CURSO CLÍNICA PSICANALÍTICA 2012 - Aula 5 - Adolescência e transgressão: o supereu imperativo

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Clínica Psicanalítica:manejo e subjetivações na

contemporaneidade

Tema:

Adolescência e transgressão: o supereu imperativo

Servindo de introdução ao próximo tema: Adolescência e transgressão: a devastação do sintoma

Coordenação Alexandre SimõesALEXANDRE

SIMÕES ® Todos os direitos de

autor reservados.

Em nosso último encontro, ao tratarmos do tema das atuações recorrentes entre os pacientes,

chegamos a nos perguntar se elas não possibilitariam ao sujeito

reapropriar-se de sua condição desejante

um chamado:

Transgressões não seriam uma linha tênue entre o apagar-se

e o apresentar-se ?

Na clínica psicanalítica, as questões relativas à Lei, seu cumprimento e

transgressão findam por nos remeter ao conceito de

SUPEREU

não teríamos um Supereu implacável

especialmente na adolescência?

A um primeiro olhar, as definições do

Supereu em Freud e Lacan

parecem ser bem distantes uma da outra

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita,

O Supereu em Freud:

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita, proíbe,

O Supereu em Freud:

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita, proíbe,

inibe,

O Supereu em Freud:

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita, proíbe,

inibe, interdita,

O Supereu em Freud:

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita, proíbe,

inibe, interdita,

tolhe

O Supereu em Freud:

O Supereu (nitidamente demarcado no percurso freudiano a partir de 1923, no Eu e o isso) é apresentado como uma instância

psíquica que delimita, proíbe,

inibe, interdita,

tolhe

a pulsão.

O Supereu em Freud:

Temos aqui o lugar, no sujeito, que vai interditar o acesso ao gozo sexual

Inclusive, há consequências decorrentes, tanto da tentativa de se adequar fielmente a esta

proibição (a auto-cobrança neurótica), quanto das expectativas de burlá-la (sentimento de

culpa).

tematizado como herdeiro do Complexo de Édipo

O Supereu em Freud:

O Supereu em Freud:

ampara-se na introjeção da autoridade das figuras parentais, especialmente

da figura do pai

Esta instância reguladora surge na experiência clínica da Psicanálise com

uma marca:

a extrema crueldade

O Supereu em Freud:

Freud nota aqui uma exigência desmedida, a ponto de sugerir a sua

falta de conexão com a realidade

O Supereu em Freud:

Freud ressalta que o Supereu se manifesta por intermédio de uma

ordem:

O Supereu em Freud:

O Supereu em Freud:

FARÁS!

O supereu em Lacan:

figura obscena e ferozfigura obscena e feroz

figura obscena e feroz

Trata-se de uma lei tão

exagerada que, no limite, ela é a sua própria negação

Bem ao final do Seminário 18 (De um discurso que não fosse semblante, de 1971):

“Qual é a essência do supereu? (...) Qual é a prescrição do

supereu? Ele se origina precisamente nesse Pai original mais do que mítico, nesse apelo como tal ao gozo puro, isto é, à

não castração. Com efeito, que diz esse pai no declínio do Édipo? Ele diz o que o supereu diz. (...) O que

o supereu diz é: Goza!” (p. 166)

Daí, temos o Supereu como uma catapulta:

GOZA !

Percebe-se uma tendência, em Freud, em localizar o Supereu como uma instância interditora desse gozo,

enquanto que para Lacan ele seria uma instância que proferiria um

comando ao gozo

Teríamos, assim, duas perspectivas distintas?um SUP

EREU FREUDIA

NO e

um SUPEREU LACANIANO ?

Não se trata, necessariamente, de duas teorias distintas (e até mesmo opostas) sobre o Supereu

Lacan depura a formulação freudiana do Supereu, levando-a ao puro imperativo que

impede o acesso do sujeito ao gozo fálico

Quanto mais se avança em direção ao extremo do gozo do Outro - que poria em risco o sujeito - menos se

usufruiu do gozo fálico.

Como?

um gozo que consome o sujeito, tal qual uma vela é consumida

pela chama

Como?

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

“Tenha uma vida sexual intensa e prazerosa”

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

“Seja bem-sucedido e famoso”

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

“Seja feliz.”

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

“Tenha um corpo belo e saudável”

Onde estarão os ‘Farás!’ entre nós, hoje?

“Tenha um corpo belo e saudável”

“Seja bem-sucedido e famoso”

“Tenha uma vida sexual intensa e prazerosa”

“Seja feliz”

Transgressões não seriam uma linha tênue entre o apagar-se

e o apresentar-se ?

Prosseguiremos com o tema:

21/05: Adolescência e transgressão: a devastação do sintoma

Até lá!

Acesso a este conteúdo:www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE SIMÕES

® Todos os direitos de autor reservados.