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Por: Vitor Emmanuel Nogueira 12/08/2012
Parede abdominal
A parede abdominal estende-se desde a caixa torácica osteocatilaginosa até a pelve.
A parede abdominal consiste em pele, tecido subcutâneo (fáscia superficial e gordura)
fáscia profunda, músculos, fáscia transversal, gordura extraperitoneal e peritônio parietal.
Parede abdominal anterior: A parede abdominal anterior é limitada superiormente pelas bordas costais direita e
esquerda; inferiormente por uma linha que une cada espinha ilíaca ântero-superior à sínfise
púbica e de cada lado por uma linha vertical através das espinhas ilíacas anteriores.
Anatomia da superfície da parede abdominal anterior: o umbigo é a
estrutura mais evidente da parede abdominal anterior na maioria das pessoas. Este representa
o primeiro local de fixação do cordão umbilical. Em pessoas com um bom físico, o umbigo
localiza-se ao nível do disco intervertebral entre as vértebras L3 e L4.
Uma linha que une o processo xifoide à sínfise púbica indica a posição da linha alba,
linha ou faixa branca fibrosa mediana. Ela divide a parede abdominal anterior em metades
direita e esquerda.
A linha semilunar é uma linha que se estende da nona cartilagem costal até o
tubérculo púbico. Esta linha semilunar indica a borda lateral do m. reto do abdome.
A localização do canal inguinal é indicada pelo sulco inguinal. Ele também indica a
divisão entre a parede abdominal anterior e a coxa.
Outros pontos de referência na parede abdominal anterior são a sínfise púbica, crista
púbica, tubérculo púbico e a crista ilíaca.
Planos e regiões do abdome: para caráter descritivo, o abdome é dividido por
quatro planos em nove regiões. Os planos medioclaviculares formam os planos sagitais e os
planos subcostal e transtubercular (entre os tubérculos da crista do íleo) formam os planos
horizontais. Além disso, outros dois planos horizontais comumente usados são o transpilórico
e o transumbilical.
O plano transpilórico é um plano horizontal situado a meio caminho entre a incisura
jugular e o manúbrio do esterno e a sínfise púbica. O plano transpilórico passa pela borda
inferior da vértebra L1 e passa através do piloro do estômago, a junção entre o estomago e o
duodeno. Ele também atravessa a junção duodenojejunal o colo do pâncreas e os hilos renais.
Na divisão do abdome em quadrantes, utilizamos a linha mediana para separar os
lados direito e esquerdo e a linha transumbilical para individualizar as porções superiores e
inferiores.
Por: Vitor Emmanuel Nogueira 12/08/2012
Fáscias da parede abdominal anterior: a fáscia sob a pele da parede
abdominal anterior consiste nas lâminas superficial e profunda.
A fáscia superficial consiste em uma lâmina que contém uma quantidade variável de
gordura. A fáscia superficial imediatamente acima do ligamento inguinal pode ser dividida em
duas lâminas, uma superficial adiposa (fáscia de Camper) e uma lâmina profunda membranosa
(fáscia de Scarpa) contendo tecido fibroso e pouca gordura. Os vasos e nervos superficiais
localizam-se entre estas duas fáscias.
A fáscia profunda é uma lâmina forte, muito delgada, sobre os músculos superficiais e
que não pode ser facilmente separada deles.
Músculos da parede abdominal anterior: há quatro importantes pares de
músculos na parede abdominal anterior: três músculos planos (oblíquo externo, oblíquo
interno e transverso do abdome) e um músculo semelhante a uma faixa (reto do abdome). Em
cerca de 80% das pessoas há um músculo abdominal triangular pequeno, o músculo piramidal,
que se localiza na frente da parte inferior do músculo reto do abdome.
O m. oblíquo externo é o maior e mais superficial dos três músculos planos do
abdome. Seu ventre forma a porção anterolateral e sua aponeurose forma a parte anterior. À
medida que as fibras deste músculo se dispõem medialmente, tornam-se aponeuróticas. Esta
aponeurose termina medialmente na linha alba. Inferiormente, dobra-se sobre si mesma para
formar o ligamento inguinal, entre a espinha ilíaca ântero-superior e o tubérculo púbico.
Medialmente ao tubérculo púbico, a aponeurose do m. oblíquo externo fixa-se à crista púbica.
