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Percepção do profissional responsável pelo departamento de RH das organizações contábeis em
relação à implantação do eSocial e seus impactos nas rotinas trabalhistas
Dezembro/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Percepção do profissional responsável pelo departamento de RH das
organizações contábeis em relação à implantação do eSocial e seus
impactos nas rotinas trabalhistas
Jaciara Rodrigues da Silva – jacirr13@gmail.com
MBA Contabilidade e Direito Tributário
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Boa Vista, RR, 04/06/2018
Resumo
O artigo teve por propósito verificar a percepção do profissional responsável pelo departamento
de RH das organizações contábeis em relação à implantação do eSocial e seus impactos nas
rotinas trabalhistas. Assim, por meio de entrevista orientada por questionário buscou-se
conhecer os possíveis benefícios e dificuldades que virão com a implantação do eSocial, bem
como se estes profissionais estão capacitados para as mudanças exigidas. Foram utilizados
métodos estatísticos para o cálculo do tamanho da amostra, que foi de 19 empresas contábeis
localizadas em Boa Vista-RR, no entanto, estas 19 empresas entrevistadas foram escolhidas de
forma não probabilística e intencional. Os objetivos propostos foram alcançados. Foi verificado
que, na visão dos entrevistados, os maiores beneficiados com a implantação do eSocial serão o
Governo e os trabalhadores. Quanto aos benefícios esperados está a simplificação no
cumprimento das obrigações acessórias, redução de fraudes e redução de custos com papel. Já
dentre as dificuldades, a principal, foi à conexão com a internet, um fator que refletirá
totalmente na validação dos eventos e, irá dificultar os trabalhos e o cumprimento dos prazos.
Assim, chegou-se a conclusão que, até o momento, os profissionais dispõem do que é possível
de informações, mas que estão procurando se adequar a esta nova forma de cumprimento das
obrigações.
Palavras-chave: eSocial. Escrituração Digital. Obrigações acessórias.
1. Introdução
O progresso da tecnologia permite, atualmente, o armazenamento de informações em meio
eletrônico, possibilitando economicidade de espaço físico e papel, além de permitir maior
controle e verificabilidade dessas informações mantidas em meio digital.
Neste sentido, para modernizar a relação do Fisco com as empresas, objetivando um maior
controle das obrigações acessórias destas, bem como minimizar fraudes e sonegações, foi que
o Governo Federal instituiu através do Decreto nº 6.022/07, de 22 de janeiro de 2007, o SPED
(Sistema Público de Escrituração Digital).
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Além de todos os subprojetos que o SPED possui no cenário atualmente, surgiu um novo
subprojeto denominado eSocial, que será o objeto de estudo deste trabalho, no qual foi instituído
por meio do Decreto nº 8.373/2014.
As informações relativas aos empregados, que atualmente são enviadas por vários sistemas a
diferentes órgãos, tais como: Ministério do Trabalho, Ministério da Previdência Social, Caixa
Econômica Federal e Receita Federal, serão enviados unicamente por meio do eSocial.
Neste contexto, surge o seguinte problema: Qual a percepção do profissional responsável
pelo departamento de RH das organizações contábeis em relação à implantação do eSocial
e seus impactos nas rotinas trabalhistas?
A partir deste questionamento, a pesquisa tem como objetivo geral verificar a percepção do
profissional responsável pelo departamento de RH das organizações contábeis a respeito das
mudanças nas rotinas trabalhistas provenientes da implantação do eSocial. Dessa forma, os
objetivos específicos são:
• Identificar se estão capacitados para atenderem às exigências desse novo subprojeto do
SPED;
• Verificar os possíveis benefícios e dificuldades que irão surgir com a implantação do
eSocial.
Dessa forma, devido ao fato de ser um sistema que visa uma nova forma de cumprimento das
obrigações acessórias, onde já é obrigatório para algumas empresas, e, posteriormente as
demais, causando mudanças na cultura do setor de recursos humanos das empresas, o eSocial
é um assunto que está em evidência, por isso a significância de ser o objeto de estudo desta
pesquisa.
2. Referencial teórico
2.1. A era da tecnologia da informação na contabilidade
Em meio a tanta evolução, a escrituração contábil passou por constantes inovações, e assim
gerando impacto no campo de atuação dos profissionais contábeis, pois essa escrituração deixou
de ser manual passando a se utilizar da máquina de escrever e, atualmente se utilizando do
computador, que, aliado à internet e sistemas informatizados, bem como aos softwares, auxilia
os profissionais contábeis na realização de seus trabalhos e, ainda proporciona maior eficácia,
rapidez e segurança no processo de geração e envio de informações. (SASSO et al., 2011).
