Post on 25-Apr-2019
Ligia Moreira Leite Nercolini
ATEROMA DE CAROTIDA EM EXAMES RADIOGRP.FICOS EXTRA-
ORAlS CONVENCIONAIS
Monografia apresentada ao curso de
Especializag80 em Radiologia
Odontol6gica e Imaginologia da
Universidade Tuiti do Parana como
requisito parcial a obtencyao do titulo
de Especialista em Radiologia
Odontol6gica e Imaginologia.
Orientadora: Prof. Paula de Moura
Curitiba
2007
TERMO DE APROVAI;AO
Ugia Moreira Leite Nercolini
ATEROMA DE CAROTIDA EM EXAMES RADIOGRAFICOS EXTRA-
ORAlS CONVENCIONAIS
Esta monografia foi julgada e aprovada pela banca examinadora para
a obten~ao do titulo de Especialista em Radiologia Odontol6gica e
Imaginologia da Universidade Tuiti do Parana.
Curitiba,01 de junho de 2007.
Prof'. Paula de Moura
Prof '. Ana Claudia Galvao Aguiar Koubik
Prof a. Ligia Aracema Borsato
Ao meu filho Joao Guilherme e ao meu
irmaa Henrique, par me ensinarem a
cada dia que 0 ser humano naG tern
limites.
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS ..
RESUMO ...
ABSTRACT ...
1 INTRODUC;:AO ....
1.10BJETIVOS ..
2 FUNDAMENTAC;:AO TEORICA ..
2.1 RADIOGRAFIA PANORAMICA ..
VII
VIII
IX
10
13
14
14
2.2 CARACTERisTICAS RADIOGRAFICAS DOS ATE ROMAS CALCIFICADOS 16
2.3 ATEROMA OU PLACA ATEROMATOSA DE CAROTIDA .. 20
2.4 ETIOLOGIA E PREVAL~NCIA .. 22
2.5 DIAGNOSTICO DE ATEROMA EM RADIOGRAFIA PANORAMICA .. 24
3 DISCUSSAO ..
4 CONSIDERAC;:OES FINAlS ..
5 REFERENCIAS ..
. 34
37
38
LlSTA DE FIGURAS
Figura 1 Diagramas de uma arteria muscular.
Figura 2 Radiografia Panoramica .
Figura 3 Desenho Esquematico de radiografia panoramica ...
Figura 4 Desenvolvimento de placa de aterosclerose ..
10
17
18
. 22
Figura 5 Desenho Esquematico dissociando a localiza~ao do ateroma da 26arteria car6tida .
Figura 6 Radiografia Panoramica cnde S8 visualiza imagem do osso hi6ide. 30
Figura 7 Imagem sugestiva do processo estil6ide alongado em radiografiapanoramica . 31
Figura 8 Imagem sugestiva do ligamento estilo-hi6ide calcificado naradiografia panoramica . 31
Figura 9 Radiografia Panoramica mostrando multiplas calcifical'oes 32unilaterais sugestivas de linfonodos calcificados .
Figura 10 Imagem sugestiva de calculo salivar (sialolito) na glandula 33submandibular, apresentando-se como calcifica90es irregulares .
RESUMO
A placa ateromatosa e constituida de depositos circunscritos delipideos na intima dos vasos e e a causa mais comum de acidentevascular cerebral. Quando calcificadas, podem ser visualizadas emradiografias panoramicas, como massa radiopaca na re9io3o de tecidamole do pesco~o, no espayo intervertebral C3 eC4, acima ou abaixodo 0550 hi6ide. Os fatores de risco para a formagao do ateromaincluem obesidade, hipertensao arterial, tabagismo, diabetes mellitus,colesterol alto, sedentarismo, alcoolismo, idade avanc;ada. Homensapresentam maior predilegc30 para seu desenvolvimento quandocomparados as mulheres.Este estudo S8 propoe a analisar 0 ateromade car6tida em exames radiogrcHicos extra-orais convencionais. Noscasas em que a radiagrafia panoramica evidenciar a calcificac;;ao daarteria carotida, a Cirurgiaa dentista devera encaminhar a pacientepara uma avalia.yao adicianal para prevenc;;ao au tratamenta depossiveis problemas cardiacos e vasculares.
Palavras-chave: Radiografia panoramica; Ateroma; Arteria carotida;Aterasclerase de carotida.
ABSTRACT
An atheromatous plaque is comprised of degenerative deposits of lipidin the arterial intima. It is reported as one of the most common causesof stroke - or cerebral vascular accident (CVA). When calcified,atheromatous plaques can be detected by panoramic radiography as asoft-tissue mass in the neck region - particularly in C3 and C4invertebral discs - above or below the hyoid bone. Risks of developingan atheroma include obesity, arterial hypertension, tabagism, mellitusdiabetes, high cholesterol levels, sedentarism, alcoholism and aging.Men present a higher relative risk of suffering from atheromas whencompared to women.The aim of this study is to analise the carotidatherome using conventional extra-oral radiograms.When identifyingpatients with calcification in carotid artery on a panoramicradiography, a dentist must forward such patients to additionaldiagnosis in order to prevent or treat cardio-vascular deseases.
Key-words: Panoramic Radiography; Atheroma; Carotid Artery; CarotidAtherosclerosis.
10
INTRODU9Ao
A aterosclerose e uma doenc;:a caracterizada pelo
endurecimento da parede arterial pela presenc;:a de espessamento da
intima, denominado ateroma ou placa ateromatosa, cuja constituiyao
varia conforme a evoluc;:ao da doenc;:a e se inicia com deposito de
colesterol e esteres de colesterol nesta camada intima e e a causa
mais comum, de acidente vascular cerebral.
Na figura 1 e apresentado urn diagrama de uma arteria
muscular de urn preparado histologico corado par hematoxilina-eosina
(HE) (esquerda) e de uma arteria elastica corada pelo metoda de
Weigert para estruturas elasticas (direita). A tunica media de uma
arteria muscular contem predominantemente musculo liso, enquanto a
tunica media das arterias elasticas e formada par camadas de
musculo liso, intercaladas por laminas elasticas. A camada adventicia
e a por9ao externa da media possuem vasos sangOineos (JUNQUEIRA
E CARNEIRO,2006).
o.o
o\~ ..._~c
V,1S.!1 vasorom >.l
Figura 1 - Diagrama de uma arteria muscularFonte: Junqueira e Carneiro (2006)
11
A medida que as placas ateromatosas tornam-se numerosas e
aumentam de tamanho, pelo acumulo de lipideo e hi:! Gicatriz fibrosa,
invade 0 lumen das arterias, diminuem 0 fluxo sanguineo, algumas
complicatyoes podem ser constatadas: hemorragia interna, ulcerac;oes,
formaC;8o de trombos subjacentes a placa e calcificac;ao. Estas
calcificayoes podem ser esparsas ou extensas e esse processo tern
evoluy80 lenta (20 a 40 anos), sem apresentar sintomas, ate a fase de
insuficiencia arterial (REBELLO et aI.2003).
