Post on 05-Jul-2015
E. M. E. F. JOSÉ BEZERRA DA SILVARUA JOANA ANGÉLICA, S/N.
BAIRRO PEDRA VELHA
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
DELMIRO GOUVEIA – ALAGOSTO/2008
IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
NOME: Escola Municipal de Ensino Fundamental José Bezerra da Silva
ENDEREÇO: Rua: Joana Angélica S/N
Bairro: Pedra Velha
Delmiro Gouveia – Alagoas
Fone: (82) 3641-5346
REDE: Pública Municipal
NÍVEIS DE ENSINO: Fundamental (1º ao 9º ano)
Organizado em Sistema de Ciclos
TURNOS: Matutino, Vespertino e Noturno.
EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA:
PROFISSIONAL CARGO FUNÇÃO QUALIFICAÇÃO
Maria Vânia de Araújo Silva Oliveira
Professora Atividade (1a a 4a série)
Diretora Geral Graduada em Pedagogia e Especializanda em Gestão do Trabalho Pedagógico.
Maria de Fátima S. Aragão
Professora Atividade (1ª a 4ª série)
Diretora Adjunto Graduada em Pedagogia e especializanda em Gestão do Trabalho Pedagógico.
Luzânia Maria Pereira Professora Atividade (1a a 4a serie)
Coordenadora Pedagógica
Graduada em Pedagogia, Especializanda em Gestão do Trabalho Pedagógico.
Jociene Gomes Professora Atividade (1a a 4a serie)
Coordenadora Pedagógica
Graduada em Pedagogia e especializanda em Gestão do Trabalho Pedagógico.
Cleide Ramalho Lima Ângelo
Professora Atividade (1a a 4a serie)
Coordenadora Pedagógica
Graduada em Pedagogia.
SUMÁRIO
JUSTIFICATIVA.............................................................................................................6
OBJETIVOS...................................................................................................................9
1. MARCO SITUACIONAL.............................................................................................11
1.1 História do Município / Bairro...................................................................................11
1.1.1 Dados demográficos.............................................................................................11
1.1.2 Dados Políticos.....................................................................................................12
1.1.3 Dados sócio-econômico-cultural-educacionais.....................................................13
1.1.4 Problemas do município........................................................................................16
1.2 Conhecimento da realidade escolar.........................................................................18
1.3 Recursos humanos: Perfil dos profissionais da escola............................................23
1.4 Estrutura da escola..................................................................................................28
1.4.1 Organograma........................................................................................................28
1.4.2 Fluxograma...........................................................................................................29
1.4.3 Formas e tipos de gestão administrativa e pedagógica........................................30
1.4.4 Relação entre o pedagógico e o administrativo no processo de gestão...............31
1.4.5 Associação de pais...............................................................................................31
1.4.6 Caixa escolar........................................................................................................32
1.4.7 Merenda escolar...................................................................................................34
1.4.8 Grêmio estudantil..................................................................................................34
1.4.9 Comunicação........................................................................................................35
1.4.10 Articulação Escola X Família X Comunidade X SEMED.....................................35
1.4.11 Calendário Escolar..............................................................................................37
1.5 Investimentos...........................................................................................................38
1.6 Organização do Ensino............................................................................................40
1.6.1 Relação entre teoria e prática...............................................................................40
1.6.2 Combinação metodologia entre processo de ensino e capacitação.....................40
1.6.3 A realidade como base de produção do conhecimento........................................41
1.6.4 Educação para o trabalho e pelo trabalho............................................................42
1.6.5 Critérios para a formação de classes....................................................................42
1.6.6 Relatórios finais....................................................................................................44
1.6.7 Problemas de oferta – demanda e fluxo escolar...................................................46
1.6.8 Organização do ensino.........................................................................................47
1.7 Metodologia.............................................................................................................49
2. MARCO CONCEITUAL..............................................................................................50
3. MARCO OPERATIVO................................................................................................54
3.1 Diagnóstico e análise da situação da escola...........................................................54
3.2 Currículo / Avaliação da Aprendizagem...................................................................58
3.2.1 Avaliação Institucional...........................................................................................63
3.2.2 avaliação e atualização do Projeto Político Pedagógico.......................................64
JUSTIFICATIVA
A Escola Municipal de Ensino Fundamental José Bezerra da Silva fundada em 1991,
tem buscado atender à população dos bairros Pedra Velha, Desvio e Ponto Chique,
superando as dificuldades ao longo dos anos, respeitando os direitos de igualdade
social e lutando pela melhoria da qualidade de ensino. Ultimamente a idéia da escola
cidadã, da escola como instrumento da formação da cidadania vem sendo bastante
discutida. A cidadania começa pelo auto-respeito e pelos ideais de solidariedade, já que
a escola é uma família. A partir daí, cada escola precisa definir suas metas de trabalho
e estas estão voltadas para a qualidade do ensino. Assim a qualidade decorre da
construção coletiva do Projeto Político Pedagógico. É esse projeto que dá a escola a
marca de sua identidade.
De acordo com o Art. 14, da LDB nº. 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional):
Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I-participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II-participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
É importante, também, que toda a comunidade escolar saiba que, segundo o Art. 5º da
Resolução n° 51/2002 do Conselho Estadual de Educação “a apresentação da
proposta pedagógico-curricular é requisito indispensável para o Credenciamento
e Autorização iniciais da instituição escolar”.
Diante do disposto, a escola tem a missão de reunir todos os segmentos que a compõe,
para elaboração e discussão de sua proposta pedagógica.
O Parágrafo Único, Art. 53, do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), enfatiza o
direito da família do educando: “É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais”.
Dessa maneira professores, pais, alunos e demais funcionários da instituição, unem-se
na elaboração de uma proposta que atinja os seus anseios sociais, baseados nos
pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser.
A escola precisa estimular a busca do conhecimento, utilizar o conhecimento em
situações práticas, promover relações inter-pessoais e ser instrumento de
transformação.
Portanto, o PPP da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Bezerra da Silva,
proporcionará avanços no âmbito administrativo e pedagógico, que contribuirão no
processo educacional, provocando em profissionais, pais e alunos uma mudança de
atitudes e valores através da consciência de que somos responsáveis pela melhoria
educacional do nosso município.
Como a Arte de Ensinar se constitui toda vida em uma obra inacabada, o referido
projeto foi pensado e elaborado dentro de uma consciência de que a escola está
inserida num contexto social que é totalmente vulnerável às mais variadas
transformações. Nesse sentido, não se trata de um Projeto Pedagógico estático, pronto
e definido, mas, trata-se de um projeto que tem a clareza de que o seu papel é ser
norteador, um referencial para as atividades pedagógicas da Escola aberto a aceitar,
sempre que necessário novas sugestões que ajudem a enriquecer e aperfeiçoar mais e
mais o processo de ensino-aprendizagem.
OBJETIVOS
GERAL:
Conduzir o processo ensino-aprendizagem para o desenvolvimento integral do
aluno, garantindo as condições necessárias para o desenvolvimento das competências
e habilidades que o credenciem ao exercício pleno de sua cidadania, a partir de
experiências que permitam relacionar os conhecimentos assimilados à sua realidade
cultural, se apercebendo, da mesma forma, de outras realidades.
ESPECÍFICOS:
Aprimorar a qualidade do serviço educacional que é propiciado à população que
freqüenta os cursos oferecidos pela escola;
Criar oportunidades de integração com a família, a fim de formar parceria na
educação dos filhos;
Propiciar o desenvolvimento das múltiplas inteligências, respeitando a identidade
de cada aluno na convivência social;
Oportunizar aos alunos a vivência de valores éticos, cristãos, cívicos e o respeito
entre si e a outras culturas para que se auto-realizem e participem construtivamente da
sociedade;
Resgatar e preservar a cultura da sociedade em que vivemos;
Dar continuidade ao trabalho com a pedagogia de projetos;
Zelar pela gestão democrática e participativa do ensino;
Garantir a atuação de acordo com o que estabelecem os quatro pilares da
educação.
1. MARCO SITUACIONAL
1.1- História do Município / Bairro:
1.1.1 - Dados Demográficos:
O Município de Delmiro Gouveia localiza-se na Região Alagoana dos Lagos, na grande
Bacia do São Francisco, no extremo Oeste do Estado de Alagoas, no Semi-Árido, no
pediplano entre o maciço de Água Branca e o Rio São Francisco, tendo como limites:
ao Norte o município de Água Branca e Pariconha, ao Sul, com os Estados de Bahia e
Sergipe, a Oeste com Petrolândia (PE), a Leste com o município de Olho D´ Água do
Casado, no paralelo 9º07´06´´ e meridiano 37º44´04´´ com uma área de 606,8 Km2 ,
com um número de aproximadamente 45.000 habitantes que convivem com o clima
semi-árido.