Desta forma, com as mudanças advindas da Tecnologia da Informação, torna-se cada vez mais
prático o trabalho de quem precisa cumprir as obrigações acessórias do governo, sendo essas
informações geradas como arquivos digitais, nos quais possibilitam mais agilidade na entrega
por meio eletrônico, bem como sua disponibilidade para seus principais usuários.
Sendo assim, a tecnologia na era digital se torna indispensável, pois permite o acesso imediato
por meio eletrônico a diversas informações, principalmente no meio contábil empresarial.
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Portanto, é diante desse novo cenário que surgiu o projeto do governo, denominado Sistema
Público de Escrituração Digital (SPED).
2.2. Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)
O Sistema Público de Escrituração Digital é um projeto que faz parte do Programa de
Aceleração do Crescimento do Governo Federal – PAC (2007-2010), que foi instituído pelo
Decreto de nº 6.022/2007. E, conforme entendimento do Decreto em seu art. 5º, a competência
para administrar o SPED, será exercida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
O art. 2º do referido Decreto dispõe sobre o conceito do projeto SPED sendo:
Instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e
autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos
empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo
único, computadorizado, de informações. (BRASIL, 2007)
Quanto aos diversos benefícios decorrentes da implantação, de acordo com
Santos (2014, p.31), resumem-se na “redução de custos para o contribuinte, a dispensa de
emissão e armazenamento de documentação em papel, uniformização das informações
prestadas e redução do tempo de envolvimento”.
Entre as pesquisas realizadas sobre o SPED, destaca-se o estudo de Frezza et al. (2011), que
teve por objetivo avaliar o impacto do SPED na contabilidade, demonstrando quais os desafios
e perspectivas do profissional contábil em relação ao sistema mencionado. O estudo apontou
que com a implantação do sistema houve aumento do trabalho na área contábil, da
informatização, bem como dos custos. Apontou ainda, que os referidos profissionais esperavam
que o SPED proporcionasse mais agilidade e clareza nos dados contábeis, o que ocorreu, de
fato, pois, segundo a pesquisa, o maior impacto do SPED para os contadores, foi à fidedignidade
e qualidade dos dados.
Deste modo, são perceptíveis as mudanças que ocorreram desde a implantação do SPED, tendo
em vista os benefícios que resultam no âmbito nacional em todas as esferas tributárias do
governo e órgãos fiscalizadores, alcançando também os profissionais contábeis.
2.3. Sistema de escrituração digital das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas
(eSocial)
Este subprojeto veio acoplar ao SPED a parte trabalhista, previdenciária e fiscal sobre a folha
de pagamento e será obrigatório para todos os empregadores e órgãos da administração pública.
A gestão do eSocial é exercida de forma compartilhada por meio do Comitê Gestor, o qual é
formado por representantes dos seguintes órgãos: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
Ministério da Previdência Social (MPS), Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB),
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e Conselho Curador do FGTS, representado
pela Caixa Econômica Federal.
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No que cabe à parte trabalhista, devem ser lançadas no eSocial, informações sobre as relações
de trabalho de forma geral, ou seja, não serão só os dados pertinentes aos empregados, mas
também aos contribuintes individuais, avulsos e estagiários. (ECONET, 2014).
As informações que fazem parte das obrigações acessórias, fiscais trabalhistas e
previdenciárias, como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS), Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à
Previdência (GFIP), dentre outras, serão transmitidas pelo eSocial. Ao invés do contribuinte
comunicar a diferentes órgãos várias vezes a mesma informação, todas elas serão enviadas por
um único sistema, de forma centralizada.
O eSocial simplificará também para as empresas que não têm funcionários, pois hoje, essas
empresas, têm a obrigatoriedade de enviar as informações negativas de RAIS, CAGED e
SEFIP. O eSocial substituirá essas obrigações, sendo enviado uma única vez e alterado somente
quando houver admissão de funcionários.
Todas as informações devem ser enviadas de forma tempestiva, ou seja, no momento em que
ocorrem os eventos, com o objetivo de alimentar a base de dados da plataforma de Registro de
Eventos Trabalhistas, que representará o histórico do trabalhador, assim, os órgãos competentes
serão informados imediatamente quando o trabalhador estiver de férias, licença ou aviso prévio,
ao sofrer acidente de trabalho ou mesmo quando for demitido, dentre outras ocorrências.
Minimizando, desta forma, a possibilidade de manipulação das datas das comunicações dos
eventos citados. (ABRANTES, 2014).
Os responsáveis pelos departamentos de recursos humanos terão que se adaptar aos novos
procedimentos e prazos decorrentes da implantação do eSocial. Caso contrário, poderá haver
tanto omissão como erros referentes às informações, o que consequentemente implicará em
penalidades e multas.
