Post on 03-Nov-2018
1
O USO DOS EPI’s POR PROFISSIONAIS DE MANICURO E PEDICURO.
Bárbara Eufrásio 1 Cássia dos Santos 2
Vânia Regina Novotny 3
Resumo: Os serviços oferecidos pelos profissionais de manicuro e pedicuro estão sempre em evidência, há buscas constantes desses profissionais para realização do embelezamento de mãos e pés. São imprescindíveis os cuidados e orientações que estes profissionais devem ter para realizar de forma segura e eficaz seu trabalho. A pesquisa de campo realizada teve como objetivo identificar as barreiras que os encontram que os impedem de trabalhar paramentados de forma correta, evitando os riscos de transmissão de doenças, resultantes da falta de uso dos EPI`s. O presente estudo utilizou metodologia do tipo exploratório descritivo com abordagem quantitativa, tendo a aplicação de um questionário estruturado com perguntas fechadas, realizada com 32 profissionais de manicuro e pedicuro de 28 salões de beleza cadastrados pela Vigilância Sanitária da cidade de Balneário Piçarras – SC, durante o mês de novembro de 2011. Ao analisar os resultados obtidos com a aplicação do questionário, constatou-se escassez de informações referentes aos EPI`s e suas funções, a falta de conscientização das doenças transmissíveis, e os riscos susceptíveis a saúde do profissional no ambiente de trabalho. Palavras-chaves: Biossegurança. Manicuro e Pedicuro. Qualidade. EPI`s 1 INTRODUÇÃO
A procura por profissionais da beleza especialmente na área de manicuro e pedicuro
vem aumentando, é de suma importância a conscientização desses profissionais
quanto aos riscos existentes no exercício desta profissão, riscos estes, que podem
causar danos à saúde, como a contaminação e transmissão de doenças infecciosas
através dos materiais utilizados no âmbito de trabalho.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, biossegurança é considerada um conjunto de
ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: baheufrasio@hotmail.com 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: cassiaa.santos@hotmail.com 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: vania.novotny@univali.br
2
de serviços, podendo comprometer a saúde do homem, animais, plantas, do meio
ambiente e a qualidade no trabalho desenvolvido (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
Para Nogueira (1996) um dos principais objetivos em uma empresa é com a
biossegurança, sendo vista, como a realização de práticas destinadas a conhecer e
controlar os riscos que o trabalho em saúde, e também em estética, pode aportar ao
ambiente e a vida.
Uma das ações de biossegurança para a proteção da saúde humana durante a
prestação de serviços é o uso correto dos EPI’s (equipamentos de segurança
individual), tais como luvas, máscara, touca, jaleco, óculos de proteção e sapatos
fechados. (RAMOS, 2009)
Sendo inúmeros os riscos que os profissionais de manicuro e pedicuro são expostos
no dia a dia de trabalho, as doenças infecciosas virais como hepatites, HIV e outros
microorganismos, podem ser transmitidas ao profissional quando não há o uso de
equipamento de proteção individual.
Merece atenção especial a gestão de qualidade no ambiente de trabalho, devido a
fatores relacionados à educação e treinamento no serviço do profissional, assim
favorecendo que o mesmo possa vir a cumprir suas tarefas de forma correta e
segura.
O objetivo da presente pesquisa é identificar os aspectos que impedem o uso de
EPI’s pelos profissionais de manicuro e pedicuro. Sendo aplicados questionários em
salões de beleza da cidade de Balneário Piçarras, para a identificação sobre o uso
adequado dos EPI’s na realização destes serviços. Haverá distribuição para esses
profissionais de folders informativos, nos quais conterão instruções sobre os EPI`s,
doenças transmissíveis no ambiente de trabalho e os riscos provenientes da falta
dos mesmos.
3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A construção de um conceito de biossegurança se desenvolveu na Califórnia, na
década de 70, na reunião de Asilomar, onde a comunidade científica iniciou a
discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade (COSTA;
COSTA apud SCHMIDLIN, 2005).
O termo biossegurança vem sofrendo alterações significativas ao longo do tempo,
sendo que, na norma específica do Ministério da Saúde, a biossegurança está
destinada a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações que visam
controlar, prevenir, reduzir ou eliminar riscos ligados às atividades que possam vir a
comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente (BRASIL, 2010).
