são raras nos GISTs com mutações no
exão 9 do KIT ou wild-type que têm resistência primária ao imatinib.
62
Liegl et al. descreveram heterogeneidade inter- e intralesional das mutações associadas a resistência
nos doentes tratados apenas com imatinib ou com imatinib e sunitinib: 83% dos doentes neste
estudo apresentaram mutações secundárias do KIT, incluindo casos (67%) com duas a cinco
mutações secundárias diferentes em metástases independentes e casos (34%) com duas mutações
secundárias do KIT na mesma metástase271.
A progressão tardia é definida como a progressão que ocorre em doentes que inicialmente
obtiveram resposta ou que apresentaram um intervalo de SLP superior a 3-6 meses, depois do
início do tratamento com imatinib274. Nestes casos, a progressão ocorre como resultado da
resistência adquirida ou secundária ao imatinib, em grande parte associada ao desenvolvimento de
mutações secundárias no gene KIT. No entanto, outros mecanismos relacionados com factores
farmacocinéticos podem estar envolvidos na progressão tardia, como por exemplo as alterações na
disponibilidade sistémica dos medicamentos ao longo do tempo, devido a maior depuração275 e/ou
ao aumento da ligação do imatinib a α1-ácido glicoproteína276.
Foi também estudado o efeito da insuficiência renal na farmacocinética e na toxicidade do imatinib,
num ensaio clínico fase I, em que se administrou imatinib a doentes com tumores sólidos
avançados e função renal variável (de normal a insuficiência grave)277. O estudo concluiu que é
necessária precaução nos casos de disfunção renal grave, porque estes doentes poderão não tolerar
doses de 800 ou 600 mg/dia de imatinib.
Estas observações sugerem que pode ser necessária uma monitorização dos níveis plasmáticos do
fármaco para assegurar uma exposição adequada ao tratamento instituído e, desse modo, preservar
a resposta terapêutica e evitar a progressão da doença.
Outros factores clínicos podem desempenhar um papel relevante no desenvolvimento de
resistência tardia durante o tratamento com imatinib: valores base elevados na contagem de
neutrófilos; tumores primários em localização extragástrica; tumores de grandes dimensões; dose
inicial de imatinib de 400 mg/dia267. Além disso, como os doentes podem omitir tomas do fármaco
por várias razões (ex: efeitos adversos, preocupações com os custos), este facto deve ser
considerado quando se avalia a resposta ao tratamento.
Avaliação da resposta ao tratamento
A resposta ao tratamento com inibidores tirosina-cinásicos nos doentes com GIST foi definida
como a ausência de progressão da doença no momento da primeira avaliação formal267,
habitualmente realizada 2-3 meses após o início do tratamento. No entanto, alguns autores
defendem um período mais alargado (até 6 meses) para avaliação inicial da resposta ou progressão
tumoral, porque o tempo que decorre até ao início da resposta terapêutica pode ser variável.
É essencial avaliar com precisão a resposta ao tratamento, para que se possa determinar quais os
tratamentos que devem ser mantidos ou alterados, e melhorar os resultados. O sistema padrão de
avaliação da resposta tumoral objectiva, amplamente aceite e utilizado, é o RECIST (Response
Evaluation Criteria in Solid Tumors), que tem como critérios base as dimensões do tumor278. Na
maioria dos doentes, a actividade anti-tumoral do imatinib traduz-se numa redução das dimensões
do tumor. Contudo, os GISTs submetidos a tratamento com imatinib podem não exibir redução
63
imediata das dimensões, mas manifestar uma inibição do crescimento267 ou evidenciar necrose e/ou
degenerescência cística/mixóide. Deste modo, nas imagens da TC, alguns doentes podem
apresentar apenas alterações da densidade das lesões tumorais. Mesmo um aumento da dimensão
pode ser indicativo de resposta se, na TC, a densidade das lesões diminuir. Os GISTs podem
aumentar de dimensões na presença de uma resposta terapêutica efectiva, de acordo com a
avaliação clínica ou com a PET279. O aparecimento de novos nódulos pode corresponder apenas ao
facto de estes se tornarem mais evidentes quando, pelo efeito terapêutico, ficam menos densos.
Os critérios de Choi (redução de 10% da dimensão do tumor ou diminuição de 15% da densidade
tumoral nas imagens da TC com contraste e.v.) foram propostos como método alternativo mais
preciso de avaliação da resposta dos GISTs ao tratamento279. Para além da dimensão das lesões
(usado no RECIST), os critérios de Choi avaliam a densidade do tumor e apresentam melhor
relação com o intervalo de tempo livre de progressão da doença e com a sobrevida dos doentes,
quando comparados com os critérios RECIST279, 280.
A progressão pode não ser acompanhada por alterações na dimensão do tumor. O aumento da
densidade das lesões tumorais pode indicar progressão do tumor, como por exemplo no padrão
típico de progressão caracterizado por imagem de “nódulo dentro de um nódulo”.
As recomendações de consenso24 indicam que a dimensão e a densidade do tumor na TC, ou as
alterações equivalentes na RMN ou na ecografia com contraste e.v., podem ser considerados os
critérios de avaliação da resposta ao tratamento.
A PET-FDG tem revelado sensibilidade na detecção precoce de resposta ao imatinib em doentes
com GIST, e pode ser muito útil na previsão de resposta a longo prazo281. A PET-FDG pode ser
também útil em casos de dúvida ou nos doentes em que é altamente desejável uma previsão
precoce da resposta ao tratamento pré-operatório. No entanto, antes do início do tratamento,
algumas lesões não são detectáveis pela PET. Recentemente, a PET foi também avaliada
prospectivamente em doentes tratados com sunitinib, após falência da terapêutica de 1ª linha
(imatinib)282. Um único exame realizado às 4 semanas de tratamento pode prever a longo prazo a
resposta ao sunitinib. Actualmente, como a PET não é um meio auxiliar de diagnóstico facilmente
acessível e/ou disponível como a TC, não é considerada como exame de 1ª escolha.
Tratamento cirúrgico pós-imatinib em doentes com GIST avançado /metastático
A resistência secundária ao imatinib é a principal complicação que limita a sua eficácia a longo
prazo. Esta resistência está relacionada com vários factores, incluindo as alterações farmacocinéticas
e as mutações adquiridas, que se tornam comuns e clinicamente relevantes após exposição
prolongada ao tratamento12, 267, 269. Estes factos dão suporte para a utilização da cirurgia como parte
integrante de uma abordagem multimodal no tratamento do GIST metastático174, 283. Muitos
centros começaram a incluir a cirurgia na terapêutica dos doentes com GIST metastático. Realizar a
ressecção cirúrgica aquando da melhor resposta ao tratamento com imatinib pode ser uma
possibilidade de reduzir o volume /quantidade de tumor viável e o risco de resistência secundária.
A cirurgia pode ser considerada apenas nos casos em que ocorre progressão focal, com o objectivo
64
de ressecar as lesões que já desenvolveram resistência secundária. Ambas as estratégias podem ser
exequíveis174, 283.
Alguns estudos retrospectivos descrevem resultados favoráveis em doentes que respondem ao
tratamento com imatinib e são submetidos a ressecção cirúrgica283-288.
A ressecção cirúrgica não está geralmente indicada para os doentes com GIST metastático e
resistência multifocal e/ou difusa ao imatinib285-287.
Mussi et al. publicaram um estudo de 80 doentes submetidos a cirurgia após terapêutica com
imatinib, efectuada em três centros (Milan, Mannheim and Robert-Rössle Clinic Berlin)283. Os doentes
foram divididos em 2 grupos: casos com cirurgia realizada na melhor resposta clínica ao imatinib e
casos com cirurgia na progressão focal da doença. Os resultados obtidos descreveram diferença na
sobrevida dos doentes que foram submetidos a cirurgia na melhor resposta clínica, comparada com
a dos que foram operados com doença focalmente progressiva, com SLP e SE significativamente
inferiores no último grupo. Os autores concluíram que a cirurgia em lesões focalmente progressivas
pode ser considerada como parte integrante das opções terapêuticas de segunda/terceira linha em
casos seleccionados. Porque estes resultados são comparáveis aos obtidos pelos inibidores tirosina
cinásicos de segunda linha, não tão bem tolerados como o imatinib, a cirurgia pode ser considerada
como opção nos doentes com bom estado geral e com GISTs em localização favorável para
ressecção cirúrgica, bem como nos casos que toleram mal o tratamento médico de segunda linha24,
283.
A cirurgia da doença residual na melhor resposta clínica parece estar associada a um benefício da
sobrevida, também quando comparada com os controlos históricos de séries idênticas, referentes a
doentes tratados apenas com imatinib206. Como os doentes seleccionados para cirurgia são
provavelmente aqueles que apresentam melhor estado geral, menor volume tumoral e resposta
duradoura ao tratamento, é provável que estes resultados estejam enviesados pela selecção dos
doentes24, 283. A utilidade efectiva da cirurgia neste contexto necessita de validação em estudos
randomizados.
O tratamento cirúrgico dos doentes com GIST metastático que respondem ao tratamento está
ainda em fase de investigação. Fora dos ensaios clínicos, esta opção deve ser individualizada e a
decisão partilhada com o doente24.
A excisão cirúrgica da progressão tumoral focal, como o “nódulo dentro de nódulo”, pode ser
considerada uma opção terapêutica paliativa em casos seleccionados com progressão limitada da
doença. Nestes casos, podem ser também seleccionados outros procedimentos não-cirúrgicos de
tratamento local, como as técnicas de ablação24.
10. c) Eficácia da terapêutica de segunda linha dirigida a alvos moleculares nos GISTs
Nos doentes com GIST que apresentam progressão da doença com 400 mg/dia de imatinib como
terapêutica de 1ª linha, os dados clínicos disponíveis sugerem que pode ser considerado o
tratamento de 2ª linha com imatinib 800 mg/dia ou com sunitinib, e que nos casos que progridem
com 800 mg/dia de imatinib a terapêutica pode ser alterada para sunitinib24, 138.
65
A eficácia da terapêutica com 800 mg/dia de imatinib após progressão da doença foi estudada nos
dois ensaios clínicos fase III discutidos anteriormente205, 261, 262. Os doentes com progressão da
doença no regime terapêutico com 400 mg/dia de imatinib podiam passar para o braço terapêutico
de 400 mg de imatinib duas vezes por dia (800 mg/dia). Em ambos os estudos, os doentes que
passaram do grupo com 400 mg/dia de imatinib para o de 800 mg/dia obtiveram benefício de SLP.
A abordagem habitual dos doentes com 400 mg de imatinib e progressão do tumor consiste no
aumento da dose para 800 mg/dia, com a possível excepção dos GISTs que apresentam mutações
resistentes24. A escalada da dose pode ser particularmente útil nos GISTs com mutação do KIT no
exão 9, nos casos que sofrem alterações farmacocinéticas ao longo do tempo, ou possivelmente em
casos que apresentem algumas alterações moleculares.
Não foi publicado até à data nenhum estudo que tivesse comparado a eficácia e toxicidade do
sunitinib com a eficácia e toxicidade do imatinib em dose elevada (800 mg/dia), nos doentes com
GISTs que apresentam progressão com 400 mg/dia de imatinib. Um ensaio clínico randomizado
fase III, previsto inicialmente para avaliar este tipo de resultados [sunitinib (37,5 mg/dia) vs.
imatinib (800 mg/dia)], foi encerrado prematuramente em 2009289.
A escolha terapêutica de segunda linha pode ser influenciada pelos resultados da avaliação
molecular, especialmente quando a falência do imatinib resulta de mutações primárias ou de
mutações secundárias resistentes, e pelas respostas dos diversos estados mutacionais (ex: mutação
no exão 9 do KIT e KIT/PDGFRA wild-type) dos GISTs ao imatinib e ao sunitinib.
Eficácia e tolerabilidade do sunitinib
O sunitinib é o único agente aprovado para tratamento de segunda linha nos doentes com GISTs
irressecáveis e/ou metastáticos que progridem durante a terapêutica com imatinib ou que
desenvolvem intolerância terapêutica ao imatinib24, 138. O sunitinib, administrado por via oral, é um
inibidor tirosina-cinásico com múltiplos alvos moleculares: receptor KIT, receptores VEGF
(vascular endothelial growth factor)-1 a -3, PDGFRα e -β, receptor do factor neurotrófico derivado de
linhas de células gliais (RET /rearranged during transfection), CSF-1R (macrophage colony-stimulating factor 1
receptor), e do FLT3 (FMS-like tyrosine kinase 3 receptor). Estudos pré-clínicos efectuados in vitro e in
vivo descreveram que o sunitinib se liga fortemente a diferentes receptores cinásicos responsáveis
pelo crescimento dos GISTs (KIT e PDGFRA)84, 290.
Alguns estudos clínicos avaliaram a eficácia e a segurança do sunitinib nos doentes com GIST
avançado, após falência da terapêutica de primeira linha com imatinib291 26.
Num ensaio clínico fase II de doentes com GISTs avançados (n = 97), que apresentaram
progressão da doença após tratamento com imatinib291, o TPT mediano estimado foi de 34
semanas. No momento da análise dos dados, 7% dos doentes evidenciaram resposta parcial (RP) e
29% tinham doença estável (DE) ≥ 6 meses.
A eficácia do sunitinib nestes casos foi descrita num ensaio clínico randomizado fase III efectuado
em doentes com intolerância ao imatinib ou com GISTs resistentes ao tratamento26 (tabela 3). Os
doentes foram randomizados numa proporção de 2:1, para tratamento com 50 mg de sunitinib/dia
66
(esquema 4/2: 4 semanas de tratamento /2 semanas de pausa) ou com placebo. A análise dos
resultados mostrou que a mediana do TPT foi de 27,3 semanas nos doentes tratados com sunitinib
e 6,4 semanas nos doentes com placebo (p<0,0001). A mediana da SLP (24,1 semanas) foi
significativamente superior nos doentes tratados com sunitinib, quando comparada com a do grupo
com placebo (p<0,0001). O estudo foi aberto precocemente, após análise preliminar dos resultados,
e todos os doentes com placebo foram autorizados a passar para o braço terapêutico (sunitinib).
Nos doentes transferidos para o grupo com sunitinib, em 10% (6/59) observou-se RP e em 7%
(4/59) estabilidade da doença durante pelo menos 26 semanas após a transferência26.
A análise da sobrevida a longo prazo dos doentes incluídos neste estudo282 não revelou diferença
significativa na SG dos doentes que receberam sunitinib, quando comparada com a dos que
receberam placebo. No entanto, este resultado encontra-se enviesado pela inclusão dos doentes
provenientes do grupo placebo no braço de tratamento activo com sunitinib.
Na sequência dos resultados obtidos, o sunitinib foi aprovado pela FDA e pela EMA para o
tratamento dos doentes com GIST que apresentam progressão da doença sob terapêutica com
imatinib, ou nos casos de intolerância ao imatinib292.
Os efeitos adversos associados ao tratamento com sunitinib no estudo fase III26 foram descritos
como geralmente leves a moderados e controlados com a redução de dose. Os eventos de grau 3-4
mais frequentes foram: fadiga (10%), hipertensão arterial (7%), síndrome hand-foot (6%), diarreia
(5%) e astenia (5%). Foram também descritos cinco (2%) eventos adversos de grau 5: insuficiência
hepática, insuficiência ventricular esquerda, paragem cardíaca, isquemia cerebral e falência multi-
orgânica. Apesar dos benefícios clínicos obtidos em doentes com GISTs refractários ao imatinib, o
uso de sunitinib pode ser influenciado por toxicidades associadas ao tratamento prolongado. Têm
sido descritas cardiotoxicidade e hipotireoidismo nos doentes com ciclos repetidos de tratamento
com sunitinib no esquema 4/2293, 294. Dos 24 doentes avaliados num estudo realizado por
Mannavola et al., 46% desenvolveram hipotireoidismo e 25% uma elevação dos níveis da hormona
tireo-estimulante (TSH)294. Noutro estudo que avaliou a segurança terapêutica do sunitinib
(n=75)293, 11% dos doentes desenvolveram um evento cardiovascular após um tempo mediano de
tratamento de 34 semanas.
Um ensaio clínico fase II avaliou a dosagem diária (37,5 mg/dia) contínua de sunitinib em 60
doentes com GISTs metastáticos que apresentaram intolerância ou resistência ao imatinib295. Os
resultados preliminares deste estudo sugerem que a administração diária contínua de sunitinib
constitui um esquema de dosagem alternativo eficaz e bem tolerado.
Embora não exista nenhum estudo comparativo formal realizado no âmbito de um ensaio clínico
randomizado, o esquema terapêutico com dosagem diária mais baixa e contínua pode ser
considerada como opção válida em doentes seleccionados24. De facto, nos doentes cujos efeitos
adversos não são atenuados pelas pausas na dosagem do esquema intermitente, a decisão de
reiniciar o tratamento com sunitinib em dosagem diária contínua pode ser uma estratégia mais
eficaz, garantir a adesão terapêutica dos doentes e retardar a progressão da doença.
67
Há alguns indícios de que o ajuste das dosagens de imatinib de acordo com a monitorização dos
níveis séricos pode ser útil em doentes com GIST296. Esta evidência pode ser aplicável para outros
agentes terapêuticos específicos, como o sunitinib, mas carece de validação.
A resposta ao sunitinib e o genótipo dos GISTs
Nos resultados preliminares de um estudo fase I/II com sunitinib em doentes com GIST
descreveu-se benefício clínico em todas as principais mutações KIT297. Uma extensão deste estudo
indica que o benefício clínico do sunitinib se relaciona em parte com o estado mutacional dos
tumores, particularmente com o genótipo tirosina-cínase dos GISTs207. O benefício clínico (RP ou
DE ≥ 6 meses) foi observado nos três genótipos mais comuns: 34% nos tumores com mutações
primárias no exão 11 do KIT, 58% nos casos com mutações no exão 9 e 56% nos tumores wild-type
para o gene KIT ou com mutações do PDGFRA; a taxa de RP dos GISTs com mutações primárias
no exão 9, em comparação com os que apresentam mutações no exão 11 do KIT, foi de 37 vs. 5%,
respectivamente (p=0,002). A mediana da SLP e da SG foi significativamente superior nos doentes
com mutações primárias no exão 9 do KIT (19,4 e 26,9 meses, p=0,0005 e p=0,012,
respectivamente) e nos tumores com genótipo wild-type (19 e 30,5 meses, p=0,0356 e p=0,0132,
respectivamente), quando comparados com os casos que tinham mutações do KIT no exão 11207.
Estes resultados indicam que o tipo de mutações primárias e secundárias no receptor tirosina-
cinásico influenciam significativamente a actividade anti-tumoral do sunitinib, e que este pode ser
particularmente eficaz nos doentes que têm mutações do KIT no exão 9.
O imatinib continua a ser actualmente a opção de escolha no tratamento de primeira linha dos
doentes com GISTs irressecáveis e metastáticos. No entanto, a evidência mais recente sugere que o
sunitinib poderá ser eficaz como tratamento de primeira linha dos GISTs que têm mutações do KIT
no exão 9 e dos GISTs sem mutações KIT/PDGFRA (ex: GISTs pediátricos)12, 89, 207, 272.
Estudos in vitro descreveram que o sunitinib é eficaz nos GISTs que têm mutações secundárias
localizadas na bolsa de ligação-ATP (exões 13 e 14), mas não em casos com mutações secundárias
na ansa de activação cinásica (exões 17 e 18). Estes achados foram concordantes com os resultados
clínicos obtidos no estudo publicado por Heinrich et al.207: maior benefício clínico (61%) nos
doentes com mutações do KIT secundárias no exão 13 ou 14, quando comparado com o obtido
(15%) nos doentes com mutações secundárias no exão 17 ou 18 do KIT (p=0,011). A mutação
secundária associada a resistência mais frequente nos GISTs que têm mutações primárias no exão
11 do KIT, e que progridem durante o tratamento com imatinib, é a mutação pontual V654A na
bolsa de ligação-ATP152, 268. Esta mutação é sensível ao sunitinib, com base em estudos in vitro207.
Diversos autores descreveram que alguns tumores com mutações do KIT no exão 17 resistentes ao
imatinib (ex: mutações D816H e D816V) eram também resistentes ao sunitinib82.
Progressão da doença após tratamento com sunitinib
À semelhança do que acontece com o imatinib, o desenvolvimento de genótipos resistentes leva à
progressão da doença nos doentes tratados com sunitinib. Factores farmacocinéticos podem
68
também desempenhar um papel relevante na progressão da doença298. É possível que mecanismos
farmacocinéticos descritos para o imatinib estejam envolvidos noutros inibidores dos receptores
tirosina-cinásicos, mas é necessária investigação adicional para conclusões definitivas.
10. d) Opções terapêuticas após falência do tratamento dirigido a alvos moleculares
Embora seja possível obter uma resposta prolongada com os agentes terapêuticos (imatinib e
sunitinib) dirigidos a alvos moleculares, a maioria dos doentes com GISTs avançados desenvolvem
eventualmente resistência. Não há actualmente nenhum agente de terceira linha aprovado para
tratamento nos doentes com GIST avançado com progressão após terapêutica de segunda linha. As
opções possíveis são a inclusão num ensaio clínico ou a instituição de medidas paliativas. Após
falência da terapêutica com imatinib e sunitinib, as orientações internacionais recomendam que
deve ser considerada a opção do doente participar num dos ensaios clínicos em curso, testando
novas abordagens ou novas combinações terapêuticas para controlo da doença24, 138. Vários agentes
(ex: sorafenid, nilotinib, dasatinib e masitinib) estão a ser avaliados (tabela 4)28, 299-305. As
combinações de agentes inibidores tirosina-cinásicos devem ser desencorajadas fora dos ensaios
clínicos devido ao potencial de toxicidade.
Tabela 4. Novas terapêuticas dirigidas a alvos moleculares para o tratamento do GIST avançado (em investigação)
Agente Alvo(s)
Sorafenib
KIT, PDGFRA/B, VEGFR2–3, Raf, FLT3, RET
Nilotinib (AMN107) KIT, PDGFRA/B, BCR-ABL
Dasatinib (BMS-354825) KIT, PDGFRB, BCR-ABL, SRC
Masitinib (AB1010) KIT, PDGFRA/B, FGFR3
Motesanib (AMG 706) KIT, PDGFRA/B, VEGFR1–3, FLT3 ou RET
Vatalanib (PTK787/ZK222584) KIT, PDGFRA/B, VEGFR1–3
Regorafenib KIT, PDGFRB, VEGFR1–3, B-Raf, RET
Cediranib (AZD2171) KIT, PDGFRA/B, VEGFR1–3, FLT3, RET
Panobinostat Histone deacetylase
PKC412 KIT, PDGFRA/B, VEGFR2, proteína cínase C
Everolimus mTOR
Retaspimycin (IPI-504) HSP-90
PDGFRA/B = Platelet-derived growth factor receptor α/β; FLT3 = FMS-like tyrosine kinase 3; RET = glial cell-line derived neurotrophic factor receptor (REarranged during Transfection); BCR-ABL = breakpoint cluster region-Abelson gene; SRC = proto-oncogenic tyrosine kinases; FGFR3 = fibroblast growth factor receptor 3; Raf = serine/threonine-protein kinase; mTOR = mammalian target of rapamycin; HSP-90 = heat shock protein 90.
Tabela adaptada de Reichardt, P.306
69
Estudos recentes descreveram que os doentes com GISTs que progrediram após diferentes opções
terapêuticas (estabelecidas e/ou experimentais) podem obter benefício clínico quando é
reintroduzido o mesmo agente terapêutico a que tinham previamente respondido (imatinib;
sunitinib)307, 308. Quando não existe outra opção, a manutenção do tratamento com o mesmo agente
pode retardar a progressão da doença.
Na ausência de ensaios clínicos para tratamento alternativo, a continuação ou a reintrodução do
inibidor tirosina-cinásico a que o doente já foi exposto pode ser uma opção adequada24, 138.
70
71
OBJECTIVOS
72
73
OBJECTIVOS
Objectivo geral
O objectivo geral da presente dissertação consistiu na caracterização clínico-patológica, imuno-
histoquímica e molecular de uma série de doentes consecutivos com GIST, diagnosticados e
tratados numa unidade de cuidados terciários de saúde (Hospital de São João) em Portugal.
Pretendia-se caracterizar os fundamentos do diagnóstico e clarificar os princípios do tratamento
destes tumores, numa perspectiva multidisciplinar, com especial ênfase na terapêutica cirúrgica.
Adicionalmente, pela análise da sobrevida dos doentes, pretendia-se clarificar o possível impacto de
parâmetros de prognóstico e preditivos da resposta terapêutica em doentes com GIST.
Objectivos específicos
1. A ressecção cirúrgica é o tratamento de eleição para os GISTs primários e pode ser curativa. No
entanto, o impacto da extensão da ressecção sobre o prognóstico dos doentes continua a ser
objecto de discussão.
Objectivo: Analisar o valor prognóstico da qualidade das margens cirúrgicas no tratamento dos
doentes com GIST primário.
2. Os GISTs em localização extragástrica ou extra-intestinal são menos frequentes e têm sido pouco
analisados. Nestes casos, o diagnóstico diferencial com outros tumores mesenquimatosos é
particularmente importante, não só pelo risco de comportamento agressivo, mas também pelas
implicações terapêuticas específicas, que incluem drogas dirigidas a alvos moleculares.
Objectivo: Avaliar os procedimentos de diagnóstico de GIST no esófago, que é uma localização
rara deste tipo de tumores, e rever as opções terapêuticas mais adequadas nesta localização.
3. Há evidências que indicam que os GISTs incluem tumores geneticamente muito heterogéneos,
com prognósticos distintos e respostas variáveis ao tratamento com os inibidores tirosina-cinásicos
aprovados para o tratamento não-cirúrgico (ex: imatinib e sunitinib) dos doentes.
Objectivo: Avaliar o estado mutacional dos genes KIT e PDGFRA numa série de doentes, para
correlacionar as características clínico-patológicas e moleculares identificadas e o seu impacto no
prognóstico dos doentes com GIST.
4. Os GISTs resultam geralmente de mutações oncogénicas nos genes KIT ou PDGFRA, e numa
percentagem variável (10-40%) de casos não se identificam alterações genéticas nestes genes
(GISTs wild-type).
74
Objectivo: Esclarecer as alterações moleculares alternativas em GISTs wild-type, procurando
identificar alterações potencialmente úteis para o diagnóstico e eventualmente preditivas de resposta
a terapêuticas dirigidas a novos alvos moleculares em doentes com GIST.
5. Os parâmetros com impacto prognóstico importante nos GISTs primários incluem: dimensão
maior, localização no tubo digestivo/extragastrointestinal, ruptura tumoral, índice mitótico, tipo de
mutações do KIT / PDGFRA e qualidade da ressecção cirúrgica. Contudo, alguns casos continuam
a revelar comportamento biológico imprevisível, levando à necessidade da pesquisa de novos
marcadores moleculares com valor prognóstico e/ou preditivo para os doentes.
Alguns marcadores (ex: proteína RKIP - Raf kinase inhibitory protein) são considerados supressores da
metastização e têm sido reconhecidos como parâmetros de prognóstico em diferentes cancros (ex:
carcinomas da próstata, colo-rectais e gástricos).
Objectivo: Avaliar a expressão de RKIP, a sua associação com diferentes parâmetros clínico-
patológicos, e esclarecer o papel deste marcador em doentes com GISTs primários.
75
MATERIAL E MÉTODOS
76
77
MATERIAL E MÉTODOS
Uma vez que cada subcapítulo da secção de resultados corresponde a um trabalho publicado com
material e métodos, decidiu-se simplificar o mais possível a estrutura deste capítulo nesta dissertação.
Foram avaliados os registos clínicos e patológicos e o material relacionado com todos os casos
consecutivos de tumores estromais gastrointestinais (GISTs) diagnosticados e tratados no período
decorrido entre 1989 e 2006 (18 anos) nos serviços de Cirurgia Geral e Anatomia Patológica do
Hospital de S. João do Porto, Portugal.
De entre todos os doentes admitidos com o diagnóstico de “tumor mesenquimatoso” do tubo
digestivo neste período, foram identificados 114 casos em que se confirmou o diagnóstico de
GIST.
1 - Parâmetros clínicos e cirúrgicos
Foram estudados os seguintes parâmetros clínicos dos doentes: género, idade, localização do tumor
primário, sintomas clínicos e sinais de apresentação. O tipo de ressecção cirúrgica (enucleação,
ressecção atípica/em cunha, ressecção segmentar, ressecção total/subtotal de órgão e ressecção
“em bloco”) do tumor foi avaliado em cada um dos 96 casos com ressecção macroscópica
completa. Os procedimentos cirúrgicos foram agrupados da seguinte forma: enucleação, ressecção
em cunha/segmentar, ressecção total/subtotal de órgão e ressecção “em bloco”.
2 - Parâmetros anátomo-patológicos e imuno-histoquímicos
Todo o material anátomo-patológico disponível foi avaliado em cortes de 4-µm corados por
hematoxilina-eosina (HE) [número médio de fragmentos estudados por caso: 6,1 (intervalo: 1-26)],
e o diagnóstico de GIST foi estabelecido de acordo com a classificação da Organização Mundial de
Saúde (OMS) 309. Os parâmetros analisados em cada tumor foram: o maior diâmetro (cm), estado
das margens de ressecção [negativas (R0) e positivas (microscópicas/R1 e macroscópicas/R2)], tipo
celular (fusiforme, epitelióide e misto), presença ou ausência de necrose, índice mitótico (número de
mitoses por 50 CGA) e classificação de risco do GIST ─ muito baixo (MB), baixo (B), intermédio
(I) e alto (A) risco 182.
Os estudos imuno-histoquímicos foram realizados em cortes de 3-µm representativos de cada
tumor usando o princípio do complexo estreptavidina-biotina-peroxidase. Foram utilizados os
78
seguintes anticorpos policlonais anti-humanos de coelho: CD117, actina, desmina, proteína S100 e
CD34. Foram também utilizados anticorpos primários dirigidos contra o fosfo-KIT, SCF, fosfo-
ERK e RKIP. Os procedimentos imuno-histoquímicos foram realizados segundo metodologia já
descrita pelo nosso grupo e por outros autores310-313, com algumas modificações. Muito
resumidamente, as lâminas desparafinadas e rehidratadas foram incubadas durante 10 minutos em
3% de peróxido de hidrogénio em metanol, para inibir a peroxídase endógena. Após incubação
com anticorpo primário, foi aplicado o anticorpo secundário biotinilado anti-polivalente de cabra
durante 10 minutos, seguido de incubação com os complexos estreptavidina-peroxídase. A reacção
imunológica foi visualizada utilizando DAB (diaminobenzidina) como cromogéneo. Qualquer
imuno-reactividade (forte/fraca, focal, moderada ou difusa) membranar (CD117) e/ou
citoplasmática (CD117, actina, desmina e CD34), e nuclear (proteína S100) das células foi
considerada como positiva. No estudo imuno-histoquímico da expressão de fosfo-KIT, SCF, fosfo-
ERK e RKIP avaliou-se a extensão e a intensidade da imuno-reactividade. A extensão da imuno-
reactividade foi avaliada numa escala de 0 a 3 (0, ausência de células positivas; 1, <25% de células
positivas; 2, 26-50% de células positivas; e 3,>50% de células positivas) e a intensidade também
numa escala de 0 a 3 (0, negativa; 1, fraca; 2, moderada; 3, forte). A pontuação final usada resultou
da soma das pontuações atribuídas à extensão e à intensidade (negativa: 0 a 2; moderadamente
positiva: 3 e 4; e fortemente positiva: 5 e 6). Foram incluídos controlos positivos e negativos
apropriados para cada procedimento. Para os controlos negativos foram omitidos anticorpos
primários. Todos os cortes foram contrastados com hematoxilina.
3 - Extracção de ADN
As amostras foram obtidas por dissecção de áreas seleccionadas, com pelo menos 85% de tecido
tumoral, para um tubo de micro-centrifugação, utilizando agulha esterilizada (Neolus 25G - 0,5 mm).
A extracção de ADN foi realizada como previamente descrito314. Resumidamente, as amostras
foram desparafinadas mediante extracção seriada com xilol e etanol em concentrações decrescentes
(100%-70%-50%), e secagem ao ar. O ADN foi extraído utilizando o QIAamp® DNA Micro Kit da
Qiagen.
4 - Análise de mutações nos genes KIT e PDGFRA
A análise mutacional do gene KIT foi realizada seguindo metodologia descrita previamente36, 311, 314.
Nos GISTs wild-type para o gene KIT foram ainda investigadas mutações hotspot no gene PDGFRA.
O ADN foi submetido a amplificações por reacção de polimerização em cadeia (PCR; polymerase
chain reaction) seguida de sequenciação directa, para os exões 11 do KIT e 12, 14 e 18 do PDGFRA, e
de uma pré-selecção pela técnica de polimorfismo conformacional de cadeia simples (SSCP; single
strand conformational polymorphism), seguida de sequenciação directa dos casos positivos, para os exões
9, 13, 14 e 17 do KIT. Resumidamente, a reacção PCR foi realizada com um volume final de 25µL,
79
nas seguintes condições: 1x Buffer (Bioron, Germany), 1,5 mM de MgCl2, 200 µM de dNTPs
(desoxirribonucleotídeos-trifosfato), 0,5 µM de iniciadores e 1 U de SuperHot Taq Polymerase. A análise
SSCP dos exões 9, 13, 14 e 17 foi realizada num gel 1x MDE (mutation detection enhancement), com
adição de percentagens diferentes de glicerol na análise de diferentes exões. Vinte microlitros de
produto da PCR foram incubados a 95ºC durante 10 minutos com um volume igual do
tampão de corrida de formamida [98% de formamida, 10 mM de ácido etilenodiamino tetra-acético
(EDTA) e 1 mg/mL de azul de bromofenol e xileno cianol]. Os géis SSCP foram processados a
20ºC, e as amostras com padrão SSCP diferente do normal foram sequenciadas directamente.
Todos os casos foram confirmados duas vezes, com nova amplificação por PCR e técnicas de SSCP
e de sequenciação directa.
5 - Análise de mutações na região 3’ do exão 11 do KIT e nos genes H-RAS, K-RAS, N-RAS e BRAF
A pré-selecção das regiões hotspot do KIT (região 3’ do exão 11), H-RAS, K-RAS, N-RAS [exões 1
(codões 12-13) e 2 (codão 61)] e BRAF (exões 11 e 15) foi efectuada por PCR – SSCP, seguida pela
realização de sequenciação directa do ADN nas amostras que evidenciaram uma alteração da
mobilidade. Resumidamente, a reacção PCR foi realizada com um volume total de 25µL,
consistindo em 1 µL de solução de ADN, 0,3 µM de iniciadores paralelos e anti-paralelos, 200 µM
de dNTPs, 1,5 mM de MgCl2, 1x Taq Buffer incompleto e 1 U de Taq Superhot DNA Polymerase. A
reacção consistiu numa desnaturação inicial a 96ºC durante 10 minutos, seguida por 40 ciclos de
desnaturação a 96ºC durante 45 segundos, hibridação a 55-60ºC durante 45 segundos e extensão a
72ºC durante 45 segundos, seguida de uma extensão final de 10 minutos a 72ºC, num Thermocycler.
As sequências iniciadoras para todos os genes foram como anteriormente descrito315-317. Os
produtos da PCR foram misturados com quantidade equivalente do tampão desnaturante de
formamida [98% de formamida, 10 mM de EDTA, 1 mg ⁄ml de azul de bromofenol e xileno
cianol]. Após desnaturação a 98ºC durante 10 minutos e arrefecimento em gelo, 20 µL da mistura
foram adicionados a um gel 1x MDE e percentagens variáveis de glicerol para os genes KIT, K-
RAS, H-RAS e N-RAS, e a um gel 0,8x MDE sem glicerol para o BRAF. As amostras que, na
análise SSCP, apresentaram um padrão diferente do habitual foram sequenciadas directamente.
Todos os casos foram confirmados duas vezes, com nova amplificação por PCR independente
seguida de sequenciação directa.
6 - Análise da metilação no promotor do gene RKIP
Foi determinado o padrão de metilação do ADN na região promotora do gene RKIP através da
PCR específica para metilação (MSP; methylation-specific PCR), segundo técnica anteriormente
descrita318, com algumas modificações. Foi previamente efectuado tratamento de 200 ng de ADN
com bissulfito, usando o EZ DNA Methylation Golf Kit. Foram usados iniciadores específicos para
80
distinguir o ADN metilado (produto de PCR com 204 pb) do ADN não metilado (produto de PCR
com 205 pb), tal como os controlos de ADN metilado e ADN não metilado adequados.
7 - Follow-up e análise estatística
Os dados relativos ao follow-up dos doentes foram obtidos através de entrevistas directas com os
doentes ou com familiares, bem como pela análise dos registos hospitalares. A análise da sobrevida
dos doentes referenciados e seguidos em regime ambulatório baseou-se na actualização sistemática
dos dados da avaliação clínica e imagiológica de cada doente. Foi possível obter informação para
todos os casos seleccionados nas diferentes avaliações efectuadas. Os parâmetros clínicos e
patológicos estudados foram analisados como possíveis factores de prognóstico para recidiva local
ou à distância (metastização) e sobrevida especifica (SE), relacionada com a doença. A sobrevida
livre de doença (SLR) foi calculada a partir da data da cirurgia até à primeira evidência de recidiva,
local ou à distância (ou ambas), nos tumores submetidos a ressecção macroscópica completa; foram
excluídos desta análise os tumores com ressecção R2. A sobrevida foi calculada a partir da data de
diagnóstico até à morte relacionada ou não com a doença, ou censurada na data da última
observação.
A análise da sobrevida global (SG), da SE e da SLR dos casos submetidos a ressecção foram
determinadas pelo método de Kaplan-Meier e pelo teste Log rank, com o programa SPSS, versões
14.0 e 15.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). A associação entre variáveis clínico-patológicas ou
moleculares e a recidiva do tumor foi analisada com o teste Qui-quadrado ou com o teste exacto de
Fisher, consoante os casos. O hazard ratio (HR) foi calculado (na análise univariada) com o modelo
de regressão de Cox separadamente para cada variável, e foi considerado estatisticamente
significativo o valor de probabilidade inferior a 0,05 (p≤0,05). A análise multivariada foi efectuada
com o modelo de riscos proporcionais de Cox e apenas foram incluídas as variáveis consideradas
estatisticamente significativas na análise univariada.
81
RESULTADOS
Os cinco trabalhos que a seguir se apresentam reproduzem os estudos efectuados para o
esclarecimento das questões levantadas no capítulo de objectivos desta dissertação.
82
83
Trabalho I
84
Surgical Margin Status and Prognosis of GastrointestinalStromal Tumor
Antonio M. Gouveia Æ Amadeu P. Pimenta Æ Ana F. Capelinha ÆDionısio de la Cruz Æ Paula Silva Æ Jose M. Lopes
Published online: 7 August 2008
� Societe Internationale de Chirurgie 2008
Abstract
Background Surgery is the best treatment for primary
GIST and may be curative, but resection extension/com-
pleteness impact on the prognosis remains controversial.
The authors aim was to evaluate the clinicopathological
(CP) parameters and surgical margins status influence on
GIST patients’ outcome.
Materials and methods The study evaluated 113 con-
secutive patients with sporadic GIST; the influence of CP
parameters on recurrence-free survival (RFS) and disease-
specific survival (DSS) was determined by univariate
analysis (UA) and multivariate analysis (MA).
Results Of 104 cases, macroscopically complete resec-
tion was achieved in 96: R0 surgical margin status in 78
and R1 in 18. Recurrence rates (12.5%) were significantly
lower in R0 (9.0%) than in R1 (27.8%). Tumor [10 cm,
mitotic count[5/50 high power field (HPF), and high-risk
GIST predicted poor RFS and DSS (UA). Disease-specific
survival was significantly shorter after macroscopic
incomplete (R2) resection, for mixed cellular morphology,
and in tumors with necrosis (UA). High-risk GIST (p =
0.016) and R2 resection (p = 0.013) predicted poor DSS of
patients (MA).
Conclusions High risk and positive macroscopic surgical
margin status are parameters associated with poor disease-
specific survival in GIST patients.
Introduction
Gastrointestinal stromal tumor (GIST) is the most common
of the mesenchymal tumors, accounting for up to 3% of
malignant tumors of the gastrointestinal tract (GI). Lack of
reproducible diagnostic criteria led to previous classifica-
tion of such tumors as leiomyomas, leiomyoblastomas, and
leiomyosarcomas, avoiding accurate actual use based on
older published work of GI sarcoma surgical management.
Recent reports define GIST as a c-KIT (CD117) positive
mesenchymal tumor [1].
Gastrointestinal stromal tumors vary in their malignant
potential, with a spectrum ranging from virtually benign
tumors, to tumors with uncertain malignant potential, to
highly malignant tumors. The proportion of overtly
malignant or high-risk GISTs accounts for 20–45% of
diagnosed GISTs [2, 3].
Surgery is the best treatment for primary GISTs and may
be curative [4–11]. After successful complete or en bloc
removal of the tumor and surrounding tissue, surgery for
GIST should establish a complete margin of normal tissue
around the primary tumor site [4–7, 12–17]. Incomplete
resection is considered a major factor predictive of poor
prognosis in GIST patients. However, the effect of com-
pleteness and extension of GIST resection on the prognosis
of patients remains controversial [4, 7, 12, 13, 16, 17].
Because controversy remains regarding the prognostic
value of surgical margins in the management of patients
with GIST, we aimed to develop a study in which to
A. M. Gouveia � A. P. Pimenta
Department of Surgery, Hospital de S. Joao/Porto Medical
School, Al. Prof. Hernani Monteiro, 4202-451 Porto, Portugal
A. M. Gouveia � A. P. Pimenta � P. Silva � J. M. Lopes (&)
Institute of Molecular Pathology and Immunology of the
University of Porto (IPATIMUP), R. Dr. Roberto Frias,
4200-465 Porto, Portugal
e-mail: jmlopes@ipatimup.pt
A. F. Capelinha � D. de la Cruz � P. Silva � J. M. Lopes
Department of Pathology, Hospital de S. Joao/Porto Medical
School, Al. Prof. Hernani Monteiro, 4202-451 Porto, Portugal
123
World J Surg (2008) 32:2375–2382
DOI 10.1007/s00268-008-9704-8
evaluate prognostic clinicopathological parameters and
surgical margins status on the outcome in a series of 113
consecutive patients diagnosed with primary GIST at the
University Hospital of S. Joao, Porto, Portugal.
Materials and methods
Clinical and pathological files and material related to all
consecutively primary gastrointestinal stromal tumors
(GISTs) diagnosed in the 18 years between 1989 and 2006
were retrieved from the Surgery and Pathology Depart-
ments of Hospital S. Joao, Porto, Portugal.
Clinical and surgical parameters
Clinical parameters of the patients included gender, age,
primary tumor site, clinical symptoms, and signs at pre-
sentation. The type of surgical resection (enucleation,
wedge resection, segmental resection, total/subtotal organ
resection, en bloc resection) of the tumor was evaluated in
each case. Surgical procedures were grouped as follows:
wedge/segmental, enucleation, total/subtotal organ resec-
tion, and en bloc resection.
