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DA FESTA DE N. S. DA DA FESTA DE N. S. DA PIEDADE AO PIEDADE AO
QUADRILÁTERO SAGRADOQUADRILÁTERO SAGRADO
Francisco Sodero Francisco Sodero ToledoToledo
CESAPER - UNISAL – CESAPER - UNISAL – LORENA LORENA
Portal: Portal: www.valedoparaiba.comwww.valedoparaiba.com
sodero@valedoparaiba.comsodero@valedoparaiba.com
ObjetivosObjetivos
resgatar as origens e transformações da Festa resgatar as origens e transformações da Festa de N. S. da Piedade de Lorena; de N. S. da Piedade de Lorena;
compreender como a devoção e tradição compreender como a devoção e tradição resultaram na consagração de parte do centro resultaram na consagração de parte do centro histórico da cidade.histórico da cidade.
demonstrar como a Festa popular de N. S. da demonstrar como a Festa popular de N. S. da Piedade originou o “Quadrilátero Sagrado”, Piedade originou o “Quadrilátero Sagrado”, presente no inconsciente coletivo dos presente no inconsciente coletivo dos moradores da cidade de Lorena.moradores da cidade de Lorena.
I– A festa de N. S. da I– A festa de N. S. da Piedade: devoção e tradiçãoPiedade: devoção e tradição 17051705: A capela de Nossa Senhora da Piedade: A capela de Nossa Senhora da Piedade
Início devoção, culto e “Festa da Padroeira” Início devoção, culto e “Festa da Padroeira”
1714 1714 , Frei Agostinho de Santa Maria: , Frei Agostinho de Santa Maria: “Santuário Mariano“Santuário Mariano”, escreve sobre à ”, escreve sobre à “Milagrosa“Milagrosa imagem de N. S.da Piedadeimagem de N. S.da Piedade
17181718: : “Freguesia da Piedade”“Freguesia da Piedade” 1746:1746: Papa Bento XIV concedeu indulgência Papa Bento XIV concedeu indulgência
plenária e mercês especiais aos seus devotosplenária e mercês especiais aos seus devotos. .
) ) Arraial de Guaypacaré Arraial de Guaypacaré – 1724– 1724 Pintura:L.FerreiraPintura:L.Ferreira
Lorena: Lorena: aquarela de Thomas aquarela de Thomas Ender - Ender - 18171817
))
A Festa da PadroeiraA Festa da Padroeira
Tradição e catolicismo Tradição e catolicismo Nascida no contexto da estreita relação Igreja e Nascida no contexto da estreita relação Igreja e
EstadoEstado religião católica colocada como centro da religião católica colocada como centro da
organização social;organização social; participação e o envolvimento dos habitantes de cada participação e o envolvimento dos habitantes de cada
vila ou bairro era possível e estimulado por intermédio vila ou bairro era possível e estimulado por intermédio dos cultos aos santos, nas festas dos padroeiros, na dos cultos aos santos, nas festas dos padroeiros, na devoção, nas ladainhas e orações, na participação nas devoção, nas ladainhas e orações, na participação nas missas aos domingos e nos dias santos.missas aos domingos e nos dias santos.
O catolicismo popular O catolicismo popular tradicionaltradicional
fruto de uma religiosidade humana fruto de uma religiosidade humana festiva, onde o sagrado e o profano se festiva, onde o sagrado e o profano se misturam. misturam.
Catolicismo vivido pelos pobres em geralCatolicismo vivido pelos pobres em geral Nela pode-se verificar manifestação de Nela pode-se verificar manifestação de
fé, de religiosidadefé, de religiosidade É também a expressão viva da cultura de É também a expressão viva da cultura de
seu povo. Ela expressa a face e a seu povo. Ela expressa a face e a capacidade de sua gente. capacidade de sua gente.