Em um ambiente de trabalho, Nogueira (1996) afirma que a biossegurança deve ser
completada através de estratégias comunicacionais adotadas pelos membros
constituintes de um estabelecimento, assim sistematizando normas de boas
práticas, renovando a instituição e obtendo a gestão de qualidade na empresa.
Dentro do raciocínio a Sociedade Americana para a Qualidade (AQS), define a
qualidade no trabalho por características de serviço ou produto, que dão
sustentação a sua habilidade em satisfazer requisitos específicos ou necessidades
implícitas (QUALIDADE.ENG, 2011).
O profissional de manicuro é definido no Dicionário Michaelis (1998) como
profissional que trata das mãos de seus clientes aparando, polindo e esmaltando-
lhes as unhas. O Instituto Nacional de Salões de Beleza e Estética e Similares -
INBES, 2011), complementa informando que manicuro e pedicuro são profissionais
que cuidam da saúde e embelezamento das unhas das mãos e dos pés, por meio de
técnicas de uso de instrumentos específicos de seu trabalho, como alicates,
cortadores e lixas, a fim de cortar, aparar e lixar as unhas, remover cutículas e por
fim a aplicação de esmalte.
Todos que exercem funções em um estabelecimento de beleza segundo Ramos
(2009) devem evitar contato direto com matéria orgânica, para isto, é imprescindível
4
o uso de barreiras protetoras que irão reduzir as chances de exposição com a pele e
das mucosas a materiais infectados.
E estas barreiras, de acordo com o Ministério de Trabalho na Norma
Regulamentadora NR6, são equipamentos de proteção individual – EPI, todo
dispositivo de produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no trabalho
(BRASIL,1978).
Para o trabalho de manicuro e pedicuro Ramos (2009) recomenda a utilização dos
seguintes EPI’s pelos profissionais:
Luvas: São indicadas sempre que houver contato com mucosas, secreções e
sangue durante a manipulação de substâncias químicas e de artigos
contaminados, servindo também para proteção das mãos contra qualquer tipo
de sujidades.
Jaleco/Aventais: Os jalecos e aventais têm como função prevenir contra a
exposição da pele e das roupas do profissional a fluídos como secreções
orgânicas, exsudatos e sangue, além de prevenir também contra a
contaminação por produtos químicos.
Máscaras: São responsáveis pela proteção das mucosas da boca e do nariz
contra a ingestão ou inalação de partículas e aerossóis contendo micro-
organismos, especialmente durante o espirro, a tosse e até mesmo a fala.
Porém não são eficazes para a filtração de vapores, gases e substâncias
químicas.
Gorro: O gorro evita a queda dos cabelos na área do procedimento, além de
oferecer barreira mecânica contra as possibilidades de contaminações, pois
os cabelos podem servir como via de contaminação, contendo diversos micro-
organismos.
5
Óculos de proteção: É importante, pois a mucosa ocular apresenta menor
barreira de proteção que a pele, sendo assim, os óculos oferece proteção
contra infecções, privando os profissionais dos riscos de contato com fluidos
contaminados, como sangue, exsudatos, secreções, substâncias químicas e
até mesmo pequenas partículas de unhas que podem atingir os olhos quando
cortadas.
Sapatos Fechados: A utilização de sapatos fechados impede acidentes com
materiais pontiagudos e perfurocortantes durante o trabalho.
Para a obtenção na qualidade do trabalho desses profissionais, é preciso suprir
alguns requisitos como o gerenciamento de qualidade de serviço e produto, tempo,
valor agregado, higienização e organização dos materiais no ambiente de trabalho, e
o uso correto dos EPI’s em cada procedimento, evitando dessa forma a transmissão
de doenças.
2.1 Doenças Transmissíveis
Doenças causadas por agentes específicos que resultam na transferência desses
agentes de forma direta ou indireta de um reservatório para um hospedeiro
suscetível (AMATO NETO; BALDY, 1991).
No presente estudo serão focadas as doenças principais que podem ser
transmitidas pelo contato com o sangue na atividade de manicuro e pedicuro com a
utilização de instrumentos perfurocortantes, como é o caso da AIDS, Hepatite B e C.
2.2 AIDS
Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um conjunto de sintomas e sinais
caracterizado por transtorno do sistema imunológico, adquirido por uma infecção
viral, sendo HIV o vírus causador (RUBIO, 1997).
6
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus que ataca os linfócitos T
auxiliadores CD4, sendo estes, células de defesa que tem como principal função
ativar outros linfócitos para a proteção do corpo humano (CANINI et al., 2011).