Pathological parameters
All available pathological material was evaluated on 4-lm
hematoxylin & eosin–stained sections [mean number of
fragments studied per case: 6.1 (range: 1–26)], and the
diagnosis of GIST was established according to the WHO
classification [1].
Analyzed parameters for each tumor included largest
size (cm), negative (R0) and positive (microscopic-R1, and
macroscopic-R2) resection margin status [18], cell type
(spindle, epithelioid, and mixed), presence or absence of
necrosis, mitotic activity [number of mitoses per 50 high
power field (HPF), 9400], and risk group of the GIST—
very low (VL), low (L), intermediate (I), and high (H) [19].
The immunohistochemistry analysis was performed on
representative 3-lm sections of each tumor using the
streptavidin-biotin-peroxidase complex principle. Rabbit
polyclonal anti-human antibodies used were raised against
CD117 (dilution 1:500; clone A 4502, DAKO A/S, Den-
mark), actin (dilution 1:100; clone HHF35, DAKO, A/S,
Denmark), desmin (dilution 1:50; Zymed Laboratories,
South San Francisco, CA), S100 protein (dilution 1:1000;
DAKO A/S, Denmark), and CD34 (dilution 1:40; clone
QBEnd/10, Novocastra Laboratories Ltd, Newcastle-upon-
Tyne, UK).
Briefly, deparaffinized and rehydrated slides were sub-
jected to 10 min incubation in 3% hydrogen peroxide in
methanol, in order to inhibit endogenous peroxidase. No
antigen retrieval was used. After incubation with primary
antibody at room temperature for 30 min, the secondary
biotinylated goat anti-polyvalent antibody was applied for
10 min, followed by incubation with the streptavidin-per-
oxidase complex. The immune reaction was visualized by
DAB as a chromogen (Ultravision Detection System Anti-
polyvalent, HRP/DAB; Lab Vision, Fremont, CA). Any
(strong/weak, focal, moderate, or diffuse) membrane
(CD117) and/or cytoplasm (CD117, actin, desmin, and
CD34), and nuclear (S100 protein) immunoreactivity of the
cells was considered as positive staining. Appropriated
positive and negative controls were included in each run:
interstitial cells of Cajal in a section of normal intestine
were used as positive control for CD117; smooth layers, for
actin and desmin; small nerves, for S100 protein; and
vessels, for CD34. For negative controls, primary anti-
bodies were omitted. Mast cells, smooth layers, small
nerves, and vessels were used as internal positive controls
in the cases tested. All sections were counterstained with
hematoxylin.
Follow-up and statistical analysis
Follow-up information was collected through direct inter-
view with patients or their relatives, and by review of in-
hospital patient files. Outcome data were available for all
patients as of December 2007. Studied clinical and patho-
logical parameters were analyzed as possible prognostic
factors for local or distant (metastasis) recurrence and dis-
ease-specific survival (DSS). Recurrence-free survival
(RFS) was calculated from the time of surgery until the first
evidence of recurrence, either distant or local, or both, in
tumors with macroscopic complete resection; tumors with
R2 resection were excluded for this calculation. Survival
was calculated from the time of diagnosis until death related
or not with the disease, or censored at the time of latest
follow-up. Eight GIST patients with surgically resected
tumors were treated with imatinib, as follows: because of
tumor recurrence in five patients; as neodjuvant treatment in
one case; as adjuvant treatment in one en-bloc-resected
high-risk tumor; and because of R2 status margin in one
patient. Recurrence-free survival, overall survival (OS), and
DSS of all resected tumors were determined by Kaplan-
Meier analysis [20], with SPSS software for Windows
(version 14.0). Association between clinicopathological
variables (e.g., risk group and margin status) and tumor
recurrence was evaluated with the chi-square test or Fish-
er’s exact test, as appropriate. Crude hazard ratio (HR) was
computed (univariate analysis) with separate Cox regres-
sions for each variable, and a probability value of less than
0.05 (p value\0.05) was considered statistically significant.
Multivariate analysis was performed with the Cox propor-
tional hazards model, and only variables that were deemed
2376 World J Surg (2008) 32:2375–2382
123
statistically significant by univariate analysis were consid-
ered for the final Cox model.
Results
Clinical data
The patients entered into this study were 113 Caucasian
patients with 114 sporadic tumors; one patient had
metachronous gastric and colon GISTs. The series included
59 (52.2%) women and 54 (47.8%) men, with a median age
of 66 years (range: 20–88 years). At presentation, major
symptoms and signs included gastrointestinal bleeding
(37.0%), abdominal pain (12.9%), abdominal mass (7.4%),
tumor rupture (6.5%), and bowel obstruction (3.7%). Some
24.1% of patients were asymptomatic and their tumors
were incidental findings on radiological examination and
after surgery for other conditions.
By site, the tumors were located as follows: stomach
(58.6%), small bowel (30.6%), colon/rectum (4.5%), mes-
entery (3.6%), esophagus (1.8%), and omentum (0.9%); in
three cases accurate localization was not possible because
of the large dimension of the tumors.
One patient, diagnosed by endoscopic biopsy, was not
submitted to surgery because of extensive local disease and
poor general condition. Surgical resection was macro-
scopically complete in 96 (84.9%) and incomplete in 8
tumors. In the remaining 9 (8%) cases, tumor resection was
not performed because of the presence of liver metastases
and diffuse peritoneal disease (3 cases), and extensive local
invasion (6 cases).
The median follow-up time of patients was 42.6 months
(range: 1–206 months), and the 5-year cumulative overall
survival was 63.8%.
Surgical treatment
Only patients with surgically resected tumors (n = 104)
were considered for further analysis. The mean and median
ages of those men and women were 63.4 years and
66 years, respectively (range: 20–88 years), and the male/
female ratio was 0.8/1. Tumor frequency by primary site
was as follows: 62 (59.6%) stomach, 33 (31.7%) small
bowel, 4 (3.8%) colon and rectum, 3 (2.9%) mesentery, and
1 each in the esophagus and omentum.
The surgical procedures by primary site of tumor were
as follows: stomach: wedge resection (29 [46.8%]), enu-
cleation (12), distal/subtotal gastrectomy (12), total
gastrectomy (7), and extended en bloc resection (2); small
bowel: segmental resection (24 [72.7%]), enucleation (7),
pancreaticoduodenectomy (1), and extended resection (1);
colon: segmental resection (2), total colectomy (1), and en
bloc resection (1); for esophagus: Ivor-Lewis resection (1);
for mesentery: enucleation (2) and segmental resection (1);
for omentum: enucleation (1).
In 7 cases tumor rupture occurred in association with
either peritonitis (4 cases) or hemoperitoneum (3 cases);
tumor resection was accomplished in 5 patients, and
postoperative death occurred secondary to peritonitis and
shock/multiorgan failure in two patients; despite tumor
resection, peritoneal recurrence leading to death occurred
in 2 patients.
Pathological parameters
The mean and median tumor sizes were 6.8 cm and 5.1 cm,
respectively (range: 0.5–24 cm). The tumor dimension was
B5 cm in 52 cases, from [5 to B10 cm in 30 cases, and
[10 cm in 22 cases.
Tumor cell morphology of the GISTs was spindle in
66.3%, epithelioid in 12.5%, and mixed in 21.2%. Strong
membrane and/or cytoplasm tumor cell immunoreactivity
for CD117 was found in variable focal, moderate, or dif-
fuse areas in 96 (92.3%) of the GISTs. In three cases,
CD117 immunoreactivity was weak. Eight (7.7%) GISTs
did not disclose CD117 immunoreactive tumor cells.
Interstitial cells of Cajal and mast cells, as internal positive
controls, were variably observed in every case. The fre-
quency and expression features of the other antibodies was
variable from case to case, and within the same tumor, as
follows: focal/rare tumor cells for actin (52.1%), desmin
(6.4%), and S100 protein (17.9%); and moderate/diffuse
for CD34 (72.7%)—data not shown. Six of eight CD117-
negative GISTs expressed CD34 without any tumor cell
expression for other markers tested.
Tumor necrosis was observed in 55 cases. The mean/
median mitotic rates were 4.6/3.0 mitoses/50 HPF (range:
0–27 mitoses). Mitotic count was B5 mitoses/50 HPF in 80
tumors and [5 mitoses/50 HPF in 24 tumors. The GISTs
were classified according to risk group as follows: 70
(67.3%) very low/low/intermediate risk (14 VL; 33 L; 23
I); and 34 (32.7%) high risk.
Margin status was classified as R0 in 78 tumors, R1 in
18 (9 enucleations; 9 wedge/segmental resections), and R2
in 8 (1 enucleation; 3 wedge/segmental resections; 2 total/
subtotal organ resections; 2 en bloc resections).
Follow-up and outcome
The 5-year recurrence-free survival (RFS) was 89.8% and
77.3% at 10 years, with a median follow-up time of
46 months (range: 1–206 months). The overall recurrence
rate was 12.5% (12 cases) distributed as follows: local
stomach serosa (1); diffuse peritoneal metastases (4); liver
metastases (4); and synchronous peritoneal and liver
World J Surg (2008) 32:2375–2382 2377
123
metastases (3). The percentage of recurrence was signifi-
cantly lower (p = 0.045) in R0 tumors (9.0%) than in R1
(27.8%) tumors. The recurrence rate in very low/low and
intermediate risk tumors (4.4% and 4.5%, respectively)
was significantly lower (p = 0.001) than in high-risk
(34.6%) GISTs. Imatinib treatment (400 mg daily) was
carried out in five recurrent GISTs with escalation to
600 mg daily whenever indicated. Surgical treatment was
attempted in three cases: (a) R0 resection (local gastric
recurrence); (b) R2 resection (extensive peritoneal metas-
tases); and (c) surgical biopsy (synchronous peritoneal and
liver metastases). These patients are alive without (a) and
with (b, c) evidence of disease at last follow-up.
The 5-year/10-year cumulative disease-specific survival
(DSS) was 87.7%/81.7%, with a median follow-up time of
45.9 months (range: 1–206 months). None of the 39
(37.9%) patients who died, 5 of them within the immediate
postoperative (one month) period, were submitted to
autopsy study. In 13 patients the cause of death was the
tumor. In the surviving patients, 5 are with and 59 are
without evidence of disease; 7 are under imatinib treat-
ment, without evidence of disease (n = 2), with a partial
response (n = 2), and with stable disease (n = 3).
Prognostic evaluation
Table 1 summarizes clinicopathological parameters of the
series. In the univariate analysis, tumor size [10 cm and
number of mitoses per 50 HPF [5 were predictive of a
poor RFS (HR = 5.61; p = 0.015 and HR = 4.22; p = 0.013,
respectively) and DSS (HR = 8.83; p = 0.006 and HR =
5.24; p = 0.004, respectively). Patients with high-risk
GISTs had a significantly shorter RFS and DSS than those
with very low/low/intermediate risk GISTs (HR = 7.63; p =
0.002 and HR = 22.8; p \ 0.003, respectively). The DSS
was shorter after macroscopical incomplete (R2) resection
(Fig. 1), and this difference was statistically significant
(HR = 13.56; p\0.001); RFS showed a trend to be shorter
after R1 resection (HR = 3.03; p = 0.059) Disease-specific
survival was shorter for mixed cellular type and in tumors
with necrosis (HR = 3.81; p = 0.027 and HR = 5.73; p =
0.023, respectively). Age, gender, and primary site of
tumor were not significant prognostic parameters.
Prognostic value of risk group and margin status for DSS
was significant in the multivariate study (Table 2): high-risk
tumors (p = 0.016) and macroscopic positive (R2) margin status
(p = 0.013) were predictive of poor survival in GIST patients.
Discussion
Gastrointestinal stromal tumors occur predominantly in
middle-aged and older patients (median age 63 years [21,
22]), without gender predominance. They are infrequent in
patients younger than 40 years. They originate in the GI
tract with a frequency as follows: stomach (40–70%), small
intestine (20–40%), colon and rectum (5–15%), esophagus
(\5%), and rarely in the mesentery, omentum, retroperi-
toneum, and other intra-abdominal structures [4, 15, 22–
28]. Our series, like those in most reports, reveals no
influence of either age or gender on the survival of GIST
patients.
Small GISTs (B2 cm) are virtually benign, usually
asymptomatic, and are detected during investigations or
surgical procedures for unrelated disease. The symptoms of
GIST are most commonly related to mass effect or bleed-
ing. The most common symptom at presentation is GI
bleeding [21] resulting from erosion of the tumor into the
lumen of the GI tract. Tumor rupture into the abdominal
cavity is also possible, causing life-threatening hemor-
rhage. Patients with GIST may also exhibit various other
symptoms that include early satiety, abdominal pain or
discomfort, nausea, vomiting, obstruction, abdominal
mass, dysphagia, jaundice, and anemia-related symptoms
[21, 29]. In our series, asymptomatic GIST comprised 1/4
(24.1%) of all cases, and this may account for the lower
incidence of synchronous metastatic disease and more
favorable prognosis compared with most of the reported
data.
Gastrointestinal stromal tumors can be composed of
spindle (70%), epithelioid (20%), or mixed cells [19]. Our
histological findings are consistent with the results
obtained by most groups. Immunohistochemistry, as an
important tool in the differential diagnosis from other
neoplasms, disclosed 7.7% CD117-negative tumors in our
series. Molecular analysis of KIT and PDGFRA hot spot
genes described in GISTs and already published by our
group [30] fits with reported series and may help the final
diagnosis of difficult cases.
Many clinical and pathological parameters may influ-
ence survival of GIST patients [4, 10, 11, 13, 24, 31–42]. In
our study, parameters found in multivariate analysis to
significantly influence DSS were incomplete macroscopic
(R2) tumor resection and high risk group. Other parame-
ters, such as tumor size[10 cm, mitotic count[5/50 HPF,
cellular morphology, and tumor necrosis, showed statistical
significance in the univariate analysis for DSS. Prognosis
after primary surgical resection is dependant on GIST
malignant potential [4, 5], but prognostic grading systems
to identify high risk or malignant GIST remain contro-
versial and are still under investigation [10, 19, 36, 43, 44].
With various grading systems, the rate of recurrence after
primary surgical treatment of high-grade GISTs reported in
the literature is high [5, 10–13, 19, 37, 45] and their
prognosis is poor [4, 5, 10, 11, 32, 33, 37, 38, 46, 47]. With
the consensus grading system [19], the RFS and OS after
2378 World J Surg (2008) 32:2375–2382
123
primary surgical treatment of high-risk GIST is short [11,
19, 37, 47]. The recurrence rate in our series was signifi-
cantly associated with the risk grade of GIST, and high-risk
tumors were associated with poor DSS in both the uni-
variate and the multivariate analyses.
Several reports showed higher risk for recurrent disease
and shorter OS after primary resection of large tumors
([5 cm or[10 cm) [4, 5, 10, 24, 31, 32, 36–38, 46–52]. We
found tumor size larger than 10 cm to be a predictive factor
for poor DSS in the univariate analysis. Primary tumor site
Table 1 Clinicopathological parameters and recurrence-free survival/disease-specific survival of Gastrointestinal Stromal Tumor (GIST)
patients
Parameters RFSa DSS
n (%) Events (n) HR 95% CIb p Value n (%) Events (n) HR 95% CI b p Value
Agec (years)
B60 37 (39) 4 1 – 39 (38) 4 1 –
[60 59 (61) 8 1.63 0.49–5.44 ns 64 (62) 9 1.61 0.49–5.25 ns
Genderc
Female 54 (56) 5 1 – 57 (55) 4 1 –
Male 42 (44) 7 1.83 0.58–5.79 ns 46 (45) 9 2.92 0.89–9.51 0.075
Tumor site
Stomach 60 (63) 7 1 – 62 (59) 6 1 –
Small bowel 29 (30) 3 0.91 0.24–3.54 ns 33 (32) 5 1.56 0.47–5.10 ns
Other 7 (7) 2 2.43 0.50–11.78 ns 9 (9) 2 2.36 0.48–11.74 ns
Type of surgery
Wedge/segmental resection 53 (55) 6 NA NA 56 (54) 7 NA NA
Enucleation 21 (22) 2 NA NA 22 (21) 0 NA NA
Total/subtotal organ resection 20 (21) 4 NA NA 22 (21) 4 NA NA
En bloc resection 2 (2) 0 NA NA 4 (4) 2 NA NA
Tumor size (cm)
B5 51 (53) 3 1 – 52 (50) 2 1 –
[5 to B10 29 (30) 3 1.44 0.29–7.18 ns 30 (29) 3 1.56 0.22–11.11 ns
[10 16 (17) 6 5.61 1.40–22.50 0.015 22 (21) 8 8.83 1.87–41.77 0.006
Cellular morphology
Spindle 67 (70) 5 1 – 69 (66) 5 1 –
Epithelioid 12 (12) 3 3.13 0.75–13.15 ns 13 (13) 2 2.06 0.39–10.63 ns
Mixed 17 (18) 4 3.13 0.84–11.66 ns 22 (21) 6 3.81 1.16–12.50 0.027
Necrosis
Absent 49 (51) 4 1 – 49 (47) 2 1 –
Present 47 (49) 8 2.43 0.73–8.08 ns 55 (53) 11 5.73 1.27–25.89 0.023
Mitotic count (/50 HPF)
B5 77 (80) 6 1 – 80 (77) 5 1 –
[5 19 (20) 6 4.22 1.36–13.11 0.013 24 (23) 8 5.24 1.71–16.06 0.004
Risk group
Very low/low/Intermediate 69 (72) 3 1 – 70 (67) 2 1 –
High 27 (28) 9 7.63 2.06–28.19 0.002 34 (33) 11 22.8 2.93–176.29 0.003
Margin status
R0 78 (81) 7 1 – 78 (75) 5 1 –
R1 18 (19) 5 3.03 0.96–9.56 0.059 18 (17) 3 2.44 0.58–10.21 ns
R2 NA – – – – 8 (8) 5 13.56 3.89–47.26 \0.001
a Excluded R2 casesb 95% confidence interval for HRc One patient with two metachronous tumors
RFS, recurrence-free survival; DSS, disease-specific survival; HR , hazard ratio; HPF, high power field (9400); NA, not applicable; ns, not
significant
World J Surg (2008) 32:2375–2382 2379
123
(stomach or small bowel) was not correlated with RFS or
DSS in our patients. A number of previous reports showed
better OS for stomach primary GISTs [24, 53, 54], but the
frequency of lower versus higher risk GISTs varies among
the different sites. Lower risk tumors usually outnumber
malignant GISTs in the stomach, probably because GIST is
often an incidental finding in this location [36].
Conventional chemotherapy and external beam radio-
therapy are well-known unsuccessful treatments for
advanced GISTs. Imatinib has been effective in patients
with metastatic and recurrent GIST [55–59]. Furthermore,
it may be used as neoadjuvant treatment by experienced
multidisciplinary teams, particularly when function-sparing
surgery is the goal (e.g., rectal or esophageal tumors). I-
matinib treatment is acceptable for patients with high-grade
GISTs, after incomplete resection, or tumor rupture, to
control the risk of recurrence [15, 44, 58, 60, 61]. The
results achieved in the few cases of our series treated with
imatinib fit with those reported in literature.
Five-year survival rates after GIST resection is reported
to range from 32% to 76% [4, 7, 9, 10, 12, 13, 24, 31–33,
36, 37, 39, 52, 62], probably as a result of different clini-
copathological features and management procedures of the
studied cohorts. Series concerning primary GISTs report
higher resectability rates and longer overall survival. In
addition, old published series of GI sarcomas may be
contaminated with other (non-GIST) histology tumor types
[4, 24, 52, 63–65]. Only a few series have evaluated the
DSS of GIST patients, showing higher 5-year DSS than
5-year OS [4, 10–12, 33, 35, 37–39, 66]. In our series,
surgical resection of primary GISTs was associated with
87.7% 5-year DSS, which compares favorably with
reported studies. In our patients, 5-year RFS after macro-
scopic tumor resection was 89.8%. At variance with the
findings reported by Ng et al. [33], our results show that
only 5/12 recurrences occurred during the first 2 years of
follow-up, and 4/12 occurred after 5 years of follow-up. As
expected, most recurrences were abdominal metastasis
(liver metastasis, peritoneal sarcomatosis, or both), a result
reported by others [4, 13, 35, 67]. In one case with local
recurrence complete tumor resection was achieved.
Because GISTs tend to protrude from the primary site
and displace the surrounding organs/structures, wedge or
segmental resection is usually an adequate surgical option.
The surgeon should make every effort to achieve complete
resection of the tumor, which may require a subtotal or
total organ resection or the removal of adjacent organs. In
our study, resection of the tumor was achieved in 85%,
which compares favorably with other reports (range: 48–
90%) [4, 7, 9, 44, 52]. Considering extension of the sur-
gical procedure to achieve complete resection, the role of
lymphatic dissection may be an issue [4, 5, 7, 12, 13, 33,
65, 68] in the treatment of GISTs. Because of the low rate
of reported lymph node involvement (4%) and/or sub-
sequent lymph node metastases [5], there seems to be no
added survival benefit from radical resection or extensive
lymphadenectomy in the surgical treatment of GISTs. Even
in high-grade GISTs, lymphadenectomy is indicated only
when there is evidence of lymph node tumor involvement.
The postoperative course of patients with preoperative
tumor rupture or tumor rupture during resection surgery
was similar to that of patients with R2 resection, as in our
series, with shorter overall survival (median survival of
17 months) in a reported series of GISTs [33]. Thus, as
others do, we believe that laparotomy is in general more
appropriate than laparoscopy in the treatment of tumors
with features predictive of friability and of large GISTs.
Review of major published series shows several authors
who emphasize complete macroscopic resection [4, 5, 15,
33, 35, 41, 47], whereas others highlight R0 resections
[8–10, 12, 13, 17, 32, 42, 69] as good standard of care in
the surgical treatment of GISTs. Some report that
Fig. 1 Disease-specific cumulative survival according to margin
status of Gastrointestinal Stromal Tumors (GISTs, n = 104). Cumu-
lative survival is significantly lower in cases with R2 tumor resection
(p \ 0.001)
Table 2 Multivariate analysis of prognostic factors of disease-
specific survival of GIST patients
Parameter HR 95% CIa p
Risk group
Very low/low/intermediate 1.00
High 13.87 1.65–116.86 0.016
Margin status
R0 1.00
R1 1.54 0.34–7.08 0.57
R2 5.72 1.44–22.71 0.013
a 95% confidence interval for HR
2380 World J Surg (2008) 32:2375–2382
123
microscopic (positive or negative) surgical margin status,
at variance with reports of other solid malignant tumors, do
not influence patient survival or even tumor recurrence in
GIST [4, 5, 70]. However, the number of microscopic
positive margins after macroscopic complete resection in
the published series is relatively small and cannot serve as
the basis for sound statistical conclusions. These series
included a high number of large and high-grade GISTs, in
which complete resection does not seem to avoid tumor
recurrence and shorter patient survival. In addition, some
of these reports may be biased by adjuvant treatment of
advanced, incompletely resected GISTs [4, 48]. Other
authors report that microscopic negative surgical margin
status (R0) influence GIST prognosis [9–12, 16, 32, 37, 51,
71]. These results may be influenced by a higher number of
incomplete resections in high-risk GISTs [37].
In our series, complete surgical resection (R0 or R1) was
achieved in 92.3% of GISTs, and microscopic negative
margin status (R0) was accomplished in 75% of resected
GISTs. The recurrence rate was significantly lower in R0
than in R1 resections, but only the presence of macroscopic
residual tumor (R2) was significantly associated with dis-
ease progression and short survival of our patients. In
accordance with DeMatteo et al. [4] and Pierie et al. [5],
our study of a small number of cases confirms that gross
tumor resection influences outcome, with shorter DSS in
GIST patients with R2 surgical margin status. We believe
that surgical resection should include a margin of at least
1 cm of normal tissue [6, 17, 42, 70], and that an intra-
operative examination of frozen tissue sections by a
pathologist is called for when there is a possibility of a
positive tumor margin.
Acknowledgment This work was supported in part by Novartis
Oncology, Portugal.
References
1. Miettinen M, Blay JY, Sobin LH (2000) Mesenchymal tumors of
the stomach. In: Hamilton SR, Aaltonen LA (eds) Pathology and
genetics of tumors of the digestive system. Lyon, France, IARC
Press, pp 62–65
2. Nilsson B, Bumming P, Meis-Kindblom JM et al (2005) Gas-
trointestinal stromal tumors: the incidence, prevalence, clinical
course and prognostication in the preimatinib mesylate era—a
population-based study in western Sweden. Cancer 103:821–829
3. Miettinen M, Lasota J (2001) Gastrointestinal stromal tumors—
definition, clinical, histological, immunohistochemical, and
molecular genetic features and differential diagnosis. Virchows
Arch 438:1–12
4. DeMatteo RP, Lewis JJ, Leung D et al (2000) Two hundred
gastrointestinal stromal tumors: recurrence patterns and prog-
nostic factors for survival. Ann Surg 231:51–58
5. Pierie JP, Choudry U, Muzikansky A et al (2001) The effect of
surgery and grade on outcome of gastrointestinal stromal tumors.
Arch Surg 136:383–389
6. DeMatteo RP, Heinrich MC, El-Rifai WM et al (2002) Clinical
management of gastrointestinal stromal tumors: before and after
STI-571. Hum Pathol 33:466–477
7. Roberts PJ, Eisenberg B (2002) Clinical presentation of gastro-
intestinal stromal tumors and treatment of operable disease. Eur J
Cancer 38(suppl 5):S37–S38
8. Connolly E, Gaffney E, Reynolds J (2003) Gastrointestinal
stromal tumors. Br J Surg 90:1178–1186
9. Wu P, Langerman B, Ryan C et al (2003) Surgical treatment of
gastrointestinal stromal tumors in the imatinib (STI-571) era.
Surgery 134:656–665
10. Bucher P, Egger JF, Gervaz P et al (2006) An audit of surgical
management of gastrointestinal stromal tumors (GIST). Eur J
Surg Oncol 32:310–314
11. Bumming P, Ahlman H, Andersson J et al (2006) Population-
based study of the diagnosis and treatment of gastrointestinal
stromal tumors. Br J Surg 93:836–843
12. Langer C, Gunawan B, Schuler P et al (2003) Prognostic factors
influencing surgical management and outcome of gastrointestinal
stromal tumors. Br J Surg 90:332–339
13. Aparicio T, Boige V, Sabourin J et al (2004) Prognostic factors
after surgery of primary respectable gastrointestinal stromal
tumors. Eur J Surg Oncol 30:1098–1103
14. Verreet PR, Clausing TA, Schoepp C (2000) Principles of sur-
gical management of stromal tumor. Chirurg 71:1335–1344
15. Eisenberg B, Judson I (2004) Surgery and imatinib in the man-
agement of GIST: emerging approaches to adjuvant and
neoadjuvant therapy. Ann Surg Oncol 11:465–475
16. Lehnert T (1998) Gastrointestinal sarcoma (GIST)—a review of
surgical management. Ann Chir Gynaecol 87:297–305
17. Hohenberger P, Reichardt P, Gebauer B et al (2004) Gastroin-
testinal stromal tumors (GIST)—current concepts of surgical
management. Deutsch Med Wochenschr 129:1817–1820
18. Greene FL, Page DL, Fleming ID et al (2002) AJCC cancer
staging manual, 6th edn. Springer-Verlag, New York
19. Fletcher CDM, Berman JJ, Corless C et al (2002) Diagnosis of
gastrointestinal stromal tumors: a consensus approach. Hum
Pathol 33:459–465
20. Kaplan EL, Meier P (1958) Nonparametric estimation from
incomplete observations. J Am Stat Assoc 53:457–481
21. Miettinen M, Sobin LH, Lasota J (2005) Gastrointestinal stromal
tumors of the stomach: a clinicopathologic, immunohistochemi-
cal, and molecular genetic study of 1765 cases with long-term
follow-up. Am J Surg Pathol 29:52–68
22. Tran T, Davila JA, El-Scrag HB (2005) The epidemiology of
malignant gastrointestinal stromal tumors: an analysis of 1, 458
cases from 1992 to 2000. Am J Gastroenterol 100:162–168
23. Kindblom LG, Meis-Kindblom J, Bumming P et al (2003) Inci-
dence, prevalence, phenotype and biologic spectrum of
gastrointestinal stromal tumors (GIST): a population-based study
of 600 cases (abstract). Ann Oncol 13(suppl 5):157
24. Emory TS, Sobin LH, Lukes L et al (1999) Prognosis of gas-
trointestinal smooth-muscle (stromal) tumors: dependence on
anatomic site. Am J Surg Pathol 23:82–87
25. Miettinen M, Lasota J (2003) Gastrointestinal stromal tumors
(GISTs): definition, occurrence, pathology, differential diagnosis
and molecular genetics. Pol J Pathol 54:3–24
26. Horton KM, Juluru K, Montogomery E et al (2004) Computed
tomography imaging of gastrointestinal stromal tumors with
pathology correlation. Comput Assist Tomogr 28:811–817
27. Hersh MR, Choi J, Garrett C et al (2005) Imaging gastrointestinal
stromal tumors. Cancer Control 12:111–115
28. Gouveia AM, Pimenta AP, Lopes JM et al (2005) Esophageal
GIST: therapeutic implications of an uncommon presentation of a
rare tumor. Dis Esophagus 18:70–73
World J Surg (2008) 32:2375–2382 2381
123
29. DeMatteo RPRP, Maki RGRG, Antonescu CC et al (2003) Tar-
geted molecular therapy for cancer: the application of STI571 to
gastrointestinal stromal tumor. Curr Prob Surg 40:144–193
30. Gomes AL, Gouveia A, Capelinha AF et al (2008) Molecular
alterations of KIT and PDGFRA in GISTs. An evaluation study
of a Portuguese series. J Clin Pathol 61:203–208
31. Shiu MH, Farr GH, Papachristou DN et al (1982) Myosarcomas
of the stomach: natural history, prognostic factors and manage-
ment. Cancer 49:177–187
32. McGrath PC, Neifeld JP, Lawrence WJ et al (1987) Gastroin-
testinal sarcomas. Analysis of prognostic factors. Ann Surg
206:706–710
33. Ng EH, Pollock RE, Munsell MF et al (1992) Prognostic factors
influencing survival in gastrointestinal leiomyosarcomas. Impli-
cations for surgical management and staging. Ann Surg 215:68–77
34. Muro-Cacho CA, Cantor AB, Morgan M (2000) Prognostic fac-
tors in malignant gastrointestinal stromal tumors. Ann Clin Lab
Sci 30:239–247
35. Crosby JA, Catton CN, Davis A et al (2001) Malignant gastro-
intestinal stromal tumors of the small intestine: a review of 50
cases from a prospective database. Ann Surg Oncol 8:50–59
36. Miettinen M, El-Rifai W, H L Sobin L et al. (2002) Evaluation of
malignancy and prognosis of gastrointestinal stromal tumors: a
review. Hum Pathol 33:478–483
37. Lin S, Huang M, Zeng C et al (2003) Clinical manifestations and
prognostic factors in patients with gastrointestinal stromal
tumors. World Gastroenterol 9:2809–2812
38. Fujimoto Y, Nakanishi Y, Yoshimura K et al (2003) Clinico-
pathologic study of primary malignant gastrointestinal stromal
tumor of the stomach, with special reference to prognostic fac-
tors: analysis of results in 140 surgically resected patients. Gastric
Cancer 6:39–48
39. Wong NA, Young R, Malcomson RD et al (2003) Prognostic
indicators for gastrointestinal stromal tumors: a clinicopatholog-
ical and immunohistochemical study of 108 resected cases of the
stomach. Histopathology 43:118–126
40. Mochizuki Y, Kodera Y, Ito S et al (2004) Treatment and risk
factors for recurrence after curative resection of gastrointestinal
stromal tumors of the stomach. World J Surg 28:870–875
41. Wu TJ, Lee LY, Yeh CN et al (2006) Surgical treatment and
prognostic analysis for gastrointestinal stromal tumors (GISTs) of
the small intestine: before the era of imatinib mesylate. BMC
Gastroenterol 6:29
42. Wardelmann E, Buttner R, Merkelbach-Bruse S et al (2007)
Mutation analysis of gastrointestinal stromal tumors: increasing
significance for risk assessment and effective targeted therapy.
Virchows Arch 451:743–749
43. Corless CL, Fletcher JA, Heinrich MC (2004) Biology of gas-
trointestinal stromal tumors. J Clin Oncol 22:3813–3825
44. Bucher P, Villiger P, Egger JF et al (2004) Management of
gastrointestinal stromal tumors: from diagnosis to treatment.
Swiss Med Wkly 134:145–153
45. Samiian L, Weaver M, Velanovich V (2004) Evaluation of gas-
trointestinal stromal tumors for recurrence rates and patterns of
long-term follow-up. Am Surg 70:187–192
46. Chou FF, Eng HL, Sheen-Chen SM (1996) Smooth muscle
tumors of the gastrointestinal tract: analysis of prognostic factors.
Surgery 119:171–177
47. Boni L, Benevento A, Dionigi G et al (2005) Surgical resection
for gastrointestinal stromal tumors (GIST): experience on 25
patients. World J Surg Oncol 3:78
48. He LJ, Wang BS, Chen CC (1988) Smooth muscle tumors of the
digestive tract: report of 160 cases. Br J Surg 75:184–186
49. Roy M, Sommers SC (1989) Metastatic potential of gastric lei-
omyosarcoma. Pathol Res Pract 185:874–877
50. Franquemont DW, Frierson HF Jr (1992) Muscle differentiation
and clinicopathologic features of gastrointestinal stromal tumors.
Am J Surg Pathol 16:947–954
51. Pidhorecky I, Cheney RT, Kraybill WG et al (2000) Gastroin-
testinal stromal tumors: current diagnosis, biologic behavior, and
management. Ann Surg Oncol 7:705–712
52. Rossi CR, Mocellin S, Mencarelli R et al (2003) Gastrointestinal
stromal tumors: from a surgical to a molecular approach. Int J
Cancer 107:171–176
53. Dougherty MJ, Compton C, Talbert M et al (1990) Sarcoma of
the gastrointestinal tract. Ann Surg 214:569–574
54. Lillemoe KD, Efron DT (2001) Gastrointestinal stromal tumors.
In: Cameron JL, Gery L (eds) Current surgical therapy. St. Louis,
Mosby, pp 112–117
55. Joensuu H, Roberts PJ, Sarlomo-Rikala M et al (2001) Effect of
the tyrosine kinase inhibitor STI571 in a patient with a metastatic
gastrointestinal stromal tumor. N Engl J Med 344:1052–1056
56. van Oosterom AT, Judson I, Verweij J et al (2001) Safety and
efficacy of imatinib (STI571) in metastatic gastrointestinal stro-
mal tumors: a phase I study. Lancet 358:1421–1423
57. Demetri GD, von Mehren M, Blanke CD et al (2002) Efficacy
and safety of imatinib mesylate in advanced gastrointestinal
stromal tumors. N Engl J Med 347:472–480
58. Verweij J, Casali PG, Zalcberg J et al (2004) Progression-free
survival in gastrointestinal stromal tumours with high-dose i-
matinib: randomised trial. Lancet 364:1127–1134
59. DeMatteo RP (2002) The GIST of targeted cancer therapy: a
tumor (gastrointestinal stromal tumor), a mutated gene (c-kit),
and a molecular inhibitor (STI571). Ann Surg Oncol 9:831–839
60. Bumming P, Andersson J, Meis-Kindblom JM et al (2003)
Neoadjuvant, adjuvant and palliative treatment of gastrointestinal
stromal tumours (GIST) with imatinib: a centre-based study of 17
patients. Br J Cancer 89:460–464
61. Nilsson B, Sjolund K, Kindblom LG et al (2007) Adjuvant i-
matinib treatment improves recurrence-free survival in patients
with high-risk gastrointestinal stromal tumours (GIST). Br J
Cancer 96:1656–1658
62. Trupiano J, Stewart R, Misick C et al (2002) Gastric stromal
tumors, a clinicopathological study of 77 cases with correlation of
features with nonaggressive and aggressive clinical behaviour.
Am J Surg Pathol 26:705–714
63. Sanders L, Silverman M, Rossi R et al (1996) Gastric smooth
muscle tumors: diagnostic dilemmas and factors affecting out-
come. World J Surg 20:992–995
64. Ludwig DJ, Traverso LW (1997) Gut stromal tumors and their
clinical behavior. Am J Surg 173:390–394
65. Miettinen M, Sarlomo-Rikala M, Lasota J (1999) Gastrointestinal
stromal tumors: recent advances in understanding of their biol-
ogy. Hum Pathol 30:1213–1220
66. Bucher P, Taylor S, Villiger P et al (2004) For small intestinal
stromal tumors are there prognostic factors. Am J Surg 187:761–766
67. Mudan SS, Conlon KC, Woodruff JM et al (2000) Salvage sur-
gery for patients with recurrent gastrointestinal sarcoma:
prognostic factors to guide patient selection. Cancer 88:66–74
68. Pross M, Manger T, Schulz HU et al (1999) Gastrointestinal
stromal tumors—problems in diagnosis and therapy. Chirurg
70:807–812
69. Heinrich MC, Corless CL (2005) Gastric GI stromal tumors
(GISTs): the role of surgery in the era of targeted therapy. J Surg
Oncol 90:195–207
70. Demetri GD, Baker LH, Benjamin RS et al (2007) Soft tissue
sarcoma. J Natl Compr Cancer Netw 5:364–399
71. Yan H, Marchettini P, Acherman YI et al (2003) Prognostic
assessment of gastrointestinal stromal tumor. Am J Clin Oncol
26:221–228
2382 World J Surg (2008) 32:2375–2382
123
93
Trabalho II
94
70
Diseases of the Esophagus (2005) 18, 70–73© 2005 ISDE
Blackwell Publishing, Ltd.Original article
Esophageal GIST: Therapeutic implications of an uncommon presentation of a rare tumor
A. M. Gouveia,1,3 A. P. Pimenta,1,3 J. M. Lopes,2,3 A. F. Capelinha,2 S. S. Ferreira,1 C. Valbuena,2 M. C. Oliveira1,3
1Serviço de Cirurgia B and 2Pathology Department, Oporto Medical School and Hospital de São João and 3Institute of Molecular Pathology and Immunology of the University of Oporto, (IPATIMUP), Oporto, Portugal
SUMMARY. Gastrointestinal stromal tumors (GISTs) are rarely reported in the esophagus. The authorsreport a patient with an esophageal GIST, incidentally found after an echocardiogram. CT scan and endo-scopic ultrasonography showed the tumor in the dependence of the muscularis propria of the esophageal wall.An Ivor–Lewis esophagectomy was performed. The tumor was well-circumscribed involving the submucosal andthe muscular layers of the esophagus, measuring 13.5 ×××× 8.5 ×××× 7.6 cm, without involving the surgical margins.Histologically, the tumor consisted of spindle cells, with low mitotic index (2/50 HPF), that were immuno-reactive for KIT (CD117) and CD34, consistent with GIST of high risk of aggressive behavior. No adjuvanttherapy was given to the patient, who is alive and without evidence of disease 1 year after surgery. Sinceesophageal GISTs are rarely reported in the literature and usually have a poor prognosis, the diagnostic differ-entiation of these tumors from other more common mesenchymal neoplasms is essential, both for therapeuticand prognostic reasons.
KEY WORDS: clinical features, esophagectomy, esophagus, GIST, immunohistochemistry, treatment.
INTRODUCTION
Gastrointestinal stromal tumors (GIST) aredefined as c-KIT (CD117, stem cell factor receptor)– positive mesenchymal spindle or epithelioid celltumors in the gastrointestinal (GI) tract. Depend-ing upon the histologic findings, GISTs wereclassified for many years as leiomyomas, leiomyo-blastomas and leiomyosarcomas, as a result of theirapparent origin in the muscularis propria of theGI tract wall. Although rare, they are the mostcommon mesenchymal tumors of the GI tract andaccount for up to 3% of GI tract malignant tumors.GISTs predominate in the stomach (50–70%) andsmall bowel (20–33%).
In the esophagus, squamous carcinoma and adeno-carcinoma are the common malignant tumorsand leiomyoma the most frequent mesenchymalneoplasm. GISTs have been documented very rarely(< 5%) in the esophagus. Therefore, the diagnosticdifferentiation of GISTs from other mesenchymalneoplasms, particularly in the esophagus, is essen-
tial not only because the former group has a highrisk of malignant behavior, but is usually respon-sive to a new recently targeted therapy, STI-571(imatinib mesylate) – a receptor tyrosine kinaseinhibitor of the activated KIT protein, as fre-quently observed in GISTs.
We report herein an esophageal GIST incident-ally found in a patient who underwent an echocar-diogram. Clinical presentation, diagnosis, and riskclassification of aggressive behavior will be dis-cussed, as well as the available therapeutic optionsfor these tumors.
Patient report
In the course of a hypertension investigation a59-year-old man underwent an echocardiogramthat raised the suspicion of an aortic dilatation. Hehad no digestive symptoms and his past medical his-tory was unremarkable. Clinical examination wasirrelevant and his hematological and biochemicalprofile was normal. A CT scan revealed a well-outlined tumor in the posterior mediastinum,apparently originating in the left lateral esophagealwall without involving the lumen of the esophagus(Fig. 1a). The tumor was independent from the
Address correspondence to: Dr António M. Gouveia, Serviço de Cirurgia B, Hospital de São João, 4202–451 Porto, Portugal. Email: am.gouveia@netcabo.pt
Esophageal GIST 71
aorta, and extended from the tracheal bifurcationto the esophagogastric junction: it was a solidlesion, capturing contrast heterogeneously with apoorly outlined central hipocapturing region. Anesophagogastroscopy showed deformity of the eso-phageal wall extending from 35 cm to 40 cm fromthe incisors, apparently caused by compression of asubepithelial mass (Fig. 1c); no lesions were foundin the stomach. Endoscopic ultrasonography con-firmed the tumor features revealed by the CT scanand showed that the tumor was located in themuscularis propria (Fig. 1b).
An Ivor–Lewis esophagectomy was performed tocompletely resect the tumor and the patient had anuneventful postoperative recovery, without adjuvantchemotherapy or radiotherapy.
The patient is asymptomatic and with no clinicalevidence of tumor recurrence or metastasis after12 months of follow-up.
Pathologic features
The tumor was a well-circumscribed gray-whitefibrous mass measuring 13.5 × 8.5 × 7.6 cm, involv-ing the submucosa and the muscular layers, andsparing the mucosa of the esophagus (Fig. 1d). Thecut surface showed foci of hemorrhage, necrosisand cystic areas in the tumor.
Histologically, the lesion was composed of amoderately cellular proliferation of spindle cellsembedded in a collagenous matrix (Fig. 2b) withfoci of hyalinization. The cells had cytoplasmic vacuo-lization, low pleomorphism and there were somebizarre cells (Fig. 2b-inset). Mitotic index was 2/50high power fields (HPF: 0.152 mm2). There were
areas of tumor hemorrhage and necrosis. There wasno invasion of the mucosa (Fig. 2a) and the surgi-cal margins were free of tumor. Immunohisto-chemical studies were performed and tumor cellsstained diffusely for KIT (CD117; Fig. 2d), and CD34(Fig. 2c), and focally for HHF35. None of the cellsstained for pS100 or desmin. Proliferation index,using Ki-67, was less than 1%.
