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Mrcia Maria Bignotto
A EFICCIA DO TREINO DE CONTROLE DOSTRESS INFANTIL
PUC - Campinas2010
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Mrcia Maria Bignotto
A EFICCIA DO TREINO DE CONTROLE DOSTRESS INFANTIL
Tese apresentada ao Programa dePs-Graduao Stricto Sensu emPsicologia do Centro de Cincias daVida PUC Campinas, comorequisito para obteno do ttulo deDoutor em Psicologia como Profisso eCincia.
Orientadora: Profa. Dra Marilda E.Novaes Lipp
PUC - Campinas2010
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t155.412 Bignotto, Mrcia Maria.B593e A eficcia do treino de controle do stress infantil / Mrcia Maria
Bignotto. - Campinas: PUC-Campinas, 2010 .98p.
Orientadora: Marilda Emmanuel Novaes Lipp.Tese (doutorado) Pontifcia Universidade Catlica de Campinas, Centro de Cincias
da Vida, Ps-Graduao em Psicologia.Inclui anexos e bibliografia.
1. Stress em crianas. 2. Psicologia infantil. 3. Crianas - Condu-ta. 4. Psicologia educacional. I. Lipp, Marilda E. Novaes. II. PontifciaUniversidade Catlica de Campinas. Centro de Cincias da Vida.Ps-Graduao em Psicologia. III. Ttulo.
22.ed.CDD t155.412
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AGRADECIMENTOS
Agradeo em especial Profa.Dra. Marilda Lipp, que me despertou interesse
pela pesquisa e direcionou o meu saber, sempre com muita competncia e
tica em suas atitudes.
Minha gratido e carinho a todos que me apoiaram neste caminho. O
ttulo que agora recebo, representa a certeza de que estou lutando pelos
meus ideais, mantendo a dignidade da prof isso que abracei.
psicloga Tatiana Regina de Oliveira Moraes que to gentilmente atuou
como co-terapeuta neste trabalho.
Profa. Dra. Edwiges Silvares, que sendo uma referncia na rea da
psicologia infantil, aceitou contribuir com suas valiosas sugestes para o
aperfeioamento desse trabalho, alm da sua presena no exame de
qualificao.
Profa. Dra. Dayse Borges, por ser um modelo de profissionalismo enquanto
docente e ter contribudo com competncia para o melhor desenvolvimentodesse estudo, por meio de suas idias no exame de qualificao.
Profa. Dra. Elisabeth Pacheco, que contribuiu com seu conhecimento para a
minha formao desde a graduao, sendo uma pessoa pela qual tenho um
carinho especial.
Aos professores, coordenadores escolares, mdicos e outros profissionais que
divulgaram o trabalho e colaboraram no encaminhamento dos participantes
deste estudo.
Aos meus prestimosos pais Dirce e Gercel que sempre incentivaram o meu
crescimento profissional.
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Aos meus queridos primos Eduardo Cavalcante e Edson Souza, que com a
alegria e o bom humor que possuem perante vida, acompanharam-me nesta
jornada.
Jssica Besso, que mesmo jovem, cooperou muito durante a realizao
deste estudo, conseguindo administrar adequadamente a rotina de minha casa.
Agradeo tambm a minha amiga Isolina Proena, pela nossa longa amizade e
por sempre estar presente em momentos importantes de minha vida.
Gostaria de reconhecer a bolsa outorgada pela Coordenao de
Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) que possibilitou a
realizao de meu doutorado.
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Aos part ic ipantes...
Agradeo a todos os participantes, em especial s crianas, que se
dispuseram a participar deste estudo, sem os quais este trabalho no poderia
ser realizado.
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ndice Geral
Dedicatria..................................................................... iv
Agradecimentos............................................................. vndice Geral.................................................................... viii
ndice de Tabelas........................................................... x
ndice de Figuras............................................................ xi
Resumo.......................................................................... xii
Abstract.......................................................................... ix
Rsum.......................................................................... xvi
Apresentao................................................................. xviii
Introduo...................................................................... 01
Objetivos........................................................................ 15
Mtodo........................................................................... 16Participantes...................................................... 16Material.............................................................. 18Local.................................................................. 31Pessoal.............................................................. 31Procedimento ................................................... 31
Resultados..................................................................... 36
Discusso...................................................................... 66
Concluso..................................................................... 73
Referncias Bibliogrficas............................................ 74
Anexos......................................................................... 79
Anexo A
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Termo de consentimento..................................................... 80
Anexo BFicha de identificao do participante.................................. 82
Anexo CEscala de reajustamento Social........................................... 84
Anexo DRoteiro de levantamento de fontes internas de stress.......... 86
Anexo ELevantamento de estratgias de enfrentamento do stresspara as crianas................................................................... 89
Anexo FVivncias.............................................................................. 91
Anexo GCaracterizao detalhada da amostra................................. 98
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ndice de Tabelas
Tabela 1. Os cinco sintomas de stress psicolgicos mais mencionadospelas crianas............................................................................................. 40
Tabela 2. Distribuio dos cinco sintomas psicolgicos comcomponentes depressivos.......................................................................... 41
Tabela 3. Percentual de participantes que apresentaram sintomasFsicos....................................................................................................... 41
Tabela 4. Percentual de crianas quanto a meno dos sintomaspsicofisiolgicos.......................................................................................... 42
Tabela 5. Fontes internas de stress mais mencionados pelas crianas..... 44
Tabela 6. Distribuio das categorias das fontes internas de stress porGrupos nos dois momentos de avaliao................................................... 49
Tabela 7. Freqncia das estratgias de enfrentamento para o grupoGTCSI no 1 e 2 momento de avaliaes................................................. 49
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ndice de Figuras
Grfico 1. Presena de stress nos grupos GTCSI e GCPs interveno.................................................................... 46
Grfico 2. Fases de stress nos grupos GTCSI e GC psInterveno........................................................................... 47
Grfico 3. Total de fontes internas do stress para osGrupos GTCSI e GC ps interveno.................................. 48
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Resumo
Bignotto, M.M. (2010). A eficcia do treino de controle do stress infantil. Tese
de Doutorado em Psicologia, CCV - Pontifcia Universidade Catlica de
Campinas, PUC Campinas. XVIII: 98..
Este estudo objetivou testar a eficcia de um mtodo novo de tratamento do
stress, designado treino psicolgico de stress infantil (TCS-I) na reduo da
sintomatologia do stress em crianas de 08 anos a 09 anosanos de idade. O
TCS-I se constituiu de 16 encontros semanais de 90 minutos de durao, em
grupo, e se baseou na teoria cognitivo-comportamental. Os participantes foram20 crianas distribudas igualmente em dois grupos: GTCSI que recebeu o
TCS-I e outro (grupo comparativo GC) que teve 16 encontros semanais com a
psicloga, no direcionados ao controle do stress. A testagem inicial avaliou a
sintomatologia de stress, os estressores com os quais as crianas se
deparavam no dia a dia e quais estratgias de enfrentamento elas utilizavam.
Considerando-se como referencial terico o modelo quadrifsico que enfatiza
quatro fases no processo do stress: alerta, resistncia, quase exausto e
exausto, os resultados indicam que 60% das crianas encontravam-se na fase
de quase exausto, com prevalncia de reaes psicolgicas. Os estressores
mais mencionados por elas eram de natureza interna e se referiam a
sentimentos de ansiedade e situaes referentes a uma autoestima
prejudicada. Verificou-se ainda que faziam uso de um nmero e tipo de
estratgias que se mostrou insuficiente no controle de seus nveis de tenso.