De acordo com Lei Censitária que foi aprovada e sancionada através da Prefeitura
Municipal de Delmiro Gouveia no governo de José Bandeira de Medeiros em
24/04/1990, a delimitação da zona urbana ficou estabelecida em aproximadamente
18.984 Km2, conforme transcrição abaixo:
Art. 1º - A Zona Urbana da cidade de Delmiro Gouveia – AL, fica assim delimitada:
Pontos Extremos: Ao Norte – Haras Bom Sossego, Ao Sul – estação de tratamento de
água (CASAL), Ao Leste – Rodovia AL – 225 que liga Delmiro Gouveia a Olho D’água
do Casado, A Oeste – campo de pouso da Fábrica da Pedra.
A Zona Rural ocupa uma área de 590,19 Km² aproximadamente.
O bairro em que a escola está situada foi o que deu origem à cidade que antes se
chamava Pedra onde hoje residem 785 famílias, com uma população de 3.501
habitantes. Sendo considerado o maior bairro da cidade, o que o faz se tornar um bairro
com diversos problemas sociais e ambientais.
O mesmo recebeu este nome de Pedra Velha devido a um morro existente no local que
hoje se encontra imerso por águas de um açude particular.
1.1.2 - Dados Políticos:
O primeiro nome dado à cidade foi Pedra e o povoado constituiu-se a partir da estação
de ferro da então Great-Western. A denominação Pedra veio de grandes rochas que
existiam junto à estação.
Em 1903 chegou à região, vindo de Recife (PE), o cearense Delmiro Augusto da Cruz
Gouveia, que se estabeleceu vendendo couros de bovinos e peles de caprinos. Em
1914, ele instalou uma fábrica de linhas com o nome de Companhia Agro Fabril
Mercantil, atraindo para a região muitos moradores e trazendo o desenvolvimento.
Delmiro conseguiu dotar o lugar de água canalizada e energia elétrica, provenientes da
Cachoeira de Paulo Afonso. A vila operária recebeu o nome de Pedra, a Pedra de
Delmiro.
O cearense Delmiro foi assassinado no dia 10 de outubro de 1917 e este trágico
acontecimento prejudicou bastante o desenvolvimento local.
O Distrito Pedra foi criado no dia 1º de novembro de 1938, através do Decreto – Lei 846
e em 14 de fevereiro de 1954, foi emancipado, desmembrando-se de Água Branca,
onde finalmente recebeu a denominação de Delmiro Gouveia, em homenagem
ao seu fundador.
1.1.3 - Dados sócio-econômico-cultural-educacionais:
A cidade de Delmiro Gouveia é razoavelmente desenvolvida.
Possui duas agências bancárias, casa lotérica, alguns postos de saúde, clínicas
médicas e odontológicas, um hospital público, associações sindicais e desportivas, uma
delegacia da Polícia Civil e um Batalhão da Polícia Militar. A grande maioria da
população segue a religião Católica, mas há na cidade seguidores das Igrejas: Batista,
Pentecostal, Assembléia de Deus, Adventista do 7º Dia, além de seguidores da
Doutrina Espírita Kardecista.
A população costuma festejar a emancipação política do município, as festas juninas, o
carnaval, o natal, a chegada do ano novo, porém é a Festa de Nossa Senhora do
Rosário, padroeira do município, a principal manifestação popular da cidade. A festa é
realizada no mês de outubro e atrai milhares de turistas de várias regiões do país.
Apesar de razoável desenvolvimento, Delmiro Gouveia não dispõe ainda de transporte
coletivo de ônibus, circulando por seus bairros. As empresas de viação que atuam na
cidade, realizam apenas o transporte intermunicipal e interestadual, através da BR-423,
BR-110, AL-225 e AL-145. Nas ruas da cidade circulam automóveis, motocicletas,
bicicletas e as tradicionais carroças de tração animal.
Muitos moradores possuem telefones fixos ou móveis e outros utilizam telefones
públicos. As rádios comunitárias e comerciais são grandes fontes de informação da
população local, além delas, o PRPC (Ponto Regional de Propagandas Comerciais),
uma difusora instalada no centro da cidade há mais de 35 anos, se encarrega de
transmitir diversos anúncios durante todo o dia.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente faz um trabalho de arborização em todo o
perímetro urbano e campanhas de conscientização junto à comunidade.
Na zona rural a agricultura e a pecuária ainda são as grandes fontes de sobrevivência
da população. A agricultura tem avançado especialmente na produção de frutas e
verduras, já que é grande a quantidade de chácaras na região, e também no cultivo de
milho, feijão e algodão. Na pecuária destaca-se a criação de caprinos e bovinos, que
têm a pele e a carne comercializadas e o aproveitamento do leite por uma fábrica local,
além disso, a criação de aves também tem alcançado grandes resultados para vários
criadores.
Pequenas fábricas de queijo, panelas de alumínio, produtos de limpeza e artigos de
artesanato, também movimentam a economia, mas a indústria têxtil criada por Delmiro,
continua sendo a maior empresa local, exportando tecidos para diversos estados
brasileiros e alguns países.
O comércio é bem diversificado. Possui lojas de confecções, materiais de construções,
móveis e eletrodomésticos, calçados, motos, carros, cosméticos, bijuterias, decorações
e gêneros alimentícios. Várias empresas também prestam outros tipos de serviços ao
município, e, além delas, os profissionais liberais também aquecem a economia local
indiretamente.
A cidade conta também com um Centro de Arte e Cultura, onde estão expostas
diversas peças artesanais produzidas por artistas da terra.
A criação da Biblioteca Pública Municipal Ieda Damasceno, também tem contribuído na
formação de cidadãos delmirenses.
Boa parte da história do Município ainda é relatada por moradores antigos ou
estudiosos do assunto, ou pode ser pesquisada no Museu Delmiro Gouveia.
A população se diverte nos clubes recreativos existentes no centro da cidade, no
banho de rio no cânion do São Francisco ou nos diversos barzinhos espalhados por
todo o município, inclusive nos povoados.
Nos últimos anos, a educação no município tem avançado bastante, especialmente na
diminuição dos números de repetência e evasão. Êxito alcançado graças a qualificação
profissional, pois muitos professores fizeram cursos de graduação ou participaram de
cursos de formação continuada. Atualmente os alunos são assistidos em 37 escolas
municipais, 5 escolas estaduais, 5 particulares e 2 escolas filantrópicas.
1.1.4 - Problemas do Município:
Situado a 309 km da capital alagoana, Delmiro Gouveia, como qualquer outro município
interiorano, enfrenta sérios problemas sociais, tais como: o desemprego, a falta de
saneamento básico, à assistência à saúde e à educação.
Grande parte da população é formada por funcionários públicos, comerciários e
operários da Fábrica da Pedra, além de agricultores e pecuaristas, o restante procura
alternativas de rendas indiretas para sobreviver ao desemprego.
Muitas casas localizadas nos bairros periféricos da cidade, necessitam de saneamento
básico e a população precisa de um outro hospital, de mais médicos e de atendimento
especializado. Na maioria das vezes, os doentes são encaminhados para outros
municípios, para a capital alagoana ou para a capital sergipana, porque os recursos
locais são insuficientes para atender às necessidades.
As escolas existentes também são insuficientes para atender à demanda. Professores e
alunos são obrigados a conviver com salas superlotadas e escassez de materiais. Além
disso, não há na cidade nenhuma Instituição de Formação Superior. Assim, somente os
jovens que dispõem de grande poder aquisitivo, têm condições de sair da cidade e
prestar vestibular nas faculdades e universidades de Maceió, ou de outros municípios e
capitais nordestinas, ou fazem Curso Superior através da modalidade à distância, nas
extensões universitárias, que funcionam no município, através de vídeos-aula.
1.2 - Conhecimento da Realidade Escolar:
A Escola Municipal de Ensino Fundamental José Bezerra da Silva foi construída em
1991 e o nome originou-se de um pequeno engano: O nome da escola deveria ser o
mesmo do dono do terreno que o doou para a construção da mesma, o senhor Olavo
Faustino, mas por ''engano'', colocaram o nome do senhor José Bezerra da Silva, na
época vereador, mais conhecido como Zé de Olavo.
O município por não ter o seu sistema próprio de ensino funciona agregado a Secretaria
da Educação do Estado, que autorizou o funcionamento da mesma de acordo com a
portaria de Nº. 1.549/99 publicada no Diário Oficial conforme cita o referido artigo 1º:
Conceder a autorização para o funcionamento do Curso de Ensino Fundamental (1ª a 8ª série), regimento escolar e currículos Plenos, a escola José Bezerra da Silva, mantida pela Prefeitura Municipal de Delmiro Gouveia, com sede no município de Delmiro Gouveia, neste Estado.