The diagnosis of esophageal GIST, with high riskof aggressive behavior, was performed using the cri-teria of the International Consensus on GIST.1
DISCUSSION
Gastrointestinal stromal tumors (GISTs) are themost common mesenchymal tumors of the humangastrointestinal (GI) tract, but they are rare (1–3%)in the esophagus.2,3
‘Gastrointestinal stromal tumor’ used to be acollective term referring to primary mesenchymaltumors of the GI tract, but now it is consideredto be a particular tumor that originates from theinterstitial cell of Cajal (ICC), or its precursor, inthe GI tract wall and has expression of the tyrosinekinase receptor KIT in almost all cases.4–7
In 1998 the presence of gain-of-function muta-tions in the c-KIT proto-oncogene were found inGISTs.4 Those mutations are thought to be respon-sible for constitutive ligand-independent activationof KIT and subsequent tumor pathogenesis.1,4,8,9
More recently, PDGFRA activating mutations weredescribed in the small group of GISTs (about 10%)lacking KIT mutations.10
The specific diagnosis of GIST before biopsy orsurgery is quite difficult in any location. Althoughthe diagnosis can be often suspected histologically,
Fig. 1 Esophageal GIST: (a) CT scan disclosing well-circumscribed tumor in the posterior mediastinum; (b) endoscopic ultrasonography showing the intraparietal esophageal location of the tumor; (c) endoscopy showing the endoluminal esophageal aspect of the tumor, without ulcerating the mucosa; and (d) macroscopy of the tumor, after longitudinal section of the esophagus. Note the smooth appearance of the mucosa over the tumor.
Fig. 2 Esophageal GIST: (a) histologic low power view showing submucosal involvement by the tumor; (b) tumor spindle cells and collagenous stroma, inset: bizarre tumor cells; (c) CD34 immunoreactivity of tumor cells; and (d) CD117 (KIT) immunoreactivity of tumor cells.
72 Diseases of the Esophagus
the term GIST is usually applied, as in our case, forneoplasms displaying KIT (CD117) immunoposi-tivity, with very rare exceptions.1
In a published series of 68 patients with esopha-geal mesenchymal tumors,11 Miettinen et al. found48 (71%) leiomyomas and 17 (25%) GISTs. TheGISTs were located in the distal esophagus anddysphagia was the typical symptom. In two patientsthe tumor was an incidental radiologic finding, asin our case, in spite of the large dimension of thetumor. It is noteworthy that this was the only casewith esophageal localization found by us in a seriesof 78 GISTs.12
According to the consensus approach for defin-ing risk of aggressive behavior, GISTs are classifiedinto low-, intermediate- and high-risk groups,depending on the size and mitotic index of thetumor.1 There is a tendency to consider smallGISTs (< 2 cm in diameter) with low mitotic activ-ity as having a good prognosis. However, a fewGISTs apparently lacking mitotic activity maymetastasize, which raises difficulties in predictingthe behavior of GISTs on an individual basis.Therefore, we concur that it is important to stressthat all patients with GIST must be carefully andregularly followed up for an indefinite period, inlight of the uncertainties expressed above and thedocumented tendency of these tumors to pursue anindolent clinical course with significant risk of laterelapse.1 Some authors reported that esophagealGISTs are often diagnosed late and tend to beassociated with a poor prognosis.1,13 In the paperpublished by Miettinen et al.,11 12 out of 17esophageal GISTs were classified as high risk, as inour case.
Complete surgical resection is the standard oftreatment for primary GIST, with no need for widemargins or regional lymphadenectomy. In our case,due to the large dimension of the tumor, an Ivor–Lewis esophagectomy was performed and the surgi-cal margins were free of tumor. Survival of patientswith GIST, after resection of all gross disease,varies considerably in published series. Five-yearsurvival rates for these patients range from 35% to65%, depending on the inclusion of patients withdisseminated disease.3,14,15
Gastrointestinal stromal tumors appear to serveas a model for molecular-based diagnosis and treat-ment of solid tumors and for this reason patholo-gists will play a vital role in the diagnosis andtreatment of these cases.20,22–24 Treatment of GISTshas changed dramatically since the introduction ofimatinib mesylate (Glivec/Gleevec; Novartis Onco-logy). This is a small molecule that selectivelyinhibits the enzymatic activity of the ABL andBCR-ABL fusion protein, platelet derived growthfactor receptor, and KIT tyrosine kinases. Imatinibmesylate inhibits the mutated KIT receptor
observed in most GISTs, leading to the onset ofapoptosis and decreased proliferation of tumorcells. Preliminary results of several trials indicatethat imatinib is an effective and safe treatment inpatients with unresectable, recurrent, and metastatictumors.16–21 The role of imatinib in the adjuvant set-ting has also been the subject of recent interest.Bumming et al. reported four patients treated formicroscopic positive margins with a recurrence-freeinterval of 7–13 months.25 The American College ofSurgeons Oncology Group (ACOSOG) is sponsor-ing two ongoing adjuvant trials, in patients withprimary tumors presenting selected risk criteria(larger tumors; intraperitoneal tumor rupture orhemorrhage; multifocal tumors).
Although a radical excision of the tumor wasperformed in all but one patient of the Miettinenet al. series,11 nine patients of this series died of dis-ease, with a median survival of 29 months, stressingthe aggression of GISTs in esophageal localization.Thus, it would be interesting to consider the useof imatinib in the adjuvant setting, particularly inlarge and high-risk GISTs of the esophagus.
References
1 Fletcher C D M, Berman J J, Corless C et al. Diagnosis ofgastrointestinal stromal tumors: a consensus approach. HumPathol 2002; 33: 459–65.
2 Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors(GISTs). Definition, occurrence, pathology, differential diag-nosis and molecular genetics. Pol J Pathol 2003; 54: 3–24.
3 DeMatteo R P, Lewis J J, Leung D, Mudan S S, Woodruff JM, Brennan M F. Two hundred gastrointestinal stromaltumors: recurrence patterns and prognostic factors for sur-vival. Ann Surg 2000; 231: 51–8.
4 Hirota S, Isozaki K, Moriyama Y et al. Gain-of-functionmutations of c-kit in human gastrointestinal stromal tumors.Science 1998; 279: 577–80.
5 Kindblom L G, Remotti H E, Aldenborg F, Meis-KindblomJ M. Gastrointestinal pacemaker cell tumor (GIPACT): gas-trointestinal stromal tumors show phenotypic characteristicsof the interstitial cells of Cajal. Am J Pathol 1998; 152:1259–69.
6 Sircar K, Hewlett B R, Huizinga J D, Chorneyko K, BerezinI, Riddell R H. Interstitial cells of Cajal as precursors ofgastrointestinal stromal tumors. Am J Surg Pathol 1999; 23:377–89.
7 Sarlomo-Rikala Kovatich A J, Barusevicius A, Miettinen M.CD117: a sensitive marker for gastrointestinal stromal tumor thatis more specific than CD34. Mod Pathol 1998; 11: 728–34.
8 Lux M L, Rubin B P, Biase T L et al. KIT extracellular andkinase domain mutations in gastrointestinal stromal tumors.Am J Pathol 2000; 156: 791–5.
9 Rubin B P, Fletcher J A, Fletcher C D M. Molecularinsights into the histogenesis and pathogenesis of gastrointes-tinal stromal tumors. Int J Sur Pathol 2000; 8: 5–10.
10 Heinrich M C, Corless C L, Duensing A et al. PDGFRAactivating mutations in gastrointestinal stromal tumors. Sci-ence 2003; 299: 708–10.
11 Miettinen M, Sarlomo-Rikala M, Sobin L H, Lasota J.Esophageal stromal tumors: a clinicopathologic, immuno-histochemical, and molecular genetic study of 17 cases andcomparison with esophageal leiomyomas and leiomyosarco-mas. Am J Surg Pathol 2000; 24: 211–22.
12 Gouveia A, Silva P, Costa S, Pimenta A, Oliveira M C, Lopes JM. GIST: The Hospital S. João (Porto) series during the last13 years (abstract). Hepatogastroenterology 2003; 50: LXIII.
Esophageal GIST 73
13 Miettinen M, El-Rifai W H L, Sobin L, Lasota J. Evalua-tion of malignancy and prognosis of gastrointestinal stromaltumors: a review. Hum Pathol 2002; 33: 478–83.
14 Ng E H, Pollock R E, Munsell M F, Atkinson E N,Romsdahl M M. Prognostic factors influencing survival ingastrointestinal leiomyosarcomas. Implications for surgicalmanagement and staging. Ann Surg 1992; 215: 68–77.
15 Roberts P J, Eisenberg B. Clinical presentation of gastro-intestinal stromal tumors and treatment of operable disease.Eur J Cancer 2002; 38: S37–S38.
16 Joensuu H, Roberts P J, Sarlomo-Rikala M et al. Effect ofthe tyrosine kinase inhibitor STI571 in a patient with ametastatic gastrointestinal stromal tumor. N Engl J Med2001; 344: 1052–6.
17 van Oosterom A T, Judson I, Verweij J et al. Safety andefficacy of imatinib (STI571) in metastatic gastrointestinalstromal tumours: a phase I study. Lancet 2001; 358: 1421–3.
18 Demetri G D, von Mehren M, Blanke C D et al. Efficacyand safety of imatinib mesylate in advanced gastrointestinalstromal tumors. N Engl J Med 2002; 347: 472–80.
19 Heinrich M C, Blanke C D, Druker B J, Corless C L. Inhibi-tion of KIT tyrosine kinase activity: a novel molecular
approach to the treatment of KIT-positive malignancies. JClin Oncol 2002; 20: 1692–703.
20 DeMatteo R P, Heinrich M C, El-Rifai W M, Demetri G.Clinical management of gastrointestinal stromal tumors:before and after STI-571. Hum Pathol 2002; 33: 466–77.
21 Blanke C D, von Mehren M, Joensuu H et al. Evaluation ofthe safety and efficacy of an oral molecularly-targetedtherapy, STI-571, in patients with unresectable or metastaticgastrointestinal stromal tumors (GISTS) expressing c-KIT(CD117) (Abstract). Presented at the 37th Annual Meetingof the American Society of Clinical Oncology, San Francisco,CA, May 12–15, 2001.
22 Blanke C D, Eisenberg B L, Heinrich M C. Gastrointestinalstromal tumors. Curr Treat Options Oncol 2001; 2: 485–91.
23 Kitamura Y, Hirota S, Nishida T. Gastrointestinal stromaltumors (GIST): a model for molecule-based diagnosis andtreatment of solid tumors. Cancer Sci 2003; 94: 315–20.
24 O’Leary T, Berman J J. Gastrointestinal stromal tumors:answers and questions. Hum Pathol 2002; 33: 456–8.
25 Bümming P, Andersson J, Meis-Kindblom J M et al. Neo-adjuvant, adjuvant and palliative treatment of gastrointestinalstromal tumours (GIST) with imatinib: a centre-based studyof 17 patients. Br J Cancer 2003; 89: 460–4.
99
Trabalho III
100
Molecular alterations of KIT and PDGFRA in GISTs:evaluation of a Portuguese series
A L Gomes,1 A Gouveia,2,3,5 A F Capelinha,2,4,5 D de la Cruz,4 P Silva,2,4,5 R M Reis,1
A Pimenta,3,4,5 J M Lopes2,4,5
1 Life and Health SciencesResearch Institute (ICVS),School of Health Sciences,University of Minho, Braga,Portugal; 2 IPATIMUP, Instituteof Molecular Pathology andImmunology of the University ofPorto, Porto, Portugal;3 Department of Surgery, PortoUniversity, Porto, Portugal;4 Department of Pathology, H.S.Joao, Porto University, Porto,Portugal; 5 Medical Faculty ofPorto University, Porto, Portugal
Correspondence to:Professor Dr Jose Manuel Lopes,Rua Roberto Frias, s/n, 4200-465 Porto, Portugal; jmlopes@ipatimup.pt
ALG and AG contributed equallyto this study.
Accepted 10 April 2007Published Online First9 November 2007
This paper is freely availableonline under the BMJ Journalsunlocked scheme, see http://jcp.bmj.com/info/unlocked.dtl
ABSTRACTAim: To assess KIT and PDGFRA mutations frequencies ina Portuguese series of gastrointestinal stromal tumours(GISTs).Methods: 78 GISTs were evaluated for CD117 expressionand screened for mutations in KIT (exons 9, 11, 13, 14and 17) and PDGFRA (exons 12, 14 and 18) genes.Results: KIT activating mutations were identified in 44(56%) of the 78 GISTs. Forty cases (91%) presented amutation in KIT exon 11, and 4 (9%) in exon 9. One caseshowed a 4 bp deletion in intron 14. PDGFRA mutationswere observed in 5 cases (6%): 2 (3%) in exon 12 and 3(4%) in exon 18. Survival analysis was performed in 63 ofthe 78 GISTs. The presence of mutated KIT wassignificantly correlated with shorter survival of patients(p = 0.0460), and inversely associated with epithelioidhistological type of GISTs (p = 0.0064).Conclusions: Overall, the incidence of both KIT andPDGFRA mutations in these Portuguese series was 63%,being in agreement with other studies, mainly of Iberianpopulations. The great majority of mutations were locatedin KIT exon 11, statistically associated with worseprognosis and indicative of favourable response toimatinib-based therapy in this Portuguese series of GISTs.
Gastrointestinal stromal tumours (GISTs)although rare, are considered to be the mostfrequent gastrointestinal mesenchymal tumoursin humans.1 A Scandinavian study estimated theincidence of GISTs to be between 20 and 40 permillion.2 In Portugal, as far as we know, anepidemiological study is yet to be done.
The cellular origin of GISTs is not fully under-stood, but they are thought to arise from inter-stitial cells of Cajal or their precursors, due to theirsimilar positive KIT (CD117) and CD34 stainingand negative staining for both desmin and S-100protein immunostaining.1 3 GISTs are rarely foundoutside the gastrointestinal tract, being mostcommonly found in the stomach (40–70%), smallintestine (20–50%) and colon or rectum (5–15%).1 2 4 Nowadays, the diagnosis of GISTs ispartially dependent on tumour cells overexpressionof CD117 together with CD34.5 The expression ofsuch immunohistochemistry features is useful todifferentiate GISTs from other mesenchymaltumours of the gastrointestinal tract, namelyleiomyomas and leiomyosarcomas, nerve sheathtumours, and other primary and metastatictumours possibly occurring in this location.1 2 4
KIT belongs to the class III receptor tyrosinekinases (RTKs), which also include platelet-derivedgrowth factor A and B (PDGFRA, PDGFRB),colony stimulating factor-1 receptor (CSF1R) and
FMS-related tyrosine kinase 3 (FLT3).6 These RTKsare characterised by the presence of an extracellulardomain, a transmembrane domain, a juxtamem-brane domain, and an intracellular domain wherethe two kinase domains are lodged.7 RTK activa-tion occurs when by ligand binding, the receptordimerises and suffers conformational transforma-tions, which induce activation of the kinasedomains. These, in turn, lead to activation ofimportant intracellular signalling pathways, suchas RAS/mitogen activated protein kinase (RAS/MAPK), phosphoinositide-3 kinase (PI3K), andsignal transducers and activators of transcription(STAT), which regulate many physiological func-tions such as cell survival, proliferation, differentia-tion, adhesion and apoptosis.7 8
GISTs are molecularly characterised by muta-tions in KIT oncogene, located in the long arm ofchromosome 4 (4q11–12).9 There is a broadspectrum of KIT mutations in GISTs, ranging from20% to 80%, most of them being located in thejuxtamembrane domain (exon 11), followed bymutations in the extracellular domain (exon 9),and seldom in the kinase (exon 13 and 17) and ATPpocket (exon 14) domains.10–12 Later studiesreported the presence of activating mutations inthe PDGFRA oncogene in wild-type KIT bearingGISTs.13 14 PDGFRA is also located at 4q11–12 andexhibits similar RTK cellular functions.13 14 Thehotspot regions in this gene lie in the juxtamem-brane (exon 12) and kinase (exons 14 and 18)domains, and have been reported in 5–12% ofcases.12 14 The frequency of KIT/PDGFRA muta-tions in GISTs varies from series to series, probablyreflecting epidemiological and methodological dif-ferences in the various studies on record.10 12
Until recently, the treatment of GISTs waslimited to surgical removal of the tumour.Unfortunately, even in patients where the tumourwas completely and successfully removed, therewas a high probability of recurrence.1 The devel-opment of imatinib mesylate (Glivec/Gleevec,Novartis, Basel, Switzerland), a selective inhibitorof RTKs, has brought new hope for GIST patients.Imatinib targets KIT by competing with its ATPbinding site, preventing further phosphorylationsof downstream intracellular signalling moleculesresponsible for its oncogenic properties.15 16 Severalstudies have showed the importance of KIT andPDGFRA molecular status in the imatinibresponse.10 12 It has been reported that patientswith tumours harbouring exon 11 KIT mutationsare more likely to respond to imatinib therapy thanthose with either exon 9 KIT mutations orundetectable mutations.10 12
Original article
J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043 203
In Portugal, the incidence of both KIT and PDGFRAmutations in GISTs is, to the best of our knowledge, unknown.Since different genotypic features give rise to different drugresponses and thus different prognosis, it becomes important todefine which patients will positively respond to imatinibtreatment. Therefore, we characterised the occurrence of KITand PDGFRA mutations in a series of Portuguese GIST patients.
MATERIALS AND METHODS
Tissue samplesSeventy-eight formalin-fixed and paraffin-embedded consecu-tively diagnosed primary, previously untreated, sporadic GISTs,classified according to World Health Organization criteria5 andrisk group,17 were retrieved from files (1989–2005) from thePathology Department of S. Joao Hospital, Porto, Portugal. Allpatients were Caucasian and of Portuguese origin, with a meanage of 61.7 years (range 20–88). Thirty-eight (48.7%) patientswere female and 40 (51.3%) were male. Follow-up data,managed according to the guidelines of the European Societyof Medical Oncology,18 were available in 63 patients (range 0.2–206.0 months, mean 122.8 (12.1) months, median 132.6 (26.8)months) in September 2006.
ImmunohistochemistryThe immunohistochemistry procedure was performed accordingto the streptavidin–biotin–peroxidase complex principle, usingrabbit polyclonal anti-human antibodies raised against CD117(dilution 1:500; clone A 4502, DAKO, Carpinteria, Denmark),actin (dilution 1:100; clone HHF35, DAKO), desmin (dilution1:50; Zymed Laboratories, San Francisco, California, USA), S100protein (dilution 1:1000; DAKO) and endothelial cell markerCD34 (dilution 1:40; clone QBEnd/10, NovoCastra Laboratories,Newcastle-upon-Tyne, UK). Briefly, deparaffinised and rehy-drated slides were subjected to 10 min incubation in 3% hydrogenperoxide in methanol, in order to inhibit endogenous peroxidase.No antigen retrieval was used. After incubation with primary
antibody at room temperature for 30 min, the secondarybiotinylated goat anti-polyvalent antibody was applied for10 min, followed by incubation with streptavidin–peroxidasecomplex. The immune reaction was visualised by DAB as achromogen (Ultravision Detection System Anti-polyvalent, HRP/DAB; Lab Vision, Fremont, California, USA). Any (strong/weak,focal, moderate or diffuse) membrane (CD117) and/or cytoplasm(CD117, actin, desmin, and CD34), and nuclear (S100 protein)immunoreactivity of the cells was considered as positive staining.Appropriated positive and negative controls were included in eachrun: interstitial cells of Cajal in a section of normal intestine wereused as positive control for CD117, smooth layers for actin anddesmin, small nerves for S100 protein, and vessels for CD34. Fornegative controls, primary antibodies were omitted. Mast cells,smooth layers, small nerves, and vessels were used as internalpositive controls in the cases tested. All sections were counter-stained with haematoxylin.
DNA isolationSelected areas containing at least 85% of tumour tissue weremacrodissected into a microfuge tube using a sterile needle(Neolus, 25 G, 0.5 mm). DNA isolation was performed asdescribed previously.19 Briefly, the dissected tissue was depar-affinised by a serial extraction with xylol and ethanol (100%–70%–50%) and allowed to air-dry. DNA was extracted usingQiagen’s QIAamp DNA Micro Kit (Qiagen, Hilden, Germany),following the manufacturer’s instructions. DNA samples werestored at 220uC for further analysis.
KIT mutation analysisKIT mutation analysis was performed as described pre-viously.19 20 DNA was subjected to PCR amplifications followedby direct sequencing for exon 11, and pre-screening by singlestrand conformational polymorphism (SSCP) analysis for exons9, 13, 14 and 17, followed by direct sequencing of SSCP positivecases. Briefly, the PCR reaction was carried in a final volume of
Figure 1 Morphological andimmunohistochemical features ofgastrointestinal stromal tumours (GISTs).(A) spindle cell and (B) epithelioid tumourcells with (C) membranar/cytoplasmicand (D) cytoplasmic/paranuclear dotimmunoreactivity for CD117. Noteimmunoreactivity of interstitial cells ofCajal (C, inset). H&E and ABCimmunohistochemistry (2006).
Original article
204 J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043
25 ml, under the following conditions: 16 buffer (Bioron,Ludwigshafen, Germany); 1.5 mM MgCl2 (Bioron); 200 mMdNTPs (Fermentas, Hanover, Maryland, USA); 0.5 mM primers(previously described by Corless et al,21 except for exon 14: 59-TCTCAC CTT CTT TCT AAC CTT TTC TT-39 (forward); 59-CCCATG AAC TGC CTG TCA AC-39 (reverse); MWG-Biotech,Ebersberg, Germany); and 1 unit of Super Hot Taq Polymerase(Bioron, Germany). SSCP analysis of exons 9, 13, 14 and 17 wasperformed in a 16 MDE gel (MDE: mutation detectionenhancement, Cambrex, Charles City, Iowa, USA), with 6%glycerol addition in the exon 13 analysis, and 3% glycerol additionin exon 14 analysis. PCR product (20 ml) was incubated at 95uCfor 10 min with an equal volume of formamide loading buffer(98% formamide, 10 mM EDTA, and 1 mg/ml bromophenol blueand xilene cyanol). SSCP gels were run at 20uC. Samples with aSSCP pattern different from the normal pattern were directlysequenced. All cases were confirmed twice with a new PCRamplification, SSCP and direct sequencing analysis.
PDGFRA mutation analysisTumours bearing a wild-type KIT gene were further screened forhotspot PDGFRA mutations (exons 12, 14 and 18) as previouslydescribed.19 20 Briefly, the PCR reaction was carried out in a finalvolume of 25 ml, under the following conditions: 16 buffer(Bioron); 1.5 mM MgCl2 (Bioron); 200 mM dNTPs (Fermentas);0.5 mM primers (previously described by Heinrich et al13; MWG-Biotech) and 1 unit of Super Hot Taq Polymerase (Bioron). PCRwas followed by direct sequencing. All cases were confirmed twicewith a new PCR amplification and direct sequencing analysis.
Statistical analysisThe available clinical and molecular data were analysed withStatView for Windows, V.5.0. Overall survival time analysis using
Kaplan–Meyer and log rank tests was performed with SPSS forWindows, V.14.0. Probability values ,0.05 were consideredsignificant.
RESULTS
ImmunohistochemistryStrong membrane and/or cytoplasm tumour cells immunoreactiv-ity for CD117 was found in variably focal, moderate or diffuseareas in 72 (92%) GIST cases (fig 1). In three cases, CD117immunoreactivity was weak. Six GIST cases (8%) did not showCD117 immunoreactive tumour cells. Interstitial cells of Cajal andmast cells, used as internal positive controls, were always variablyobserved in each case. Table 1 summarises statistical analysis ofCD117 immunostaining and clinical–pathological features.CD117 immunoreactivity was significantly associated(p = 0.015) with spindle cell and epithelioid GIST subtypes. Thefrequency and expression features of the other antibodies wasvariable from case to case, and within the same tumour, as follows:actin (51%), desmin (6%), S100 protein (18%), and CD34 (73%);immunoexpression was observed in focal areas/rare tumour cellsfor actin, desmin, and S100 protein, whereas CD34 immunoex-pression was found in moderate or diffuse areas (data not shown).Four of the six CD117 negative GISTs expressed CD34 withoutany tumour cell expression for the other markers tested.
KIT mutation analysisMutation screening analysis revealed that 44 of 78 GISTs (56%)presented KIT activating mutations (table 2). Forty casesshowed mutation in exon 11 (91%, 40/44) and four cases inexon 9 (9%, 4/44). Among the exon 11 mutations, we observed3–54 bp in-frame deletions in 24 tumours (60%, 24/40), eitheralone (62%, 15/24) or associated with missense mutations orinsertions (38%, 9/24), single base substitutions in 15 tumours(38%, 15/40) and an in-frame insertion associated with a pointmutation in 1 tumour (2%, 1/40). Additionally, a silentmutation (Y570Y) was detected in two GISTs. The exon 9sequence alterations consisted of Ala–Tyr duplication betweencodons 502 and 503 in three GIST cases, and a point mutation(G470R) in one case. One silent mutation was detected in bothexons 13 and 17 (P627P and S865S, respectively). Also, a 4 bpdeletion was detected affecting the intronic sequence followingexon 14 (IVS14+24:del4). In addition, to exclude the possibilityof false-negatives in the SSCP screening at exons 9, 13, 14 and17, 10 KIT wild-type GISTs were direct sequenced for all exons.No additional mutations were identified.
Table 3 shows statistical analysis of KIT mutations andclinical–pathological features. No correlation was detectedbetween KIT mutation status and CD117 expression(p = 0.39). However, all but two GISTs harbouring KITmutation were positive for CD117 expression. Additionally,the three GISTs with weak CD117 immunoreactivity depictedwild-type KIT. A statistically significant correlation wasobtained between the epithelioid morphology and lack of KITmutation (p = 0.0064). The presence of mutated KIT wassignificantly associated with shorter survival of patients(p = 0.0460) (fig 2). No correlation was obtained between anyspecific type of KIT mutation (point mutation, deletion, ormixed mutation), or its location (exon 9 or exon 11), andpatient survival (data not shown).
PDGFRA mutation analysisIn KIT wild-type GISTs, PDGFRA activating mutations wereidentified in five cases; two in exon 12, and three in exon 18
Table 1 Correlation analysis of CD117 with clinical and pathologicalfeatures of gastrointestinal stromal tumours (n = 63)
Parameter (n = 63)CD117 negative(%)
CD117 positive(%) p value
Age, y (SD) 54.6 (12.1) 61.2 (15.5) 0.37
Gender 0.13
Male 13.7 86.3
Female 3.3 96.7
Location 0.18
Gastric 5.9 94.1
Small intestine 5.0 95.0
Other 25.0 75.0
Dimension (cm) 0.76
,5 4.0 96.0
>5 5.7 94.3
Mitotic index (HPF) 0.34
,5 11.4 88.6
5–10 0.0 100.0
.10 0.0 100.0
Risk grade 0.93
VLR–LR 5.0 95.0
IR 6.7 93.3
HR 4.0 96.0
Histological type 0.02
Spindle cell 2.5 97.5
Epithelioid 0.0 100.0
Mixed 25.0 75.0
Follow-up, months (SD) 92.3 (32.8) 120.8 (12.6) 0.96
HPF, high power field (6400); VLR, very low risk; LR, low risk; IR, intermediate risk;HR, high risk.
Original article
J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043 205
Tabl
e2
Am
ino
acid
sequ
ence
ofex
ons
9an
d11
ofw
ild-t
ype
and
mut
ated
KIT
prot
ein
Exon
1155
056
057
058
0
Wild
type
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
es5,
67,
76,
78K
PM
YE
VQ
WK
DV
EE
IN
GN
NY
VY
ID
PT
QL
PY
DH
KW
EF
PR
NR
L
Cas
e7
KP
MY
EV
QW
–V
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
NP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e10
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
––
––
–V
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
es11
,59
KP
MY
EV
QW
KV
–E
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e13
K–
––
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
es14
,40
KP
MY
EV
QW
KV
EE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e15
KP
MY
EV
QF
–V
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e16
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
FI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e17
KP
MY
EV
QG
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RP
Cas
e19
KP
––
––
––
––
––
––
––
––
––
–I
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
es22
,39
,57
,70
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
PP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e24
KP
MY
EV
QW
KG
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e28
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TH
–T
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e33
KP
MY
EV
QW
KV
DE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e37
KP
MY
EV
QW
K–
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
es38
,42
,47
KP
MY
EV
Q–
–V
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e45
QR
––
––
––
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e48
*–
––
––
––
–K
VV
EE
IN
GN
NY
VY
ID
PT
QL
PY
DH
KW
EF
PR
NR
L
Cas
e50
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
––
––
––
––
––
––
––
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e51
KP
MY
EV
––
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e55
KP
MY
EV
QR
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e64
KP
MY
EV
QW
N–
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e65
I–
––
–V
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e66
KP
MY
EV
H–
––
––
––
––
––
––
––
–P
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e68
KP
MY
EV
––
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e69
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NK
––
––
––
––
VP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e73
KP
MY
EV
P–
––
––
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e74
KP
MY
EV
QW
KV
VE
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HP
TQ
LP
YD
HL
Cas
e75
KP
MY
EV
QW
––
–E
EI
NG
NN
YV
YI
DP
TQ
LP
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Cas
e77
KP
MY
EV
QW
––
––
––
––
––
––
––
––
––
–P
YD
HK
WE
FP
RN
RL
Exon
947
0–
500
510
Wild
type
FG
K–
TS
AY
FN
FA
FK
GN
Cas
e2
FR
K–
TS
AY
FN
FA
FK
GN
Cas
es1,
12,
18F
GK
–T
SA
YA
YF
NF
AF
K
–,de
lete
dam
ino
acid
resi
dues
.*I
nclu
des
anin
sert
ion
oftw
ore
sidu
es(h
istid
ine
and
aspa
ragi
ne)
inco
don
550,
besi
des
the
repr
esen
ted
dele
tion.
Original article
206 J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043
(table 4). The mutations in exon 12 consisted of a pointmutation (D583G) and an in-frame deletion (583del586). Twocases disclosed a point mutation (D842V) in exon 18; there wasanother case with a point mutation (I843T) together with an in-frame deletion (844del847). In addition, we identified two silentmutations, one in exon 12 (D577D) and another in exon 18(I834I). No mutation was observed in exon 14 of PDGFRA.Furthermore, mutational analysis of exons 12 and 18 showedthe presence of a known homozygous substitution A.G(polymorphism R) in the third position of the codon for proline567 in exon 12, and an insertion in intron 18 (IVS18-50insA).
All GISTs with PDGFRA mutations showed CD117 immu-noreactive tumour cells.
DISCUSSIONThe intensive cancer research in the last decade has highlightedthe fundamental role of RTKs, in particular of KIT andPDGFRA in GIST pathogenesis.10 These two RTKs are of greatvalue for therapeutic management as a result of the develop-ment of RTK inhibitors, such as imatinib and sunitinib.22–24
There is, however, insufficient epidemiological data on thefrequency and type of mutations in the KIT and PDGFRA genesin GISTs from countries in southern Europe countries, such asPortugal.
In this study, we have shown that 92% of GISTs expressCD117, irrespective of the topography, age or gender, inaccordance with previous studies in other populations.25 26 Nostatistically significant correlation was depicted between CD117expression and presence of KIT mutations (p = 0.3933). In fact,two of the six CD117-negative GISTs contained a KIT mutation(a missense mutation in exon 9, and a three base-pair deletion inexon 11). Other authors have also encountered KIT mutationsin CD117-negative GIST cases.27 Our molecular study wasuseful for the definitive diagnosis of GIST in 2/6 CD117negative cases. The frequency of the CD117-negative wild-typecases for KIT and PDGFRA mutations found in our series (5%),fits with results described in the literature.27
We showed the presence of KIT mutations in 56% of GISTcases, 91% (40/44) being located in exon 11. These frequenciesare in accordance with previously published ranges for otherpopulations (30–80%), particularly those of the IberianPeninsula.1 10 28 In 75% (30/40) of these cases, mutations were
clustered in the region between codons 550 and 561, known tobe the most frequently altered section of exon 11, with 57% (17/30) affecting codon 557 or 558. These two codons are reportedto be associated with the metastatic behaviour of GISTs.10 29
However, of these 17 GIST cases, only four recurred (4/17,24%). Even though it has been previously reported that all pointmutations occur exclusively in codons 557, 559, 560 and 576, wehave additionally encountered a novel point mutation in codon570 (Y570F).1 Mutations in KIT exon 9 have been correlatedwith a small intestinal topography, but only one of our fourGIST cases harbouring a mutation in this exon was located inthe small intestine.1 10 In the present study, and in agreementwith previous reports, KIT mutation positive status was shownto be associated with worse GIST prognosis, translated intoshorter patient survival.10
Figure 2 Kaplan–Meier curve for the 63 patients with gastrointestinalstromal tumours, regarding KIT alterations. Patients having a wild-typeKIT (n = 27) have a better prognosis than patients having tumoursharbouring mutated KIT (n = 36) (p = 0.046).
Table 3 Correlation of KIT mutations with clinical-pathological featuresof gastrointestinal stromal tumours (n = 63)
ParameterKIT mutationnegative (%)
KIT mutationpositive (%) p value
Age, y (SD) 57.2 (16.6) 62.8 (14.2) 0.16
Gender 0.94
Male 43.3 56.7
Female 42.4 57.6
Location 0.27
Gastric 51.4 48.6
Small intestine 35.0 65.0
Other 25.0 75.0
Dimension (cm) 0.93
,5 44.0 56.0
>5 42.8 57.2
Mitotic index (50 HPF) 0.80
,5 45.4 54.5
5–10 44.4 55.6
.10 33.3 66.7
Risk grade 0.70
VLR–LR 40.0 60.0
IR 53.3 46.7
HR 42.3 57.7
Histological subtype 0.01
Spindle 41.5 58.5
Epithelioid 100.0 0.0
Mixed 25.0 75.0
CD117 expression 0.39
Positive 40.4 59.6
Negative 60.0 40.0
Follow-up, months (SD) 148.7 (17.1) 100.8 (12.1) 0.05
HPF, high power field (6400); VLR, very low risk; LR, low risk; IR, intermediate risk;HR, high risk.
Table 4 Amino acid sequence of exons 12 and 18 of wild-type andmutated PDGFRA protein
Exon 12 580
Wild type L P Y D S R W E F P
Case 4 L P Y G S R W E F P
Case 71 L P Y – – – – E F P
Exon 18 840
Wild type A R D I M H D S N Y
Cases 41, 54 A R V I M H D S N Y
Case 34 A R D T – – – – N Y
–, deleted amino acid residues.
Original article
J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043 207
Concerning PDGFRA, mutations were detected in 6% (5/78)of our cases, corresponding to 15% of KIT wild-type GISTs.Two of these mutations are known to be imatinib-resistant(D842V).22 An association between gastric location and presenceof PDGFRA mutation has been reported.30 In our series,although the number of cases with mutations in PDGFRA islow for statistical evaluation (n = 5), 80% (4/5) of mutationsoccurred in the stomach.
It is now well established that the response of GIST patientsto imatinib-based therapy is dependent not only on thepresence, but also on the type of KIT and PDGFRA mutationexhibited.10 16 22 Specifically, mutations affecting the juxtamem-brane domain (exon 11, partial response in up to 84% of cases)or the extracellular domain (exon 9, partial response in up to48%) predict objective response to imatinib.10 16 22 On the otherhand, it is also known that some mutations are responsible forimatinib resistance, namely in KIT V654A and W670I (exon 13),D816V and T823D (exon 17), and PDGFRA D842V (exon18).16 31 32 Of these resistant mutations, only D842V mutationwas detected in two GISTs in our series. Recently, the US Foodand Drug Administration approved a new RTK inhibitor,sunitinib (Sutent, Pfizer, New York, USA) as a second-linetherapy for GIST patients who experience disease progression inspite of increased doses of imatinib, mainly due to primary oracquired secondary imatinib-resistant mutations, or who areunable to tolerate treatment with imatinib.24 33 Therefore, withthese two RTK inhibitors available, there is an imperative needto redefine GIST pathological (diagnosis/prognostic) evaluation,as well as to consider molecular characterisation of both KITand PDGFRA, in order to achieve an efficient and predictivetailored therapeutic management for each individual patient.
In conclusion, we have reported for the first time thefrequency of KIT and PDGFRA mutations in a large series ofPortuguese GIST patients. We have shown the presence of KITmutations in 56% of cases and PDGFRA mutations in 6% ofcases. In addition, the presence of mutated KIT was associatedwith a shorter patient survival. The great majority of KITactivating mutations (91%) were located in exon 11, indicativeof a favourable response to imatinib-based therapy in themanagement of these patients. Finally, our results might beuseful to integrate a multi-institutional consortium database forthe clarification of the epidemiology, biology and managementof GIST patients.
Funding: Supported by NOVARTIS Oncology, Portugal. ALG is the recipient offellowship grant (SFRH/BI/15257/2004) from FCT, Lisbon, Portugal.
Competing interests: None declared.
REFERENCES1. Rubin BP. Gastrointestinal stromal tumours: an update. Histopathology 2006;48:83–
96.
2. Joensuu H, Kindblom LG. Gastrointestinal stromal tumors—a review. Acta OrthopScand Suppl 2004;75:62–71.
3. Miettinen M, Virolainen M, Maarit-Sarlomo-Rikala. Gastrointestinal stromaltumors—value of CD34 antigen in their identification and separation from trueleiomyomas and schwannomas. Am J Surg Pathol 1995;19:207–16.
4. Hirota S. Gastrointestinal stromal tumors: their origin and cause. Int J Clin Oncol2001;6:1–5.
5. Miettinen M. Blay JY, Sobin LH. Mesenchymal tumours of the stomach. In:Hamilton SR and Aaltonen LA, eds. Pathology and genetics of tumours of the digestivesystem. Lyon: IARC Press, 2000:62–5.
6. Kitamura Y, Hirotab S. Kit as a human oncogenic tyrosine kinase. Cell Mol Life Sci2004;61:2924–31.
7. Roskoski R. Structure and regulation of Kit protein-tyrosine kinase—the stem cellfactor receptor. Biochem Biophys Res Commun 2005;338:1307–15.
8. Ronnstrand L. Signal transduction via the stem cell factor receptor/c-Kit. Cell MolLife Sci 2004;61:2535–48.
9. Hirota S, Isozaki K, Moriyama Y, et al. Gain-of-function mutations of c-kit in humangastrointestinal stromal tumors. Science 1998;279:577–80.
10. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors: review on morphology,molecular pathology, prognosis, and differential diagnosis. Arch Pathol Lab Med2006;130:1466–78.
11. Tamborini E, Bonadiman L, Greco A, et al. A new mutation in the KIT ATP pocketcauses acquired resistance to imatinib in a gastrointestinal stromal tumor patient.Gastroenterology 2004;127:294–9.
12. Tornillo L, Terracciano LM. An update on molecular genetics of gastrointestinalstromal tumours. J Clin Pathol 2006;59:557–63.
13. Heinrich MC, Corless CL, Duensing A, et al. PDGFRA activating mutations ingastrointestinal stromal tumors. Science 2003;299:708–10.
14. Corless CL, Schroeder A, Griffith D, et al. PDGFRA mutations in gastrointestinalstromal tumors: frequency, spectrum and in vitro sensitivity to imatinib. J Clin Oncol2005;23:5357–64.
15. Baker DE. Imatinib mesylate. Rev Gastroenterol Disord 2002;2:75–86.16. Debiec-Rychter M, Dumez H, Judson I, et al. Use of c-KIT/PDGFRA mutational
analysis to predict the clinical response to imatinib in patients with advancedgastrointestinal stromal tumours entered on phase I and II studies of the EORTC SoftTissue and Bone Sarcoma Group. Eur J Cancer 2004;40:689–95.
17. Fletcher CD, Berman JJ, Corless C, et al. Diagnosis of gastrointestinal stromaltumors: a consensus approach. Int J Surg Pathol 2002;10:81–9.
18. Blay JY, Bonvalot S, Casali P, et al. Consensus meeting for the management ofgastrointestinal stromal tumors. Report of the GIST Consensus Conference of 20–21March 2004, under the auspices of ESMO. Ann Oncol 2005;16:566–78.
19. Gomes AL, Bardales RH, Milanezi F, et al. Molecular analysis of c-Kit and PDGFRA inGISTs diagnosed by EUS. Am J Clin Pathol 2007;127:1–8.
20. Reis RM, Martins A, Ribeiro SA, et al. Molecular characterization of PDGFR-alpha/PDGF-A and c-KIT/SCF in gliosarcomas. Cell Oncol 2005;27:319–26.
21. Corless CL, McGreevey L, Haley A, et al. KIT mutations are common in incidentalgastrointestinal stromal tumors one centimeter or less in size. Am J Pathol2002;160:1567–72.
22. Heinrich MC, Corless CL, Demetri GD, et al. Kinase mutations and imatinib responsein patients with metastatic gastrointestinal stromal tumor. J Clin Oncol2003;21:4342–9.
23. Zalcberg JR, Verweij J, Casali PG, et al. Outcome of patients with advanced gastro-intestinal stromal tumours crossing over to a daily imatinib dose of 800 mg afterprogression on 400 mg. Eur J Cancer 2005;41:1751–7.
24. Joensuu H. Sunitinib for imatinib-resistant GIST. Lancet 2006;368:1303–4.25. Miettinen M, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors of the stomach: a
clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 1765 caseswith long-term follow-up. Am J Surg Pathol 2005;29:52–68.
26. Feng F, Liu XH, Xie Q, et al. Expression and mutation of c-kit gene in gastrointestinalstromal tumors. World J Gastroenterol 2003;9:2548–51.
27. Medeiros F, Corless CL, Duensing A, et al. KIT-negative gastrointestinal stromaltumors: proof of concept and therapeutic implications. Am J Surg Pathol2004;28:889–94.
28. Martin J, Poveda A, Llombart-Bosch A, et al. Deletions affecting codons 557–558 ofthe c-KIT gene indicate a poor prognosis in patients with completely resectedgastrointestinal stromal tumors: a study by the Spanish Group for Sarcoma Research(GEIS). J Clin Oncol 2005;23:6190–8.
29. Wardelmann E, Losen I, Hans V, et al. Deletion of Trp-557 and Lys-558 in thejuxtamembrane domain of the c-kit protooncogene is associated with metastaticbehavior of gastrointestinal stromal tumors. Int J Cancer 2003;106:887–95.
30. Penzel R, Aulmann S, Moock M, et al. The location of KIT and PDGFRA genemutations in gastrointestinal stromal tumours is site and phenotype associated. J ClinPathol 2005;58:634–9.
31. Frost MJ, Ferrao PT, Hughes TP, et al. Juxtamembrane mutant V560GKit is moresensitive to imatinib (STI571) compared with wild-type c-kit whereas the kinasedomain mutant D816VKit is resistant. Mol Cancer Ther 2002;1:1115–24.
