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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
CADERNO PEDAGÓGICO
Família e Escola na Construção de um Projeto Educativo
Área do PDE: Pedagogia
Professor PDE: Simone Russi
Professora Orientadora: Doutora Cecília Maria Ghedini
FRANCISCO BELTRÃO
2016
SIMONE RUSSI
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
Família e Escola na Construção de um Projeto Educativo
Produção Didádico-Pedagógica apresentada à Secretaria
de Estado da Educação - SEED, como parte dos
requisitos do Programa Educacional – PDE, em convênio
com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão/PR.
Orientadora: Dra. Cecília Maria Ghedini
FRANCISCO BELTRÃO
2016
Ficha para Identificação da Produção Didático-pedagógica
Turma 2016/2017
Título: Família e Escola na Construção de um Projeto EducativoAutora: Simone RussiDisciplina/Área: PedagogiaEscola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental e Médio. Avenida Rio Grande do Sul -1332, Bairro Sagrada Família
Município da escola: Dois Vizinhos – PRNúcleo Regional de Educação: Dois VizinhosProfessora-Orientadora: Profª. Drª. Cecília Maria GhediniInstituição de Ensino Superior: UNIOESTE – Campos Francisco BeltrãoResumo: A presente implementação do Projeto de Pesquisa,
visa por meio de grupos de estudos, entrevistas,coleta de dados, palestras e discussões, resgatarpontos da história da instituição familiar,procurando fazer um paralelo com a instituiçãoescolar e suas relações em diferentes períodoshistóricos até a contemporaneidade, identificandoaspectos sociais que influenciam em questõesatitudinais desta instituição e do Estado, atravéspolíticas educacionais que nem sempre estãovoltadas aos interesses populares. Procurar-se-á,intensificar o diálogo entre família e escola travésdo conhecimento, buscando ouvir, para poderauxiliar os familiares a lidarem melhor com suasdificuldades, pois, em alguns casos, encontram-sesem saber como interferir positivamente na vida deseus filhos, trazendo o abandono intelectual,emocional e social. Aos educadores, proporcionarmomentos de reflexão, com intenção de quecompreendam os processos de transformaçõesdas famílias, suas relações de poder e expectativaspara com a escola, tendo a finalidade deaproximar-se cada vez mais de um projetoeducativo coletivo e humanizador. Tambémexplicitar alguns condicionantes das políticaseducacionais, para que se perceba seus reaisobjetos e a serviço de quem estão.
Palavras-chave: Escola; Família; Projeto coletivo;
Formato do Material Didático: Caderno PedagógicoPúblico: Comunidade Escolar
Este material pedagógico trata-se de um Caderno Temático, intitulado: A Família e
Escola na Construção de um Projeto Educativo, resultado da segunda etapa do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, criado pelo Governo do Paraná, com
a proposta de formação continuada dos educadores da rede pública estadual. Oferece
subsídios teórico-metodológicos voltados para articulação entre família e escola.
O interesse por esta pesquisa surgiu a partir da busca em se compreender as
razões pelas quais em alguns momentos, família e escola agem de forma dissociada
apesar de terem objetivos em comum. Mesmo assim, apresentam-se como sendo as
duas principais instituições, responsáveis e com credibilidade na educação de crianças e
adolescentes.
Diante da observação, dos vários conflitos percebidos no interior da escola,
relatados em reuniões pedagógicas e Conselhos de Classe, entre os que mais angustiam
professores estão o desinteresse pelos estudos e a indisciplina. Muitas vezes por falta de
uma visão global, a culpa por tais comportamentos dos estudantes é atribuída somente à
família.
Assim, a escola atribui como determinante para o fracasso escolar, a inabilidade
dos pais e mães na educação, afirmando que a família delega à escola tarefas que
deveriam ser executadas por ela. Em contrapartida, a família tem na escola a visão
utópica da resolução de problemas, enfrentando dificuldades em encontrar seu papel
nesta sociedade, que a cada dia estabelece novos modelos e valores.
Nesse contexto, conhecer os condicionantes que permeiam cada uma dessas
instituições é de fundamental importância. Isso para que sejam resgatados valores e
estabelecidos limites, demonstrando o papel da escola como humanizadora, que forma
sujeitos através de conceitos historicamente construídos com a mediação de um
professor, capaz compreender esta estrutura.
Dessa forma, se faz necessário estabelecer relações intensas entre família e
escola, para que se vincule um sentimento de pertencimento e naturalidade, através de
ações que eliminem o saudosismo de uma sociedade que não existe mais, sabendo que
os conflitos são inerentes a natureza humana e que existem organismos maiores, que
mesmo sem serem percebidos por alguns, influenciam diretamente na vida familiar e
escolar.
Propõe-se conhecer a dinâmica familiar de cada época, os condicionantes sociais
que envolvem essa instituição e a escola, desmistificando preconceitos existentes nessas
3.2 Apresentação
relações. Posteriormente, definir o perfil das famílias na sociedade atual, especialmente
as do Colégio Estadual Monteiro Lobato, procurando estabelecer a possível relação entre
participação e aprendizagem.
Isso acontecerá através encontros de coleta de dados com a comunidade escolar,
formação com as famílias; grupos de estudos com gestores, professores e agentes
educacionais. Este trabalho será fundamentado com textos que compõem o referencial
teórico deste projeto e estudos complementares de autores que sustentam esta proposta,
para assim possibilitar um olhar mais reflexivo sobre a referida relação. Também se
propõe como metodologia, palestras em parceria com instituições de Ensino Superior e
pessoas capacitadas, entrevistas, diálogos, questionários, vídeos e dinâmicas, para que
através deste embasamento, sejam realizadas análises e socializações de expectativas e
possibilidades de participação da família na instituição escolar.
