Pensar o Direito em Fernando Pessoa -...

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Pensar o Direito em Fernando Pessoa

Reflexões a partir de alguns fragmentos da obra pessoana

“Quem só o Direito estuda, não sabe Direito.”

Holbach

(L’Interprétation de la Loi sur lês Sociétés, 1906)Referido por Carlos Maxiliano. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 10a. ed.

Rio de Janeiro : Forense, 1988. p. 197.

“Toda ficção contém sempre uma promessa de sentido”

José Calvo González

EL ESCUDO DE PERSEO

La cultura literaria del derecho

Editorial Comares, 2012.

Medusa - pintura de Caravaggio(1597. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália)

A SUBLIME TRINDADE LITERÁRIA LUSITANA

Camões

Pessoa

Saramago

Luís Vaz de Camões: o legado perpétuoda língua portuguesa

“E, se mais mundo houvera, lá chegara”(Último verso da 14ª estância do Canto VII)

Os Lusíadas representa um tesouro único para nossa língua porque, nesse Poema

Épico, Camões utilizou todas as variantes do português, não só em relação ao verbos,

advérbios e adjetivos, mas no uso das figuras de linguagem, esgotando todas as

possibilidades de construções semânticas próprias da nossa língua, ou seja, ele

condensou em seu texto uma espécie de gramática perpétua do português.

Na hipotética situação de um extermínio de registros e obras produzidas na língua

portuguesa, Os Lusíadas, por si só, seria suficiente como preservação de tudo que foi

construído por nossos pais da língua. O livro seria uma espécie de manual para se

reconstruir novamente a linguagem escrita de nossa última flor do Lácio.

 

Os Lusíadas para Crianças - Era uma Vez um Rei que Teve um Sonho

Leonoreta Leitão - Martins Editora

Fernando Pessoa: a consolidação do português como língua poética e da

expressão da alma

“Eu não sei o que sou.Não sei se sou o sonhoQue alguém do outro mundo esteja tendo...Creio talvez que estouSendo um perfil casual de rei tristonhoDuma história que um deus está relendo...”

(Fernando Pessoa. 19/10/1913. Poesia, 1902-1917. São Paulo : Companhia das Letras, 2006)

José Saramago: a reinvenção da literatura e o prazer da interatividade

Para respirar Saramago - Mantovanni Colares(publicado no site Amigos do Livro)

Alguns meses depois, estimulado por minha verdadeira paixão devotada a Fernando Pessoa, aventurei-me a folhear "O Ano da Morte de Ricardo Reis", porque ali o protagonista era justamente um dos heterônomos do poeta da alma. O início foi sofrível, atormentava-me a sequência uniforme do texto, até que parei para respirar. Respirei fundo, e só aí entendi a chave do gênio Saramago: seu estilo provocante é, na verdade, um inteligente método de autodomínio linguístico. O leitor não se pode deixar preso na armadilha estrutural do texto. Cada leitor há de fazer sua pontuação, sua pausa. A liberdade do ritmo é nossa. Saramago nos presenteou com a possibilidade de sermos coautores de sua obra. 

http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=7597

Texto de Fernando Pessoa em prosa, a respeito do Direito

“Nenhuma lei é benéfica se ataca qualquer classe social, ou restringe a sua liberdade”.

(“As Algemas” – 1926. Obra essencial de Fernando Pessoa – prosa publicada em vida. Edição Richard Zenith. Lisboa : Assírio & Alvim, 2006. p. 439)

Alguns fragmentos de Pessoa e o olhar no Direito

Ontem o pregador de verdades dele...

Alguns fragmentos de Pessoa e o olhar no Direito

O Monstrengo (do livro Mensagem)

Alguns fragmentos de Pessoa e o olhar no Direito

As viagens, os viajantes – tantas espécies dele!

Alguns fragmentos de Pessoa e o olhar no Direito

Passa uma borboleta por diante de mim

Vem, noite antiquíssima e idêntica,

“Sinto-me nascido a cada momentoPara a eterna novidade do mundo...”

Fernando Pessoa Poesia completa de Alberto Caeiro.

São Paulo : Companhia das Letras, 2005. p. 19.

mantovanni@ufc.br