A transmissão ocorre durante o ato sexual, por meio de inoculação do sangue e
derivados, da mãe para o filho durante a gestação, no momento do parto e durante a
amamentação (RACHID; SCHECHTER, 2003).
Em sua fase mais avançada o sistema imunológico torna-se incapaz de produzir
anticorpos em resposta aos antígenos mais comuns que nele penetram assim o
sistema imune começa a entrar em colapso, e o organismo começa a ficar
susceptível a infecções oportunistas (SOARES, 2001).
2.3 Hepatites Virais
Provocadas por diferentes agentes etiológico, com preferência pelos tecidos
hepáticos, apresentam características epidemiológicas, laboratoriais e clínicas
semelhantes, porém há algumas peculiaridades que as diferem uma das outras.
(BRASIL, 2003).
No entender de Baldy (1991) hepatite por vírus é uma doença infecciosa que afeta o
fígado, causada por agentes denominados vírus da hepatite A, B, delta, Não A-não
B. Sendo nomeada a hepatite Não A-não B por hepatite C, e a hepatite delta
classificada como D.
2.3.1 Hepatite B
VHB é o vírus DNA causador da hepatite B, seu principal veículo de transmissão é o
sangue, a contaminação pode ser no ato de transfusões através de materiais não
esterilizados, relação sexual, após o parto, instrumentos cirúrgicos, perfurocortantes
entre outros (STÉFANO, 2011).
7
Alicates de unhas infectados podem ser transmissores do vírus VHB, conforme
Turcato (2011) o vírus da hepatite B é muito resistente e potencialmente infectante,
podendo permanecer nesse tipo de instrumento por mais de uma semana.
O risco da hepatite B evoluir para hepatite crônica aumenta com a idade do portador,
considerando que muitos indivíduos infectados são assintomáticos e que as
infecções sintomáticas são insuficientemente notificadas. A freqüência da hepatite B
é, certamente, ainda subestimada (FERRERA; SILVEIRA, 2004).
Existem vacinas para a prevenção da Hepatite B, já para os portadores há
tratamentos com medicamentos e acompanhamento médico, no caso de crônicos
agudos há o recurso de transplante de fígado (RAMOS, 2009).
2.3.2 Hepatite C
A hepatite C é uma doença do fígado adquirida pelo contato do sangue ou outros
fluidos corporais infectados, sendo uma doença assintomática na maioria dos casos,
pode levar de 20 a 30 anos para ser diagnosticada, depende de como reage cada
organismo (VARALDO, 2000).
As formas de contaminação pelo vírus HCV pode ocorrer através de transfusão de
sangue, relações sexuais, instrumentos mal esterilizados, ferimentos recentes, e
durante a gravidez da mãe para o filho (JENKINS, 2001).
O portador deve ser acompanhado pelo seu médico periodicamente sendo o
tratamento através de medicamentos que podem gerar alguns efeitos colaterais
como náusea e anemia (BRASIL, 2003).
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa se caracteriza por uma metodologia do tipo exploratório
descritivo com abordagem quantitativa.
8
Segundo Marconi e Lakatos (2003), estudo exploratório é visto como o primeiro
passo de todo o trabalho científico. Este tipo de pesquisa tem por finalidade
proporcionar maiores informações sobre um assunto, facilitar a delimitação de uma
temática de estudo, definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa
ou, ainda, descobrir um novo enfoque para o estudo que se pretende realizar. Pode-
se dizer que a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de
idéias ou a descoberta de intuições.
Segundo Richardson (1999) o método quantitativo é caracterizado pelo emprego da
quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento
delas por meio de técnicas estatísticas. Oliveira (2002, p. 115) define o método
quantitativo como:
Quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como porcentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até os de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente utilizados em defesas de teses.
Este estudo foi realizado na cidade de Balneário Piçarras, estado de Santa Catarina,
em 28 salões de beleza devidamente registrado na vigilância sanitária, com 32
profissionais de manicuro e pedicuro, durante o horário de funcionamento do
estabelecimento, no mês de novembro de 2011. As informações referentes à
vigilância sanitária foram coletadas junto ao órgão responsável.
Obtiveram-se os resultados dos dados por meio da aplicação de questionário
(APÊNDICE III) composto de 15 perguntas fechadas de múltipla escolha, que,
segundo Andrade (1999, p. 131), “são aquelas que indicam três ou quatros opções
de respostas ou se limitam a respostas afirmativas ou negativas, e já trazem
espaços destinados à marcação da escolha [...]”.
