Post on 29-Nov-2018
Programa de promoção da
saúde do trabalhador (PPST)
Prescrição de Atividade Física e orientações relacionadas à saúde do trabalhador
Prof. Giuliano Mannrich Drando. em Eng. Produção - UFSC
Mestre em Ciência do Movimento Humano – UDESC
Especialista em Fisiologia Humana – UVA
Especialista em Fisioterapia Esportiva - SONAFE
Programa de promoção
da saúde do trabalhador
(PPST)
idéias
Saúde conceito
Doença conceito
Diferença entre atividade física e saúde.
De onde nasce a emanda na empresa por um programa de atividade física e saúde (AET).
Efetividade dos programas PPST
SAÚDE X DOENÇA
Saúde “Estado de bem estar físico, mental e social do indivíduo ”
(Organização Mundial de Saúde) Há uma harmonia entre os fenômenos vitais →
metabolismo, crescimento, reprodução, capacidade de reação e regulação, movimentação e adaptação ao meio. Doença É a perturbação da saúde mal estar causado por distúrbio físico, mental ou social Perde-se a harmonia dos fenômenos vitais
SAÚDE
X
DOENÇA
Homem vitruviano - Da Vinci
Homeostasia = Equilíbrio
Manutenção da constância
do “meio interno”
SAÚDE
Definição de Saúde
1970 – ausência de doença;
OMS – Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social;
Aurélio – Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em estado normal;
Maletta – Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio ambiente.
Direito Conquistado
Constituição da Republica Federativa do Brasil
Da Seguridade Social
Art. 196 – “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas …”
Art. 200 – “Ao Sistema Único de Saúde compete:
… executar as ações de saúde do trabalhador …
… Contribuir na melhoria do meio ambiente, nele incluindo o do trabalho …
Conceitos de Doença
Luis Pasteur (França) – “Teoria da Unicausualidade”, descoberta dos micróbios (única causa das doenças);
Incapacidade para explicar a ocorrência de uma série de outros agravos à saúde do homem.
Conhecimentos epidemiológicos complementam esta teoria, considerando-se a multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva de um agente.
Passa-se a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais.
Realidade Mundial
The World Health Report – Geneva, WHO - 2014
Causas mais comuns:
sedentarismo
Estilo de Vida Inadequado
Estresse
Doenças do Coração
Doença periférica vascular
Regulação da Pressão Arterial
Principal processo responsável pelo
envelhecimento celular
Qualidade de Vida
Qualidade de Vida
Tornou-se lugar-comum, no âmbito do setor saúde, repetir, com algumas variantes, a seguinte frase: “saúde não é doença, saúde é qualidade de vida”.
Quanto mais aprimorada a democracia, mais ampla é a noção de qualidade de vida, o grau de bem-estar da sociedade e de igual acesso a bens materiais e culturais (Olga Matos, 1999).
Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.
Qualidade de Vida
Qualidade de Vida no Trabalho
A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a implementação de ações visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva.
Zelar pelo bem-estar e segurança dos indivíduos é de suma importância para assegurar uma maior produtividade e qualidade no trabalho e maior satisfação na vida familiar e pessoal.
Qualidade de Vida no Trabalho
“A QVT baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial das pessoas origina-se da medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística, do ser humano” (MAXIMIANO, 2000, p.498).
Vasconcelos (2001, pg. 25), apud França “A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial.
Para Davis e Newstrom (2001), a proposta de QVT é desenvolver um ambiente de trabalho que seja tão bom para as pessoas como para saúde econômica da organização. Para tanto, é necessário que haja um enriquecimento no trabalho, de forma a deixá-lo mais desafiador.
Fatores que sofrem influência
direta na satisfação e na QVT
Significado da tarefa, dar importância ao trabalho desempenhado pelo individuo na organização e suas conseqüências.
Feedback, a resposta por parte dos superiores é vital para o aperfeiçoamento constante dos trabalhadores
Autonomia, pois a partir do momento que a pessoa tem autonomia para tomada de decisões, ela passa a se sentir peça importante dentro da organização.