Para que esta prática seja possível, serão organizados encontros, que poderão
ser frequentados por toda comunidade escolar interessada, em uma formação de curta
duração, que terá carga horária de 54 horas, divididas longo do primeiro semestre de
2017.
https://image.freepik.com/icones-gratis/grupo-de-tres-homens-de-pe-lado-a-lado-abracando_318-63105.png
Apesar de todas as falhas, Carvalho (2002), destaca que Estado e família são
instituições imprescindíveis para o bom funcionamento das sociedades, há serviços que
não podem ser obtidos por via de mercado. Muitos são os que dependem dos serviços
públicos ofertados pelo Estado, já outros bens e serviços se dão através da família, em
forma de afeto, socialização, apoio mútuo e proteção.
Sforni e Galuch (2009), apontam que erroneamente, para a sociedade, o que há
de mais incômodo é que os estudantes não estejam sendo preparados para o mercado de
trabalho e suas exigências de sujeitos autônomos, criativos, que saibam lidar com as
demandas de atualização do saber impostas pelo ritmo acelerado de produção e
comercialização de mercadorias. Além disso, para muitos pais e mães de estudantes da
rede pública, o desempenho insatisfatório, representa preocupação, por ser um forte
indicativo de que seus filhos, ao término da educação básica, terão poucas condições de
competir por uma vaga em universidades públicas. Para as autoras, considerar somente
estas preocupações, é ressalta-se o caráter imediatista da sociedade capitalista,
3.3 Material Didático Unidade I: Relações de Cooperação entre Família e Escola
“A escola será cada vez melhor, na medida em que cada ser se comportar como colega,
como amigo, como irmão.” (Paulo Freire)
desviando-se o foco das reais funções da escola, dos conteúdos que realmente
humanizam e possibilitam compreender a natureza sócio-histórica do ser humano.
Dessa forma, para manutenção do poder econômico nas mãos de poucos, não há
interesse em manter uma escola centrada no conhecimento, no domínio de conteúdos,
mas em reduzi-la ao convívio entre diferentes, o compartilhamento de culturas e
solidariedade entre as pessoas, em detrimento de condições de desenvolvimento
cognitivo, afetivo e moral dos estudantes, conforme aponta Libâneo (2012).
Todo pai, mãe e professor deveriam questionar sobre a função da escola,
segundo Young (2007), apesar de família e escola não serem as únicas instituições que
deveriam ter essa preocupação, porém a família possui o papel único de reproduzir
sociedades humanas e oferecer condições que possibilitem suas inovações e mudanças.
Já a escola, mostra sua importância devido ao seu papel fundamental de ensino dos
conhecimentos historicamente construídos, se não dessa forma, cada geração teria que
começar do zero, sem o princípio fundamental de construção do conhecimento.
Público alvo: Comunidade Escolar
Data: 23/02/20/17 - horários 19:00 às 23:00 horas
Tempo: 4 horas
Desenvolvimento:
- Boas-vindas com a mensagem: O Farol - relação Pai e Filho
https://www.youtube.com/watch?v=uWvpa6CohOE
- Apresentação do projeto “Escola e Família na Construção de um Projeto Educativo”
Cronograma da Unidade I:
Utilizando-se da metáfora da embarcação, o autor nos convida a
refletir sobre a forma como nossos pais nos apresentam seu mundo,
nos ensinam as coisas da vida a partir de seu próprio repertório e, em
algum momento, nos presenteiam com a possibilidade de fazermos
nossas próprias descobertas e explorações. (Lilian M. Zuchelli)
e seus objetivos, já elencados no Projeto de Intervenção Pedagógica;
- Palestra com profissional da educação abordando a importância das relações entre
família e escola na atual conjuntura social.
Objetivo Geral:
- Integrar família e escola através da compreensão da história da
família, condicionantes sociais que envolvem essa instituição e a
escola, desmistificar preconceitos existentes nessa relação, buscando
envolver toda comunidade escolar no processo educativo e assim
possibilitar a melhoria da aprendizagem.
Objetivos Específicos:
- Estabelecer relações entre o passado cultural das famílias, suas
transformações e reflexos no comportamento e percepção social
presente;
- Diminuir a distância entre família e educadores, através de momentos
de interação e reflexão, visando estabelecer uma linguagem em
comum, para melhor organização de uma aprendizagem significativa;
- Realizar reflexão sobre as diferentes representações do papel da
família e da escola na sociedade atual;
- Sensibilizar familiares e educadores sobre a necessidade da parceria
no acompanhamento da criança e do adolescente avançando assim,
coletivamente, em relação à natureza educativa e emancipatória;
- Socializar as expectativas que família e escola têm, uma em relação
a outra, investigando o sentido do processo educativo formal sob a
ótica de cada uma, analisando e confrontando coletivamente os
diversos pontos de vista;
-Compreender função social da escola.
https://image.freepik.com/free-icon/family-of-four-in-front-of-their-home_318-62609.png
O termos família vem do latim famulus, tendo o significado de escravo doméstico,
ou seja, o conjunto de escravos pertencentes a um determinado homem. Os romanos
utilizaram o termo, para denominar uma nova estrutura social, tendo o homem como
chefe, tendo poderes absolutos sobre a mulher e os filhos, até mesmo de vida e morte.
Para o autor, esta foi a forma que marca até os dias de hoje a opressão do sexo
masculino para com o feminino.
Segundo Ariès (1981), na sociedade da Idade Média, a criança mal era vista, e a
situação adolescente era ainda pior. A infância reduzia-se ao período mais frágil, em que a
criança era totalmente dependente dos cuidados de um adulto, e assim que conseguia o
mínimo de autonomia já era considerada a miniatura de um adulto, partilhando de seus
trabalhos e jogos. Não havia transição entre os períodos de infância e vida adulta,
desconsiderando aspectos essenciais nas sociedades evoluídas de hoje.
Os valores e conhecimentos adquiridos eram de modo geral pelo convívio com
outros adultos, ajudando-os em suas tarefas, já que desde muito cedo as crianças eram
Unidade II: Família
“Observe teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisará castigar os homens.” (Pitágoras)
afastava de seus pais, tornando assim, a passagem pela família muito insignificante e
breve para estabelecer laços sensíveis de memória.
