Post on 17-Dec-2014
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“Quem salva uma vida salva a humanidade.
A guerra contra as drogas exige a participação de todos.”
Anthony Wong, um dos maiores especialistas
brasileiros em toxicologia, – assessor da OMS (Organização Mundial de
Saúde)
Na fronteira entre Brasil e Bolívia,
um avião monomotor invade tranquilamente
o espaço aéreo brasileiro.
Numa ação que dura não mais do que alguns breves minutos e sem maiores riscos
–chamada de técnica de “arremesso”–,o avião voando em baixa altitude arremessa fardos
de cocaína enrolados em sacos resistentes.
Em fazendas particulares e áreas descampadas,pontos anteriormente determinados,
traficantes brasileiros recolhem as remessas, enquanto o avião retorna ao país vizinho
sem ser importunado.
Mais algumas centenas de quilos de cocaína que
serão distribuídos pelos grandes centros urbanos e
também por pequenos e isolados municípios
brasileiros.
O próprio Ministro da Justiça reconhece
que há um “nível elevado de vulnerabilidade”
nas nossas fronteiras.
Vulnerabilidade esta que faz com que
narcotraficantes operem tranquilamente, com a certeza de que os riscos
que correm são diminutos.
O próprio Ministro da Justiça reconhece
que há um “nível elevado de vulnerabilidade”
nas nossas fronteiras.
Vulnerabilidade esta que faz com que a droga
esteja onipresente em todas as cidades e
municípios brasileiros.
Numa esquina qualquer,
de uma cracolândia qualquer,
de uma cidade brasileira qualquer,brasileira qualquer,
um jovem acende um cachimbo
de crack.
O flagelo da epidemia do crack,
o vício praticamente no primeiro consumo,
e a irreversibilidade e a irreversibilidade da doença
neuropsíquica que ele promove.
Farrapos humanos,poucos são os
que conseguirão se adaptar novamente
à sociedade, ao trabalho, ao estudo, trabalho, ao estudo,
sem apresentar sequelas na vida.
Nenhuma vida se repete.
Cada vez que uma vida é perdida,
é a Humanidade é a Humanidade quem perde.
Não é preciso ser nenhum especialista
em segurança pública para constatar
a crescente oferta de drogas, de drogas,
que circulam livres nos mais diversos
ambientes sociais, e em todos os recantos
do país.
O jornal Folha de São Paulo
publicou recentemente
uma reportagemuma reportagemcontando a triste
história deTeresa Viega,
de 68 anos de idade.
Seu filho, João, usuário de drogas,foi preso com 19 pedras de crack,pedras de crack,e autuado por
tráfico de entorpecentes.
Pouco depois da prisão do filho,
ela ficou sabendo que sua nora,
Desirée, 35 anos, Desirée, 35 anos, também viciada
em crack,estava grávida de
quatro meses.
Ontem, Teresa Viega,
com seus passos curtos e
apressados, apressados, virava noites percorrendo
a cracolândia, em busca de
notícias do filho.
Hoje, leva na mão uma sacola
contendo três vasilhas de
macarrão, molho de tomate e de tomate e salsicha que
preparou, mais dez reais, que
pretende deixar com a nora,
caso a encontre.
Momentos de angústia,
marcados por lágrimas e insônias.insônias.
O cálice de tristeza
transbordante.
O filho preso; a nora usuária
de crack;o neto, ainda por
nascer, que virá ao mundo sob o pesado nascer, que virá ao
mundo sob o pesado fardo do vício.Quem poderá
sondar o que se passa no coração
desta mãe efutura avó?
A epidemia de drogas que
vivenciamos é um fracasso individual, individual, da família, ou da nossa sociedade?
E diante do completo despreparo do Estado em vigiar nossas fronteiras desguarnecidas,
a droga produzida na Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai encontra nas ruas das cidades brasileiras
um fértil e crescente mercado.
O “nível elevado de vulnerabilidade” das nossas fronteiras, conforme as palavras do senhor Ministro, faz com que o filho e a nora grávida de dona Teresa, e milhares de milhares de outros brasileiros viciados, tenham fácil e pleno acesso ao objeto de seu vício.