2.4. Finalidade do eSocial
O eSocial foi criado com o objetivo de abranger, em um único sistema, toda a escrituração da
folha de pagamento, todos os seus eventos como admissão, demissão, folha de pagamento
mensal, décimo terceiro salário, afastamentos, licenças, CAT (Comunicação de Acidente de
Trabalho), férias, entre outros; incluindo o registro de empregados e simplificando sua emissão
e dando uniformidade às obrigações acessórias trabalhistas e tributárias dos empregadores que
serão enviadas por uma plataforma digital. Por meio deste novo modelo, os órgãos
fiscalizadores da administração pública federal terão pleno controle das informações, das
obrigações, débitos trabalhistas, previdenciários e fiscais. (ECONET, 2014).
Conforme o Manual de Orientação do eSocial as informações a serem enviadas serão
classificadas em: Eventos Iniciais, Eventos não Periódicos, Eventos Periódicos. Essas
informações devem ser enviadas de forma sequencial, isto é, uma depende da outra. Uma
informação de um evento periódico de folha de pagamento só pode ocorrer após um evento não
periódico de admissão de empregado, confirmando que o funcionário está ativo na empresa, o
que impede que as informações sejam lançadas de forma aleatória.
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Todo esse projeto elaborado pelo governo pretende garantir os direitos dos trabalhadores,
simplificar o cumprimento das obrigações pelos empregadores e qualificar as informações
prestadas ao Estado.
2.5. Prazo para a implantação do eSocial
O Governo Federal, após a criação do subprojeto eSocial, havia estipulado prazos que foram
adiados por diversas vezes, todavia, conforme a circular da Caixa Econômica Federal nº
761/2017 em consonância com a Resolução do Comitê Diretivo do eSocial nº 3, de 29 de
novembro de 2017, foi divulgado novos prazos e etapas para obrigatoriedade na transmissão
dos eventos.
A fase de implantação ficou dividida em três etapas, primeiramente, a partir de 1º de janeiro de
2018, para empresas com faturamento apurado em 2016, superior a R$ 78 milhões e, a próxima
etapa sendo em 1º de julho de 2018, prazo para as demais empresas privadas, como também os
órgãos públicos, conforme exemplificado a seguir.
Figura 1: Cronograma e prazos eSocial
Fonte: www.portal.esocial.gov.br/institucional/ambiente-de-producao-empresas. (2018)
O Comitê Gestor do eSocial estabeleceu esse cronograma que, até o momento vem sendo
observada o cumprimento do mesmo e respeitando as fases e etapas da implantação do sistema.
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3. Metodologia
O presente estudo é definido como uma pesquisa de campo, que, de acordo com Ruiz (1996,
p.50) apud Oliveira (2003, p.65):
(...) é uma forma de coleta que permite a obtenção de dados sobre um fenômeno de
interesse, de maneira como este ocorre na realidade estudada. Consiste, por tanto, na
coleta de dados e no registro de variáveis, presumivelmente relevantes, diretamente
da realidade, para ulteriores análises.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é caracterizada como exploratória, que, para Gil (2010, p.27)
“(...) Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco
explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”, como
é o caso do tema estudado neste trabalho.
Nesta pesquisa utilizou-se como procedimento complementar, a pesquisa bibliográfica, a qual
abrange todos os tipos de materiais e publicações existentes, como livros, artigos, teses, entre
outros. (MARCONI e LAKATOS, 2010).
Visando a obtenção de dados na pesquisa de campo, realizou-se uma entrevista orientada por
questionário que, de acordo com Silva (2008, p. 60) “(...) é um conjunto ordenado e consistente
de perguntas a respeito de variáveis e situações que se deseja medir ou descrever”.
Foram utilizados procedimentos estatísticos para o cálculo da amostra, tendo como base
variável ordinal e população finita, esta composta pelo quantitativo de empresas contábeis
registradas no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Roraima, que no período em
análise totalizava 127 empresas.
Assim, a fórmula estatística para o cálculo da amostra, foi a seguinte:
𝑛 =𝑍² × 𝑝 × 𝑞 × 𝑁
𝑑² (𝑁 − 1) + 𝑍² × 𝑝 × 𝑞
Em que, conforme Fonseca e Martins (2012, p.179), N é o tamanho da população, Z é abscissa
normal padrão, p, estimativa da proporção, d, erro amostral e q é a equação: 1 – p. Dessa forma,
para o cálculo da amostra utilizou-se o nível de confiança de 95%, a qual resultou em uma
amostra composta por 19 empresas.
Para o levantamento de dados desta pesquisa, optou-se por utilizar amostragem não
probabilística, uma vez que a amostra foi selecionada de forma não aleatória (OLIVEIRA,
2003). Dentre os dois tipos existentes de amostragem não probabilística, a utilizada na pesquisa
foi a intencional, que, de acordo com Silva (2008, p. 75) “... é aquela que escolhe
cuidadosamente os casos a serem incluídos na amostra, e produz amostras satisfatórias em
relação as suas necessidades”.