As trocas afetivas e comunicações sociais eram realizadas em comunidade, com
vizinhos, amigos, amos, criados, crianças e velhos, homens e mulheres. Os historiadores
franceses chamariam hoje esta relação de sociabilidade, em que existia a propensão das
comunidades tradicionais aos encontros, visitas e festas (ARÌES, 1981).
A separação da convivência semelhante entre crianças e adultos foi um grande
movimento de moralização dos homens, promovido pelos reformadores católicos ou
protestantes ligados a Igreja, às leis ou ao Estado, mas só foi possível devido ao
fenômeno de cumplicidade sentimental das famílias. A família tornou-se um lugar de
afeição necessária entre os cônjuges e entre pais e filhos. Essa afeição se exprimiu
principalmente pela importância que se passou a atribuir à educação. Surgiu assim, um
novo sentimento de interesse dos pais pelo estudo dos filhos, que os acompanhavam com
uma solicitude habitual, nos séculos XIX e XX.
A organização da família passou a ser realizada em torno da criança, dando-lhe tal
importância, retirando-a de seu antigo anonimato, tornando-se assim, impossível perdê-la
ou substituí-la, sem uma enorme dor. Dessa forma foi-se limitando o número de filhos
para que fossem melhor cuidados, reduzindo assim a natalidade, tendo como
consequência polarização da vida social no século XIX, em torno da família e da
profissão.
Na atualidade, falar em família no Brasil no início do século XXI, implica fazer
referência mudanças e padrões difusos de relacionamentos, tornando-se difícil
estabelecer precisamente os contornos que a limitam. Além das transformações internas
que as caracterizam, também existem as externas, que descaracterizam sua forma
natural, a evidenciar que acontecimentos a ela ligados vão além de respostas biológicas
ligadas as necessidades humanas, mas configuram diferentes respostas sociais e
culturais disponíveis a homens e mulheres em contextos históricos específicos. (Sarti,
2002).
A Constituição Federal Brasileira de 1988 institui a quebra da chefia conjugal
masculina, compartilhando direitos e deveres, entre homens e mulheres. Também, o fim
da diferenciação entre filhos legítimos e ilegítimos, este último, reforçado pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, que estabelece garantia de direitos de filiação
por parte do pai e da mãe. O ECA, ao mesmo tempo que enfatiza o direito de convivência
da criança com sua família, também estabelece a necessidade de protegê-la da mesma
caso seja necessário, demonstrando neste sentido, uma enorme e positiva transformação
histórica. Esse aspecto, serviu para desmistificar, a idealização de família, ainda que
também é frequentemente utilizado para estigmatizar as mais pobres, definindo-as como
desestruturadas.
É impossível sustentar na sociedade atual, segundo Sarti (2002), um modelo
adequado de família, pois, apesar das muitas idealizações que se têm em torno dela, as
mudanças foram imensas, que fica até difícil definir suas inúmeras estruturações e
relações entre seus membros. Considerando a perda de referências rígidas que referem-
se à família e a flexibilização de fronteiras, a autora afirma, dessa forma, existir algumas
dificuldades no trabalho voltado a elas, devido a sua enorme diversidade e a dificuldade
em romper com o modelo idealizado e naturalizado que esta instituição possui. Há
também a tendência em ser etnocêntrico mais do que o habitual, uma representação do
que o ser humano é e de suas raízes. Assim, pode-se ter a noção de família, de acordo
com o sentido a ela atribuído por quem vive, por isso da dificuldade de uma definição
generalizada.
A família se delimita simbolicamente, baseada na experiência pessoal de cada um,
com base nos elementos objetivos e subjetivos da cultura que se vivencia, individual ou
coletivamente. Quando ouvimos as primeiras falas não aprendemos apenas a nos
comunicar, mas nos apoderamos de uma ordem simbólica, ordenada pelas regras sociais
que vivenciamos, constituindo assim a vida humana.
Público alvo: Famílias
Data: 06/03/2017 à 21/04/2017
Atividade: Coleta de dados e encontro de formação com as famílias
Tempo: 20 horas
1º Momento:
Data/horário: Dias 06, 08 e 10/03/2017 – horários: 07:30 às 11:30 horas
Cronograma da Unidade II:
Tempo: 12 horas
Desenvolvimento:
- Coleta de dados, através de entrevista por amostragem, entre os familiares de
estudantes do Ensino Fundamental do período Matutino do Colégio Estadual Monteiro
Lobato, sobre suas expectativas em relação a escola, família e sociedade. Diálogos sobre
seus posicionamentos diante da função da família e da escola, ao futuro e a importância
da educação formal em suas vidas;
- Depoimentos de familiares sobre seu histórico de vida e de seus antepassados;
- Visita de familiares, por turma do Ensino Fundamental, para contar a sua história de
vida;
- Proposta aos estudantes para que entrevistem sua família e confeccionem um livro com
sua história de vida e de seus familiares, para posterior apresentação aos colegas de
turma;
Questionário:
Por que você manda seu filho para escola?
O que espera da escola?
Qual o papel da educação na vida dos filhos?
O que é importante ser trabalhado na escola com os jovens/adolescentes?
Qual a maior preocupação em relação ao futuro de seus filhos(as)?
Como você avalia o desenvolvimento escolar de seu filho(a)?
Você lembra como era a educação e a escola quando você estudava?
O que era ensinado?
Como era sua relação com os professores?
Seus familiares iam até a escola? Em que momentos?
Em que momentos você acredita ser importante sua presença na escola?
Você se sente bem indo à escola de seu filho(a)? Por quê?
Qual as dificuldades em sua participação na escola?
Seu filho faz comentários sobre a escola? E você faz perguntas a ele?
Na sua opinião, o que é uma boa escola e qual deve ser sua função?
Qual o papel da família na educação dos filhos?
