Post on 12-Jan-2016
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Organizações: estruturas, processos e resultados (Cap. 1 e 2)As organizações são estudadas, principalmente, por dois fatores: por ser um
fator predominante na sociedade contemporânea e por que as organizações
impactam na vida das pessoas.
As organizações existem para que as coisas sejam feitas, principalmente para
que as tarefas que os indivíduos não podem realizar isoladamente sejam
realizadas.
Este aglomero de indivíduos nas organizações tem sido foco de diversos
estudos organizacionais, com enfoque direcionado a como os indivíduos
reagem na condição de empregados de organizações e suas principais
tendências, entre as quais se destacam:
O crescimento do trabalho temporário e em meio período;
O crescente número de pessoas que trabalham a distância;
A mudança da discriminação da variável gênero para educação;
A diminuição do trabalho industrial e aumento da prestação de serviços;
Aumento da diversidade das equipes de trabalho.
As análises organizacionais – e por consequência, dos indivíduos nas
organizações – deve considerar a lente deste relacionamento empresa x
indivíduo bem como os fatores econômicos.
O pesquisador organizacional deve atentar para o aspecto de que
organizações e indivíduos mantém relações recíprocas e complexas. Enquanto
algumas adotam políticas e programas de relacionamento com os
trabalhadores, outras são resistentes à adoção de tais práticas.
Com relação aos impactos que as organizações (tanto as privadas quanto as
públicas) promovem, eles podem ser positivos ou negativos e podem afetar
tanto a comunidade quanto o indivíduo. Da mesma forma, as organizações
podem ser tanto sujeito quanto objeto de acidentes.
Como as organizações são um sistema social e participam de um de
proporções mais amplas, sua perspectiva e tendência às mudanças afetam e
contribuem com as mudanças ocorridas neste ambiente.
Existem organizações altamente propícias à mudança organizacional e, da
mesma forma, são agentes da mudança, são sistemas mais abertos e, como
consequência, sujeito e objeto das mudanças ocorridas.
É importante ressaltar que as organizações, mesmo as que ativamente
proporcionam as mudanças, resistirão a novas mudanças após realizada a
mudança desejada.
Por outro lado, existem as organizações que são opositoras às mudanças, pois
por sua natureza, elas são conservadoras. Devido à essa característica nota-se
a dificuldade na adoção de novas políticas governamentais e aplicação dos
programas de governos sinalizados durante a campanha, principalmente
quando ocorre a alternância no poder.
Após definir organizações e indicar que as organizações possuem realidades
próprias, a última finalidade do estudo das organizações é diferenciar ou
classificá-las.
Para Weber, as organizações são grupos corporativos, que envolvem relações
sociais fechadas ou limitantes à admissão de novos membros, com o suporte
de regras, “até o ponto em que sua ordem seja imposta pela ação de indivíduos
específicos que ocupam essa função usual de um chefe ou ‘superior’ e,
usualmente, também uma equipe administrativa”. (Weber, 1947, pp. 145-146).
Na visão de Barnard, as organizações são sistemas “de atividades ou forças
coordenadas conscientemente, envolvendo duas u mais pessoas” (Barnard,
1938, p. 73) e enfatiza o papel do indivíduo, que precisam comunicar-se, ser
motivados e tomar decisões.
Há, ainda, as versões da definição de organização que enfocam no termo
“metas”, para o qual existem pontos importantes a considerar:
Muitas coisas que não têm nada que ver com metas acontecem em uma
organização;
As metas podem ser consideradas como concretizações ou algo que
“possui uma existência e um comportamento independentes do
comportamento de seus membros”;
Ao utilizar o termo “metas”, no plural, deduz-se que as organizações
possuem diversas metas, que, geralmente, são contraditórias; e
As metas estão no centro de toda a análise organizacional, são elas que
direcionam a liderança, a tomada de decisão, normas de comunicação e
todo campo de análise organizacional, que não serão entendidas caso
não se considerem as metas.
Outra questão a ser considerada na definição das organizações são seus
limites, podendo ser bem delimitadas em alguns casos e, em outros, é
praticamente impossível determiná-los.
Com estes aspectos em consideração, conclui-se que uma definição de
organização plausível para o momento atual, qual seja:
“Uma organização é uma coletividade com uma fronteira relativamente
identificável, uma ordem normativa (regras), níveis de autoridade (hierarquia),
sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos membros
(procedimentos); essa coletividade existe em uma base relativamente contínua,
está inserida em um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se
encontram relacionadas a um conjunto de metas; as atividades acarretam
consequências para os membros da organização, para a própria organização e
para a sociedade”.
Se há uma análise difícil a ser realizada com relação às organizações é quanto
à sua tipificação, à separação de organizações em grupos. Diversas formas já
foram utilizadas, sendo algumas consideradas internacionalmente como
válidas, porém todas com vantagens e desvantagens.
Em síntese, para classificar as organizações em grupos, devem ser
consideradas as seguintes variáveis: o tamanho da empresa; a medida em que
a empresa é pública; o grau em que a organização é democrática; e o grau de
poder do mercado ou o domínio ambiental que uma organização possui.
Referência
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. 8.ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2004. Caps. 1 e 2, p. 1-43.