Assim, foram utilizados métodos estatísticos para o cálculo do tamanho da amostra, que foi de
19 empresas, no entanto, estas 19 empresas entrevistadas foram escolhidas de forma não
probabilística e intencional.
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Quanto à abordagem, a pesquisa adotou métodos quantitativos – devido à análise de dados por
meio de métodos estatísticos e matemáticos – e qualitativos – devido à necessidade de
classificar e contextualizar as informações obtidas pelo método quantitativo. (LEITE, 2008)
4. Análise dos dados
Neste capítulo serão analisadas as respostas dos 19 responsáveis pelo departamento de recursos
humanos de organizações contábeis situadas em Boa Vista-RR, que responderam a um
questionário com 17 questões, referentes ao perfil profissional e ao eSocial.
Quanto às características dos profissionais, verificou-se que 47% eram do sexo masculino e
53%, feminino. No que diz respeito à idade dos profissionais, o maior percentual foi na faixa
de 31 a 40 anos, com 37%, e, em seguida, a faixa de 26 a 30 anos, com 32% dos entrevistados,
totalizando então, com percentual significativo de 69%, as duas faixas.
ALTERNATIVAS
FREQUÊNCIA
ABSOLUTA
FREQUÊNCIA
RELATIVA
18 a 25 anos 3 16%
26 a 30 anos 6 32%
31 a 40 anos 7 37%
Acima de 40 anos 3 16%
Total 19 100%
Tabela 1 – Idade dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
Os cargos ocupados pelos profissionais entrevistados eram: titular ou sócio da empresa, auxiliar
contábil e/ou gerente de recursos humanos. Em relação ao tempo de atuação, foi feita pergunta
aberta, cujas respostas foram tabuladas e analisadas em anos. Assim, a média resultante, foi de,
aproximadamente, 9,5 anos de tempo de atuação na área de recursos humanos. Com as
respostas, evidenciou-se também que mais da metade, 53%, dos entrevistados atua há 10 anos
ou mais nesta área.
MÉDIA MENOS DE 1
ANO
ENTRE 2 E
5 ANOS
ENTRE 6 E
9 ANOS
10 ANOS OU
MAIS
TOTAL EM
PERCENTUAL
9,53 5% 26% 16% 53% 100%
Tabela 2 – Tempo de atuação na área de recursos humanos
Fonte: Dados da pesquisa
A última pergunta referente ao perfil dos profissionais foi sobre sua formação acadêmica. Os
profissionais com nível médio representaram 5%, assim como os de nível técnico. Os
profissionais com formação em nível superior representaram 58% e, com nível superior
incompleto, 32% dos entrevistados.
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ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA
ABSOLUTA
FREQUÊNCIA
RELATIVA
Nível Médio
1 5%
Nível Técnico.
1 5%
Nível Superior.
11 58%
Nível Superior Incompleto. 6 32%
Total 19 100%
Tabela 3 – Formação acadêmica
Fonte: Dados da pesquisa
Dentre os que responderam possuir nível técnico, superior ou superior incompleto, perguntou-
se qual a área de formação. O único entrevistado com nível técnico afirmou ser técnico em
contabilidade. Dos que possuem formação superior, todos são formados em Contabilidade e
dos que tem nível superior incompleto, a metade também é na área contábil.
FORMAÇÃO QUANTIDADE EM QUE ÁREA? TOTAL EM
PERCENTUAL
Nível Técnico 1 Técnico em Contabilidade 100%
Nível Superior 11 Contabilidade 100%
Nível Superior
Incompleto 6
Contabilidade 50%
Gestão de Recursos Humanos 33%
Tecnologia da Informação 17%
Tabela 4 – Área de formação acadêmica
Fonte: Dados da pesquisa
Assim, identificaram-se, com os questionamentos apresentados, que os responsáveis pelos
departamentos de recursos humanos são profissionais experientes, conforme verificado com
relação à idade e o tempo de atuação na área. Uma vez que a minoria (5%) trabalha a menos de
um ano, e que, a média de tempo trabalhando no departamento de pessoal foi de,
aproximadamente, 9,5 anos.
Ratificando o exposto, a formação acadêmica também contribuiu para identificar que os
entrevistados, além de experientes na área, são profissionais aptos ao desempenho da função,
devido a 58% ter formação superior e, destes, todos serem graduados em contabilidade. Soma-
se a isto, o fato de 32% dos entrevistados estarem cursando alguma graduação, dos quais,
metade estudam contabilidade e 33%, gestão de recursos humanos.
Totalizam, então, 83% os que têm nível superior incompleto em contabilidade, ou gestão de
recursos humanos. Um percentual significativo, que evidencia novamente que os profissionais
tem aptidão para exercer a função.