- Pedir para que os estudantes gravem uma entrevistem com as pessoas de mais idade
da família;
2º Momento:
Data/horário: 14/03/2017 – horários: 18:00 às 22:00 horas
Tempo: 4 horas
Desenvolvimento:
- Reflexão inicial: Música
https://www.youtube.com/watch?v=M62fWrV4Nzk
Herdeiro da Pampa Pobre
Mas que pampa é essa que eu recebo agoraCom a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a históriaNão me deixaram nem se quer matizes?
Passam as mãos da minha geraçãoHeranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pãoOnde a ganância anda de rédeas soltas
Se for preciso, eu volto a ser caudilhoPor essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filhoA pampa pobre que herdei de meu pai
Herdei um campo onde o patrão é reiTendo poderes sobre o pão e as águasOnde esquecidos vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas
O que hoje herdo da minha grei chiruaÉ um desafio que a minha idade afrontaPois me deixaram com a guaiaca nua
Pra pagar uma porção de contas ...refrão
Eu não quero deixar pro meu filhoA pampa pobre que herdei de meu pai
Eu não quero deixar pro meu filhoA pampa pobre que herdei de meu pai
(Gaúcho da Fronteira)
- Análise dos livros confeccionados por seus filhos sobre a história da família;
- Apresentação de slides sobre os desafios e mudanças das famílias na sociedade, com
base no texto do Projeto de Intervenção Pedagógica: “História da Família”.
- Produção de quadro, em cartaz, sobre as transformações ocorridas nas famílias nas
últimas décadas, com posterior análise;
- Estudo da cartilha produzida pelo MEC:
“Acompanhem a vida escolar de seu filho”
http://mse.mec.gov.br/index.php/component/content/article?id=163:cartilha
Dinâmica:
1) Qual a visão que você tem da escola e da família? Individualmente, definir em um desenho para cada instituição e duas palavras.
2) Organizar a equipe em duplas, para que discutam entre os dois as produções e compactem, em apenas um desenho e uma palavra
cada instituição.3) Apresentar os resultados para o grande grupo, realizando as
explicações dos motivos das escolhas para o desenho e palavra. Expor os cartazes no quadro.
4) Realizar uma análise das visões que se tem.
Com ilustrações do cartunista Ziraldo e conteúdo elaborado em conjunto pelo Ministério da Educação e instituições parceiras da
Mobilização Social pela Educação, o material traz dicas e orientações para o cuidado com a educação dos filhos em casa e na escola. A publicação pode ser utilizada pelos mobilizadores em atividades de sensibilização dos pais sobre como sua participação na trajetória de formação dos estudantes pode contribuir para a melhoria do ensino
oferecido nas escolas públicas.
Para refletir:
- Vídeo: Pais Maus Educadores (Mário Sérgio Cortella), com posterior comentários
relacionados as dificuldades encontradas pelas famílias na educação dos filhos.
https://www.youtube.com/watch?v=9IQrPAMgIlg
3º Momento:
Data/horário: 21/03/2017 – horários: 18:00 às 22:00 horas (terça-feira)
Tempo: 4 horas
Desenvolvimento:
- Reflexão inicial: Como ser bons pais...
https://www.youtube.com/watch?v=xHXbSpQ68OU
- Estudo de panfleto instrutivo confeccionado para as famílias, com base nos materiais da
Educação da Editora Abril;
http://educarparacrescer.abril.com.br/guias-da-educacao/
Vídeo: O papel da família na educação dos filhos (Mário Sérgio Cortella).
Tempo: 9: minutos
https://www.youtube.com/watch?v=1IoQG4TIeAM
- Você faz visitas periódicas à escola? Ou somente quando convidado em casos pontuais como entrega de boletins?
- Faz perguntas diárias aos filhos sobre fatos escolares?- Acompanha as lições de casa, olha os cadernos e mochila com
frequência?- Verifica o horário de saída de casa para ir a escola, se está usando
uniforme e levando o material correto?- Relembra constantemente os filhos de suas responsabilidades?
Ideias simples e rápidas para participar da melhoria da Educação - 10 ideias simples para você participar mais da vida escolar dos seus filhos.
- Confecção de cartazes sobre o que família, escola e Estado deveriam melhorar para
construção de uma sociedade melhor e mais igualitária;
http://img.freepik.com/icones-gratis/apresentacao_318-110210.jpg?size=338c&ext=jpg
No Brasil, tanto a escolarização, quanto a emergência da vida privada chegaram
com atraso, como destaca Del Priore (2015), comparado aos países ocidentais onde o
capitalismo instalou-se no início da Idade Moderna, o Brasil sendo um país pobre,
apoiado inicialmente no antigo sistema colonial e posteriormente em uma industrialização
tardia, não deu muito destaque ao tema. O sistema econômico vigente não exigia
adequação física e mental dos indivíduos a esta nova realidade e assim não foram
instalados instrumentos que permitissem a adequação a este novo cenário. O ensino
público só foi instalado no século XVIII, e mesmo assim de forma muito precária. Ainda
segundo a autora, no século XIX, a alternativa para os filhos dos pobres, não seria a
educação, mas o trabalho nas lavouras, enquanto os filhos de uma pequena elite eram
ensinados por professores particulares.
A partir do século XVII, com a sociedade industrial, acontecem grandes mudanças:
Unidade III: Escola
“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que se
prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública.” (Anísio Teixeira)
a criança deixa de ser misturada aos adultos e inicia-se a escolarização. No entanto, a
escola ainda estava longe de ser para todos, era somente do gênero masculino. A
disciplina era humilhante e os castigos físicos severos, tornando-se esta, uma nova
atitude diante da infância. Este pensamento estendeu-se até o século XVIII, quando surge
uma nova consciência coletiva nessa questão, já que na França a opinião pública
manifestou repugnância por este regime escolar.