32. Wardelmann E, Merkelbach-Bruse S, Pauls K, et al. Polyclonal evolution of multiplesecondary KIT mutations in gastrointestinal stromal tumors under treatment withimatinib mesylate. Clin Cancer Res 2006;12:1743–9.
33. Prenen H, Cools J, Mentens N, et al. Efficacy of the kinase inhibitor SU11248against gastrointestinal stromal tumor mutants refractory to imatinib mesylate. ClinCancer Res 2006;12:2622–7.
Take-home messages
c The frequency of KIT and PDGFRA activating mutations hasbeen described in a series of Portuguese gastrointestinalstromal tumours (GISTs).
c Of the Portuguese patients with GISTs, 56% harboured KITmutations and 6% exhibited PDGFRA mutations.
c The presence of KIT mutations in GISTs was associated with aworse patient prognosis; however, these mutations areindicative of favourable response to imatinib-based therapy.
Original article
208 J Clin Pathol 2008;61:203–208. doi:10.1136/jcp.2007.047043
doi: 10.1136/jcp.2007.0470432007
2008 61: 203-208 originally published online September 7,J Clin Pathol A L Gomes, A Gouveia, A F Capelinha, et al. GISTs: evaluation of a Portuguese series
inPDGFRA and KITMolecular alterations of
http://jcp.bmj.com/content/61/2/203.full.htmlUpdated information and services can be found at:
These include:
References
http://jcp.bmj.com/content/61/2/203.full.html#related-urlsArticle cited in:
http://jcp.bmj.com/content/61/2/203.full.html#ref-list-1This article cites 32 articles, 13 of which can be accessed free at:
Open Access
serviceEmail alerting
the box at the top right corner of the online article.Receive free email alerts when new articles cite this article. Sign up in
CollectionsTopic
(45065 articles)Immunology (including allergy) � (2097 articles)Molecular genetics �
(692 articles)Unlocked � Articles on similar topics can be found in the following collections
Notes
http://group.bmj.com/group/rights-licensing/permissionsTo request permissions go to:
http://journals.bmj.com/cgi/reprintformTo order reprints go to:
http://group.bmj.com/subscribe/To subscribe to BMJ go to:
group.bmj.com on March 4, 2011 - Published by jcp.bmj.comDownloaded from
109
Trabalho IV
110
Low frequency of MAP kinase pathway alterationsin KIT and PDGFRA wild-type GISTs
Olga Martinho,1 Antonio Gouveia,2,3,4 Marta Viana-Pereira,1 Paula Silva,2,4
Amadeu Pimenta,2,3,4 Rui Manuel Reis1 & Jose Manuel Lopes2,4,5
1Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Health Sciences, University of Minho, Braga,2IPATIMUP, Institute of Molecular Pathology and Immunology of the University of Porto, 3Department of Surgery,
H.S. Joao, 4Medical Faculty of Porto University, and 5Department of Pathology, H.S. Joao, Porto, Portugal
Date of submission 10 July 2008Accepted for publication 16 December 2008
Martinho O, Gouveia A, Viana-Pereira M, Silva P, Pimenta A, Reis R M & Lopes J M
(2009) Histopathology 55, 53–62
Low frequency of MAP kinase pathway alterations in KIT and PDGFRA wild-type GISTs
Aims: Gastrointestinal stromal tumours (GISTs) arecommonly driven by oncogenic mutations in KIT andPDGFRA. However, 10–40% of these patients are wild-type for these genes. The prognostic significance ofwild-type GISTs is controversial, and they rarelyrespond to imatinib. The aim of this study was toelucidate the molecular lesions underlying wild-typeGISTs tumorigenesis.Methods and results: Twenty-nine KIT and PDGFRAwild-type GISTs were re-assessed for the presence of‘cryptic’ KIT exon 11 duplications. Using a specificpolymerase chain reaction assay, three previouslyundetected mutations were identified. In the remaining26 wild-type GISTs, KIT, stem cell factor (SCF),phospho-KIT and phospho-ERK expression was evalu-
ated by immunohistochemistry. Samples were screenedfor gain-of-function mutations in the mitogen-activatedprotein kinase (MAPK) cascade. KIT and SCFco-expression associated with KIT activation wasobserved in approximately 30% of cases. Furthermore,phospho-ERK expression showed that MAPK is acti-vated in approximately 30% of cases. None of RASfamily (H-, K- and N-RAS) oncogenes exhibited acti-vating mutations, whereas BRAF mutations werefound in approximately 4% of cases.Conclusions: In the absence of RAS mutations, MAPKcould be activated through SCF ⁄ KIT autocrine ⁄ para-crine mechanisms and ⁄ or mutated BRAF in a subset ofKIT ⁄ PDGFRA wild-type GISTs.
Keywords: activation, GISTs, MAP kinase, mutations, wild-type
Abbreviations: DSS, disease-specific survival; EDTA, ethylenediamine tetraaceticacid; GIST, gastrointestinal stromaltumour; MAPK, mitogen-activated protein kinase; MDE, Mutation Detection Enhancement; NSCLC, non-small celllung cancer; PDGFRA, platelet-derived growth factor receptor a; RTK, receptor tyrosine kinase; SCF, stem cellfactor; SSCP, single-strand conformation polymorphism; VEGFR, vascular endothelial growth factor receptor;WHO, World Health Organization
Introduction
Gastrointestinal stromal tumours (GISTs) are the mostcommon primary mesenchymal tumours of the diges-tive tract.1,2 According to the World Health Organiza-tion (WHO) classification, GIST diagnosis should be
reserved for KIT (CD117)-positive mesenchymaltumours of the gastrointestinal tract. However, itis currently accepted that a small fraction of GISTs(5–10%) are CD117 negative.3–7 KIT is an oncoproteinthat belongs to the class III receptor tyrosine kinase(RTK) subfamily, being the stem cell factor (SCF) theligand, also known as KIT ligand, steel factor or mastcell growth factor.8–10 Upon binding of SCF to KIThomodimers, it induces dimerization and autophos-phorylation, which leads to activation of several
Address for correspondence: J M Lopes, Rua Dr Roberto Frias,
s ⁄ n, 4200-465 Porto, Portugal. e-mail: jmlopes@ipatimup.pt
O.M. and A.G. contributed equally to this work.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Limited.
Histopathology 2009, 55, 53–62. DOI: 10.1111/j.1365-2559.2009.03323.x
intracellular signalling cascades such as mitogen-acti-vated protein kinase (MAPK) (RAS ⁄ RAF ⁄ MEK ⁄ ERK),PI3K ⁄ AKT and STAT, regulating cellular proliferationand survival of cells.9,10
In GISTs, KIT overexpression is mainly driven bygain-of-function mutations of KIT gene, with a fre-quency that varies between studies from 30% to80%.11,12 The great majority of KIT mutations occurat exon 11, followed by exon 9 and rarely at exons 13,14 and 17.11,12 In addition, KIT wild-type GISTs canexhibit activating mutations of other class III RTKgenes, the platelet-derived growth factor receptor a(PDGFRA), which affects exon 18 more often, andrarely exons 12 and 14.12–14 It has been shown thatGIST patients harbouring KIT and PDGFRA activatingmutations are effectively treated with specific tyrosinekinase inhibitors such as Imatinib mesilate (Glivec�;Gleevec�).15,16 KIT and PDGFRA mutation frequencyvariation in GISTs may depend to some extent ontumour location, methodology and type of tissue used(frozen or formalin-fixed, paraffin-embedded).11,12,14,17
Recently, Lasota et al. have suggested that KIT exon11 duplications may be undetected in formalin-fixedparaffin-embedded samples, due to the preferentialpolymerase chain reaction (PCR) amplification of thewild-type KIT allele over the large fragment mutantallele.18 In fact, using a PCR assay specific for the 30
region affected by duplications at exon 11, the authorsshowed the presence of these types of mutation in 4 ⁄ 16previously considered wild-type KIT formalin-fixedparaffin-embedded GISTs.18
Contrasting with the extensive knowledge of KIT andPDGFRA activation by gene mutations, few studieshave investigated the disruption of KIT signallingindependently of these genetic alterations.19–22 TheMAPK (RAS ⁄ RAF ⁄ MEK ⁄ ERK) pathway, one of theKIT downstream cascades, is highly preserved andimplicated in cell growth, differentiation, migration andsurvival.23 Activated RTK phosphorylates RAS, whichbinds RAF-1 kinase that phosphorylates MEK1 ⁄ 2,leading to ERK1 ⁄ 2 activation. Phosphorylated ERKtranslocates into nucleus and regulates gene expressionthrough several transcription factors such as c-Myc,CREB and AP-1, ultimately leading to changes in geneexpression.23 In several types of solid tumours, such aspancreatic, colonic, papillary thyroid and melanomas,this signalling pathway can be constitutively up-regulated by activating mutations of RAS family genes(N-RAS, K-RAS and H-RAS), or by downstream RAFfamily member gene BRAF.9,23–26 Importantly, con-stitutive activation of this RAS ⁄ RAF ⁄ ERK cascadecould modulate patient response to anti-RTK therapies,independently of the upstream RTK status.
Recently, we assessed KIT and PDGFRA mutationstatus in a formalin-fixed paraffin-embedded series ofGISTs.27 In the present study we aimed to clarify thepoorly characterized molecular picture of KIT andPDGFRA wild-type GISTs. Initially, the presence of‘cryptic’ KIT exon 11 duplication mutations wasre-evaluated. Then, the activation status of KIT andthe pattern of KIT ⁄ SCF autocrine ⁄ paracrine stimula-tion loops were assessed. We also evaluated alterationsof the MAPK signalling pathway by the analysis of RASfamily and BRAF mutations and the expression levelsof phosphorylated ERK. Doing so, we aimed to identifynew potential prognostic and therapeutic markers forKIT and PDGFRA wild-type GISTs.
Materials and methods
tissue samples
Twenty-nine formalin-fixed paraffin-embedded primarysporadic GISTs, previously characterized immuno-histochemically for CD117, actin, S100, desminand CD34, and molecularly for KIT and PDGFRAmutations, were retrieved from the Pathology Depart-ment of S. Joao Hospital files (1989–2005), Porto,Portugal.27 All patients were Caucasian of Portugueseorigin. Tumours were classified according to WHO,and the parameters analysed in each case included:age, gender, primary tumour site, tumour size,histological type, mitotic index and risk group.3,28
Follow-up data were available in all patients, as ofDecember 2007, and collected through direct inter-view with patients or their relatives, and by review ofin-hospital patient files.
dna isolation
Selected areas containing ‡85% of tumour tissue weremacrodissected into a microfuge tube using a sterileneedle (Neolus, 25 G, 0.5 mm; Leuven, Belgium) andDNA isolation was performed using Qiagen’s QIAamp�
DNA Micro kit (Qiagen, Hilden, Germany), as previ-ously described.27
mutation analysis of spec if ic 30
region of kit
exon 1 1 , h-ras, k-ras, n-ras and braf
Polymerase chain reaction-single-strandconformation polymorphismPre-screening of the hotspot regions affecting KIT (30
region of exon 11), H-RAS, K-RAS, N-RAS [exons 1(codons 12–13) and 2 (codon 61)] and BRAF (exons11 and 15) genes was performed by PCR–single-strand
54 O Martinho et al.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
conformation polymorphism (SSCP), followed by directDNA sequencing of samples that showed a mobilityshift in the PCR-SSCP analysis.
Briefly, the PCR was carried out in a total volume of25 ll, consisting of 1 ll of DNA solution, 0.3 lm ofboth sense and antisense primers (MWG-Biotech,Ebersberg, Germany), 200 lm of dNTPs (Fermentas,Glen Burnie, MD, USA), 1.5 mm of MgCl2 (Bioron,Ludwigshafen, Germany), 1· Taq Buffer incomplete(Bioron) and 1 U of Taq Superhot DNA Polymerase(Bioron). The reaction consisted of an initial denatur-ation at 96�C for 10 min, followed by 40 cycles ofdenaturation at 96�C for 45 s, annealing at 55–60�Cfor 45 s and extension at 72�C for 45 s, followed by afinal extension for 10 min at 72�C, in a Thermocycler(Bio-Rad, Hercules, CA, USA). Primer sequences for allgenes were as previously described.18,29,30
PCR products were mixed with an equivalent volumeof denaturing loading buffer [98% formamide, 10 mm
ethylenediamine tetraaceticacid (EDTA), 1 mg ⁄ mlbromophenol blue and xylene cyanol]. After denatur-ing at 98�C for 10 min and quenching on ice, 20 ll ofthe mixture was loaded onto a 1· Mutation DetectionEnhancement (MDE) gel (Cambrex, East Rutherford,NJ, USA) and 6% of glycerol for KIT, without glycerolfor K-RAS and with 3% glycerol for H-RAS and N-RASgenes and on a 0.8· MDE gel without glycerol forBRAF. The run was performed at 20�C for 16 h.Samples with a SSCP pattern different from the normalwere further directly sequenced (Stabvida, Oeiras,Portugal), as described.27 All cases were confirmedtwice with a new and independent PCR amplificationfollowed by direct sequencing.
immunohistochemistry analysis
of phospho-kit, scf and phospho-erk
Representative 3-lm-thick sections were subjected toimmunohistochemical analysis according to the strep-tavidin–biotin peroxidase complex system (UltraVisionLarge Volume Detection System Anti-Polyvalent,Horseradish Peroxidase; Lab Vision Corporation, Fre-mont, CA, USA). Immunohistochemistry procedureswere carried out as already published by us and otherauthors,31–35 with some modifications. Briefly, depa-raffinized and rehydrated slides were submitted to heat-induced antigen retrieval for 20 min at 98�C with10 mm citrate buffer (pH 6.0) for phospho-KIT andphospho-ERK, and with 1 mm EDTA buffer (pH 7.8) forSCF. After incubation with the primary antibodiesraised against phospho-kit Tyr703 (dilution 1:30;incubation ON at 4�C; clone ZMD.243; Zymed Labora-tories, San Francisco, CA, USA), SCF (dilution 1:200;
incubation ON at 4�C; clone G-3; Santa Cruz Biotech-nology, Santa Cruz, CA, USA) and phospho-p44 ⁄ 42MAPK Thr202 ⁄ Tyr204 (dilution 1:100; incubationON at 4�C; clone 20G11; Cell Signalling Technology,Beverly, MA, USA), the secondary biotinylated goatanti-polyvalent antibody was applied for 10 min fol-lowed by incubation with the streptavidin–peroxidasecomplex. The immune reaction was visualized by 3,30-diamonobenzidine as a chromogen. All sections werecounterstained with Gill-2 haematoxylin. Appropriatepositive controls were included in each run: humancolonic tissue showing extracellular staining of glan-dular cells was used for SCF, GIST with KIT genemutation for phospho-KIT, and a cell block of a breastcarcinoma cell line (MDA-MB-435) with BRAF muta-tion (V600E) was used for phospho-ERK. For negativecontrols, primary antibodies were omitted and alsoreplaced with a universal negative control antibody(carcinoembryonic antigen, rabbit antihuman; DakoCorp., Carpinteria, CA, USA). Furhtermore, CD117)leiomyoma cases36 were used as negative controls forphospho-KIT expression, as described.31
Tumour samples were evaluated for both extent andintensity of immunoreactivity. The extent of immuno-reactivity was evaluated on a scale of 0–3 (0, absence ofpositive cells; 1, <25% positive cells; 2, 26–50% positivecells; and 3, >50% positive cells) and the intensity alsoon a scale of 0–3 (0, negative; 1, weak; 2, moderate; 3,strong). The final score used was the sum of both extentand intensity scores, with values between 0 and 2 beingclassified as negative, 3 and 4 as moderately positive,and 5 and 6 as strongly positive.
statistical analysis
The available clinicopathological and immunohisto-chemical data were analysed with SPSS software forWindows, version 14.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA).Correlations between categorical variables were per-formed using Fisher0s exact test. Disease-specific survival(DSS) was calculated from the time of diagnosis untildeath related to the disease, or censored at the time oflatest follow-up. Cumulative survival probabilities werecalculated using the Kaplan–Meier method. Differencesbetween survival rates were tested with the log rank test.A P-value < 0.05 was considered to be significant.
Results
re-evaluation of kit mutations
Twenty-nine of 78 previously described27 wild-type KITand PDGFRA GISTs were screened for KIT mutations
MAPK pathway in wild-type GISTs 55
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
using a PCR assay designed to amplify a region in the30 part of KIT exon 11 commonly affected by duplica-tions.18 The PCR-SSCP followed by direct sequencinganalysis allowed identification of three novel casesharbouring KIT exon 11 duplications: case G6(579_583dup), case G36 (578_591dup) and caseG58 (573_580dup), which ranged from 14 to 42nucleotides (Figure 1A). Consequently, the frequencyof wild-type KIT and PDGFRA GISTs in our series was33.3% (26 ⁄ 78).
h-ras, k-ras, n-ras and braf mutations
In the remaining 26 KIT and PDGFRA wild-typeGISTs, we performed analysis of the hotspot regions ofRAS family and BRAF genes. The study of codon12 ⁄ 13 of H-RAS gene did not reveal any mutation(Table 1). We identified only a T fi C substitution atcodon 27 in two cases, which originates a silentmutation (H27H). The analysis of the other hotspotregion, codon 61, did not show any mutation(Table 1). No genetic alterations were identified inthe hotspot regions of the other RAS family genes,K-RAS and N-RAS (Table 1).
The mutation screening of BRAF exons 11 and 15showed the presence of the hotspot V600E mutation inone of 26 cases (3.8%) (Table 1 and Figure 1B). Inorder to determine whether BRAF V600E mutationwas also present in GISTs exhibiting KIT or PDGFRAmutations, we extended the analysis of BRAF exon 15
to the remaining cases of the series. No additionalmutation was identified in the 52 KIT or PDGFRAmutated GISTs. Overall, the frequency of BRAF muta-tion in our GIST series was 1.3% (1 ⁄ 78). The V600EBRAF mutated case (G9) was a bona fide intermediate-risk spindle cell GIST from the small bowel of a 71-yearold man (Figure 2).
express ion of kit ( cd 1 1 7 ) , phosphorylated-kit
and scf
Table 1 summarizes CD117, phospho-KIT and SCFexpression. CD117 immunoreactivity was observed in23 (88.5%) of 26 wild-type KIT and PDGFRA GISTs.27
In order to evaluate whether KIT was activated inthese tumours, we performed immunohistochemicalanalysis with an antibody to KIT phosphorylatedresidues Tyr703. Strong cytoplasmic immunoreactivity(Figure 3A) was observed in two, and moderatepositivity in three GISTs. To determine whether thisKIT activation was associated with an autocrine ⁄ para-crine stimulation loop, we evaluated the expression ofSCF. Positive cytoplasmic SCF expression was observedin 20 (76.9%) of the 26 cases, 10 depicting moderateand 10 strong positivity (Figure 3B). Co-expression ofSCF ⁄ CD117 was present in 65.4% of the cases. Allphospho-KIT positive GISTs showed co-expression ofSCF ⁄ CD117.
express ion of phosphorylated erk
In order to study MAPK pathway activation, weevaluated the expression of ERK1 ⁄ 2 using an antibodyfor the p44 ⁄ 42 MAPK phosphorylated at residuesThr202 ⁄ Tyr204 (ERK1 and ERK2). We found moder-ate phospho-ERK expression in eight cases (30.8%)(Figure 3C). Phospho-ERK stained both nuclear andcytoplasmic compartments. As expected, the caseharbouring BRAF activating mutation (case G9) alsoshowed phospho-ERK positivity. Furthermore, weobserved a significant correlation between phospho-KIT and phospho-ERK expression (P = 0.02). All casesexpressing both phospho-KIT and phospho-ERKshowed co-expression of SCF.
clinicopathological features
and statist ical analysis
Table 2 summarizes the clinicopathological parametersof the 26 re-evaluated KIT and PDGFRA wild-typeGISTs. The mean and median age of patients atdiagnosis was 59.9 and 62.5 years, respectively(range 20–82 years), and the male ⁄ female ratio was
A
A
B
A A A A A A A A A A ANT
T T T T T T T T T T TA A A A A A A AC C C CCG G G G G G G G G
T T T T TGC G G G GC C C C C C C
Figure 1. A, DNA sequencing of KIT exon 11 573_580dup
mutation in case G58; arrow indicates beginning of duplicated
DNA sequence. B, DNA sequencing of BRAF exon 15 V600E
mutation from case G9; arrow indicates the mutated base.
56 O Martinho et al.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
1.6. The 5-year cumulative DSS was 83.6%, with amedian follow-up time of 62.07 months (mean83.95 ± 61.10; range 1–204 months). All but twopatients were submitted to surgical resection of primaryGIST. None of the nine (34.6%) deceased patients, one
within the postoperative (1 month) period, had anautopsy. In four patients the cause of death was dueto the tumour disease. In the remaining patients, oneis with and 16 are without evidence of disease.Three patients are currently under imatinib treatment
Table 1. Immunohistochemistry and molecular analysis of wild-type gastrointestinal stromal tumours
Case
Immunohistochemical analysis Molecular analysis
CD117 p-KIT SCF p-ERKKRASmutations
HRASmutations
NRASmutations
BRAFmutations
G3 + + + + WT WT WT WT
G8 + ) + ) WT WT WT WT
G9 + + + + WT WT WT V600E
G20 + ) + + WT WT WT WT
G21 + ) ) ) WT WT WT WT
G23 + ) + + WT H27H WT WT
G25 + ) ) ) WT WT WT WT
G26 + ) + ) WT WT WT WT
G27 + ) + ) WT WT WT WT
G29 + + + ) WT WT WT WT
G30 ) ) + ) WT H27H WT WT
G31 + ) + ) WT WT WT WT
G32 + ) ) ) WT WT WT WT
G35 + ) + ) WT WT WT WT
G43 + + + + WT WT WT WT
G44 + ) ) ) WT WT WT WT
G46 + ) + ) WT WT WT WT
G49 + ) + + WT WT WT WT
G52 + ) + ) WT WT WT WT
G53 + ) + ) WT WT WT WT
G56 + ) ) ) WT WT WT WT
G60 + ) ) ) WT WT WT WT
G61 ) ) + ) WT WT WT WT
G62 ) ) + + WT WT WT WT
G63 + ) + ) WT WT WT WT
G72 + + + + WT WT WT WT
p-KIT, phosphorylated KIT; p-ERK, phosphorylated-ERK; +, positive; ), negative; WT, wild-type.
MAPK pathway in wild-type GISTs 57
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
without evidence of disease (n = 2) or with stabledisease (n = 1).
On statistical univariate analysis, we found that ashorter DSS was significantly associated with tumour
size >100 mm (P = 0.005) and high-risk GISTs(P = 0.027). Age, gender, primary site of tumour,histological type and mitotic index were not significantprognostic markers (Table 2). Regarding immuno-
A B
C
Figure 2. Pathological features of V600E BRAF mutated gastrointestinal stromal tumour (case G9), showing low power of intestinal submucosal
tumour (A, H&E), disclosing CD117+ (B) and CD34+ (C) spindle tumour cells.
A B C
Figure 3. MAP kinase pathway immunohistochemistry markers in wild-type gastrointestinal stromal tumours. A, Positive expression of
phospho-KIT. B, Positive expression of stem cell factor. C, Positive expression of phospho-ERK.
58 O Martinho et al.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
histochemical parameters, no significant correlationwas found between the analysed molecules and clinico-pathological features (Table 2).
Discussion
The majority of GISTs are driven by KIT and PDGFRAoncogenic mutations.7,15 Nevertheless, a subset of GISTpatients, varying from 10% to 40%, are wild-type forboth KIT and PDGFRA genes.4,7,15,27,37 The prognosticfactors of wild-type GISTs are still a matter of debate.Some studies have shown a better prognosis of wild-type GISTs when compared with mutated cases,12,27
although a recent population-based study has failed toconfirm these findings.38 In the present series, wefound that clinicopathological features commonlyassociated with overall GIST patients’ outcome, i.e.largest tumour size and high-risk grade, also constitutepoor prognostic factors in wild-type GISTs. It has beenshown that patients with wild-type GIST rarely respondto imatinib,39,40 and their response to sunitinib-basedtherapy is still unclear.7,15 Thus, these patients raiseimportant therapeutic challenges. Another unexploredand puzzling issue is the molecular lesions underlyingKIT and PDGFRA wild-type GIST tumours.
In the present study, we have investigated the role ofSCF ⁄ KIT autocrine or paracrine stimulation loops, andthe contribution of MAPK (RAS ⁄ RAF ⁄ MEK ⁄ ERK)cascade alterations in a subset of previously describedKIT ⁄ PDGFRA wild-type GISTs.27 In the light of newfindings of undetectable KIT exon 11 duplication typeof mutations in formalin-fixed paraffin-embedded tis-sues,18 we initially re-assessed all wild-type cases. Withthis approach, we were able to detect three new caseswith duplication-type of mutations in exon 11, leadingto 33% of wild-type GISTs in this Portuguese series,which fits with other series, namely from the IberianPeninsula.37
The co-expression of both ligand and receptor inapproximately 65% of cases and the expressionof phospho-KIT in approximately 30% of SCF ⁄ KITco-expressing cases support the possibility of auto-crine ⁄ paracrine mechanisms in wild-type GISTs. Ourfindings are in agreement with a recent report thatfound SCF ⁄ KIT co-expression in the majority of GISTs,independently of KIT and PDGFRA mutation status.35
KIT activation, assessed by Western blot in cell linesand frozen tissues, has previously been reported in 70–80% of wild-type GISTs with the same proportion andlevel found in KIT ⁄ PDGFRA mutated GISTs.20,35 Sim-ilar to our study, others have also observed thatKIT ⁄ SCF co-expression does not always lead to KITactivation.35 The observed discrepancy in the number
Table 2. Clinicopathological parameters and correlation withdisease-specific survival of wild-type gastrointestinal stromaltumours
Parameters (n = 26) N % P-value*
Age (years)£60 12 46.2 NS
>60 14 53.8
GenderMale 16 61.5 NS
Female 10 38.5
Tumour localStomach 16 61.5 NS
Small bowel 9 34.6
Other 1 3.8
Tumour size (mm)£50 7 26.9 0.005
>50 £ 100 13 50.0
>100 6 23.1
Histological typeSpindle 18 69.2 NS
Epithelioid 5 19.2
Mixed 3 11.5
Mitotic index (50 ⁄ HPF)£5 19 73.1 NS
>5 7 26.9
Risk gradeVL ⁄ L ⁄ I 16 61.5 0.027
H 10 38.5
p-KITPositive 5 19.2 NS
Negative 21 80.8
SCFPositive 20 76.9 NS
Negative 6 23.1
p-ERKPositive 8 30.8 NS
Negative 18 69.2
N, number of cases; NS, not significant values (P > 0,05);HPF, high-power field; VL, very low; L, low; I, intermediate;H, high risk; p-KIT, phosphorylated KIT; SCF, stem cell factor;p-ERK, phosphorylated ERK.
*Log rank test
MAPK pathway in wild-type GISTs 59
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
of cases with KIT activation may be explained by thedifferences in methodologies and tissue fixation of thetumours. In our study, the antibody used recognizesKIT phosphorylation at tyrosine 703, whereas in theaforementioned studies the antibody recognizes tyro-sine 721.20,35 Despite the well-known advantages ofimmunohistochemical evaluation on formalin-fixedparaffin-embedded tissues, this method is less consis-tent than Western blot analysis for the evaluation ofprotein phosphorylation status. Therefore, furtherstudies are warranted to determine the frequency ofKIT activation and, most importantly, the efficacy ofavailable treatments in wild-type GISTs.
Despite the high frequency of RAS family genemutation in several types of neoplasms such aspancreatic, papillary thyroid, colonic and non-smallcell lung cancer (NSCLC),23,41 none of the 26 analysedGISTs exhibited non-synonymous mutation of theH-RAS, K-RAS and N-RAS hotspot regions. The anal-ysis of BRAF, another important oncogene of theMAPK cascade pathway, showed the presence ofhotspot-activating V600E mutation in one wild-typecase (approximately 4%). The V600E mutationaccounts for 90% of BRAF mutations in humancancers and is associated with higher kinase activity,which stimulates ERK activity independently of RASstatus.42 In our series, no BRAF mutation was iden-tified in KIT or PDGFRA mutated GISTs, suggestingthat BRAF, KIT and PDGFRA mutations are mutuallyexclusive. So far, there are no reports on the analysis ofRAS and BRAF gene mutations in GISTs.
To elucidate further the role of MAPK pathway inwild-type GISTs, we evaluated phospho-ERK expres-sion, which was observed in 30% of our wild-typecases. Previous studies with GIST cell lines havesuggested that ERK activation is dependent on KITsignalling19 and that some KIT wild-type cell lines alsoexhibit ERK activation.21 Our results are in agreementwith these findings, since phospho-ERK expression wassignificantly (P = 0.02) correlated with phospho-KITexpression. However, phospho-ERK expression in 50%of our cases without phospho-KIT expression suggeststhat KIT-independent ERK activation is probably drivenby other pathways (e.g. AKT ⁄ PI3K and JAK ⁄ STAT) inwild-type GISTs.16,20
Currently, some drugs that target the RAS ⁄ RAF andMEK molecules are under clinical trials and others inpreclinical assays. Hitherto, no ERK1 or ERK2 inhib-itors have been reported.41 The most successful anti-RAF inhibitor is Sorafenib (Nexavar�). Sorafenib is apotent inhibitor of both wild-type and mutant (V600E)BRAF and has proven to target other RTKs also,including KIT, vascular endothelial growth factor
receptor (VEGFR)-2, VEGFR-3, PDGFRB, i.e. it is amulti-kinase inhibitor.43 The Food and Drug Adminis-tration has approved Sorafenib for advanced renal cellcarcinoma. Sorafenib is also being evaluated forNSCLC, prostatic, breast, pancreatic and melanomatumours.43,44 Several studies have shown that Sorafe-nib anti-tumour activity is associated with an anti-angiogenic effect.43,44 In contrast to Sorafenib, smallmolecule inhibitors of MEK1 ⁄ 2 are highly specificinhibitors. AZD6244 (ARRY-142886) preclinical stu-dies has been very promising, thus leading to furtherclinical trials.45,46 Interestingly, Solit and colleagueshave reported that BRAF mutant tumours are verysensitive to MEK inhibition.47
In conclusion, our study constitutes the most com-prehensive analysis of MAPK deregulation in KIT andPDGFRA wild-type GISTs. We have described theabsence of RAS mutations, and suggest that MAPKpathway can be activated through SCF ⁄ KIT auto-crine ⁄ paracrine mechanisms and ⁄ or mutated BRAF ina subset of wild-type GISTs. Despite the low frequencyof MAPK molecular alterations, additional studies arewarranted to evaluate the potential role of MAPKpathway targeting in wild-type (KIT and PDGFRA)GISTs.
Note: While the present paper was under revision, astudy from Agaram NP and colleagues, also reportedthe presence of the V600E hotspot BRAF mutation ina small fraction of KIT and PDGFRA wild-type GISTs.48
Acknowledgements
The authors thank Drª Joana Paredes (IPATIMUP,Porto, Portugal) for kindly providing the MDA-MB-435breast tumour cell line. O.M. is the recipient of a PhDfellowship (SFRH ⁄ BD ⁄ 36463 ⁄ 2007) from FCT, Por-tugal. This study was partially supported by NovartisOncology, Portugal.
References
1. Tryggvason G, Gislason HG, Magnusson MK, Jonasson JG.
Gastrointestinal stromal tumors in Iceland, 1990–2003: the
Icelandic GIST study, a population-based incidence and patho-
logic risk stratification study. Int. J. Cancer 2005; 117; 289–293.
2. Nilsson B, Bumming P, Meis-Kindblom JM et al. Gastrointestinal
stromal tumors: the incidence, prevalence, clinical course, and
prognostication in the preimatinib mesylate era – a population-
based study in western Sweden. Cancer 2005; 103; 821–829.
3. Miettinen M, Blay JY, Sobin LH. Mesenchymal tumours of the
stomach. In Hamilton SR, Aaltomen LA eds. Pathology and genetics
of tumours of the digestive system. In World Health Organization
classification of tumours. Lyon, France: IARC Press, 2000; 62–65.
4. Miettinen M, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors
of the stomach: a clinicopathologic, immunohistochemical, and
60 O Martinho et al.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
molecular genetic study of 1765 cases with long-term follow-up.
Am. J. Surg. Pathol. 2005; 29; 52–68.
5. Blay JY, Bonvalot S, Casali P et al. Consensus meeting for the
management of gastrointestinal stromal tumors. Report of the
GIST Consensus Conference of 20–21 March 2004, under the
auspices of ESMO. Ann. Oncol. 2005; 16; 566–578.
6. Medeiros F, Corless CL, Duensing A et al. KIT-negative gastro-
intestinal stromal tumors: proof of concept and therapeutic
implications. Am. J. Surg. Pathol. 2004; 28; 889–894.
7. Corless CL, Heinrich MC. Molecular pathobiology of gastro-
intestinal stromal sarcomas. Annu. Rev. Pathol. 2008; 3; 557–
586.
8. Roskoski R Jr. Structure and regulation of Kit protein-tyrosine
kinase – the stem cell factor receptor. Biochem. Biophys. Res.
Commun. 2005; 338; 1307–1315.
9. Fletcher JA. Role of KIT and platelet-derived growth factor receptors
as oncoproteins. Semin. Oncol. 2004; 31 (2 Suppl. 6); 4–11.
10. Ali S, Ali S. Role of c-kit ⁄ SCF in cause and treatment of
gastrointestinal stromal tumors (GIST). Gene 2007; 401; 38–45.
11. Tornillo L, Terracciano LM. An update on molecular genetics of
gastrointestinal stromal tumours. J. Clin. Pathol. 2006; 59; 557–
563.
12. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors: review on
morphology, molecular pathology, prognosis, and differential
diagnosis. Arch. Pathol. Lab. Med. 2006; 130; 1466–1478.
13. Heinrich MC, Corless CL, Duensing A et al. PDGFRA activating
mutations in gastrointestinal stromal tumors. Science 2003;
299(5607); 708–710.
14. Lasota J, Miettinen M. KIT and PDGFRA mutations in gastro-
intestinal stromal tumors (GISTs). Semin. Diagn. Pathol. 2006;
23; 91–102.
15. Maki RG. Recent advances in therapy for gastrointestinal stromal
tumors. Curr. Oncol. Rep. 2007; 9; 165–169.
16. Zhu MJ, Ou WB, Fletcher CD, Cohen PS, Demetri GD, Fletcher JA.
KIT oncoprotein interactions in gastrointestinal stromal tumors:
therapeutic relevance. Oncogene 2007; 26; 6386–6395.
17. Wasag B, Debiec-Rychter M, Pauwels P et al. Differential
expression of KIT ⁄ PDGFRA mutant isoforms in epithelioid and
mixed variants of gastrointestinal stromal tumors depends
predominantly on the tumor site. Mod. Pathol. 2004; 17; 889–
894.
18. Lasota J, Wasag B, Steigen SE, Limon J, Miettinen M. Improved
detection of KIT exon 11 duplications in formalin-fixed, paraffin-
embedded gastrointestinal stromal tumors. J. Mol. Diagn. 2007;
9; 89–94.
19. Duensing A, Medeiros F, McConarty B et al. Mechanisms of
oncogenic KIT signal transduction in primary gastrointestinal
stromal tumors (GISTs). Oncogene 2004; 23; 3999–4006.
20. Janeway KA, Liegl B, Harlow A et al. Pediatric KIT-wild-type and
platelet-derived growth factor receptor alpha-wild-type gastro-
intestinal stromal tumors share KIT activation but not mecha-
nisms of genetic progression with adult gastrointestinal stromal
tumors. Cancer Res. 2007; 67; 9084–9088.
21. Bauer S, Duensing A, Demetri GD, Fletcher JA. KIT oncogenic
signaling mechanisms in imatinib-resistant gastrointestinal stro-
mal tumor: PI3-kinase ⁄ AKT is a crucial survival pathway.
Oncogene 2007; 26; 7560–7568.
22. Blair SL, Al-Refaie WB, Wang-Rodriguez J, Behling C, Ali MW,
Moossa AR. Gastrointestinal stromal tumors express ras onco-
gene: a potential role for diagnosis and treatment. Arch. Surg.
2005; 140; 543–547.
23. Dhillon AS, Hagan S, Rath O, Kolch W. MAP kinase signalling
pathways in cancer. Oncogene 2007; 26; 3279–3290.
24. Schubbert S, Shannon K, Bollag G. Hyperactive Ras in
developmental disorders and cancer. Nat. Rev. Cancer 2007; 7;
295–308.
25. Dhomen N, Marais R. New insight into BRAF mutations in
cancer. Curr. Opin. Genet. Dev. 2007; 17; 31–39.
26. Soares P, Trovisco V, Rocha AS et al. BRAF mutations and
RET ⁄ PTC rearrangements are alternative events in the etio-
pathogenesis of PTC. Oncogene 2003; 22; 4578–4580.
27. Gomes AL, Gouveia A, Capelinha AF et al. Molecular alterations
of KIT and PDGFRA in GISTs: evaluation of a Portuguese series.
J. Clin. Pathol. 2008; 61; 203–208.
28. Fletcher CD, Berman JJ, Corless C et al. Diagnosis of gastrointes-
tinal stromal tumors: a consensus approach. Int. J. Surg. Pathol.
2002; 10; 81–89.
29. Basto D, Trovisco V, Lopes JM et al. Mutation analysis of B-RAF
gene in human gliomas. Acta Neuropathol. (Berl) 2005; 109;
207–210.
30. Di CJ, Marcy M, Vasko V et al. Molecular genetic study
comparing follicular variant versus classic papillary thyroid
carcinomas: association of N-ras mutation in codon 61 with
follicular variant. Hum. Pathol. 2006; 37; 824–830.
31. Martinho O, Goncalves A, Moreira MA et al. KIT activation in
uterine cervix adenosquamous carcinomas by KIT ⁄ SCF auto-
crine ⁄ paracrine stimulation loops. Gynecol. Oncol. 2008; 111;
350–355.
32. Reis RM, Martins A, Ribeiro SA et al. Molecular characterization
of PDGFR-alpha ⁄ PDGF-A and c-KIT ⁄ SCF in gliosarcomas. Cell.
Oncol. 2005; 27; 319–326.
33. Houben R, Vetter-Kauczok CS, Ortmann S, Rapp UR, Broecker
EB, Becker JC. Phospho-ERK staining is a poor indicator of the
mutational status of BRAF and NRAS in human melanoma.
J. Invest. Dermatol. 2008; 128; 2003–2012.
34. Malik SN, Brattain M, Ghosh PM et al. Immunohistochemical
demonstration of phospho-Akt in high Gleason grade prostate
cancer. Clin. Cancer Res. 2002; 8; 1168–1171.
35. Theou-Anton N, Tabone S, Brouty-Boye D et al. Co expression of
SCF and KIT in gastrointestinal stromal tumours (GISTs)
suggests an autocrine ⁄ paracrine mechanism. Br. J. Cancer
2006; 94; 1180–1185.
36. Gomes AL, Bardales RH, Milanezi F, Reis RM, Schmitt F.
Molecular analysis of c-Kit and PDGFRA in GISTs diagnosed by
EUS. Am. J. Clin. Pathol. 2007; 127; 1–8.
37. Martin J, Poveda A, Llombart-Bosch A et al. Deletions
affecting codons 557–558 of the c-KIT gene indicate a
poor prognosis in patients with completely resected gastro-
intestinal stromal tumors: a study by the Spanish Group for Sar-
coma Research (GEIS). J. Clin. Oncol. 2005; 23; 6190–6198.
38. Braconi C, Bracci R, Bearzi I et al. KIT and PDGFR{alpha}
mutations in 104 patients with gastrointestinal stromal tumors
(GISTs): a population-based study. Ann. Oncol. 2008; 19; 706–
710.
39. Demetri GD, von Mehren M, Blanke CD et al. Efficacy and safety
of imatinib mesylate in advanced gastrointestinal stromal
tumors. N. Engl. J. Med. 2002; 347; 472–480.
40. Heinrich MC, Corless CL, Demetri GD et al. Kinase mutations and
imatinib response in patients with metastatic gastrointestinal
stromal tumor. J. Clin. Oncol. 2003; 21; 4342–4349.
41. Roberts PJ, Der CJ. Targeting the Raf-MEK-ERK mitogen-
activated protein kinase cascade for the treatment of cancer.
Oncogene 2007; 26; 3291–3310.
42. Wan PT, Garnett MJ, Roe SM et al. Mechanism of activation of
the RAF-ERK signaling pathway by oncogenic mutations of
B-RAF. Cell 2004; 116; 855–867.
MAPK pathway in wild-type GISTs 61
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
43. Flaherty KT. Sorafenib: delivering a targeted drug to the right
targets. Expert Rev. Anticancer Ther. 2007; 7; 617–626.
44. Bracarda S, Caserta C, Sordini L, Rossi M, Hamzay A, Crino L.
Protein kinase inhibitors in the treatment of renal cell carcinoma:
sorafenib. Ann. Oncol. 2007; 18; 22–25.
45. Haass NK, Smalley KS, Sproesser K, Contractor R, Herlyn M.
The novel MEK1 ⁄ 2 inhibitor AZD6244 (ARRY-142886) inhib-
its the growth of melanomas harboring the BRAF V600E
mutation in vitro and in vivo. J. Invest. Dermatol. 2007; 127;
S156.
46. Davies BR, Logie A, Mckay JS et al. AZD6244 (ARRY-142886), a
potent inhibitor of mitogen-activated protein kinase ⁄ extracellu-
lar signal-regulated kinase kinase 1 ⁄ 2 kinases: mechanism of
action in vivo, pharmacokinetic ⁄ pharmacodynamic relation-
ship, and potential for combination in preclinical models. Mol.
Cancer Ther. 2007; 6; 2209–2219.
47. Solit DB, Garraway LA, Pratilas CA et al. BRAF mutation predicts
sensitivity to MEK inhibition. Nature 2006; 439(7074); 358–
362.
48. Agaram NP, Wong GC, Guo T. Novel V6OOE BRAF mutations in
imatinib-naive and imatinib-resistant gastrointestinal stromal
tumors. Genes Chromosomes Cancer 2008; 47: 853–859.
62 O Martinho et al.
� 2009 The Authors. Journal compilation � 2009 Blackwell Publishing Ltd, Histopathology, 55, 53–62.