Os dados coletados foram tabulados em planilha do Excel 2007 e apresentados por
meios de gráficos, imagem, quadro, entre outros. Será entregue aos profissionais
um folder informativo elaborado pelas acadêmicas referente às doenças que podem
ser transmitidas e quais são os EPI`s que devem ser utilizados pelo profissional
manicuro e pedicuro.
9
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Público entrevistado
Na presente pesquisa o público alvo foram profissionais de manicuro e pedicuro que
trabalham em salões de beleza na cidade de Balneário Piçarras, observando-se que
todos os profissionais que constituíram esta pesquisa eram do sexo feminino.
Obteve-se 32 questionários respondidos em 28 salões de beleza, resultantes da
perda amostral em 7 estabelecimentos, onde os profissionais não aderiram a
pesquisa, por alguns motivos nos quais: sentiram-se intimidados ao lerem o termo
de consentimento e participação da pesquisa (ANEXO II), insegurança, por não
terem total conhecimento referente as normas de biossegurança relacionados aos
EPI’s.
Mesmo orientados que suas identidades seriam preservadas e permaneceriam em
total sigilo e que seriam esclarecidas quaisquer dúvidas relacionadas ao
questionário, os profissionais não se sentiram seguros e optaram por não participar.
O gráfico 1, apresenta o percentual referente ao tempo de trabalho dessas
profissionais na área de manicuro e pedicuro, identificando que 37% atuam entre 1 a
5 anos de trabalho; 47% acima dos 5 anos e 16% apenas alguns meses no ofício.
10
Gráfico 1: Tempo de trabalho na área de manicuro e pedicuro. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
4.2 Análises referentes ao trabalho dos profissionais de manicuro e pedicuro
quanto ao uso da biossegurança relacionado aos EPI`s.
A demanda por manicuros/pedicuros está em destaque no mercado de trabalho,
segundo dados do Senac (2011) só em 2010 na região de Florianópolis 284 salões
de beleza entraram em contato disponibilizando 385 vagas, porém, ainda há a falta
de profissionais capacitados na área.
No gráfico 2, verifica-se que 58% das profissionais responderam que iniciaram a
prática de manicuro e pedicuro sozinhas, em suas próprias casas, 23% foram outras
pessoas que as ensinaram, 19% se especializaram em cursos para entrar no
mercado de trabalho. Em relação à idade destas profissionais, 31% têm entre 16 a
25 anos, 40% entre 25 a 35 anos e 29% acima dos 35 anos de idade.
Gráfico 2: Forma que iniciou na profissão de manicuro e pedicuro. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
No gráfico 3, obteve-se que suas clientes optam por utilizar os materiais de trabalho
oferecidos pelo profissional ao usarem os seus individuais. Confirmando este
resultado, 52% dos profissionais responderam que suas clientes nunca levam o
próprio material para realização dos procedimentos; 48% responderam que alguns
clientes sempre levam os seus materiais e em nenhum estabelecimento houve a
11
resposta no qual todas as clientes preferem seus próprios materiais, resultando em
0% na pesquisa referente a essa questão.
Gráfico 3: Clientes costumam levar seus próprios materiais. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
O gráfico 4 aborda a questão do conhecimento dessas profissionais quanto ao
EPI`S, 52% não souberam o que especificamente significa equipamentos de
proteção individual para manicuros e pedicuros, onde algumas chegaram a
mencionar as estufas e esterilização; 48% afirmaram ter conhecimento referente a
esses equipamentos.
Gráfico 4: Você sabe o que são EPI`s.
Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
12
O gráfico 5 representa o resultado obtido pela questão 6 do questionário, conforme
faz-se o uso dos EPI’s no dia-a-dia de trabalho, os 32 entrevistados responderam
esta questão de múltipla escolha entre 6 opções. As luvas foram destacadas por 11
manicuros totalizando 27%; avental/jaleco por 17 (41%); máscaras apenas 2
assinalaram (5%); o uso de sapatos fechados durante os procedimentos apenas 1
assinalou (3%); o gorro e os óculos de proteção não obtiveram nenhuma indicação
(0%). 10 profissionais (24%) não responderam esta questão por não utilizarem os
EPI’s citados. Para Ramos (2009) o uso de barreiras protetoras como luvas,
aventais, máscara, gorros e óculos irão reduzir as chances de exposição da pele e
das mucosas a materiais infectados.