Os dois grupos foram comparados antes e aps a interveno do GTCSI. No
inicio, os grupos no mostraram diferenas significativas quanto ao nvel e fase
do stress na qual se encontravam. Aps a interveno, observou-se, que o
GTCSI apresentou uma reduo significativa no seu nvel de stress quando
comparado ao GC. Concluiu-se que as crianas estressadas quando
submetidas a um treino de controle de stress especfico s suas necessidades,
so capazes de desenvolver habilidades de enfrentamento obtendo reduo
nos nveis de stress. Concluiu-se tambm que o TCS-I muito eficaz na
reduo do stress infantil e das fontes internas de stress.
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Palavras-chaves: stress infantil, treino de controle, teoria cognitivo-
comportamental
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Abstract
Bignotto, M.M. (2010). The effectiveness of stress control training in young
children. Psychology Doctorate Thesis, CCV Pontifical Catholic University ofCampinas, (PUCCampinas). XVIII: 98.
The aim of this study was to test the effectiveness of a new method for treating
stress, designated stress control training for children (known locally as TCS-I) in
the reduction of the symptomatology of stress in children between 8 and 9 years
of age. The TCS-Iwas composed of 16 weekly meetings lasting 90 minutes
each, in group session, and was based on cognitive behavior theory. The
participants consisted of 20 children equally divided into two groups: the GTCSI
which received the TCS-I training and the GC (control group) who had 16
weekly sessions with a psychologist, which did not involve stress control. Initial
testing evaluated the symptomatology of stress, the stressors which the children
would normally encounter in their everyday lives and what were the
confrontation strategies they used. Using the quadriphase model as a
theoretical benchmark which emphasizes four phases in the stress process,
namely alert, resistance, near-exhaustion and exhaustion, results show that
60% of children were in the near-exhaustion phase, with a prevalence of
psychological reactions. The stressors most mentioned by the children were
internal in nature, and related to feelings of anxiety and situations related to
impaired self-esteem. It was also found that they made use of numbers and
types of strategies that were not sufficient to control their levels of tension. The
two groups were compared before and after the GTCSIsessions. Initially, the
groups showed no significant differences in terms of the level and phase of
stress they were facing. After intervention, it was noted that the GTCSIshowed
a significant reduction in their level of stress when compared to the control
group. It was concluded that stressed children, when subjected to stress control
training specific to their needs, are capable of developing confrontation skills
and achieving a reduction in levels of stress. It was also concluded that TCS-Iis
very effective in reducing stress in children and the internal sources of this
stress.
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Keywords: stress in children, control training, cognitive behavior theory
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Rsum
Bignotto, M.M. (2010). L'efficacit de l'entranement de contrle du stressinfantile. Thse de Doctorat en psychologie, CCV - Universit CatholiquePontificale de Campinas, PUC Campinas. XVIII: 98.
L'objectif de cette tude tait de tester l'efficacit d'une nouvelle mthode detraitement du stress, dsign entranement psychologique du stress infantile(TCS-l) dans la rduction de la symptomatologie du stress chez les enfants de8 a 9 ans.Le TCS-l tait compos de 16 sances hebdomadaires de 90minutes, en groupes, et tait bas sur la thorie cognitive-comportementale.Les participants taient 20 enfants partags galement en deux groupes:GTCSI qui a reu le TCS-I et l'autre (groupe comparatif CG) qui a eu 16sances hebdomadaires avec une psychologue qui na pas soumis au contrlede stress.L'essai initial a valu la symptomatologie du stress, les types destress auxquels les enfants se confrontaient quotidiennement et quelles
stratgies d'affrontement ils utilisaient. En considrant comme rfrentielthorique le modle quadripartite qui souligne les quatre tapes dans leprocessus du stress: alarme, rsistance, prs de l'puisement et l'puisement,les rsultats indiquent que 60% des enfants taient dans la phase du prs del'puisement, avec une prvalence de ractions psychologiques.Les types destress plus souvent cits par le groupe taient de nature interne auquelfaisaient rfrence des sentiments d'anxit et des situations d'une estime desoi endommage. Nous avons constat que les enfants faisaient galementl'usage d'un nombre et type de stratgie qui se rvlait insuffisant dans lecontrle de leur niveau de stress.Les deux groupes ont t compars avant etaprs l'intervention du GTCSI.Au dbut, les groupes n'ont pas manifestaucune diffrence significative dans le niveau et la phase du stress desquels ilsse trouvaient.Aprs l'intervention, il a t observ que le GTCSI a montr unerduction significative de leur niveau de stress par rapport au GC. Il a tconclu que les enfants stresss lorsqu'ils sont soumis l'entranement decontrle du stress spcifique leurs besoins, sont capables de dvelopperdes habilets d'affrontements en obtenant ainsi une rduction dans les niveauxdu stress. Il a t conclu galement que le TCS-I est trs efficace pour rduirele stress chez les enfants ainsi que leurs sources internes de stress.
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Mots-cls: stress infantile, entranement de contrle, la thorie cognitive-comportementale
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Apresentao
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficcia de um
tratamento psicolgico adaptado do Treino de Controle do Stress Infantil de
Lipp TCS - I (2000) para o tratamento do stress em crianas.
Os resultados obtidos por meio deste estudo demonstraram que as
crianas conviviam com uma enorme gama de estressores em funo da
demanda de exigncias que enfrentam na sociedade atual. Demonstrou ainda
a eficcia do Treino de Controle do Stress Infantil no tratamento da
sintomatologia de stress.
Na introduo deste estudo foram abordados os temas stress, fases e
sintomas dando-se enfoque ao stress infantil. A seguir apresentou-se um treinode controle de stress especfico para crianas.
A sesso de mtodo incluiu a avaliao de 20 crianas. Esta parte
apresentou a descrio dos critrios de seleo dos participantes: o material
utilizado; o local e pessoal. Demonstrou ainda o procedimento utilizado para a
execuo deste estudo.
A parte de resultados apresentou a descrio do mtodo de anlise dos
dados utilizados, que visou correlaes, comparaes intra e inter grupos. Asanlises realizadas incluem tabelas, grficos e percentuais de ocorrncia das
variveis em estudo. A fim de ter uma melhor compreenso e organizao dos
dados, os resultados foram apresentados em quatro partes, sendo estas:
dados biogrficos; a avaliao do stress e suas caractersticas na amostra total
e na comparao dos grupos experimental e controle; relato das sesses que
compem o Treino de Controle do Stress Infantil e finalizando o Perfil das
crianas elaborado em funo dos resultados obtidos. A discusso e a
concluso explanaram os resultados significativos obtidos pelas avaliaes e
do Treino de Controle do Stress Infantil. Finalizando as referncias
bibliogrficas foram apresentadas, seguida pelos anexos utilizados neste
estudo.
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Introduo
Segundo a literatura internacional Elkind (1981) foi um dos primeiros
pesquisadores a se dedicar ao estudo sobre o stress infantil. No Brasil amaioria dos estudos nessa rea foram realizados na PUC Campinas, a partir
da dcada de 90, sob a orientao de Lipp.