Quando calcificadas, as placas podem ser visualizadas em
radiografias panoramicas. Os primeiros relatos de calcific8c;6es em
arterias facia is detectados par meio desta modalidade de radiografia
foram registrados em 1942.
Em 1981, FRIEDLANDER e LANDE sugeriram pela primeira vez
que as radiografias panoramicas seriam urn recurso valida na
detec9ao de pacientes com risco de acidente vascular cerebral, pois a
calcificacyao da arteria car6tida pade ser vista nos cantos inferiores da
radiografia panoramica, adjacentes a vertebra cervical ao nivel da
jun9ao intervertebral C3-C4 (TANAKA, 2006). Autores como
KAMIKAWK et al. (2006) indicam a predile9ao do ateroma na regiao de
bifurca9ao da arteria car6tida.
Uma radiografia panoramica feita a pedido do cirurgiao dentista
pade mostrar mais do que problemas de saude oral: a dentista
tambem pade ajudar a detectar uma doenc;a silenciosa do corac;:ao au
ate mesma, risco de acidente vascular cerebral (MANZI et al. 2001).
A doenc;a cardiovascular destaca-se, nos dias atuais, como a
mais freqOente causa de 6bito. A patogenia mais encontrada das
doenc;as cardiovasculares e, indisGutivelmente, a aterosclerose
coronaria, que pade acometer inclusive pacientes jovens
(FRIEDLANDER et al. 1991).
No Brasil 0 acidente vascular cerebral e uma das principais
causas de morte e os pacientes que a ele sobrevivem podem
apresentar incapacitac;oes e debilidades fisicas importantes, assim
como interna90es hospitalares prolongadas.(MANZI et aI.2001).
12
Os ateromas, quando calcificados, podem ser observados em
radiografias panoramicas e depend end a da localiz8c;8.0 e morfologia
surgem os diagnosticos diferenciais. Esses achados sao considerados
acidentais e constituern-se em recurso adicional na prevenC;Elo de
eventos cardiovasculares e vasculocerebrais (FRIEDLANDER,
FREYMILLER, 2003).
Com iS50 a radiografia panoramica de rotina tornou-se urn
instrumento importante na identific8C;:c30 de pacientes assintomaticos.
Uma vez identificado, 0 ateroma requer exames especificos para
confirmac;8.o e determina<;ao do grau de oclusao dos vasas
sanguineos, bern como 0 encaminhamento do paciente para urn
tratamento preventiv~, contribuindo para a diminuiC;:8o do numero de
casos de acidentes vasculares cerebrais (REBELLO et aI.2003).
Esta pesquisa tem como objetivo analisar 0 ateroma de
car6tida em exames panoramicos extra-orals convenclonals.
Especificamente por meio de uma revisao da literatura pertinente
avaliar as caracteristicas clinlcas e radlograficas, as implicagoes e 0
dlagnostlco diferenclal do Ateroma de car6tida.
13
1.1 OBJETIVOS
- Geral
Analisar 0 ateroma de carotida em exames radiografico extra-orais
convencionais.
- Especifico
Par meio de uma revisao de literatura avaliar as caracteristicas
clinicas radiograficas, implicaQoes e diagnostico diferencial de
ateroma de carotida.
14
2 FUNDAMENTA<;:AO TEORICA
2.1 RADIOGRAFIA PANORAMICA
A Radiologia e a ciencia que, com a utilizar;8.o dos Raios-X e
dos filmes radiograficos, procura fornecer uma imagem "interna" que
pode se chamar de imagem "historradiogratica", po is fornece imagens
dos constituintes e da estrutura de uma regiao anatomica, invisiveis
ao olho nu (FREITAS, 2004).
Os raios X foram descobertos no dia 08 de novembro de 1895,
numa tarde de sexta-feira, por Wilhelm Conrad Roentgen, professor de
Fisica e diretor do Instituto de Fisica da Universidade de WOrszburg,
na Alemanha. Com essa descoberta, aos 50 anos de idade, Roentgen
revolucionou a historia da Medicina e da Odontologia. Hoje eextremamente difiei! imaginar 0 exercicio dessas duas profiss6es sem
o auxilio do exame radiogrilfico (CHILVARQUER; MANSINI, 2001).
Mas foi em abril de 1896 que C. Edmund Kells, de Nova
Orleans, EUA, realizou a primeira radiografia odontol6gica, tendo
publicado seu trabalho somente em agosto 1899, na Dental Cosmos
(CHILVARQUER; MANSINI, 2001).
Desde as primeiras radiografias dentais, hit uma preocupar;c30
cada vez maior em desenvolver novas tecnicas, dentro dos padr6es
exigidos, para uma radiografia ser considerada tecnicamente boa, isto
e, grau medio de contraste e densidade, minima de distorc;ao e
maximo de detalhe (FREITAS, 2004). Os dentistas que pod em
determinar hoje a amplidao das possibilidades de diagnostico
radiografico em suas clinicas tern em suas rna os uma am pia variedade
de possibilidades de diagnostico radiografico de extraordinaria
qualidade, que ha poucos anos era completamente inimaginavel
(PASLER; VISSER, 2001).
Dentre as inovac;oes obtidas, esta 0 desenvolvimento por
Paatero, em 1949, do metodo denominado PANTOMOGRAFIA -
contral'ao das palavras Panoramica e Tomografia (FREITAS, 2004).
Mais conhecida atualmente simples mente por Radiografia Panoramica,
15
ela possibilita, ao mesma tempo, como unico procedimento de
imagem, a completa reproduc;:ao dos dentes e dos maxilares. com
inclusao da articulac;:ao temporomandibular e da cripta 6ssea alveolar
dos seios maxilares (PASLER; VISSER, 2001).
o paciente 58 posiciona de frente para 0 aparell10 que eajustado para sua altura. A sustentac;:ao da cabec;:a do paciente e feita
atraves de dais suportes laterais, urn na regiao do mento e Dutro na
altura da glabela que auxilia na manutenyao do plano oclusal paralelo
ao solo. Urn bleeD de mordida coloca os incisivos superiores e
inferiores em relac;:ao topa a topa, a lingua contra a palata, coluna
vertebral mantida ereta durante teda a exposic;:ao, momento em que 0
tubo de raios X e 0 porta-filmes giram ao redor da cabeya do paciente,
imprimindo assim a imagem no filme (TAVANO; ALVARES, 2000).