A escola está situada em um complexo de bairros periféricos onde aproximadamente
90 % dos seus moradores desenvolvem atividades rurais (agricultura de subsistência),
sendo assim este ofício seguido pela maioria dos filhos, tendo no preenchimento das
suas fichas de matrículas constando à expressão de “filhos de agricultores” mesmo com
uma residência própria ou não, de origem urbana permanecendo em situação de
invisibilidade decorrente dessa visão estereotipada que tem dificultado a compreensão
da sua complexa inserção num mundo urbano, causando assim, um aumento na sua
idade escolar e um nível de rendimento muito baixo.
Em entrevista realizada com 60 alunos, do turno noturno, constatou-se que 56 são
filhos de agricultores e os 60 são netos de agricultores.
Esta Instituição de Ensino participa do Censo Escolar realizado pelo Ministério da
Educação todos os anos, no qual está cadastrada sob o Nº. de Registro 27.003.558.
A Escola funciona em três turnos, distribuídos da seguinte forma: matutino – 07h00min
às 11h20min, vespertino – 13h00min às 18h15min e noturno – 18h40min às 22h50min.
A escola conta com:
09 salas de aula contendo em cada uma delas: um birô, 50 carteiras, 02
ventiladores de parede e 01 quadro negro grande;
01 sala para direção com banheiro, despensa, 01 birô, 01 armário, 01 prateleira,
01 rack com computador e impressora e um ventilador de parede;
01 sala para secretaria contendo: 02 birôs, 04 cadeiras, 04 arquivos e um
ventilador de parede;
01 sala para os docentes com banheiro, 02 estantes, 01 mesa, 02 armários (12
portas), 01 armário (2 portas), 01 bebedouro, 01 ventilador de parede,01 máquina de
escrever, 02 mimeógrafos;
01 cantina com 01 geladeira, 01 ventilador de parede, 01 armário (9 portas), 01
fogão industrial de 04 bocas, 01 liquidificador, balcão com pia e uma mesa com 04
cadeiras;
01 banheiro feminino com 03 divisórias;
01 banheiro masculino com 03 divisórias;
02 pátios internos cobertos com 01 bebedouro grande de 02 torneiras, 01
escovódromo com 04 torneiras;
01 almoxarifado para os instrumentos da banda fanfarra, livros, além de uma
divisória contendo 06 prateleiras para o armazenamento da merenda e um freezer;
01 pequeno depósito para o material de limpeza;
01 sala de leitura contendo 10 pranchas em madeira, 03 armários de aço, 01
armário de madeira, 02 mesas com 05 cadeiras cada, 01 birô com uma cadeira, 02
retroprojetores, 05 caixas decoradas para depósito de livros, 01 globo iluminado, 01
esqueleto humano, 01 torso humano, jogos em madeira variados, placas de trânsito em
madeira, mapas variados, além de livros de vários gêneros.
Na sala de leitura, contamos com um acervo de 142 livros juvenis da literatura
brasileira, da literatura infanto-juvenil e infantil são 170, 25 dicionários da língua
portuguesa, 10 dicionários da língua inglesa, 04 Atlas, 20 revistas para consulta, 200
livros didáticos (língua portuguesa, matemática, história, ciências, geografia), da
alfabetização ao 9º ano.
Alguns equipamentos eletrônicos estão sem funcionar porque estão quebrados e outros
estão desgastados por uso excessivo como é o caso do mimeógrafo; quanto ao
mobiliário, a cada inicio de ano letivo, as carteiras quebradas são consertadas e as que
faltam são solicitadas à Secretaria de Educação imediatamente. Contudo, nem sempre
somos atendidos, o que causa muitos transtornos.
A iluminação não causa transtorno, uma vez que as lâmpadas queimadas são trocadas
imediatamente para que não venham a atrapalhar o andamento das aulas, já que estas
precisam ficar acesas durante quase todos os turnos devido à fraca iluminação natural
das salas e demais compartimentos.
A ventilação natural é inadequada, pois as salas são um pouco fechadas, fazendo com
que no verão o calor se torne insuportável, a ponto de atrapalhar o desenvolvimento
das atividades. São instalados em cada sala dois ventiladores de parede, porém não
são suficientes para a resolução dos problemas.
A merenda escolar servida é de boa qualidade. O cardápio è constituído de sopas,
risotos, cuscuz, macarronada, achocolatado, sucos, biscoitos, frango, charque,
almôndega, carne moída e mel. Ocorre de às vezes chegar atrasada e os alunos
reclamarem muito, chegando os mesmos a não freqüentarem a escola nos dias em que
ela não é servida.
Os materiais didáticos comprados com o dinheiro da Caixa Escolar são insuficientes,
justamente pelo grande número de alunos atendidos pela escola. O mesmo ocorre com
os livros didáticos, que no terceiro ano de uso atendem a 1/3 dos alunos, dependendo
do ano e da disciplina. A Caixa Escolar chega a ser insuficiente para tantas
necessidades que a escola apresenta, mesmo com o planejamento que é feito antes da
realização das compras.
A escola é limpa a cada fim de turno, os banheiros são lavados, bem como os copos
dos bebedouros.
O prédio tem a pintura retocada todos os anos, inclusive tendo que ser toda rebocada
devido à salinização existente no terreno que faz com que a mesma vá desmoronando,
devido ao alto índice de infiltração nas paredes por conta dessa presença inevitável do
sal.
1.3 - Recursos Humanos:
Perfil dos profissionais da escola:
Corpo Técnico de Apoio:
PROFISSIONAL FUNÇÃO QUALIFICAÇÃO
Cláudio Melo Secretário escolar Nível Médio
Elza da Rocha Silva Aux. Serv. Adm. Educ. MagistérioGerson Xavier Pereira Segurança Escolar Fundamental incompletoIone Varlene Malta de Sá Auxiliar de Secretaria MagistérioJosé Carlos S. Rodrigues Aux. De Serv, Adm.
EducacionaisPedagogia
Lindaura Joana da Silva Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoMaria das Neves Pereira Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoMaria de Lourdes dos Santos Secretária Normal /MédioMaria do Carmo Clemente Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoMaria José da Silva Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoOrni H. G. Monteiro Segurança escolar Superior incompletoMaria Neide F. B. de Oliveira Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoMaria Nilza da S. Rodrigues Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental IncompletoThábata Carneiro Aux. Serv. Adm.
EducacionaisMagistério
Tereza Costa dos Santos Aux. Serv. Adm. Educ. Fundamental Incompleto
Corpo Docente:
Docente Formação Carga Horária
Série que leciona
Turno Tempo de Serviço
Tempo de Trabalho na escola.
Cleiton S. Bezerra Letras 20 horas 6º ao 9º ano
Noturno 8 anos 5 anos
Danúbia M. Silva Ciênc. da Religião 25 horas 3o ano Matutino 10 anos 10 anos
Edivani Ribeiro dos s. Brandão
Pedagogia 25 horas 6º ao 9º
anoVespertino
10 anos 10 anos
Edjane Bezerra Lisboa
Ciências da Religião
25 horas 4o ano Matutino 10 anos 10 anos
Elúzia F. S. Correia Ciências da Religião
20 horas 6º ao 9º ano
Vespertino
20 anos
18 anos
Estefânia Gomes dos Santos
Biologia incompleto
25 horas 6º ao 9º ano
Noturno 4 anos 3 anos
Jair A. da cunha Magistério 25 horas EJA II Noturno 1 ano
Jeane Costa GóesMatemática incompleto
25 horas 6o ao 9o
anoNoturno 17 anos 4 anos
Jeuédne E. A. de Queiroz
História 20 horas 6º ao 9º ano
Vespertino
2 anos
José Londe da Silva
Magistério 25 horas EJA II Noturno 1 ano
Luciana Carvalho Rufino
Superior incompleto
25 horas 6º ao 9º ano
Vespertino
2 anos
Maria Cristina de A. Gomes
Letras 25 horas 6o ao 9o
anoNoturno 10 anos 10 anos
Maria do Rosário B. da Silva
Letras 25 horas 6o ao 9o
anovespertino
10 anos 10 anos
Maria Historia 25 horas 6o ao 9o Noturno 10 anos 10 anos
Geraldina da Silva ano
Maria Jeaneide dos Santos
Pedagogia incompleto
25 horas 6o ao 9o
anonoturno 10 anos 6 anos
Maria José dos Santos
Pedagogia
25 horas 1º ano Matutino 10 anos 10 anos
Maria Noêmia da Silva
Letras 25 horas 6o ao 9o
anoNoturno 10 anos 10 anos
Marina Vidal Barbosa
Letras 25 horas 6o ao 9o
anoVespertino
10 anos 10 anos
Neila Ma F. Silva Pedagogia
50 horas 3o e 4º ano
Mat. e vespertino
10 anos 10 anos
Rosangela de Souza Barros
Pedagogia 25 horas 2o ano Matutino 10 anos 7 anos
Rúbia Afrânia B. de Souza
Pedagogia
25 horas 2º ano matutino 10 anos 10 anos
Silandia D. O. Gomes
Pedagogia
25 horas 1o ano Matutino 10 anos 7 anos
Silevagno D. O. Gomes
Biologia 45 horas 3º e 6º ao 9º ano
Matutino e vespertino
6 anos 6 anos
Severina Margarida da S. Vieira
Pedagogia
25 horas 6º ao 9º ano
noturno 10 anos 10 anos
Solange F. dos Santos
Magistério 25 horas 5º ano vespertino
25 anos 25 anos
A gestão é democrática, Lei nº. 0005/2006 do município de Delmiro Gouveia, levando o
corpo administrativo a ser escolhido pela comunidade através do voto, além disso, o
conselho Escolar também é eleito pela comunidade, o qual traz representações de
pais/mães, alunos, funcionários e professores. Quase todos os funcionários pertencem
ao quadro efetivo do município, pois se submeteram ao concurso público, alguns são
contratos temporários. Quase todos possuem licenciatura plena ou estão cursando.
