Post on 01-Aug-2022
EBOOK EXCLUSIVO
Introdução 3
1. O que é Gestão do Imprevisível? 5
2. Caminhos em tempos de invertezas 8
3. Habilidades para lidar com o imprevisível 11
4. Gestão do imprevisível na prática 16
5. Como mensurar o imprevisivel 20
6. Plano de ação para a gestão do imprevisível 29
7. Como se antecipar às crises 36
8. Livros e filmes recomendados 40
3
Introdução
Boas-vindas ao Gestão Imprevisível!
Mundo V.U.C.A.? B.A.N.I.? Matriz de Risco?
Metodologia ágil? MVP?
Se você chegou até aqui, é porque quer descobrir
o que esses nomes significam e de que forma
essas palavras podem mudar a sua carreira e o seu
negócio daqui para frente.
Mas, calma! Tudo no seu tempo.
Vamos te ajudar a não só compreender esses
conceitos, como também aplicá-los na prática
dentro da sua empresa.
Pergunte a si mesmo:
# De que forma você lida com o imprevisível?
# Qual é a estrutura que te dá suporte para
encarar uma crise?
# Você possui fôlego suficiente para
acompanhar o ritmo das mudanças?
# Até onde vai a sua capacidade de absorção
de novos processos e procedimentos
empresariais?
# Sua organização é um reflexo das suas
limitações ou um espaço de exercício da sua
capacidade de ser flexível e adaptável?
Se você ainda não tem tanta clareza assim das
respostas para essa pergunta, estamos aqui
justamente para te ajudar nesse desafio.
4
Empreendedores, colaboradores e organizações
que sabem como gerenciar negócios, tarefas e
carreiras com inteligência diante de um futuro
incerto e extremamente imprevisível, além de se
destacar no mercado, elevam suas estratégias a um
novo nível.
Quer transformar você, sua empresa e seus
colaboradores em verdadeiros agentes da
mudança?
Então, vamos desapegar daquele passado previsível
e estável para adentrar à realidade volátil e
complexa do novo mercado por meio da Gestão
do Imprevisível.
Continue aí! Nos próximos capítulos, vamos
conhecer as melhores metodologias para te ajudar
a colocar tudo isso em prática.
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1. O que é gestão do imprevisível?
Como diria Zygmunt Bauman, sociólogo
responsável pelo conceito de “mundo líquido”: a
única certeza em nossas vidas é a de que “amanhã
não pode ser, não deve ser e não será como hoje”.
E ele não poderia estar mais certo: estamos imersos
em um mundo líquido, rodeados por um cenário
que vive em constante mudança e que, com a
evolução da relação do ser humano com aquilo
que o cerca, tem se transformado cada vez mais
rápido.
Daqui uma semana, tudo pode mudar! A economia,
a política, a tecnologia e muito mais. Dá para
acreditar? Nosso contexto social se tornou refém da
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transformação e dessa tal “liquidez” da qual Bauman
tanto falava.
A quantidade e a agilidade das informações não
é mais a mesma. E com isso, nos tornamos mais
ágeis, mais produtivos e, também, mais imediatistas!
O que é para amanhã, já não queremos mais. Agora, é tudo “pra ontem”.
Não à toa, o nível de competitividade do mercado
aumentou a nível global, os consumidores se
tornaram mais exigentes e o processo produtivo
se ampliou significativamente. As empresas estão
começando a entender a importância de se
preparar diante de um mundo complexo, dinâmico
e imprevisível.
É fato: precisamos nos planejar para um futuro
incerto.
Mas como?
É aí que entra o tema do nosso curso: a Gestão do
Imprevisível.
Afinal, o que é isso?
A palavra imprevisível já entrega grande parte do
significado deste conceito: imprevisível é aquilo
que não se pode prever com antecedência; está
relacionado ao inesperado ou com um futuro não
calculado.
A Gestão do Imprevisível é um conjunto de
técnicas, ferramentas conceituais e processos
que possibilitam que indivíduos, organizações
e a sociedade possam estabelecer uma relação
positiva com o futuro. Ainda que ele seja
inesperado, imprevisível e incerto.
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Na prática, podemos dizer que a Gestão do
Imprevisível é a habilidade de:
Por meio dela, conseguimos mapear as
possibilidades diante de um futuro de incertezas e
nos preparar para encarar o imprevisível, rompendo
com a inflexibilidade das relações humanas e,
também, da estrutura organizacional.
O segredo da Gestão Imprevisível é: ela nos ensina
a mudar com consciência, nos adaptando a
diferentes cenários e descobrindo novas soluções
para os desafios do mundo líquido.