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Posteriormente foi perguntado aos entrevistados por qual meio tomaram conhecimento sobre o
eSocial. A maioria, 37% deles, afirmou ter tido conhecimento por meio de eventos ou palestras,
e 26%, por meio de entidades da classe contábil. Assim, as duas alternativas estão relacionadas,
uma vez que as entidades de classe contábil também promovem eventos ou palestras. Dessa
forma, a soma dos dois percentuais totalizou mais da metade dos entrevistados, 63%.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA
RELATIVA
a) Não sei do que se trata 0 0%
b) Internet 4 21%
c) Entidades da Classe Contábil 5 26%
d) Eventos ou palestras 7 37%
e) Interação informal com outros
profissionais 3
16%
f) Outros 0 0%
Total 19 100%
Tabela 5 – Meio de conhecimento sobre o eSocial
Fonte: Dados da pesquisa
Sobre os cursos de capacitação, a média obtida foi de, aproximadamente 36,5 horas para cada
profissional entrevistado, desde o surgimento do eSocial até o momento. Ficou evidenciada sua
preocupação em preparar-se para a iminente implantação desse sistema, visto que 68% disseram
que está sendo promovida capacitação na sua empresa, e, 32% responderam que não.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA
Sim 13 68%
Não 6 32%
Total 19 100%
Tabela 6 – Promoção de Capacitação para utilização do eSocial
Fonte: Dados da pesquisa
Sendo assim, os entrevistados têm interesse em capacitar-se para utilização do eSocial, no
entanto, o acesso à capacitação para uso do sistema em Boa Vista-RR, na opinião deles ainda
não é satisfatório, uma vez que, apesar de 53% considerar a acessibilidade boa, 37% considerou
ruim e 5%, péssima. Nenhum dos entrevistados considerou ótimo, e apenas 5%, excelente.
Verifica-se, então, que 42% consideram péssima ou ruim a acessibilidade, tendo ainda um
percentual que se aproxima dos 53% que considera como boa, o que contribui para afirmar a
não satisfação dos profissionais com o acesso à capacitação em Boa Vista-RR, aliado ainda ao
percentual mínimo obtido as que consideraram ótima ou excelente, somente 5%.
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ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA
a) Péssima 1 5%
b) Ruim 7 37%
c) Boa 10 53%
d) Ótima 0 0%
e) Excelente 1 5%
Total 19 100%
Tabela 7 – Acessibilidade à capacitação para utilização do sistema eSocial em Boa Vista-RR
Fonte: Dados da pesquisa
Buscou-se conhecer também, se o departamento de recursos humanos estava apto para a
utilização do sistema eSocial. Perguntou-se aos entrevistados, que nota atribuiriam, entre 1 e 5,
sendo 1, pouco e 5, totalmente apto para utilização do sistema. Coube à nota 4, a maior parte
das respostas, com 47%, e, em seguida, a nota 5, com 21% das respostas. Assim, a maioria dos
entrevistados se considera totalmente apto ou próximo desta total aptidão para utilização do
sistema.
O menor percentual registrado foi 5%, para a nota 2, e de 11%, para nota 1, restando 16% que
responderam nota 3.
NOTAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA
RELATIVA
1 2 11%
2 1 5%
3 3 16%
4 9 47%
5 4 21%
Total 19 100%
Tabela 8 – Aptidão para utilização do sistema eSocial
Fonte: Dados da pesquisa
Da mesma forma que a questão anterior, pediu-se aos profissionais, que atribuíssem nota de 1
a 5, mas desta vez, para a sua preparação para utilização do sistema, caso o eSocial fosse
implantado no dia que foram entrevistados. Assim, analisando as duas questões conjuntamente,
os resultados obtidos mostraram-se totalmente divergentes.
NOTAS ATRIBUÍDAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA
1 1 5%
2 4 21%
3 7 37%
4 6 32%
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5 1 5%
Total 19 100%
Tabela 9 – Preparação para utilização do eSocial, caso fosse implantado no momento da entrevista
Fonte: Dados da pesquisa
Fazendo um comparativo, as notas 2 e 3, tiveram aumento nos percentuais, quando foram
questionados sobre a preparação caso o eSocial fosse implantado no dia que foram
entrevistados. Já as notas mais altas, 4 e 5, que somavam maior percentual anteriormente
(Tabela 8), diminuíram.
Assim, verifica-se que, aqueles que afirmaram consideram-se totalmente preparados ou quase
totalmente para utilizar o sistema, demonstraram insegurança neste quesito, caso esta
implantação fosse imediata, o que explica a redução nas notas 4 e 5, e aumento nas notas 2 e 3.
PREPARAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA eSOCIAL
NOTAS ATRIBUÍDAS FUTURO
(TABELA 8)
PRESENTE
(TABELA 9)
1 11% 5%
2 5% 21%
3 16% 37%
4 47% 32%
5 21% 5%
Total 100% 100%
Tabela 10 – Comparação
Fonte: Dados da pesquisa
A insegurança observada pode ter relação direta com as mudanças nas rotinas do profissional e
dos clientes, para os quais prestam serviços, uma vez que não depende somente do profissional.
Isto foi verificado ao serem questionados se estavam preparados para tais mudanças nas rotinas
de trabalho, pois 74% afirmaram que sim, mas destes, 50% disse que teria dificuldades com os
clientes ou com o software de folha de pagamento.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA RELATIVA
Sim 14 74%
Não 3 16%
Incoerentes 2 11%
Total 19 100%
Tabela 11 – Preparação para mudanças nas rotinas trabalhistas
Fonte: Dados da pesquisa
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Visando verificar os possíveis benefícios e dificuldades advindos com a implantação do
eSocial, questionou-se aos entrevistados quais das partes envolvidas serão mais beneficiadas
quando este sistema for, de fato, implementado. Com possibilidade de escolherem mais de uma
resposta, as que apresentaram maiores percentuais foram: Órgãos do Governo Federal, 42%, e,
Trabalhador, 28%.
No entanto, notou-se que os responsáveis pela elaboração das informações que alimentarão o
eSocial, não sentem que serão beneficiados com sua implantação, assim como, na sua
percepção, o empregador também não será beneficiado.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA
ABSOLUTA
FREQUÊNCIA
RELATIVA
Empregador 5 14%
Órgãos do Governo Federal 15 41%
Responsáveis pela elaboração das informações trabalhistas 7 19%
Trabalhador 10 27%
Total 37 100%
Tabela 12 – Partes beneficiadas com a implantação do eSocial
Fonte: Dados da pesquisa
Em relação às rotinas diárias no departamento de recursos humanos, quando questionados sobre
os benefícios esperados com a implantação do eSocial, 22% dos entrevistados acreditam que a
simplificação no cumprimento das obrigações acessórias é um dos benefícios esperados devido
ao envio de informações por um único sistema. Em contrapartida, apesar de a maioria das
respostas, 22%, terem afirmado ser a simplificação um benefício, apenas 3% referem-se à
desburocratização.
Analisando conjuntamente as duas alternativas, simplificação e desburocratização, observa-se
que, para os entrevistados, apesar de o eSocial simplificar o processo pelo fato de não utilizar
os vários sistemas hoje existentes, num primeiro momento não haverá a desburocratização
devido à fase necessária a adaptação, tanto pelos profissionais, quanto para os clientes e órgãos
governamentais.
Já 20% acreditam que outro benefício será a redução de fraudes, em virtude de todos os eventos
serem registrados e validados online, o que, consequentemente aumentará a arrecadação
tributária e previdenciária, benefício que representou 14% das respostas. A informatização do
processo contribuirá ainda para a redução de custos com papel, sendo esta redução um benefício
esperado, obtendo 15% das respostas.
ALTERNATIVA FREQUÊNCIA
ABSOLUTA
FREQUÊNCIA
RELATIVA
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relação à implantação do eSocial e seus impactos nas rotinas trabalhistas
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Desburocratização 2 3%
Redução de custos com papel 9 15%
Redução de acordos informais entre empregado e empregador 7 12%
Garantia de direitos trabalhistas e previdenciários para o
trabalhador 8 14%
Simplificação no cumprimento das obrigações acessórias 13 22%
Redução de fraudes 12 20%
Maior arrecadação tributária e previdenciária 8 14%
Total 59 100%
Tabela 13 – Benefícios esperados
Fonte: Dados da pesquisa
Também em relação às rotinas trabalhistas no departamento de recursos humanos, foi
questionado, posteriormente, quanto às dificuldades esperadas com a implantação do eSocial.
Entre as alternativas, a conexão com a internet foi a que obteve maior percentual das respostas,
29%, em face da falta de estrutura da internet em Boa Vista-RR, tornando-se um gargalo
justamente porque o eSocial dependerá totalmente da internet para validação dos eventos.
O problema de conexão com a internet será um agravante para o cumprimento dos prazos,
especialmente, dos eventos não periódicos, como admissão, demissão, acidente de trabalho,
entre outros, uma vez que deverão ser transmitidos imediatamente, ou até anteriormente à
ocorrência dos fatos, caso, por exemplo, da admissão. A dificuldade em relação ao envio dos
eventos mencionados representou 27% das respostas.
Os custos com capacitação também foi considerado como uma dificuldade devida haver cursos
caros no mercado, exigindo, assim, alto investimento, representando 20% das respostas.