Gráfico 5: Faz o uso de algum item. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
Quanto ao uso de luvas descartáveis nos procedimentos, o gráfico 6 demonstra que
63% responderam que não conseguem manusear os instrumentos utilizado-as; 12%
responderam que não gostam de utilizar porquê se rompem com facilidade, havendo
necessidade de troca durante o procedimento; 25% afirmam que não há
interferência no manuseio sendo apenas questão de conscientização e hábito de
uso.
13
Gráfico 6: Quanto ao uso de luvas descartáveis, há alguma interferência.
Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
Observa-se no gráfico 7, 25% apontam a conscientização dos clientes em relação
aos riscos inerentes ao procedimento de manicuro e pedicuro; 9% relataram que
suas clientes não questionam quanto ao uso; 4% afirmaram serem questionadas
sobre o porquê do uso; 62% optaram em deixar em branco, não assinalaram
nenhum item dessa questão, porque não fazem o uso dos EPI`s.
Gráfico 7: Utilização dos EPI`s corretamente, qual a reação de seus clientes. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
De acordo com o gráfico 8, há a conscientização dos profissionais quanto a
transmissão de doenças através dos materiais de trabalho, 76% responderam que
sim, sabem que pode haver transmissão no âmbito do trabalho; porém 24%
14
responderam não estarem conscientes dos riscos que geram aos seus clientes e a si
mesmos.
Independente da quantidade de sangue ou soro pode haver contaminação no caso
de inoculação percutânea, contato com a superfície ocular ou outras mucosas e
ainda por uma exposição inadvertida através de cortes e arranhões preexistentes na
pele ou na mucosa (YOSHIDA, 1996).
Gráfico 8: Transmissão de doenças através dos materiais de trabalho.
Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
Em relação a doenças como Hepatites, 62,5% destes profissionais sabem o que é a
doenças e quais os tipos são transmissíveis no ambiente de trabalho, já 37,5%
afirmam saber o que é a doença, porém há duvidas em relação aos tipos que são
transmissíveis no ato do trabalho.
O gráfico 9 demonstra que as doenças como HIV, hepatites do tipo B e C podem ser
transmitidas pela falta do uso dos EPI’s. Em relação a conscientização dos riscos
oferecidos aos profissionais e clientes, 74% responderam ter consciência; 26%
afirmaram nunca terem sido informadas, houve indagação referente aos tipos de
hepatites transmissíveis e quanto ao risco de contaminação por vírus HIV.
Conforme Rubio (1999) o fato de que muitas pessoas continuem tendo
comportamentos de risco e de que o número de casos de AIDS e hepatites virais
15
continue aumentando em todo o mundo, demonstra que a informação de que dispõe
a sociedade é insuficiente.
Gráfico 9: Doenças como HIV,hepatite B e C, transmissiveis pela falta do uso dos EPI’s. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente é imprescindível a conscientização dos profissionais quanto os riscos em
trabalho, riscos esses que podem acarretar em doenças por transmissões virais
como HIV, Hepatites do tipo B e C. Por isso a importância do uso de EPI`s cujo
principal objetivo é a preservação da saúde dos indivíduos e do meio ambiente.
Apesar dos resultados terem sido positivos, a realidade dos manicuros e pedicuros
não condiz com suas respostas no questionário. Observa-se que durante a
aplicação muitas confundiram a parte de esterilização com os EPI`s, havia dúvidas
sobre os tipos de hepatites, e algumas chegaram a questionar sobre o tempo que os
vírus permaneciam nos instrumentos de trabalho, confirmando a falta de
conhecimento dos mesmos.
A análise resulta que a maioria dos manicuros e pedicuros exercem suas funções a
mais de 5 anos, e que estas iniciaram a prática em suas próprias casas, o que
16
contribui em deficiência de informações básicas sobre as doenças e riscos de
contaminação no ambiente de trabalho.
No Brasil não existe lei regulamentadora para os profissionais de manicuro e
pedicuro, sendo assim, não há exigências e cobranças referentes às normas de
biossegurança, ao uso dos EPI`s e a capacitação técnica dos mesmos.
Ao finalizar esta pesquisa percebe-se que ainda há carência de informações
referente aos riscos e a forma de prevenção. Acredita-se que o folder elaborado
auxilie nas duvidas em relação aos EPI`s – equipamento de proteção individual e as
doenças transmissíveis por contato de sangue.