Está pronto para aprender mais sobre este modelo
de gestão e como aplicá-lo na sua empresa?
Segue com a gente para os próximos capítulos!
Compreender os fatores imprevisíveisque influenciam de forma importante o
processo produtivo das organizações
Avaliar e estabelecer uma análise críticaa respeito das oportunidades e
desafios que nascem partir de situaçõesimprevisíveis no ambiente de
negócios e sociedade
Planejar o futuro contemplandoo nível de imprevisibilidade nos negócios
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2. Caminhos em tempos de incertezas
É complicado escolher um caminho diante de tudo
isso.
Não é possível prever o que será do amanhã
num mundo em que a mudança acontece com
tamanha velocidade.
Afinal…
Qual é o caminho certo em tempos de tanta incerteza?
A chave não está em “para onde” estamos indo,
mas “como” vamos.
Já se foi o tempo em que um único jeito de fazer
as coisas, modelo ou “verdade” era a solução dos
problemas enfrentados pelas empresas - e pelos
profissionais - que estão dentro do mercado.
Hoje, a única verdade é que não sabemos de
nada.
Aliás, talvez aceitar essa incerteza seja o primeiro
passo para aprender a lidar com ela, não é
mesmo?
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Mas que tal ir além?
Para entender as dinâmicas do Imprevisível,
podemos estudar alguns conceitos que buscam
definir esse mundo líquido, mutável e maluco em
que vivemos.
Vamos começar pelo Mundo V.U.C.A., que é um
dos temas mais abordados e discutidos dentro
do mercado de inovação. Este conceito surgiu
durante o período pós-Guerra Fria, cenário de
muita instabilidade, insegurança e em constante
transformação.
O Mundo V.U.C.A. é um acrônimo de quatro
palavras que procuram descrever e, de certa forma,
definir a natureza do mundo como ele é hoje.
As quatro palavras resumidas em “V.U.C.A.” são:
Viu só? O Mundo V.U.C.A., no final das contas,
resume tudo aquilo que já sentimos e percebemos
sobre o mundo em que vivemos.
Vamos então para o próximo conceito: B.A.N.I. O
acrônimo “B.A.N.I.” ganhou mais força no contexto
V Volatility // VolatilidadeSão as coisas que mudam com frquenciae são movidas pelas novas tecnologias quesurgem num ritmo cada vez mais rápido.
A gente não tem certeza de para ondeo mundo e as tecnologias vão nos levar.
Uncertainty // Incerteza
O mundo digital funciona em redes queabraçam diversas conexões e possibilidadesao mesmo tempo, tornando tudo cada vezmais complexo.
Complexity // Complexidade
Se existem várias possibilidades, é precisoescolher e apostar em uma ou algumas,mesmo sem a certeza de que teremos exito.
Ambiguity //Ambiguidade
UCA
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pós-pandemia, a partir de 2020. Este novo conceito
surgiu com o objetivo de complementar o conceito
de Mundo V.U.C.A., substituindo a “volatilidade” pela
“agilidade”.
Os dois conceitos que vimos deixam claro uma
coisa: nosso mundo tem se tornado cada vez mais
instável e dinâmico.
Por isso, é urgente que aconteça uma
transformação avassaladora na forma como nossas
empresas funcionam e olham para o mundo.
As empresas necessitam reconhecer essa natureza
volátil, incerta, complexa e ambígua do mundo
para serem capazes de se adaptar e de utilizar todo
o potencial desse futuro imprevisível para criar
novas oportunidades de negócio e de inovação.
Os caminhos mudaram - e continuam mudando.
Mas, para acompanhar essa velocidade de
mudança, precisamos mudar, também, a forma
como abordamos estes caminhos.
Pensando nisso, no próximo capítulo, vamos falar
sobre as principais habilidades para lidar com o
imprevisível.
B Brittle // FrágilA volativilidade alcança um nivel extremo, em que tudo se torna frágil e impermanente, fazendo com que nada mais seja uma garantia no futuro.
O cenário de insegurança chega ao pontode gerar medo e importência nas pessoas,causando uma intensa ansiedade acercado futuro.
Anxious // Ansioso
Não há mais conexão entre causa e efeito,portanto pequenas decisões podem tergrandes consequências, tornando nossasações ainda mais importantes.
Nonlinear // Não-linear
Vivemos em um momento de profundaconfusão acerca da realidade, em que tudoacontece muito rápido e não há respostase soluções suficientes.
Incomprehensible //Incompreensível
ANI
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3. Habilidades para lidar com o imprevisível
A Gestão do Imprevisível funciona a partir de 3
pilares importantes: conhecimento, planejamento e
leitura do ambiente.