O menor percentual registrado nas dificuldades esperadas foi de 7%, referente à redução de
acordos informais entre empregado e empregador. Esta redução também foi apontada como
benefício na questão anterior, na qual representaram 12% das respostas, indicando que para os
entrevistados a redução de acordos informais, não representa, significativamente, dificuldade,
comparada às demais respostas.
A mudança na cultura organizacional foi uma dificuldade que obteve 18% das respostas,
refletindo um dos principais entraves de adaptação que surgirá no início da implantação.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA
ABSOLUTA
FREQUÊNCIA
RELATIVA
( ) Gastos com capacitação profissional 9 20%
( ) Conexão com a internet 13 29%
( ) Mudança na cultura organizacional 8 18%
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( ) Redução de acordos informais entre empregado e
empregador 3 7%
( ) Prazo imediato para envio de eventos não
periódicos, como admissão, demissão e acidente de
trabalho
12 27%
Total 45 100%
Tabela 14 – Dificuldades esperadas
Fonte: Dados da pesquisa
Os eventos enviados pelo eSocial serão validados online, podendo ser de duas formas:
I. Gerado diretamente de sistema próprio contratado pelo empregador, ou;
II. Gerado diretamente no portal do eSocial pela internet http://esocial.gov.br/
Foi questionado aos entrevistados, caso a legislação permitisse, qual das duas formas eles
optariam para utilizar na sua empresa. 68% deles preferiram o sistema próprio contratado pelo
empregador, e 32%, diretamente pelo portal do eSocial.
Dos que optaram por sistema próprio contratado, todos disseram ser devido à facilidade, uma
vez que é possível preparar as informações e posteriormente validá-las em momento oportuno.
Já os que escolheram fazer a validação diretamente pelo portal eSocial, 67% afirmaram devido
à facilidade, 17%, ao custo e 17% devido ao sistema próprio não estar adaptado ao eSocial.
MOTIVO
OPÇÃO ESCOLHIDA Facilidade Custo Devido o sistema da empresa não
estar adaptado ao eSocial
TOTAL EM
PERCENTUAL
Sistema Próprio 100% 0% 0% 100%
Portal eSocial 67% 17% 17% 100%
Tabela 15 – Motivo da escolha do modo de validação
Fonte: Dados da pesquisa
Por fim, questionou-se sobre a adaptação do software de folha de pagamento, e, 84% disse que
o sistema encontra-se apto, e, somente 16% disseram que não, o que confirma a questão
anterior, visto que a maior parte optou por utilizar o sistema próprio, ao invés do portal do
eSocial.
ALTERNATIVAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA FREQUÊNCIA
RELATIVA
Sim 16 84%
Não 3 16%
Total 19 100%
Tabela 16 – Sistema de folha de pagamento adaptado ao eSocial
Fonte: Dados da pesquisa
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5. Conclusão
O artigo teve por propósito verificar a percepção do profissional responsável pelo departamento
de RH das organizações contábeis, em relação à implantação do eSocial e seus impactos nas
rotinas trabalhistas. Assim, por meio de entrevista orientada por questionário buscou-se
conhecer os possíveis benefícios e dificuldades que virão com a implantação do eSocial, bem
como se estes profissionais estão capacitados para tais mudanças advindas com esta nova
metodologia de trabalho.
Com a pesquisa verificou-se, que os profissionais de RH são experientes devido ao tempo de
atuação na área e a formação acadêmica que possuem. Quanto à capacitação para adaptação da
nova forma de cumprimento das obrigações trabalhistas verificou-se que, nas organizações
contábeis, está sendo promovida e, que os profissionais têm interesse em aperfeiçoar o
conhecimento que já têm sobre o sistema eSocial.
Constatou-se que, teoricamente, os profissionais têm conhecimento básico, estão informados
sobre o eSocial, todavia, caso fosse implantado de imediato para os demais empregadores, estes
demonstraram uma certa insegurança na sua operacionalização. Isto porque, na prática poderão
ocorrer as mais diversas situações, e, que somente no momento da ambientação ao sistema os
profissionais vão poder está desenvolvendo a operacionalização do mesmo.
Também deve ser considerado o receio da maioria dos profissionais em relação às mudanças,
visto que, mesmo a maioria afirmando ter o sistema de recursos humanos apto, participando de
capacitações e afirmando estarem preparados, estes ainda têm muitas dúvidas no presente
momento, e que certamente aumentarão com a implantação compulsória do sistema as demais
empresas ou contribuintes inseridas no cronograma.
Por fim, a pesquisa mostra que os profissionais estão informados, mas não verdadeiramente
capacitados para implantação do eSocial, pois o governo a anos vinha adiando a fase de
implantação de fato do sistema, porém no final de novembro de 2017 ele disponibilizou um
cronograma com a etapas e datas de implantação.