A cada ano os professores participam de cursos de formação continuada promovidos
pela SEMED, realizam o planejamento escolar em todos os bimestres e se reúnem
semanalmente nas reuniões de departamento e em outras reuniões convocadas pela
direção, como para a escolha do livro didático, elaboração de projetos didáticos, entre
outras. Assim, há um bom entrosamento na relação professor-direção e todo o corpo
docente participou da elaboração e discussão do Projeto Político Pedagógico.
Os alunos são em sua maioria, filhos de funcionários públicos, agricultores, operários e
profissionais liberais de classe baixa. Não possuem condições financeiras que
possibilitem uma dedicação maior aos estudos e têm muitas dificuldades em dispor de
um material mínimo necessário às aulas. Alguns necessitam usar óculos, de tratamento
odontológico ou mesmo de uma alimentação adequada que lhes possibilite uma
aprendizagem melhor. Dessa forma, não têm recursos para adquirir livros, revistas,
jornais ou outros meios de comunicação mais avançados para seu enriquecimento
cultural. Além disso, os pais nem sempre dispõem de tempo para ajudar os filhos nas
tarefas escolares, do mesmo modo, os alunos maiores, por necessitarem trabalhar não
dispõem de tempo para dedicar aos estudos e o município não oferece muito incentivo
no que diz respeito às práticas esportivas, culturais e profissionais, prejudicando, muitas
vezes, os rumos do processo educacional. Pois, lá fora, os alunos se deparam com
uma sociedade violenta e cheia de desafios, e que muitas vezes não estão preparados
para enfrentar.
A grande maioria dos pais não tem instrução suficiente para acompanhar os filhos nos
estudos, apesar disso, muitos incentivam os projetos realizados pela escola, dentro de
suas possibilidades, participando dos eventos ou dando através dos seus filhos, algum
tipo de ajuda para aquisição ou confecção de materiais utilizados e freqüentando as
reuniões de pais e mestres, realizadas periodicamente.
Como os pais, os alunos não têm hábitos de leitura. Mesmo assim, há uma boa relação
entre professor-aluno e professor-pai.
1.4 – Estrutura da escola:
1.4.1 – Organograma:
ALUNOS
COORDENAÇÃO
PROFESSORES
SECRETÁRIOAUXILIARES DE SECRETARIA
DIREÇÃO GERAL
AUXILIAR DE VIGILANTE ESCOLAR
DIRETORA ADJUNTO
SEGURANÇA ESCOLAR
AUXILIAR DE SERVIÇOS
ADMINISTRATIVOS
EDUCACIONAIS
GUARDA MUNICIPAL
1.4.2 – Fluxograma: (Ano Letivo de 2007).
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1.4.3 – Formas e tipos de gestão administrativa e pedagógica:
As escolas municipais de Delmiro Gouveia vivenciam uma nova lei, a da Gestão
democrática. Porém, os profissionais da referida escola ainda não foram
conscientizados da importância da implantação dessa forma de gestão e da
constituição do Conselho Escolar como prevê a LDB, no seu art. 14, (op. Cit.). Pois,
sabemos que a existência desse colegiado contribui consideravelmente para a melhoria
do ensino, já que os problemas que atingem a escola serão discutidos e decididos por
um grupo de pessoas representadas pelos vários segmentos da comunidade escolar.
Assim profissionais, pais e alunos têm uma participação direta em todas as decisões e
construindo efetivamente uma educação de qualidade social, com as funções:
deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora.
O Conselho Escolar deverá apontar novos horizontes para toda a comunidade escolar.
A autonomia da escola deverá estar acima de tudo, pois segundo a LDB em seu art. 15:
Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro e público.
1.4.4 – Relação entre o pedagógico e o administrativo no processo de gestão:
Para atender às necessidades da escola, a equipe técnica pedagógico-administrativa
costuma se reunir no início do ano letivo para traçar um plano de desenvolvimento da
escola (PDE), com atividades do âmbito administrativo, relacional e pedagógico que
deverão ser realizadas no decorrer de todo o ano letivo. E periodicamente novos
encontros são realizados para discussão das metas alcançadas e re-planejamento de
ações.
1.4.5 – Associação de Pais:
O segmento pai necessita de orientação para sua organização na defesa dos direitos
dos seus filhos, porém infelizmente a comunidade é desarticulada e desinteressada,
especificamente quando se trata da educação dos seus próprios filhos. Fato constatado
no número de pais participativos com relação ao número total dos pais dos alunos.
Mesmo assim, os participativos estão presentes nas reuniões convocadas pela escola,
nas assembléias, nos eventos e nas festividades realizadas pela escola. E estes são
críticos, opinantes, auxiliares nesse processo educacional. A escola convida, reclama
sua omissão, dialoga com os mesmos a respeito da importância da sua participação,
pois o Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 53, parágrafo único assegura:
“É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais”, mas os resultados não
são suficientes e diante desses índices é que a escola continuará cumprindo o seu
papel na busca pela formação de parceria com os mesmos na formação dos seus
filhos.
1.4.6 – Caixa escolar:
A Caixa Escolar denominada de Caixa Escolar da Escola de 1º Grau José Bezerra da
Silva, foi fundada em 21 de fevereiro de 1997, constituindo uma associação sem fins
lucrativos, com atuação junto a referida escola, buscando interagir junto a mesma
objetivando melhorias em todos os âmbitos, como prevê o artigo 2º do seu estatuto de
criação:
A Caixa Escolar da Escola de 1º grau José Bezerra da Silva tem por finalidade geral colaborar na assistência e formação do educando, por meio da aproximação entre pais, alunos e professores, promovendo a integração: poder público, comunidade, escola e família.
A mesma compõe-se de Assembléia Geral, Diretoria e Conselho Fiscal, deliberando
assuntos de interesse da entidade, como: promoção do bem-estar da comunidade do
ponto de vista educativo, social e cultural; contribuição para a solução dos problemas
inerentes à vista escolar; cooperação na conservação do prédio da unidade escolar;
administração de acordo com as normas legais que regem a atuação da referida Caixa
e incentivo à criação do grêmio estudantil.
Tanto a Diretoria quanto o Conselho Fiscal são eleitos em Assembléia Geral Ordinária e
têm um mandato de 02 (dois) anos, permitida a reeleição por uma vez.
Os membros da atual Diretoria e Conselho Fiscal eleitos em 2006, com um mandato de
dois anos estão distribuídos da seguinte forma:
Diretoria:
Presidente: Maria Vânia de Araújo Silva Oliveira (Diretora geral);
1º Tesoureiro: Ione Varlene Malta de Sá (Professora auxiliar);
2º Tesoureiro: Luzânia Maria Pereira (Coordenadora)
1º Secretário: Maria de Lourdes dos Santos (Assistente de Serviços Administrativos);
2º Secretário: Jociene Gomes de Oliveira (Coordenadora);
Conselho Fiscal:
1º Fiscal: Maria do Carmo Clemente Moreira (Auxiliar de Serviços Administrativos)
2º Fiscal: Rogélia Gomes Correia (Mãe)
3º Fiscal: Valdenice Alves da Conceição (Mãe)
Suplentes do Conselho fiscal:
1º Suplente: Maria Edna Cardeal dos Santos (Mãe)
2º Suplente: Silândia D’Oliveira Gomes (Professora)
3º Suplente: Neila Maria Faustina Silva (Professora)
1.4.7 – Merenda Escolar:
A Merenda Escolar é repassada à escola através da SEMED. A cada entrega de
merenda, o nutricionista elabora um cardápio específico que é seguido corretamente
pelas merendeiras. Estas por sua vez recebem formação do nutricionista sobre a
conservação, o armazenamento e o preparo da merenda, respeitando as normas de
higiene, garantindo aos alunos uma alimentação saudável.