Este metoda de exame comprovado pela prcitica, de radiayao
reduzida e confortavel para a paciente e nitidamente superior ao
tradicional metoda trabalhoso e incompleto de representa-;:ao dos
dentes. Aliado ao antiquado metodo de levantamento do estado
intrabucal, no fornecimento das informa-;:oes basicas e suporte para
uma estrategia mais ampla de exames, e da aos dentistas uma maior
seguranya no planejamento da terapia e nas radiografias de controles
subsequentes. Somente onde for necessaria fazer radiografias
adicionais, por questoes especificas, de alguns dentes isolados ou
se((oes de maxilares, devem ser feitas radiografias intra e extra-
bucais primarias individualizadas (PASLER; VISSER, 2001).
Como qualquer tecnica radiografica, a Radiografia Panoramica
apresenta suas vantagens e desvantagens. Como vantagens, temos
amplo e completo exame odontol6gico pela representa-;:ao panoramica
do sistema mastigat6rio, com inclusao da articula-;:ao e dos seios
maxi lares; reconhecimento das relac;oes funcionais e patol6gicas e
suas conseqOencias no sistema mastigat6rio; documentac;ao sin6ptica
para planejamento e controle do tratamento e diminuiyao da carga de
radiac;ao pelo usa de uma estrategia racional de exames. Ja como
desvantagens destacam-se: em posic;oes extremas dos dentes
anteriores, a maxilar superior e inferior nao podem ser reproduzidos
16
ao mesma tempo de forma otimizada; a disHincia foco-objeto ao
receptor de imagens nao e uniforme em todos as pontes, de ande
surgem fatores de ampliac;ao diferentes; medidas exatas nao sao
passive is e as estruturas localizadas fora da camada sobrepoem-se
ao maxilar radiografado, simulando altera,oes patol6gicas (PASLER;
VISSER,2001).
Radiografias panoramicas pod em detectar depositos de calcio
que estreitam a arteria car6tida no pescocyo. Esta condicyao e chamada
de calcifica9ao de arteria car6tida. Embora ela nae indique sempre S8
a arteria carotida esta bloqueada, pode indicar urn risco mais elevado
dos derrames com evento cardiaco serio (FRIEDLANDER et
al.,1994;FRIEDLANDER, FRIEDLANDER, 1996,1998).
Friedlander e Lande (1981) foram os primeiros a descrever 0
usa da radiografia panoramica como meio auxiliar na identificacyao de
pacientes com risco de acidente vascular cerebral. Em 1994 tambem
utilizaram radiografias panoramicas na detec,ao da presen,a de
ateromas em pacientes hospitalizados para tratamento de acidente
vascular cerebral.
Para tanto, e exigida habilidade para detectar a aterosclerose
em radiografias panoramicas, exames comumente solicitados, e
buscar a confirma9ao par meio de outros exames como a ultra-
sonografia. Por meio dela se consegue distinguir a ateromatose de
carotid a das demais entidades arroladas no seu diagnostico
diferencial (MANZI et al. 2001).
A doen9a cardiovascular se destaca, nos dias atuais, como a
mais freqOente causa de 6bito. A patogenia mais encontrada das
doen9as cardiovasculares e, indiscutivelmente, a aterosclerose
coronaria, que pode acometer, inclu~ive, pacientes jovens (CARTER
et al. 1997).
2.2 CARACTERisTICAS RADIOGRAFRICAS DOS ATEROMAS
CALCIFICADOS
17
As calcifica90es na arteria carotid a podem, dependendo do
grau, ser visualizadas em radiografias panoramicas. A arteria carotida
comum ascende dentro do espaC;D orofaringeano, pr6ximo a regiao
cervical media, em direy80 a margem superior da cartilagem tireoidea,
onde S8 encontra a bifurca980 da arteria em carotida externa e
carotida interna. A localizaC;8o desta bifurcac;ao e variavel, podendo
ocorrer abaixo deste ponto 8, nesta situayao, sair da regiao que pade
ser visualizada nas radiografias panoramicas, nestes casas, as placas
calcificadas na arteria car6tida nao sao detectadas nessas imagens
(FRIEDLANDER, 1994).
As placas de ateroma calcificada pod em ser vistas nas
radiografias panoramicas como uma ou mais imagens radiopacas
nodulares adjacentes, nao continuas, na altura da junr;ao
intervertebral C3 e C4, diferenciando-se das estruturas radiopacas
dessa regiao, localizada na regiao posterior e inferior ao angulo da
mandibula, em um angulo de aproximadamente 45°. Na figura 2
apresenta-se uma radiografia panoramica com imagens sugestivas de
calcifica9ao da arteria carotida bilateralmente, na altura da jun9ao
intervertebral C3 e C4, formando um angulo de 45° com 0 angulo da
mandibula( ALBUQUERQUE et al. 2005).
Figura 2 - Radiografia panoramicaFonte: Albuquerque et al (2005)
18
AS ateromas observados em radiografias panoramicas
aparecem como massas radiopacas au duas linhas verticais na regiao
de tecido mole do pesco90, no nivel da borda inferior da terceira
vertebra cervical (C3). Essas radiopacidades podem, segundo
FRIEDLANDER (1996) e FRIEDLANDER (1998), estar localizadas
acima au abaixo do osso hi6ide, mas sempre separados dele. Porem,
a radiografia panoramica limita-se somente a identificaC;8o dos
ateromas, naD podendo avaliar sua exata localiza98o e seu passive!
grau de obliteray8o. A figura 3 representa urn desenho esquematico
da radiografia panoramica com calcificag80 presente do lado direito;
regiao correspondente a bifurcay80 da arteria car6tida.
Figura 3 - Desenho esquematico de radiografia panoramicaFonte: Gonr;alves et al. (2004)
Segundo LEWIS e BROOKS (1999), nas radiografias
calcificados localizam-se
da mandibula, num
posterior e
angulo de
panoramicas os ateromas
inferiormente ao angulo
aproximadamente 45°. Essas radiopacidades estao separadas e
distintas do osso hi6ide e, variavelmente aparecem acima ou abaixo
dele. Podem aparecer como uma massa radiopaca nodular ou como
duas linhas radiopacas verticais dentro das paredes da arteria, ao
19
nivel da terceira vertebra cervical (FRIEDLANDER, 1998). LEWIS e
BROOKS (1999) acrescentam que a aparencia tipica do ateroma
calcificado de carotida e de uma au mais massas nodulares
radiopacas adjacentes, mas nao contiguas, as terceira e quarta
vertebras cervicais.