Com a Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, Jomtien de 1990, e em
outros documentos patrocinados pelo Banco Mundial, surge a escola do acolhimento, que
restringem a escola tradicional a espaços e tempos precisos, incapaz de adaptar-se aos
novos contextos, de oferecer conhecimento para toda a vida, operacional e prático. Apoia
seu insucesso também em conteúdos livrescos, exames, provas, reprovações e
autoritarismo nas relações. Diante de tantas críticas, ganha espaço a escola que tem
como eixo o desenvolvimento humano, que Libâneo (2012), aponta como reduzidas às
necessidades mínimas, caracterizando a escola como espaço de ações socioeducativas,
que visa o atendimento das diferenças individuais e a integração social. Dessa forma, não
há interesse em manter uma escola centrada no conhecimento, no domínio de conteúdos,
mas em reduzi-la ao convívio entre diferentes, o compartilhamento de culturas e
solidariedade entre as pessoas, em detrimento de condições de desenvolvimento
cognitivo, afetivo e moral dos estudantes.
Segundo Torres (2001), a Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, teve
seu projeto original encolhido e adequado a visão economicista do Banco Mundial,
patrocinador das conferências mundiais, reuniões e encontros posteriores a sua criação,
propiciando variáveis em cada país na formulação das políticas educacionais, e o que era
para ser uma visão ampliada, transformou-se em uma visão encolhida.
Segundo Libâneo (2012), a escola pública gratuita e obrigatória, há décadas vem
sendo objeto de luta pelos educadores, porém, até mesmo entre estes, existem
contradições no que diz respeito a quantidade e a qualidade propiciadas por esta entidade
e o direito que se tem sobre ela e suas possibilidades. De um lado está a formação
pedagógica e sociocultural, centrada no conhecimento, de outro, aquela engajada nas
questões sociais, assim, dividindo opiniões e sendo influenciada por fatores econômicos,
sociais, políticos e pedagógicos.
Público alvo: Educadores
Atividade: Coleta de dados e grupo de estudos com educadores
Tempo: 26 horas
1º Momento:
Data: Dias 07 e 09/03/2017 – horários: 07:30 às 11:30 horas.
Número de horas: 08
Desenvolvimento:
- Coleta de dados, através de entrevista por amostragem, entre os educadores dos
diversos seguimentos do Colégio Estadual Monteiro Lobato, que trabalham no período
Matutino, sobre suas expectativas em relação a escola, família e sociedade. Diálogos
sobre seus posicionamentos diante da função da família, da escola, perspectivas em
relação ao futuro e objetivos da educação formal;
Cronograma da Unidade III:
Questionário:
Qual a função da escola na vida dos indivíduos?
Qual a função da família na vida dos indivíduos?
Como você percebe a relação entre escola e família no Colégio Estadual Monteiro Lobato?
Quais espaços existem na escola para ouvir o jovem/adolescente e a família?
Como tem sido os encontros da família com a escola?
Qual a pauta da reunião de pais?
Quais as fragilidades do Colégio Estadual Monteiro Lobato em relação a participação dos pais?
Em sua opinião, quais as causas para que os pais não participem da vida escolar de seus filhos?
Existe um planejamento/organização para a formação de familiares? Como acontece?
As práticas da escola convergem para o objetivo da integração entre escola e família?
- Depoimentos de educadores sobre seu histórico de vida e de seus antepassados;
- Visita de pelo menos um educador por turma do Ensino Fundamental, para contar a sua
história de vida aos estudantes;
2º Momento:
Data/horário: 16/03/2017 – horários: 18:00 às 22:00 horas
Tempo: 4 horas presenciais e 2 horas de estudos à distância
Desenvolvimento:
- Reflexão Inicial: Acolhida dos cursistas com o poema - Verdades da Profissão de
Professor (Paulo Freire);
http://pescandoletras.blogspot.com.br/2013/08/poemas-e-pensamentos-de-paulo-freire.html
Para você, o que é importante ser ensinado na escola para os jovens/adolescentes?
Qual é o jovem/adolescente que chega à escola pública?
Qual sua maior preocupação em relação ao futuro dos estudantes?
Qual educação está reservada às classes populares?
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados.
Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e
continua apaixonada pelo seu trabalho.A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos
nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o
convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
(Paulo Freire)
- Análise da figura:
http://rioclaroonline.com.br/professor-e-a-profissao-que-forma-todas-as-outras-profissoes/
- Estudo do texto: História da Família, que consta no Projeto de Intervenção da
professora PDE Simone Russi;
- Contextualização do assunto a ser estudado pela professora PDE e coleta de dados
sobre as expectativas dos cursistas em relação ao tema de estudo, em relação a escola,
famílias e sociedade. Seus posicionamentos sobre a função da família e da escola, ao
futuro e a importância da educação formal.
- Vídeo: História da Educação dos filhos (Sueli Sayão);
Tempo: 46 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=aYxo_97FWeM&t=2281s
Dinâmica:
1) Qual a visão que você tem da escola e da família? Individualmente, definir em um desenho para cada instituição e duas palavras.
2) Organizar a equipe em duplas, para que discutam entre os dois as produções e compactem, em apenas um desenho e uma palavra cada
instituição.
3) Apresentar os resultados para o grande grupo, realizando as
explicações dos motivos das escolhas para o desenho e palavra. Expor os
cartazes no quadro.
4) Realizar uma análise das visões que se tem.
- Depoimentos para compartilhar entre os educadores, seu histórico de vida e o que
sabem sobre seus antepassados;
- Estudo do texto: Famílias Enredas (Cyntia Sarti);
- Considerações sobre o texto relacionando-o com a realidade escolar do Colégio
Estadual Monteiro Lobato;
- Painel com as mudanças ocorridas na escola pública e nas famílias nas últimas
décadas.