1.4.8 – Grêmio Estudantil:
O Estatuto da Caixa Escolar da Escola, Art. 3º, alínea f, diz que uma das finalidades da
Caixa Escolar é: “incentivar a criação do grêmio estudantil e trabalhar
cooperativamente com o mesmo”. Apesar de ser um anseio da direção juntamente
com o corpo docente, ainda não há escola um grêmio legalmente constituído. Porém,
todas as turmas da Escola, possuem líderes e vice-líderes, que representam os alunos
nas assembléias estudantis, em decisões da Caixa Escolar, nos conselhos de classes,
fazendo valer a Lei Federal nº. 7.398/1985 e o Art.53, inciso IV do Estatuto da Criança e
do Adolescente, que afirma:
A criança e o Adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: direito de organização e participação em entidades estudantis.
Atualmente há um departamento na SEMED voltado para a criação do Grêmio
Estudantil nas Escolas Públicas do Município. Aguardamos responsável por tal função
para nortear a implantação, assim como a implementação desse colegiado em nossa
escola.
Necessitamos de parceiros que opinem, colaborem; e nada melhor do que a
representação do segmento que detém o maior interesse na construção do processo
educacional. Diante disso, o empenho será ainda maior na formação desse grupo, que
é tão importante no cumprimento dos deveres e na defesa dos seus direitos.
1.4.9 – Comunicação:
A forma de comunicação mais utilizada na escola é a de convites escritos entregues
aos alunos, pais ou funcionários. Também afixamos informativos e convites nos murais
do pátio da escola, da sala dos professores e na secretaria da escola e ainda utilizamos
faixas, carros de som e emissoras de rádio local para divulgar os eventos e atividades
realizadas pela instituição.
1.4.10– Articulação Escola X Família X Comunidade X SEMED:
A Escola tem buscado trazer a família do aluno para o convívio educacional através dos
eventos promovidos e ultimamente tem reunido com bastante freqüência os pais dos
alunos, de todos os anos, separados por turma ou coletivamente na tentativa de
encontrar apoio para os alunos que apresentam baixa freqüência, baixo rendimento e
indisciplina, além de realizações de assembléias para o direcionamento da verba da
caixa escolar, divulgação do PDE (Plano de Desenvolvimento da Escola), eventos
comemorativos (homenagem às mães, aos pais, arraiá junino, gincana do estudante),
além de prestigiarem a culminância dos projetos didáticos realizados nos bimestres.
Contamos com o apoio do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), do
Programa Sentinela e do Programa AABB Comunidade.
Precisamos elevar a auto-estima dos alunos, conscientizando-lhes que não basta estar
matriculado na escola, mas sim fazer cumprir direitos e deveres.
Segundo o Art. 53, Parágrafo Único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, op. Cit.:
“É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais”.
Os coordenadores do Programa Sentinela também visitam a escola e bimestralmente é
encaminhado um relatório de freqüência ao PETI, tudo visando à assiduidade e
conseqüente desenvolvimento intelectual do aluno.
Todas essas parcerias são indispensáveis para a promoção do aluno e seu
engajamento social.
A assistência da SEMED é, sem dúvida, a mais presente, pois o funcionamento das
escolas municipais é de competência da mesma.
1. 4.11 – Calendário Escolar:
O Calendário Escolar é elaborado pelos técnicos da SEMED após analisar as
sugestões enviadas pelas escolas. O mesmo é aprovado em assembléia de forma
participativa e democrática pelos professores, tendo o direito de escolher entre três ou
quatro propostas, opinar e modificar o mesmo adequando-o a melhor realidade de
acordo com o que estabelece o art. 23, inciso 2º da LDBEN nº. 9.394/96.
A escola ao recebê-lo planeja as suas atividades, de acordo com o que ele
estabelece, obedecendo ao número de dias letivos, carga horária e sua distribuição em
bimestres. Diante do exposto, o Art. 24, parágrafo 1º da LDB, em vigor determina que:
”A carga horária mínima anual será de no mínimo oitocentas horas, distribuídas
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando houver”.
1.5 – Investimentos/Financiamentos:
Como toda escola pública municipal, recebe recursos da Prefeitura do Município,
através da SEMED. Mas estes recursos surgem através de reformas, materiais,
mobiliário, sem que a escola tenha contato com dinheiro.
Já os recursos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), são administrados
através da Caixa Escolar, onde os membros da diretoria da mesma discutem com a
comunidade escolar quais são as necessidades da instituição, fazem cotações de
preços entre diversas empresas e prestadores de serviço para depois aplicarem esses
recursos, onde na conclusão dos trabalhos realizam a prestação de contas de todo o
dinheiro investido, por meio de notas fiscais e recibos, além da exposição realizada,
através de cartazes, nos murais da escola para facilitar o acesso a essas informações.
Os recursos do PDDE são distribuídos em dois valores: o capital que é destinado à
compra de bens permanentes e o custeio que dá assistência ao material de expediente,
material de limpeza e tudo o que for necessário para a limpeza da estrutura física da
escola (pintura das paredes, portas, portões e quadros de giz, rebocos das paredes,
retelhamento, reparos no piso e no forro, limpeza e manutenção das caixas d’água,
limpeza dos terrenos baldios, etc.).
Além desse recurso, devido a baixa média no IDEB, a escola também recebeu o
recurso do PDDEF para assim implementar os seus recursos didáticos e pedagógicos
com o objetivo de melhorar os índices da mesma. O mesmo é gerido pela unidade
executora da escola (Caixa Escolar), e tem no seu quantitativo 40% para capital e 60%
para custeio.
1.6 – Organização do Ensino:
1.6.1 – Relação entre teoria e prática:
O homem possui uma potencialidade natural para a aprendizagem, tem uma
curiosidade inata pelas coisas que o cercam, sente uma necessidade de aprender e
evoluir. Cada indivíduo desenvolve sua própria inteligência e constrói seu próprio
conhecimento. O conhecimento é a aquisição interna, processada a partir de
sucessivas e organizadas operações realizadas pelo indivíduo.
Na Escola, o conhecimento a ser construído e transmitido tem uma dimensão histórica,
não estática e de reconstrução contínua, tendo no aluno o construtor do conhecimento
e o professor o mediador deste processo de construção.
Os professores buscam através de seu programa curricular, aplicar os conteúdos
objetivamente, incluindo situações do cotidiano do aluno, como forma de incentivar o
educando na absorção de conhecimentos.
1.6.2 – Combinação metodologia entre processo de ensino e capacitação:
São muitas as dificuldades encontradas para o uso de metodologias diversificadas por
dois motivos: os recursos da escola são insuficientes e os que existem pouco são
utilizados, devido à acomodação dos professores, o que acarreta grandes prejuízos ao
processo, pois sabemos da eficácia dessa diversidade.
O maior problema desse comodismo está associado à falta de uma formação
continuada para os profissionais da educação, principalmente no que se refere ao uso
das novas tecnologias e isso torna o cotidiano escolar frustrante e desmotivado.
A escola precisa promover a interação social e intelectual entre as crianças e os jovens
e enfatizar as relações grupais, diminuindo a concentração das atividades individuais,
sem, entretanto esquecer o indivíduo em sua singularidade, fazendo com que cada um
venha a refletir sobre sua prática, sobre seu papel. É necessário conhecer
cientificamente o mundo, como as crianças e os jovens aprendem a reinventar sua
própria maneira de planejar e agir.
1.6.3 – A realidade como base de produção do conhecimento:
O desenvolvimento das atividades voltadas para a realidade do nosso educando faz
parte do objetivo de valorizar seus conhecimentos prévios, aproveitando sua bagagem
cultural no âmbito formal. Diante disso a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, (LDB),
nº. 9.394/96, só vem confirmar no seu Art. 32, no inciso III, op.cit. que: “ O Ensino
Fundamental, ...terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: o
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista à aquisição de
conhecimentos e habilidades e à formação de atitudes e valores.”
1.6.4 – Educação para o trabalho e pelo trabalho:
O aluno deve ser orientado para o prosseguimento dos estudos, tendo em vista a sua
preparação para o mercado de trabalho, baseando-se no Art. 39, da LDB, nº 9.394/96
que afirma: “A educação profissional, integrada as diferentes formas de educação,
ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva”. Assim, o fiel cumprimento deste disposto far-se-á
mediante o esforço do professor ao promover aulas de qualidade, que possibilitem ao
aluno um conhecimento vasto sobre os diversos campos do meio em que estamos
inseridos.
1.6.5 – Critérios para a formação de classes:
Com a conclusão do ano letivo e término do processo de apuração dos resultados, a
direção, os coordenadores e agentes administrativos separam os documentos dos
alunos desistentes, transferidos e que não renovaram a matrícula, enviando-lhes ao
arquivo passivo; enquanto os dos aprovados e reprovados que renovaram a matrícula,
são distribuídos nas turmas, de acordo com a idade. A partir daí têm-se o
levantamento da quantidade de vagas existentes para alunos novatos e alunos que não
renovaram a matrícula no período regular.
As classes estão organizadas por ano (1º ao 9º) ou em turmas de progressão I (alunos
do 1º ciclo) e II (alunos do 2º ciclo).