Nas radiografias panoramicas, as placas ateromatosas
calcificadas da bifurcat;:ao da arteria carotida possuem localizar;80 e
aparencia caracteristica que as distinguem das demais radiopacidades
da regiao. A aparencia desses ateromas calcificados e irregular,
heterogenia podendo ser (lnica ou com varios nodulos linea res
verticais difusos, localizados freqOentemente entre as vertebras
cervicais C3 e C4 (CARTER et ai, 2000; FRIEDLANDER et ai, 2001).
As les5es ateromatosas em radiografias panoramicas tern side
descritas como uma massa nodular radiopaca vertico-linear podendo
variar de simples a multiplas calcificac;:oes discretas, de forma
alongada ou quase triangular, de tamanho variado, localizando-se a
aproximadamente 2,5 cm, p6stero inferiormente ao angulo da
mandibula, adjacente ao espayo intervertebral entre C3 e C4, uni ou
bilateral (ARTER et al. 1998; FRIEDLANDER e BAKER, 1994).
A calcificac;:ao do bulbo da arteria car6tida varia de uma a
multiplas radiopacidades mais lateralmente na radiografia panoramica,
nos espac;:os intervertebrais da terceira e quarta vertebra cervical
(MANZI; TUJI, 2001).
A partir do momento em que as lesoes ateroscler6ticas estao
parcialmente calcificadas, podem ser observadas em radiografias
panoriimicas (CARTER et al. 1997). A imagem do ateroma nessa
tomada apresenta-se como uma massa radiopaca na regiao de tecido
mole do pescoc;:o, no espac;:o intervertebral C3 e C4, distinta, das
estruturas radiopacas dessa regiao. No entanto, a radiografia
panoramica nao avalia 0 grau de obliterac;:ao da arteria, nem a sua
exata localizayao (FRIEDLANDER; GRATT, 1994).
Calcificac;:oes nas arterias carotidas cervicais podem aparecer
como massas nodulares radiopacas au linhas verticais radiapacas,
20
localizadas inferior ou posteriormente ao angulo da mandibula
(COHEN et al. 2002).
Entretanto, a radiografia panoramica detecta apenas placas
calcificadas (ALMONG et al. 2002), au seja, a nao visualiza9aO das
areas radiopacas na regiao da car6tida nao exclui a possibilidade de
se apresentar placas de gordura nao calcificadas (FRIEDLANDER e
FREYMILLER, 2003).
2.3 ATEROMA OU PLACA ATEROMATOSA DE CAR6TIDA
A primeira descric;ao cientifica de uma placa de ateromatose
coronariana foi feita par volta de 1790, par Edward Jenner, que assim
relatau:
[ ... ] depois de examinar as partes mais importantes docorayao, sem encontrar nada que justificasse a mOTte subitado paciente au as sintomas que a precederam, eu estavafazendo urn corte transversa pr6ximo da base do coragao,quando a faca se deparou com alguma coisa dura, como sefossem pequenas pedras. Lembro que olhei para 0 velho tetopensando que algo tivesse caido de la. Examinando melhor,a verdadeira causa apareceu: as coronarias tin ham setransfarmado em canais 6sseos (http://www.drauziovarella.com. br/a rtig asia rte rosclerose. asp)
o ateroma e caracterizado pelo espessamento e perda de
elasticidade das paredes arteriais, devido a forma9ao de placas
ateromatosas na intima dos vasos, preferencialmente das arterias,
dentre elas a car6tida, send a mais comum na sua bifurca9ao. As
lipoproteinas do sangue penetram atraves do endotelio e se instalam
na camada mais intima e as derivados das plaquetas estimulam 0
crescimento para prolifera9ao de celulas musculares lisas. Quando
estas placas engrossam, inicia-se a deposi9ao de sa is de calcio.
(SOUZA, 2006).
LUSIS (2000) define aterosclerose como uma doen9a
inflamat6ria progressiva, que pode levar a um derrame, doen9as de
arterias de coronarias ou doen9as de arterias perifericas. Para
21
ROBBINS et al. (1996), e urna patologia variante da aterosclerose
Essas placas, tam bern chamadas ateromas, constituem a lesao
fundamental da aterosclerose.
Basicamente, sao placas focais elevadas, com numero lipidico
(colesterol e 0 principal representante), recobertas par uma capa
fibrosa, depositada no interior da intima do vasa sangOineo (HAAGA,
et al. 1996).
o ateroma au placa fibrosa consiste de uma placa que tern urn
nucleo central de lipidio e uma capa fibrosa. A medida que as placas
aumentam, comprometem a luz dos vasas, acarretando uma serie de
complic8c;oes como calcificayao, formayao de trombo e dilatac;ao
aneurisrnatica (ALMONG; ILLIG; KHIN; GREEN, 2000).
o termo aterosclerose e usado para definir urn endurecimento
continuo, induzido pel0 espessamento e pela percta da elasticidade da
parede das arterias; a formayao de uma placa fibrosa (placa de
ateroma) na intima vascular, com uma area central grumosa rica em
lipidios, caracteriza 0 padrao mais comum da aterosclerose (COTRAN
et al. 1991).
o trombo inicia sua formayao com injurias na parede da arteria,
possibilitando que as lipoproteinas do sangue penetrem atraves do
endotelio e se alojem na camada intima. Enquanto isso, as derivados
de plaquetas estimulam 0 fator de crescimento para a proliferayao de
celulas musculares lisas, provocando um endurecimento arterial.
Quando estas pia cas ateroscler6ticas engrossam, inicia-se a
incrustayao pelos sais de calcio, sendo denominadas de ateromas
(DEMPSEY et al. 1990; FRIEDLANDER et al. 1994; MITCHELL e
SIDAWY, 1998; LEWIS e BROOKS, 1999).
Em nivel tecidual, a ateroma e causado pel a acumulo anormal
de lipideos nas paredes das arterias. Estes acumulos au placas
ateroscler6ticas (ateromas) sao les5es elevadas que abstruem a luz
vascular. A medida que a vasa se estreita a suprimento sanguineo
distal fica comprometido, ocasionando, em consequencia, a privayaa
de oxigenio ou isquernia (SONIS; FAZIO; FAMG; 1996).
22
00"0"0'". •. \" ... .. •. •. •. ~ •.. 0 .• . •.
Figura 4 - Desenvolvimento da placa de ateroscleroseFonte: Haddad e Silveira (2007)
Aterosclerose e uma doeng8 que acamete as arterias elasticas
e arterias musculares calibrosas e medias. A entidade patol6gica
prima ria na doenC(a vascula-cerebral e contituida par ateromas, que
sao depositos de gordura, principalmente colesterol, na camada intima
da arteria. Essas placas iniciarn sua formayao par injurias do
endotE~lio decorrentes dos fatores de risco aos quais a individuo esta
exposto. Em seguida, ocorre uma resposta inflamatoria resultante da
proliferac;:ao de fibroblastos, causando aumento da espessura da
camada intima. Inieia-se a deposiC;:80 de sais de calcio, produzindo
diferentes graus de calcificayao distr6fica que recebem 0 nome de
ateromas (MANZI e TUJI, 2001; FRIEDLANDER, 2004).