121
Trabalho V
122
ORIGINAL ARTICLE
Loss of RKIP expression is associated with poor survivalin GISTs
Olga Martinho & António Gouveia & Paula Silva &
Amadeu Pimenta & Rui Manuel Reis &
José Manuel Lopes
Received: 8 June 2009 /Revised: 17 July 2009 /Accepted: 30 July 2009 /Published online: 25 August 2009# Springer-Verlag 2009
Abstract Gastrointestinal stromal tumours (GISTs) are raremesenchymal tumours of the digestive tract and arecommonly driven by oncogenic mutations in KIT andPDGFRA genes. Tumour size, location, mitotic index andKIT/PDGFRA mutations are the most important prognosticparameters in GISTs. However, additional studies screeningfor new molecular prognostic markers in GISTs aremissing. Raf kinase inhibitor protein (RKIP) has beenconsidered as a suppressor of metastasis and a prognosticmarker in several neoplasms. In the present study we aimedto examine whether RKIP expression is associated withGIST clinical–pathological features. Using immunohisto-
chemistry, we determined RKIP expression levels in a well-characterised series of 70 GISTs. We found that RKIP isexpressed in the great majority of cases, and absent inapproximately 9% of GISTs. Additionally, we found thatloss of RKIP expression was not due to the promotermethylation as assessed by methylation-specific PCR. Lossof RKIP expression was associated with poor disease-specific survival and with tumour necrosis in GISTs.Furthermore, a statistical tendency was observed betweenthe positive RKIP expression and absence of metastasis. Sofar, this is the first study assessing RKIP expression levelsin GISTs. We conclude that loss of RKIP expression couldhave an important role as prognostic marker in GISTs.
Keywords RKIP. Expression . Survival . GISTs
Introduction
Gastrointestinal stromal tumours (GISTs) are rare mesen-chymal tumours of the digestive tract [1, 2]. Gain-of-function mutations in KIT and PDGFRA oncogenes havebeen identified in a great majority of GISTs and areconsidered to be one of the first molecular events in theirpathogenesis [3, 4]. The tyrosine kinase inhibitor imatinibmesylate is the gold standard in the treatment of metastaticGISTs, leading up to 75% response rates [5]. Severalstudies have shown the importance of KIT and PDGFRAmolecular status in imatinib response [6, 7].
Tumour size, location and mitotic index are the mostimportant prognostic parameters of GISTs [8, 9]. Severalauthors have proven the usefulness of these and otherclassification parameters in GISTs clinical follow-up [10,11]. Moreover, other studies have shown that molecular
Olga Martinho and António Gouveia contributed equally to the study.
O. Martinho : R. M. ReisLife and Health Sciences Research Institute (ICVS),School of Health Sciences, University of Minho,Braga, Portugal
A. Gouveia : P. Silva :A. Pimenta : J. M. Lopes (*)IPATIMUP, Institute of Molecular Pathologyand Immunology of the University of Porto,Rua Dr. Roberto Frias, s/n,4200-465 Porto, Portugale-mail: jmlopes@ipatimup.pt
A. Gouveia :A. PimentaDepartment of Surgery,Porto, Portugal
J. M. LopesDepartment of Pathology, H.S. João,Porto, Portugal
A. Gouveia : P. Silva :A. Pimenta : J. M. LopesMedical Faculty of Porto University,Porto, Portugal
Virchows Arch (2009) 455:277–284DOI 10.1007/s00428-009-0821-z
genetic markers, such as the type of KIT and PDGFRAmutations, might also have prognostic value [12, 13].However, a part of GISTs behave unpredictably leading tothe need of screening new molecular prognostic markers.
The MAP kinase (RAS/RAF/MEK/ERK) pathway, oneof the KIT downstream cascades, is highly preserved andimplicated in cell growth, differentiation, migration andsurvival [14]. Activated RTK phosphorylates RAS, whichbinds RAF-1 kinase that phosphorylates MEK1/2, leadingto ERK1/2 activation. Phosphorylated ERKs translocatesinto nucleus and regulates gene expression through severaltranscription factors like c-Myc, CREB and AP-1, ulti-mately leading to changes in gene expression [14].Recently, we and others observed activation of this pathwayin GISTs by presence of BRAF activating mutations [15,16]. In addition, we described the absence of RASmutations, and suggest that MAP kinase could also beactivated through SCF/KIT autocrine/paracrine mechanismsin a subset of KIT/PDGFRA wild-type GISTs [16].
Raf kinase inhibitory protein (RKIP; also known asPEBP, for phosphatidylethanolamine-binding protein) wasoriginally identified as an endogenous inhibitor of the RAS/RAF/MEK/ERK pathway by interfering with the phosphor-ylation and activation of MEK by Raf-1 [17, 18].Subsequently, RKIP was shown also to suppress theactivation of the nuclear factor Kappa B (NFkB) cellsurvival pathway by blocking the inactivation of theinhibitor of NFkB, namely IkB [19]. In mammals, RKIPis also a negative regulator of G-protein coupled receptors[GPCRs] by inhibiting GRK-2 [20], and may be involvedin regulating the partitioning of chromosomes and mitosisprogression through RKIP binding to centrosomal andkinetochore regions of metaphase chromosomes [21]. Thecollective evidence indicates that RKIP regulates theactivity and mediates the crosstalk between several impor-tant cellular signalling pathways including cell differentia-tion, cell cycle, apoptosis and cell migration. Attenuation ofRKIP function is implicated in several human diseases,such as neurologic diseases and metastases in cancer [22,23].
RKIP is a widely expressed and highly conservedprotein [24–26], which is downregulated in severaltumours, including highly metastatic prostate carcinoma,breast, colon and gastric carcinoma, hepatocellular carci-noma, melanoma, insulinoma and ovarian carcinoma [27–36]. Furthermore, RKIP is also a prognostic marker inprostate, colorectal and gastric carcinomas [34, 36–38].The molecular mechanisms underlying RKIP down-regulation in cancer is not yet fully understood. Someauthors suggested RKIP promoter methylation as apotential RKIP silencing event [21, 39].
In the present study we aimed to clarify the role of RKIPin the prognosis of GISTs.
Materials and methods
Tissue samples
Seventy formalin-fixed paraffin-embedded primary spo-radic GISTs, classified according to WHO criteria and riskgroup [40], previously characterised immunohistochemi-cally for CD117, actin, S100, desmin and CD34, andmolecularly for KIT and PDGFRA mutations, wereretrieved from the Pathology Department of S. JoãoHospital files (1989–2005), Porto, Portugal [10, 41]. Allpatients were Caucasian and of Portuguese origin, with amean age of 62.1 years (range 20–88). Thirty-six (51.4%)patients were female and 34 (48.6%) were male. Mostfrequent tumour location was gastric (n=40) and smallintestine (n=23); other location were: colon (n=2), rectum(n=1), oesophagus (n=1) and omentum/mesentery (n=3).Three GIST patients with surgically resected tumours weretreated with imatinib (400 mg daily, with escalation to600 mg daily whenever indicated), because of tumourrecurrence. Of these patients, two are alive with stabledisease and one died due to the disease. Follow-up datawas available in all patients, as at December 2007, andcollected through direct interview with patients or theirrelatives, and by review of in-hospital patient files. Themedian follow-up time of patients was 54.1 months(range, 1–206). The diagnosis of metastases, includingthe two cases with very limited biopsy material, was basedon definitive imagiological evidence obtained during thefollow-up of the patients.
Immunohistochemistry analysis for RKIP
Representative 3-µm thick sections were subjected toimmunohistochemical analysis according to the streptavidin–biotin peroxidase complex system (UltraVision Large VolumeDetection System Anti-Polyvalent, HRP; Lab Vision Corpo-ration). Briefly, deparaffinised and rehydrated slides weresubmitted to heat-induced antigen retrieval for 20 min at 98°Cwith 10 mM citrate buffer (pH6.0). After incubation with theprimary antibodies raised against RKIP (dilution 1:600;incubation 2 h at RT; Upstate Biotechnology, Lake Placid,NY), the secondary biotinylated goat anti-polyvalent antibodywas applied for 10 min followed by incubation with thestreptavidin–peroxidase complex. The immune reaction wasvisualised by 3,3′-diamonobenzidine as a chromogen. Allsections were counterstained with Gill-2 haematoxylin. Fornegative controls, primary antibody was replaced by auniversal negative control antibody (CEA, rabbit anti-human,DAKO Corporation, Carpinteria, CA). A prostate carcinomawas used as positive control.
Tumour samples were evaluated for both extension andintensity of the immunoreactions. The score used was the
278 Virchows Arch (2009) 455:277–284
sum of the percentage of positive cells (0, negative; 1, lessthan 25% positive cells; 2, 26% to 50% positive cells and 3,more than 50% positive cells) and the staining intensity (0,negative; 1, weak; 2, moderate and 3, strong). Scoresbetween 0 and 2 were classified as negative, 3 and 4 asmoderate positive and 5 and 6 as strongly positive.
DNA isolation
Selected areas contained at least 85% of tumour tissue weremacrodissected into a microfuge tube using a sterile needle(Neolus, 25G-0.5 mm) and DNA isolation was performedusing Qiagen’s QIAamp® DNA Micro Kit, as previouslydescribed [42].
Methylation analysis of RKIP promoter
DNA methylation pattern in the promoter region of theRKIP gene was determined by methylation-specific PCR(MSP), as previously described [39] with some modifica-tions. Briefly, bisulphite treatment of 200 ng DNA wasdone using EZ DNA Methylation Golf Kit (Zymo ResearchCorporation, USA) according to the manufactures instruc-
tions. The PCR was carried out in a total volume of 15µl,consisting of 1µl of bisulphite modified DNA, 0.2µM ofboth sense and anti-sense primers (MWG-Biotech, Ebers-berg, Germany), 200µM of dNTPs (Fermentas, USA),1,5 mM of MgCl2 (Bioron, Germany), 1× Taq Bufferincomplete (Bioron, Germany) and 1 U of Taq SuperhotDNA Polymerase (Bioron, Germany). The reaction con-sisted of an initial denaturation at 95°C for 10 min,followed by 40 cycles with denaturation at 95°C for 30 s,annealing at 52–58°C for 30 s and extension at 72°C for30 s, followed by a final extension for 10 min at 72°C, in aThermocycler (BioRad). To MSP reaction, were usedspecific primers to distinguish methylated DNA (204 bpPCR product) from unmethylated DNA (205 bp PCRproduct), as described [39]. CpGenome Universal Methyl-ated DNA (Chemicon International, USA) was used asmethylated control. Blood DNA of a young healthyindividual was used as unmethylated control.
Statistical analysis
The available clinical–pathological and immunohistochem-istry data were analysed with SPSS software for Windows,
Fig. 1 Immunohistochemistry analysis of RKIP in GISTs. a Weak expression (×200), b strong expression (×200), c negative expression (×200), dpositive expression of RKIP in normal adjacent tissue (×200)
Virchows Arch (2009) 455:277–284 279
version 15.0. Correlations between categorical variableswere performed using Fischer’s exact test. Disease-specificsurvival (DSS) was calculated from the time of diagnosisuntil death related with the disease, or censored at the timeof latest follow-up, as described [10]. Cumulative survivalprobabilities were calculated using the Kaplan–Meiermethod. Differences between survival rates were testedwith the log-rank test. p value inferior to 0.05 wasconsidered significant.
Fig. 2 Agarose gel (2%) showing MSP result for methylation analysisof RKIP gene in the two cases with RKIP loss of expression (G30 andG60). Un unmethylated, M methylated, L 100 bp ladder
Parameter RKIP expression
N Negative (%) Positive (%) pa
CD117 expression
Negative 6 2 (33.3) 4 (66.7) 0.079
Positive 64 4 (6.3) 60 (93.7)
KIT/PDGFRA mutations
Mutant 44 4 (9.1) 40 (90.9) 1.000
Wild-type 26 2 (7.7) 24 (92.3)
Age (years)
≤60 30 2 (6.7) 28 (93.3) 0.694
>60 40 4 (10) 36 (90)
Gender
Male 34 3 (8.8) 31 (91.2) 1.000
Female 36 3 (8.3) 33 (91.7)
Tumour local
Small intestine 23 0 (0) 23 (100) 0.051
Gastric 40 4 (10) 36 (90)
Other 7 2 (28.6) 5 (71.4)
Risk grade
Very low/low/intermediate 41 2b (4.9) 39 (95.1) 0.224
High 29 4 (13.8) 25 (86.2)
Cellular morphology
Spindle 45 4 (8.9) 41 (91.1) 0.842
Epithelioid 8 0 (0) 8 (100)
Mixed 17 2 (11.8) 15 (88.2)
Tumour size (cm)
≤5 29 1 (3.4) 28 (96.6) 0.268
>5 to ≤10 23 2 (8.7) 21 (91.3)
>10 18 3 (16.7) 15 (83.3)
Mitotic index (50/HPF)
≤5 50 3 (6) 47 (94) 0.343
>5 20 3 (15) 17 (85)
Necrosis
Absent 29 0 (0) 29 (100) 0.038*
Present 41 6 (14.6) 35 (85.4)
Metastasis
Absent 58 3 (5.2) 55 (94.8) 0.058
Present 12 3 (25) 9 (75)
Mean survival time (months ± SD) 70 60.60±20.07 167.87±10.35 0.023*c
Table 1 Association betweenRKIP expression and clinical–pathological parameters inGISTs (n=70)
N number of cases, HPF highpower field (×400)
*p<0.05, statistically significantvaluesa Fischer´s exact testb One case low and one caseintermediate riskc Log-rank test
280 Virchows Arch (2009) 455:277–284
Results
RKIP expression
In the present study, we used a series of 70 GISTs whichcomprises 91.4% of CD117 positive cases and 63% of KIT/PDGFRA mutated GISTs, as previously characterised [41].Immunohistochemical approach was done to detect RKIPprotein expression and distribution in GIST cases. Weobserved cytoplasmatic expression of RKIP in 64 (91.5%)of the 70 GISTs studied: 30 cases showed moderate and 34strong positivity (Fig. 1a and b). The remaining 8.5% (6/70)of cases were considered as negative for RKIP expression(Fig. 1c). In a subset of cases, it was possible to analyse thenormal adjacent tissue that showed to be strongly positivefor RKIP expression (Fig. 1d).
RKIP methylation
To determine whether absence of RKIP expression was due togene promoter hypermethylation, we performed methylation-specifc PCR in all six cases without RKIP expression. None ofthe cases exhibited RKIP promoter hypermethylation (Fig. 2).
Clinical–pathological features and statistical analysis
After univariate statistical analysis we observed that there isno correlation between RKIP expression and CD117staining and KIT/PDGFRA mutations status (Table 1).Concerning clinical–pathological data, no significant corre-lations (p>0.05) were found between RKIP expression andage, gender, risk grade, cellular morphology, tumour sizeand mitotic index (Table 1). RKIP negativity was correlatedwith presence of necrosis (p=0.038). There was a tendency(p=0.051) for absence of RKIP expression in gastric GISTsand a tendency (p=0.058) for the development of metas-tasis in RKIP negative cases (Table 1).
Regarding clinical–pathological parameters and disease-specific survival (univariate analysis), we found that a shorterDSS was significantly associated with male gender (p=0.014),high-risk GISTs (p<0.001), tumour size >10 cm (p=0.001),mitotic index >5 (p=0.009) and development of metastasis(p<0.001). Loss of RKIP expression was significantly (p=0.023) associated with poor DSS (Table 1 and Fig. 3). Onlythree cases were treated with imatinib-based therapy, ham-pering any statistical analysis. The low number of casesprecluded multivariate analysis of the studied parameters.
Discussion
Unresectable or metastatic GIST is a fatal disease resistantto conventional cytotoxic chemo and radiotherapy. The
median survival time for patients with metastatic GIST isapproximately 20 months, and 9–12 months for patientswith local recurrences [43]. Treatment with imatinibmesylate is the first option for metastatic disease [44].However, further molecular characterization is warrantedfor the treatment of primary and secondary imatinib-resistant GISTs. Furthermore, excepting KIT and PDGFRAmutations, no other molecular alterations have beenconsistently associated with prognosis of GISTs [12, 13].
RKIP is considered to be a signal transduction modulatorand a metastasis suppressor [45]. The first evidence camefrom cell lines derived from metastatic prostate carcinomas,which display decreased levels of RKIP as compared withprimary tumour cell lines [27]. In human breast carcinoma[32] and metastatic colorectal carcinoma [34, 46], RKIPexpression is consistently lost in lymph node metastases butnot in primary tumours, supporting the suggestion thatRKIP is downregulated in metastatic development. More-over, overexpression of RKIP in vitro and in vivo prostateand melanoma tumour models suggest that RKIP representan important suppressor of metastasis by decreasingvascular invasion [27, 29]. Consistent with the role ofRKIP as a potent suppressor of metastatic development,several studies described that highly metastatic prostatecarcinoma [27], malignant melanoma [29], breast cancerlymph node metastases [32], insulinoma [31], colorectalcarcinoma [46], hepatocarcinoma [33], ovarian carcinoma[35], Merckel cell carcinoma [47] and thyroid carcinoma[48] display frequently a marked decrease in RKIPexpression.
Work by Eves et al. [49] also indicates that the absenceof RKIP may increase the genetic instability of the cell
Fig. 3 Disease-specific survival (DSS) according to RKIP expressionin GISTs (n=70). Cumulative survival is significantly lower in caseswith RKIP loss of expression (p=0.023)
Virchows Arch (2009) 455:277–284 281
while work with hepatoma cells suggests that the absenceof RKIP may increase the rate of cell division [33].
Furthermore, loss of cytoplasmatic RKIP has also beenassociated with colorectal carcinoma recurrence [34] andwith poor prognosis in prostate, colorectal and gastricadenocarcinomas [34, 36–38]. Recently, it was proposedthat the level of RKIP in the blood can be used as aprognostic marker for prostate cancer patients [38]. Thus,loss of RKIP expression may be considered as a marker oftumour progression.
In our series, well-established prognostic markers (malegender, high risk, tumour size >10 cm, mitotic index >5 anddevelopment of metastasis) were significantly associatedwith DSS [10]. Regarding RKIP expression, our results inGISTs has shown that a negative cytoplasmatic expression,found in approximately 9% of the cases, is significantlycorrelated with the presence of necrosis and with DSS ofGIST patients. Furthermore, a tendency was observedbetween the presence of RKIP expression and absence ofmetastasis. So far, there are no reported studies of RKIPexpression in GISTs. We recently demonstrated that MAPKpathway alterations occur at low frequency in KIT andPDGFRA wild-type GISTs, corroborating the low percent-age of RKIP absence of expression in the present study[16]. Further studies with a largest series are needed tovalidate RKIP expression as a prognostic marker in GISTs.Furthermore, it will be also interesting in the future toassess the expression levels of RKIP in the metastaticbiopsies of GISTs.
Despite the increasing evidence that RKIP is lost duringtumour progression, especially in metastasis, the mecha-nisms of RKIP down-regulation remains to be unraveled[21]. To further elucidate the genetic event that underliesRKIP down-regulation in GISTs, we analysed the methyl-ation status of the CpG islands of RKIP promoter in RKIPnegative GISTs. All six GISTs without RKIP expressionwere found unmethylated for RKIP promoter. Formerstudies concerning RKIP methylation are discrepant. RKIPmethylation was described in a cohort of 12 patients withhyperplastic polyposis coli [39]. Noteworthy, the sameauthors, using 28 colorectal carcinomas, reported thatmethylation of the RKIP promoter was not responsible forloss of RKIP expression [46]. Recently, Al-Mulla et al. [21]reported that 72.5% of 40 RKIP negative colorectalcarcinomas were methylated at the RKIP promoter, andsuggested it as the major mechanism by which RKIP issilenced [21].
The role of RKIP in tumour progression and inmetastases development raises hope for tailored therapeuticapproaches, using drug-induced modulation of RKIPexpression, to control tumour aggressiveness. Locostatinhas already been shown to abrogate the ability of RKIP toinhibit Raf-1 [50]. In some prostate and breast carcinoma
cell lines, increasing levels of RKIP expression re-sensitisecells to drug-induced apoptosis. In drug-sensitive cell lines,down-regulation of RKIP led to the resistance to DNA-damaging drugs [9-nitrocamptothecin, taxol and cisplatin][28]. Rituximab up-regulates RKIP, which has been shownto sensitise non-Hodgkin’s lymphoma cell lines tochemotherapeutic-induced apoptosis [51]. Both inhibitionof the MEK–ERK pathway and inhibition of the NFkBpathway were suggested as possible mechanisms for thesedrug-sensitising effects [51]. Recently, RKIP expressionlevels in pituitary adenomas were found to correlate withboth acute and long-term clinical response to octreotide[52]. Furthermore, Bonavida et al. demonstrated that nitricoxide mediated chemo/immunosensitization via inhibitionof NFkB may also involve the induction of RKIP. Inductionof RKIP inhibits anti-apoptotic pathways that regulatetumour cell sensitivity to apoptotic stimuli [53].
In the present study we describe for the first time thatGIST RKIP expression levels correlate with clinical–pathological parameters in univariate analysis. We foundthat the loss of RKIP expression was independent ofpromoter methylation in a subset of GISTs. Most important,loss of RKIP was associated with tumour necrosis and witha poor survival, i.e., a potential prognostic marker for GISTpatients. Further studies with larger series and with in vivo/in vitro tumour models are warranted to evaluate the role ofRKIP in metastatic development and survival of GISTpatients.
Acknowledgements OM is recipient of a PhD fellowship (SFRH/BD/36463/2007) from FCT, Portugal. This study was partiallysupported by NOVARTIS Oncology, Portugal.
Conflicts of interest statement We declare that we have no conflictof interest.
References
1. Tryggvason G, Gislason HG, Magnusson MK et al (2005)Gastrointestinal stromal tumors in Iceland, 1990–2003: theicelandic GIST study, a population-based incidence and patholog-ic risk stratification study. Int J Cancer 117:289–293
2. Nilsson B, Bumming P, Meis-Kindblom JM et al (2005)Gastrointestinal stromal tumors: the incidence, prevalence, clinicalcourse, and prognostication in the preimatinib mesylate era—apopulation-based study in western Sweden. Cancer 103:821–829
3. Hirota S, Isozaki K, Moriyama Y et al (1998) Gain-of-functionmutations of c-kit in human gastrointestinal stromal tumors.Science 279:577–580
4. Heinrich MC, Corless CL, Duensing A et al (2003) PDGFRAactivating mutations in gastrointestinal stromal tumors. Science299:708–710
5. Heinrich MC, Blanke CD, Druker BJ et al (2002) Inhibition ofKIT tyrosine kinase activity: a novel molecular approach to thetreatment of KIT-positive malignancies. J Clin Oncol 20:1692–1703
282 Virchows Arch (2009) 455:277–284
6. Heinrich MC, Corless CL, Demetri GD et al (2003) Kinasemutations and imatinib response in patients with metastaticgastrointestinal stromal tumor. J Clin Oncol 21:4342–4349
7. Tornillo L, Terracciano LM (2006) An update on moleculargenetics of gastrointestinal stromal tumours. J Clin Pathol 59:557–563
8. Miettinen M, Lasota J (2006) Gastrointestinal stromal tumors:review on morphology, molecular pathology, prognosis, anddifferential diagnosis. Arch Pathol Lab Med 130:1466–1478
9. Corless CL, Heinrich MC (2008) Molecular pathobiology ofgastrointestinal stromal sarcomas. Annu Rev Pathol 3:557–86
10. Gouveia AM, Pimenta AP, Capelinha AF et al (2008) Surgicalmargin status and prognosis of gastrointestinal stromal tumor.World J Surg 32(11):2375–82
11. Takahashi T, Nakajima K, Nishitani A et al (2007) An enhancedrisk-group stratification system for more practical prognosticationof clinically malignant gastrointestinal stromal tumors. Int J ClinOncol 12:369–374
12. Wardelmann E, Buttner R, Merkelbach-Bruse S et al (2007)Mutation analysis of gastrointestinal stromal tumors: increasingsignificance for risk assessment and effective targeted therapy.Virchows Arch 451:743–749
13. Wardelmann E, Losen I, Hans V et al (2003) Deletion of Trp-557and Lys-558 in the juxtamembrane domain of the c-kit proto-oncogene is associated with metastatic behavior of gastrointestinalstromal tumors. Int J Cancer 106:887–895
14. Dhillon AS, Hagan S, Rath O et al (2007) MAP kinase signallingpathways in cancer. Oncogene 26:3279–3290
15. Agaram NP, Wong GC, Guo T et al (2008) Novel V600E BRAFmutations in imatinib-naive and imatinib-resistant gastrointestinalstromal tumors. Genes Chromosomes Cancer 47:853–859
16. Martinho O, Gouveia A, Viana-Pereira M et al (2009) Lowfrequency of MAP kinase signalling pathway alterations in KIT &PDGFRA wild-type GISTs. Histopathology 55:53–62
17. Yeung K, Seitz T, Li S et al (1999) Suppression of Raf-1 kinaseactivity and MAP kinase signalling by RKIP. Nature 401:173–177
18. Yeung K, Janosch P, McFerran B et al (2000) Mechanism ofsuppression of the Raf/MEK/extracellular signal-regulated kinasepathway by the raf kinase inhibitor protein. Mol Cell Biol20:3079–3085
19. Yeung KC, Rose DW, Dhillon AS et al (2001) Raf kinase inhibitorprotein interacts with NF-kappaB-inducing kinase and TAK1 andinhibits NF-kappaB activation. Mol Cell Biol 21:7207–7217
20. Lorenz K, Lohse MJ, Quitterer U (2003) Protein kinase Cswitches the Raf kinase inhibitor from Raf-1 to GRK-2. Nature426:574–579
21. Al-Mulla F, Hagan S, Al-Ali W et al (2008) Raf kinase inhibitorprotein: mechanism of loss of expression and association withgenomic instability. J Clin Pathol 61:524–529
22. Keller ET, Fu Z, Brennan M (2004) The role of Raf kinaseinhibitor protein (RKIP) in health and disease. Biochem Pharma-col 68:1049–1053
23. Klysik J, Theroux SJ, Sedivy JM et al (2008) Signalingcrossroads: the function of Raf kinase inhibitory protein in cancer,the central nervous system and reproduction. Cell Signal 20:1–9
24. Bernier I, Jolles P (1984) Purification and characterization of abasic 23 kDa cytosolic protein from bovine brain. BiochimBiophys Acta 790:174–181
25. Hori N, Chae KS, Murakawa K et al (1994) A human cDNAsequence homologue of bovine phosphatidylethanolamine-binding protein. Gene 140:293–294
26. Seddiqi N, Bollengier F, Alliel PM et al (1994) Amino acidsequence of the Homo sapiens brain 21–23-kDa protein (neuro-polypeptide h3), comparison with its counterparts from Rattusnorvegicus and Bos taurus species, and expression of its mRNA indifferent tissues. J Mol Evol 39:655–660
27. Fu Z, Smith PC, Zhang L et al (2003) Effects of raf kinaseinhibitor protein expression on suppression of prostate cancermetastasis. J Natl Cancer Inst 95:878–889
28. Chatterjee D, Bai Y, Wang Z et al (2004) RKIP sensitizes prostateand breast cancer cells to drug-induced apoptosis. J Biol Chem279:17515–17523
29. Schuierer MM, Bataille F, Hagan S et al (2004) Reduction in Rafkinase inhibitor protein expression is associated with increasedRas-extracellular signal-regulated kinase signaling in melanomacell lines. Cancer Res 64:5186–5192
30. Schuierer MM, Bataille F, Weiss TS et al (2006) Raf kinaseinhibitor protein is downregulated in hepatocellular carcinoma.Oncol Rep 16:451–456
31. Zhang L, Fu Z, Binkley C et al (2004) Raf kinaseinhibitory protein inhibits beta-cell proliferation. Surgery136:708–715
32. Hagan S, Al-Mulla F, Mallon E et al (2005) Reduction of Raf-1kinase inhibitor protein expression correlates with breast cancermetastasis. Clin Cancer Res 11:7392–7397
33. Lee HC, Tian B, Sedivy JM et al (2006) Loss of Raf kinaseinhibitor protein promotes cell proliferation and migration ofhuman hepatoma cells. Gastroenterology 131:1208–1217
34. Al-Mulla F, Hagan S, Behbehani AI et al (2006) Raf kinaseinhibitor protein expression in a survival analysis of colorectalcancer patients 1. J Clin Oncol 24:5672–5679
35. Li HZ, Wang Y, Gao Y et al (2008) Effects of raf kinase inhibitorprotein expression on metastasis and progression of humanepithelial ovarian cancer. Mol Cancer Res 6:917–928
36. Chatterjee D, Sabo E, Tavares R et al (2008) Inverse associationbetween Raf Kinase Inhibitory Protein and signal transducers andactivators of transcription 3 expression in gastric adenocarcinomapatients: implications for clinical outcome. Clin Cancer Res14:2994–3001
37. Zlobec I, Baker K, Minoo P et al (2008) Node-negativecolorectal cancer at high risk of distant metastasis identified bycombined analysis of lymph node status, vascular invasion, andraf-1 kinase inhibitor protein expression. Clin Cancer Res14:143–148
38. Fu Z, Kitagawa Y, Shen R et al (2006) Metastasis suppressor geneRaf kinase inhibitor protein (RKIP) is a novel prognostic markerin prostate cancer. Prostate 66:248–256
39. Minoo P, Baker K, Goswami R et al (2006) Extensive DNAmethylation in normal colorectal mucosa in hyperplastic poly-posis. Gut 55(10):1467–1474
40. Fletcher CD, Berman JJ, Corless C et al (2002) Diagnosis ofgastrointestinal stromal tumors: a consensus approach. Int J SurgPathol 10:81–89
41. Gomes AL, Gouveia A, Capelinha AF et al (2008) Molecularalterations of KIT and PDGFRA in GISTs: evaluation of aPortuguese series. J Clin Pathol 61:203–208
42. Basto D, Trovisco V, Lopes JM et al (2005) Mutation analysis ofB-RAF gene in human gliomas. Acta Neuropathol (Berl)109:207–210
43. Dematteo RP, Lewis JJ, Leung D et al (2000) Two hundredgastrointestinal stromal tumors: recurrence patterns and prognosticfactors for survival. Ann Surg 231:51–58
44. Demetri GD, von Mehren M, Blanke CD et al (2002) Efficacy andsafety of imatinib mesylate in advanced gastrointestinal stromaltumors. N Engl J Med 347:472–480
45. Granovsky AE, Rosner MR (2008) Raf kinase inhibitory protein:a signal transduction modulator and metastasis suppressor. CellRes 18:452–457
46. Minoo P, Zlobec I, Baker K et al (2007) Loss of Raf-1 kinaseinhibitor protein expression is associated with tumor progressionand metastasis in colorectal cancer. Am J Clin Pathol 127:820–827
Virchows Arch (2009) 455:277–284 283
47. Houben R, Michel B, Vetter-Kauczok CS et al (2006) Absence ofclassical MAP kinase pathway signalling in Merkel cell carcinoma.J Invest Dermatol 126:1135–1142
48. Akaishi J, Onda M, Asaka S et al (2006) Growth-suppressivefunction of phosphatidylethanolamine-binding protein in anaplas-tic thyroid cancer. Anticancer Res 26:4437–4442
49. Eves EM, Shapiro P, Naik K et al (2006) Raf kinase inhibitoryprotein regulates aurora B kinase and the spindle checkpoint. MolCell 23:561–574
50. Zhu S, Mc Henry KT, Lane WS et al (2005) A chemical inhibitorreveals the role of Raf kinase inhibitor protein in cell migration.Chem Biol 12:981–991
51. Jazirehi AR, Vega MI, Chatterjee D et al (2004) Inhibition of theRaf-MEK1/2-ERK1/2 signaling pathway, Bcl-xL down-regulation, and chemosensitization of non-Hodgkin's lymphomaB cells by Rituximab. Cancer Res 64:7117–7126
52. Fougner SL, Bollerslev J, Latif F et al (2008) Low levels of rafkinase inhibitory protein in growth hormone-secreting pituitaryadenomas correlate with poor response to octreotide treatment. JClin Endocrinol Metab 93:1211–1216
53. Bonavida B, Baritaki S, Huerta-Yepez S et al (2008) Noveltherapeutic applications of nitric oxide donors in cancer: roles inchemo- and immunosensitization to apoptosis and inhibition ofmetastases. Nitric Oxide 19:152–157
284 Virchows Arch (2009) 455:277–284
131
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
132
133
DISCUSSÃO / CONCLUSÕES
Uma vez que nos resultados da tese se incluem os trabalhos publicados com discussão, decidiu-se
simplificar o mais possível o conteúdo deste capítulo nesta dissertação. Para maior facilidade de
exposição, decidiu-se também seguir a mesma sequência do capítulo de objectivos.
I. Objectivo: Analisar o valor prognóstico da qualidade das margens cirúrgicas no tratamento dos
doentes com GIST primário.
As opções cirúrgicas mais utilizadas no tratamento dos doentes com GISTs primários localizados
são a ressecção “em cunha”, nos GISTs do estômago, e a ressecção segmentar, nos GISTs do
intestino delgado, sem necessidade de linfadenectomia de rotina. Como estes tumores não têm
geralmente padrão infiltrativo intraparietal, estas opções são, de facto, consideradas adequadas ao
tratamento da maioria dos doentes com GIST. No entanto, dependendo do órgão onde se origina o
GIST, da localização exacta e da dimensão do tumor, podem ser necessárias abordagens cirúrgicas
distintas: ressecção parcial ou total de órgão, ou eventual remoção de tecidos adjacentes.
A ressecção cirúrgica no GIST deve garantir uma margem completa de tecido normal em redor do
tumor primário. A revisão das principais séries publicadas permite constatar que vários autores se
referem a ressecção macroscópica completa27, 190, 243, 319-322 dos tumores, enquanto outros
especificam a ressecção R0191, 215, 323-327 como procedimento padrão no tratamento cirúrgico dos
GISTs. Alguns autores defendem que o estado microscópico das margens cirúrgicas (positivo ou
negativo), em contraste com os resultados obtidos noutros tumores sólidos malignos, não
influencia a sobrevida dos doentes, nem mesmo a recidiva do GIST27, 319, 328. Num estudo de 200
doentes com GIST, DeMatteo et al.27 sugerem que as margens microscópicas não influenciam
significativamente a evolução dos tumores e que a recidiva ocorre mais provavelmente como
resultado das características biológicas intrínsecas do tumor. Contudo, nas séries publicadas, o
número relativamente pequeno de casos com margens microscópicas positivas, após ressecção
macroscópica completa, não permite um esclarecimento cabal sobre a adequação desta sugestão.
De facto, as séries incluem um número substancial de GISTs de grandes dimensões e de alto risco
biológico, nos quais a ressecção completa pode não evitar a recidiva (particularmente à distância) do
tumor nem a sobrevida mais curta dos doentes. A análise dos resultados do estudo de DeMatteo et
al. confirma que a maioria das ressecções cirúrgicas foi realizada em GISTs volumosos e de alto
risco biológico215, 329. O valor da margem microscópica negativa (por exemplo, GISTs> 10 cm) é
muito discutível, pois é possível admitir que os tumores podem libertar células, não detectáveis,
para a cavidade peritoneal27, 320. Adicionalmente, alguns destes resultados podem estar enviesados
134
pelo efeito do tratamento adjuvante realizado nos GISTs avançados ou submetidos a ressecção
incompleta27, 330.
Outros autores sugerem que o resultado negativo (R0) na avaliação das margens cirúrgicas
microscópicas pode modificar o prognóstico dos GISTs215, 324, 325, 329, 331-336. No entanto, estes
resultados podem também ter sido influenciados pelo número de ressecções incompletas em GISTs
de alto risco biológico329.
Na nossa série de 104 casos submetidos a cirurgia de ressecção, foi realizada ressecção completa
macroscópica (R0 ou R1) em 92,3% (n=96) dos GISTs e verificou-se a existência de margens
microscópicas negativas (R0) em 75% (n=78) dos casos. A ressecção cirúrgica dos GISTs primários
associou-se a sobrevida específica aos 5 anos de 87,7% e a sobrevida livre de recidiva aos 5 anos de
89,8%, valores que se comparam favoravelmente com os resultados de outros estudos publicados.
A taxa de recidiva de GIST foi significativamente menor nos casos com ressecção R0, quando
comparada com a dos casos com ressecção R1 (p = 0,045), mas apenas a presença de tumor
residual macroscópico (R2) se associou de forma significativa (análise multivariada) a progressão da
doença e a sobrevida mais curta dos doentes (p = 0,013). Tal como nos estudos de DeMatteo et al.27
e Pierie et al.319, o nosso estudo sugere que a ressecção macroscópica do tumor tem impacto
positivo no prognóstico, sendo mais curta a sobrevida específica nos doentes com GISTs em que
foram obtidas margens cirúrgicas R2.
Apesar da controvérsia existente, como abordado neste trabalho, a ressecção cirúrgica com margens
microscópicas positivas (R1) pode expor os doentes a um risco elevado de recidiva tumoral loco-
regional. O objectivo da cirurgia em todos os casos de GIST primário deve ser, segundo as
recomendações de consenso actuais: ressecção completa do tumor, com margens microscópicas
negativas (R0), e preservando a pseudo-cápsula intacta (i.e. evitando a ruptura tumoral)24, 138.
Os dados da literatura, baseados em resultados de análise retrospectiva, mostram que as ressecções
por via laparoscópica, ou assistidas por laparoscopia, são exequíveis e associam-se a taxas de
recidiva reduzidas, períodos curtos de internamento e morbilidade baixa213, 217, 220, 232, 234, 235. Esta
abordagem deve ser considerada a opção de escolha, por exemplo, para a maioria dos doentes com
GISTs gástricos de pequenas e médias dimensões220, 224. Recomenda-se, no entanto, que a técnica
deve obedecer estritamente aos princípios oncológicos acima definidos24, 138, 219.
A abordagem cirúrgica recomendada para os GISTs do intestino delgado é a ressecção segmentar
com margens macroscópicas de 2 a 3 cm, e para GISTs gástricos considera-se suficiente uma
margem de ressecção de 1 a 2 cm218, 225, 326, 337. O exame intra-operatório de amostras de tecido peri-
tumoral por um anátomo-patologista deve ser obrigatório quando existe a possibilidade de as
margens cirúrgicas serem positivas.
135
De acordo com as orientações actuais da ESMO e da NCCN, nos casos em que se realiza uma
ressecção microscópica incompleta (R1) é de considerar o alargamento de margens quando a
localização exacta da lesão pode ser identificada e o risco de morbilidade cirúrgica é baixo.
As recomendações actuais para as margens cirúrgicas têm por base a experiência, o consenso e a
aplicação dos conhecimentos biológicos sobre GIST24, 138. De facto, não há dados prospectivos que
permitam concluir sobre o impacto da qualidade das margens de ressecção (R0 e R1),
designadamente as microscópicas, no risco de recidiva (local ou à distância) do GIST.
Conclusão:
As principais séries publicadas permitem confirmar que não há consenso geral sobre o impacto do
estado microscópico das margens cirúrgicas (positivo/R1 ou negativo/R0) no prognóstico dos
doentes com GIST. Na nossa série, foi realizada ressecção completa macroscópica (R0 ou R1) em
92,3% dos GISTs. A taxa de recidiva foi significativamente menor nos casos com ressecção R0,
mas na análise multivariada apenas a presença de tumor residual macroscópico (R2) se associou
significativamente a sobrevida mais curta dos doentes. De acordo com as recomendações de
consenso actuais, os nossos resultados sublinham o valor prognóstico da ressecção macroscópica
completa dos tumores, com o objectivo de se obterem margens microscópicas negativas e evitar a
ruptura do tumor. Neste contexto, pode ser considerado o exame intra-operatório de amostras peri-
tumorais e o alargamento de margens, após ressecção microscópica incompleta (R1). Os resultados
publicados indicam que a ressecção laparoscópica ou assistida por laparoscopia, é exequível e
apresenta, na maioria dos casos de GISTs gástricos, segurança e eficácia comparável à da cirurgia
convencional.
No entanto, não existem dados prospectivos que permitam concluir sobre o impacto da extensão
das margens de ressecção, designadamente microscópica, no risco de recidiva (local ou à distância)
de GIST.
136
II. Objectivo: Avaliar os procedimentos de diagnóstico de GIST no esófago, que é uma localização
rara deste tipo de tumores, e rever as opções terapêuticas mais adequadas nesta localização.
Os GISTs são os tumores mesenquimatosos mais comuns do tracto gastrointestinal, mas são
raramente diagnosticados (1-3%) no esófago27, 338. O diagnóstico específico de GIST antes da
biópsia ou cirurgia é bastante difícil em qualquer localização, mas constitui um desafio no esófago,
devido às semelhanças na apresentação clínica, endoscópica e radiográfica com o leiomioma
esofágico, que é um tumor mais comum nesta localização. A ultrassonografia endoscópica pode ser
útil no diagnóstico destes casos e confirmar que o tumor se origina da parede do esófago.
Adicionalmente, a realização de biópsia com agulha fina através da ultrassonografia endoscópica
permite frequentemente a realização de um diagnóstico, designadamente pela identificação de
células fusiformes/epitelióides que expressam os marcadores imuno-histoquímicos característicos
de GIST ou, em alternativa, de outros tipos celulares que excluem o diagnóstico de GIST339-341.
Quando são detectados nódulos subepiteliais esofágicos, gástricos ou duodenais com diâmetro < 2
cm, a abordagem recomendada consiste na avaliação com ecografia endoscópica e vigilância activa
do doente. Estes nódulos, quando correspondem a GISTs, são tumores habitualmente de baixo
risco biológico1, 184. Nestas circunstâncias, a exérese cirúrgica é reservada para os doentes cujo
tumor aumenta de dimensões ou é sintomático. Adicionalmente, quando estes nódulos apresentem
características eco-endoscópicas suspeitas (maior dimensão, limites extraluminais irregulares, padrão
ecográfico heterogéneo, presença de áreas císticas e focos hiperecogénicos) está indicada a
obtenção de um diagnóstico citológico / histológico, necessário para a decisão subsequente170, 171.
Numa série de 68 doentes com tumores mesenquimatosos do esófago94, Miettinen et al.
descreveram 48 (71%) leiomiomas e 17 (25%) GISTs. Os GISTs localizavam-se no esófago distal e
o sintoma típico era a disfagia. Em dois doentes o tumor foi um achado radiológico incidental,
como pudemos constatar no nosso caso, apesar das grandes dimensões do tumor (13,5x8,5x7,6
cm). A realização de ultrassonografia endoscópica (sem biópsia) no nosso doente confirmou que o
tumor se encontrava na dependência da muscular própria da parede esofágica.
Alguns autores sustentam que os GISTs esofágicos são frequentemente diagnosticados muito tarde
e tendem a ser associados a mau prognóstico1, 181. No estudo publicado por Miettinen et al.94, 12 dos
17 GISTs esofágicos foram classificados como tumores de alto risco, tal como verificado no
presente caso.
Quando indicada, a ressecção cirúrgica completa, sem linfadenectomia loco-regional, é considerada
o tratamento padrão dos GISTs primários. Nos GISTs com localização esofágica, o tratamento que
melhor serve este princípio é a esofagectomia341. Nas lesões distais, sobretudo em doentes de risco
cirúrgico, a operação de Merendino (ressecção esofágica segmentar e interposição jejunal) pode ser
uma opção oncologicamente segura e funcionalmente superior à esofagectomia mais comum, a
operação de Ivor Lewis342. Alguns autores descreveram casos de GISTs, alguns com dimensões até
7,5 cm, submetidos a enucleação simples, aparentemente obtendo remoção completa e mesmo R0
137
dos tumores343, 344. No entanto, este procedimento pode comprometer a remoção completa da
pseudo-cápsula, facilitar a persistência de células tumorais viáveis e associar-se a maior risco de
ruptura tumoral, eventualmente não cumprindo os princípios da cirurgia oncológica213.
