Os Pontos Concretos de Esforço - Meditação

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Equipes de Nossa Senhora

EQUIPE 12NOSSA SENHORA DO CARMOSETOR LAGOSREGIÃO RIO iv equipe12ens.blogspot.com

FORMAÇÃO

MEDITAÇÃO DA PALAVRA

OS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Isaias 55, 10-11

“Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vês irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for da minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.”

Na meditação o objetivo último não é interpretar a Bíblia, mas interpretar a vida. Celebrar a palavra viva que Deus fala hoje na vida de cada um, na vida do povo, na realidade do mundo em que se vive.

“Por meditação, entendemos essa busca ansiosa do conhecimento de Cristo, que o amor exige, estimula e recoloca sempre, porque aquele que ama aspira a conhecer sempre e melhor para amar sempre mais...” (Padre Caffarel)

Falando com a Samaritana Jesus respondeu:“Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está pedindo de beber, você é que lhe pediria. E Ele daria a você a água viva. Quem bebe desta água que eu vou dar, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe darei, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 10.13-14)

Se alguém tem entendimento das Escrituras Divinas ou parte delas, mas se com esse entendimento não edifica a dupla caridade – a de Deus e a do próximo – é preciso reconhecer que nada entendeu…(Santo Agostinho – Séc IV)

Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas? Jesus respondeu: Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure. Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram.” (Mt 13, 10; 14-17)

Estamos a 15 de outubro de 1967. . .

Na basílica de São Pedro, dois mil e quinhentos leigos de todos os países participam da missa concelebrada pelo Papa e vinte e quatro cardeais e bispos.

Segundo o Papa Paulo VI, o que assegura a eficácia da ação do leigo cristão? -A união com Cristo!

“Somente a vossa união pessoal e profunda com Cristo, poderá assegurar a fecundidade do vosso apostolado, qualquer que ele seja.”

Papa Paulo VI

E eis que renasce no meu íntimo esta pergunta que, por vezes, se toma em mim lancinante como um remorso: Não andei eu errado por não introduzir, dentre as obrigações dos Estatutos, a meditação cotidiana, como era o meu pensamento, como me era solicitado por vários casais da primeira hora?

O fato é que eu verifico serem muitos ainda os membros das equipes  que não fizeram até agora esta descoberta. A exortação vigorosa e solene do Papa será por eles ouvida?

Que surto renovador de vida cristã pessoal, de vitalidade conjugal e familiar, de vitalidade nas nossas equipes, não seria possível esperar, se num espírito de amor filial e de docilidade, todos os membros do Movimento levassem a sério o apelo insistente de Paulo VI para a meditação!

Pe. Henri Caffarel (Editorial da Carta Mensal – junho de 1968)

Leitura do Evangelho segundo São Lucas 8, 4-15

"Uma grande multidão, vinda de várias cidades,veio ver Jesus. Quando todos estavam reunidos, Ele contou esta parábola: -Certo homem saiu para semear ...

E Jesus terminou, dizendo: - Quem quiser ouvir, que ouça!

Os discípulos de Jesus perguntaram o que ele queria dizer com essa parábola. Jesus respondeu:A vocês Deus mostra os segredos do seu Reino.Mas aos outros tudo é ensinado por meio deparábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam.

Jesus disse aos Apóstolos:- A vocês Deus mostra os segredos do seu Reino.- Aos outros tudo é ensinado por meio de parábolas.Você se considera um apóstolo ou você se inclui entre os outros?O que vamos dizer a Jesus quando estivermos frente a frente?

A meditação consiste em encontrar o Senhor, todos os dias, numa prece silenciosa.

“Sejam constantes na oração; que ela os mantenha vigilantes, dando graças a Deus”.(Cl 4,2)

Somos chamados a dar nosso tempo ao nosso Deus, para uma conversa com Ele e viver sua presença. A meditação quotidiana desenvolve em nós a capacidade de escuta e de diálogo com Deus. Ela consiste em ter um tempo para estar a sós com Aquele que nos ama. É um tempo de escuta silenciosa, de coração a coração, um tempo de descoberta e de acolhimento do projeto que Deus tem para nós.