Vídeo: Café Filosófico - Reinvenção da família (Marcelo Carneiro da Cunha)
Duração: 1 hora e 46 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=arlhUC1E9pY
Falar em família no Brasil no início do século XXI, implica fazer referência mudanças e padrões
difusos de relacionamentos, tornando-se difícil estabelecer precisamente os contornos que a
limitam. Além das transformações internas que as caracterizam, também existem as externas, que
descaracterizam sua forma natural, a evidenciar que acontecimentos a ela ligados vão além de respostas biológicas ligadas as necessidades humanas, mas configuram diferentes respostas sociais e culturais
disponíveis a homens e mulheres em contextos históricos específicos
A família tradicional morreu, viva a nova família! As transformações da última metade do século 20 redefiniram os personagens sociais: as mulheres adquiriram um protagonismo inédito; os homens
precisaram se reprogramar, e os filhos passaram a centralizar a vida familiar, agora democratizada. A vida adulta se juvenilizou e estendeu, agora iniciando aos vinte e indo até o sessenta, na busca de uma felicidade contínua, que os leva a construir e reconstruir casamentos. Assistimos ao surgimento da nova
família não-biológica, que funciona a partir de outros laços, diferentes, mas não menos intensos.Na nova família não-biológica, uma vez que ela não é óbvia ou formada espontaneamente, seus
participantes precisam encontrar e construir lugares dentro dessa nova estrutura, a qual requer, acima de tudo, diálogo e trocas de olhares.
Estudo à distância:
- Elaborar um texto sobre os formatos de família percebidos no século XXI, relacionando-
as especificamente com as presentes em na realidade do Colégio Estadual Monteiro
Lobato.
3º Momento:
Data/horário: 23/03/2017 – horários: 18:00 às 22:00 horas (terça-feira)
Tempo: 4 horas presenciais e 2 horas à distância
Desenvolvimento:
- Reflexão Inicial: Música
Pais e Filhos- Legião Urbana
Estátuas e cofresE paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceuEla se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entenderDorme agora
É só o vento lá foraQuero colo
Vou fugir de casaPosso dormir aqui
Com vocês?Estou com medo tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três
Meu filho vai terNome de santo
Quero o nome mais bonito
É preciso amar as pessoasComo se não houvesse amanhãPorque se você parar pra pensar
Na verdade não há
Me diz por que é que o céu é azulMe explica a grande fúria do mundo
São meus filhos que tomam conta de mim
- Vídeo: Função da Escola (José Carlos Libâneo);
- Tempo: 1minuto e 50 segundos
- Estudo de texto: O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do
conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres (José Carlos
Libâneo);
- Dividir os cursistas presentes em dois grupos, sendo que o primeiro deverá elencar as
funções da família em relação aos filhos, e o segundo, da escola em relação aos
estudantes. Destacando qual o papel de cada uma dessas instituições na sociedade e
quais os condicionantes para que sua função se concretize de fato. Em seguida,
confrontar os posicionamentos, complementando e analisando-os de forma crítica,
relacionando-os ao texto;
Em palestra, o professor e pesquisador discute o tema "Práticas de ensino em um contexto de mudanças.”
De um lado está a formação pedagógica e sociocultural, centrada no conhecimento, de outro, aquela engajada nas
questões sociais, assim, dividindo opiniões e sendo influenciada por fatores econômicos, sociais, políticos e
pedagógicos.
Eu moro com a minha mãeMas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguémEu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa que nem me lembro maisEu moro com meus pais
É preciso amar as pessoasComo se não houvesse amanhãPorque se você parar pra pensar
Na verdade não há
Sou uma gota d'águaSou um grão de areia
Você me diz que seus pais não entendemMas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudoIsso é absurdo
São crianças como vocêO que você vai ser
Quando você crescer
Texto: A família como ordem simbólica (Cynthia Andersen Sarti)
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642004000200002
- Relatar a percepção de adolescente no Colégio Estadual Monteiro Lobato e quais os
principais aspectos culturais de sua vida refletem no ambiente escolar.
4º Momento:
Data/horário: 30/03/2017 – horário: 18:00 às 22:00 horas
Tempo: 4 horas presenciais e 2 horas à distância
Desenvolvimento:
- Reflexão Inicial: Roda de Conversa - Tema: Família e escola integradas para a
aprendizagem
- Tempo: 18 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=aesEDZ95VdQ
- Distribuição dos livrinhos sobre a história das famílias, confeccionados pelos estudantes,
Este texto trata de questões relativas ao trabalho com famílias, em particular, com o jovem na família. Baseia-se
em uma concepção de família como uma realidade de ordem simbólica, que se delimita por uma história contada aos indivíduos e por eles reafirmada e ressignificada, nos
distintos momentos e lugares da vida familiar, considerando a relação da família com o mundo externo. Diante de
referências culturais e sociais diversas, a análise da família exige um esforço de estranhamento, nem sempre fácil, sobretudo, porque tendemos a confundir família com a "nossa" família. Enfatiza-se, assim, a importância de se
escutar a história das famílias como um outro ponto de vista, distinto daquele do profissional ou pesquisador, mas
fundamental e igualmente legítimo na elaboração das experiências vividas por famílias em alguma situação de
vulnerabilidade.
Estudo à distância:
para que analisem e relatem algumas delas, conhecendo assim, um pouco mais da vida
da comunidade;
- Estudo do texto: Estrutura da escola integração da comunidade:
1. Sentidos e limites da participação da comunidade
2. Dificuldades
3. Perspectivas
(Vitor Henrique Paro);
- Refletir o sentido de participação da família na escola, as possibilidades e desafios
desta proposta.
Vídeo: Palestra – A Famíla "Tentacular" (Maria Rita Kehl)
https://www.youtube.com/watch?v=Kt-jSi32nL0&t=1713s
- Relatar os principais valores percebidos na sociedade pós-moderna e de que forma
estes afetam o cotidiano escolar.
Maria Rita chama de “família tentacular” as novas configurações irregulares de famílias, que são misturadas,
improvisadas e mantidas com afeto, esperança e desilusões, na medida do possível, que são “marcadas de sonhos frustrados, projetos abandonados e retomados, na construção de um futuro o mais parecido possível com os
ideais da família do passado”. Ideal que se não for superado, continuará causando sofrimento e mal estar.