Lipp (2000) define o stress como um desgaste geral do organismo
causado por alteraes psicofisiolgicas que ocorrem devido a pessoa ver-se
forada a enfrentar situaes que a irrite,amedronte,excite ou confunda, ou a
faa muito feliz. Assim o stress pode ocorrer quando h a quebra dahomeostase do organismo.
Durante o desenvolvimento infantil, que abrange o fsico, o cognitivo, o
emocional, o afetivo e o social, a criana pode ser obrigada a enfrentar
momentos em que a tenso de sua vida atinge nveis muito elevados, que
podem ultrapassar a sua capacidade de amadurecimento para lidar com as
situaes conflitantes ocorridas (Lipp, 2000). Como consequncia dessas
situaes associadas ao limitado repertrio de enfrentamento para esses
momentos pode ser desencadeado um processo de stress nesse ser ainda em
desenvolvimento.
Franca e Leal (2003) acreditam que as transformaes ocorrem em
grande quantidade e numa velocidade bem maior para a criana do que na
fase adulta, sendo esses perodos propcios ao surgimento de um nvel de
stress elevado. Townsend (2002) postula que o estilo de vida da criana na
sociedade contempornea favorece o desencadeamento de um quadro de
stress.
Na criana, o stress semelhante ao presenciado no adulto. Os
sintomas podem acontecer no campo psicolgico, fsico ou em ambos. Lipp e
Romano (1987) apresentam como sintomas psicolgicos: ansiedade, terror
noturno, pesadelos, dificuldades interpessoais, introverso sbita, desnimo,
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insegurana, agressividade, choro excessivo e depresso. Como sintomas
fsicos podem ser encontrados: dores de barriga, diarria, tiques nervosos,
dores de cabea, nusea, hiperatividade, enurese noturna, gagueira, tenso
muscular e ranger de dentes.
A Sndrome de Adaptao Geral foi definida como a reao de stress,
por Selye (1965) que a dividiu em trs estgios: alarme, resistncia e exausto.
Fase de Alarme: durante a qual as defesas foram mobilizadas e o sistema
simptico, a hipfise e as glndulas supra-renais foram acionados para agir. As
reaes da fase de Alerta (Alarme) incluem:
Aumento da freqncia cardaca e da presso arterial possibilitando que
o sangue circule mais rapidamente com o propsito de fornecer mais nutrientes
ao crebro, msculos e rgos. A contrao do bao aumenta a quantidade
dos glbulos vermelhos na corrente sangunea levando mais oxignio ao
crebro. A liberao de reservas de energia (acar e gorduras) na corrente
sangunea produz mais iniciativa. O aumento da produo de hormnios
principalmente a adrenalina, o aumento da freqncia respiratria a fim de
fornecer oxignio adicional e a tenso dos msculos preparam o organismo
para a ao. O organismo fica preparado para a luta ou fuga.
Por meio do crtex cerebral o organismo busca sadas na inteno de
restabelecer o equilbrio interno, a homeostase. No entanto, uma vez que o
estressor no tenha sido eliminado, o organismo passa para uma segunda
fase, denominada fase de Defesa ou Resistncia.Fase de Resistncia: Na
tentativa do organismo alcanar a homeostase, ocorre uma hiperatividadecorticossupra-renal, consequentemente um gasto exagerado de energia.
Quando ocorre o equilbrio, os sintomas iniciais, ou seja, os sintomas da fase
de Alerta desaparecem sendo que dois sintomas surgem de forma bastante
acentuada: sensao de desgaste fsico generalizado e dificuldades com a
memria.
No entanto, quando a situao estressante mantida por um perodo de
tempo muito prolongado, ou quando o organismo no pode lutar nem fugir, oorganismo esgota suas reservas de energia adaptativa e entra num terceiro
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estgio ou fase, o de Exausto. Fase de Exausto: nas quais as defesas foram
exauridas. Este estgio ocorre como decorrncia da falha dos mecanismos
adaptativos frente aos estmulos estressantes que permanecem excessivos. O
organismo torna-se ento suscetvel a doenas.
Lipp (2000) apresentou um modelo quadrifsico do stress baseado no
modelo trifsico de Selye (1974), segundo a autora existe uma quarta fase do
stress nomeada quase exausto, que se encontra entre a fase de resistncia
e a da exausto. Esta fase, caracteriza-se pelo enfraquecimento da pessoa que
no mais capaz de adaptar-se ou resistir ao stress, e assim, as doenas
comeam a surgir mas ainda de maneira no to grave quanto na fase de
exausto propriamente dita.
O stress de longa durao tambm pode produzir uma progresso de
efeitos colaterais. A sndrome geral de adaptao, por exemplo, desvia o fluxo
sanguneo para os grandes msculos esquelticos, diminuindo-o no trato
gastrointestinal e na pele. Os primeiros sinais podem ser ps e mos frios,
depois, gradativamente, uma tez plida ou amarelada, e, por fim, enxaqueca ou
presso sangunea elevada. Tambm as glndulas endcrinas, submetidas a
um stress de longa durao, provocam a liberao de acares a fim de que
sejam usadas. Se for produzida insulina em demasia, os nveis de acares do
sangue tornar-se-o baixos demais (condio a que se d o nome de
hipoglicemia). A pessoa se sente cansada. Uma produo ainda maior de
insulina ento estimulada, e o ciclo de baixo teor de acar no sangue
continua. s vezes o stress de longa durao agrava uma condio ou
tendncia preexistente.
Segundo Selye (1965), o G.A.S. (Sndrome de Adaptao Geral) uma
tentativa de definir o processo de stress at a doena. um modelo trifsico
pelo qual o choque agudo ou a excitao crnica poderia ao final esgotar os
constituintes fisiolgicos que normalmente permitem que os rgos alvos
continuem a funcionar em face da estimulao de stress. A conseqncia seria
a exausto do rgo alvo..
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A vulnerabilidade ao stress explicada em funo dos fatores
endgenos e ambientais. O que determina qual resposta uma pessoa vai ter
ao stress a forma como ela percebe os estmulos, os estressores, isto suas
cognies. Cognies so o que a pessoa pensa, sente, seus valores, crenas
e atitudes que influenciam na sua resposta comportamental ao estressor
(Range, 1995).
As abordagens cognitivas, ao stress do nfase ao papel das diferenas
individuais na avaliao de situaes e das reaes de enfrentamento, na
determinao das respostas comportamentais e emocionais, s situaes
causadoras de stress (Beck, 1984). As avaliaes da importncia de um
acontecimento a disponibilidade e eficcia das reaes de enfrentamento
interagem na determinao da natureza das reaes ao stress.
Kobasa et al (1979) sugerem que existe um fator ao qual denominam de
resistncia, para explicar o porque de algumas pessoas adoecerem e outras
no em face ao mesmo grau elevado de stress. Um conjunto especfico de
atitudes frente vida como, abertura para mudanas, sentimento de
envolvimento com a famlia e quaisquer empreendimentos que a pessoa realiza
assim como uma sensao de controle sobre os eventos.
A reao do indivduo resistente ao stress parece ser diferente daqueles
indivduos sensveis ao stress. Quando expostos a mesma ameaa severa o
resistente responde ao desafio de maneira controlada sem ser vencido por ele
(Lazarus, 1991).
Os estmulos que eliciam a resposta de stress que tanto pode ser um
evento positivo quanto negativo denominado de estressor, sendo que o
estmulo que desencadeia a reao de stress torna-se um estressor em funo
da interpretao cognitiva, ou significado, que a pessoa passa a dar a ele.