Vamos entender melhor cada um destes pilares?
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Mas e aí, como que a gente pode colocar isso em
prática?
Essa é fácil: por meio do desenvolvimento de novas
habilidades. É através destas novas habilidades que
você poderá alcançar o objetivo final de cada um
dos pilares da Gestão do Imprevisível.
Pilar
Conhecimento
Planejamento
Leitura doAmbiente
Identificar fatoresde risco
Criar estratégiaspara lidar como imprevisível
Entender o seupapel como agente
de mudança
Propósito
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Agora, vamos entender melhor essas habilidades que podem colaborar com os pilares da Gestão do Imprevisível.
Autonomia
O que é?
A habilidade de pensar e agir com independência,
sem a necessidade de aprovação ou validação de
outras pessoas.
Na Gestão do Imprevisível…
A autonomia é essencial para que um profissional
seja capaz de prever os possíveis riscos e impactos
(positivos ou negativos) de uma determinada
estratégia, a fim de avaliar a probabilidade de
sucesso de suas ideias sem precisar se apoiar nas
“apostas de futuro” de outras pessoas ou negócios.
Dinamismo
O que é?
A habilidade de unir energia e movimento para
gerar ações eficazes, ágeis e focadas no objetivo
final.
Na Gestão do Imprevisível…
O dinamismo se faz ainda mais importante diante
de um cenário em constante mudança, pois sua
energia é capaz de se adaptar com mais facilidade
ao ritmo das transformações, sempre buscando
novas soluções para lidar com a complexidade de
um futuro imprevisível.
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Flexibilidade
O que é?
A habilidade de ser maleável diante de diferentes
contextos, de se colocar facilmente aberto às
mudanças e disposto a lidar com novas ideias,
modelos e ferramentas.
Na Gestão do Imprevisível…
A flexibilidade está relacionada à nossa capacidade
de abrir e atravessar novas portas sem medo
da imprevisibilidade dos novos caminhos. Ela é
fundamental para o planejamento em tempos
de incerteza, pois garante que sempre estaremos
prontos para encarar novos desafios.
Adaptabilidade
O que é?
A habilidade de se encaixar ou de se adequar a
diversas situações, circunstâncias e ambientes,
interagindo com diferentes mudanças ao longo do
percurso.
Na Gestão do Imprevisível…
A adaptabilidade permite que as pessoas se
transformem junto com o mundo, enfrentando os
desafios com resiliência. É um dos atributos mais
importantes da gestão de mudança e de um futuro
incerto, porque coloca as empresas sempre um
passo à frente, pronta para lidar com o imprevisível.
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Proatividade
O que é?
A habilidade de ler cenários com facilidade e
agilidade e, com base nisso, antecipar problemas e
trazer para mesa soluções imediatas.
Na Gestão do Imprevisível…
A proatividade é a competência que vai garantir
a agilidade na leitura de cenários e na solução de
problemas, mesmo quando tudo sair dos planos.
Aqueles que possuírem essa habilidade serão
capazes de prever cenários e saberão como agir
frente a eles, unindo a autonomia e o dinamismo.
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4. Gestão do imprevisível na prática
A mudança não só é constante, como também é
rápida. E isso gera variáveis incontroláveis dentro
da Gestão do Imprevisível, o que acaba sendo uma
armadilha para os negócios.
São muitos desafios neste contexto, mas, também,
são inúmeras as OPORTUNIDADES criadas por
meio do enfrentamento desses desafios. É no
encontro e no enfrentamento destes desafios que
reconhecemos quais são as empresas que estão
realmente preparadas para enfrentar os obstáculos
e se destacar no mercado.
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Aprendendo a lidar com o imprevisível através de
uma gestão inteligente e assertiva, você ou sua
empresa se tornará cada vez mais sagaz, sendo
capaz de identificar novas oportunidades que
podem ser decisivas para o seu negócio.
Mas como começar a Gestão do Imprevisível?
Vamos começar por 3 palavras-chave:
PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIA e CONHECIMENTO.
Uma empresa é um sistema aberto que recebe
influências do ambiente ao mesmo tempo que o
influencia, por isso, é preciso monitorar o ambiente
constantemente e antecipar-se aos acontecimentos,
utilizando um processo de previsão do futuro.
É aí que o planejamento se faz tão importante.
O planejamento deve maximizar resultados e
minimizar deficiências, proporcionando à empresa
uma solução à altura de seus desafios.
Mas, para que isso seja possível na prática, é
preciso informação e inteligência para lidar com
essas informações, fazendo uma boa gestão do
conhecimento que é gerado e propagado dentro
das empresas.