As mãos estendidas, a venda a céu aberto às onze da manhã,
numa esquina qualquer, de uma cidade brasileira qualquer.
O jornal Correio Braziliensepublicou recentemente a triste
história de Isabela (*).
Com histórico de violência familiar e um pai viciado em crack,e um pai viciado em crack,
a infância fechou as portas para ela quando tinha apenas
10 anos de idade.
(*nome fictício em respeito ao ECA)
Na vida de Isabela, as fantasias de criança se confundem com as alucinações causadas pela
abstinência do crack.
Hoje com 12 anos, e internada numa comunidade terapêutica, numa comunidade terapêutica,
ela recorda que passou rapidamente da maconha
para a pedra que arruína vidas.
Em certa ocasião, ela conta, após passar três dias sem comer,
fugiu de casa e se abrigou na plataforma inferior da Rodoviária
de Brasília, protegida por um traficante de 29 anos.
“Era um negão cabuloso, mas me dava proteção e a pedra. Eu tinha que namorar com ele. Não gostava, mas era o jeito,
eu tava dominada.”
O irmão de Isabela morreu há três meses, ao tentar
assaltar um ônibus.
Um dia, a irmã mais velha, também viciada em crack,
foi atrás dela. foi atrás dela.
Isabela acabou concordando com a internação em uma comunidade terapêutica.
Hoje, aos 12 anos de idade, a menina do outro lado da vidraçaprecisará da força de um gigante
para superar um presente de degradação, um futuro de de degradação, um futuro de incertezas, e tentar reverter
seu infeliz destino.
Quantas infâncias ainda haverão de ser interrompidas,
Quantas vidas ainda haverão de ser ceifadas,
Quantas famílias arruinadas,
Antes que acordemos para a necessidade de unirmos forças
e agirmos conjuntamente contra este mal que acomete
a nossa sociedade?
Que sociedade é esta que construímos,
tão pobre em educação, e tão repleta de valores
desvirtuados?
É preciso entender que a É preciso entender que a epidemia das drogas
é apenas um sintoma de que nossa sociedade encontra-se
gravemente doente.
A única maneira de vencermos a guerra
contra as drogas é combatendo
não somente o tráfico, mas, principalmente, mas, principalmente,
as causas dos desvaloresque solapam as bases éticas e morais da nossa sociedade.
Somente conseguiremos reverter a situação
quando começarmos a combater as causas e
não tão somente os sintomas.
Prevenir é sempre mais sensato e eficiente
do que tentar remediar.
A televisão aberta, por ser uma concessão pública, deveria,
em conformidade com a lei, pautar-se mediante uma
programação com finalidade educativa, artística,
cultural e informativa.
No entanto, infelizmente, há tempos a televisão brasileira,
preocupada unicamente com seus lucros bilionários, enterrou a educação, a arte e a cultura, – disseminando tão somentea futilidade e a mediocridade.
Vejamos o exemplo do programa Big Brother, que, segundo
o subprocurador-geral da República, Aurélio Rios, “é um grande
desserviço e serve muito à deseducação.Não estimula a criação, o princípio de solidariedade,
os valores éticos da pessoa e da família”.
Ao solapar as bases éticas e morais, geração após geração,
não estaria a televisão desguarnecendo os telespectadores
das forças necessárias para se recusar o falso
e ilusório apelo das drogas?
Um programa que é “um grande desserviço” e que “serve muito à deseducação”invadindo milhões de lares e mentes em horário nobre.
BBB, A Fazenda, Mulheres Ricas, Zorra Total
Horário nobre da televisão brasileira.Como foi que permitimos
chegar a este ponto?
Até quando haveremos de tolerar tamanha afronta?
“Não deixe de bisbilhotar a futilidade!”
“Salve, salve a mediocridade!”“Pra que educação, arte ou cultura?”
“Vamos banalizar a existência!”
Darcy Ribeiro, um dos maiores educadores brasileiros, nos alertava:
“Enquanto num turno a escola educa, no contra-turno a televisão deseduca.Onde haveremos de chegar assim?”
O absurdo das propagandas de cerveja, que vendem uma droga como sendo o elixir da felicidade.