Não existem regras rígidas para rezar. Cada pessoa decide o que é apropriado para ela (quando, onde e como). O que parece mais importante para desenvolver essa profunda união com Deus é a perseverança e a regularidade. (Guia das ENS – Fl. 24)

“As palavras na meditação não são discursos mas gravetos que alimentam o fogo do amor”. (Catecismo da Igreja Católica, 2717)

No livro CONSTRUIR O HOMEM E O MUNDO, o Pe. Michel

Quoist, diz o seguinte: SABER PARARMuitas vezes o homem moderno apenas se suporta porque não tem mais tempo, ou não sabe mais arranjar tempo de parar, e de se olhar interiormente, para tomar consciência de si mesmo. À força de se omitir, não ousa mais recolher-se, porque seria brutalmente recolocado diante da responsabilidade que o amedronta. Agitar-se dá-lhe a impressão de estar vivendo, mas ele na realidade está se aturdindo, o que faz que ele escape a si mesmo e se condene à vida instintiva. Não é mais homem, e sim, animal. Aceitar parar é o primeiro ato que lhe vai permitir restituir-se a si mesmo.

- Se você quiser assenhorar-se daquilo que há de mais profundo em você, é preciso saber parar.- Não espere que Deus faça você parar para tomar consciência de que você existe. Quando isso se der, será tarde demais, e você não poderá mais ter mérito.- Você não tem tempo de parar? Seja franco: há momentos vazios entre suas ocupações, há um tempo “picadinho” em sua vida. Não se apresse em enchê-lo com barulho, com o jornal, com uma conversa, uma presença ...- Aceitar parar é sinal que você aceita olhar-se; e olhar-se já é começar a agir, pois é fazer penetrar o espírito no interior de si mesmo.- Nunca “mate o tempo”. Por mais diminuto que ele seja, é providencial: o Senhor está presente nele. E ele o convida à reflexão e à decisão para que você se torne mais humano.

Assim como ninguém se torna marceneiro, músico, escritor da noite pra o dia, tampouco se torna pessoa de oração sem um aprendizado consciencioso.Aconselho vivamente, portanto, que se cuide dos gestos e das atitudes no início da meditação. Uma atitude clara e forte de um ser humano bem desperto, presente a si mesmo e a Deus; uma inclinação profunda ou um sinal da cruz, com vagar, carregado de sentido.(Livro Porfeta do Matrimônio – Pe. Henri Caffarel)

A lentidão e a calma têm muita importância para a ruptura com o ritmo precipitado e tenso de uma vida agitada e apressada.Alguns instantes de silêncio: como uma freada, contribuirão para introduzi-lo no ritmo da meditação e a operar a ruptura necessária com as atividades precedentes. Fazer uma oração vocal, vagarosamente, à meia-voz.

Tome consciência de Deus presente: um vivente, o Grande Vivente, que está aí, que está à sua espera, vê você, ama você.Ele tem a sua idéia sobre esta oração que começa e pede-lhe que você esteja cegamente de acordo com o que Ele quer dela.Cuide das atitudes interiores mais ainda do que das do corpo. As atitudes fundamentais do ser humano em face de Deus:dependência e arrependimento.

A base de toda e qualquer oração é a experiência de pobreza interior, de uma verdadeira indigência. Rezam os que experimentam fome e sede de Deus. Rezam os que buscam um sentido para os seus dias. Não basta viver, sem atenção ao mistério mais profundo de nós mesmos. Orar é saber-se engolfado por uma presença que envolve e nos perscruta. A oração manifesta uma dependência amorosa de Deus. É sempre o “seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”. É longoo aprendizado daoração, muito longo, cheio de surpresas.

Arrependimento: este sentimento agudo de nossa inata indignidade na presença da Santidade de Deus. Como São Pedro que, de repente, cai por terra diante de Cristo: “Afasta-te de mim, sou apenas um pobre pecador”.

Essas duas atitudes são importantes para aplainar em você os caminhos do Senhor.Estando assim com a alma predisposta, peça a graça da meditação, pois como já lhe disse, a meditação é um dom de Deus antes de ser uma atividade humana. Chame humildemente o Espírito Santo, ele é o nosso Mestre de oração.