E que é essa tal de gestão do conhecimento?
A gestão do conhecimento é um conjunto de
tecnologias e processos que apoiam na criação,
transferência e aplicação do conhecimento nas
organizações, facilitando o que hoje chamamos de
“educação corporativa”.
Em muitas empresas, cursos como este aqui, que
você está fazendo agora, são usados como recurso
da gestão do conhecimento.
A gestão do conhecimento tem o papel de
diagnosticar os desafios de uma organização
e aplicar o conhecimento necessário para o
18
aprimoramento das estratégias, do desenvolvimento
e dos resultados do negócio.
É com base no planejamento e na gestão do
conhecimento que a estratégia se faz possível, pois
possibilita:
# Informar sobre mudanças no ambiente, servindo
como alerta antes que os obstáculos possam
surgir;
# Identificar oportunidades de mercado e
ameaças, com vistas a consolidar a situação da
empresa;
# Perceber os movimentos competitivos da
concorrência, em tempo para planejar sua
estratégia obtendo vantagem competitiva;
# Melhorar o gerenciamento da organização sob
pressão do dia a dia, em um contexto de incertezas
e em um ambiente em constante mutação.
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A Gestão do Imprevisível une planejamento,
estratégia e conhecimento com o objetivo de:
Otimizar o capital das empresas
Melhorar as respostas às incertezas
Reduzir os prejuízos operacionais
Aumentar indiretamente os lucros
Reduzir as ameaças causadaspelos desafios
Aproveitar as oportunidades
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5. Como mensurar o imprevisível
Você já notou que falamos sobre o imprevisível como
se ele fosse invisível? Quase como uma coisa que
existe no ar e não podemos pegar nas mãos, sentir,
manipular?
É assim que “enxergamos” e percebemos o futuro
agora: cada vez mais imprevisível, incerto e ambíguo,
como definem os conceitos que vimos no início deste
e-book. Se por um lado esse futuro é excitante e
guarda promessas incríveis para a nossa sociedade, por
outro, é o grande pesadelo das pequenas às grandes
empresas.
Como construir e sustentar um negócio em meio a um contexto carregado de complexidade e incertezas? Como criar um plano de ação efetivo se não podemos materializar o imprevisível?
Afinal, onde está a incerteza e como podemos
mapeá-la?
Mapeando a incerteza
Um risco pode ser tanto prejudicial (ameaça)
quanto benéfico (oportunidade). A incerteza,
por sua vez, é a falta de informação ou de
conhecimento sobre o resultado de uma ação,
decisão ou evento.
Para começar a mapear a incerteza, de forma
que o futuro se pareça menos com uma ameaça
invisível e mais com uma incógnita que pode ser
resolvida, é preciso que você saiba reconhecer,
21
definir e diferenciar as coisas que se encaixam em
cada um desses horizontes.
Em síntese, a nossa realidade se divide em 3
horizontes principais:
# CONHECIDO E CONTROLADO:
os problemas que sabemos que
existem e podemos controlar. Não
há incerteza.
# CONHECIDO E NÃO
CONTROLADO: os problemas que
sabemos que existem mas não
podemos controlar. Incerteza e
risco.
# DESCONHECIDO: os problemas
que nem sequer sabemos que
existem. Não mensurável.
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Tentar controlar o que não pode ser controlado
é perda de tempo e energia, já que todos esses
recursos poderiam estar sendo usados como força
para controlar aquilo que pode sim ser controlado.
Ao mesmo tempo, reconhecer aquilo que não
pode ser controlado é uma maneira de manter
o radar ligado para novas soluções que poderão
trazer maior previsibilidade para aquilo que hoje é
extremamente incerto.
Sendo assim, temos aqui o primeiro passo para o
mapeamento da incerteza. Mas ele não para por aí.
Quando pensamos em incerteza versus futuro,
é preciso pensar em suas palavrinhas mágicas:
probabilidade, impacto e risco.
Vamos ver a seguir como instrumentalizar a sua
capacidade de prever probabilidades, determinar
prioridades e mensurar impactos diante da
incerteza.
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Probabilidade
Muitas pessoas confundem a definição de
“probabilidade” com a de “possibilidade”.
Quem nunca se perguntou “hum, será que chove
hoje?”. Temos aí uma possibilidade, certo?
Mas a partir do momento que nos perguntamos
“qual a probabilidade de chover hoje?”, algo
mudou, porque a gente não quer apenas saber
se pode chover, mas sim qual é a probabilidade
real, em dados e porcentagem, de que chova
naquele dia.
A possibilidade é tudo aquilo que pode
acontecer, mas não é certeza.
