Lançai as redes novembro 2013

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Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações

Ano V, nº 18 Novembro 2013Boletim Bimensal

Lançai as Redes

Para que Cristo se forme em nós é o tema da semana dos seminários, de 10 a 17 de no-vembro. É uma semana que nos lembra o mandamento de Jesus: «A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe» (Mt 9, 37-38). Estas são as primeiras atitudes que devemos ter esta semana: rezar pelos nossos seminários e rezar pelos nossos seminaristas. Este ano a nossa diocese tem cinco seminaristas. Mais adiante “eles falam connosco”. Por isso, nesta semana é impor-tante que nos lembremos deles nas nossas orações, que peçamos ao Espírito Santo que os ilumine, e que eles sejam capazes de dis-cernir a vocação a que Deus os chama. Esta semana é um tempo propício para nos jun-tarmos, 2 ou 3 pelo menos, por esta intenção. Juntarmo-nos à volta do Senhor no Santíssi-mo Sacramento, ou juntarmo-nos à volta de Nossa Senhora, ou de outra forma. Muitas comunidades, muitos grupos, já o fazem. Mas podemos ser mais. Pôr a nossa voz a implorar ao Pai pelos futuros obreiros da sua messe. Esta semana é também tempo para ajudar-mos os mais novos a descobrirem que tam-bém eles são chamados pelo Senhor de uma forma concreta, e que alguns deles podem ser chamados a ser sacerdotes, a oferecerem pe-los irmãos o sacrifício eucarístico e levarem a boa nova de Jesus.

O “Lançai as Redes” pretende ser uma aju-da no seio da Igreja diocesana a isto mesmo. Nesta edição “deixámos que os seminaristas da nossa diocese nos falem”, nos interpelem com o seu seguimento de Jesus, conhecemos o testemunho vocacional da Irmã Sandra e damos o conhecer as datas da atividades da pastoral vocacional diocesana para este ano. Chamamos a atenção para as atividades vo-cacionais que iremos realizar até ao Natal e, sobretudo, lançamos o repto a que nos procu-rem, a que juntos cuidemos das vocações na nossa diocese.

Pe. Miguel Ângelo

Cuidar das vocações

Editorial

A Semana dos Seminários constitui uma gran-de oportunidade para que todas as comunidades cristãs reavivem a consciência de que hão de es-tar sempre abertas a acolher Cristo e a permitir que Ele se forme nelas.

O caminho da descoberta da vocação sacer-dotal passa sempre pela comunidade cristã que possibilita às crianças e aos jovens esse encon-tro marcante com Cristo, que chama, transfor-ma e envia.

D. Virgílio do Nascimento Antunes

Da mensagem do Presidente da Comissão Episcopal

das Vocações e Ministérios

O material da Semana dos Seminários está facultado no site da Pastoral Vocacional

sdpvsantarem.blogspot.pt

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FaLam os nossos seminaRistas...

João moita

19 AnosParóquia de

Torres NovasSeminário de Caparide

1º Ano de Teologia

aLexsandeR BaccaRini

19 AnosParóquia de

Divino Salvador - SéSeminário de Caparide

1º Ano de Teologia

João RamaLho

25 AnosParóquia de

Póvoa da IsentaSeminário dos Olivais

2º Ano de Teologia

Quem é para ti Jesus Cristo?

Podia começar a responder a esta questão com grandes teorias filosóficas, teológicas ou com base histórica, mas penso que esta resposta apenas e só pode surgir tendo como base a relação que vou tendo com o Senhor Jesus.

Desde pequeno que para mim a figura de Jesus sempre me trouxe muitas questões. Quem é este homem afinal? Que papel tem Ele na minha vida? Que trouxe Ele ao mundo? Jesus é para mim, o amigo, o irmão que está sempre ao meu lado, incondicionalmente, sempre disponível para me escutar e para me ajudar nesta peregrinação que é a vida. A Sua mensagem de amor, de espe-rança, de caridade para com os irmãos faz cada vez mais sentido no mundo em que vivemos e concretamente no caminho de discernimento, que faço no Seminário, e de encontro diário com o Senhor ressuscitado. Em Jesus coloco a minha confiança para que em todo o tempo e lugar possa ser sempre Ele a Luz que guia os meus passos, para que eu veja!