Algumas fibras do lig. Inguinal atravessam a linha alba e fixam-se à crista púbica do lado
oposto. Essas fibras formam o ligamento inguinal reflexo. A parte medial do lig. inguinal é
refletida horizontalmente e fixada à linha pectínea do púbis como o ligamento lacunar.
Imediatamente acima da parte medial do lig. Inguinal, há uma abertura na aponeurose, o anel
inguinal superficial.
O m. oblíquo interno é o intermediário dos 3 músculos planos. Suas fibras também
tornam-se aponeuróticas a aponeurose divide-se para formar uma bainha para o m. reto do
abdome. As fibras inferiores da aponeurose curvam-se sobre o cordão espermático localizado
no canal inguinal. A seguir descem posteriores ao anel inguinal superficial para fixar-se à crista
e linha pectínea do púbis. As fibras tendinosas mais inferiores do oblíquo interno unem-se às
do transverso do abdome para formar o tendão conjunto, que se desloca para baixo e se
insere na crista púbica e linha pectínea do púbis.
O m. transverso do abdome é o mais interno dos 3 músculos planos do abdome.
Suas fibras orientam-se horizontalmente exceto pela sua porção mais inferior. Este músculo
termina em uma aponeurose q ajuda a formar a bainha do músculo reto do abdome.
O músculo reto do abdome é o principal músculo vertical da parede abdominal
anterior. Os dois músculos são separados pela linha alba. A borda lateral do m. reto e sua
bainha são convexas e formam um ponto de reparo superficial, a linha semilunar. A maior
parte do m. reto do abdome está no interior da bainha do m. reto, formada pelas aponeuroses
Por: Vitor Emmanuel Nogueira 12/08/2012
dos 3 músculos planos. A lâmina anterior da bainha do m. reto do abdome está firmemente
fixada ao m. em três ou mais intersecções tendíneas.
A bainha é o compartimento fibroso forte, incompleto do m. reto do abdome. Forma-
se pela fusão e separação das aponeuroses dos m. abdominais planos.
Em sua borda lateral, a aponeurose do oblíquo interno divide-se em duas camadas,
uma passando na frente do m. reto e outra passando por trás dele. A camada anterior une-se à
aponeurose do oblíquo externo para formar a lâmina anterior da bainha do m. reto. A camada
posterior une-se à aponeurose do transverso do abdome para formar a lâmina posterior desta
bainha. As fibras das laminas anterior e posterior da bainha se entrelaçam na linha mediana,
formando uma rafe tendíneas complexa, a linha alba.
A bainha do m. reto do abdome é deficiente em duas porções: acima da borda costal,
visto que o m. transverso do abdome passa internamente às cartilagens costais e o oblíquo
interno fixa-se à borda costal, logo o m. reto do abdome situa-se diretamente sobre a parede
torácica; e o quarto inferior de sua bainha também é deficiente, porque a aponeurose do m.
oblíquo interno não se divide para envolver o músculo. O limite inferior da lâmina posterior da
bainha do m. reto é marcado pela linha arqueada (geralmente a meio caminho entre o umbigo
e a crista púbica). Abaixo da linha arqueada, as aponeuroses dos três m. planos passam na
frente do m. reto para formar a lâmina anterior desta bainha.
Estruturas importantes da bainha do m. reto são os vasos epigástricos superiores e
inferiores e as porções terminais dos cinco vasos e nervos intercostais inferiores e subcostais.
A fáscia transversal é uma lâmina de revestimento interno que recobre a maior parte
da parede abdominal, ela recobre a face profunda do m. transverso do abdome e sua
aponeurose é contínua de um lado a outro, profundamente à linha alba. A fáscia transversal é
separada do peritônio por uma quantidade variável de gordura extraperitoneal.
Nervos da parede abdominal: A pele e músculos da parede abdominal
anterior são supridos principalmente pelos ramos ventrais dos seis nervos torácicos inferiores
(continuação dos nn. intercostais inferiores, T7 a T11 e nn. subcostais, T12. A porção mais
inferior do abdome, incluindo região inguinal e face superomedial da coxa, é inervada por dois
ramos do tronco ventral de L1, os ramos ilioipogástrico e ilioinguinal, respectivamente.
Os ramos de T7 a T9 suprem a pele acima do umbigo, T10 inerva a pele ao redor do
umbigo e T11, T12 e L1 suprem a pele abaixo do umbigo.