Já a probabilidade, apesar de ser, também,
qualquer coisa que pode acontecer, ela também
apresenta uma estimativa real daquela coisa
acontecer.
A probabilidade é o estudo das chances de
obtenção de cada resultado de um experimento
específico.
Ela é usada para estudar as chances de que um
fenômeno ou algum evento tem de acontecer
ou se repetir. Por isso, é um dos conceitos mais
importantes para a mensuração do imprevisível.
Na prática, a probabilidade é medida de
forma numérica (%) ou descritiva que leva em
consideração alguns níveis: de “probabilidade
muito baixa” à “probabilidade muito alta”. Veja a
seguir como funcionaria essa mensuração em uma
tabela.
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ProbabilidadeNumérica Descritiva
1% a 10%
11% a 30%
31% a 50%
51% a 70
71% a 90
MuitoBaixa
Baixa
Moderada
Alta
MuitoAlta
Não é provável que aconteça
Pode ser que ocorra uma vez dentro de um ano
Pode ser que ocorra mais de uma vez dentro de um ano
Pode ser que ocorra mensalmente
Pode ser que ocorra semanalmente
Descrição dos critériosde probabilidade
Você pode usar uma tabela tão simples quanto essa para mensurar os impactos gerados pelos cenários
prováveis ou menos prováveis que foram mapeados anteriormente.
Entenda no próximo tópico…
25
Impacto
O impacto se refere às consequências do risco caso ele vier a ocorrer, ou seja, quais serão os prejuízos ou danos causados caso o risco se manifeste de fato.
Sendo assim, ele pode ser negativo por exemplo,
prejuízo financeiro, perda de clientes, dano ao
equipamento etc. Ou ele pode ser positivo, como
novas oportunidades de negócio, utilização de uma
nova tecnologia, redução de taxas ou impostos etc.
Assim como a probabilidade, o impacto é medido
em níveis: muito baixo, baixo, moderado, alto e
muito alto. Veja ao lado como podemos resumir
esse esquema em uma tabela.
Já que estamos falando de riscos, que tal aprender
a lidar com eles de forma mais prática?
Impacto
MuitoBaixa
Os riscos possuemconsequências
pouco significativas
Baixa
Os riscos possuemconsequências reversíveisem curto e médio prazo
com custos poucosignificativos
Moderada
Os riscos possuemconsequências reversíveis
em curto e médioprazo com custos baixos
Alta
Os riscos possuemconsequências reversíveis
em curto e médioprazo com custos altos
MuitoAlta
Os riscos possuemconsequências irreversíveis
ou com custo inviável
Descrição doscritérios de impacto
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Matriz de risco
Não é nenhuma novidade que agir em um
cenário de imprevisibilidade é um risco. Mas e se
pudéssemos identificar esses riscos, categorizá-
los e cruzá-los com os impactos que podem ser
gerados por meio dos resultados e seus respectivos
efeitos?
Pois é, podemos! Vamos apresentar aqui uma
ferramenta que pode te ajudar nessa missão: a
Matriz de Risco.
A Matriz de Risco vai te ajudar nos seguintes
aspectos:
# Análise do grau de importância.
# Definição do que deve ser priorizado.
# Avaliação das possibilidades de redução da
probabilidade (como reduzir a probabilidade
de risco por meio do esforço interno).
# Redução do impacto (tipos de resultado e
quais ações podem absorver os impactos).
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Olha que legal: na prática, a Matriz de Risco tem
dois eixos principais. Adivinha só quais são? A
probabilidade e o impacto. Dá uma olhada na
imagem seguinte para entender melhor.
Tendo em mente o nível de probabilidade e
impacto da ideia, iniciativa, projeto ou solução
da sua empresa dentro de um cenário futuro, é
possível aplicá-la a esta matriz para analisar sua
chance de risco para o negócio.
É como jogar uma batalha naval! Identifique qual o
nível da probabilidade, depois o nível do impacto
e encontre o quadrante que se encaixa nesses dois
níveis. Por fim, você terá o resultado do grau de
risco, que pode ser baixo, médio ou alto.
Aqui vão dois exemplos: uma solução que possui alta
probabilidade, mas com impacto moderado, possui
alto risco. Já uma solução com média probabilidade e
impacto catastrófico, possui médio risco.
A ideia é que a sua empresa se concentre nas
soluções que se apresentam como baixo ou
médio risco, pois é por meio delas que você
poderá enfrentar os desafios do imprevisível sem
arriscar impactos negativos no seu negócio.