João Moita

O que é para ti o Seminário?

O Seminário é o lugar de encontro com o Senhor e connosco próprios onde fazemos aquela pergunta que Saulo de Tarso fez: Quem és Tu, Senhor? O que queres de mim? É aqui que somos convidados a irmos, com o Senhor, “contra a corrente”. De não renunciarmos a este dom de Deus e de pertencermos à única família dos seus filhos. É o lugar do encontro e de acolhimento de todos, da solidariedade e a da fraternidade que são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. É o tempo de formação, amadurecimen-to e de crescimento humano, espiritual, intelectual, cultural e comunitário fa-zendo um caminho de busca e, sobretudo, de descoberta de Cristo.

Alexsander Baccarini

Como é que ouviste o chamamento de Deusque te trouxe ao Seminário?

Ao longo de toda a minha vida a minha família criou-me oportunidades de encontro com o Senhor e, assim, fui cultivando, desde pequeno, uma vida de oração na qual sempre pedia ajuda a Deus. Ao passar tempo sozinho ia-me pondo perto d’Ele, falando e desabafando a minha vida ao mesmo tempo que Lhe pedia somente para casar cedo com a mulher da minha vida. De algum modo esse era o “acordo”. Ao chegar à Universidade tive uma fase de grande afastamento, tentei deixar de rezar e de acreditar, não via razões palpáveis para o fazer, mas continuei a ir com a minha família à missa em Santarém por-que não fazia sentido negar isso aos meus pais. Nesse afastamento, ao passar uma fase de grande sofrimento (por outras razões) tive de tomar uma posição coerente questionando o que acreditava e a vida que levava: se era para acre-ditar tinha de ser a sério; se era para não acreditar tinha de ser a sério. Não sei se, motivado por exemplos de amigos que viviam uma vida em que o ser cristão lhes era intrínseco, se por me terem chamado para fazer missões, se por não conseguir negar o meu amigo mais fiel, amoroso e paciente. O cami-nho foi claro: tinha de O seguir e a sério. Entreguei-me à oração; aproximei--me muito da missa; tive um dos dias mais felizes da minha vida quando fui crismado; e uma euforia total “estúpida” quando o Papa Bento XVI veio. Tinha de evangelizar, era a minha alegria e nova condição. Um dia quando ofereci a Deus a minha vida rezei uma oração dada pela minha mãe que dizia: “Amo-te, não esperes ser perfeito para vir até Mim”. Assim percebi que tinha de pôr a hipótese de ser padre.

João Ramalho

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FaLam os nossos seminaRistas...

RúBen FigueiRedo

30 AnosParóquia de

Divino Salvador - SéSeminário dos Olivais

3º Ano de Teologia

Luís caetano

29 AnosParóquia de

PedrógãoSeminário dos Olivais

4º Ano de Teologia

Para ti, como é que hoje um jovem descobreque Deus “talvez” o chame ao Seminário?

Nestes dias em que experimentamos como que uma agilidade evidente e complexa para a dispersão e relativização dos acontecimentos, dos factos e das histórias... em que os interesses têm que ver com o imediato e, direi “ruidoso” ou aparatoso, a “descoberta” de um chamamento ao Seminário impõe- se como algo totalmente diferente e radical. Assim, o chamamento ao Seminário, ao discernimento vocacional, foca- se, em primeira mão, numa tomada de atitude ousada, exigente (com critério), mas obrigatória e necessariamente apaixo-nada, honesta e livre. Contrariando a corrente, esta “descoberta” não brota do aparente e do superficial, mas nasce de um encontro entre o jovem rapaz e uma Pessoa real, que nos chama pelo nome e desarma... essa Pessoa é Jesus Cristo, Deus vivo e verdadeiro!