No turno matutino estão às classes do Ensino fundamental menor (1º, 2º, 3º, 4º, 5º ano
e Progressão I), o vespertino é distribuído com turmas de Progressão II, 5º, 6º, 7º, 8º e
9º ano. No noturno ficam turmas do 6º ao 9º ano, além das turmas de EJA do 1º e 2º
segmentos. O sistema é em formado por ciclos. 1º ao 3º ano compõem o 1º ciclo, 4º ao
6º o 2º ciclo e do 7º ao 9º ano o 3º ciclo.
Mediante a Resolução de Nº. 08/2007 CEB/CEE-AL que regulamenta a implantação do
Ensino Fundamental de 09 anos no Sistema de Ciclos a escola que já iniciara a sua
adaptação ao mesmo continuará a adequar-se para assim cumprir o que determina a
lei.
1.6.6 – Relatórios Finais
Ano Letivo: 2006
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2ª 03 148 128 18 02 94 34
3ª 03 132 104 19 09 70 34
4ª 02 107 84 17 06 37 47
5ª 04 204 116 86 02 72 44
6ª 04 188 139 44 05 111 28
7ª 03 137 99 33 05 91 08
8ª 02 92 77 10 05 73 04
Total 24 1157 854 265 38 600 254
Ano Letivo: 2007
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1.6.7 – Problemas de oferta – demanda e fluxo escolar (inclusão e exclusão):
Temos consciência do direito à educação previsto na Constituição Federal (1998), na
LDB (1996) e no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas enfrentamos sérios
problemas, ocasionados pela falta de espaço físico, material e recursos humanos, e,
para fazer valer esse direito somos obrigados a conviver com algumas salas de aula
superlotadas. Contrariando o que diz o Art. 14, inciso II, das Resoluções Nº 51/2002 e
N.º 55/2002, do Conselho Estadual de Educação do Estado de Alagoas:
O documento de autorização dos cursos do Sistema Estadual de Ensino designará o número máximo de vagas que a instituição escolar pode oferecer, com base nas instalações e equipamentos existentes no prédio escolar e no seu limite máximo de vagas por turma: Ensino Fundamental Regular: a) 1º e 2º anos - máximo de 25 crianças por turma; b) 3º e 4º anos - máximo de 30 alunos por turma; c) 5º e 6º anos - máximo de 40 alunos por turma; d) 7º e 8º anos - máximo de 45 alunos por turma.
Há também uma grande preocupação em vencer as barreiras do preconceito étnico e
cultural, como também a indiferença aos portadores de necessidades especiais. Mas
lutamos para superar esses desafios e conscientizar nossos alunos quanto ao respeito
à pessoa humana, independente de cor, raça, sexo, religião, condição social ou
necessidade especial. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997:21):
Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a, e da superação das discriminações é atuar sobre um dos mecanismos de exclusão – tarefa necessária, ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais plenamente democrática.
Precisamos ter sensibilidade para encarar o mundo e superar as nossas dificuldades,
estimulando os nossos semelhantes a vencer suas limitações, reconhecendo a
capacidade que cada um tem dentro de si. Apesar de termos esse pensamento nos
deparamos com professores que não têm curso para atuar com portadores de
necessidades especiais, como reza o Art. 4º, inciso III, da LDB, op. Cit.: “O dever do
Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino". Assim,
atendemos alunos com tais necessidades, mas não dispomos de profissionais
qualificados para que os mesmos possam se desenvolver melhor.
A Secretaria de Educação promove atualmente uma formação continuada aos
professores que atuam com essas crianças e adolescentes, porém a eficácia é mínima,
devido os mesmos estarem distribuídos em todos os anos e a participação se restringir
a professores dos anos iniciais, além do mesmo ser ministrado aos sábados e esses
profissionais se encontrarem em outros cursos de formação.
1.6.8 – Organização do ensino:
A organização do ensino até o ano letivo de 2004 era feita através de séries anuais
distribuídas em oito anos. Em 2005, fazendo valer o disposto no Art. 32, inciso 1º, da
LDB, op. Cit. : “É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino
fundamental em ciclos”, a SEMED, através da portaria nº. 001/2005, ampliou o
Ensino Fundamental de oito para nove anos:
A ampliação do Ensino fundamental de 8 (oito) para 9 (nove) anos, fundamenta-se na LDB, Lei nº. 9.394/96, como também é meta estabelecida no PNE (Plano Nacional de Educação), Lei nº. 10.172/01 e tem como objetivos “ oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade.
A Portaria N.º. 001/2005, sofreu algumas alterações através da Portaria N.º. 001/2006,
que restabelece o Ensino Fundamental de nove anos, redistribuindo os ciclos. Segundo
seu Art. 1º:
...os ciclos de formação têm como eixo norteador as fases do desenvolvimento humano, ficando assim constituído: a. 1º Ciclo - 1º, 2º e 3º anos: Infância (dos 06 aos 08 anos de idade); b. 2º Ciclo - 4º, 5º e 6º anos: Pré-adolescência (dos 09 aos 11 anos de idade); c. 3º Ciclo – 7º, 8º e 9º anos: Adolescência (dos 12 aos 14 anos de idade).
No ano de 2007, O Conselho Estadual de Educação de Alagoas, através da Resolução
Nº. 08/2007 regulamenta a implantação do Ensino Fundamental de 09 anos no sistema
de ciclos, o que veio diferenciar o sistema de ciclos implantado anteriormente levando-
nos a nova organização e distribuição de turmas e ciclos. A escola que por deficiência
de recursos humanos, físicos e materiais está ainda em fase de transição, porém se
adequará até o final deste ano letivo (2008), iniciando 2009 com todo o sistema
regulamentado.
1.7 – Metodologia:
Cada professor possui a sua dinâmica própria de trabalho e essas atitudes levam o
professor a estar aprofundando suas observações e pesquisando caminhos para
vencer os desafios que prejudicam a aprendizagem cotidianamente, promovendo
mudanças de atitudes didáticas e pessoais como dos seus alunos, levando-os à auto-
avaliação, onde surgirão as críticas e as possíveis necessidades de mudança.
Quando se pretende que o aluno construa conhecimento, a questão não é apenas qual informação deve ser oferecida, mas principalmente, que tipo de tratamento deve ser dado a informação que se oferece. A questão é de natureza didática. Nesse sentido a intervenção pedagógica do professor tem valor decisivo no processo de aprendizagem e, por isso, é preciso avaliar sistematicamente se ela está adequada, se está contribuindo para as aprendizagens que se espera alcançar. (PCN, 1997:48).
Apesar das atividades tradicionais em sala de aula, através do uso do livro didático, do
tradicional quadro-negro, do retro-projetor, de vídeos e músicas, jogos matemáticos,
dinâmicas de grupo, entre outras, é comum a realização de pesquisas e apresentação
de seminários, gincanas, com utilização de cartazes e painéis, como também a
discussão de temas transversais através de projetos didáticos que estimulam a
pesquisa e o debate, trazendo à escola pessoas de outros segmentos da sociedade,
promovendo uma grande conscientização. Segundo o Art. 26, da LDB, nº. 9.394/96:
Os currículos do ensino fundamental devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
2. MARCO CONCEITUAL:
Formar pessoas é, sem dúvida, a mais importante das tarefas educativas dentro e fora
da escola. “Se é verdade que a educação não pode fazer sozinha a transformação
social, também é verdade que a transformação não se efetivará e não se
consolidará sem a educação”. (GADOTTI, 1995:76).
Formá-las para o exercício da autonomia – intelectual, moral e social – é uma opção,
uma escolha de educadores comprometidos com um projeto democrático de sociedade,
envolvidos com a possibilidade da emancipação social, considerando que democratizar
a sociedade requer cidadãos e grupos sociais autônomos. Isso significa dizer que é
preciso construir um trabalho pedagógico que contribua para o desvendamento de
mecanismos de dominação e para o desenvolvimento de processos de constituição
identitária que possam levar ao inconformismo com a dominação social e à conquista
da autonomia.
Entre a sociedade em que vivemos e a que aspiramos, a educação assume o papel de
transformação democrática, mesmo sabendo desse compromisso, nos deparamos com
uma cruel realidade, pois observamos diariamente o crescimento dos problemas sociais
e conseqüente descaso em relação à dignidade da pessoa humana. O interesse ditado
por uma sociedade capitalista, acaba esmagando os ideais de democracia, diminuindo
o princípio de solidariedade. Com a educação não é diferente, pois constatamos
infelizmente a falta de organização, como forma de não propagar o bem-comum,
considerável avanço e melhoria da qualidade de ensino.
Para superar todos esses obstáculos precisamos incentivar nossos alunos na busca
dos seus direitos e ideais enquanto cidadão, preservando a cultura, mantendo o
respeito à pessoa humana e cumprindo com seus deveres.