Baixa
Baixa
Média
Baixa
Média
Alta
Média
Alta
Alta
Impacto
Pro
babi
lidad
eA
lta
Méd
iaB
aixa
Moderado CatastróficoInsignificante
28
Para lembrar até aqui…
A incerteza é a faltade informação ou de
conhecimento sobre oresultado de uma ação,
decisão ou evento.
Podemos analisar 3 horizontespara mapear a incerteza: oconhecido e controlado, o
conhecido que não pode sercontrolado e o desconhecido.
Quando pensamos emincerteza versus futuro, épreciso pensar em suas
palavrinhas mágicas:probabilidade e impacto.
A probabilidade é o estudodas chances de obtenção de
cada resultado de umexperimento aleatório.
O impacto se refere àsconsequências do risco caso elevier a ocorrer, ou seja, quais serãoos prejuízos ou danos causados
caso o risco incida de fato.
Tanto a probabilidade quantoo impacto são mensuradospor meio de níveis: muito
baixo, baixo, moderado, altoe muito alto.
Com base nos níveis deprobabilidade e impacto, é
possível analisar o riscoutilizando, preferencialmente,
a ferramenta de Matriz de Risco.
29
6. Plano de ação para a gestão do imprevisível
Legal, agora sabemos que a incerteza existe,
sabemos como mapeá-la e, também, como
mensurar o imprevisível para agir. Mas essa ação
precisa de gestão e planejamento para que,
por meio dela, as empresas sejam capazes de
responder com eficiência e eficácia ao cenário atual
do mercado e do mundo como um todo.
Como responder à incerteza? O que fazer? Como
fazer? Quando fazer?
Bom, tudo começou no capítulo anterior, em que
você:
# Identificou as principais incertezas ou riscos.
# Categorizou os seus riscos por natureza. Por
exemplo: meio ambiente, produtividade,
sanitário, entre outros.
# Associou aos riscos os efeitos negativos
possíveis.
# Analisou os impactos e definiu o grau de
importância.
Meio caminho já está andado. Mas será que acaba
aqui?
30
Imagine uma pessoa caminhando pela rua: ela dita
o ritmo, ela decide quando e em que ritmo ela quer
correr, não é?
Agora, imagine essa pessoa caminhando em uma
esteira de academia em alta velocidade. Se ela não
correr junto com a esteira, ela vai acabar caindo,
certo? Não depende mais apenas da vontade e
disposição de seus pés, pois é como se o próprio
“chão” estivesse em alta velocidade. Ela precisa se
adaptar àquele ritmo.
O mesmo acontece com a sua empresa. Hoje, já
não ditamos mais a velocidade das mudanças, pelo
contrário, precisamos nos adaptar. As empresas são
obrigadas a correr para dar conta de acompanhar
o ritmo da mutação do mundo e do mercado,
porque é como se o chão estivesse em velocidade,
como a esteira da analogia anterior.
Pensando nisso, podemos dizer que não, não acaba
aqui.
31
Sua próxima missão é otimizar os processos,
acelerar resultados e tornar a sua empresa cada
vez mais ágil para acompanhar as necessidades e
demandas urgentes do mercado.
Pensando nisso, aqui vão duas metodologias
indispensáveis para a sua empresa, independente
da área em que ela atua e de seu modelo de
negócio: o MVP e os Métodos Ágeis.
Mvp - mínimo produto viável
“MVP” é a abreviação do conceito de “Mínimo
Produto Viável”, uma metodologia de negócios
que propõe a criação de uma versão simplificada
do produto para teste e validação da viabilidade
do negócio. A ideia é que, ao lançar a versão mais
simples possível daquela solução, o produto possa
ser avaliado e aprovado pelos usuários antes de ser
incrementado ou aperfeiçoado no detalhe.
O MVP ficou popular com o livro “Startup
Enxuta” de Eric Ries, que propunha utilizar essa
metodologia logo na fase inicial de um negócio
ou do desenvolvimento de um novo produto (ou
serviço).
Essa etapa de “teste” e validação dos usuários
permite uma visualização realista das reações
do público-alvo do negócio e, também, do
mercado diante da oferta de determinado
produto.
Com isso, as empresas evitam o desperdício
de recursos - dinheiro, tempo e energia - no
desenvolvimento de produtos que, na pior das
hipóteses, podem ser totalmente rejeitados
pelo público-alvo por não atenderem suas
necessidades.
E como que a gente cria um MVP na prática?
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Passo a passo de um MVP
Vamos seguir para a próxima metodologia?
Defna todos os pré-requisitos, elementos,
atributos e, principalmente, as
funcionalidades básicas que o seu produto precisa
ter para atender à principal necessidade do
usuário ao utilizá-lo, ou então, para solucionar o
problema que seu negócio está propondo resolver por meio dele.