Igualdade de oportunidade, desenvolver políticas claras de crescimento profissional, conforme o cargo desempenhado.
Compensação justa e adequada, pagar salário compatível com a função.
Integração social na organização, tratar a pessoa de forma igualitária sem distinção de raça, credo e cor.
O trabalho e o espaço total de vida.
Análise do Trabalho
Visão da Revolução Industrial do
Homem no Trabalho
Desde as revoluções industriais (séculos XVIII-XIX):
as empresas se preocupavam apenas com a produção;
os esforços eram apenas em proporcionar uma maior quantidade produzida e a melhorar os meios de produção para aumentar a participação no mercado.
O ser humano mero coadjuvante no processo produtivo,
condições precárias de trabalho, as longas jornadas diárias
exploração de trabalho infantil,
o tratamento desumano e os freqüentes acidentes faziam parte da vida dos trabalhadores e eram vistos com naturalidade por quem trabalhava.
Introdução – concepção do trabalho
Idéia atual,
Modificação do homem no processo de produção:
mero executor capital humano PENSANTE
TAREFA PRESCRITA ? ATIVIDADE REAL
Necessidade de reeducação e viabilidade da demanda exigida pelas empresas aos trabalhadores, nos processos produtivos e a viabilidade de cumpri-las.
(Berthet M., Vintage D., 2003)
Ideal de equilíbrio entre o
esforço do trabalho e a saúde
Programas de Promoção a
Saúde do Trabalhador (PPST)
Programa de promoção da saúde do
trabalhador (PPST)
Objetiva, antes de tudo, fomentar a QV do trabalhador, dentro e fora do ambiente de trabalho, através de atividades e programas idealizados e gerenciados de acordo com as características do trabalho, da empresa.
Benefícios
Empregado:
Diminuição na fadiga muscular;
Melhora da condição física e social;
Correção dos vícios posturais;
Melhora da disposição;
Prevenção de LER/DORT;
Redução de níveis de estresse;
Benefícios
Empresa:
↓ do N. de acidentes de trabalho;
↓ de gastos com serviços médicos;
↓ do absenteísmo;
↑ da produção e lucro na empresa;
↑ da satisfação do empregado
Como desenvolver um programa
de promoção da saúde?
O planejamento de um programa de promoção da saúde consiste em uma série de decisões, desde as mais gerais e estratégicas até aquelas mais específicas, relacionadas aos detalhes operacionais.
O sucesso da intervenção depende diretamente do planejamento, já que o plano elaborado estabelece os objetivos e metas do programa, orienta as ações de todos os envolvidos e define o aporte de recursos.
PLANEJAMENTO OBJETIVOS METAS
Resumidamente o PPST propõe:
Identificação
Intervenção
Estruturação
Avaliação
Identificação
Aplicação de questionários: Características do trabalhador;
Características do ambiente;
Características da tarefa;
AET?
Avaliações Testes físicos;
Medições
Estruturação e Intervenção
Criação e aplicação dos Programas e Atividades:
Programas de Ginástica Laboral (GL);
Programa de Condicionamento Físico;
Programa de Ergonomia; *
Programa de Retorno ao trabalho;
Programa de Gerenciamento do estresse;
Estruturação e Intervenção
Programa de Atendimento ao dependente químico;
Programa Antitabagismo;
Palestras e informações sobre QV e QVT.
Ginástica Laboral
1925- Polônia- Ginástica de Pausa
Japão: 1928- Japão – Correios
Após 2ª Guerra Mundial – Rádio Taissô
Brasil: 1969 – executivos nipônicos
1990 - difusão
Ginástica Laboral
Combate ao sedentarismo;
Prevenção de LER/DORT;
Melhoria da integração social;
↓ Acidentes de trabalho.
Ginástica Laboral
Conjunto de exercícios físicos realizados no próprio local e horário de trabalho, de curta duração.
Exercícios físicos: alongamento das estruturas musculares e articulares envolvidas nas tarefas ocupacionais, com finalidade de aquecimento ou compensação.