Suprimento arterial da parede abdominal: pequenas artérias se
originam dos ramos anteriores e colaterais das artérias intercostais posteriores no 10º e 11º
espaços intercostais e dos ramos anteriores das artérias subcostais para suprir a parede
abdominal anterior.
As principais artérias da parede abdominal anterior são as artérias epigástrica inferior e
circunflexa profunda do ílio, ramos da ilíaca externa, e a epigástrica superior, que é ramo
terminal da artéria torácica interna.
Por: Vitor Emmanuel Nogueira 12/08/2012
Drenagem venosa e linfática: a veia epigastrica superficial e a veia torácica
lateral anastomosam-se, unindo as veias das metades superior e inferior do corpo. As três
veias inguinais superficiais terminam na safena magna.
Os linfáticos superficiais da parede anterolateral do abdome, acima do umbigo,
seguem para os linfonodos axilares, enquanto aqueles abaixo do umbigo drenam para os
linfonodos inguinais superficiais. A linfa da parede abd. anterior, em geral, drena para os
linfonodos lombares e para os ilíacos comuns e externos.
Superfície interna da parede abdominal anterior: a superfície interna
ou profunda dessa parede é recoberta por peritônio parietal. Apresenta várias pregas
peritoneais, algumas com remanescentes de vasos fetais. Uma prega peritoneal é uma
elevação do peritônio com uma borda livre, geralmente levantada por um vaso sanguíneo
subjacente ou seus remanescentes ligamentosos. Há depressões ou fossas entre pregas
adjacentes. Acima do umbigo, há uma grande prega mediana, denimonada ligamento
falciforme, que corre superiormente até o fígado e o diagragma. A borda livre desse ligamento
contém o lig. redondo, remanescente da veia umbilical.
Abaixo do umbigo, cinco pregas umbilicais (duas de cada lado e uma no meio) passam
superiormente em direção ao umbigo. As pregas umbilicais laterais recobrem as artérias
epigástricas inferiores. As pregas umbilicais mediais recobrem os ligamentos umbilicais
mediais, partes obliteradas das artérias ulbilicais fetais.A prega umbilical mediana recobre o
ligamento umbilical mediano, remanescente fibroso do úraco, que unia a bexiga fetal ao
umbigo.
Região Inguinal A reguão inguinal é uma área de fraqueza na parede abdominal anterior,
principalmente em homens, pela passagem do testículo e do funículo espermático.
O canal inguinal: esta é uma passagem oblíqua, com cerca de 4 cm de
comprimento no adulto. Corre em sentido infero-medial, imediatamente superior e paralela à
porção medial do ligamento inguinal. O canal inguinal possui duas paredes (anterior e
posterior), duas aberturas, os anéis inguinais superficial e profundo, um teto e um assoalho.
A parede anterior do canal inguinal é formada pela aponeurose do oblíquo externo e
reforçada lateralmente por fibras do m. obíquo interno; a parede posterior é formada
totalmente pela fáscia transversal e reforçada medialmente pelo tendão conjunto; o assoalho
é formado pela superfície superior do lig. Inguinal e lig lacunar e o teto é formado por fibras do
m. oblíquo interno e do m. transverso do abdome.
A artéria epigástrica inferior localiza-se no limite medial do anel inguinal profundo,
sendo suas pulsações um ponto de referência útil para determinar a localização deste anel
durante o ato cirúrgico.
O anel inguinal superficial é uma abertura aproximadamente triangular na aponeurose
do oblíquo externo. Sendo sua base a crista púbica. O ápice direciona-se superolateralmente,
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os lados do triângulo são formados pelos pilares medial e lateral do anel inguinal. Emergindo
do anel superficial está o funículo espermático, no homem, e o ligamento redondo do útero,
na mulher. Além disso, o nervo ilioinguinal sai através do anel inguinal superficial.
O anel inguinal profundo é uma abertura semelhante a uma fenda na fáscia
transversal. Localiza-se imediatamente ao lado da artéria epigástrica inferior. As bordas do
anel profundo não são bem definidas como as do anel superficial.
Por: Vitor Emmanuel Nogueira 12/08/2012
Referências Bibliográficas
Moore, Keith L. Anatomia Orientada para a Clínica, 3ª Ed. 1994;
Sobotta, Atlas de Anatomia Humana, 22ª Ed., Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan 2008;