2.4 ETIOLOGIA E PREVALENCIA
As lipoproteinas sao a classe mais significativa de subsHincias
que se acumulam no intimo dos vasos e, por isso, se constituem no
elemento mais diretamente relacionado a etiologia da aterosclerose
(HAAGA et al. 1996).
Para FRIEDLANDER e AUGUST (1998), a presumivel
etiopatogenia da ateroselerose pode ser dividido em tres fases:
• Fase aguda - oeorre a ruptura da superficie endotelial da
car6tida, permitindo a circulayao de lipidios dentro do espayo
subendotelial. Nos locais das injurias, plaquetas e fibrina
fieam depositadas.
23
• Fase intermediaria - 0 epitedio da car6tida e repovoado com
celulas aberrantes, a camada media perde celulas
musculares, a camada mais externa comey8 a inflamar e a
sofrer hemorragias, e a membrana elastica interna degenera-
se.
• Terceira fase - caracteriza-se pelo espessamento progressivo
das paredes do vasa com a formay8o das placas de ateroma.
o ateroma e urn processo multifatorial, e quanta maior 0
numero de fatores de risco, maior 0 grau de gravidade da doenY8.
Este processo inicia-se na infancia e as manifestac;:6es clinicas
ocorrem mais tarde, na vida adulta.
CARTER et al. (1997) verificaram a incidencia de ateromas na
arteria carotid a em 1 175 radiografias panoramicas, e correlacionaram
esses achados com os seguintes fatores de risco para 0
desenvolvimento do acidente vascular cerebral: idade avanyada, sexo
masculino, obesidade, hipertensao, colesterol alto, triglicerideos
elevado, fumantes e diabetes mellitus.
Pesquisas apontam que 0 predominio de ateromas se da mais
no sexo masculino do que no feminin~, podem ser uni ou bilaterais;
quando unilaterais 0 lade direito e 0 mais acometido. Na populayao
negra a prevalencia de ateroma e baixa. Fato este confirmado por
HUSAR (1999), ao avaliar radiografias panoramicas de 700 negros do
Hospital da Louisiana, tendo observado a presenga dessa patologia
em apenas 3 pacientes (0,43%) da amostra.
Varios trabalhos relatam 0 achado acidental de calcificayao na
regiao da bifurcayao da arteria carotida em radiografia panoramica.
Esses estudos sugerem uma prevalencia que varia de 2% a 5%. Esses
valores sao maiores quando em mulheres na menopausa, em
individuos com apneia obstrutiva do sono, em pacientes que se
submeteram ao tratamento com radioterapia na regiao do pescoyo,
pacientes com doenyas renais, em individuos com idade avanyada e
com diabetes tipo 2 (FRIEDLANDER et al. 1999, 2001, 2003).
24
Deve-se levar em considerac;ao que as mulheres que ja
entraram na menopausa, apresentam alterac;oes fisiol6gicas, que as
tornam propensas a aterosclerose. Esse processo e aplicado pela
reduc;:;ao dos indices de 85tr6geno, que ocasiona a diminuic;:;ao da
quebra de moleculas "do mau colesterol" (LDL) e reduyao dos indices
circulantes do chamado "bom colesterol" (HDL), aumentando as
chances de se lormarem os ateromas (FRIEDLANDER et al. 2001).
De acordo com Carvalho Filho et al. (1996), os latores de risco
pod em ser classificados de varias maneiras, porem a classificac;:;ao
baseada em sua origem e a mais adequada:
1) Fatores end6genos ou intrinsecos: idade, sexo,
hereditariedade;
2) Fatores ex6genos au extrinsecos: dieta, tabagismo,
sedentarismo;
3) Fatores mistos: obesidade, hipertensao arterial,
dislipidemia, fibrinogenio, Oiabete mellitus, fatores
psicossociais, hipertrofia ventricular esquerda.
o principal fator de risco de aterosclerose e segundo Carvalho
Filho et al. (1996), 0 envelhecimento. Isto nao signilica
necessariamente, que ele seja a causa direta, pois a idade pode se
constituir num indice de exposiyao aumentada aos fatores de risco.
2.5 DIAGN6STICO DE ATEROMA EM RADIOGRAFIA PANORAMICA
A literatura tem dado especial atenyao a presenya de imagens
radiopacas nas radiografias panoramicas, adjacentes a espinha
cervical, indicativos de calcificayoes na bifurcayao da arteria car6tida,
representando sinais da presenya de ateromas (KAMIKAWA et al.
2006).
Calcificayoes nas arterias car6tidas cervicais foram
encontradas nas radiografias panoramicas de 3% a 4% de pacientes
sem sintomas neuro16gicos com idade acima de 55 anos. Elas podem
25
aparecer como massas nodulares radiopacas au linhas verticals
radiopacas, localizadas inferior e posteriormente ao angulo da
mandfbula. Essas calcifica96es devem ser distinguidas de outras
radiopacidades que podem S8 apresentar nessa area, como 0 sialolito
da glandula submandibular (COHEN et ai, 2002).
o eliniee geral deve ser capaz de realizar diagnostico
diferencial entre as calcificaC(oes de car6tida e estruturas radiopacas
anatomicas normals como 0 osso hi6ide, a epiglote e a processo
estil6ide au as que S8 encontram em estado patologicQ, como a
glandula submandibular ou tireoide calcificadas, os nodulos de
calcificay;3o linfaticos e as calcificat;:oes nos ligamentos estilo-hi6ideo
e estilo-mandibular (BARKER et a1.1994; FRIEDLANDER et a1.1995;
CARTER et al. 1998; ALMONG et al. 2000).
De acordo com CARTER (2002) 0 Cirurgiao dentista devera ser
capaz de diferenciar as ateromas calcificados da car6tida das
radiopacidades anatomicas e patol6gicas localizadas na regiao
cervical. As estruturas anatomicas radiopacas localizadas pr6ximas Ii
regiao cervical incluem 0 osso hi6ide, a epiglote
estilo-mandibular e estilo-hioide. As patologias
aparecem nessa regiao, segundo FRIEDLANDER
sialolitos, flebolitos e linfonodos calcificados.
e os ligamentos
radiopacas que
(1998), incluem
CARTER (2000)
acrescenta as glandulas tire6ide e submandibular calcificadas, as
quais, afirma que, baseando-se na localizac;ao e morfologia das
entidades supracitadas, raramente havera dificuldades para distingui-
las dos ateromas calcificados. Ainda CARTER (2000) afirma que a
cartilagem triticia calcificada ou, menos frequentemente, 0 corno
superior de uma cartilagem tire6ide calcificada, podem ser
confundidos com 0 ateroma calcificado.