No meu caso (sim, porque não há receitas ou generalidades!), esse encontro personalizado brotou de um percurso de fé e de vida, na oração, no silêncio do coração, que anima e na comunidade eclesial (a paróquia, os movimentos, etc.) que confirma. É evidente que tudo isto não decorre como que num ambiente “esterilizado” e perfeito, antes porém, ao longo de todos estes anos, vejo que o Senhor, nestas realidades, me fez e continua, interminavelmente a fazer amadu-recer e conhecer, a ler e interpretar os sinais (meus e dos tempos), com alegria, determinação e luta. E isso não é, nem mais, que o espantoso caminho do cristão?

O Senhor chama ao Seminário rapazes simples e santos (sim: santos, porque inteiros não “santinhos”), e não uma condição alienígena de “super- rapazes/ /super- cristãos”... É claro que, para encetarmos tal desafio, não o podemos fa-zer de ânimo leve, precipitado, “freelancerista” ou inconsciente. Aqui, a Igreja toma responsabilidade (padres, “pré”, catequistas, etc.)... apenas confiar para confirmar! Aceita o desafio: Faz- te ao largo e lança as redes!

Rúben Figueiredo

O que tem sido para ti a caminhada de Seminário?

A minha caminhada de Seminário tem sido antes de tudo uma aproximação crescente a Jesus, quer na intimidade da oração quer na escuta e meditação da Palavra que Ele me dirige diariamente na celebração da Missa. Por outro lado, é um tempo de caminho e de escuta no estudo da Teologia onde Deus se revela, onde a fé amadurece e cresce, num seguimento exigente mas tão mais alegre quanto mais fiel e efetivo consegue ser.

Outro ponto fundamental é a formação pastoral, no contacto direto com os fiéis da nossa diocese, mormente nas Paróquias do Entroncamento e das cinco Paróquias do Concelho de Vila Nova da Barquinha. Ali vou aprendendo o que é o cuidado do pastor para com todos, quer no contacto efetivo com as várias camadas do povo de Deus (das crianças e adolescentes da catequese aos mais idosos, dos jovens às famílias) quer depois com o contacto com os sacerdotes que têm ao seu cuidado pastoral aquelas paróquias. No pré-seminário, tenho aprendido a descobrir noutros os mesmos sinais que Jesus me foi dando, des-cobrindo e aprofundando o desejo de ajudar outros a ler os planos que o Senhor tem para eles. Naturalmente que isto se apoia depois num conjunto de pessoas que me vão ajudando na oração por mim e pelos restantes seminaristas, que sei existirem na minha Paróquia, naquelas por onde passo e no apoio dos meus familiares que me transmitiram os primeiros passos da vida que hoje levo. No fundo, trata-se de viver em seminário, confiado à oração daqueles que de perto ou de longe me vão acompanhando, mantendo o coração aberto a Jesus, con-fiando nesta Igreja à qual vou procurando aprender a amar e servir, assente em Cristo, que me justifica e prolonga.

Luís Caetano

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O Senhor deu-me pais cristãos, isto é, que acreditam em Jesus Cristo e nos seus ensina-mentos, e assim me ensinaram. Na paróquia onde cresci (Mafra), não conheci nenhuma Irmã e, como a maior parte das pessoas da minha ida-de de então, achava que a vida religiosa era uma coisa certamente muito piedosa, mas monótona e desligada da vida humana e do prazer de viver.