A Festa da Piedade: A Festa da Piedade: ontem e hojeontem e hoje
segue o padrão das festas católicas segue o padrão das festas católicas tradicionais: a alvorada festiva, a missa tradicionais: a alvorada festiva, a missa solene, a procissão com seus andores, solene, a procissão com seus andores, ornamentos, músicas, cantos e orações... ornamentos, músicas, cantos e orações... A missa após a procissão seguida da parte A missa após a procissão seguida da parte profana : “festa dentro da festa”profana : “festa dentro da festa”
Capacidade de integração no louvor a Capacidade de integração no louvor a PadroeiraPadroeira
Tempo e lugar de expressão popularTempo e lugar de expressão popular Festa que não acabaFesta que não acaba
A missa solene: A missa solene: fotos de fotos de
Luciana MatosLuciana Matos
II – Do altar ao território II – Do altar ao território sagradosagrado
O sagrado: é um conhecimento não racional, O sagrado: é um conhecimento não racional, baseado na fé, na intuição e até em dogmas. baseado na fé, na intuição e até em dogmas. Pode designar uma área, lugares que estão Pode designar uma área, lugares que estão separados do mundo profano comum, separados do mundo profano comum, manifestando um poder superior e podendo ser manifestando um poder superior e podendo ser abordados apenas ritualmente. abordados apenas ritualmente.
é concernente às coisas divinas, à religião, aos é concernente às coisas divinas, à religião, aos ritos ou ao culto. O que se consagrou, ritos ou ao culto. O que se consagrou, santificou e tornou respeitado e investido de santificou e tornou respeitado e investido de uma dignidade por meio de cerimônia religiosa.uma dignidade por meio de cerimônia religiosa.
R.Otto: instâncias do R.Otto: instâncias do SagradoSagrado
Sua exterioridade, concretude, a exemplo da Sua exterioridade, concretude, a exemplo da estrutura edificada do templo;estrutura edificada do templo;
Sistema simbólico e projeção cultural;Sistema simbólico e projeção cultural; remete remete à tradição e à natureza emanente doà tradição e à natureza emanente do
sagradosagrado enquanto fenômeno; reconhecido por meio enquanto fenômeno; reconhecido por meio das Escrituras Sagradas, das Escrituras Sagradas, das Tradições Oraisdas Tradições Orais Sagradas e dos MitosSagradas e dos Mitos,,
o sentimento religioso- o sentimento religioso- É a experiência do É a experiência do sagrado per si. Esta dimensão escapa à sagrado per si. Esta dimensão escapa à razãorazão
- O Caminho, o altar e o - O Caminho, o altar e o sagradosagrado
““A fundação do mundo”A fundação do mundo”
Símbolo: imagem da PadroeiraSímbolo: imagem da Padroeira
Experiências : “tempo extraordinário” + Experiências : “tempo extraordinário” + “tempo sagrado” = “espaço sagrado” “tempo sagrado” = “espaço sagrado”
Altar é transportado para fora do temploAltar é transportado para fora do templo
O quadrilátero sagradoO quadrilátero sagrado espaço consagrado pela população de Lorena ao longo espaço consagrado pela população de Lorena ao longo
de mais de três séculos. de mais de três séculos. origem : “Festa da Padroeira” - expressões de fé, origem : “Festa da Padroeira” - expressões de fé,
devoção, costumes e tradições, atualizadas num devoção, costumes e tradições, atualizadas num conjunto de práticas concretas e visíveis que permitem o conjunto de práticas concretas e visíveis que permitem o acesso ao sagrado. acesso ao sagrado.
ponto alto de manifestação religiosa a novena, as ponto alto de manifestação religiosa a novena, as missas e a procissão que ao passar pelas ruas e praças missas e a procissão que ao passar pelas ruas e praças do centro da cidade, foi desenhando no inconsciente do centro da cidade, foi desenhando no inconsciente coletivo o “coletivo o “quadrilátero sagradoquadrilátero sagrado”. ”.
“ “vou à cidade!”; avou à cidade!”; a cidade corresponde exatamente ao cidade corresponde exatamente ao espaço contido entre as ruas por onde passa a espaço contido entre as ruas por onde passa a procissão de 15 de agosto. procissão de 15 de agosto.
“ “ O quadrilátero O quadrilátero sagrado”sagrado”
Elemento racionalElemento racional e explícito do sagrado; o e explícito do sagrado; o que foi possível apreender e interpretar com que foi possível apreender e interpretar com clareza.clareza.
O elemento irracionalO elemento irracional = = escapa a escapa a compreensão e explicação conceitual, parte de compreensão e explicação conceitual, parte de uma uma obscura profundidade obscura profundidade
Análise da essência irracional da religião, Análise da essência irracional da religião, o o numinosonuminoso derivado do influxo divino. derivado do influxo divino. ( R. Otto)( R. Otto)