Ginástica Laboral
Ginástica Preparatória
Ginástica Compensatória (ou Corretiva)
Ginástica Relaxante
Ginástica Laboral
Prevenir de LER/DORT
Combater:
Sedentarismo,
Estresse,
Depressão,
Ansiedade
Melhorar:
Flexibilidade,
Força,
Coordenação,
Agilidade,
Sensação de fadiga ao fim da jornada de trabalho
Evidências
UETUKI, 1990:
↑ 13,24% na produção
PAPINI, 2006:
↑ Manutenção (MTT), mas não atinge a
recomendação
Sem GL: tende a ser mais sedentário (2x)
Programa de Condicionamento Físico
Realizado fora do horário de trabalho;
Instalações e atividades na própria na empresa;
Convênios;
Prêmios e benefícios;
Programa de Condicionamento Físico
Combate o sedentarismo;
Melhora aptidão física;
Melhora desempenho no trabalho;
Melhora disposição
Emagrecimento;
Prevenção de doenças
Evidências
No Brasil:↓ absenteísmo e ↑produção
(Ministério da Saúde, 2002)
USA: melhora do cond. Físico
↓ absenteísmo e ↑produção
Verifica Massa Corporal – 4x/ano
Se não engordou = U$25
Se mantém o ano todo = 1 dia de folga
Ergonomia
Ergon (=trabalho) e nomos (=lei natural)
Bernardino Ramazzini
1970, De Morbis Artificum
Murrel
1948 , Ergonomic Research Society
Ergonomia
Ergonomia ou humans factors
Interação do ser humano com outros elementos de um sistema
Projeto e avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas
Ergonomia - Bases
Disciplinas:
Antropometria;
Biomecânica;
Engenharia;
Psicologia;
Fisiologia.
Ergonomista: psicologia; engenharias; ciências da saúde.
+ Grau de mestre/ doutor/ especialista
Ergonomia
Ergonomia física;
Ergonomia cognitiva;
Ergonomia organizacional.
etapas
Fig. Esquema geral da metodologia de análise ergonômica do trabalho
Fonte: Adaptado de Santos et all (1995, p. 39)
Intervenção Ergonômica
Palestras e Informações
Estímulo → Comportamentos
Intervenções simples
Informação clara
Lugares estratégicos
Datas comemorativas:
10/03- dia nacional de combate ao sedentarismo
29/09- dia mundial do coração
27/10- dia nacional de controle à obesidade
Avaliação
Verificar se os propósitos do PPST estão sendo cumpridos;
Manter, modificar e extinguir;
Questionários;
Conversas informais;
Comparação pré/pós intervenção
PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?
Os programas de promoção da saúde, quando planejados e desenvolvidos adequadamente, podem melhorar a qualidade de vida e o estado de saúde de seus participantes e, consequentemente, trazer benefícios para a empresa onde foram desenvolvidos, como aumento da produtividade e redução do gasto com o benefício de assistência à saúde
(Aldana, 2001; Baicker et al., 2010).
No entanto, O’Donnell (2013) ressalta que, em muitos desses estudos, existe o que pode ser chamado de “viés de confirmação”: os autores acreditam que os programas de promoção da saúde são efetivos e, ainda que não intencionalmente, selecionam para a revisão de literatura artigos científicos que confirmem essa crença. Ainda segundo O’Donnell (2013), isso pode gerar uma visão distorcida da realidade, já que, conforme suas estimativas, 90% das ações desenvolvidas nas empresas não são bem sucedidas.
Assim, talvez, a reposta mais adequada à pergunta apresentada no título desta seção seja “sim, alguns programas realmente funcionam”. A questão crucial, portanto, é determinar quais características tornam um programa de promoção da saúde capaz de gerar os resultados dele esperados.
PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?
Um fator determinante da efetividade de um programa de promoção da saúde é a estratégia de intervenção.
Os programas com melhores resultados são aqueles que, além de informar, são capazes de incentivar, motivar e criar ferramentas e oportunidades para que as mudanças aconteçam. Esses são os programas que funcionam (O’Donnell, 2005).
PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?