17
REFERÊNCIAS
AMATO NETO, Vicente; BALDY, José Luis da Silva. Doenças transmissíveis. 3. Ed. São Paulo: Sarvier, 1991. ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4. ed. São Paulo: Altas, 1999. AYRES, D.; CORRÊA, J. Manual de prevenção de acidentes do trabalho: aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001. BALDY, José Luis da Silveira. Hepatite por vírus. In: AMATO NETO, Vicente; BALDY, José Luis da Silveira. Doenças transmissíveis. 3. Ed. São Paulo: Sarvier, 1991. Cap. 38, p. 467- 507. BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos. 2. Ed. Brasília,DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). ______. Recomendações para tratamento da co-infecção entre HIV e hepatites virais. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003. ______. Ministério do Trabalho e do Emprego. NR 06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI. 1978. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAB536517DE/NR-06%20(atualizada)%202010.pdf>. Acesso em: 27 set. 2011. ______. Instituto Nacional de Salões de Beleza Estética e Similares - INBES. Manicure: característica para ser uma manicure e pedicure. Disponível em: <http://www.inbes.org.br/newsletter_view.php?id=84>. Acesso em: 03 out. 2011. CANINI, Silvia Rita Marin da Silva et al. Qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS: uma revisão de literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v.12, n. 6, p.940-945, nov./dec. 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v12n6/v12n6a14.pdf >. Acesso em: 04 out. 2011. FERREIRA, Cristina Targa; SILVEIRA, Themis Reverbel. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção. Rev. Bras. Epidemiol. São Paulo, v.7, n.4, p.473-487, 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v7n4/10.pdf >. Acesso em: 21 out. 2011. JENKIS, Mark. Hepatite C: guia prático para o convívio diário com a doença. São Paulo: Madras, 2001. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
18
MICHAELIS. Moderno dicionário da lingual portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. NOGUEIRA, Roberto Passos. Gestão da qualidade e biossegurança.. In:TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio (Orgs.). Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. cap. 4, p. 65-74. OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI,TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. QUALIDADE.ENG.BR. Qualidade, meio ambiente e normas. Disponível em: <http://www.qualidade.eng.br/>. Acesso em: 22 set. 2011. RACHID, Marcia; SCHECHTER, Mauro. Manual de HIV/AIDS. 7. Ed. São Paulo: Evinter, 2003. RAMOS, J. M.P. Biossegurança em estabelecimentos de beleza e afins. São Paulo: Ed. Atheneu, 2009. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. RUBIO, Alfonso Delgado. 96 Respostas sobre AIDS. São Paulo: Ed. Scipione, 1997. SENAC. Faltam manicures e pedicures no mercado de trabalho. Disponível em: <http://portal.sc.senac.br/senac/WebForms/interna.aspx?campo=292&secao_id=20>. Acesso em: 04 nov. 2011. SCHMIDLIM, K.C.S. Biossegurança na Estética: equipamentos de proteção individual – EPI`s. Revista Personalité, São Paulo, Ano VIII, n.44, p.80. dez. 2005/jan.2006. SOARES, Marcelo. A AIDS. São Paulo: Publifolha, 2001. STEFANO, Jorge Gonçalves. Hepatite B: introdução e epidemiologia hepatologia medica. Disponível em: <http://hepcentro.com.br/hepatite_b.htm>. Acesso em: 14 out. 2011. TEIXEIRA, P.; VALLE, S. (Orgs.) Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 1996. TURCATO, Gilberto. Hepatite B. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/hepatite-b-3/>. Acesso em: 14 out. 2011. VARALDO, Carlos. Convivendo com a hepatite C: experiências e informações de um portador do vírus. Rio de Janeiro: Ed Autor. 2000.
19
YOSHIDA, Clara F.T. Hepatite B como doença ocupacional.. In:TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio (Orgs.). Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. cap. 14, p. 257-272.
20
APÊNDICE 1
TERMO DE ANUÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PARA COLETA DE DADOS DE
PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS
Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas
complementares, e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento do
projeto de pesquisa intitulada , autorizo as pesquisadoras Prof. Vânia R. Novotny e
acadêmicas Bárbara Eufrásio e Cássia dos Santos, a execução deste estudo.O USO
DOS EPI’s POR PROFISSIONAIS DE MANICURO E PEDICURO.