Estudo à distância:
http://goias24horas.com.br/wp-content/uploads/2013/08/reuniao.jpg
Nas sociedades em que vivemos, uma crescente porcentagem da população
exige soluções do Estado e sociedade, não se referindo apenas a pobres e
desempregados, no que diz respeito a politicas públicas de qualidade, pois, nos
processos contemporâneos de globalização da economia, informação, política, cultura,
avanços tecnológicos e transformação produtiva, segundo a autora, vem se produzindo
uma sociedade complexa e multifacetada, que por um lado mantêm seus cidadãos
fortemente interconectados e por outro, vulnerabilizados em seus vínculos relacionais de
inclusão e pertencimento. (Carvalho, 2002)
Mudanças profundas e aceleradas na estrutura familiar, sem dúvida impactam nas
dinâmicas sociais, de cultura, valores, formas de convívio e particularmente na dinâmica
de reprodução social, conforme destaca Dowbor (2002), a pessoa está cada vez mais
autônoma, sozinha em uma multidão urbana, fato que não fragiliza somente a família,
mas a articulação da solidariedade e sociedade como um todo.
É verdade que a escola tem o dever de prestação do serviço que a população tem
direito, porém, nem sempre o Estado cumpre sua função de mantenedor. A família
Unidade IV: Coletividade e Integração
“Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações.
Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos
de seus filhos.” (Albert Einstein)
estando presente na escola, conhecendo suas reais condições, pode possibilitar uma
forma maior de cobrança ao poder público àquilo que lhes é de direito.
Em relação a participação da família Paro (2011), destaca a importância do
Conselho Escolar e sua representatividade, devendo a escola possibilitar tempos e
espaços para sua atuação. No que se refere ao tempo da participação da família, é
importante organizar os horários de reunião mais flexíveis e compatíveis com as
necessidades das famílias. Ao chamar a família para a participação, a escola está
proporcionando a ela apropriações culturais, mesmo que esta esteja restrita a educação
dos filhos, contribuindo mesmo que seja minimamente para a diminuição da dívida social,
ou tornar a educação menos penosa para os estudantes.
Para Paro (2011), o autor, foge a compreensão da maioria dos professores,
o porquê da falta de participação, principalmente daqueles que se referem ser os que
mais precisam, cujos filhos apresentam as piores condições de aprendizagem. Isso é
justificado, justamente pela situação de escolaridade desses pais e mães e pelos
processos de fracasso escolar vivenciado por eles, em que acreditam ser os únicos
culpados. Frutos da escola tradicional e autoritária, mesmo tendo ouvido falar que a
escola era algo bom, não conseguiam aprender ou sentir prazer em aprender. Para
agravar todas essas dificuldades, a família também tinha a concepção tradicional de
ensino, com o discurso de que estudar era gostoso e fácil para quem fosse inteligente e
esforçado. Assim a personalidade dessas pessoas foi formada, cresceram acreditando
que eram pouco inteligentes, sem perceber a inabilidade de ensino e a falta de
afetividade.
O diálogo entre escola e família representa uma atitude de respeito, em que escola
e professores utilizam sua capacidade profissional para diminuir barreiras entre as duas
instituições. Do ponto de vista democrático, a participação da família na escola não pode
estar estruturada apenas para que se permita essa participação, mas que se crie
mecanismos internos que a estimule de forma continuada.
Público alvo: Comunidade Escolar
1º Momento:
Cronograma da Unidade IV:
Data/horário: 06/04/2017 – horário: 18:00 às 22:00 horas
Tempo: 4 horas
Desenvolvimento:
- Encontro de socialização entre família e educadores.
- Reflexão Inicial: Antes que eles cresçam
https://www.youtube.com/watch?v=tdClVu52qWs
Vídeo Gestão Escolar Democrática (recorte) - Vitor Henrique Paro;
http://youtu.be/WhvyRmJatRs
- Apesentar as expectativas, elencadas pelos grupos de familiares e educadores, que um
tem em relação ao outro, coletados nas entrevistas e encontros anteriores;
Dinâmica: Cada um dos presentes receberá uma bala que ficará em cima da mesa até
segunda ordem. Após todos receberem, o doce poderá se degustado, mas para
desembrulhá-la não pode ser tocado com suas mãos. Objetivando a percepção do
trabalho em parceria, já que outro colega poderá abrir e colocá-lo em sua boca.
Texto: A dimensão participativa da gestão escolar (Heloísa Luck);
http://faibi.com.br/arquivos/downloads/pedagogia/estagio/estagio_gestao1/08_dimensao_participativa_gesta
o_escolar.pdf
- Fazer um levantamento das problemáticas e desafios existentes na participação da
comunidade escolar no Colégio Estadual Monteiro Lobato, tanto do ponto de vista dos
familiares, como educadores e coletivamente estabelecer ações que possam vir a
melhorar a participação da comunidade escolar, com vistas a contribuir com os processos
de ensino e aprendizagem, através de estratégias de ação permanentes, pensando, quais
ferramentas poderiam ser consideradas primordiais para que a escola alcançasse seu
objetivo e cumprisse sua função social de apropriação da cultura/conhecimento.
Este caderno temático, constitui-se de um material pedagógico a ser discutido pela
comunidade escolar: famílias, gestão escolar, professores e agentes educacionais,
através do diálogo e da reflexão, para um repensar da prática educativa de todos os
envolvidos nesta formação, também a importância da parceria entre família e escola e
suas contribuições no processo ensino/aprendizagem.
Por meio da coleta de informações referentes ao tema proposto, em entrevistas,
depoimentos, relatos de histórias de vida e questionários, serão realizadas reflexões,
subsidiadas por materiais bibliográficos durante os encontros de formação, para fortalecer
possíveis fragilidades entre família e escola, na busca de alternativas que favoreçam a
participação ativa da família na escola, auxiliando a reflexão da problemática levantada.
O material apresenta textos para estudos durante os encontros, que serão
complementados com vídeos, dinâmicas, debates e leituras complementares.
Na certeza de que a união entre família e escola é fundamental diante dos
condicionantes da sociedade contemporânea, na busca de alternativas que diminuam as
barreiras de acesso aos conhecimentos historicamente construídos, de forma mais
humana, objetivando uma sociedade justa para aqueles que são vistos apenas como
força de trabalho.