Os ateromas devem ser diferenciados das radiopacidades
anatomicas localizadas pr6ximas Ii regiao da arteria car6tida, fazendo
parte 0 processo estil6ide, osso hi6ide, epiglote, calcificar;:oes do
ligamento estilo-hi6ideo e estilo-mandibular, a cartilagem tric6ide e 0
corno superior da cartilagern tire6ide. A seguir, na figura 5, urn
desenho esquematico dissociando a localizac;ao do ateroma da arteria
26
carotida (C) em rela,80 a cartilagem tricoide (T), corno superior da
cartilagem tireoide calcificada (S), epiglote (E) e corno superior do
ossa hioide (H)(LASKIN, 1997).
Figura 5 - Oesenho esquematico dissociando a localiza.-;~o do ateroma 08
arteria car6tida
Fonte: Gonyalves et al. (2004)
o clinico deve ser capaz de realizar di8gnostico diferencial
entre as calcificac;:6es da car6tida e estruturas radiopacas anatomicas
normais como 0 osso hi6ide, a epiglote e 0 processo estil6ide ou as
que se encontram em estado patol6gico, como a glandula
submandibular ou tire6ide calcificadas, os nodules de calcificac;:ao
linfaticos e as calcificac;6es nos ligamentos estilo-hi6ideo e estilo-
mandibular (BAKER et al. 1994; FRIEDLANDER et al. 1995; CARTER,
et al. 1998; ALMONG et al. 2000).
A regiao pre-vertebral par Dutro lado apresenta uma variedade
de tecidos moles que podem sofrer calcificac;ao e reparos anat6micos,
como a ossa hi6ide, que podem confundir 0 diagnostico final de
aterosclerose (FRIEDLANDER, 1994).
27
Estruturas ou variac;6es anatomicas 6sseas de forma alongada
e tamanhos variados. em raras situac;6es, podem suscitar duvidas
quanto a sua observal'ao. 0 processo estil6ide alongado, por
exemplo, estrutura bilateral que se ori9ina no OSso temporal, aparece
na imagem panoramica como uma faixa radiopaca que afila
progressivamente, e projeta-se para baixo e para medial, entre 0 ramo
eo processo mast6ide (FRIEDLANDER et al. 1994).
o ligamenta estilo-hi6ideo, que tern a sua origem neste
processo, descreve trajet6ria ate a osso hi6ide; enquanto 0 ligamenta
estilo-mandibular se estende inferior e anteriormente, paralelo ao
bordo posterior do ramo da mandibula, inserindo-se no angulo
mandibular. Ambos podem ser vistos radiograficamente quando
mineralizados(FRIEDLANDER et al. 2004).
o osso hi6ide e visualizado, em radiografias panoramicas,
como uma estrutura bilateral de duplo segmento (imagem dupla real),
que aparece abaixo ou mesmo sobreposta ao corpo da mandibula. Os
ateromas normalmente estao separados do ossa hi6ide e aparecem
abaixo ou ao lado dele (FRIEDLANDER et al. 1994, 1995).
Calcificac;oes nas cartilagens triticeas podem ser confundidas,
mais frequentemente, com imagens de ateromas carotideanos do que
as calcificac;oes da tire6ide, em radiografias panoramicas, pais
geralmente sao representadas como radiopacidades ovais medindo
aproximadamente 2 a 4 mm de largura e 7 a 9 mm de comprimento,
dentro do espac;o aereo adjacente a porC;ao superior da C4. 0 corno
superior da cartilagem tire6ide, quando calcificado, apresenta-se
como uma radiopacidade vertical em tecido mole, de aproximadamente
4 mm de largura por 15 mm de comprimento, medialmente a imagem
C4 (CARTER, 2000).
A epiglote, quando identificada como limite do espac;o aereo,
aparece como uma estrutura opaca vertical acima do ossa hi6ide e
posterior ao angulo da mandibula (FRIEDLANDER et al. 2004).
Sialolitos sao processos patol6gicos quase sempre unilaterais
e aparecem nas panoramicas abaixo do bordo da mandibula, na regiao
do terceiro molar. Apresentam forma irregular e calcifica980 difusa.
28
Estas entidades podem ser cuidadosamente examinadas pela tecnica
da palpa~ao bimanual, direcionando melhor 0 diagnostico. Jafleb61itos sao usualmente menores que sialoiitos e freqOentemente
apresentam radiopacidade no centro e radiolucidez contornando
(FRIEDLANDER e BAKER, 1994).
Cartilagem triticea, corno superior da tire6ide calcificada, osso
hi6ideo, epiglote e ligamenta estilo-hi6ideo sao as estruturas
anat6micas da regiao cervical mais comumente visualizadas em uma
radiografia panoramica. A cartilagem triticea e constituida de
pequenas estruturas aos pares, aeirna da cartilagem ariten6ide.
Apresenta tendencia de calcificar-se com a avanc;o da idade, sendo
observada ao exame radiograficQ, como uma radiopacidade ov6ide de
aproximadamente 2 a 4 milimetros de largura e 7 a 9 milimetros de
comprimento. Em uma radiografia panoramica, a cartilagem triticea
encontra-se geralmente projetada dentro do espayo aereo faringeo,
adjacente a porc;:ao superior da quarta vertebra cervical (CARTER et
al. 1988).
Inferiormente a cartilagem triticea observa-se 0 corno superior
da cartilagem tire6ide. Ainda na radiografia panoramica, observa-se 0
corno superior da cartilagem tire6ide medial mente a quarta vertebra
cervical como uma imagem radiopaca de aproximadamente 4
milimetros de largura e 2 a 3 milimetros de comprimento (CARTER et
al. 1998).
Ja 0 0550 hi6ideo localiza-se mais superiormente ao corno
superior da cartilagem tire6ide, sendo projetado no esparyo aereo
faringeo, como trabeculado osseo e c6rtex definidos. Acima desta
estrutura, a epiglote apresenta-se como uma opacidade de tecido
mole orientada verticalmente e de forma crescente (ALMONG et al.
2000).