Para a mudança de perfil na oferta de um ensino que atenda as necessidades dos
usuários, implica mudar seu perfil de funcionamento e seus métodos de gestão. As
mudanças no sentido de melhorar a qualidade de ensino passam, necessariamente,
pelo sistema administrativo. E diante dessa afirmativa, a gestão democrática do ensino,
de acordo com o art. 3º, inciso VIII da LDBEN em vigor é indispensável para a
autonomia das instituições de ensino, já que esta descentraliza o poder levando o
professor a participar ao lado do diretor da escola, interferindo e influenciando na
gestão e será a partir dessa práxis que a escola poderá automaticamente melhorar a
qualidade do seu próprio trabalho docente, uma vez que estará assumindo
responsabilidades, exercendo direitos e praticando a cidadania ativa na escola.
Essa mudança também passa pela valorização do professor, fator essencial ao
desenvolvimento de um bom trabalho, além da formação continuada que traz o mesmo
à atualidade, subsidiando ao acompanhamento da sociedade moderna e a evolução
dos caminhos que a educação vem percorrendo a passos ainda lentos.
O PPP (Projeto Político Pedagógico) como prática coletiva é a proposta da organização
pedagógica e administrativa da escola, construída através da participação de todos os
segmentos que compõem a comunidade escolar, visando a melhoria da qualidade de
ensino em um processo democrático de forma organizada.
A Escola acredita que o conhecimento só tem sentido quando possibilita o
compreender, o usufruir e o transformar da realidade. Neste sentido, o sujeito da
aprendizagem, como sujeito do conhecimento, requer um meio cada vez mais alargado
que lhe possibilite informações que possam ser, por ele, ressignificadas. Sem
atribuição de significado não há produção de conhecimento, nem aprendizagem,
porque não há congruência entre os esquemas de assimilação (parte do sujeito) e as
pressões externas (parte do objeto). Segundo Gadotti:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para ariscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém.
Baseado nos objetivos do presente trabalho, a Educação deve estar voltada para as
várias dimensões da pessoa humana, respeitando-se qualquer tipo de manifestação
cultural, religiosa, ético-racial, sexual, partidária, etc.
O Art. 2º, da Lei de Diretrizes e bases da Educação, nº. 9.394/96 assegura:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O fortalecimento do posicionamento do educando enquanto cidadão fica assegurado,
também, no Art. 22, da LDB, nº. 9.394/96, Lei de Diretrizes e bases da educação: “A
educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em seus estudos posteriores”. Não diferente
do Art. 32, que afirma que: “O ensino fundamental, terá por objetivo a formação
básica do cidadão”.
3. MARCO OPERATIVO:
3.1 - Diagnóstico e análise da situação da escola:
Diante da necessidade e urgência, fundamentada em lei, que no prazo de dez anos,
professores em exercício deveriam pelo menos ter ingressado na universidade, tivemos
um aumento considerável, especialmente no tocante à nossa região, do número de
professores formados/formandos. E no que diz respeito à Escola Municipal de Ensino
Fundamental José Bezerra da Silva, esse número merece destaque no município.
Desses profissionais em exercício de docência, dezoito deles são licenciados: Letras,
História, Biologia, Ciências da Religião e Pedagogia. Quatro deles estão cursando e
apenas três têm o Curso Normal / Magistério.
Nos cargos técnico-administrativos: cinco profissionais são licenciados e quatro desses
estão se especializando numa área educacional. O Secretário Escolar está cursando o
nível superior, um Assistente Administrativo tem curso superior, um está cursando e os
outros têm Curso Normal. Então, diante desse quadro a instituição está bem assistida
no que diz respeito à formação profissional. E todos estão organizados de forma a não
atrasar o processo letivo, sempre buscando contribuir no que diz respeito à prática do
que foi e está sendo estudado nos cursos específicos de cada funcionário.
Com a aprovação do Projeto-Lei Municipal de Nº. 0005/2006 relacionado à implantação
da Gestão Democrática, que promove a constituição dos Conselhos Escolares e
realização de eleições diretas para diretor e vice-diretor em todas as escolas da rede
municipal de ensino de Delmiro Gouveia, ocorreu a validação da luta da nossa classe
em prol da efetivação de nossa autonomia através da vivenciação de nossa cidadania.
A Gestão Democrática do Ensino Público, na forma da lei, está prevista no Art. 206,
inciso VI, da Constituição Federal. Para que ela se concretize, cumpre a escola e a
comunidade não permitir que se restrinja apenas a uma eleição para dirigentes
escolares, mas a capacitação para a participação efetiva dos representantes dos
segmentos escolares e da comunidade nos destinos da escola. Porém, é importante
acrescentar que quando se fala em gestão não se trata apenas de controlar recursos,
coordenar funcionários e assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula. É um
novo modelo de administração totalmente integrado à esfera pedagógica. E dentro
dessa ótica, o que deve ser visado é o produto final: a educação. E o importante é ter
uma visão mais global, preocupando-se com os recursos, os processos, as pessoas, o
currículo, a metodologia, a disciplina, tudo de maneira interligada. Ressaltando a
imensurável importância do papel de todos os representantes desta comunidade
escolar em atuar como parceiros ativos exercendo a função de gerir juntamente com os
eleitos, com respeito e responsabilidade, embora hierarquicamente seja necessário
haver divisões de atribuições.
A construção dessa proposta se constitui num desafio constante mediante o fato de que
para o seu sucesso será de extrema urgência minimizar a evasão escolar,
especialmente no tocante ao turno noturno, que se dá pela necessidade dos alunos
trabalharem para a sua subsistência, o que os torna cansados, sonolentos e
desestimulados. É um problema não só da escola citada, mas a nível nacional. Além
dessa problemática, será preciso inovar cada vez mais na metodologia utilizada,
desenvolvendo-a de forma contextualizada para que não se torne desinteressante e
enfadonha para os alunos. Um outro agravante é a reprovação nas disciplinas
consideradas críticas, como é o caso da matemática, da Língua Portuguesa e da
Língua Estrangeira.
E será com base nos planos de ações do PDE (Plano de Desenvolvimento Escolar),
que esperamos amenizar as taxas para um efetivo sucesso dos trabalhos realizados no
decorrer do ano letivo. São elas:
Fazer visita a domicílio dos alunos evadidos;
Implantar sistemática de acompanhamento;
Realizar reuniões quinzenais com coordenadores e secretária para
acompanhamento da meta;
Acompanhar os resultados dos alunos;
Implantar sistemática de acompanhamento;
Elaborar programa de capacitação para os professores do 1º ao 9º ano;
Capacitar os professores do 1º ao 9º ano;
Realizar formação para o pessoal de nível técnico;
Implantar sistemática de recuperação paralela para os alunos que apresentarem
dificuldades durante o processo de ensino;
Realizar reuniões mensais com os professores para discussão das dificuldades
encontradas e formalizar propostas de soluções;
Realizar gincana de matemática a cada semestre para o desenvolvimento da
capacidade de raciocínio;
Promover concursos em todas as áreas incentivando à produção e valorizando
os diversos talentos, habilidades e competências do alunado;
Organizar um espaço para leitura e pesquisa incentivando os alunos à pratica
das mesmas;
Montar o laboratório de Informática, inclusive com acesso à Internet, para
inserção de alunos e funcionários no mundo da tecnologia e informação avançada;
Promover viagens culturais e educativas para os alunos e funcionários;
Realizar oficinas, periodicamente, para os professores das turmas de
progressão;
Elaborar documento com os padrões de aprendizagem com base nas
competências e habilidades necessárias para cada ano do Ensino Fundamental;
Desenvolver um sistema de acompanhamento e avaliação dos alunos nos três
ciclos do Ensino Fundamental;
A atuação da família na escola agrava ainda mais os resultados negativos que a
mesma apresenta, já que esta só se torna presente quando solicitada, porém mesmo
assim, algumas nem comparecem. E é diante desse agravante que a escola inclui no
seu PDE, ações que mobilizem a família a fazer-se presente na construção da
educação dos seus próprios filhos:
Adotar estratégias dinâmicas e diferenciadas para a realização de reuniões e
eventos promovidos para pais e mães na escola;
Desenvolver oficinas de formação para pais e mães de alunos da escola;
Dinamizar o cotidiano escolar, tendo os pais como instrutores.
Diante desses indicadores é relevante o papel de todos os segmentos nessa proposta
para a garantia do sucesso escolar desejado, porém é preciso considerar alguns eixos
norteadores definidos por Gadotti, em perspectivas atuais da educação:
A integração entre educação e cultura, escola e comunidade (educação multicultural e comunitária), a democratização das relações de poder dentro da escola, o enfrentamento da questão da repetência e avaliação , a visão interdisciplinar e transdisciplinar e a formação permanente dos educadores”. (2000:39).
3.2 – Currículo / Avaliação da aprendizagem:
É no currículo que a escola deverá assegurar ao alunado o direito a igualdade de
acesso a uma base nacional comum, legitimando a unidade e a qualidade da ação
pedagógica na diversidade nacional.