Everly (1989) relata que os estressores podem ser eventos bons ou ruins, mas
o organismo reage independentemente de sua qualidade. Segundo o mesmo o
que interfere na magnitude da resposta do stress a interpretao dada aoestmulo pelo organismo. Em funo da presena do estressor, da
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interpretao que o organismo d a este estressor pode ocorrer a estimulao
de um rgo-alvo no organismo promovendo doenas relacionadas ao stress.
Os estmulos que iniciam a resposta de stress, os estressores, segundo
Girdano e Everly (1989) podem ser divididos em trs classes:
1) Causas psicossociais decorrentes da interao direta entre
comportamento social e a interpretao deste comportamento com
base em experincias passadas e outros processos de
aprendizagem.
2) Causas biolgicas decorrentes da interao do indivduo com
estmulos do ambiente, que geralmente so estressantes pela sua
prpria natureza
3) Causas relacionadas personalidade - a percepo negativa de si
prprio pode constituir um estressor em potencial.
Folkman e Lazarus (1980) mencionam que o indivduo dispe de cinco
recursos bsicos, do ambiente ou da prpria pessoa, para enfrentar e lidar com
o stress.
1) Sade, energia e moral: indivduos com boa sade tem mais energia
e fora de nimo para enfrentar situaes estressantes.
2) Habilidades para resolver problemas: as habilidades para procurar
informaes, analisar as situaes para identificar o problema,verificar as possveis alternativas e selecionar um curso de ao
constituem pr-requisitos para uma interveno prtica em situao
problema.
3) Apoio social: indivduos com relacionamento social positivo,
geralmente, tem uma sade melhor e mais fora para enfrentar as
crises que surgem na vida.
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4) Recursos utilitrios: recursos monetrios, treinamentos para
enfrentar o stress, etc., aumentam as opes e o acesso
assistncia mdica e profissional em geral.
5) Crenas gerais e especficas: o aspecto cognitivo da crena na sua
prpria capacidade favorecer resultados mais positivos na
resoluo de problemas em situaes estressantes.
Muitas vezes, o evento em si no torna o indivduo irritvel ou tenso,
mas seu pensamento sobre o acontecido que causa o problema, e os
indivduos podem mudar a maneira de como pensar e agir. Portanto, o nvel de
stress experimentado pelo indivduo depende, em grande parte, da
interpretao que dada ao evento, isto , as crenas que se tem quanto
quela situao (Lipp et al, 1990). A interpretao racional dos eventos
favorecer resultados positivos.
Tambm, Lazarus (1966) prope que estmulos que vem sendo
avaliados ou interpretados como ameaadores podem passar a ser percebidos
como inofensivos. Esta reavaliao do evento ansigeno pode ocorrer em
funo de uma nova evidncia que atribua ao estmulo caractersticas menos
capazes de gerar ansiedade ou que faa a pessoa compreender que ela pode
ser capaz de lidar com ele.
Na criana o stress pode ser originado por fontes externas(Elkind, 1981)
ou fontes internas, assim como no adulto (Ellis,1973 e Lazarus, 1966).
Lipp et al (1991) definiram como fontes externas qualquer evento do mundo
externo que exija uma nova adaptao por parte da criana, exigindo para issomuita energia.
Algumas fontes externas de stress so as mudanas que ocorrem no
desenvolvimento da criana, tais como mudar de residncia, de escola, de
professores, de amigos, a morte de um ente querido, o divrcio ou separao
dos pais, o excesso de responsabilidades, atividades em excesso, a escola,
hospitalizao e doenas, entre outras.
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Holmes e Rahe (1967); e Elkind (1981) afirmam que as mudanas que
ocorrem na vida da criana exigem, em alguns casos, o uso de muita energia
para conseguir super-las, e que isto possibilita um desgaste no organismo que
pode causar srias doenas, pois o organismo dotado de uma quantidade
necessria de energia para manter-se em homeostase. Toda vez que o
indivduo passa por uma situao de mudana ele utiliza certa quantidade
dessa energia para adaptar- se. De acordo com esses autores, quanto maior o
nmero de mudanas ocorridas no perodo de doze meses, maior a
probabilidade dessa reserva de energia ficar deficitria e em decorrncia disso
haver um aumento da probabilidade de um problema de sade ocorrer.
Baseado nesse conceito Holmes e Rahe (1967) elaboraram uma escala de
verificao dessa probabilidade de ocorrer doenas em virtude do nmero de
acontecimentos ocorridos.
Para avaliar o nvel de fontes externas em crianas Elkind (1981) com
base no conceito de Holmes e Rahe, elaborou uma escala denominada Escala
de Reajustamento Social, com o objetivo de verificar esses aspectos de
mudanas na criana, e com isso detectar quais so as fontes externas e a
probabilidade de ocorrer doenas, como consequncia de um stress excessivo.
Alm das fontes externas, existem aquelas criadas pela prpria criana,
chamadas de fontes internas, que estariam relacionadas ao modo como
enfrenta situaes cotidianas, aos seus pensamentos e atitudes e as crenas
que possui. Assim, a partir do tipo de pensamento que a criana tem sobre si
mesma, sobre os outros e sobre o mundo, os seus sentimentos sero afetados.
Como consequncia a qualidade da interpretao dos acontecimentos ouseja,os pensamentos automticos, iniciam a cadeia de comportamentos
funcionais e no funcionais(Rang, 2003).
Em decorrncia da ao das fontes de stress (estressores) que a
criana possa conviver, ela pode apresentar uma enorme quantidade de
sintomas de stress.Lucarelli (1998) elaborou um trabalho de pesquisa cujo
objetivo foi verificar a existncia ou no de stress em crianas, pela medida dafreqncia com que experimentam sintomas associados ao stress, o que
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possibilita a determinao do tipo de reao apresentada pela criana. Esta
escala possibilita a identificao do stress infantil para populaes de 6 a 14
anos em quatro dimenses: reaes fsicas, reaes psicolgicas, reaes
psicolgicas com componentes depressivos, reaes psicofisiolgicas. A
autora afirma que identificar o stress nas crianas torna-se de extrema
importncia no sentido de que os profissionais da sade possam agir evitando
a ao do stress excessivo sobre elas e tambm lev-las a reconhecerem os
seus sinais de stress e dessa maneira desenvolver habilidades para enfrentar
as situaes estressantes inevitveis em sua vida.
Em relao prevalncia de sintomas alguns estudos apontam para um
maior ndice de sintomas psicolgicos em crianas (Bignotto, 1997). Em seu
estudo, Bignotto (1997) que investigou a relao entre stress e a ontognese e
manuteno da obesidade infantil, obteve uma presena de 54% quanto aos
sintomas psicolgicos.
O stress psicossocial pode estar presente na vida das crianas. Eventos
e transies especficas que fazem parte da experincia normal na cultura,
podem ser estressantes como por exemplo o nascimento de um irmo, as
mudanas na famlia e outras. Algumas crianas podem experimentar essas
transies como estressantes enquanto outras o fazem tranquilamente e
adaptam-se.