Para ajudar na defnição das funcionalidades mais importantes do seu MVP,
faça um mapeamento das expectativas da sua
empresa: que resposta vocês esperam do
mercado e dos usuários? Que problema vocês pretendem solucionar
logo de cara? Que valor vocês querem oferecer
para o público?
Defna qual é o público-alvo do seu MVP:
você pode utilizar diferentes métodos para desenhar o seu público,
delimitando suas necessidades, anseios,
motivações, expectativas e objetivos. Afnal, quem
serão os usuários de teste do seu produto MVP?
Desenvolva o seu MVP e lance ele para o
público-alvo defnido. Lembrando que é
necessário delimitar um público com nicho mais focado para testar seu produto. O ideal é que
você não lance essa versão do produto a todo vapor, ampliando a divulgação e
comercialização do produto para todo o
público do seu negócio.
Mapeie e colete os feedbacks do
público-alvo para avaliar quais são os pontos de
melhoria do produto que precisam ser
implementados na prática para um desenvolvimento
mais aprimorado da solução.
1ºPASSO 2ºPASSO 3ºPASSO 4ºPASSO 5ºPASSO
33
Métodos ageis
Para estar sempre um passo à frente na Gestão
Imprevisível, você vai precisar fomentar uma
cultura de crescimento constante, que esteja
sempre buscando por novas soluções para
lidar com as incertezas do futuro complexo
que está diante de você e da sua empresa.
É aí que entram os métodos ágeis. Para além de
uma metodologia, eles também fazem parte de
um mindset ágil, ou seja, uma mentalidade que
parte do princípio de que as soluções precisam
acompanhar o mesmo ritmo de mudança do
mundo.
Por meio de metodologias ágeis, podemos colocar
esse mindset em prática e utilizá-lo como um
motor de crescimento, geração de valor e inovação.
Os métodos ágeis são conhecidos como uma
alternativa de gestão organizacional quando o
assunto é gerenciamento de projetos. Mas se
engana quem pensa que eles se restringem à
gestão de projetos, pelo contrário, eles vão muito
além disso!
Embora seu objetivo inicial tenha sido incentivar
o teste e a adaptabilidade constante ao longo
do processo de desenho e implementação de
projetos dentro de uma empresa, os métodos
ágeis podem ser usados para acelerar o
processo de desenvolvimento, implementação e
crescimento de qualquer ideia, produto, serviço ou,
até mesmo, dentro de nossas vidas pessoais.
Imagine só se você pudesse testar e adaptar a sua
rotina com agilidade, sem precisar levar meses para
descobrir o que realmente funciona para você. É
isso que os métodos ágeis fazem: dão agilidade
ao entendimento daquilo que realmente funciona
para uma empresa, um público ou uma solução,
34
fazendo com que uma ideia se adapte e cresça
mais rápido.
Legal, mas o que muda na prática?
Sem os metodos ágeis,temos:
Com os metodos ágeis,temos:
Times grandes e/ou dispersos;
Metas e entregas não são definidas;
Etapas de produção muito longas;
Falhas de comunicação entre os times;
Desalinhamento entre time e cliente;
Falta de clareza sobre o produto e seu público.
Times enxutos com objetivo definido;
Metas e entregas definidas;
Etapas de produção curtas e periódicas;
Comunicação fluida e eficiente;
Alinhamento entre time e cliente;
Clareza total sobre o produto e seu público.
35
Por meio de valores práticos, processos mais fluidos,
uma boa comunicação e colaboração, praticidade,
flexibilidade e alinhamento, os métodos ágeis têm
gerado mais engajamento e, consequentemente,
mais espaço para a inovação nas empresas.
Isso tem fortalecido outras metodologias derivadas
da mentalidade ágil, como: Squads, Scrum;
Feature Driven-Development (FDD) e Scaled Agile
Framework (SAFe).
Fique ligado nos princípios que regem as empresas
ágeis:
# Sistema simples e enxuto
# Flexibilidade
# Valores práticos
# Engajamento
# Planejamento baseado em conhecimento
# Monitoramento contínuo
# Adaptação contínua
# Inovação aberta
O que não faltam são novos métodos emergindo
no mercado para você adaptar à sua empresa e as
necessidades do seu negócio.
Embora o plano de ação para a Gestão
Imprevisível pareça tão incerto quanto o futuro
que vislumbramos, com a ajuda desses métodos,
pode ser mais fácil e prático do que parece levar
agilidade e otimização para a mentalidade, a
estratégia, a operação e a tática da sua empresa.