Nome da instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – LABORATÓRIO DE
COSMETOLOGIA E ESTÉTICA
Nome completo do responsável legal: MARIA ENÓI DOS SANTOS MIRANDA
Cargo: COORDENADORA DO CURSO DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA
Assinatura:
Data:
APÊNDICE 2
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após esclarecido (a) sobre informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma alguma. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto A resistência das profissionais de manicuro e pedicuro quanto ao uso dos EPI`s Pesquisadoras responsáveis: Vânia R Novotny, Bárbara Eufrásio, Cássia dos Santos. Contato: vania.novotny@univali.br (047) 9234-0678; baheufrasio@hotmail.com (48) 8423-2434; cassiaa.santos@hotmail.com (47) 9677-0873. Esta pesquisa tem por objetivo identificar os aspectos referentes à resistência ao uso de EPI’s pelos profissionais de manicuro e pedicuro.
Após o término do estudo e análise dos dados, os resultados obtidos serão divulgados aos participantes e à instituição que mediou à pesquisa.
21
Todos os dados obtidos através da pesquisa estarão sob sigilo, sendo que o participante tem o direito de retirar o consentimento a qualquer hora durante a pesquisa, não influenciando na competição além de não ter nenhum bônus pela participação na pesquisa. Os dados coletados na pesquisa serão analisados e os resultados serão apresentados por meio de gráficos do Excel, demonstrando a percepção dos participantes em relação ao tema abordado e utilizados como base para a realização do trabalho de conclusão de curso das acadêmicas,Bárbara Eufrásio, Cássia dos Santos, 5º período de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí, sob orientação da professora Vânia Regina Novotny. Todas e quaisquer informações utilizadas neste trabalho não geraram custos para a instituição de ensino, nem para as acadêmicas e nem para o entrevistado. CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO Eu,_______________________________________________, RG_________________, CPF________________ abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção na competição. Local e data:_____________________________________________________ Nome:__________________________________________________________ Assinatura:______________________________________________________ Telefone para contato______________________________________________
APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PARA COLETA DE
DADOS DE PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS
Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulada em A resistência dos profissionais de manicuro e pedicuro quanto ao uso dos EPI`s autorizo as pesquisadoras Prof. Vânia R novotny e acadêmicas Bárbara Eufrásio e Cássia dos Santos a execução deste estudo.
Nome da instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – LABORATÓRIO DE
COSMETOLOGIA E ESTÉTICA
Nome completo do responsável legal: MARIA ENÓI DOS SANTOS MIRANDA
Cargo: COORDENADORA DO CURSO DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA
Assinatura:
Data:
22
APÊNDICE 3 Questionário
1. Qual sua idade:
( ) 16 a 25 anos ( )25 a 35anos ( ) Mais de 35 anos
2. Há quanto tempo trabalha de manicuro/pedicuro?
( ) Há alguns meses ( ) 1 até 5 anos ( ) Acima de 5 anos
3. Qual a forma que você iniciou como profissional de manicuro/pedicuro?
( ) Sozinha, aprendi fazendo em casa
( ) Uma outra pessoa me ensinou e fui aperfeiçoando minhas técnicas
( ) Através de curso especializado da área
4. Suas clientes costumam trazer os seus próprios materiais como alicates,
cortadores, lixas e espátulas?
( ) Sim ( ) Algumas
( ) Nunca, sempre utilizam os meus
5. Você sabe o que é EPI`s?
( ) Sim ( ) Não
6. Você faz o uso de algum item abaixo:
( ) Luvas ( ) Avental/Jaleco ( ) Máscara
( ) Óculos ( ) Gorro ( ) Sapatos Fechados
7. Quanto o uso de luvas descartáveis, há alguma interferência no manuseio de
algum objeto na hora do procedimento?
( ) Sim, são frágeis e rasgam com facilidade
( ) Não consigo trabalhar utilizando
( ) Não há interferência
8. Se você faz o uso de luvas, quantos pares utilizam por dia?
( ) Troco apenas quando rasgam
23
( ) Troco um no final do expediente da manhã, e um no expediente da tarde
( ) 1 par de luvas novas, a cada cliente
9. Você acha necessário estar utilizando óculos de proteção quando esta realizando
o procedimento?