Segundo a literatura na rea, o impacto final de um evento estressante
ou do stress persistente depende da gravidade do estressor, do nvel de
desenvolvimento da criana e da disponibilidade e capacidade dos adultos noambiente de servir como um amortecedor protetor e de ajudar a criana a
entender e lidar com o estressor. Segundo Santos (2003), a famlia
desempenha um papel central no desenvolvimento da criana, pois so os pais
que iniciam o processo de socializao, por meio dos ensinamentos bsicos
acerca do contexto social. Assim, a influncia familiar torna-se inegvel, e o
valor dos primeiros relacionamentos estabelecidos entre pais e filhos sobre a
capacidade que a criana possui, poder permanecer por toda a sua vida,
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especialmente no que se refere a maneira de como lidar com os seus
sentimentos.
Lipp et al (1991) sugerem que o nvel de ansiedade e timidez, uma auto-
estima rebaixada e um medo excessivo do poder de Deus tambm podem
servir como fontes internas desencadeadoras de intenso stress na criana.
Assim, muitas vezes a prpria criana que o cria por meio de algumas
caractersticas de sua personalidade.
A ansiedade infantil com base no DSM IV R (1995) diagnosticada por
meio de trs categorias descritas, a ansiedade de separao, comportamentos
de evitao e a ansiedade em excesso. A ansiedade de separao est
vinculada situaes que envolvem afastamento de pessoas da famlia ou
situaes muito familiares criana. Os comportamentos de evitao podem
ser considerados como esquivas de situaes especficas que so aversivas
criana. Na ansiedade em excesso a criana apresenta preocupaes irreais
quanto a eventos futuros, autoestima rebaixada e sensao de incompetncia
em vrias reas como a acadmica, a esportiva e a social.
Lipp et al (1991) postulam que nas situaes de ansiedade a criana
pode vivenciar um sentimento de antecipao, de expectativa de um perigo que
possa ocorrer a qualquer momento, s vezes at quando existe uma ausncia
da causa para isso. Os sintomas da ansiedade so agitao, irritabilidade
generalizada, medo e crises de agressividade.
A timidez faz com que a criana torne-se mais dependente, devido sconstantes respostas de evitao e fuga em decorrncia da dificuldade que tem
adaptao de novas situaes, o que proporciona freqentes situaes de
stress ( Lipp et al, 1991). Os sintomas apresentados pela timidez so a
evitao de contatos com o ambiente, com amigos, a apatia, o interesse por
colegas mais velhos como uma maneira de sentir-se protegida, entre outros.
A autoestima rebaixada descrita como um repertrio deficitrio de
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comportamentos de reforamento e valorizao pessoal. E a ltima fonte
interna apresentada, o medo excessivo do poder de Deus entendida como
uma forma de punio.
Tricoli e Bignotto(1998) observaram a importncia das mensagens de
socializao que as crianas recebem de seus pais e do meio ambiente ao
longo de seu desenvolvimento, podendo essas contriburem para a formao
das fontes internas causadoras de stress. Assim, o stress pode ser criado pela
prpria criana, de acordo com a sua aprendizagem social, seus pensamentos,
tipo de personalidade e atitudes; levando a a desenvolver alguns dos
seguintes comportamentos: timidez, ansiedade, medo de castigos divinos, auto
estima e auto imagem negativas. Alm de especficas crenas irracionais
sobre si mesma e o mundo ao seu redor.
Mondardo, (2000) realizou um levantamento das condies scio
familiares da criana em idade escolar em Porto Alegre, a fim de investigar
suas relaes com o estresse infantil. Como concluses ela percebeu que as
crianas de seu estudo no estavam vivenciando eventos potencialmente
estressores ao seu desenvolvimento e que possuam uma estrutura familiar
estvel e saudvel que estava funcionando como apoio scio afetivo para a
criana, bem como tambm poder estar sendo um fator de proteo ao
estresse do dia a dia.
Quanto ao cuidado sobre a fase do desenvolvimento da criana para
lidar com situaes estressantes foi recomendado por Tricoli (2000) a
orientao de que as crianas da primeira etapa do Ensino Fundamental ( entre6 e 10 anos de idade) devem ser tratadas de forma acolhedora e afetuosa,
porm de maneira clara e objetiva quanto a colocao das regras que devem
seguir. Alm do cuidado com a etapa do desenvolvimento, na qual a criana
encontra-se importante lembrar que as fontes geradoras do stress podem ser
amenizadas ou eliminadas, de acordo com a atitude dos pais na educao de
seus filhos.
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Moreno Manso,( 2004) em seu estudo realizado na Espanha que teve
como objetivo estabelecer uma relao entre o stress familiar, o desemprego e
a precariedade econmica com a violncia contra criana, observou em
uma amostra composta de 107 famlias e 256 crianas que quanto mais
intenso o nvel de stress familiar maior era a ocorrncia de violncia contra
criana. O que demonstra uma das maneiras de como o stress de um dos
familiares pode ter conseqncias nos outros membros desse mesmo grupo.
Noriega,J.; Morales e Noriega,C. (2005) em uma pesquisa realizada no
Mxico, cujo objetivo foi avaliar as diferenas significativas entre tipos de
famlias quanto ao clima familiar (disciplinada, coesa e sem orientao) e o
stress da criana, em uma amostra que foi composta de 120 famlias em
condies de pobreza extrema nas zonas perifricas de Hermosillo, Sonora
Mxico; encontraram relaes interessantes entre os tipos de famlia e a
presena ou no de stress em suas crianas. Nas famlias sem orientao as
mes apresentaram uma percepo negativa da criana e acreditavam sofrer
restries em decorrncia da maternidade, sendo que nessa categoria de
famlia, encontrou-se maiores prevalncias de stress em suas crianas. Nas
famlias coesas houve o menor nmero de crianas estressadas, e como
caractersticas dessas , foram observadas condutas de expressividade,
independncia, crescimento pessoal e organizao, onde os conflitos eram
resolvidos de maneira positiva.
O stress infantil torna-se de extrema importncia quando so analisadas
suas consequncias para a criana. Lipp e Malagris (1995) acreditam que o
stress infantil possa estar associado na patognese de distrbios fsicos epsicolgicos. Os distrbios psicolgicos so: a depresso, a enurese,
dificuldades de relacionamento, comportamentos agressivos, desobedincia
inusitada, ansiedade, choro excessivo, gagueira, dificuldades escolares,
pesadelos, birras e insnia. Os fsicos relacionados ao stress so a obesidade,
doenas dermatolgicas, cries, a asma, entre outros.
Berenchtein (2004) em sua dissertao de mestrado investigou ainfluncia do stress na expresso clnica da asma e sua associao com as
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crises em crianas. Nesse estudo a autora observou que as crianas com
asma estavam mais estressadas que as crianas do grupo controle ( crianas
no asmticas),principalmente aquelas com maior gravidade da doena. Os
resultados indicaram que a presena de stress pode intensificar a freqncia
de sintomas da asma, limitao atividade fsica, o absentesmo escolar e as
interrupes do sono. Concluiu-se que o stress um fator importante no
desencadeamento e agravamento das crises de asma nas crianas.
Lipp,MEN; Arantes, JP; Buriti, MS e Witzig, T. (2002) realizaram um
estudo que objetivou pesquisar a prevalncia do stress infantil no contexto
escolar, averiguar a diferena no nmero de crianas estressadas de trs tipos
de escolas e nas vrias sries do curso fundamental e estudar a diferena
entre os gneros no que se refere ao stress. A amostra total se constituiu de
255 escolares, com idades variando de 7 a 14 anos, oriundos de trs escolas.