A cirurgia laparoscópica no GIST tem vindo a expandir-se rapidamente nos últimos anos,
sobretudo na abordagem de GISTs localizados no estômago. A cirurgia minimamente invasiva
pode aplicar-se também a GISTs noutras localizações, mas os dados disponíveis relativamente a
ressecções de casos localizados no esófago são escassos e na generalidade referentes a enucleação
tumoral. A localização do tumor não pode ser considerada contra-indicação absoluta para cirurgia
minimamente invasiva, desde que assegurada a experiência técnica necessária224 e que os
procedimentos sigam rigorosamente os mesmos princípios oncológicos da cirurgia por via aberta:
ressecção completa do tumor com margens livres (R0), evitando a ruptura e disseminação de células
tumorais24, 138, 219.
No presente caso foi realizada uma esofagectomia transtorácica de tipo Ivor Lewis, que estava
indicada em função das características clínico-imagiológicas do GIST, e obtiveram-se margens
cirúrgicas livres de tumor (R0). No exame histológico, o tumor era constituído por células
fusiformes, com baixo índice mitótico (2/50 CGA) e com expressão imuno-histoquímica de KIT
(CD117) e CD34. Tratava-se de um GIST de alto risco de agressividade. No estudo molecular
(incluído no trabalho III desta dissertação) verificou-se a existência de uma mutação no exão 11 do
gene KIT (557del558).
Não foi efectuada terapêutica adjuvante porque à data do tratamento do caso (2003) esta opção não
estava indicada nem aprovada. O doente está vivo e sem evidência de recidiva da doença, 7 anos
após a cirurgia.
Nas séries publicadas, a sobrevida dos doentes com GIST, após ressecção de toda a doença
macroscópica, varia consideravelmente. Estes doentes apresentam taxas de sobrevida aos cinco
anos entre 35% e 65%, dependendo da inclusão de maior ou menor percentagem de casos com
doença disseminada27, 190, 345.
O uso de inibidores tirosina-cinásicos veio revolucionar a terapêutica dos GISTs, e em particular
dos tumores localmente avançados. Estes casos podem beneficiar do tratamento pré-operatório
com imatinib (neoadjuvante), com o objectivo de facilitar a obtenção de margens cirúrgicas R0 e
permitir uma cirurgia com preservação da função e do órgão, como é o exemplo dos GISTs
localizados na junção esófago-gástrica214. Esta é a recomendação de consenso da ESMO e da
NCCN também para GISTs noutras localizações igualmente raras e de abordagem cirúrgica
particularmente mutilante, como são a segunda porção do duodeno e o recto baixo24, 138.
Um aspecto prático muito relevante para a indicação de terapêutica neoadjuvante com imatinib,
particularmente nestas localizações (esofágica, duodenal e rectal), é a necessidade da obtenção de
um diagnóstico anátomo-patológico pré-terapêutico. Actualmente aceita-se que a biópsia com
agulha fina ou a microbiópsia (core biopsy) guiada com ultrassonografia endoscópica estão
particularmente indicadas nestes doentes, porque do seu resultado depende a eventual abordagem
terapêutica a adoptar24, 172.
138
Recentemente, com base nos resultados do ensaio clínico do ACOSOG (Z9001), o imatinib (400
mg/dia, durante 1 ano) foi aprovado como terapêutica adjuvante no GIST. Segundo as
recomendações actuais, o tratamento adjuvante com imatinib é amplamente aceite como opção
para doentes com GISTs de risco biológico intermédio/elevado24, 138. No entanto, permanecem por
esclarecer algumas questões fundamentais, incluindo a heterogeneidade biológica reconhecida nos
GISTs, sobre esta opção terapêutica: a taxa de recidiva absoluta após maior tempo de follow-up
(casos com recidiva precoce vs. recidiva tardia); o benefício obtido no intervalo de tempo livre de
recidiva; e, aquando da eventual recidiva, o tempo para ocorrência de resistência secundária ao
imatinib.
Conclusão:
A opção terapêutica mais adequada para os GISTs do esófago depende da confirmação diagnóstica
prévia, da localização no esófago, da dimensão/extensão loco-regional do tumor e do risco
cirúrgico do doente. Nos GISTs com dimensões < 2 cm é de ponderar a abordagem conservadora
com vigilância periódica do doente. A esofagectomia, seguindo os princípios oncológicos, é o
procedimento cirúrgico indicado na maioria dos casos, para uma ressecção R0. A cirurgia
minimamente invasiva pode ser considerada, quando é possível respeitar os mesmos princípios da
cirurgia oncológica. A terapêutica neoadjuvante deve ser uma opção a considerar nos casos
localmente avançados. A terapêutica adjuvante é uma opção possível, que carece de mais evidências
para GISTs nesta localização específica.
139
III. Objectivo: Avaliar o estado mutacional dos genes KIT e PDGFRA numa série de doentes,
para correlacionar as características clínico-patológicas e moleculares identificadas e o seu impacto
no prognóstico dos doentes com GIST.
A investigação intensiva na biologia dos tumores verificada na última década destacou o papel
fundamental dos receptores tirosina-cinásicos, em especial do KIT e do PDGFRA, na patogénese
dos GISTs55. Estes receptores apresentam actualmente grande importância na abordagem
terapêutica dos GISTs, relacionada com o desenvolvimento de inibidores tirosina-cinásicos como o
imatinib e o sunitinib9, 346.
Não existem ainda dados epidemiológicos consistentes sobre a frequência e o tipo de mutações nos
genes KIT e PDGFRA em GISTs diagnosticados nos países da Europa do Sul, nomeadamente em
Portugal.
No nosso estudo, verificámos que 92% dos GISTs expressavam CD117 (KIT), independentemente
da topografia, idade ou género, de acordo com os resultados de estudos anteriores efectuados
noutras populações38, 347. Não foi detectada qualquer associação estatisticamente significativa entre a
expressão de CD117 e a presença de mutações do KIT. De facto, dois dos seis GISTs sem
expressão de CD117 (KIT) apresentavam mutações do KIT (uma mutação missense no exão 9 e uma
delecção de 3 pb no exão 11). Apesar dos GISTs negativos para o CD117 poderem corresponder a
tumores wild-type (sem mutações KIT/PDGFRA) ou a tumores com mutações do PDGFRA106, 107,
foi também descrita a existência de mutações do KIT em casos CD117-negativos107. A análise
molecular efectuada nos nossos doentes foi importante para o diagnóstico definitivo de GIST em 2
dos 6 casos negativos para CD117. A frequência de casos negativos para CD117 e wild-type para as
mutações do KIT e do PGDFRA encontrados na nossa série de doentes (5%) coaduna-se com os
resultados descritos na literatura107.
Nos 78 doentes analisados, identificámos a presença de mutações do KIT em 56,4% (44/78) dos
casos, sendo 91% (40/44) localizados no exão 11 e 9% (4/44) no exão 9. Estes valores estão em
conformidade com os resultados anteriormente publicados por outros autores (30-80%),
particularmente na Península Ibérica55, 102, 348.
As mutações no exão 11 do gene KIT são descritas em GISTs que, habitualmente, ocorrem em
todo o tracto gastrointestinal (GI), sem preferência por qualquer localização específica38, 94-98. Não
foi ainda estabelecida uma relação clara entre os diferentes tipos de mutações do KIT neste exão e a
morfologia celular dos tumores. Na nossa série, foi possível observar uma correlação significativa
entre a morfologia celular epitelióide e a ausência de mutações do KIT (p=0,0064).
Vários tipos de mutações podem ser observadas no exão 11, mas as delecções são as que se
identificam mais frequentemente. Em 75% (30/40) dos casos da nossa série, as mutações
encontravam-se entre os codões 550 e 561, conhecida por ser a região mais frequentemente
envolvida no exão 11, com 57% (17/30) dos casos a corresponderem a mutações nos codões 557
ou 558. Alguns autores descreveram existir uma associação entre as mutações nestes dois codões e
um comportamento mais agressivo dos GISTs55, 101. No entanto, apenas quatro destes 17 casos da
140
nossa série recidivaram (4/17, 24%). Apesar de ter sido anteriormente descrito que todas as
mutações pontuais ocorrem exclusivamente nos codões 557, 559, 560 e 576, encontrámos uma
mutação pontual nova no codão 570 (Y570F)348.
As mutações no exão 9 do KIT têm sido relacionadas com a localização no intestino delgado, mas
apenas 1 dos 4 casos de GIST da nossa série com mutação neste exão tinha esta localização55, 348.
O impacto prognóstico das mutações nos genes de receptores tirosina-cinásicos foi avaliado em
diversos estudos retrospectivos publicados, mas existe ainda alguma controvérsia relativamente ao
significado prognóstico das mutações do KIT no exão 11 dos GISTs. No presente estudo, e de
acordo com resultados anteriormente publicados55, 99, o estado mutacional KIT positivo associou-se
a pior prognóstico e a sobrevida mais curta dos doentes (p=0,046).
Estudos mais recentes sugerem que os diferentes tipos de mutações no exão 11 podem
correlacionar-se com a evolução clínica dos tumores75. Os GISTs gástricos com delecções neste
exão parecem ter tendência para cursar, na ausência de tratamento com imatinib, com um
comportamento clínico mais agressivo do que os tumores com substituições de um nucleotídeo38.
Na nossa série, não se observou relação significativa entre o tipo de mutação do KIT (mutação
pontual, delecção ou mutação mista), ou a sua localização (exão 9 ou exão 11), e a sobrevida dos
doentes (dados não publicados).
A análise do gene PDGFRA nos nossos doentes revelou a presença de mutações em 6% (5/78) dos
casos (15% dos GISTs KIT wild-type), o que está de acordo com os resultados publicados por outros
autores.
Foi também descrita a existência de uma associação entre alguns aspectos clínico-patológicos dos
tumores, como a localização gástrica, e a presença de mutação no gene PDGFRA72, 106, 108, 349.
Embora o número de casos com mutações do PDGFRA na nossa série seja baixo para avaliação
estatística (n=5), 80% (4/5) das mutações ocorreram em tumores gástricos. Todos os GISTs com
mutações no gene PDGFRA apresentavam expressão de CD117.
O uso do mesilato de imatinib (Glivec® /Gleevec®, Novartis), um inibidor selectivo dos
receptores tirosina-cinásicos, trouxe novas perspectivas para o tratamento dos doentes com GIST.
Foi demonstrado que a resposta clínica objectiva ao imatinib depende da presença e do tipo de
mutações nos genes KIT e PDGFRA9, 55, 350. As taxas de resposta objectiva ao imatinib obtidas em
diferentes ensaios clínicos efectuados em GISTs com mutações no exão 11 e no exão 9 do KIT, e
em GISTs wild-type, foram 72-86%, 38-48% e 28%, respectivamente9, 21, 87, 152, 205, 206. Os doentes com
mutações no exão 9 do KIT apresentam sobrevida livre de progressão tumoral mais longa quando
tratados com uma dose inicial de 800 mg/dia87, 89, 263.
É reconhecido que algumas mutações específicas são responsáveis pela resistência ao imatinib:
mutações do KIT V654A e W670I (exão 13), D816V e T823D (exão 17), e a mutação do PDGFRA
D842V (exão 18)269, 350, 351. De todas estas mutações resistentes ao imatinib, apenas a mutação
D842V foi detectada em dois GISTs da nossa série de doentes.
141
A FDA e a EMA aprovaram recentemente um novo inibidor dos receptores tirosina-cinásicos, o
sunitinib (Sutent ®, Pfizer), para o tratamento de segunda linha dos doentes com GIST que
apresentam progressão da doença sob terapêutica com imatinib, principalmente devida a mutações
resistentes primárias ou secundárias, ou nos casos de intolerância ao imatinib272, 292, 346.
Resultados de estudos efectuados com sunitinib, em doentes com GIST avançado, mostraram
benefício clínico em todas as principais mutações do KIT207. Foi publicada evidência de benefício
clínico para os três genótipos mais comuns: 34% nos tumores com mutações no exão 11 do KIT,
58% nos casos com mutações no exão 9 e 56% nos tumores wild-type para o gene KIT ou com
mutações do PDGFRA. A taxa de resposta parcial (37%) obtida nos GISTs com mutações
primárias no exão 9 indica que o sunitinib pode ser particularmente eficaz nos doentes que
apresentam mutações do KIT neste exão.
A introdução dos inibidores tirosina-cinásicos na terapêutica dos doentes com GIST veio realçar a
importância dos parâmetros de avaliação patológica (diagnóstica/ prognóstica/preditiva) nos
doentes com GIST, incluindo a caracterização molecular dos genes KIT e PDGFRA,
potencialmente útil numa abordagem terapêutica eficaz e ajustada a cada caso individual.
Actualmente, a opção pela realização da análise molecular de rotina em todos os GISTs continua a
ser um assunto controverso. O estudo mutacional dos genes KIT e PDGFRA deve ser
especialmente considerado para confirmação do diagnóstico definitivo dos GISTs sem expressão
de CD117 (e DOG1), e porque permite prever a resposta dos tumores à terapêutica com inibidores
tirosina-cinásicos, pode ser útil para seleccionar os doentes que realmente poderão beneficiar do
tratamento com imatinib, sobretudo quando candidatos a administração de doses mais elevadas
(800 mg/dia)24, 138 ou de outro tratamento alternativo.
O estudo molecular pode também ser considerado um auxiliar importante para a decisão de
tratamento adjuvante com imatinib, em GISTs primários de risco intermédio e alto24, 138. Deste
modo, podem desde logo ser excluídos os GISTs com mutações reconhecidamente resistentes ao
imatinib (ex: mutações D842V do PDGFRA). Estes testes, na opção neoadjuvante, permitem
também ajustar o esquema terapêutico de forma mais adequada.
Finalmente, os resultados deste estudo são também úteis para potenciar um banco de dados multi-
institucional com o objectivo de contribuir para o esclarecimento da epidemiologia, biologia e
tratamento dos doentes com GIST em Portugal.
Conclusão:
Neste estudo descrevemos pela primeira vez a frequência de mutações do KIT e do PDGFRA
numa grande série de doentes portugueses com GIST. A incidência global de mutações do KIT e do
PDGFRA nestes doentes (63%) é concordante com os resultados de outros estudos, especialmente
em populações ibéricas. Foram identificadas mutações no gene KIT em 56% dos casos e mutações
do PDGFRA em 6% dos casos. A presença de mutações do KIT parece associar-se com a
142
sobrevida mais curta dos doentes. A grande maioria (91%) das mutações activantes do gene KIT
localizou-se no exão 11, indicando a possibilidade de uma resposta favorável à terapêutica destes
doentes com imatinib.
O imatinib continua a ser actualmente a opção de escolha no tratamento de primeira linha dos
doentes com GISTs irressecáveis e metastáticos. Em geral, as taxas de resposta ao imatinib mais
favoráveis são observadas nos GISTs que têm mutações no exão 11 do KIT. No entanto, as
evidências mais recentes sugerem que o sunitinib, aprovado para a terapêutica de segunda linha,
pode ser particularmente eficaz no tratamento dos GISTs que têm mutações do KIT no exão 9 e
nos GIST wild-type.
O estudo mutacional dos genes KIT e PDGFRA deve ser considerado no diagnóstico definitivo dos
GISTs negativos para CD117. Nas circunstâncias actuais, e na ausência de evidências conclusivas, a
análise molecular deve ser imprescindível na selecção dos casos de GISTs avançados para ponderar
o tratamento (ex: inibidor tirosina-cinásico) mais indicado em cada doente particular com GIST.
143
IV. Objectivo: Esclarecer as alterações moleculares alternativas em GISTs wild-type, procurando
identificar alterações potencialmente úteis para o diagnóstico e eventualmente preditivas de resposta
a terapêuticas dirigidas a novos alvos moleculares em doentes com GIST.
A maioria dos GISTs tem origem em mutações activantes no gene KIT, com uma frequência que
varia, nos diferentes estudos publicados, entre 30% e 85 % dos casos10, 11, 55, 64. A maior
percentagem de mutações do KIT ocorre no exão 11, seguida pelas mutações no exão 9 e,
raramente, nos exões 13 e 17. Adicionalmente, os GISTs KIT wild-type podem ter mutações
activantes noutro gene de receptor tirosina-cinásico classe III, o PDGFRA (platelet-derived growth
factor receptor A), que ocorrem, na maioria dos casos, no exão 18 e, raramente, nos exões 12 e 1455, 72,
75. Foi possível verificar que os doentes com GISTs com mutações activantes nestes genes (KIT e
PDGFRA) podem ser tratados eficazmente com inibidores tirosina-cinásicos específicos352, 353. No
entanto, existe um subgrupo de doentes com GIST (10-15%, até 40% dos casos) que são wild-type
para os genes KIT e PDGFRA10, 38, 102, 352. Esta variação observada na frequência das mutações do
KIT e do PDGFRA nos GISTs pode depender, em parte, da localização do tumor, da metodologia
e do tipo de tecido (congelado ou fixado em formol e incluído em parafina) usado nos diferentes
estudos55, 64, 75, 354.
Este trabalho teve como objectivo estudar as características moleculares ainda pouco esclarecidas
dos GISTs wild-type para os genes KIT e PDGFRA. Pretendia-se, deste modo, identificar novos
marcadores de prognóstico e potenciais agentes terapêuticos para este subgrupo de GISTs.
Inicialmente, avaliou-se a possibilidade da existência de eventuais mutações (duplicação no exão 11
do KIT), não identificadas no estudo prévio (trabalho III) da nossa série. Lasota et al. sugeriram que
as duplicações no exão 11 do KIT podem não ser detectadas em amostras fixadas em formol e
incluídas em parafina, devido à amplificação preferencial da PCR (reacção em cadeia da polimerase)
do alelo do KIT wild-type, não permitindo identificar um fragmento grande do alelo mutante317. Em
face destas evidências, decidiu-se reavaliar todos os casos wild-type (n=29) da nossa série. Foi assim
possível identificar três casos com duplicação no exão 11, permitindo ajustar para 33% (26/78) a
percentagem efectiva de GISTs wild-type na nossa série, o que está de acordo com os resultados
descritos noutras séries, designadamente da Península Ibérica102.
Nos 26 GISTs wild-type assim definidos, foi avaliada a expressão imuno-histoquímica do KIT
(CD117), do factor de crescimento SCF (stem cell factor; ligando KIT) e do estado de activação do
KIT (fosfo-KIT). A expressão conjunta do ligando (SCF) e do receptor KIT (CD117) em cerca de
65% e a expressão de fosfo-KIT em aproximadamente 30% dos casos com expressão de KIT e
SCF suporta a possibilidade da existência de mecanismos autócrinos/parácrinos como via
patogénica alternativa em GISTs wild-type. Os nossos resultados são concordantes com os obtidos
num estudo recente, que descreveu co-expressão do KIT/SCF na maioria dos GISTs,
independentemente do estado mutacional dos genes KIT e PDGFRA313. A activação do KIT
(fosfo-KIT), avaliada por western blot em linhas celulares e tecidos congelados, foi descrita em 70-
80% dos GISTs wild-type na mesma proporção e nível de activação observados em GISTs com
144
mutações do KIT/PDGFRA16, 313. Tal como neste estudo, outros autores também descreveram que
a co-expressão do KIT/SCF não induz sempre a activação do receptor KIT313. Esta discrepância
observada no número de casos com activação do KIT pode ser explicada por diferenças na
metodologia utilizada e no tipo de fixação tecidular dos tumores. O anticorpo usado no nosso
estudo reconhece a fosforilação do KIT na tirosina 703, enquanto nos estudos anteriormente
referidos o anticorpo usado reconhece a fosforilação do KIT na tirosina 72116, 313. Apesar das
vantagens reconhecidas na avaliação imuno-histoquímica de tecidos fixados em formol e incluídos
em parafina, este método é menos consistente do que a análise por western blot para avaliação do
estado de fosforilação das proteínas. Consequentemente, serão necessários estudos adicionais para
determinar a frequência da activação do KIT e, muito especialmente, sobre o seu impacto na
eficácia dos tratamentos possíveis e adequados para doentes com GISTs wild-type.
Outro aspecto pouco estudado e muito importante é esclarecer as alterações moleculares implicadas
na patogénese dos GISTs (KIT e PDGFRA) wild-type. De facto, contrastando com o conhecimento
substancial actual sobre os efeitos da activação dos receptores KIT e PDGFRA resultantes das
respectivas mutações oncogénicas, há poucos estudos publicados sobre as alterações nas vias de
sinalização intracelular, incluindo a do KIT/PDGFRA, independentes das mutações referidas16, 63,
76, 355. A via da MAPK (RAS/RAF/MEK/ERK) é uma das cascatas de fosforilação a jusante do
receptor KIT, que está preservada e implicada no crescimento, diferenciação, migração e sobrevida
celular356. Em vários tipos de tumores sólidos, incluindo o carcinoma do pâncreas, do cólon, o
carcinoma papilar da tireóide e o melanoma, esta via de sinalização MAPK pode ser regulada
constitutivamente por mutações activantes nos genes da família RAS (RAt Sarcoma) ― H-RAS, K-
RAS e N-RAS (Harvey-Ras, Kirsten-Ras, Neuroblastoma-Ras), e no gene BRAF, membro da família
RAF (proto-oncogene serine/threonine-protein kinase)67, 356-359.
Neste trabalho, a avaliação da contribuição de alterações na via de sinalização MAPK nos GISTs
wild-type consistiu na análise mutacional dos genes da família RAS e BRAF e na avaliação dos níveis
de expressão imuno-histoquímica de ERK fosforilada. Apesar da elevada frequência de mutações
nos genes da família RAS em vários tipos de tumores, incluindo os carcinomas do pâncreas, o
carcinoma papilar da tireóide, o carcinoma do cólon e o carcinoma do pulmão de células não-
pequenas356, 360, não se identificou em nenhum dos 26 GISTs desta série mutações do H-RAS, do
K-RAS, nem das regiões hotspot do N-RAS. A análise do BRAF, outro oncogene importante da via
MAPK, permitiu identificar a presença da mutação activante V600E em cerca de 4% (um caso) dos
GISTs wild-type desta série. A mutação V600E é responsável por 90% das mutações do BRAF nos
tumores malignos humanos e associa-se a maior actividade cinásica, que induz a activação de ERK,
independente do estado de activação de RAS361. Por outro lado, não se identificou nesta série
qualquer mutação do BRAF nos GISTs com mutações do KIT ou do PDGFRA, sugerindo que as
mutações do BRAF, KIT e PDGFRA são mutuamente exclusivas.
Quando o presente trabalho foi iniciado, não existiam publicações sobre a análise de mutações do
RAS ou BRAF em GISTs. Posteriormente, outros estudos descreveram mutações V600E no exão
15 do BRAF em 5-13% dos GISTs wild-type de adultos (5%= 3/61 casos115, 7%= 2/28 casos114,
13%= 9/70 casos116). Os GISTs com mutação do BRAF parecem localizar-se preferencialmente no
145
intestino delgado, sendo ainda controversa a sua associação com o comportamento biológico em
GISTs de alto risco.
Para melhor esclarecimento do papel da via da MAPK em GISTs wild-type, avaliou-se a expressão de
fosfo-ERK que foi identificada em 30% dos casos wild-type da nossa série. Estudos previamente
publicados sugeriram que a activação de ERK (extracellular signal-regulated kinase) em GISTs depende
da sinalização KIT63 e que algumas linhas celulares KIT wild-type também têm activação de ERK76.
Os nossos resultados estão de acordo com estes resultados publicados, salientando-se que
identificamos uma correlação significativa (p=0,02) entre a expressão de fosfo-ERK e a expressão
de fosfo-KIT. No entanto, a expressão de fosfo-ERK em 50% dos casos da nossa série sem
expressão de fosfo-KIT, sugere que a activação de ERK independente da activação de KIT nos
GISTs wild-type é causada provavelmente por outras vias (ex: AKT/PI3K e JAK/STAT) de
sinalização intracelular16, 353.
Os factores de prognóstico dos GISTs wild-type são ainda controversos. Alguns estudos sugerem um
prognóstico melhor nos GISTs wild-type, quando comparados com os tumores com mutações55,
sendo que estes resultados não foram confirmados num estudo de base populacional362. Nesta
nossa série, verificámos que parâmetros clínico-patológicos habitualmente associados a
comportamento agressivo nos doentes com GIST, incluindo a maior dimensão do tumor e o grupo
de alto risco de agressividade, são também factores de mau prognóstico em doentes com GISTs
wild-type.
Existem trabalhos publicados de ensaios clínicos fase II e III descrevendo que os doentes com
GISTs wild-type raramente respondem ao tratamento com imatinib9, 87, 205, 258. Estes doentes
constituem um desafio terapêutico muito importante. As evidências mais recentes sugerem que o
sunitinib pode ser particularmente eficaz no tratamento dos GISTs com mutações do KIT no exão
9 e nos GISTs com genótipo wild-type (sem mutações do KIT / PDGFRA)89, 207, 272, mas as
indicações terapêuticas precisas para este último subgrupo de doentes não estão ainda claramente
estabelecidas.
A activação constitutiva da via de sinalização intracelular RAS/RAF/MEK/ERK pode também
regular a resposta dos doentes a terapêuticas dirigidas aos receptores tirosina-cinásicos,
independente do estado a montante dos receptores tirosina-cinásicos.
Alguns fármacos dirigidos contra moléculas RAS/RAF/MEK são actualmente objecto de estudo
em ensaios clínicos ou pré-clínicos em curso. Não foram ainda descritos inibidores de ERK1 ou
ERK2 com aplicabilidade clinicamente relevante360. O inibidor anti-RAF sorafenib (Nexavar ®) é
um inibidor tirosina-cinásico potente do BRAF wild-type e do BRAF com mutação V600E, e
descreveu-se que é um inibidor multi-cinásico que inibe outros receptores tirosina-cinásicos,
incluindo o KIT, o receptor do factor de crescimento endotelial vascular (VEGFR) -2, o VEGFR-3
e o PDGFRB363. A FDA aprovou o sorafenib para o tratamento do carcinoma de células renais e
do hepatocarcinoma avançados, estando também a ser avaliado no carcinoma do pulmão de células
não-pequenas, nos carcinomas da próstata, da mama e do pâncreas e no melanoma363, 364. Vários
146
estudos descreveram a associação da actividade anti-tumoral do sorafenib a um efeito anti-
angiogénico363, 364.
Em contraste com o sorafenib, as pequenas moléculas inibidoras da MEK1/2 (MAPK/ERK kinase
1 / 2) são consideradas inibidores mais específicos. Os estudos pré-clínicos com AZD6244
(ARRY-142886) revelaram resultados promissores e levaram ao desenvolvimento de ensaios
clínicos adicionais365, 366. Neste contexto, é interessante sublinhar que Solit et al. descreveram que os
tumores com mutação do BRAF são muito sensíveis à inibição cinásica de MEK367.
Os resultados promissores recentemente descritos com o inibidor da cínase RAF PLX4032
(Plexxikon), também conhecido como RG7204, em doentes com melanomas que têm mutação
V600E, sugerem a possibilidade de se obter respostas semelhantes noutros tipos de tumores que
partilhem dependência oncogénica do gene RAF na sua patogénese368, 369.
Conclusão:
A via da MAPK (RAS/RAF/MEK/ERK) a jusante do receptor KIT está implicada na patogénese
de vários tipos de tumores sólidos. O nosso estudo constitui uma análise compreensiva da
desregulação da via MAPK nos GISTs wild-type para os genes KIT e PDGFRA. Na ausência de
mutações RAS sugere-se que a via da MAPK pode ser activada através de mecanismos
autócrinos/parácrinos de SCF/KIT e/ou por mutação do gene BRAF num subgrupo de GISTs
wild-type. A mutação activante V600E do BRAF foi observada num (4%) dos GISTs wild-type da
nossa série. Posteriormente, outros estudos descreveram mutações V600E no exão 15 do BRAF
em 5-13% dos GISTs wild-type de adultos.
Alguns fármacos dirigidos contra moléculas RAS/RAF/MEK são actualmente objecto de estudo
em ensaios clínicos ou pré-clínicos. As mutações activantes V600E nos GISTs wild-type levantam a
possibilidade de terapêutica com inibidores da cínase RAF [ex: PLX4032 (Plexxikon)] neste
subgrupo de tumores. Apesar da reduzida frequência das alterações moleculares da via da MAPK,
são necessários estudos adicionais que avaliem o potencial do tratamento dirigido a moléculas desta
via em GISTs (KIT e PDGFRA) wild-type.
147
V. Objectivo: Avaliar a expressão de RKIP, a sua associação com diferentes parâmetros clínico-
patológicos, e esclarecer o papel deste marcador em doentes com GISTs primários.
O GIST irressecável e/ou metastático é uma doença potencialmente fatal e reconhecidamente
resistente à quimioterapia convencional e à radioterapia. A mediana de sobrevida dos doentes com
GIST metastático é de aproximadamente 20 meses e nos doentes com recidiva local é de 9-12
meses27. O mesilato de imatinib é uma opção de primeira escolha para o tratamento da doença
metastática258. No entanto, continua a ser necessária uma caracterização molecular mais completa e
adequada dos tumores para o tratamento mais eficaz dos GISTs com resistência primária e/ou
secundária ao imatinib. Nestas circunstâncias, com a excepção das mutações do KIT e do
PDGFRA, actualmente não existe outra alteração molecular preditiva, de forma consistente, do
prognóstico dos doentes com GIST101, 326.
A proteína RKIP é considerada um modulador de transdução de sinal (Fig. 5) e um supressor de
metastização tumoral370. A primeira evidência surgiu no estudo de Fu et al., em que se descreveu
que as linhas celulares derivadas de metástases de carcinomas da próstata tinham diminuição dos
níveis da expressão de RKIP, quando comparadas com linhas celulares do tumor primário371. No
Fig. 5: RKIP e via de sinalização da MAPK.
148
carcinoma da mama372 e no carcinoma colo-rectal metastático372, 373 foi também descrita a perda da
expressão de RKIP nas metástases ganglionares linfáticas, mas não nos tumores primários. Estes
resultados suportam a possibilidade da expressão RKIP poder ser sujeita a regulação negativa nos
tumores em que se desenvolve doença metastática. Adicionalmente, a sobre-expressão de RKIP in
vitro e in vivo em modelos de tumores da próstata e de melanomas sugere que esta proteína
representa um importante supressor da metastização, diminuindo a invasão vascular371, 374. Vários
estudos corroboraram o papel de RKIP como supressor potente da patogénese das metástases de
tumores, descrevendo frequentemente diminuição acentuada da expressão de RKIP: carcinoma da
próstata metastático371, melanoma maligno374, metástases ganglionares linfáticas do carcinoma da
mama372, insulinoma375, carcinoma colo-rectal373, hepatocarcinoma376, carcinoma do ovário377,
carcinoma de células de Merkel378 e carcinoma da tireóide379.
O estudo de Eves et al.380 sugere também que a ausência de RKIP pode aumentar a instabilidade
genética das células e, no trabalho de Lee et al.376, em células de hepatoma, sugere-se que a ausência
de RKIP pode aumentar a taxa de divisão celular. A perda de expressão citoplasmática de RKIP
tem sido também associada a recidiva tumoral, no carcinoma colo-rectal381, e a mau prognóstico,
nos adenocarcinomas da próstata, colo-rectal e do estômago381-384. Foi recentemente proposto que
o nível sérico de RKIP pode ser usado como marcador de prognóstico em doentes com cancro da
próstata384. A perda de expressão RKIP pode ser, desta forma, considerado um marcador de
progressão tumoral.
Na nossa série de doentes submetidos a cirurgia de ressecção (n=104; trabalho I), marcadores de
prognóstico bem estabelecidos como o diâmetro do tumor > 10 cm, o índice mitótico > 5
mitoses/CGA, a classificação de alto risco, e o estado das margens cirúrgicas (R2), além do
desenvolvimento de metástases, associaram-se significativamente com a SE dos doentes (análise
univariada). No presente estudo (n=70) identificou-se ausência de expressão citoplasmática de
RKIP em 8,5% dos casos (6/70), significativamente associada com a presença de necrose (p=0,038)
e com a SE (p=0,023) dos doentes com GIST. Adicionalmente, observou-se uma tendência para a
associação entre a presença de expressão RKIP e a ausência de metastização. Não existem outros
estudos publicados sobre a expressão de RKIP em GISTs, com base na pesquisa bibliográfica mais
recente. Descreveu-se no estudo prévio da nossa série (trabalho IV) que a frequência de alterações
da via MAPK em GISTs KIT e PDGFRA wild-type é baixa, o que está de acordo com a percentagem
baixa de casos sem expressão RKIP observada no presente estudo385. No entanto, serão necessários
estudos adicionais, com séries maiores, para validação da expressão RKIP como eventual marcador
de prognóstico em doentes com GIST. Além disso, será também importante avaliar os níveis de
expressão RKIP em biópsias de lesões metastáticas de GISTs.
Apesar da evidência crescente de que a expressão de RKIP se perde durante a progressão do tumor,
especialmente nas lesões metastáticas, continuam por esclarecer os mecanismos da regulação
negativa de RKIP386. Para esclarecer melhor o evento genético subjacente à regulação negativa de
RKIP nos GISTs, analisou-se o estado de metilação das regiões CpG (cytosine-phosphate-guanine) do
promotor do RKIP nos GISTs sem expressão deste marcador da nossa série. Não foi observada
metilação do promotor do RKIP em nenhum dos seis GISTs sem expressão de RKIP. Nos estudos
previamente publicados, os resultados sobre a metilação do RKIP são discrepantes. A metilação do
RKIP foi descrita num grupo de 12 doentes com polipose hiperplásica do cólon318. Curiosamente,
149
os mesmos autores constataram que a metilação do promotor do RKIP não era responsável pela
perda de expressão de RKIP em 28 casos de carcinoma colo-rectal373. Recentemente, Al-Mulla et
al.386 descreveram que 72,5% dos 40 carcinomas colo-rectais sem expressão de RKIP apresentavam
metilação do promotor do RKIP e sugeriram que este seria o mecanismo responsável pela
expressão de RKIP negativa386.
O papel de RKIP na progressão tumoral e no desenvolvimento de metástases pode permitir novas
abordagens terapêuticas específicas, baseadas na modulação da expressão de RKIP induzida por
fármacos, para controlo da agressividade tumoral. O locostatin parece poder anular a capacidade de
RKIP inibir a cínase Raf-1387. Os níveis aumentados de expressão RKIP, em linhas celulares de
carcinoma da próstata e da mama, re-sensibilizam as células para a apoptose induzida por fármacos.
Nas linhas celulares sensíveis à acção dos fármacos, a regulação negativa de RKIP induziu o
desenvolvimento de resistência a agentes quimioterápicos que lesam o ADN (9-nitrocamptothecin,
taxol e cisplatina)388. O anticorpo monoclonal rituximab regula positivamente a proteína RKIP, e
pode sensibilizar linhas celulares de linfoma não-Hodgkin para a apoptose induzida por agentes
quimioterápicos389. A inibição da via MEK–ERK e a inibição da via NFkB (nuclear factor kappa-light-
chain-enhancer of activated B cells) foram propostas como mecanismos implicados neste efeito de
quimio-sensibilização389. Recentemente, foi descrita a relação dos níveis de expressão RKIP em
adenomas hipofisários com a resposta clínica a curto e longo prazo ao tratamento com
octreotido390. Bonavida et al. descreveram que a quimio/imuno-sensibilização mediada pelo óxido
nítrico, através da inibição da NFkB, pode também envolver a indução de RKIP. A indução de
RKIP inibe as vias anti-apoptóticas que regulam a sensibilidade das células tumorais aos estímulos
apoptóticos391.
Conclusão:
No presente estudo, descreveu-se pela primeira vez uma associação significativa entre os níveis de
expressão tumoral de RKIP e parâmetros clínico-patológicos em doentes com GIST. Verificou-se
que a perda de expressão de RKIP num subgrupo de GISTs (6/70) parece ser independente da
metilação do promotor. Salienta-se que a perda de RKIP na nossa série se associou
significativamente a necrose do tumor e a sobrevida mais curta dos doentes. A participação de
RKIP na progressão tumoral e no desenvolvimento de metástases sugere que este marcador pode
ter potencial prognóstico, e pode permitir novas abordagens terapêuticas específicas, baseadas na
modulação da expressão de RKIP em doentes com GIST. No entanto, são ainda necessários
estudos adicionais, com séries maiores, e modelos tumorais in vivo e in vitro, que permitam clarificar
o papel do RKIP na progressão da doença e na sobrevida dos doentes.
150
151
PERSPECTIVAS FUTURAS
Nos estudos subsequentes dar-se-á continuidade à análise da sobrevida dos doentes referenciados e
seguidos em regime de consulta externa, baseada numa actualização constante dos dados da
avaliação clínica e imagiológica de cada caso.
Procurar-se-á a detecção precoce de recidivas e o início do tratamento atempado mais adequado. A
caracterização molecular de cada GIST pode revelar-se fundamental para adaptar a estratégia
terapêutica concreta, baseada nas mutações específicas identificadas.
Neste sentido, adquire particular interesse ponderar a avaliação da utilização de inibidores tirosina-
cinásicos (ex: imatinib, sunitinib, e novas terapêuticas emergentes) em contexto neoadjuvante e
adjuvante, pelo potencial de redução das recidivas locais e/ou da doença metastática.
Nos casos de GIST avançado já em tratamento com ITKs, será importante avaliar a resposta
terapêutica e, em casos seleccionados, ponderar o benefício da opção cirúrgica complementar. A
cirurgia de citorredução pode ser útil em casos de progressão localizada do tumor e, minorando o
potencial desenvolvimento de mutações secundárias, em doentes com GISTs que respondem ao
tratamento com ITKs. A ressecção cirúrgica no GIST metastizado pode ser, assim, considerada
como opção adicional no arsenal terapêutico de segunda /terceira linhas, em doentes seleccionados.
Sempre que possível, será sistematicamente obtido material criopreservado para banco de tumor e
tecido não tumoral, com consentimento informado dos doentes, para estudos moleculares que
permitam contribuir para o esclarecimento dos mecanismos da resistência aos inibidores tirosina-
cinásicos e da progressão da doença.
Com estes estudos, e com a análise da expressão imuno-histoquímica dos tumores, pretende-se dar
continuidade, designadamente, ao estudo das diferentes proteínas envolvidas nas vias de sinalização
intracelular (ex: PI3K e MAPK) implicadas na patogénese dos GISTs, que possam permitir
identificar biomarcadores de resposta e potenciais alvos para novas terapêuticas dirigidas em casos
de resistência aos tratamentos actualmente aprovados.
152
153
REFERÊNCIAS 1. Fletcher CD, Berman JJ, Corless C, et al. Diagnosis of gastrointestinal stromal tumors: A
consensus approach. Hum Pathol. May 2002;33(5):459-465. 2. Ueyama T, Guo KJ, Hashimoto H, Daimaru Y, Enjoji M. A clinicopathologic and
immunohistochemical study of gastrointestinal stromal tumors. Cancer. Feb 15 1992;69(4):947-955.
3. Hurlimann J, Gardiol D. Gastrointestinal stromal tumours: an immunohistochemical study of 165 cases. Histopathology. Oct 1991;19(4):311-320.
4. Mazur MT, Clark HB. Gastric stromal tumors. Reappraisal of histogenesis. Am J Surg Pathol. Sep 1983;7(6):507-519.
5. Howe JR, Karnell LH, Scott-Conner C. Small bowel sarcoma: analysis of survival from the National Cancer Data Base. Ann Surg Oncol. Jul 2001;8(6):496-508.
6. Miettinen M, Virolainen M, Maarit Sarlomo R. Gastrointestinal stromal tumors--value of CD34 antigen in their identification and separation from true leiomyomas and schwannomas. Am J Surg Pathol. Feb 1995;19(2):207-216.
7. Hirota S, Isozaki K, Moriyama Y, et al. Gain-of-function mutations of c-kit in human gastrointestinal stromal tumors. Science. Jan 23 1998;279(5350):577-580.
8. Suster S. Gastrointestinal stromal tumors. Semin Diagn Pathol. Nov 1996;13(4):297-313. 9. Heinrich MC, Corless CL, Demetri GD, et al. Kinase mutations and imatinib response in
patients with metastatic gastrointestinal stromal tumor. J Clin Oncol. Dec 1 2003;21(23):4342-4349.
10. Corless CL, Heinrich MC. Molecular pathobiology of gastrointestinal stromal sarcomas. Annu Rev Pathol. 2008;3:557-586.
11. Hoeben A, Schoffski P, Debiec-Rychter M. Clinical implications of mutational analysis in gastrointestinal stromal tumours. Br J Cancer. Feb 26 2008;98(4):684-688.
12. Liegl-Atzwanger B, Fletcher JA, Fletcher CD. Gastrointestinal stromal tumors. Virchows Arch. Feb 2010;456(2):111-127.
13. Kindblom LG, Remotti HE, Aldenborg F, Meis-Kindblom JM. Gastrointestinal pacemaker cell tumor (GIPACT): gastrointestinal stromal tumors show phenotypic characteristics of the interstitial cells of Cajal. Am J Pathol. May 1998;152(5):1259-1269.
14. Hornick JL, Fletcher CD. Immunohistochemical staining for KIT (CD117) in soft tissue sarcomas is very limited in distribution. Am J Clin Pathol. Feb 2002;117(2):188-193.
15. Hornick JL, Fletcher CD. The role of KIT in the management of patients with gastrointestinal stromal tumors. Hum Pathol. May 2007;38(5):679-687.
16. Janeway KA, Liegl B, Harlow A, et al. Pediatric KIT wild-type and platelet-derived growth factor receptor alpha-wild-type gastrointestinal stromal tumors share KIT activation but not mechanisms of genetic progression with adult gastrointestinal stromal tumors. Cancer Res. Oct 1 2007;67(19):9084-9088.
17. Huizinga JD, Thuneberg L, Kluppel M, Malysz J, Mikkelsen HB, Bernstein A. W/kit gene required for interstitial cells of Cajal and for intestinal pacemaker activity. Nature. Jan 26 1995;373(6512):347-349.
18. Isozaki K, Hirota S, Nakama A, et al. Disturbed intestinal movement, bile reflux to the stomach, and deficiency of c-kit-expressing cells in Ws/Ws mutant rats. Gastroenterology. Aug 1995;109(2):456-464.
19. Sircar K, Hewlett BR, Huizinga JD, Chorneyko K, Berezin I, Riddell RH. Interstitial cells of Cajal as precursors of gastrointestinal stromal tumors. Am J Surg Pathol. Apr 1999;23(4):377-389.
20. Sarlomo-Rikala M, Kovatich AJ, Barusevicius A, Miettinen M. CD117: a sensitive marker for gastrointestinal stromal tumors that is more specific than CD34. Mod Pathol. Aug 1998;11(8):728-734.
21. Demetri GD, Benjamin RS, Blanke CD, et al. NCCN Task Force report: management of patients with gastrointestinal stromal tumor (GIST)--update of the NCCN clinical practice guidelines. J Natl Compr Canc Netw. Jul 2007;5 Suppl 2:S1-29; quiz S30.