Assim, chegou-se a conclusão que, até o momento, os profissionais dispõem do que é possível
de informações, mas que estão procurando se adequar a esta nova forma de cumprimento das
obrigações.
Dessa forma, próximos estudos, que venham a ser feitos no momento de ambientação do
eSocial pelas empresas poderiam melhor esclarecer se os profissionais contábeis estão ou não
capacitados para utilizarem o sistema, uma vez que surgirão situações específicas com a prática,
com as rotinas trabalhistas no departamento de recursos humanos, e, que agora ainda não estão
totalmente esclarecidas.
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Percepção do profissional responsável pelo departamento de RH das organizações contábeis em
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Dezembro/2018
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
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relação à implantação do eSocial e seus impactos nas rotinas trabalhistas
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ANEXO A – Questionário da pesquisa
Percepção do profissional responsável pelo departamento de RH das organizações
contábeis em relação à implantação do eSocial e seus impactos nas rotinas trabalhistas
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
2. Idade:
a) 18 a 25 anos
b) 26 a 30 anos
c) 31 a 40 anos
d) Acima de 40 anos
3. Qual o cargo que ocupa na empresa? ________________________________
4. Qual tempo de atuação na área de Recursos Humanos? __________________
5. Qual sua formação?
a) Nível Médio
b) Nível Técnico. Em que área? _____________________
c) Nível Superior. Em que área? _____________________
d) Nível Superior Incompleto. Em que área? ________________
6. Por qual meio você tomou conhecimento sobre o eSocial?
a) Não sei do que se trata
b) Internet
c) Entidades da Classe Contábil
d) Eventos ou palestras
e) Interação informal com outros profissionais
f) Outros _______________________
7. Está sendo promovida capacitação na sua empresa para utilização do sistema eSocial?
( ) Sim ( ) Não
8. Nos últimos três anos qual a carga horária média dos cursos referentes ao eSocial que o
responsável pelos recursos humanos da empresa participou?
9. Como você considera a acessibilidade à capacitação para utilização do sistema do
eSocial em Boa Vista-RR?
a) Péssima
b) Ruim
c) Boa
d) Ótima
e) Excelente
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relação à implantação do eSocial e seus impactos nas rotinas trabalhistas
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10. De 1 a 5, quanto você considera apto o departamento de recursos humanos da sua
empresa, para utilização do eScocial?
Sendo 1, pouco apto e 5, totalmente apto.
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
11. O departamento de recursos humanos está apto para a mudança nas rotinas trabalhistas,
devido à implantação do eSocial? Justifique.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
12. Se o eSocial entrasse em vigor hoje, qual a nota, de 1 a 5 você atribui a sua preparação
para utilizá-lo? Sendo 1 pouco preparado e 5 totalmente preparado.
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5
13. Qual das partes envolvidas serão mais beneficiadas quando o eSocial for de fato
implementado? (Pode marcar mais de uma opção)
a) Empregador
b) Órgãos do Governo Federal
c) Responsáveis pela elaboração das informações trabalhistas
d) Trabalhador
14. No seu ponto de vista, em relação às suas rotinas diárias no departamento de recursos
humanos, quais os benefícios esperados com a implantação do eSocial? (Pode marcar
mais de uma opção).
( ) Desburocratização ( ) Simplificação no cumprimento das
obrigações acessórias
( ) Redução de custos com papel ( ) Redução de fraudes
( ) Redução de acordos informais entre
empregado e empregador
( ) Maior arrecadação tributária e
previdenciária
( ) Garantia de direitos trabalhistas e
previdenciários para o trabalhador
15. No seu ponto de vista, em relação às suas rotinas diárias no departamento de recursos
humanos, quais as dificuldades esperadas com a implantação do eSocial? (Pode marcar
mais de uma opção)
( ) Gastos com capacitação profissional ( ) Redução de acordos informais entre
empregado e empregador
( ) Conexão com a internet
( ) Mudança na cultura organizacional
( ) Prazo imediato para envio de eventos
não periódicos, como admissão, demissão e
acidente de trabalho
16. Os eventos do eSocial serão validados online, podendo ser de uma das duas formas:
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I. Gerado diretamente de sistema próprio contratado pelo empregador, ou
II. Gerado diretamente no portal do eSocial na internet http://esocial.gov.br/
Dentre as duas possíveis formas de envio, caso a legislação permitisse escolher, qual
você optaria para utilizar na sua empresa?
( ) I ( ) II
Por quê motivo
a) Facilidade
b) Custo
c) Devido o sistema da empresa não estar adaptado ao eSocial
17. O software – sistema de folha de pagamento – da sua empresa já encontra-Se apto para
as mudanças propostas pelo eSocial?
( ) Sim ( ) Não