No total, foram testados 113 meninos e 142 meninas. A prevalncia de stress
na amostra total foi de 12,5%, com 32 crianas com sintomas de stress grave.
A primeira srie foi identificada como a mais estressante. A prova do qui
quadrado revelou uma associao entre sries freqentada e ter ou no stress
com um qui-quadrado = 5,9121 e p=0,01. O que se refere diferena entre os
sexos, a anlise estatstica, por meio da prova do qui-quadrado, revelou uma
associao significativa entre gnero e a prevalncia de stress (qui-quadrado=
3,88, p= 0,04), sendo que a percentagem de meninas com stress era 9,02% e
a de meninos 3,53%. Portanto, o stress era duas vezes mais comum nas
meninas do que nos meninos.
Lipp (2000) tambm aponta a ocorrncia de consequncias sociais, poracreditar que uma criana vulnervel ao stress e sofrendo suas consequncias,
sem o tratamento adequado, certamente se tornar um adulto frgil, sem
resistncia s dificuldades da vida. Aps essas apresentaes sobre o stress
infantil e suas consequncias para a criana, percebe se a importncia da
elaborao e implementao de programas especficos para ensinar s
crianas, a lidarem com o stress de modo mais adequado,por meio do
aprendizado de estratgias de coping para o enfrentamento de situaesestressantes em sua vida.
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O termo coping ou enfrentamento utilizado na literatura para
denominar o processo de lidar com demandas; internas ou externas, avaliadas
pela criana como estando alm de seus recursos ou possibilidades. A
definio mais conhecida de coping provavelmente a proposta por Lazarus e
Folkman (1984). Para esses autores, enfrentamento refere-se a esforos
comportamentais e cognitivos realizados por uma pessoa para lidar com as
demandas ambientais ou internas, ou com um conflito existente entre ambas.
Estes esforos influenciam, mas so tambm influenciados pelo ambiente.
Em seu estudo Raimundo e Pinto (2006) analisaram a relao entre
eventos estressantes entre pares e as estratgias de coping em 443 crianas e
adolescentes portuguesas. Os objetivos deste estudo foram, por um lado,
analisar a prevalncia da freqncia e intensidade percebida dos eventos
estressantes entre pares e da freqncia e eficcia percebida das estratgias
de coping utilizadas para lidar com esse estressor e, por outro lado, investigar o
valor que prediz as variveis scio-demogrficas (sexo, idade e situao scio-
econmica) relativamente s duas variveis em estudo (eventos estressantes
entre pares e estratgias de coping). A anlise da estatstica descritiva das
variveis em estudo revelou a existncia de nveis moderados de stress,
proveniente do conflito entre pares, quer para a intensidade (M=2.49; DP= .11),
quer para o resultado global de stress (M=2.15; DP= 1.24) e nveis modestos
para a sua freqncia (M=1.83; DP=.15). As estratgias de coping ativas foram
as mais utilizadas (M=1.75; DP=2.51) e consideradas mais eficazes (M=2.20;
DP = 2.27), pelos alunos, sendo as nicas a situarem-se acima do ponto
mdio, alm da eficcia percebida das estratgias de distrao cognitivo-comportamental (M=1.69; DP= 5.17). O teste T de diferenas entre mdias
permitiu encontrar diferenas significativas de gnero, no sentido de as
meninas evidenciarem nveis elevados dos eventos estressantes entre pares
(t= - 3.463; p
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conseqncias potenciais deste estressor, nas crianas e adolescentes em
geral, e em particular nas meninas, que o experienciam mais intensamente; e
assim sugerem para a necessidade de elaborao e implementao de
programas de preveno e interveno escolar em nvel da utilizao, por parte
das crianas e adolescentes, de estratgias de coping mais adequadas
situaes percebidas como ameaadoras.
Pincus, DB e Friedman, AG (2004) realizaram um estudo com o objetivo
de averiguar e identificar quais eram as estratgias que as crianas de algumas
escolas em Boston utilizavam para lidar com o stress cotidiano. Eles
constataram que muitas das crianas no apresentavam um repertrio de
estratgias que fossem adequadas para o enfrentamento das situaes
vivenciadas, No final eles sugeriram que fossem realizados programas de
interveno especficos ao ensino de estratgias (reestruturao cognitiva,
autocontrole emocional) adequadas ao enfrentamento de stress em seus
ambientes escolares.
Outro estudo encontrado em relao ao ensino de um programa que
ensinasse crianas a gerenciarem adequadamente situaes estressantes foi
realizado por Kraag,G; Van Breukelen,GJ; Kok,G e Hosman,C (2009) em
escolas.
Com essa finalidade Lipp (2000) apresentou um programa brasileiro de
tratamento especfico ao controle do stress para crianas, que tem sua base
terica na Terapia Comportamental Cognitiva aplicada criana, seguindo o
pressuposto terico de Ellis (1973).
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OBJETIVOS
Objetivo GeralO objetivo geral do presente estudo foi verificar a eficcia do
treino de controle do stress infantil proposto por Lipp ( 2000 ) adaptado
para o presente trabalho, na reduo dos sintomas de stress.
Objetivos Especficos
Como objetivos especficos a pesquisa buscou:
1- Avaliar a sintomatologia do stress de uma amostra de crianasde ambos os sexos antes e aps o tratamento e compar-la com a
de crianas de um grupo controle que no recebeu o treino de controle do
stress.
2- Levantar as fontes estressoras externas e internas na vida
dessas crianas;
3 - Conhecer as estratgias que essas crianas utilizam para lidar
com o stress;
4 - Avaliar o nvel e a fase de stress dos pais das crianas por meio do
Inventrio de Sintomas de Stress.
5- Elaborar um perfil da criana estressada da amostra estudada.
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MTODO
Participantes
A amostra foi composta por 20 crianas que concordaram em participar
voluntariamente do estudo e que tiveram o consentimento de seus
responsveis para isso.
Os critrios para incluso da amostra foram os seguintes: estar na faixa
etria de 8 anos 0 meses a 9 anos e 11 meses de idade; de ambos os sexos;
no apresentar retardo mental; estar matriculada e freqentando o ensinofundamental; e ser diagnosticada previamente como estressada, por meio do
instrumento psicolgico adequado.
Fundamentao para os Critrios de incluso das crianas na amostra:
a) Critrio idade: crianas de 8a.0 m. a 9a.11m. de idade. Por compreender
esta faixa etria ao Estgio Operatrio Concreto, segundo a teoria
epistemolgica do desenvolvimento humano de Jean Piaget (1896-
1980). Nesse perodo a criana comea a construir conceitos, por meio
de estruturas lgicas. Ela desenvolve a capacidade de lidar com alguns
conceitos abstratos como os relacionamentos. Possui lgica consistente
e habilidade de solucionar problemas concretos. Alm de ser capaz de
estabelecer relaes e coordenar pontos de vista diferentes e de integr-
los de modo lgico e coerente. Este critrio importante para a
realizao do estudo em virtude de o seu referencial terico ser a
comportamental cognitiva. Esse critrio tambm foi escolhido pela
questo de alteraes psiconeurofisiolgicas que ocorrem em crianas
acima dessa faixa etria em decorrncia do incio da puberdade, o que
seria uma varivel de difcil controle, por provocar alteraes no
organismo da criana que poderiam ser confundidas com algumas
reaes semelhantes s encontradas em um processo de stress.