O que está colocado em questão é a capacidade do Ensino Fundamental de
proporcionar aos alunos a bagagem de competências, conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores necessários para se incorporar à sociedade de hoje e de amanhã. E
é justamente essa bagagem que é preciso identificar e concretizar para, então, a partir
dela, tomar as decisões curriculares sobre os conteúdos – no sentido amplo do termo e,
portanto, incluindo conhecimentos, procedimentos, atitudes e valores – e as
competências em que devem centrar-se o ensino e a aprendizagem.
As Diretrizes Curriculares Nacionais, para o Ensino Fundamental, no seu Art. 3º,
parágrafo V, estabelece que:
As escolas deverão explicitar nas suas propostas curriculares processos de ensino voltados para as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando à interação entre a educação fundamental e a vida cidadã; os alunos ao aprenderem os conhecimentos e valores da base nacional comum e da parte diversificada, estarão também constituindo sua identidade como cidadãos, capazes de serem protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades.
Diante do exposto a escola adapta as suas atividades à realidade da clientela,
diversificando e inovando os métodos a fim de facilitar a construção da aprendizagem,
de forma significativa, através da contextualização, estimulando-os à busca do
conhecimento a partir da pesquisa.
Conteúdos significativos com base no conhecimento comum e na realidade local são a
base para o sucesso e alcance dos objetivos. O trabalho com os temas transversais:
drogas, sexualidade, preservação ambiental, preconceito e discriminação, violência
urbana e familiar, desestruturação familiar, desemprego, entre outros, desenvolvidos
através de projetos didáticos, surtem efeitos positivos, sendo de suma importância a
continuidade dos mesmos. Além disso, é um trabalho que envolve todos os segmentos
da comunidade, inclusive elevando os índices de interesse, participação e
aprendizagem.
O trabalho com esses projetos tem apresentado várias vantagens:
1- Tem levado a uma reflexão diagnóstica sobre o que se pretende fazer dentro da
demanda solicitada pelos/as alunos/as;
2- Planejamento que vem favorecer a construção da autonomia e da
interdisciplinaridade devido às situações criadas em sala de aula;
3- Construção de cronograma para execução das atividades desenvolvidas de acordo
com a realidade da comunidade;
4 – Tem trazido os alunos à reflexão dos problemas de forma global e contextualizada,
despertando o desejo de conquista, iniciativas, investigação, criação e
responsabilidades mediante as ações propostas;
5 – A participação e o envolvimento da comunidade na realização dos projetos e nas
suas culminâncias tem se dado de forma ativa;
6 – A participação dos pais nas pesquisas, entrevistas e estudos de meios realizados
pelos/as filhos/as tem sido motivo de orgulho para os mesmos;
7 – Alguns professores/as se tornaram pesquisadores/as dos problemas sócio-
ambiental das comunidades e do Município.
Sendo assim é necessário que haja no cotidiano escolar mais momentos de estudo e
planejamento na superação de muitos problemas, inclusive a falta de integração entre
os segmentos.
É necessário, porém, que haja uma mudança no tocante aos componentes curriculares
que elevam o índice de reprovação. Na área da Matemática os conteúdos precisam ser
contextualizados e dinamizados, aproveitando o conhecimento que o aluno já traz do
seu cotidiano. Os conteúdos de Língua Portuguesa precisam ser acrescidos de técnicas
de leitura e produção de texto, levando em consideração aqueles utilizados no dia-a-dia
e a interpretação dos mesmos se faz necessária, muitas vezes por questões de saúde
e sobrevivência.
Nesse processo, o educador tem um papel fundamental de valorizar o trabalho formal
dos alunos e auxiliá-los no processo informal através de projetos, na participação ativa
e desenvolvimento das habilidades básicas e necessárias para cada um.
Para a garantia da eficácia escolar, o educador precisa tomar consciência de que a
avaliação precisa se fazer presente continuamente. De acordo com o art. 24, inciso V,
alínea “a”, da Lei Magna da Educação em vigor, ela deve ser constituída de
instrumentos de diagnósticos que o leve a intervenções, visando à melhoria da
aprendizagem. É preciso que o aluno seja classificado por ter adquirido as habilidades
básicas necessárias para a sua promoção. Ela precisa ser inclusiva e não
classificatória. Porém, em alguns casos, essa promoção só acontece na totalidade de
uma somatória, que na realidade é a simbolização de todo processo que deverá ser
observado pelo professor. Isso não implica dizer que o educador avalie somente desta
forma, mas de tantas outras que tem uma relação com os conteúdos programáticos
abordados. Lembrando que a cada instrumento avaliativo utilizado devem-se
estabelecer critérios de análise e conhecimento do aluno e suas individualidades.
Diante da realidade da escola em questão (algumas salas superlotadas), a avaliação
diagnóstica e formativa se torna um fardo muito pesado, porém, cabe ao professor o
melhor empenho na eficácia da mesma. Nessa temática é necessário citar o Art. 24,
alínea a, parágrafo V, da LDB, Nº. 9.394/96: “A avaliação se dará de forma contínua
e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”.
Um inevitável momento para a realização da avaliação diagnóstica é na participação
ativa dos Conselhos de Classe, inclusive com a presença de representantes do corpo
discente, onde é possível a reflexão da prática pedagógica e das mudanças a serem
implantadas no re-planejamento das atividades.
Com a regulamentação da Resolução Nº. 08/2007 a escola se adequará ao novo
modelo onde na primeira fase, que compreende os três primeiros anos, haverá a
progressão continuada entre os anos letivos, com avaliação formativa periódica e ao
final da mesma haverá uma avaliação de caráter formativo e somativo para aferir a
promoção da criança para a etapa seguinte. Na segunda fase que compreende os
quartos e quintos anos, também haverá a progressão continuada entre os mesmos e ao
final dela haverá a avaliação de caráter formativo e somativo para a promoção da
criança.
Nas primeira e segunda fases de Alfabetização e Letramento do Ensino Fundamental, a
avaliação somativa considerará globalmente todos os componentes curriculares da
matriz curricular praticada para estabelecer o resultado final sobre a promoção dos
alunos.
Na organização da etapa final do Ensino Fundamental a estruturação ocorrerá em duas
sub-etapas, com progressão continuada com base na avaliação formativa e promoção
bianual com avaliação formativa e somativa.
Para reforçar o aluno em dificuldade de aprendizagem a escola oferecerá laboratórios
de aprendizagem com aulas de reforço para que venham a sanar as mesmas.
A Lei de Diretrizes e Bases, Nº. 9.394/96 assegura aos alunos, no seu Artigo 24,
parágrafo V, alínea “e”, os estudos de recuperação, conforme se segue:
“obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas
instituições de ensino em seus regimentos”. Inclusive no que diz respeito ao
cumprimento de no mínimo 5%, no total da carga horária de cada componente
curricular, visto que é legal, para as recuperações finais.
3.2.1 – Avaliação Institucional:
Temos consciência do nosso papel social na formação de tantos cidadãos que
compõem o nosso meio. Assim precisamos atualizar nossos conhecimentos a cada dia
e nos auto-avaliarmos constantemente. Para o nosso crescimento profissional, torna-se
indispensável à participação em uma avaliação para que nosso desempenho seja
analisado. Assim, a cada semestre, os representantes de todos os segmentos se
reunirão para analisar os pontos positivos e negativos da escola, discutir os fatores de
sucesso e fracasso e propor possíveis soluções para que os objetivos da comunidade
escolar sejam alcançados com eficácia.
3.2.2 – Avaliação e atualização do Projeto Político Pedagógico:
Todos os segmentos que participaram da construção desse documento serão
responsáveis pela sua avaliação no início de cada ano letivo, observando os avanços e
as dificuldades a serem vencidas e incluindo novas metas de trabalho.
Portanto, este documento se manterá aberto às eventuais alterações que visem o
sucesso desta Unidade de Ensino, dos seus profissionais e dos alunos que a
escolheram, garantindo o fiel cumprimento de todos os objetivos educacionais da
instituição.
REFERÊNCIAS
DIÁRIO OFICIAL DE ALAGOAS DE 14.02.2003. Resolução nº 51/2002 – CEE/AL. Maceió, 2003; MEC. Conselhos Escolares: democratização da escola e construção da cidadania. Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2004;
MEC. Estatuto da Criança e do Adolescente. Assessoria de Comunicação Social. Brasília, 2004;
CARNEIRO, Moacir Alves LDB Fácil: Leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. Editora Vozes 11ª edição, 1998;
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997;
VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político pedagógico da Escola. 12ª edição, Editora Papirus. 1995;
VIEIRA, Sofia Lerche. Gestão da Escola- desafios a enfrentar. DP e A editora. Rio de Janeiro, 2002.
Data e assinatura dos responsáveis
Assinatura do Participante Seguimento representado
Delmiro Gouveia, 20 de setembro de 2008.
Anexos:
Projetos didáticos
Foto das amostra e desfiles e festividas
Rol de conteúdos
Calendário ETC...