( ) Sim ( ) Nunca vi usar ( ) Não acho necessário
10. Quanto aos calçados fechados, há incômodo nos dias quentes em utilizar?
( ) Sim, não costumo utilizar nesses dias
( ) Não
11. Se você utiliza no ambiente de trabalho os EPI`s corretamente, qual a reação
dos clientes?
( ) Ficam desconfiadas, porém, não perguntam nada
( ) Questionam o que está acontecendo no local e perguntam o porque do uso
( ) Não questionam, as pessoas estão conscientes dos riscos que pode haver no
ambiente de trabalho
12. Você considera o uso de EPI’s um diferencial no ambiente de trabalho?
( ) Sim ( ) Não
13. Você sabe que pode haver transmissão de doenças através dos materiais de
trabalho?
( ) Sim ( ) Não
14. Você sabe o que é Hepatite, e quais tipos são transmissíveis no trabalho de
manicuro/pedicuro?
( ) Sim ( )Não
15. Doenças como HIV, hepatites B e C são transmissiveis pela falta do uso dos
EPI`s, você tem consciência dos riscos que pode estar oferecendo tanto a você
quanto seus clientes?
( ) Sim, tenho consciência
( )Não, nunca fui informada que poderia oferecer estes riscos a mim e meus clientes
24
APÊNDICE 4
Todos que exercem funções em um estabelecimento de beleza, devem evitar
contato direto com matéria orgânica, para isso é imprescindível o uso de barreiras
protetoras que irão reduzir as chances de exposição com a pele e das mucosas, á
materiais infectados. Essas barreiras são os EPI’s – Equipamento de Proteção
Individual.
EPI: É todo dispositivo de produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no
trabalho.
Assim, para o trabalho de manicuro e pedicuro recomenda-se a utilização dos
seguintes EPI’s pelos profissionais:
É indicado sempre que houver contato com mucosas, secreções, sangue durante
manipulação de substâncias químicas e de artigos contaminados, servindo também
para proteção das mãos contra qualquer tipo de sujidades.
25
Os jalecos e aventais têm por função prevenir contra a exposição da pele e das
roupas do profissional a fluídos como secreções orgânicas, exsudatos, sangue, além
de prevenir também contra a contaminação por produtos químicos.
Responsável pela proteção das mucosas da boca e do nariz contra a ingestão ou
inalação de partículas e aerossóis contendo micro-organismos, especialmente
durante o espirro, a tosse e até mesmo a fala. Porém não são eficazes para a
filtração de vapores, gases e substâncias químicas.
O gorro evita a queda dos cabelos na área do procedimento além de oferecer
barreira mecânica para as possibilidades de contaminações, sendo que os cabelos
podem ser vias de contaminação, podendo conter diversos micro-organismos.
26
É importante, pois a mucosa ocular apresenta menor barreira de proteção que a
pele, sendo assim, o óculos é fonte de proteção contra transmissão de infecções,
havendo proteção para os profissionais, diante dos riscos de fluidos contaminado
como sangue, exsudatos, secreção, substâncias químicas e até mesmo pequenas
partículas de unhas que podem atingir os olhos no ato do profissional estar
cortando-as.
A utilização de sapatos fechados impede que aos materiais pontiagudos e
perfurocortantes atinjam os pés do profissional no mau manuseio na hora do
trabalho.
27
As principais doenças que podem ser transmitidas pelo contato com o sangue na
atividade de manicuro e pedicuro com a utilização de instrumentos perfurocortantes,
são: AIDS, Hepatite B e C.
Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um conjunto de sintomas e sinais
caracterizado por transtorno do sistema imunológico, adquirido por uma infecção
viral, sendo HIV o vírus causador. A probabilidade de contágio ocupacional é pouca,
porém vale ressaltar que o vírus HIV sobrevive por até 15 minutos em um
instrumento que tenha tido contato com sangue contaminado.
VHB é o vírus DNA causador da hepatite B, seu principal veículo de transmissão é o
sangue, a contaminação pode ser no ato de transfusões através de materiais não
esterilizados, perfurocortantes contaminados e outros. O vírus pode ficar até duas
semanas em um material infectado seco e a maioria dos desinfetantes não possuem
ação sobre ele; Por isso devem-se utilizar métodos adequados de esterilização para
eliminá-los.
A hepatite C é uma doença do fígado adquirida pelo contato do sangue ou outros
fluidos corporais infectados. As formas de contaminação podem ser através de
transfusão de sangue, instrumentos contaminados e/ou mal esterilizados, ferimentos
recentes sem curativos e outros.