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b) Critrio educacional: a criana deve estar matriculada e freqentar o
ensino fundamental, com o objetivo de estar inserida no processo
educacional de seu contexto cultural, e com isso estar em pleno
desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e sociais.
c) Critrio diagnstico: apresentar nvel de stress significativo. Somente
foram includas no estudo as crianas que aps serem avaliadas foram
diagnosticadas como estressadas, para garantir um maior controle na
eficcia ou no do treino de controle do stress, quando comparado o
tratamento aplicado ao grupo experimental e controle, de modo que
todos os participantes fossem semelhantes quanto varivel estudada.
De um total de 97 crianas avaliadas no incio deste estudo,
encontrou-se 34 crianas que no apresentavam nenhum nvel de stress, 43
que estavam na fase de alerta do stress e 20 crianas que se encontravam
entre as fases de resistncia e quase-exausto de stress. A partir do
preenchimento do nmero pr-determinado para a composio da amostra dos
participantes, duas amostras foram sorteadas aleatoriamente, com a finalidade
da composio de dois grupos.
Os grupos foram denominados Grupo de treino de controle do stress
(GTCS) e Grupo comparativo (GC).
O GTCS foi composto com o objetivo de oferecer aos participantes um
possvel treino teraputico especializado no controle do stress infantil (TCSI).
Este grupo foi formado por dez crianas que participaram do comeo ao final
da interveno teraputica, tendo sido reavaliadas ao final da mesma.
O GC foi composto por dez crianas que no receberam interveno
programada pela pesquisa e que foram reavaliadas aps a realizao domesmo nmero de encontros do GTCS. O objetivo deste grupo foi controlar
apenas a passagem do tempo, para servir como dimetro de comparao ao
grupo experimental.
A opo por dois grupos teve como finalidade testar a eficcia de um
treino de controle de stress especfico infncia. Dessa forma trabalhou-se
com um grupo experimental (GTCS) e um grupo comparativo (GC). O grupo
GTCS recebeu orientaes para lidar com o stress, enquanto que o grupo GC,no contou com o tratamento para lidar com o stress. Dessa maneira o grupo
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GC teve a funo de controle para o grupo GTCS, sendo que o objetivo foi
averiguar se um treino em controle do stress infantil seria capaz de modificar os
nveis de stress no grupo GTCS de maneira significativa em comparao com o
grupo GC.
Material
Alm do termo de consentimento para os responsveis pelos
partcipantes (Anexo A) foram utilizados os seguintes instrumentos: 1) ficha de
identificao do participante (Anexo B); 2) Escala de Stress Infantil ESI Lipp
e Lucarelli, 2005; 3) Escala de Reajustamento Social Elkind, 1981 (Anexo C);
4) Roteiro de levantamento de fontes internas de stress (Anexo D); 5)
Levantamento de estratgias de enfrentamento do stress para as crianas
(Anexo E); 6) Inventrio de Comportamento da Infncia e Adolescncia (Child
Behavior Checklist CBCL); 7) Inventrio de Sintomas de Stress ISS Lipp,
2000. Adicionalmente fez-se uso do Manual do treino de controle do stress
infantil (Anexo I) Este manual foi elaborado a partir dos quatro pilares do
treino de controle do stress de Lipp (1984) com base no referencial terico da
rea proposto por Lipp (2004) e nos dados obtidos durante as avaliaes
realizadas com os participantes deste estudo. Deste modo o processo de
interveno psicolgica, foi realizado utilizando-se o Manual do Treino de
Controle do Stress Infantil.
A descrio dos instrumentos de avaliao utilizados na pesquisa feita
a seguir.
Ficha de identificao do participante (Anexo B)
Instrumento constitudo de perguntas abertas elaborado para o presente
estudo com o objetivo de coletar dados gerais dos participantes: iniciais donome, sexo, data de nascimento, idade e dados de escolaridade. Nessa ficha,
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tambm constam os dados de identificao dos pais e irmos, alm da fonte e
motivos de encaminhamentos.
Escala de Stress Infantil ESI (Lipp e Lucarelli, 2005 ).
A Escala de Stress Infantil ESI elaborada em 2005 por Lipp e
Lucarelli, j validada e publicada pela Casa do Psiclogo visou identificar a
sintomatologia apresentada pela criana, avaliando, assim, o nvel de stress e
descriminando as suas reaes. O instrumento tem por objetivo verificar a
presena de stress em crianas de 6 14 anos de idade , de ambos os sexos.
A ESI composta de 35 itens relacionados a sintomas fsicos, psicolgicos,
psicolgicos com componentes depressivos e psicofisiolgicos de stress. Cada
item apresenta um crculo dividido em quatro partes. A criana submetida ao
teste deve preencher os desenhos indicando a freqncia com a qual sente o
que est descrito.
A graduao do sintoma : crculo em branco se nunca acontece; uma
parte do crculo pintada se acontece um pouco; duas partes pintadas se
acontece s vezes; quase sempre trs partes pintadas e todas as partes do
crculo pintadas se sempre acontece.
A Escala de Stress Infantil foi totalmente revisada e apresenta na segunda
edio dados normativos atualizados, alm dos estudos de Preciso e
Validade. A edio atual foi aprovada pelo Conselho Federal de Psicologia na
23 Reunio Plenria, realizada em 25 de outubro de 2003.
A ESI surgiu do interesse em validar o Inventrio de Sintomas de Stress
Infantil (Lipp e Romano, 1987) pela sua aplicabilidade nas diferentes reas deatuao do psiclogo e por estar sendo, amplamente utilizada em pesquisas
nesta rea. As diversas modificaes sofridas pela ISS-I original, a partir dos
resultados apresentados na dissertao de mestrado de Maria Diva Monteiro
Lucarelli, intitulada Inventrio de Sintomas de Stress Infantil ISS I: Um
estudo de Validao, defendida no Departamento de Ps-graduao da PUC
Campinas, em 1997, sob orientao de Marilda E. Novaes Lipp, sugeriram que
sua verso final fosse considerada um novo instrumento, que foi denominadode Escala de Stress Infantil ESI.
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As alteraes realizadas, no decorrer deste estudo, referem-se a
construo, sequncia e a acrscimo de itens, a forma de apresentao e
instrues. Tambm, passou por uma reviso em 2004, objetivando completar
os estudos psicomtricos, a fim de enquadrar a escala nas especificaes da
resoluo CPF n 002/2003, que caracteriza as condies necessrias para a
publicao de testes psicolgicos.
Os coeficientes de Preciso e de Consistncia Interna da ESI foram
calculados e mostraram-se satisfatrios: Ceficiente Alpha de Cronbach = 0,89;
Coeficiente de Preciso pela tcnica Duas Metades = 0,95 e Correlao de
Sperman-Brown = 0,97. O coeficiente de correlao de Spearman obtido nas
duas formas de aplicao foi de 0,73%, o que uma boa correlao.
Escala de Reajustamento Social ( Elkind, 1981 ). (Anexo C).
O objetivo desta escala foi verificar a presena de fontes externas de
stress na vida da criana, ou seja, acontecimentos bons ou maus ocorridos em
sua vida no perodo dos ltimos doze meses. A escala composta por 43
situaes nas quais a criana passa por uma mudana em sua vida que exige
uma nova adaptao de seu organismo. A cada mudana citada na escala
atribudo um ndice correspondente ao quanto de energia adaptativa foi
necessrio para que a criana pudesse adaptar-se ao acontecimento ocorrido.