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7. Como se antecipar às crises
O que mais tememos diante de um futuro
incerto e imprevisível não são as inúmeras
possibilidades diante de nós, afinal, elas podem
trazer diversas oportunidades incríveis, e até mesmo
surpreendentes, de negócio.
O que tememos, na verdade, são os desafios e, mais
do que isso, as crises que podem ser causadas pela
volatilidade e complexidade do mundo em que
vivemos.
Quem nunca se perguntou “E se tudo sair do
controle? E se tudo sair do planejamento? E se
formos surpreendidos por algo inesperado?”.
Todas essas perguntas são gatilhos para que
a nossa mente imagine, de cara, uma possível
crise, não é mesmo? E, de fato, as crises podem
acontecer. São como obstáculos ou pedras no
meio do caminho que nem sempre podemos
prever.
Mas, então, qual é o papel da Gestão do
Imprevisível nesse contexto?
O domínio da gestão de tudo aquilo que é imprevisto e incerto tem impacto direto na forma como nos antecipamos para lidar com as crises com inteligência.
Saber lidar com o imprevisível também tem a ver
com saber lidar com o risco diante da incerteza.
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Por isso, o primeiro passo para antecipar as crises
na Gestão do Imprevisível é o tratamento das
incertezas.
Como você reage às incertezas do seu negócio?
De que forma lida com elas?
Existem muitas formas de lidar com o risco:
# Evitar o risco: tática usada quando os riscos
que não podem ser tolerados.
# Reter o risco: tática usada quando os riscos são
toleráveis.
# Reduzir o risco: tática usada quando os riscos
podem ser minimizados por meio de novos
processos ou recursos.
# Transferir o risco: tática usada quando a
empresa contrata terceiros para não ser
culpabilizada ou responsabilizada pelos riscos.
# Explorar o risco: tática usada quando a
empresa percebe que o risco pode ser uma
vantagem competitiva para se destacar da
concorrência.
A sua empresa também pode - e deve - criar
uma espécie de gabinete em resposta à crise,
para garantir que ela seja enfrentada de forma
inteligente e efetiva.
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Gabinete de Crise
O gabinete de crise tem asseguintes características:
O gabinete de criseprecisa ser
PropósitoResponder a um evento
pontual disruptivo e imprevisível.Temporal: Responde a eventos
pontuais.
Multidisciplinar: Ser capaz de utilizardiferentes competências para lidar
com a crise de forma eficaz.
Estrutura projetizada: Equipepensada para cada projeto/crise.
Estrutura flexível: Os membrosda equipe podem ser mudados
e, também, podem revezar papéisentre si.
Estrutura de análise a capacidadede proposição: todos são capazes
de analisar e executar.
Comunicação: todos têm clarezade suas metas, uma boa gestãode expectativa, e apresentam os
resultados para todo time ao finalde cada desafio.
FunçõesDireção, organização, controle
e monitoramento visandoeliminar, minimizar, reverter,
aprender e organizar.
CondiçõesPressão dos stakeholders
(investidores e parceiros do negócio),urgência em processos e resultados
(requer gestão do tempo).
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Reflexão Final
Os conceitos e práticas que vimos até aqui podem
te preparar ou inserir sua empresa em um nível
muito mais consciente e inteligente do que antes.
Mas tudo - desde a sua capacidade de mensurar
o imprevisível até a maneira como você escolherá
desenhar o plano de ação da sua carreira ou do seu
seu negócio - gira em torno de um único propósito:
e te distanciar de uma possível crise que possa
colocá-lo atrás na corrida por espaço dentro desse
novo mercado que está ganhando forma diante das
transformações do mundo.
Não é mais sobre como as empresas lidam com as
oportunidades, mas também com os desafios, crises
e fracassos pontuais que podem impactar carreiras e
negócios ao longo do caminho.
Cabe a você refletir e agir em prol da mudança. E ela
começa por você!
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8. Livros e filmes recomendados
Líder Ágil, Liderança
Vuca: Como liderar
e ter sucesso em
um mundo de alta
volatilidade, incerteza,
complexidade e
ambiguidade
Verônica Rodrigues
A Regra é Não Ter
Regras: A Netflix e a
Cultura da Reinvenção
Reed Hastings, Erin
Meyer
Livros
41
A startup enxuta
Eric Ries
SCRUM: a arte de fazer
o dobro do trabalho na
metade do tempo.
Jeff Sutterland
Ágil do Jeito Certo:
Transformação sem
caos
Darrell Rigby, Sarah Elk
42
Filmes
A Grande Virada (2010)
O Homem que Mudou
o Jogo (2011)
O Relutante
Fundamentalista (2012)
A Grande Aposta (2016)
43