Quando era adolescente, houve uma Quares-ma que me marcou particularmente: o pároco convidava todos os que tivessem tempo, para irem à missa semanal. A princípio era um sacri-fício. Mas depois de algum tempo, tudo começou a fazer mais e mais sentido. Fazia a experiência de Jesus ser Alguém vivo, atuante, que vinha ao meu encontro através da Sua Palavra e recebia a Sua força na Eucaristia. Foi nesse verão que um seminarista me perguntou “Já alguma vez pen-saste na vida consagrada?” Ao que eu respondi: “Não.” (Eu sei que é o que parece, mas não – pensava eu). E de facto nunca tinha pensado em tal. Aos 15 anos desejava casar-me, constituir uma família, ser santa, mas não religiosa. Con-tudo, esta pergunta perseguia-me: era ou não da vontade de Deus que eu Lhe consagrasse a mi-nha vida? Por um lado parecia-me que sim. Por outro, as incertezas eram muitas. De uma coisa tinha certeza: viver uma vida sem que Deus fos-se o fundamental, era uma vida sem sentido, e eu não a queria.

Aos 18 anos surgiu a oportunidade de fazer um Retiro de Silêncio organizado pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima, em Santarém. Pen-sei encontrar lá claramente a resposta, mas não. Candidatei-me à Faculdade e estudei Pintura. Trabalhei no ensino e na educação artística. Ao longo do caminho, de encontros e desencontros, de relacionamentos humanos e conhecimentos de tantos novos mundos, as incertezas tornaram--se quase na segurança de que Deus não me cha-mava à vida consagrada. Sentia claramente que realizava-me na medida em que servia e dava--me com simplicidade e totalidade aos outros, e que o dom da fé era o tesouro mais excelente que me foi dado. Fui rezando, participando na comunidade cristã e empenhando-me em encon-tros juvenis. Até que, a certo ponto, saltam de novo e com nova forma para mim as perguntas últimas da existência humana: afinal, qual é o sentido da minha vida? No sonho de Deus, que papel ocupo eu no seu imenso projeto para a hu-

um testemunho vocacionaL...

manidade? Para arriscar numa hipótese a esta pergunta partia de algumas premissas que com o Senhor aprendera: Deus ama-nos infinitamen-te e não deseja para nós algo que não seja para a nossa felicidade; Ele destina-nos a algo grandio-so; Deus e os seus desígnios são mais valiosos do que todos os bens e a vida. Novamente diante da pergunta vocacional, pensei: porque não arris-car? Em verdade, não tenho nada a perder.

O tempo da formação teve etapas difíceis, de conflito interior e de tensão de forças. Mas permitiu-me, com ajuda, descobrir e confirmar que o Senhor chamava-me a consagrar-Lhe toda a minha vida, servindo-O no próximo. Como é agora ser religiosa? Continua a ser um cami-nho de formação interior e de aprofundamento constante. Não é de todo um ponto de chegada. Sinto-o como um novo ponto de partida: parto da certeza de pertencer ao Senhor: Ele aceita-me e conta comigo de uma forma particular para ser sinal da sua presença no mundo. Não estou nes-se subir da montanha, mas em comunidade com as minhas Irmãs, num caminhar em que nos aju-damos mutuamente. Confirmo que Deus não nos tira nada de essencial para a nossa felicidade, pelo contrário! Concede-nos tudo o que precisa-mos. E que a vida consagrada a Deus pode ser um caminho de intensidade de vida e alegria a partilhar aos outros.

Lançai aS REDES

Boletim do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações

Propriedade: Diocese de Santarém; Director: Pe. Miguel Ângelo

Ferreira; Paginação: Cláudio Nunes; Tiragem: 7.800 exemplares;

Periodicidade: Bimensal; Depósito Legal N.º 300455/09; Execução:

Gráfica Almondina – Torres Novas.

Encontros vocacionais do Pré-Seminário

15 e 16 de novembro 27 a 29 de dezembro

O grupo vocacional de São Francisco de Salesiniciar-se-á no dia 6 de dezembro

Os encontros vocacionais para raparigasserão a 20 e 21 de dezembro

iRmã sandRa BaRtoLomeu

31 AnosServa de Nossa

Senhora de Fátima