Artistas com fortíssimo apelo junto ao público infanto-juvenil influenciando jovens e
adolescentes a beber cada vez mais, e mais cedo.
Emissoras de tevê, empresários, publicitários e artistas faturando bilhões, – e quem paga a conta derradeira
somos nós, a sociedade.
Cada vez que uma vida é
perdida,é a Humanidade
quem perde.
Precisamos urgentemente
repensar o absurdo dos
comerciais de cerveja.
Até quando o lobby de
emissoras de tevê e empresários haverá de falar
mais alto do que os interesses da
sociedade?
Até quando motoristas
alcoolizados continuarão a ceifar vidas inocentes
impunemente?
O inócuo e risível aviso de “aprecie com moderação”.
Enquanto não combatermos as causas
estruturais que alimentam a ignorância existencial
– que conduzà proliferação do
uso das drogas –, uso das drogas –, não haverá solução para o triste cenário
que prevalece.
E nossas forças policiais estaduais continuarão
a ‘enxugar gelo’,
Até lá,aviões continuarão
a despejar fardos e mais fardos de cocaína.
a ‘enxugar gelo’,prendendo cada vez
mais e maisusuários e traficantes,
abarrotando ainda mais as nossas já desumanas e degradantes prisões.
É preciso ter claro em mente que enquanto houver pessoas dispostas
a usar drogas, haverá traficantes
prontos para oferecer e faturar com o tráfico.
Na nossa sociedade de consumo, o comércio de drogas infelizmente segue as diretrizes de
demanda e oferta, conforme outra
mercadoria qualquer.
Precisamos problematizar o nosso atual mosaico social – tão repleto de
falhas graves, que nos têm conduzido
à epidemia de cracke de outras drogas.e de outras drogas.
Vejamos alguns componentes da nossa estrutura social
que precisam ser discutidos e sanados, caso queiramos alcançar uma sociedade
inclusiva, soberana e livre:...
Uso de Drogas Ilícitas
Criminalidade e ViolênciaConsumo de
Baixa qualidade da Educação
Corrupção Política
Graves Desigualdades
Sociais
Individualismo Exacerbado
e Violência
Materialismoe Consumismo
Pobreza Existencial
Consumo de Bebidas Alcoólicas
Programação Televisiva
Toda a violência, desumanidade, crise,
caos e confusãoque nos rodeiaque nos rodeiasinaliza para
a impossibilidade de continuidade.
Toda a violência, desumanidade, crise,
caos e confusãoque nos rodeia sinaliza para Somente por meio sinaliza para
a impossibilidade de continuidade.
Somente por meio da valorização da Educação
poderemos fazer frente à proliferação das drogas, e a toda
a violência e degradação dela resultantes.
Uma Educação plena,capaz de revelar
a beleza e o encantodo existir.
Uma Educação plena,capaz de revelar
a beleza e o encantodo existir.do existir.
Uma Educação integral, capaz de conduzir cada pequeno brasileiro rumo à sua plenitude.
Existir é resistir.Apesar do mundo que aí está, é preciso insistir,
remover tudo que impede, que trava, tudo que encobre.
Educar as futuras gerações de modo que possam resistir ao falso encanto das drogas,
e evitar as amizades comprometedoras,– e, ainda assim, que sejam capazes de compreender
e amar aqueles que sofrem pelas drogas.
Que as nossas crianças possam conduzir um país que se diz agigantar na economia mundial,
também pelas veredas da justiça e do bem-estar social, e pelos caminhos da verdadeira felicidade.
Que possamos deixar de lado a nossa inércia e sair da nossa zona de conforto,
de modo a contribuir efetivamente com ações práticas para a realização das melhorias sociais
que se encontram ao nosso alcance.
Recordar que para além da nossa família biológica,pertencemos também à família humana,
– diante da qual também temos deveres e responsabilidades.
“Quem salva uma vidasalva a humanidade.”
“Só a participação cidadã é capaz de mudar esse país.”
Betinho
Um outro mundo é possível.
Projeto “Compaixão e Cidadania”Um espaço para refletirmos sobre temas essenciais.
compaixao_cidadania@hotmail.com
PARA RECEBER PPS:
http://br.groups.yahoo.com/group/rastro_de_sol/