154
22. Edmonson JH, Marks RS, Buckner JC, Mahoney MR. Contrast of response to dacarbazine, mitomycin, doxorubicin, and cisplatin (DMAP) plus GM-CSF between patients with advanced malignant gastrointestinal stromal tumors and patients with other advanced leiomyosarcomas. Cancer Invest. 2002;20(5-6):605-612.
23. Joensuu H, Roberts PJ, Sarlomo-Rikala M, et al. Effect of the tyrosine kinase inhibitor STI571 in a patient with a metastatic gastrointestinal stromal tumor. N Engl J Med. Apr 5 2001;344(14):1052-1056.
24. Casali PG, Blay JY. Gastrointestinal stromal tumours: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. May 2010;21 Suppl 5:v98-102.
25. Novartis Pharmaceuticals UL. Glivec Tablets, eSPC.: http://www.medicines.org.uk/emc/medicine/15014/SPC/GLIVEC+Tablets (accessed January 21, 2011). 2009.
26. Demetri GD, van Oosterom AT, Garrett CR, et al. Efficacy and safety of sunitinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumour after failure of imatinib: a randomised controlled trial. Lancet. Oct 14 2006;368(9544):1329-1338.
27. DeMatteo RP, Lewis JJ, Leung D, Mudan SS, Woodruff JM, Brennan MF. Two hundred gastrointestinal stromal tumors: recurrence patterns and prognostic factors for survival. Ann Surg. Jan 2000;231(1):51-58.
28. Reichardt P. Novel approaches to imatinib- and sunitinib-resistant GIST. Curr Oncol Rep. Jul 2008;10(4):344-349.
29. Thomas RM, Sobin LH. Gastrointestinal cancer. Cancer. Jan 1 1995;75(1 Suppl):154-170. 30. Nilsson B, Bumming P, Meis-Kindblom JM, et al. Gastrointestinal stromal tumors: the
incidence, prevalence, clinical course, and prognostication in the preimatinib mesylate era--a population-based study in western Sweden. Cancer. Feb 15 2005;103(4):821-829.
31. Goettsch WG, Bos SD, Breekveldt-Postma N, Casparie M, Herings RM, Hogendoorn PC. Incidence of gastrointestinal stromal tumours is underestimated: results of a nation-wide study. Eur J Cancer. Dec 2005;41(18):2868-2872.
32. Tryggvason G, Gislason HG, Magnusson MK, Jonasson JG. Gastrointestinal stromal tumors in Iceland, 1990-2003: the icelandic GIST study, a population-based incidence and pathologic risk stratification study. Int J Cancer. Nov 1 2005;117(2):289-293.
33. Agaimy A, Wunsch PH, Hofstaedter F, et al. Minute gastric sclerosing stromal tumors (GIST tumorlets) are common in adults and frequently show c-KIT mutations. Am J Surg Pathol. Jan 2007;31(1):113-120.
34. Agaimy A, Wunsch PH, Dirnhofer S, Bihl MP, Terracciano LM, Tornillo L. Microscopic gastrointestinal stromal tumors in esophageal and intestinal surgical resection specimens: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular study of 19 lesions. Am J Surg Pathol. Jun 2008;32(6):867-873.
35. Kawanowa K, Sakuma Y, Sakurai S, et al. High incidence of microscopic gastrointestinal stromal tumors in the stomach. Hum Pathol. Dec 2006;37(12):1527-1535.
36. Corless CL, McGreevey L, Haley A, Town A, Heinrich MC. KIT mutations are common in incidental gastrointestinal stromal tumors one centimeter or less in size. Am J Pathol. May 2002;160(5):1567-1572.
37. Abraham SC, Krasinskas AM, Hofstetter WL, Swisher SG, Wu TT. "Seedling" mesenchymal tumors (gastrointestinal stromal tumors and leiomyomas) are common incidental tumors of the esophagogastric junction. Am J Surg Pathol. Nov 2007;31(11):1629-1635.
38. Miettinen M, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors of the stomach: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 1765 cases with long-term follow-up. Am J Surg Pathol. Jan 2005;29(1):52-68.
39. Prakash S, Sarran L, Socci N, et al. Gastrointestinal stromal tumors in children and young adults: a clinicopathologic, molecular, and genomic study of 15 cases and review of the literature. J Pediatr Hematol Oncol. Apr 2005;27(4):179-187.
40. Miettinen M, Lasota J, Sobin LH. Gastrointestinal stromal tumors of the stomach in children and young adults: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 44 cases with long-term follow-up and review of the literature. Am J Surg Pathol. Oct 2005;29(10):1373-1381.
155
41. Beghini A, Tibiletti MG, Roversi G, et al. Germline mutation in the juxtamembrane domain of the kit gene in a family with gastrointestinal stromal tumors and urticaria pigmentosa. Cancer. Aug 1 2001;92(3):657-662.
42. Isozaki K, Terris B, Belghiti J, Schiffmann S, Hirota S, Vanderwinden JM. Germline-activating mutation in the kinase domain of KIT gene in familial gastrointestinal stromal tumors. Am J Pathol. Nov 2000;157(5):1581-1585.
43. Kang DY, Park CK, Choi JS, et al. Multiple gastrointestinal stromal tumors: Clinicopathologic and genetic analysis of 12 patients. Am J Surg Pathol. Feb 2007;31(2):224-232.
44. Maeyama H, Hidaka E, Ota H, et al. Familial gastrointestinal stromal tumor with hyperpigmentation: association with a germline mutation of the c-kit gene. Gastroenterology. Jan 2001;120(1):210-215.
45. Nishida T, Hirota S, Taniguchi M, et al. Familial gastrointestinal stromal tumours with germline mutation of the KIT gene. Nat Genet. Aug 1998;19(4):323-324.
46. O'Riain C, Corless CL, Heinrich MC, et al. Gastrointestinal stromal tumors: insights from a new familial GIST kindred with unusual genetic and pathologic features. Am J Surg Pathol. Dec 2005;29(12):1680-1683.
47. Kleinbaum EP, Lazar AJ, Tamborini E, et al. Clinical, histopathologic, molecular and therapeutic findings in a large kindred with gastrointestinal stromal tumor. Int J Cancer. Feb 1 2008;122(3):711-718.
48. Pasini B, McWhinney SR, Bei T, et al. Clinical and molecular genetics of patients with the Carney-Stratakis syndrome and germline mutations of the genes coding for the succinate dehydrogenase subunits SDHB, SDHC, and SDHD. Eur J Hum Genet. Jan 2008;16(1):79-88.
49. Li FP, Fletcher JA, Heinrich MC, et al. Familial gastrointestinal stromal tumor syndrome: phenotypic and molecular features in a kindred. J Clin Oncol. Apr 20 2005;23(12):2735-2743.
50. Chompret A, Kannengiesser C, Barrois M, et al. PDGFRA germline mutation in a family with multiple cases of gastrointestinal stromal tumor. Gastroenterology. Jan 2004;126(1):318-321.
51. Andersson J, Sihto H, Meis-Kindblom JM, Joensuu H, Nupponen N, Kindblom LG. NF1-associated gastrointestinal stromal tumors have unique clinical, phenotypic, and genotypic characteristics. Am J Surg Pathol. Sep 2005;29(9):1170-1176.
52. Maertens O, Prenen H, Debiec-Rychter M, et al. Molecular pathogenesis of multiple gastrointestinal stromal tumors in NF1 patients. Hum Mol Genet. Mar 15 2006;15(6):1015-1023.
53. Miettinen M, Fetsch JF, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors in patients with neurofibromatosis 1: a clinicopathologic and molecular genetic study of 45 cases. Am J Surg Pathol. Jan 2006;30(1):90-96.
54. Carney JA. Gastric stromal sarcoma, pulmonary chondroma, and extra-adrenal paraganglioma (Carney Triad): natural history, adrenocortical component, and possible familial occurrence. Mayo Clin Proc. Jun 1999;74(6):543-552.
55. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors: review on morphology, molecular pathology, prognosis, and differential diagnosis. Arch Pathol Lab Med. Oct 2006;130(10):1466-1478.
56. Katz SC, DeMatteo RP. Gastrointestinal stromal tumors and leiomyosarcomas. J Surg Oncol. Mar 15 2008;97(4):350-359.
57. Antonescu C, Hornick J, Nielsen G, al. e. Dedifferentiation in gastrointestinal stromal tumor (GIST) to an anaplastic KIT-negative phenotype—a diagnostic pitfall. Mod Pathol. 2007;20(Suppl 2):Abstr 11A.
58. Pauwels P, Debiec-Rychter M, Stul M, De Wever I, Van Oosterom AT, Sciot R. Changing phenotype of gastrointestinal stromal tumours under imatinib mesylate treatment: a potential diagnostic pitfall. Histopathology. Jul 2005;47(1):41-47.
59. Liegl B, Hornick JL, Antonescu CR, Corless CL, Fletcher CD. Rhabdomyosarcomatous differentiation in gastrointestinal stromal tumors after tyrosine kinase inhibitor therapy: a novel form of tumor progression. Am J Surg Pathol. Feb 2009;33(2):218-226.
156
60. Stenman G, Eriksson A, Claesson-Welsh L. Human PDGFA receptor gene maps to the same region on chromosome 4 as the KIT oncogene. Genes Chromosomes Cancer. Nov 1989;1(2):155-158.
61. Hubbard SR. Juxtamembrane autoinhibition in receptor tyrosine kinases. Nat Rev Mol Cell Biol. Jun 2004;5(6):464-471.
62. Pawson T. Regulation and targets of receptor tyrosine kinases. Eur J Cancer. Sep 2002;38 Suppl 5:S3-10.
63. Duensing A, Medeiros F, McConarty B, et al. Mechanisms of oncogenic KIT signal transduction in primary gastrointestinal stromal tumors (GISTs). Oncogene. May 13 2004;23(22):3999-4006.
64. Tornillo L, Terracciano LM. An update on molecular genetics of gastrointestinal stromal tumours. J Clin Pathol. Jun 2006;59(6):557-563.
65. Blume-Jensen P, Claesson-Welsh L, Siegbahn A, Zsebo KM, Westermark B, Heldin CH. Activation of the human c-kit product by ligand-induced dimerization mediates circular actin reorganization and chemotaxis. EMBO J. Dec 1991;10(13):4121-4128.
66. Casteran N, De Sepulveda P, Beslu N, et al. Signal transduction by several KIT juxtamembrane domain mutations. Oncogene. Jul 24 2003;22(30):4710-4722.
67. Fletcher JA. Role of KIT and platelet-derived growth factor receptors as oncoproteins. Semin Oncol. Apr 2004;31(2 Suppl 6):4-11.
68. O'Farrell AM, Abrams TJ, Yuen HA, et al. SU11248 is a novel FLT3 tyrosine kinase inhibitor with potent activity in vitro and in vivo. Blood. May 1 2003;101(9):3597-3605.
69. Maeda H, Yamagata A, Nishikawa S, Yoshinaga K, Kobayashi S, Nishi K. Requirement of c-kit for development of intestinal pacemaker system. Development. Oct 1992;116(2):369-375.
70. Rubin BP, Singer S, Tsao C, et al. KIT activation is a ubiquitous feature of gastrointestinal stromal tumors. Cancer Res. Nov 15 2001;61(22):8118-8121.
71. Rossi F, Ehlers I, Agosti V, et al. Oncogenic Kit signaling and therapeutic intervention in a mouse model of gastrointestinal stromal tumor. Proc Natl Acad Sci U S A. Aug 22 2006;103(34):12843-12848.
72. Heinrich MC, Corless CL, Duensing A, et al. PDGFRA activating mutations in gastrointestinal stromal tumors. Science. Jan 31 2003;299(5607):708-710.
73. Kang HJ, Nam SW, Kim H, et al. Correlation of KIT and platelet-derived growth factor receptor alpha mutations with gene activation and expression profiles in gastrointestinal stromal tumors. Oncogene. Feb 3 2005;24(6):1066-1074.
74. Ou WB, Zhu MJ, Demetri GD, Fletcher CD, Fletcher JA. Protein kinase C-theta regulates KIT expression and proliferation in gastrointestinal stromal tumors. Oncogene. Sep 18 2008;27(42):5624-5634.
75. Lasota J, Miettinen M. KIT and PDGFRA mutations in gastrointestinal stromal tumors (GISTs). Semin Diagn Pathol. May 2006;23(2):91-102.
76. Bauer S, Duensing A, Demetri GD, Fletcher JA. KIT oncogenic signaling mechanisms in imatinib-resistant gastrointestinal stromal tumor: PI3-kinase/AKT is a crucial survival pathway. Oncogene. Nov 29 2007;26(54):7560-7568.
77. Tsujimura T, Morimoto M, Hashimoto K, et al. Constitutive activation of c-kit in FMA3 murine mastocytoma cells caused by deletion of seven amino acids at the juxtamembrane domain. Blood. Jan 1 1996;87(1):273-283.
78. Tian Q, Frierson HF, Jr., Krystal GW, Moskaluk CA. Activating c-kit gene mutations in human germ cell tumors. Am J Pathol. Jun 1999;154(6):1643-1647.
79. Kanakura Y, Ikeda H, Kitayama H, Sugahara H, Furitsu T. Expression, function and activation of the proto-oncogene c-kit product in human leukemia cells. Leuk Lymphoma. May 1993;10(1-2):35-41.
80. Cohen PS, Chan JP, Lipkunskaya M, Biedler JL, Seeger RC. Expression of stem cell factor and c-kit in human neuroblastoma. The Children's Cancer Group. Blood. Nov 15 1994;84(10):3465-3472.
81. Antonescu CR, Busam KJ, Francone TD, et al. L576P KIT mutation in anal melanomas correlates with KIT protein expression and is sensitive to specific kinase inhibition. Int J Cancer. Jul 15 2007;121(2):257-264.
157
82. Gajiwala KS, Wu JC, Christensen J, et al. KIT kinase mutants show unique mechanisms of drug resistance to imatinib and sunitinib in gastrointestinal stromal tumor patients. Proc Natl Acad Sci U S A. Feb 3 2009;106(5):1542-1547.
83. Corless CL, Schroeder A, Griffith D, et al. PDGFRA mutations in gastrointestinal stromal tumors: frequency, spectrum and in vitro sensitivity to imatinib. J Clin Oncol. Aug 10 2005;23(23):5357-5364.
84. Mendel DB, Laird AD, Xin X, et al. In vivo antitumor activity of SU11248, a novel tyrosine kinase inhibitor targeting vascular endothelial growth factor and platelet-derived growth factor receptors: determination of a pharmacokinetic/pharmacodynamic relationship. Clin Cancer Res. Jan 2003;9(1):327-337.
85. Ma Y, Cunningham ME, Wang X, Ghosh I, Regan L, Longley BJ. Inhibition of spontaneous receptor phosphorylation by residues in a putative alpha-helix in the KIT intracellular juxtamembrane region. J Biol Chem. May 7 1999;274(19):13399-13402.
86. Antonescu CR, Sommer G, Sarran L, et al. Association of KIT exon 9 mutations with nongastric primary site and aggressive behavior: KIT mutation analysis and clinical correlates of 120 gastrointestinal stromal tumors. Clin Cancer Res. Aug 15 2003;9(9):3329-3337.
87. Debiec-Rychter M, Sciot R, Le Cesne A, et al. KIT mutations and dose selection for imatinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumours. Eur J Cancer. May 2006;42(8):1093-1103.
88. Lux ML, Rubin BP, Biase TL, et al. KIT extracellular and kinase domain mutations in gastrointestinal stromal tumors. Am J Pathol. Mar 2000;156(3):791-795.
89. Heinrich MC, Owzar K, Corless CL, et al. Correlation of kinase genotype and clinical outcome in the North American Intergroup Phase III Trial of imatinib mesylate for treatment of advanced gastrointestinal stromal tumor: CALGB 150105 Study by Cancer and Leukemia Group B and Southwest Oncology Group. J Clin Oncol. Nov 20 2008;26(33):5360-5367.
90. Corless CL, Fletcher JA, Heinrich MC. Biology of gastrointestinal stromal tumors. J Clin Oncol. Sep 15 2004;22(18):3813-3825.
91. Cassier PA, Blay JY. Molecular response prediction in gastrointestinal stromal tumors. Target Oncol. Mar 2010;5(1):29-37.
92. Kinoshita K, Isozaki K, Hirota S, et al. c-kit gene mutation at exon 17 or 13 is very rare in sporadic gastrointestinal stromal tumors. J Gastroenterol Hepatol. Feb 2003;18(2):147-151.
93. Sciot R, Debiec-Rychter M. GIST under imatinib therapy. Semin Diagn Pathol. May 2006;23(2):84-90.
94. Miettinen M, Sarlomo-Rikala M, Sobin LH, Lasota J. Esophageal stromal tumors: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 17 cases and comparison with esophageal leiomyomas and leiomyosarcomas. Am J Surg Pathol. Feb 2000;24(2):211-222.
95. Miettinen M, Kopczynski J, Makhlouf HR, et al. Gastrointestinal stromal tumors, intramural leiomyomas, and leiomyosarcomas in the duodenum: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 167 cases. Am J Surg Pathol. May 2003;27(5):625-641.
96. Miettinen M, Makhlouf H, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors of the jejunum and ileum: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 906 cases before imatinib with long-term follow-up. Am J Surg Pathol. Apr 2006;30(4):477-489.
97. Miettinen M, Sarlomo-Rikala M, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors and leiomyosarcomas in the colon: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 44 cases. Am J Surg Pathol. Oct 2000;24(10):1339-1352.
98. Miettinen M, Furlong M, Sarlomo-Rikala M, Burke A, Sobin LH, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors, intramural leiomyomas, and leiomyosarcomas in the rectum and anus: a clinicopathologic, immunohistochemical, and molecular genetic study of 144 cases. Am J Surg Pathol. Sep 2001;25(9):1121-1133.
158
99. Lasota J, Jasinski M, Sarlomo-Rikala M, Miettinen M. Mutations in exon 11 of c-Kit occur preferentially in malignant versus benign gastrointestinal stromal tumors and do not occur in leiomyomas or leiomyosarcomas. Am J Pathol. Jan 1999;154(1):53-60.
100. Taniguchi M, Nishida T, Hirota S, et al. Effect of c-kit mutation on prognosis of gastrointestinal stromal tumors. Cancer Res. Sep 1 1999;59(17):4297-4300.
101. Wardelmann E, Losen I, Hans V, et al. Deletion of Trp-557 and Lys-558 in the juxtamembrane domain of the c-kit protooncogene is associated with metastatic behavior of gastrointestinal stromal tumors. Int J Cancer. Oct 10 2003;106(6):887-895.
102. Martin J, Poveda A, Llombart-Bosch A, et al. Deletions affecting codons 557-558 of the c-KIT gene indicate a poor prognosis in patients with completely resected gastrointestinal stromal tumors: a study by the Spanish Group for Sarcoma Research (GEIS). J Clin Oncol. Sep 1 2005;23(25):6190-6198.
103. Lasota J, Miettinen M. Clinical significance of oncogenic KIT and PDGFRA mutations in gastrointestinal stromal tumours. Histopathology. Sep 2008;53(3):245-266.
104. Lasota J, Corless CL, Heinrich MC, et al. Clinicopathologic profile of gastrointestinal stromal tumors (GISTs) with primary KIT exon 13 or exon 17 mutations: a multicenter study on 54 cases. Mod Pathol. Apr 2008;21(4):476-484.
105. Lasota J, Kopczynski J, Sarlomo-Rikala M, et al. KIT 1530ins6 mutation defines a subset of predominantly malignant gastrointestinal stromal tumors of intestinal origin. Hum Pathol. Dec 2003;34(12):1306-1312.
106. Debiec-Rychter M, Wasag B, Stul M, et al. Gastrointestinal stromal tumours (GISTs) negative for KIT (CD117 antigen) immunoreactivity. J Pathol. Apr 2004;202(4):430-438.
107. Medeiros F, Corless CL, Duensing A, et al. KIT-negative gastrointestinal stromal tumors: proof of concept and therapeutic implications. Am J Surg Pathol. Jul 2004;28(7):889-894.
108. Wardelmann E, Hrychyk A, Merkelbach-Bruse S, et al. Association of platelet-derived growth factor receptor alpha mutations with gastric primary site and epithelioid or mixed cell morphology in gastrointestinal stromal tumors. J Mol Diagn. Aug 2004;6(3):197-204.
109. Pauls K, Merkelbach-Bruse S, Thal D, Buttner R, Wardelmann E. PDGFRalpha- and c-kit-mutated gastrointestinal stromal tumours (GISTs) are characterized by distinctive histological and immunohistochemical features. Histopathology. Feb 2005;46(2):166-175.
110. Tzen CY, Mau BL. Analysis of CD117-negative gastrointestinal stromal tumors. World J Gastroenterol. Feb 21 2005;11(7):1052-1055.
111. Lasota J, Dansonka-Mieszkowska A, Sobin LH, Miettinen M. A great majority of GISTs with PDGFRA mutations represent gastric tumors of low or no malignant potential. Lab Invest. Jul 2004;84(7):874-883.
112. Lasota J, Stachura J, Miettinen M. GISTs with PDGFRA exon 14 mutations represent subset of clinically favorable gastric tumors with epithelioid morphology. Lab Invest. Jan 2006;86(1):94-100.
113. Hirota S, Ohashi A, Nishida T, et al. Gain-of-function mutations of platelet-derived growth factor receptor alpha gene in gastrointestinal stromal tumors. Gastroenterology. Sep 2003;125(3):660-667.
114. Agaimy A, Terracciano LM, Dirnhofer S, et al. V600E BRAF mutations are alternative early molecular events in a subset of KIT/PDGFRA wild-type gastrointestinal stromal tumours. J Clin Pathol. Jul 2009;62(7):613-616.
115. Agaram NP, Wong GC, Guo T, et al. Novel V600E BRAF mutations in imatinib-naive and imatinib-resistant gastrointestinal stromal tumors. Genes Chromosomes Cancer. Oct 2008;47(10):853-859.
116. Hostein I, Faur N, Primois C, et al. BRAF mutation status in gastrointestinal stromal tumors. Am J Clin Pathol. Jan 2010;133(1):141-148.
117. Antonescu CR, Viale A, Sarran L, et al. Gene expression in gastrointestinal stromal tumors is distinguished by KIT genotype and anatomic site. Clin Cancer Res. May 15 2004;10(10):3282-3290.
118. Debiec-Rychter M, Lasota J, Sarlomo-Rikala M, Kordek R, Miettinen M. Chromosomal aberrations in malignant gastrointestinal stromal tumors: correlation with c-KIT gene mutation. Cancer Genet Cytogenet. Jul 1 2001;128(1):24-30.
159
119. Fukasawa T, Chong JM, Sakurai S, et al. Allelic loss of 14q and 22q, NF2 mutation, and genetic instability occur independently of c-kit mutation in gastrointestinal stromal tumor. Jpn J Cancer Res. Dec 2000;91(12):1241-1249.
120. el-Rifai W, Sarlomo-Rikala M, Miettinen M, Knuutila S, Andersson LC. DNA copy number losses in chromosome 14: an early change in gastrointestinal stromal tumors. Cancer Res. Jul 15 1996;56(14):3230-3233.
121. Bergmann F, Gunawan B, Hermanns B, Hoer J, Schumpelick V, Fuzesi L. Cytogenetic and morphologic characteristics of gastrointestinal stromal tumors. Recurrent rearrangement of chromosome 1 and losses of chromosomes 14 and 22 as common anomalies. Verh Dtsch Ges Pathol. 1998;82:275-278.
122. Kim NG, Kim JJ, Ahn JY, et al. Putative chromosomal deletions on 9P, 9Q and 22Q occur preferentially in malignant gastrointestinal stromal tumors. Int J Cancer. Mar 1 2000;85(5):633-638.
123. Lasota J, vel Dobosz AJ, Wasag B, et al. Presence of homozygous KIT exon 11 mutations is strongly associated with malignant clinical behavior in gastrointestinal stromal tumors. Lab Invest. Oct 2007;87(10):1029-1041.
124. Belinsky MG, Skorobogatko YV, Rink L, et al. High density DNA array analysis reveals distinct genomic profiles in a subset of gastrointestinal stromal tumors. Genes Chromosomes Cancer. Oct 2009;48(10):886-896.
125. Schneider-Stock R, Boltze C, Lasota J, et al. High prognostic value of p16INK4 alterations in gastrointestinal stromal tumors. J Clin Oncol. May 1 2003;21(9):1688-1697.
126. Perrone F, Tamborini E, Dagrada GP, et al. 9p21 locus analysis in high-risk gastrointestinal stromal tumors characterized for c-kit and platelet-derived growth factor receptor alpha gene alterations. Cancer. Jul 1 2005;104(1):159-169.
127. Ricci R, Arena V, Castri F, et al. Role of p16/INK4a in gastrointestinal stromal tumor progression. Am J Clin Pathol. Jul 2004;122(1):35-43.
128. Sabah M, Cummins R, Leader M, Kay E. Loss of heterozygosity of chromosome 9p and loss of p16INK4A expression are associated with malignant gastrointestinal stromal tumors. Mod Pathol. Nov 2004;17(11):1364-1371.
129. Schneider-Stock R, Boltze C, Lasota J, et al. Loss of p16 protein defines high-risk patients with gastrointestinal stromal tumors: a tissue microarray study. Clin Cancer Res. Jan 15 2005;11(2 Pt 1):638-645.
130. Nakamura N, Yamamoto H, Yao T, et al. Prognostic significance of expressions of cell-cycle regulatory proteins in gastrointestinal stromal tumor and the relevance of the risk grade. Hum Pathol. Jul 2005;36(7):828-837.
131. Pruneri G, Mazzarol G, Fabris S, et al. Cyclin D3 immunoreactivity in gastrointestinal stromal tumors is independent of cyclin D3 gene amplification and is associated with nuclear p27 accumulation. Mod Pathol. Sep 2003;16(9):886-892.
132. West RB, Corless CL, Chen X, et al. The novel marker, DOG1, is expressed ubiquitously in gastrointestinal stromal tumors irrespective of KIT or PDGFRA mutation status. Am J Pathol. Jul 2004;165(1):107-113.
133. Lopes LF, West RB, Bacchi LM, van de Rijn M, Bacchi CE. DOG1 for the diagnosis of gastrointestinal stromal tumor (GIST): Comparison between 2 different antibodies. Appl Immunohistochem Mol Morphol. Jul 2010;18(4):333-337.
134. Liegl B, Hornick JL, Corless CL, Fletcher CD. Monoclonal antibody DOG1.1 shows higher sensitivity than KIT in the diagnosis of gastrointestinal stromal tumors, including unusual subtypes. Am J Surg Pathol. Mar 2009;33(3):437-446.
135. Espinosa I, Lee CH, Kim MK, et al. A novel monoclonal antibody against DOG1 is a sensitive and specific marker for gastrointestinal stromal tumors. Am J Surg Pathol. Feb 2008;32(2):210-218.
136. Lee CH, Liang CW, Espinosa I. The utility of discovered on gastrointestinal stromal tumor 1 (DOG1) antibody in surgical pathology-the GIST of it. Adv Anat Pathol. May 2010;17(3):222-232.
137. Novelli M, Rossi S, Rodriguez-Justo M, et al. DOG1 and CD117 are the antibodies of choice in the diagnosis of gastrointestinal stromal tumours. Histopathology. Aug 2010;57(2):259-270.
160
138. Demetri GD, von Mehren M, Antonescu CR, et al. NCCN Task Force report: update on the management of patients with gastrointestinal stromal tumors. J Natl Compr Canc Netw. Apr 2010;8 Suppl 2:S1-41; quiz S42-44.
139. Miettinen M, Lasota J. KIT (CD117): a review on expression in normal and neoplastic tissues, and mutations and their clinicopathologic correlation. Appl Immunohistochem Mol Morphol. Sep 2005;13(3):205-220.
140. Orosz Z, Tornoczky T, Sapi Z. Gastrointestinal stromal tumors: a clinicopathologic and immunohistochemical study of 136 cases. Pathol Oncol Res. 2005;11(1):11-21.
141. Miettinen M, Monihan JM, Sarlomo-Rikala M, et al. Gastrointestinal stromal tumors/smooth muscle tumors (GISTs) primary in the omentum and mesentery: clinicopathologic and immunohistochemical study of 26 cases. Am J Surg Pathol. Sep 1999;23(9):1109-1118.
142. Miettinen M, Sobin LH, Sarlomo-Rikala M. Immunohistochemical spectrum of GISTs at different sites and their differential diagnosis with a reference to CD117 (KIT). Mod Pathol. Oct 2000;13(10):1134-1142.
143. Sarlomo-Rikala M, Miettinen M. Gastric schwannoma--a clinicopathological analysis of six cases. Histopathology. Oct 1995;27(4):355-360.
144. Carlson JW, Fletcher CD. Immunohistochemistry for beta-catenin in the differential diagnosis of spindle cell lesions: analysis of a series and review of the literature. Histopathology. Oct 2007;51(4):509-514.
145. Montgomery E, Torbenson MS, Kaushal M, Fisher C, Abraham SC. Beta-catenin immunohistochemistry separates mesenteric fibromatosis from gastrointestinal stromal tumor and sclerosing mesenteritis. Am J Surg Pathol. Oct 2002;26(10):1296-1301.
146. Lucas DR, al-Abbadi M, Tabaczka P, Hamre MR, Weaver DW, Mott MJ. c-Kit expression in desmoid fibromatosis. Comparative immunohistochemical evaluation of two commercial antibodies. Am J Clin Pathol. Mar 2003;119(3):339-345.
147. Cessna MH, Zhou H, Sanger WG, et al. Expression of ALK1 and p80 in inflammatory myofibroblastic tumor and its mesenchymal mimics: a study of 135 cases. Mod Pathol. Sep 2002;15(9):931-938.
148. Lasota J, Wang ZF, Sobin LH, Miettinen M. Gain-of-function PDGFRA mutations, earlier reported in gastrointestinal stromal tumors, are common in small intestinal inflammatory fibroid polyps. A study of 60 cases. Mod Pathol. Aug 2009;22(8):1049-1056.
149. Schildhaus HU, Cavlar T, Binot E, Buttner R, Wardelmann E, Merkelbach-Bruse S. Inflammatory fibroid polyps harbour mutations in the platelet-derived growth factor receptor alpha (PDGFRA) gene. J Pathol. Oct 2008;216(2):176-182.
150. Miettinen M, Wang ZF, Lasota J. DOG1 antibody in the differential diagnosis of gastrointestinal stromal tumors: a study of 1840 cases. Am J Surg Pathol. Sep 2009;33(9):1401-1408.
151. Weisberg E, Wright RD, Jiang J, et al. Effects of PKC412, nilotinib, and imatinib against GIST-associated PDGFRA mutants with differential imatinib sensitivity. Gastroenterology. Dec 2006;131(6):1734-1742.
152. Heinrich MC, Corless CL, Blanke CD, et al. Molecular correlates of imatinib resistance in gastrointestinal stromal tumors. J Clin Oncol. Oct 10 2006;24(29):4764-4774.
153. Emory TS, Sobin LH, Lukes L, Lee DH, O'Leary TJ. Prognosis of gastrointestinal smooth-muscle (stromal) tumors: dependence on anatomic site. Am J Surg Pathol. Jan 1999;23(1):82-87.
154. Graadt van Roggen JF, van Velthuysen ML, Hogendoorn PC. The histopathological differential diagnosis of gastrointestinal stromal tumours. J Clin Pathol. Feb 2001;54(2):96-102.
155. Reith JD, Goldblum JR, Lyles RH, Weiss SW. Extragastrointestinal (soft tissue) stromal tumors: an analysis of 48 cases with emphasis on histologic predictors of outcome. Mod Pathol. May 2000;13(5):577-585.
156. Gold JS, Dematteo RP. Combined surgical and molecular therapy: the gastrointestinal stromal tumor model. Ann Surg. Aug 2006;244(2):176-184.
161
157. Scarpa M, Bertin M, Ruffolo C, Polese L, D'Amico DF, Angriman I. A systematic review on the clinical diagnosis of gastrointestinal stromal tumors. J Surg Oncol. Oct 1 2008;98(5):384-392.
158. Dematteo RP, Maki RG, Antonescu C, Brennan MF. Targeted molecular therapy for cancer: the application of STI571 to gastrointestinal stromal tumor. Curr Probl Surg. Mar 2003;40(3):144-193.
159. Agaimy A, Markl B, Arnholdt H, et al. Multiple sporadic gastrointestinal stromal tumours arising at different gastrointestinal sites: pattern of involvement of the muscularis propria as a clue to independent primary GISTs. Virchows Arch. Aug 2009;455(2):101-108.
160. de Raedt T, Cools J, Debiec-Rychter M, et al. Intestinal neurofibromatosis is a subtype of familial GIST and results from a dominant activating mutation in PDGFRA. Gastroenterology. Dec 2006;131(6):1907-1912.
161. Stewart DR, Corless CL, Rubin BP, et al. Mitotic recombination as evidence of alternative pathogenesis of gastrointestinal stromal tumours in neurofibromatosis type 1. J Med Genet. Jan 2007;44(1):e61.
162. Agaram NP, Laquaglia MP, Ustun B, et al. Molecular characterization of pediatric gastrointestinal stromal tumors. Clin Cancer Res. May 15 2008;14(10):3204-3215.
163. Carney JA, Stratakis CA. Familial paraganglioma and gastric stromal sarcoma: a new syndrome distinct from the Carney triad. Am J Med Genet. Mar 1 2002;108(2):132-139.
164. Zhang L, Smyrk TC, Young WF, Jr., Stratakis CA, Carney JA. Gastric stromal tumors in Carney triad are different clinically, pathologically, and behaviorally from sporadic gastric gastrointestinal stromal tumors: findings in 104 cases. Am J Surg Pathol. Jan 2010;34(1):53-64.
165. Matthews BD, Joels CS, Kercher KW, Heniford BT. Gastrointestinal stromal tumors of the stomach. Minerva Chir. Jun 2004;59(3):219-231.
166. Nickl NJ. Gastrointestinal stromal tumors: new progress, new questions. Curr Opin Gastroenterol. Sep 2004;20(5):482-487.
167. Sepe PS, Brugge WR. A guide for the diagnosis and management of gastrointestinal stromal cell tumors. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. Jun 2009;6(6):363-371.
168. Rader AE, Avery A, Wait CL, McGreevey LS, Faigel D, Heinrich MC. Fine-needle aspiration biopsy diagnosis of gastrointestinal stromal tumors using morphology, immunocytochemistry, and mutational analysis of c-kit. Cancer. Aug 25 2001;93(4):269-275.
169. Nowain A, Bhakta H, Pais S, Kanel G, Verma S. Gastrointestinal stromal tumors: clinical profile, pathogenesis, treatment strategies and prognosis. J Gastroenterol Hepatol. Jun 2005;20(6):818-824.
170. Chak A, Canto MI, Rosch T, et al. Endosonographic differentiation of benign and malignant stromal cell tumors. Gastrointest Endosc. Jun 1997;45(6):468-473.
171. Nickl N. Endoscopic approach to gastrointestinal stromal tumors. Gastrointest Endosc Clin N Am. Jul 2005;15(3):455-466, viii.
172. Raut CP, Morgan JA, Ashley SW. Current issues in gastrointestinal stromal tumors: incidence, molecular biology, and contemporary treatment of localized and advanced disease. Curr Opin Gastroenterol. Mar 2007;23(2):149-158.
173. Blay JY, Bonvalot S, Casali P, et al. Consensus meeting for the management of gastrointestinal stromal tumors. Report of the GIST Consensus Conference of 20-21 March 2004, under the auspices of ESMO. Ann Oncol. Apr 2005;16(4):566-578.
174. Chaudhry UI, DeMatteo RP. Management of resectable gastrointestinal stromal tumor. Hematol Oncol Clin North Am. Feb 2009;23(1):79-96, viii.
175. Van den Abbeele AD, Badawi RD. Use of positron emission tomography in oncology and its potential role to assess response to imatinib mesylate therapy in gastrointestinal stromal tumors (GISTs). Eur J Cancer. Sep 2002;38 Suppl 5:S60-65.
176. Stroobants S, Goeminne J, Seegers M, et al. 18FDG-Positron emission tomography for the early prediction of response in advanced soft tissue sarcoma treated with imatinib mesylate (Glivec). Eur J Cancer. Sep 2003;39(14):2012-2020.
177. Van den Abbeele AD. The lessons of GIST--PET and PET/CT: a new paradigm for imaging. Oncologist. 2008;13 Suppl 2:8-13.
162
178. Tran T, Davila JA, El-Serag HB. The epidemiology of malignant gastrointestinal stromal tumors: an analysis of 1,458 cases from 1992 to 2000. Am J Gastroenterol. Jan 2005;100(1):162-168.
179. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors--definition, clinical, histological, immunohistochemical, and molecular genetic features and differential diagnosis. Virchows Arch. Jan 2001;438(1):1-12.
180. Dematteo RP, Gold JS, Saran L, et al. Tumor mitotic rate, size, and location independently predict recurrence after resection of primary gastrointestinal stromal tumor (GIST). Cancer. Feb 1 2008;112(3):608-615.
181. Miettinen M, El-Rifai W, L HLS, Lasota J. Evaluation of malignancy and prognosis of gastrointestinal stromal tumors: a review. Hum Pathol. May 2002;33(5):478-483.
182. Fletcher CD, Berman JJ, Corless C, et al. Diagnosis of gastrointestinal stromal tumors: a consensus approach. Int J Surg Pathol. Apr 2002;10(2):81-89.
183. Sanchez Hidalgo JM, Rufian Pena S, Ciria Bru R, et al. Gastrointestinal stromal tumors (GIST): a prospective evaluation of risk factors and prognostic scores. J Gastrointest Cancer. Mar 2010;41(1):27-37.
184. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors: pathology and prognosis at different sites. Semin Diagn Pathol. May 2006;23(2):70-83.
185. Agaimy A. Gastrointestinal stromal tumors (GIST) from risk stratification systems to the new TNM proposal: more questions than answers? A review emphasizing the need for a standardized GIST reporting. Int J Clin Exp Pathol. 2010;3(5):461-471.
186. Joensuu H. Risk stratification of patients diagnosed with gastrointestinal stromal tumor. Hum Pathol. Oct 2008;39(10):1411-1419.
187. Chetty R. Small and microscopically detected gastrointestinal stromal tumours: an overview. Pathology. Jan 2008;40(1):9-12.
188. Gold JS, Gonen M, Gutierrez A, et al. Development and validation of a prognostic nomogram for recurrence-free survival after complete surgical resection of localised primary gastrointestinal stromal tumour: a retrospective analysis. Lancet Oncol. Nov 2009;10(11):1045-1052.
189. Rutkowski P, Nowecki ZI, Michej W, et al. Risk criteria and prognostic factors for predicting recurrences after resection of primary gastrointestinal stromal tumor. Ann Surg Oncol. Jul 2007;14(7):2018-2027.
190. Ng EH, Pollock RE, Munsell MF, Atkinson EN, Romsdahl MM. Prognostic factors influencing survival in gastrointestinal leiomyosarcomas. Implications for surgical management and staging. Ann Surg. Jan 1992;215(1):68-77.
191. Aparicio T, Boige V, Sabourin JC, et al. Prognostic factors after surgery of primary resectable gastrointestinal stromal tumours. Eur J Surg Oncol. Dec 2004;30(10):1098-1103.
192. Saponara M, Di Battista M, Lolli C, et al. Evaluation of Ki-67 in gastrointestinal stromal tumor (GIST). J Clin Oncol. 2009;27(15S):(Abstr e21510).
193. Rudolph P, Gloeckner K, Parwaresch R, Harms D, Schmidt D. Immunophenotype, proliferation, DNA ploidy, and biological behavior of gastrointestinal stromal tumors: a multivariate clinicopathologic study. Hum Pathol. Aug 1998;29(8):791-800.
194. Seidal T, Edvardsson H. Expression of c-kit (CD117) and Ki67 provides information about the possible cell of origin and clinical course of gastrointestinal stromal tumours. Histopathology. May 1999;34(5):416-424.
195. Goldblum JR, Appelman HD. Stromal tumors of the duodenum. A histologic and immunohistochemical study of 20 cases. Am J Surg Pathol. Jan 1995;19(1):71-80.
196. Brainard JA, Goldblum JR. Stromal tumors of the jejunum and ileum: a clinicopathologic study of 39 cases. Am J Surg Pathol. Apr 1997;21(4):407-416.
197. Fujimoto Y, Nakanishi Y, Yoshimura K, Shimoda T. Clinicopathologic study of primary malignant gastrointestinal stromal tumor of the stomach, with special reference to prognostic factors: analysis of results in 140 surgically resected patients. Gastric Cancer. 2003;6(1):39-48.
198. Wong NA, Young R, Malcomson RD, et al. Prognostic indicators for gastrointestinal stromal tumours: a clinicopathological and immunohistochemical study of 108 resected cases of the stomach. Histopathology. Aug 2003;43(2):118-126.
163
199. Kiyabu MT, Bishop PC, Parker JW, Turner RR, Fitzgibbons PL. Smooth muscle tumors of the gastrointestinal tract. Flow cytometric quantitation of DNA and nuclear antigen content and correlation with histologic grade. Am J Surg Pathol. Dec 1988;12(12):954-960.
200. Cooper PN, Quirke P, Hardy GJ, Dixon MF. A flow cytometric, clinical, and histological study of stromal neoplasms of the gastrointestinal tract. Am J Surg Pathol. Feb 1992;16(2):163-170.
201. Gunther T, Schneider-Stock R, Hackel C, et al. Telomerase activity and expression of hTRT and hTR in gastrointestinal stromal tumors in comparison with extragastrointestinal sarcomas. Clin Cancer Res. May 2000;6(5):1811-1818.
202. Joensuu H. Gastrointestinal stromal tumor (GIST). Ann Oncol. Sep 2006;17 Suppl 10:x280-286.
203. Woodall CE, 3rd, Brock GN, Fan J, et al. An evaluation of 2537 gastrointestinal stromal tumors for a proposed clinical staging system. Arch Surg. Jul 2009;144(7):670-678.
204. Sobin LH, Gospodarowicz MK, Wittekind C, eds. International union against cancer (UICC): TNM classification of malignant tumours. 7th ed. New York: Wiley-Blackwell; 2010.
205. Blanke CD, Rankin C, Demetri GD, et al. Phase III randomized, intergroup trial assessing imatinib mesylate at two dose levels in patients with unresectable or metastatic gastrointestinal stromal tumors expressing the kit receptor tyrosine kinase: S0033. J Clin Oncol. Feb 1 2008;26(4):626-632.
206. Blanke CD, Demetri GD, von Mehren M, et al. Long-term results from a randomized phase II trial of standard- versus higher-dose imatinib mesylate for patients with unresectable or metastatic gastrointestinal stromal tumors expressing KIT. J Clin Oncol. Feb 1 2008;26(4):620-625.
207. Heinrich MC, Maki RG, Corless CL, et al. Primary and secondary kinase genotypes correlate with the biological and clinical activity of sunitinib in imatinib-resistant gastrointestinal stromal tumor. J Clin Oncol. Nov 20 2008;26(33):5352-5359.