A carga horária prevista para aplicação do projeto é de 54 horas, sendo 28 horas
presenciais e 6 à distância, num total de 34 horas, destinadas à gestão, equipe
pedagógica, professores e agentes educacionais, as quais serão certificadas pela
UNIOESTE e 20 horas com as famílias. Sendo que, 8 horas serão realizadas com
atividades em comum para os dois grupos. O caderno temático está dividido em 4
unidades, dispostas da seguinte forma: Unidade I, destinada à Comunidade Escolar, com
apresentação do tema e palestra de abertura, como introdução ao assunto; Unidade II, ao
levantamento de dados à formação com famílias; Unidade III aos profissionais da
educação, através de pesquisa e grupo de estudos; e Unidade IV, novamente para toda a
Comunidade Escolar, onde acontecerá a sistematização de dados coletados e possíveis
estratégias de ação permanentes.
3.4 Orientações Metodológicas
ARIÈS, Phillipe. História Social da Criança e da Família. Ed. LTC: 2a ed. Rio deJaneiro, 1981.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e doAdolescente.
LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola doconhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres .Educação e Pesquisa, São Paulo, Universidade Federal de Goiás. v. 38, n. 1, p. 13-28,2012.
PARO, Vitor Henrique. Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2011.
SARTI, Cynthia. A. Famílias Enredadas. In. ACOSTA, Ana Rojas, VITALE, Maria AmáliaFaller (Org.). Famílias: Redes, Laços e Políticas Públicas. São Paulo: IEE-PUCSP, p. 21-36, 2002.
Sites:
KD Frases - Frases, Pensamentos, Citações e Mensagens - http://kdfrases.com -Acesso em 10/10/2016.
Pescando Letras - Poemas e pensamentos de Paulo Freire -http://pescandoletras.blogspot.com.br/2013/08/poemas-e-pensamentos-de-paulo-freire.html - Acesso em 10/10/2016.
Educar para Crescer - Guias da Educação - http://educarparacrescer.abril.com.br/guias-da-educacao/ - Acesso em 70/10/2017.
LUCK, Heloísa - A dimensão participativa da gestão escolarhttp://faibi.com.br/arquivos/downloads/pedagogia/estagio/estagio_gestao1/08_dimensao_participativa_gestao_escolar.pdf - Acesso em 10/10/2017.
Ministério da Educação - Acompanhem a vida escolar de seus filhos -
http://mse.mec.gov.br/index.php/component/content/article?id=163:cartilha - Acesso em10/10/2017.
SARTI, Cynthia Andersen - A família como ordem simbólica -http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642004000200002 -Acesso em 10/11/2016.
3.5. Referências Bibliográficas
Vídeos:
MARCELINO, Felipe - Antes que eles cresçam - https://www.youtube.com/watch?v=tdClVu52qWs Acesso em 22/11/2016.
PARO, Vitor Henrique - Gestão Escolar Democrática - http://youtu.be/WhvyRmJatRs -Acesso em 11/10/2017.
NOVO, José Eduardo Gallindo - Herdeiro da Pampa Pobre - Gaúcho da Fronteira -https://www.youtube.com/watch?v=M62fWrV4Nzk Acesso em 20/11/2016.
MAGISTRASEEMG - Roda de conversa, Tema - Escola, Família e Sociedade -https://www.youtube.com/watch?v=rjITGOxVs-A - Acesso em 14/10/2017.
COTERLLA, Mário Sergio - Pais Mal Educadores - https://www.youtube.com/watch?v=9IQrPAMgIlg - Acesso em 20/10/2016.
R. Clebisom - Como ser bons pais - https://www.youtube.com/watch?v=xHXbSpQ68OU -Acesso em 20/10/2016.
Constelação Sistêmica Familiar - O Farol (Lighthouse) - relação Pai e Filho -https://www.youtube.com/watch?v=uWvpa6CohOE - Acesso em 02/12/2016.
Rosely, SAYÃO - A história da educação dos filhos (TV Cultura) -https://www.youtube.com/watch?v=aYxo_97FWeM&t=2281s - Acesso em 02/10/2016.
Café Filosófico: Reinvenção da família - Marcelo Carneiro da Cunha -https://www.youtube.com/watch?v=arlhUC1E9pY - Acesso em 10/09/2016.
KEHL, Maria Rita - A Famíla "Tentacular" I Palestra - https://www.youtube.com/watch?v=Kt-jSi32nL0&t=1713s - Acesso em 20/09/2016.
The Lighthouse: uma animação simbólica e psicológica sobre a relação de pais e filhos -http://www.contioutra.com/the-lighthouse-uma-animacao-simbolica-e-psicologica-sobre-a-relacao-de-pais-e-filhos/ - Acesso em 20/11/2016.
Roda de Conversa - Tema: Família e escola integradas para a aprendizagem –https://www.youtube.com/watch?v=aesEDZ95VdQ - Acesso em 22/11/2016.
Imagens:
FREEPIK – Grupo de três homens de pé lado a lado abracando -https://image.freepik.com/icones-gratis/grupo-de-tres-homens-de-pe-lado-a-lado-abracando_318-63105.png - Acesso em 20/10/2016.
FREEPIK – Family of Four in Front of Their Home - https://image.freepik.com/free-icon/family-of-four-in-front-of-their-home_318-62609.png - Acesso em 20/11/2016.
FREEPIK – Apresentação - http://img.freepik.com/icones-gratis/apresentacao_318-
110210.jpg?size=338c&ext=jpg Acesso em 20/11/2016.
FREEPIK – Reunião - http://goias24horas.com.br/wp-content/uploads/2013/08/reuniao.jpg- Acesso em 20/11/2016.
Rio Claro Online – Ela foi minha professora - http://rioclaroonline.com.br/professor-e-a-profissao-que-forma-todas-as-outras-profissoes/ - Acesso em 12/12/2016.