Dentre as estruturas anatomicas localizadas no camplexo
estilo-hi6ideo comumente visualizadas quando calcificadas, destaca-
se a ligamenta estilo-hioideo, que pode contribuir para a aspecto
radiografico de processo estilo-hioideo alongado. Essa calcifica~ao eexplicada pelo ligamenta e pracesso estil6ide serem derivados do
29
segundo arco branquial (cartilagem Reichert). A mineraliza9ao pode
apresentar-se em ted a a sua extensao, que vai da porc;ao inferior do
processo estil6ide ao corno menor do osso hi6ide, sendo
freqOentemente bilateral. Radiograficamente, 85sa calcificac;ao foi
classificada por como tendo tres possiveis formatas: alongado,
segmentado au pseudo-articulado. as mesmas autores ainda
relataram que pode haver quatro padr6es de calcifica9ao: total,
parcial, externa au nodular. Sua importancia estomatol6gica reside na
associac;ao com sintomas da sind rome de Eagle. 0 paciente
sindromico geralmente refere ter enxaqueca, dor de Quvido, zumbido,
dor na deglutic;ao, dor ao rotacionar a cabec;a e dor na distribuic;ao da
arteria carotid a interna e externa (LANGLAIS et al. 1986).
Alern dessas estruturas anat6micas descritas anteriormente,
deve-s8 tambem saber identificar a lingua, 0 lobo da orelha e 0
tubercula anterior da primeira vertebra cervical (atlas) como estruturas
que podem ser encontradas na regiao anatomica no diagn6stico
diferencial das calcificayoes patol6gicas que podem ocorrer nessa
regiao (FRIEDLANDER, 1995).
o diagn6stico diferencial da imagem do ateroma inclui as
estruturas anatomicas da regiao do pescoyo, como osso hi6ide, uvula,
lingua e epiglote, e les5es, como rinolitos, antrolitos, alongamento do
processo estil6ide, calcificayao dos ligamentos estilo-mandibulares e
estilo-hi6ideo, sialulitos, tonsialulitos, fleb6litos e n6dulos linfaticos
calcificados (PONTUAL et al.2003).
Como estruturas anatomicas da regiao do pescoyo e de lesoes
calcificadas encontram-se:
• Cartilagens triticeas: N6dulos pequenos localizados na
margem posterior da membrana tireo-hi6idea. Apresentam-
se como radiopacidades ov6ides de aproximadamente 2 a 4
mm de largura e 7 a 9 mm de comprimento, observadas
geralmente dentro do espayo aereo faring eo, adjacente apor9ao superior da quarta vertebra cervical (CARTER et al.
1988).
30
• Osso hi6ide: Consiste de urn corpo com urn corno maior e
Dutro menor de cada lado. Apresenta como imagem
radiopaca bilateral, horizontal, localizada abaixo da
mandibula. 0 corno maior do osso hi6ide estende-se para
cima e para tras, formando urn angulo de 1350 e
atravessando a area radiolucida form ada pela passagem de
ar da faringe, com cortex bern definido e urn padrao
trabecular (FRIEDLANDER e BAKER, 1994).
Figura 6 - Radiografia panoramica onde 5e visualiza imagem do 0550hi6ideFonte: Albuquerque et al. (2005)
• Epiglote: Cartilagem que funciona como uma valvula da
laringe, controlando a fluxo de ar ou de alimentos que
passam pela faringe. Assim como 0 OS so hi6ide, sua imagem
na radiografia e bilateral, com formata vertical crescente,
borrada, localizada no angulo posterior da mandibula, acima
do corno maior do hioide (FRIEDLANDER et al. 1998).
• Processo estil6ide: Localizado na poryEio petrosa do osso
temporal, que inclui 0 processo mast6ide, pode ser visto na
radiografia panoramica como uma imagem cilindrica e
radiopaca, que se projeta para frente e para baixo entre 0
ramo da mandibula e 0 processo mastoide (FRIEDLANDER
et al. 1998).
31
Figura 7 - Imagem sugestiva do process a estil6ide along ado emradiografia panoramicaFonte: Albuquerque et al. (2005)
• ligamenta estilo-mandibular: Estende-se para anterior e
inferior, paralelamente a borda posterior do ramo da
mandibula e insere-se no angulo da mandibula, podendo ser
visualizado quando calcificado (FRIEDLANDER et al. 1998).
• Ligamenta estilo-hi6ide: Com diferentes graus de
calcificac;ao, pade ser vista estendendo-se posteriormente
ao processo estil6ide, surgindo da parte mais inferior.
Insere-se no corno menor do osso hi6ide e e freqOentemente
vista como uma estrutura radiopaca localizada na regiao
posterior a mandibula (FRIEDLANDER et al. 2003).
Figura 8 - Imagem sugestiva do ligamenta estilo-hi6ide calcifieado naradiografia panoramicaFonte: Albuquerque et ai, (2005)
32
• Nodulos linfaticos calcificados: Imagens normalmente
unilaterais que podem ser unicas, multiplas ou ordenar-se
em fileiras de acordo com a cadeia cervical. Sua imagem
radiogrcHica e descrita na literatura como tendo "aspecto de
couve-flor" (FRIEDLANDER et aI.2003).
Figura 9 - Radiografia panoramica mostrando multiplas calcificByoesunilaterais sugestivas de linfonodos calcificadosFonte: Albuquerque et al (2005)
• 8ialolit05: sao deposic;oes calcareas encontradas no interior
dos ductos ou das glandulas salivares maiores e menores
(12). Localizados na glandula submandibular ou no seu
ducta, apresenta-se com formata irregular au com
calcificac;oes difusas (4), algumas vezes sintomaticos e
quase sempre unilaterais. Na imagem panoramica podem ser
vistas na regH3a de terceiras malares inferiares e no ramo da
mandibula, lacalizanda-se anteriarmente as calcificac;:6es da
arteria carotida (FRIEDLANDER et al. 2003).
33
Figura 10 - Imagem sugestiva de calculo salivar (sialolito) na glandulasubmandibular, apresentando-se como calcifica~oes irregularesFonte: Albuquerque et al (2005)
• Fleb6litos: calcificayoes no interior de veias, de pequenas
dimensoes, comumente menores que as sialolitos podem
apresentar radiopacidade concentrica com aneis
radiolucidos (FRIEDLANDER et al. 1999) .
• Tonsilolitos: pequenas calcificac;6es que se formam nas
criptas das amidalas palatinas, observadas, na maiaria dos
casas, em exames radiograficos de ratina, como imagens
radiopacas (ALBUQUERQUE et al. 2005).
34
3 DISCUSSAO
Desde que FRIELANDER e LANDE (1981) detectaram a
primeira calcifica9cio da arteria carotida em radiografia panoramica,
varios estudos mencionaram a utilidade desta descoberta na
identifica9aO do risco de doen9as cerebrovasculares e
cardiovascu lares.
Os acidentes vasculares cerebrais e enfartes sao as principais
causas de marte nao violenta em varios paises. Constituem urn
problema de saude publica, po is alern de serem responsc3veis pel a
marte de milhoes de pessoas, muito S8 gasta com os efeitos deixados
nos sobreviventes (SOUZA et al. 2004). Os incidentes sao fortemente
associ ados a idade, uma vez que, apos as 55 anos as chances de 5e
ter uma dessas altera90es cardiovasculares dobram a cad a decada
(HOBSON et al. 1993; AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1995).