Assim preparada, a meditação propriamente dita pode começar.Então, surgem três grandes faculdades sobrenaturais que o Senhor nos deu, para entrarmos em comunhão com Ele, a fé, a caridade e a esperança.

Medite no que Deus nos diz de si mesmo por meio da Criação – onde tudo fala de suas perfeições - pela Bíblia e, sobretudo por meio de seu Filho que se encarnou, viveu e morreu para nos revelar o amor infinito do Pai ...

Movido pela fé, exercite a caridade.“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.”(I Coríntios, 13, 1;13)

É também próprio do amor aspirar à união com aquele que se ama – e à felicidade que essa união promete.

Quando se trata de Deus, essa aspiração se chama esperança. Exercitem, pois, também a esperança.

Os Equipistas que meditam haverão de tomar um breve texto da Escritura. Bom seria se não fosse um textolongo. O texto lido é levado ao fundo do coração.No santuário de cada um, se pensa naquilo que oSenhor pode bem querer dizer. Depois, haverá uma partilha do que um e outro acreditou ter sido mensagem de Deus. Guarda-semais uns instantes de silêncio e termina-se tudo com a leiturade um salmo ou delicada recitação do Magnificat de Nossa Senhora

(Frei Almir Guimarães, OFM SCE Setor B – Petrópolis/RJ)

Na meditação, a primeira preocupação não é fazer pedidos, nem querer falar de suas coisas. A mente e a vontade, mesmo tentadas por distrações, concentram-se em Deus e acolhem aquilo que Ele quer dizer. Pode ser que durante muito tempo, anos mesmo, a meditação seja um martírio e tenhamos uma verdadeira secura interior. Pouco importa: é na perseverança que seremos fiéis aos desígnios de Deus a nosso respeito e a respeito do casamento e da vida cristã no meio do mundo.

(Frei Almir Guimarães, OFM SCE Setor B – Petrópolis/RJ)

A meditação, se possível diária, vai fazendo com que cada um de nós dê importância ao que merece importância.

Os que meditam, sozinhos, em casal, ou em grupo, vão atingindo o fundo do coração. Deixam de ser pessoas superficiais e mergulham no oceano de Deus.

(Frei Almir Guimarães, OFMSCE Setor B – Petrópolis/RJ)

O Silêncio na meditação nos permite ouvir, colocarmo-nos em condições de escuta. Assim, pela audição atenta da Palavra em nós, na meditação, colocamo-nos em condições de escuta: não acreditar que se saiba tudo, não selecionar o que nos interessa, não querer que os textos digam o que queiramos que digam.

Thomas Merton escreve: “Quem não permite ao seu espírito que fique abatido ou desanimado pela aridez e impotência, mas deixa Deus conduzi-lo calmamente pelo deserto e não deseja outro amparo ou guia além da fé pura e da confiança só em Deus, alcançará uma profunda e tranqüila união com Ele” (Sementes de Contemplação, Livraria Tavares Martins, Porto, 1956, p. 227).

Será importante perseverar na meditação. Só assim os casais das Equipes serão Santos e só assim poderão agir no mundo com eficiência. Não podemos ser apenas tocadores de obras na vida e na Igreja. Mas é preciso coragem e perseverança.

A meditação é um exercício para atingir a plena união com Deus. Na medida em que o homem vai dando resposta às visitas de Deus e for se simplificando, pode ter certeza de que Deus vem tomar conta dele. Assim também acontece na vida de um casal cristão. Depois do grau de oração chamado meditação, vem a contemplação: “Logo se manifesta qualquer razoável indício de que Deus está chamando o espírito para o caminho da contemplação, devemos ater-nos tranqüilamente a uma oração extremamente simplificada, (...) e aguardar em nossa inanidade e com vigilante esperança, que a vontade de Deus se cumpra em nós” (Thomas Merton, Sementes de Contemplação, cit. P. 229).

Os que são fiéis à meditação, aos poucos, com a purificação dos sentidos e dos desejos que Deus pode operar, vão se perdendo em Deus e vivem a chama do amor de que falam os místicos. O que se passa nesses corações é segredo entre eles e o Senhor. (Frei Almir Guimarães, OFM - SCE Setor B – Petrópolis/RJ)