O Olhapim #dois e meio

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Uma melodia há muito esquecida aninhou-se num beijo. E dela nasceu o maior carnaval do mundo. (Bruna Marta)

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O Olhapim#dois e meio

prólogo

Produção Editorial

Diego Suriadakis

Pedro Cunha

Produção Gráfica

Projeto GráficoPedro Cunha

FotografiasPedro Cunha

Enquanto desciam a ladeira, dois tra-vestidos conversavam sobre uma an-tiga marchinha. Rente a eles, uma se-nhora cedia o banheiro a uma moça desconhecida. Na esquina, mais abaixo, uma criança vestida de Bahia dançava ao som de uma multidão que subia a ladeira da Concórdia. Um senhor de ca-misa aberta vendia um litro de cerveja a um homem de idade viril. Um casal de batom vermelho se beijava. Um barbu-do de baby doll de nylon dançava junto de um bêbado.

A essa altura o campo de futebol já ha-via se vestido de carnaval.

Diego Suriadakis e Pedro Cunha

Lá vinha ela. Descia e subia as ladeiras do Concórdia.

banheiro alheio #1

josé.

banheiro alheio #2

sorriso #1

banheiro alheio #3

sorriso #2

banheiro alheio #4

– Qual é o nome do senhor?– Eu sou um desconhecido.

francês. sorriso #3

E era como se um enorme carnaval habitasse a terraE bailasse sobre ele um corpo ausente,suado em lágrimas.A música surdaSoava melancólica em seus ouvidos.Era outro Pierrot que nasciaPara adormecer mais uma vez na quarta-feira.

bruna marta