208. Lok KH, Lai L, Yiu HL, Szeto ML, Leung SK. Endosonographic surveillance of small gastrointestinal tumors originating from muscularis propria. J Gastrointestin Liver Dis. Jun 2009;18(2):177-180.
209. DeMatteo RP. The GIST of targeted cancer therapy: a tumor (gastrointestinal stromal tumor), a mutated gene (c-kit), and a molecular inhibitor (STI571). Ann Surg Oncol. Nov 2002;9(9):831-839.
210. Hellan M, Maker VK. Transvaginal excision of a large rectal stromal tumor: an alternative. Am J Surg. Jan 2006;191(1):121-123.
211. Dong C, Jun-Hui C, Xiao-Jun Y, et al. Gastrointestinal stromal tumors of the rectum: Clinical, pathologic, immunohistochemical characteristics and prognostic analysis. Scand J Gastroenterol. Oct 2007;42(10):1221-1229.
212. Changchien CR, Wu MC, Tasi WS, et al. Evaluation of prognosis for malignant rectal gastrointestinal stromal tumor by clinical parameters and immunohistochemical staining. Dis Colon Rectum. Nov 2004;47(11):1922-1929.
213. Nishimura J, Nakajima K, Omori T, et al. Surgical strategy for gastric gastrointestinal stromal tumors: laparoscopic vs. open resection. Surg Endosc. Jun 2007;21(6):875-878.
214. Eisenberg BL, Harris J, Blanke CD, et al. Phase II trial of neoadjuvant/adjuvant imatinib mesylate (IM) for advanced primary and metastatic/recurrent operable gastrointestinal stromal tumor (GIST): early results of RTOG 0132/ACRIN 6665. J Surg Oncol. Jan 1 2009;99(1):42-47.
215. Bucher P, Egger JF, Gervaz P, et al. An audit of surgical management of gastrointestinal stromal tumours (GIST). Eur J Surg Oncol. Apr 2006;32(3):310-314.
216. van der Zwan SM, DeMatteo RP. Gastrointestinal stromal tumor: 5 years later. Cancer. Nov 1 2005;104(9):1781-1788.
217. Otani Y, Furukawa T, Yoshida M, et al. Operative indications for relatively small (2-5 cm) gastrointestinal stromal tumor of the stomach based on analysis of 60 operated cases. Surgery. Apr 2006;139(4):484-492.
218. Hohenberger P, Eisenberg B. Role of Surgery Combined with Kinase Inhibition in the Management of Gastrointestinal Stromal Tumor (GIST). Ann Surg Oncol. Apr 21 2010.
164
219. Otani Y, Kitajima M. Laparoscopic surgery for GIST: too soon to decide. Gastric Cancer. 2005;8(3):135-136.
220. Novitsky YW, Kercher KW, Sing RF, Heniford BT. Long-term outcomes of laparoscopic resection of gastric gastrointestinal stromal tumors. Ann Surg. Jun 2006;243(6):738-745; discussion 745-737.
221. Mochizuki Y, Kodera Y, Ito S, et al. Treatment and risk factors for recurrence after curative resection of gastrointestinal stromal tumors of the stomach. World J Surg. Sep 2004;28(9):870-875.
222. Mochizuki Y, Kodera Y, Fujiwara M, et al. Laparoscopic wedge resection for gastrointestinal stromal tumors of the stomach: initial experience. Surg Today. 2006;36(4):341-347.
223. Catena F, Di Battista M, Fusaroli P, et al. Laparoscopic treatment of gastric GIST: report of 21 cases and literature's review. J Gastrointest Surg. Mar 2008;12(3):561-568.
224. Ronellenfitsch U, Staiger W, Kahler G, Strobel P, Schwarzbach M, Hohenberger P. Perioperative and oncological outcome of laparoscopic resection of gastrointestinal stromal tumour (GIST) of the stomach. Diagn Ther Endosc. 2009;2009:286138.
225. Matthews BD, Walsh RM, Kercher KW, et al. Laparoscopic vs open resection of gastric stromal tumors. Surg Endosc. May 2002;16(5):803-807.
226. Privette A, McCahill L, Borrazzo E, Single RM, Zubarik R. Laparoscopic approaches to resection of suspected gastric gastrointestinal stromal tumors based on tumor location. Surg Endosc. Feb 2008;22(2):487-494.
227. Li VK, Hung WK, Chung CK, et al. Laparoscopic intragastric approach for stromal tumours located at the posterior gastric wall. Asian J Surg. Jan 2008;31(1):6-10.
228. Ludwig K, Weiner R, Bernhardt J. [Minimally invasive resections of gastric tumors]. Chirurg. Jul 2003;74(7):632-637.
229. Eisenberg BL. Combining imatinib with surgery in gastrointestinal stromal tumors: rationale and ongoing trials. Clin Colorectal Cancer. Nov 2006;6 Suppl 1:S24-29.
230. Avital S, Hermon H, Greenberg R, Karin E, Skornick Y. Learning curve in laparoscopic colorectal surgery: our first 100 patients. Isr Med Assoc J. Oct 2006;8(10):683-686.
231. Shin RB. Evaluation of the learning curve for laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass surgery. Surg Obes Relat Dis. Mar-Apr 2005;1(2):91-94.
232. Otani Y, Ohgami M, Igarashi N, et al. Laparoscopic wedge resection of gastric submucosal tumors. Surg Laparosc Endosc Percutan Tech. Feb 2000;10(1):19-23.
233. Choi SM, Kim MC, Jung GJ, et al. Laparoscopic wedge resection for gastric GIST: long-term follow-up results. Eur J Surg Oncol. May 2007;33(4):444-447.
234. Nakamori M, Iwahashi M, Nakamura M, et al. Laparoscopic resection for gastrointestinal stromal tumors of the stomach. Am J Surg. Sep 2008;196(3):425-429.
235. Huguet KL, Rush RM, Jr., Tessier DJ, et al. Laparoscopic gastric gastrointestinal stromal tumor resection: the mayo clinic experience. Arch Surg. Jun 2008;143(6):587-590; discussion 591.
236. Shah JN, Sun W, Seethala RR, Livolsi VA, Fry RD, Ginsberg GG. Neoadjuvant therapy with imatinib mesylate for locally advanced GI stromal tumor. Gastrointest Endosc. Apr 2005;61(4):625-627.
237. Goh BK, Chow PK, Chuah KL, Yap WM, Wong WK. Pathologic, radiologic and PET scan response of gastrointestinal stromal tumors after neoadjuvant treatment with imatinib mesylate. Eur J Surg Oncol. Nov 2006;32(9):961-963.
238. Bumming P, Andersson J, Meis-Kindblom JM, et al. Neoadjuvant, adjuvant and palliative treatment of gastrointestinal stromal tumours (GIST) with imatinib: a centre-based study of 17 patients. Br J Cancer. Aug 4 2003;89(3):460-464.
239. Heinicke T, Wardelmann E, Sauerbruch T, Tschampa HJ, Glasmacher A, Palmedo H. Very early detection of response to imatinib mesylate therapy of gastrointestinal stromal tumours using 18fluoro-deoxyglucose-positron emission tomography. Anticancer Res. Nov-Dec 2005;25(6C):4591-4594.
240. Goldstein D, Tan BS, Rossleigh M, Haindl W, Walker B, Dixon J. Gastrointestinal stromal tumours: correlation of F-FDG gamma camera-based coincidence positron emission
165
tomography with CT for the assessment of treatment response--an AGITG study. Oncology. 2005;69(4):326-332.
241. Townsend DW, Carney JP, Yap JT, Hall NC. PET/CT today and tomorrow. J Nucl Med. Jan 2004;45 Suppl 1:4S-14S.
242. Dimitrakopoulou-Strauss A, Hohenberger P, Haberkorn U, Macke HR, Eisenhut M, Strauss LG. 68Ga-labeled bombesin studies in patients with gastrointestinal stromal tumors: comparison with 18F-FDG. J Nucl Med. Aug 2007;48(8):1245-1250.
243. Eisenberg BL, Judson I. Surgery and imatinib in the management of GIST: emerging approaches to adjuvant and neoadjuvant therapy. Ann Surg Oncol. May 2004;11(5):465-475.
244. DeMatteo R, Owzar K, Antonescu C, Maki R. Efficacy of adjuvant imatinib mesylate following complete resection of localized, primary gastrointestinal stromal tumor (GIST) at high risk of recurrence: the US intergroup phase II trial ACOSOG Z9000. Program and abstracts of the American Society of Clinical Oncology Gastrointestinal Cancer Symposium. Orlando, Florida, January 25-27, 2008 (Abstr 8); 2008.
245. Li J, Gong F, Wu W, Shen L. Adjuvant therapy with imatinib in gastrointestinal stromal tumor (GIST) patients with intermediate or high risk: analysis from a single-center contrast study. J Clin Oncol. 2009;27(Suppl 1):(Abstr 10556).
246. Dematteo RP, Ballman KV, Antonescu CR, et al. Adjuvant imatinib mesylate after resection of localised, primary gastrointestinal stromal tumour: a randomised, double-blind, placebo-controlled trial. Lancet. Mar 28 2009;373(9669):1097-1104.
247. European Organization for Research and Treatment of Cancer ISG, Federation Nationale des Centres de Lutte Contre le Cancer, Grupo Espanol de Investigacion en Sarcomas. EORTC 62024. Intermediate and high risk localized, completely resected, gastrointestinal stromal tumors (GIST) expressing KIT receptor: a controlled randomized trial on adjuvant imatinib mesylate (Glivec) versus no further therapy after complete surgery: ClinicalTrials.gov Identifier: NCT00103168. http://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT00103168; 2009.
248. Scandinavian Sarcoma Group SGoA. SSG XVIII. Short (12 months) versus long (36 months) duration of adjuvant treatment with the tyrosine kinase inhibitor imatinib mesylate of operable GIST with a high risk of recurrence.: ClinicalTrials.gov Identifier: NCT00116935. http://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT00116935; 2009.
249. DeMatteo RP, Shah A, Fong Y, Jarnagin WR, Blumgart LH, Brennan MF. Results of hepatic resection for sarcoma metastatic to liver. Ann Surg. Oct 2001;234(4):540-547; discussion 547-548.
250. Demetri GD. ET-743: the US experience in sarcomas of soft tissues. Anticancer Drugs. May 2002;13 Suppl 1:S7-9.
251. Edmonson JH, Ryan LM, Blum RH, et al. Randomized comparison of doxorubicin alone versus ifosfamide plus doxorubicin or mitomycin, doxorubicin, and cisplatin against advanced soft tissue sarcomas. J Clin Oncol. Jul 1993;11(7):1269-1275.
252. Edmonson JH. Chemotherapeutic approaches to soft tissue sarcomas. Semin Surg Oncol. Sep-Oct 1994;10(5):357-363.
253. Savage DG, Antman KH. Imatinib mesylate--a new oral targeted therapy. N Engl J Med. Feb 28 2002;346(9):683-693.
254. D'Amato G, Steinert DM, McAuliffe JC, Trent JC. Update on the biology and therapy of gastrointestinal stromal tumors. Cancer Control. Jan-Feb 2005;12(1):44-56.
255. Heinrich MC, Griffith DJ, Druker BJ, Wait CL, Ott KA, Zigler AJ. Inhibition of c-kit receptor tyrosine kinase activity by STI 571, a selective tyrosine kinase inhibitor. Blood. Aug 1 2000;96(3):925-932.
256. Druker BJ, Talpaz M, Resta DJ, et al. Efficacy and safety of a specific inhibitor of the BCR-ABL tyrosine kinase in chronic myeloid leukemia. N Engl J Med. Apr 5 2001;344(14):1031-1037.
257. Cohen MH, Williams G, Johnson JR, et al. Approval summary for imatinib mesylate capsules in the treatment of chronic myelogenous leukemia. Clin Cancer Res. May 2002;8(5):935-942.
258. Demetri GD, von Mehren M, Blanke CD, et al. Efficacy and safety of imatinib mesylate in advanced gastrointestinal stromal tumors. N Engl J Med. Aug 15 2002;347(7):472-480.
166
259. Green S, Weiss GR. Southwest Oncology Group standard response criteria, endpoint definitions and toxicity criteria. Invest New Drugs. Nov 1992;10(4):239-253.
260. Verweij J, van Oosterom A, Blay JY, et al. Imatinib mesylate (STI-571 Glivec, Gleevec) is an active agent for gastrointestinal stromal tumours, but does not yield responses in other soft-tissue sarcomas that are unselected for a molecular target. Results from an EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group phase II study. Eur J Cancer. Sep 2003;39(14):2006-2011.
261. Verweij J, Casali PG, Zalcberg J, et al. Progression-free survival in gastrointestinal stromal tumours with high-dose imatinib: randomised trial. Lancet. Sep 25-Oct 1 2004;364(9440):1127-1134.
262. Zalcberg JR, Verweij J, Casali PG, et al. Outcome of patients with advanced gastro-intestinal stromal tumours crossing over to a daily imatinib dose of 800 mg after progression on 400 mg. Eur J Cancer. Aug 2005;41(12):1751-1757.
263. (MetaGIST). GSTM-AG. Comparison of two doses of imatinib for the treatment of unresectable or metastatic gastrointestinal stromal tumors: a meta-analysis of 1,640 patients. J Clin Oncol. Mar 1 2010;28(7):1247-1253.
264. Blay JY, Le Cesne A, Ray-Coquard I, et al. Prospective multicentric randomized phase III study of imatinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumors comparing interruption versus continuation of treatment beyond 1 year: the French Sarcoma Group. J Clin Oncol. Mar 20 2007;25(9):1107-1113.
265. Le Cesne A, Ray-Coquard I, Bui BN, et al. Discontinuation of imatinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumours after 3 years of treatment: an open-label multicentre randomised phase 3 trial. Lancet Oncol. Oct 2010;11(10):942-949.
266. Ray-Coquard I, Bin Bui N, Adenis A, et al. Risk of relapse with imatinib (IM) discontinuation at 5 years in advanced GIST patients: Results of the prospective BFR14 randomized phase III study comparing interruption versus continuation of IM at 5 years of treatment: A French Sarcoma Group Study. J Clin Oncol. 2010;28(15S):(Abstr 10032).
267. Van Glabbeke M, Verweij J, Casali PG, et al. Initial and late resistance to imatinib in advanced gastrointestinal stromal tumors are predicted by different prognostic factors: a European Organisation for Research and Treatment of Cancer-Italian Sarcoma Group-Australasian Gastrointestinal Trials Group study. J Clin Oncol. Aug 20 2005;23(24):5795-5804.
268. Antonescu CR, Besmer P, Guo T, et al. Acquired resistance to imatinib in gastrointestinal stromal tumor occurs through secondary gene mutation. Clin Cancer Res. Jun 1 2005;11(11):4182-4190.
269. Wardelmann E, Merkelbach-Bruse S, Pauls K, et al. Polyclonal evolution of multiple secondary KIT mutations in gastrointestinal stromal tumors under treatment with imatinib mesylate. Clin Cancer Res. Mar 15 2006;12(6):1743-1749.
270. Debiec-Rychter M, Cools J, Dumez H, et al. Mechanisms of resistance to imatinib mesylate in gastrointestinal stromal tumors and activity of the PKC412 inhibitor against imatinib-resistant mutants. Gastroenterology. Feb 2005;128(2):270-279.
271. Liegl B, Kepten I, Le C, et al. Heterogeneity of kinase inhibitor resistance mechanisms in GIST. J Pathol. Sep 2008;216(1):64-74.
272. Prenen H, Cools J, Mentens N, et al. Efficacy of the kinase inhibitor SU11248 against gastrointestinal stromal tumor mutants refractory to imatinib mesylate. Clin Cancer Res. Apr 15 2006;12(8):2622-2627.
273. Agaram NP, Besmer P, Wong GC, et al. Pathologic and molecular heterogeneity in imatinib-stable or imatinib-responsive gastrointestinal stromal tumors. Clin Cancer Res. Jan 1 2007;13(1):170-181.
274. Sleijfer S, Wiemer E, Seynaeve C, Verweij J. Improved insight into resistance mechanisms to imatinib in gastrointestinal stromal tumors: a basis for novel approaches and individualization of treatment. Oncologist. Jun 2007;12(6):719-726.
275. Judson I, Ma P, Peng B, et al. Imatinib pharmacokinetics in patients with gastrointestinal stromal tumour: a retrospective population pharmacokinetic study over time. EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group. Cancer Chemother Pharmacol. Apr 2005;55(4):379-386.
167
276. Gambacorti-Passerini C, Zucchetti M, Russo D, et al. Alpha1 acid glycoprotein binds to imatinib (STI571) and substantially alters its pharmacokinetics in chronic myeloid leukemia patients. Clin Cancer Res. Feb 2003;9(2):625-632.
277. Gibbons J, Egorin MJ, Ramanathan RK, et al. Phase I and pharmacokinetic study of imatinib mesylate in patients with advanced malignancies and varying degrees of renal dysfunction: a study by the National Cancer Institute Organ Dysfunction Working Group. J Clin Oncol. Feb 1 2008;26(4):570-576.
278. Therasse P, Arbuck SG, Eisenhauer EA, et al. New guidelines to evaluate the response to treatment in solid tumors. European Organization for Research and Treatment of Cancer, National Cancer Institute of the United States, National Cancer Institute of Canada. J Natl Cancer Inst. Feb 2 2000;92(3):205-216.
279. Choi H, Charnsangavej C, Faria SC, et al. Correlation of computed tomography and positron emission tomography in patients with metastatic gastrointestinal stromal tumor treated at a single institution with imatinib mesylate: proposal of new computed tomography response criteria. J Clin Oncol. May 1 2007;25(13):1753-1759.
280. Benjamin RS, Choi H, Macapinlac HA, et al. We should desist using RECIST, at least in GIST. J Clin Oncol. May 1 2007;25(13):1760-1764.
281. Antoch G, Kanja J, Bauer S, et al. Comparison of PET, CT, and dual-modality PET/CT imaging for monitoring of imatinib (STI571) therapy in patients with gastrointestinal stromal tumors. J Nucl Med. Mar 2004;45(3):357-365.
282. Prior JO, Montemurro M, Orcurto MV, et al. Early prediction of response to sunitinib after imatinib failure by 18F-fluorodeoxyglucose positron emission tomography in patients with gastrointestinal stromal tumor. J Clin Oncol. Jan 20 2009;27(3):439-445.
283. Mussi C, Ronellenfitsch U, Jakob J, et al. Post-imatinib surgery in advanced/metastatic GIST: is it worthwhile in all patients? Ann Oncol. Feb 2010;21(2):403-408.
284. Bonvalot S, Eldweny H, Pechoux CL, et al. Impact of surgery on advanced gastrointestinal stromal tumors (GIST) in the imatinib era. Ann Surg Oncol. Dec 2006;13(12):1596-1603.
285. Gronchi A, Fiore M, Miselli F, et al. Surgery of residual disease following molecular-targeted therapy with imatinib mesylate in advanced/metastatic GIST. Ann Surg. Mar 2007;245(3):341-346.
286. DeMatteo RP, Maki RG, Singer S, Gonen M, Brennan MF, Antonescu CR. Results of tyrosine kinase inhibitor therapy followed by surgical resection for metastatic gastrointestinal stromal tumor. Ann Surg. Mar 2007;245(3):347-352.
287. Raut CP, Posner M, Desai J, et al. Surgical management of advanced gastrointestinal stromal tumors after treatment with targeted systemic therapy using kinase inhibitors. J Clin Oncol. May 20 2006;24(15):2325-2331.
288. Rutkowski P, Nowecki Z, Nyckowski P, et al. Surgical treatment of patients with initially inoperable and/or metastatic gastrointestinal stromal tumors (GIST) during therapy with imatinib mesylate. J Surg Oncol. Mar 15 2006;93(4):304-311.
289. Pfizer. Safety and effectiveness of daily dosing with sunitinib or imatinib in patients with gastrointestinal stromal tumours: ClinicalTrials.gov Identifier: NCT00372567. http://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT00372567.
290. Abrams TJ, Lee LB, Murray LJ, Pryer NK, Cherrington JM. SU11248 inhibits KIT and platelet-derived growth factor receptor beta in preclinical models of human small cell lung cancer. Mol Cancer Ther. May 2003;2(5):471-478.
291. Pfizer. SUTENT TM (Sunitinib) eSPC.: http://emc.medicines.org.uk/emc/assets/c/html/displaydoc.asp?documentid=18531 (accessed September 11, 2008). 2008.
292. Goodman VL, Rock EP, Dagher R, et al. Approval summary: sunitinib for the treatment of imatinib refractory or intolerant gastrointestinal stromal tumors and advanced renal cell carcinoma. Clin Cancer Res. Mar 1 2007;13(5):1367-1373.
293. Chu TF, Rupnick MA, Kerkela R, et al. Cardiotoxicity associated with tyrosine kinase inhibitor sunitinib. Lancet. Dec 15 2007;370(9604):2011-2019.
294. Mannavola D, Coco P, Vannucchi G, et al. A novel tyrosine-kinase selective inhibitor, sunitinib, induces transient hypothyroidism by blocking iodine uptake. J Clin Endocrinol Metab. Sep 2007;92(9):3531-3534.
168
295. George S, Blay JY, Casali PG, et al. Clinical evaluation of continuous daily dosing of sunitinib malate in patients with advanced gastrointestinal stromal tumour after imatinib failure. Eur J Cancer. Jul 2009;45(11):1959-1968.
296. Demetri GD, Wang Y, Wehrle E, et al. Imatinib plasma levels are correlated with clinical benefit in patients with unresectable/metastatic gastrointestinal stromal tumors. J Clin Oncol. Jul 1 2009;27(19):3141-3147.
297. Heinrich M, Maki R, Corless C, et al. Sunitinib (SU) response in imatinib-resistant (IM-R) GIST correlates with KIT and PDGFRA mutation status. J Clin Oncol. 2006;24(18S):9502.
298. Houk BE, Bello CL, Poland B, Rosen LS, Demetri GD, Motzer RJ. Relationship between exposure to sunitinib and efficacy and tolerability endpoints in patients with cancer: results of a pharmacokinetic/pharmacodynamic meta-analysis. Cancer Chemother Pharmacol. Jul 2010;66(2):357-371.
299. Montemurro M, Schoffski P, Reichardt P, et al. Nilotinib in the treatment of advanced gastrointestinal stromal tumours resistant to both imatinib and sunitinib. Eur J Cancer. Sep 2009;45(13):2293-2297.
300. Le Cesne A, Blay JY, Bui BN, et al. Phase II study of oral masitinib mesilate in imatinib-naive patients with locally advanced or metastatic gastro-intestinal stromal tumour (GIST). Eur J Cancer. May 2010;46(8):1344-1351.
301. Nilsson B, Nilsson O, Ahlman H. Treatment of gastrointestinal stromal tumours: imatinib, sunitinib -- and then? Expert Opin Investig Drugs. Apr 2009;18(4):457-468.
302. Rutkowski P, Symonides M, Zdzienicki M, Siedlecki JA. Developments in targeted therapy of advanced gastrointestinal stromal tumors. Recent Pat Anticancer Drug Discov. Jun 2008;3(2):88-99.
303. Somaiah N, von Mehren M. New therapeutic approaches for advanced gastrointestinal stromal tumors. Hematol Oncol Clin North Am. Feb 2009;23(1):139-150, x.
304. Demetri GD, Casali PG, Blay JY, et al. A phase I study of single-agent nilotinib or in combination with imatinib in patients with imatinib-resistant gastrointestinal stromal tumors. Clin Cancer Res. Sep 15 2009;15(18):5910-5916.
305. Reichardt P, Blay J, Gelderblom H, et al. Phase III trial of nilotinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumor (GIST): first results from ENEST g3. J Clin Oncol. 2010;28(15S):(Abstr 10017)
306. Reichardt P. Optimal use of targeted agents for advanced gastrointestinal stromal tumours. Oncology. 2010;78(2):130-140.
307. Fumagalli E, Coco P, Morosi C, et al. Rechallenge with imatinib in GIST patients resistant to second or third line therapy.: Presented at the CTOS 15th Annual Meeting. Miami, Florida, November 5-7, 2009 (Abstr 39404); 2009.
308. Fumagalli E, Coco P, Morosi C, Bertulli R, Casali P. Sunitinib rechallenge in two advanced GIST patients after third-line anti-tyrosine kinase therapy. J Clin Oncol. 2010;28(15S):e20519.
309. Miettinen M, Blay J, Sobin L. Mesenchymal tumors of the stomach. In: SR H, LA. A, eds. In: Pathology and genetics of tumors of the digestive system. Lyon, France: IARC Press; 2000:pp 62-65.
310. Martinho O, Goncalves A, Moreira MA, et al. KIT activation in uterine cervix adenosquamous carcinomas by KIT/SCF autocrine/paracrine stimulation loops. Gynecol Oncol. Nov 2008;111(2):350-355.
311. Reis RM, Martins A, Ribeiro SA, et al. Molecular characterization of PDGFR-alpha/PDGF-A and c-KIT/SCF in gliosarcomas. Cell Oncol. 2005;27(5-6):319-326.
312. Houben R, Vetter-Kauczok CS, Ortmann S, Rapp UR, Broecker EB, Becker JC. Phospho-ERK staining is a poor indicator of the mutational status of BRAF and NRAS in human melanoma. J Invest Dermatol. Aug 2008;128(8):2003-2012.
313. Theou-Anton N, Tabone S, Brouty-Boye D, et al. Co expression of SCF and KIT in gastrointestinal stromal tumours (GISTs) suggests an autocrine/paracrine mechanism. Br J Cancer. Apr 24 2006;94(8):1180-1185.
314. Gomes AL, Bardales RH, Milanezi F, Reis RM, Schmitt F. Molecular analysis of c-Kit and PDGFRA in GISTs diagnosed by EUS. Am J Clin Pathol. Jan 2007;127(1):89-96.
169
315. Basto D, Trovisco V, Lopes JM, et al. Mutation analysis of B-RAF gene in human gliomas. Acta Neuropathol. Feb 2005;109(2):207-210.
316. Di Cristofaro J, Marcy M, Vasko V, et al. Molecular genetic study comparing follicular variant versus classic papillary thyroid carcinomas: association of N-ras mutation in codon 61 with follicular variant. Hum Pathol. Jul 2006;37(7):824-830.
317. Lasota J, Wasag B, Steigen SE, Limon J, Miettinen M. Improved detection of KIT exon 11 duplications in formalin-fixed, paraffin-embedded gastrointestinal stromal tumors. J Mol Diagn. Feb 2007;9(1):89-94.
318. Minoo P, Baker K, Goswami R, et al. Extensive DNA methylation in normal colorectal mucosa in hyperplastic polyposis. Gut. Oct 2006;55(10):1467-1474.
319. Pierie JP, Choudry U, Muzikansky A, Yeap BY, Souba WW, Ott MJ. The effect of surgery and grade on outcome of gastrointestinal stromal tumors. Arch Surg. Apr 2001;136(4):383-389.
320. Crosby JA, Catton CN, Davis A, et al. Malignant gastrointestinal stromal tumors of the small intestine: a review of 50 cases from a prospective database. Ann Surg Oncol. Jan-Feb 2001;8(1):50-59.
321. Wu TJ, Lee LY, Yeh CN, et al. Surgical treatment and prognostic analysis for gastrointestinal stromal tumors (GISTs) of the small intestine: before the era of imatinib mesylate. BMC Gastroenterol. 2006;6:29.
322. Boni L, Benevento A, Dionigi G, Rovera F, Dionigi R. Surgical resection for gastrointestinal stromal tumors (GIST): experience on 25 patients. World J Surg Oncol. 2005;3:78.
323. Connolly EM, Gaffney E, Reynolds JV. Gastrointestinal stromal tumours. Br J Surg. Oct 2003;90(10):1178-1186.
324. Wu PC, Langerman A, Ryan CW, Hart J, Swiger S, Posner MC. Surgical treatment of gastrointestinal stromal tumors in the imatinib (STI-571) era. Surgery. Oct 2003;134(4):656-665; discussion 665-656.
325. Langer C, Gunawan B, Schuler P, Huber W, Fuzesi L, Becker H. Prognostic factors influencing surgical management and outcome of gastrointestinal stromal tumours. Br J Surg. Mar 2003;90(3):332-339.
326. Wardelmann E, Buttner R, Merkelbach-Bruse S, Schildhaus HU. Mutation analysis of gastrointestinal stromal tumors: increasing significance for risk assessment and effective targeted therapy. Virchows Arch. Oct 2007;451(4):743-749.
327. Heinrich MC, Corless CL. Gastric GI stromal tumors (GISTs): the role of surgery in the era of targeted therapy. J Surg Oncol. Jun 1 2005;90(3):195-207; discussion 207.
328. Demetri GD, Baker LH, Benjamin RS, et al. Soft tissue sarcoma. J Natl Compr Canc Netw. Apr 2007;5(4):364-399.
329. Lin SC, Huang MJ, Zeng CY, Wang TI, Liu ZL, Shiay RK. Clinical manifestations and prognostic factors in patients with gastrointestinal stromal tumors. World J Gastroenterol. Dec 2003;9(12):2809-2812.
330. He LJ, Wang BS, Chen CC. Smooth muscle tumours of the digestive tract: report of 160 cases. Br J Surg. Feb 1988;75(2):184-186.
331. Bumming P, Ahlman H, Andersson J, Meis-Kindblom JM, Kindblom LG, Nilsson B. Population-based study of the diagnosis and treatment of gastrointestinal stromal tumours. Br J Surg. Jul 2006;93(7):836-843.
332. Lehnert T. Gastrointestinal sarcoma (GIST)--a review of surgical management. Ann Chir Gynaecol. 1998;87(4):297-305.
333. Pidhorecky I, Cheney RT, Kraybill WG, Gibbs JF. Gastrointestinal stromal tumors: current diagnosis, biologic behavior, and management. Ann Surg Oncol. Oct 2000;7(9):705-712.
334. Ahmed I, Welch NT, Parsons SL. Gastrointestinal stromal tumours (GIST) - 17 years experience from Mid Trent Region (United Kingdom). Eur J Surg Oncol. Apr 2008;34(4):445-449.
335. Hinz S, Pauser U, Egberts JH, Schafmayer C, Tepel J, Fandrich F. Audit of a series of 40 gastrointestinal stromal tumour cases. Eur J Surg Oncol. Dec 2006;32(10):1125-1129.
336. Yan H, Marchettini P, Acherman YI, Gething SA, Brun E, Sugarbaker PH. Prognostic assessment of gastrointestinal stromal tumor. Am J Clin Oncol. Jun 2003;26(3):221-228.
170
337. Dematteo RP, Heinrich MC, El-Rifai WM, Demetri G. Clinical management of gastrointestinal stromal tumors: before and after STI-571. Hum Pathol. May 2002;33(5):466-477.
338. Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors (GISTs): definition, occurrence, pathology, differential diagnosis and molecular genetics. Pol J Pathol. 2003;54(1):3-24.
339. Zhu X, Zhang XQ, Li BM, Xu P, Zhang KH, Chen J. Esophageal mesenchymal tumors: endoscopy, pathology and immunohistochemistry. World J Gastroenterol. Feb 7 2007;13(5):768-773.
340. Stelow EB, Stanley MW, Mallery S, Lai R, Linzie BM, Bardales RH. Endoscopic ultrasound-guided fine-needle aspiration findings of gastrointestinal leiomyomas and gastrointestinal stromal tumors. Am J Clin Pathol. May 2003;119(5):703-708.
341. Blum MG, Bilimoria KY, Wayne JD, de Hoyos AL, Talamonti MS, Adley B. Surgical considerations for the management and resection of esophageal gastrointestinal stromal tumors. Ann Thorac Surg. Nov 2007;84(5):1717-1723.
342. Staiger WI, Ronellenfitsch U, Kaehler G, et al. The Merendino procedure following preoperative imatinib mesylate for locally advanced gastrointestinal stromal tumor of the esophagogastric junction. World J Surg Oncol. 2008;6:37.
343. Jiang P, Jiao Z, Han B, et al. Clinical characteristics and surgical treatment of oesophageal gastrointestinal stromal tumours. Eur J Cardiothorac Surg. Aug 2010;38(2):223-227.
344. Lee HJ, Park SI, Kim DK, Kim YH. Surgical resection of esophageal gastrointestinal stromal tumors. Ann Thorac Surg. May 2009;87(5):1569-1571.
345. Roberts PJ, Eisenberg B. Clinical presentation of gastrointestinal stromal tumors and treatment of operable disease. Eur J Cancer. Sep 2002;38 Suppl 5:S37-38.
346. Joensuu H. Sunitinib for imatinib-resistant GIST. Lancet. Oct 14 2006;368(9544):1303-1304.
347. Feng F, Liu XH, Xie Q, Liu WQ, Bai CG, Ma DL. Expression and mutation of c-kit gene in gastrointestinal stromal tumors. World J Gastroenterol. Nov 2003;9(11):2548-2551.
348. Rubin BP. Gastrointestinal stromal tumours: an update. Histopathology. Jan 2006;48(1):83-96.
349. Penzel R, Aulmann S, Moock M, Schwarzbach M, Rieker RJ, Mechtersheimer G. The location of KIT and PDGFRA gene mutations in gastrointestinal stromal tumours is site and phenotype associated. J Clin Pathol. Jun 2005;58(6):634-639.
350. Debiec-Rychter M, Dumez H, Judson I, et al. Use of c-KIT/PDGFRA mutational analysis to predict the clinical response to imatinib in patients with advanced gastrointestinal stromal tumours entered on phase I and II studies of the EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group. Eur J Cancer. Mar 2004;40(5):689-695.
351. Frost MJ, Ferrao PT, Hughes TP, Ashman LK. Juxtamembrane mutant V560GKit is more sensitive to Imatinib (STI571) compared with wild-type c-kit whereas the kinase domain mutant D816VKit is resistant. Mol Cancer Ther. Oct 2002;1(12):1115-1124.
352. Maki RG. Recent advances in therapy for gastrointestinal stromal tumors. Curr Oncol Rep. May 2007;9(3):165-169.
353. Zhu MJ, Ou WB, Fletcher CD, Cohen PS, Demetri GD, Fletcher JA. KIT oncoprotein interactions in gastrointestinal stromal tumors: therapeutic relevance. Oncogene. Sep 27 2007;26(44):6386-6395.
354. Wasag B, Debiec-Rychter M, Pauwels P, et al. Differential expression of KIT/PDGFRA mutant isoforms in epithelioid and mixed variants of gastrointestinal stromal tumors depends predominantly on the tumor site. Mod Pathol. Aug 2004;17(8):889-894.
355. Blair SL, Al-Refaie WB, Wang-Rodriguez J, Behling C, Ali MW, Moossa AR. Gastrointestinal stromal tumors express ras oncogene: a potential role for diagnosis and treatment. Arch Surg. Jun 2005;140(6):543-547; discussion 547-548.
356. Dhillon AS, Hagan S, Rath O, Kolch W. MAP kinase signalling pathways in cancer. Oncogene. May 14 2007;26(22):3279-3290.
357. Dhomen N, Marais R. New insight into BRAF mutations in cancer. Curr Opin Genet Dev. Feb 2007;17(1):31-39.
358. Schubbert S, Shannon K, Bollag G. Hyperactive Ras in developmental disorders and cancer. Nat Rev Cancer. Apr 2007;7(4):295-308.
171
359. Soares P, Trovisco V, Rocha AS, et al. BRAF mutations and RET/PTC rearrangements are alternative events in the etiopathogenesis of PTC. Oncogene. Jul 17 2003;22(29):4578-4580.
360. Roberts PJ, Der CJ. Targeting the Raf-MEK-ERK mitogen-activated protein kinase cascade for the treatment of cancer. Oncogene. May 14 2007;26(22):3291-3310.
361. Wan PT, Garnett MJ, Roe SM, et al. Mechanism of activation of the RAF-ERK signaling pathway by oncogenic mutations of B-RAF. Cell. Mar 19 2004;116(6):855-867.
362. Braconi C, Bracci R, Bearzi I, et al. KIT and PDGFRalpha mutations in 104 patients with gastrointestinal stromal tumors (GISTs): a population-based study. Ann Oncol. Apr 2008;19(4):706-710.
363. Flaherty KT. Sorafenib: delivering a targeted drug to the right targets. Expert Rev Anticancer Ther. May 2007;7(5):617-626.
364. Bracarda S, Caserta C, Sordini L, Rossi M, Hamzay A, Crino L. Protein kinase inhibitors in the treatment of renal cell carcinoma: sorafenib. Ann Oncol. Jun 2007;18 Suppl 6:vi22-25.
365. Banerji U, Camidge DR, Verheul HM, et al. The first-in-human study of the hydrogen sulfate (Hyd-sulfate) capsule of the MEK1/2 inhibitor AZD6244 (ARRY-142886): a phase I open-label multicenter trial in patients with advanced cancer. Clin Cancer Res. Mar 1 2010;16(5):1613-1623.
366. Davies BR, Logie A, McKay JS, et al. AZD6244 (ARRY-142886), a potent inhibitor of mitogen-activated protein kinase/extracellular signal-regulated kinase kinase 1/2 kinases: mechanism of action in vivo, pharmacokinetic/pharmacodynamic relationship, and potential for combination in preclinical models. Mol Cancer Ther. Aug 2007;6(8):2209-2219.
367. Solit DB, Garraway LA, Pratilas CA, et al. BRAF mutation predicts sensitivity to MEK inhibition. Nature. Jan 19 2006;439(7074):358-362.
368. Flaherty KT, Puzanov I, Kim KB, et al. Inhibition of mutated, activated BRAF in metastatic melanoma. N Engl J Med. Aug 26 2010;363(9):809-819.
369. Puzanov I, Nathanson KL, Chapman PB, et al. PLX4032, a highly selective V600E BRAF kinase inhibitor: Clinical correlation of activity with pharmacokinetic and pharmacodynamic parameters in a phase I trial. J Clin Oncol. 2009;27(15S):Abstr 9021.
370. Granovsky AE, Rosner MR. Raf kinase inhibitory protein: a signal transduction modulator and metastasis suppressor. Cell Res. Apr 2008;18(4):452-457.
371. Fu Z, Smith PC, Zhang L, et al. Effects of raf kinase inhibitor protein expression on suppression of prostate cancer metastasis. J Natl Cancer Inst. Jun 18 2003;95(12):878-889.
372. Hagan S, Al-Mulla F, Mallon E, et al. Reduction of Raf-1 kinase inhibitor protein expression correlates with breast cancer metastasis. Clin Cancer Res. Oct 15 2005;11(20):7392-7397.
373. Minoo P, Zlobec I, Baker K, et al. Loss of raf-1 kinase inhibitor protein expression is associated with tumor progression and metastasis in colorectal cancer. Am J Clin Pathol. May 2007;127(5):820-827.
374. Schuierer MM, Bataille F, Hagan S, Kolch W, Bosserhoff AK. Reduction in Raf kinase inhibitor protein expression is associated with increased Ras-extracellular signal-regulated kinase signaling in melanoma cell lines. Cancer Res. Aug 1 2004;64(15):5186-5192.
375. Zhang L, Fu Z, Binkley C, et al. Raf kinase inhibitory protein inhibits beta-cell proliferation. Surgery. Sep 2004;136(3):708-715.
376. Lee HC, Tian B, Sedivy JM, Wands JR, Kim M. Loss of Raf kinase inhibitor protein promotes cell proliferation and migration of human hepatoma cells. Gastroenterology. Oct 2006;131(4):1208-1217.
377. Li HZ, Wang Y, Gao Y, et al. Effects of raf kinase inhibitor protein expression on metastasis and progression of human epithelial ovarian cancer. Mol Cancer Res. Jun 2008;6(6):917-928.
378. Houben R, Michel B, Vetter-Kauczok CS, et al. Absence of classical MAP kinase pathway signalling in Merkel cell carcinoma. J Invest Dermatol. May 2006;126(5):1135-1142.
379. Akaishi J, Onda M, Asaka S, et al. Growth-suppressive function of phosphatidylethanolamine-binding protein in anaplastic thyroid cancer. Anticancer Res. Nov-Dec 2006;26(6B):4437-4442.
172
380. Eves EM, Shapiro P, Naik K, Klein UR, Trakul N, Rosner MR. Raf kinase inhibitory protein regulates aurora B kinase and the spindle checkpoint. Mol Cell. Aug 2006;23(4):561-574.
381. Al-Mulla F, Hagan S, Behbehani AI, et al. Raf kinase inhibitor protein expression in a survival analysis of colorectal cancer patients. J Clin Oncol. Dec 20 2006;24(36):5672-5679.
382. Chatterjee D, Sabo E, Tavares R, Resnick MB. Inverse association between Raf Kinase Inhibitory Protein and signal transducers and activators of transcription 3 expression in gastric adenocarcinoma patients: implications for clinical outcome. Clin Cancer Res. May 15 2008;14(10):2994-3001.
383. Zlobec I, Baker K, Minoo P, Jass JR, Terracciano L, Lugli A. Node-negative colorectal cancer at high risk of distant metastasis identified by combined analysis of lymph node status, vascular invasion, and Raf-1 kinase inhibitor protein expression. Clin Cancer Res. Jan 1 2008;14(1):143-148.
384. Fu Z, Kitagawa Y, Shen R, et al. Metastasis suppressor gene Raf kinase inhibitor protein (RKIP) is a novel prognostic marker in prostate cancer. Prostate. Feb 15 2006;66(3):248-256.
385. Martinho O, Gouveia A, Viana-Pereira M, et al. Low frequency of MAP kinase pathway alterations in KIT and PDGFRA wild-type GISTs. Histopathology. Jul 2009;55(1):53-62.
386. Al-Mulla F, Hagan S, Al-Ali W, et al. Raf kinase inhibitor protein: mechanism of loss of expression and association with genomic instability. J Clin Pathol. Apr 2008;61(4):524-529.
387. Zhu S, Mc Henry KT, Lane WS, Fenteany G. A chemical inhibitor reveals the role of Raf kinase inhibitor protein in cell migration. Chem Biol. Sep 2005;12(9):981-991.
388. Chatterjee D, Bai Y, Wang Z, et al. RKIP sensitizes prostate and breast cancer cells to drug-induced apoptosis. J Biol Chem. Apr 23 2004;279(17):17515-17523.
389. Jazirehi AR, Vega MI, Chatterjee D, Goodglick L, Bonavida B. Inhibition of the Raf-MEK1/2-ERK1/2 signaling pathway, Bcl-xL down-regulation, and chemosensitization of non-Hodgkin's lymphoma B cells by Rituximab. Cancer Res. Oct 1 2004;64(19):7117-7126.
390. Fougner SL, Bollerslev J, Latif F, et al. Low levels of raf kinase inhibitory protein in growth hormone-secreting pituitary adenomas correlate with poor response to octreotide treatment. J Clin Endocrinol Metab. Apr 2008;93(4):1211-1216.
391. Bonavida B, Baritaki S, Huerta-Yepez S, Vega MI, Chatterjee D, Yeung K. Novel therapeutic applications of nitric oxide donors in cancer: roles in chemo- and immunosensitization to apoptosis and inhibition of metastases. Nitric Oxide. Sep 2008;19(2):152-157.