Para ALMONG et al. (2000); CARTER (2000); FRIEDLANDER
(1995, 1998); GONt;ALVES et al. (2004). os ateromas calcificados
apresentam 0 aspecto radiografico de imagens radiopacas, cilindricas
e tortuosas, seguindo trajeto de uma arteria. Na bifurcayao da arteria
car6tida, as calcificayoes podem se apresentar sob a forma de massa
modular radiopaca adjacente, estando de 1,5 a 4 cm.de distancia das
vertebras C3 eC4, mas nao continuas, sobrepostas ao tecido mole
pre-vertebral, num Angulo de aproximadamente 450 posterior e
inferiormente ao Angulo da mandibula e acima ou abaixo do ossa
hi6ide, aparecendo mais lateralmente do que a cartilagem triticea.
CARTER et al. (1997) acrescentam que os pacientes com alto
risco para 0 desenvolvimento de acidentes vasculares cerebrais sao
candidatos nao s6 ao controle dos fatores de risco da doeny8, mas ao
uso de farmacoterapia mais agressiva nos casas que apresentam de
35 a 60% de estenose, ou ainda it intervenyao cirurgica profilatica
quando a obliteray2l0 dos vasos for superior a 60%.
Segundo FRIEDLANDER (1995), hii associa9ao entre
presenya de ateromas calcificados e as fatores de risco associ ados
com 0 desenvolvimento do acidente vascular cerebral.
35
As manifestayoes clinicas iniciais dessas alterayoes na arteria
carotida pod em caracterizar-se par modifica96es unilaterais na visao,
nos sistemas motor e sensitiv~, com durayao de poucos minutos. A
evoluy80 da doenc;:a pade levar aD acidente vascular cerebral dentro
de 3 anos ap6s os sintomas iniciais e na falta de tratamento
preventivo (FRIEDLANDER; BAKER, 1994).
Os pacientes acometidos par pia cas ateromatosas apresentam
com freqUencia historia medica positiva para fatores de risco
associ ados ao desenvolvimento dessa patologia. A induc;ao ou
acelerayao tem side observadas por diabetes (20,4%) e por
radioterapia (21%) (COHEN et al. 2007).
FRIEDLANDER e LANDE (1981) descreveram a identificayao
de calcificac;:6es na re9iao da bifurcac;:ao da arteria carotida nas
radiografias panoramicas em 2% de uma amostra de 1.000 homens.
Tres anos depois, FRIEDLANDER e BAKER (1984) examinaram
radiografias panoramicas de 304 individuos assintomaticos com idade
acima de 55 anos, e encontraram 3% da amostra afetada par essa
patologia, sendo a maio ria homens, com historico de hipertensao,
fumantes passados, obesidade, hiperglicemia e colesterol alto. No
entanto, FRIEDLANDER (1995) afirmou que 0 percentual de
individuos que apresentaram essa patologia detectavel na radiografia
panoramica era muito maior. Cerca de 4,5 % de 145 pacientes tinham
ateromas em carotida e apresentavam as fatores de risco associ ados
ao acidente vascular cerebral.
SCHARTZ et al. (1991) acreditam que 0 estagio mais precoce
da forma':(ao da placa ateromatosa seja caracterizado pelo acumulo
localizado no espayo subendotelial do vase de macr6fagos, alem de
residuos de colesterol. Desta forma, este macr6fago cheio de lipideos
passa a chamar-se "celula espumosa"
De acordo com STEINBERG et al. (1989), 0 colesterol
plasmatico, chegando a regiao da intima arterial, se oxidaria em
can sequencia de radicais livres gerados neste local. 0 colesterol
oxidado, atraves de substancias quimiotaxicas, induziria a migragao
de mon6citos e consequente fagocitose e formagc3o das celulas
36
espumosas. Uma resposta inflamat6ria ocasionaria proliferaC;flo
fibroblastica e, posteriormente, areas de calcificayoes.
Em geral todas as teorias da patogenese da aterosclerose
estabelecem que 0 desenvolvimento da placa ateromatosa inieia-se
precocemente na vida, sendo que 0 processQ continua durante urn
periodo de muitos anos, ate que a doeny8 atinja urn ponto no qual se
torne clinicamente importante. Fatores admitidos como associados ao
desenvolvimento do ateroma de carotida sao: idade avanc;ada,
hipertensao arterial, elev8yao do coiesterol, tabagismo, obesidade,
diabetes mellitus, estresse, sedentarismo, menopausa (mulheres
acima de 55 anos), sexo masculino (mais de 45 anos),
hereditariedade (doen~as cardiovasculares na familia)
(FRIEDLANDER el al. 2004).
o reportar de todos esses achados nos peri6dicos
odontol6gicos, e sua relay80 com a importancia clinica do curso da
doenty8, geraram urn "rnodismo" entre as profissionais que
diagnosticavam cad a e toda calcificac;ao observada na area
correspondente a bifurC8C;80 das car6tidas nas radiografias
panoramicas como sendo aleromas (KAMIKAWA el al. 2006).
Em muitas situ8c;oes 0 paciente torna-S8 apreensivD devido apreocupac;ao gerada par uma suspeita. Urn fator complicador em
relac;ao ao diagnostico diferencial dessa \esao e que a faixa de idade
de maior prevalencia do ateroma coincide com a ocorrencia de
mineraliz8c;oes e/au calcific8c;oes que sao reportadas par serem
responsaveis par urn diagnostico erroneo, como ossific8c;ao do
cricoide, cartilagem tireoide, sialolitos e mineralizayEio dos ligamentos
eslilo-mandibular e eslilo-hi6ideo (KAMIKAWA el al. 2006).
37
4 CONSIDERACOES FINAlS
Com base nos resultados encontrados na revisao de literatura,
pede-se concluir que:
A radiografia panoramica e urn exame complementar
importante, que e capaz de detectar a presenc;a dos
ateromas calcificados da car6tida;
2. Individuos do genera masculino e de idade avanc;ada
apresentam maior risco para apresentarem as ateromas
calcificados da car6tida;
3. as individuos que apresentam ateromas calcificados de
carotid a detectados radiograficamente deverao ser
orientados e encaminhados para avalia<;ao medica.
4. a Cirurgiao-dentista esta ern posi<;ao privilegiada para
detectar precocemente essas alterac;6es patol6gicas e
encaminhar 0 paciente para tratamento especializado,
contribuindo na preven98.0 de doen9as mais graves que
podem levar 0 individuo a diferentes condi90es de invalidez
e ate mesmo ao 6bito.
38
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