Para detectar quanto de energia foi utilizada pela criana soma-se o total
correspondente aos pontos de todos os itens assinalados. Ao encontrar uma
soma de at 150 pontos significa que a energia gasta atingiu um nvel mdio. A
soma de 150 a 300 pontos conclui que a criana possui uma probabilidade
acima da mdia para a ocorrncia de problemas de sade. Os pontos
correspondentes a cada item so encontrados no instrumento no anexo C..
Roteiro de levantamento de fontes internas de stress (Anexo D).
Esse instrumento uma adaptao do Inventrio de fontes internas de
stress utilizado na Dissertao de mestrado de Bignotto (1997).
O objetivo deste instrumento foi verificar se o stress apresentado
decorrente da maneira como a criana enfrenta as situaes cotidianas, dos
seus pensamentos e do tipo de personalidade. Como fontes internas de stressforam considerados os seguintes itens: ansiedade, auto-estima, timidez e o
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medo de Deus; citados no livro O stress infantil de autoria de Lipp et al (1987),
sendo que, para cada categoria correspondem trs questes, distribudas
aleatoriamente.
O Roteiro constitudo de afirmaes por meio das quais a criana
marca a freqncia de ocorrncia relativa a ela. Para responder
necessrio preencher os crculos indicando a freqncia, se nunca acontece,
nenhum crculo pintado; se acontece raramente, apenas um crculo pintado;
se acontece s vezes, dois crculos so pintados; se acontece com freqncia,
trs crculos so pintados; e se sempre acontece, todos os crculos so
pintados. Para a avaliao as questes esto separadas em dimenses:
ansiedade = questes 1, 4 e 12; auto estima = questes 5, 6 e 9; timidez =
questes = 3, 7 e 10; e medo de Deus = questes 2, 8 e11.
A resposta considerada pertinente quando acontece com freqncia (3
crculos pintados) ou acontece sempre (4 crculos pintados) .; e para ser
considerada presena de fontes internas de stress na criana necessrio
haver 2 respostas pertinentes em qualquer das dimenses ou 3 respostas
pertinentes sendo uma em cada dimenso.
Levantamento de estratgias de enfrentamento do s tress para as
Crianas (Anexo E).
Esse instrumento foi elaborado por Dell Aglio e Hutz (2002) em um estudo
que realizaram quanto s estratgias de coping e estilo atribucional de crianas
em eventos estressantes. O objetivo desse instrumento verificar como a
criana reage perante situaes estressantes.
Para poder ser atingida essa finalidade, trs questes so feitas para a
criana. A primeira com o intuito de constatar qual a ao efetiva da crianafrente a eventos estressantes ( O que voc fez?). A segunda questo refere-
se resposta de uma soluo alternativa apresentada pela criana ( Voc
poderia ter feito alguma outra coisa? ). E a terceira e ltima questo refere-se
forma como a criana lidou com a emoo resultante do evento ( O que
voc fez para sentir- se melhor? ).
Aps as questes serem respondidas, elas so classificadas em 7
categorias apresentadas pelos autores ( aes agressivas, evitao, distrao,apoio social, ao direta, inao e outras ). .
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Inventrio de Comportamentos da Infncia e Adolescncia (Child
Behavior Checklis t CBCL, Achenbach, 1991).
O Child Behavior Checklist (CBCL) um questionrio que avalia
competncia social e problemas de comportamento em indivduos de 4 a 18
anos, a partir de informaes fornecidas pelos pais. A verso brasileira do
CBCL denominada Inventrio de Comportamentos da Infncia e
Adolescncia.
Inventrio de Sintomas de Stress ISS-L ( Lipp, 1989).
Este instrumento foi elaborado por Lipp (1989) baseado nos conceitos de
Selye, validado por Lipp e Guevara (1994) e modificado recentemente (Lipp,
2000). A diferena entre as duas verses consiste no fato de que no ISS
adulto recentemente publicado, aparece a fase de stress adicional chamada
de quase exausto, que se instala aps a fase de resistncia e antes da
exausto. O novo modelo de stress quadrifsico no que se refere ao
diagnstico do stress mas no difere quanto aos itens includos.
O instrumento permite avaliar os sintomas de stress que mais comumente
acometem os indivduos quando estes vivenciam situaes de tenso e stress,
tanto a nvel cognitivo (psicolgico) como a nvel somtico (fsico). Possibilita
ainda identificar a fase de stress em que o indivduo se encontra,
compreendendo quatro fases:
Fase de Alerta, Fase de Resistncia, Fase de Quase Exausto e Fase de
Exausto.
Os sintomas obedecem a uma hierarquia de intensidade, uma vez que comum o sintoma aparecer na fase de alerta com menor intensidade ou
freqncia entre eles, podendo desaparecer na fase de resistncia, uma vez
que o organismo resistiu ou se adaptou ao estressor do momento, e reaparecer
na fase de exausto com uma intensidade maior.
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Manual do Treino de Controle do Stress Infantil
O Manual do Treino de Controle do Stress Infantil (TCSI) teve por
objetivo, fornecer diretrizes para o tratamento do stress junto a essa populao.
As orientaes contidas no manual baseiam-se nos resultados obtidos
por meio das avaliaes a que se submeteram os participantes deste estudo e
no protocolo de tratamento do controle de stress para crianas de Lipp (2000).Em 1984 Lipp sugeriu o Treino de Controle do Stress de Lipp para adultos
como um mtodo de tratamento elaborado com base nos princpios do treino
de inoculao de stress de Meichenbaum (1985), na terapia racional emotiva
de Ellis (1973) e de tcnicas e procedimentos comportamentais cognitivos
consideradas relevantes. Os objetivos visam a reduo dos nveis de stress por
meio do aprendizado de estratgias de enfrentamento. A anlise funcional
adequada das fontes de stress, internas e externas identificadas pelo
participante no momento atual e a avaliao criteriosa dos seus nveis de
stress antes e aps a aplicao do TCS est relacionada a eficcia do
tratamento (Lipp & Malagris, 1995). Esse treino objetivou levar o participante a:
a) compreender o conceito de stress; b) aprender a identificar e reconhecer em
si os sintomas de stress; c) reconhecer as suas fontes internas e externas de
stress; d) aprender a lidar com a ansiedade; e) reestruturar a maneira de
pensar; f) desenvolver a assertividade; g) aprender a manejar tcnicas de
resoluo de problemas; h)reconhecer e respeitar os prprios limites; i)
aprender a utilizar o stress inevitvel a seu favor; j) ser capaz de desenvolver
um plano pessoal de tcnicas de manejo do stress (Lipp
& Malagris, 1995). Os mtodos de trabalhos elaborados fundamentam-se na
abordagem comportamental cognitiva.
O Treino de Controle do Stress de Lipp foi adaptado e utilizado com
eficcia em pacientes com hipertenso arterial essencial (Lipp et al, 1991 e
Lipp, Bignotto & Alcino, 1997); em pacientes com psorase (Lipp & Malagris,
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1995); em gestantes estressadas (Torrezan, 1999); em pacientes com
retoculite inespecfica (Brasio, 2000) e em mulheres chefes de famlia
(Tanganelli, 2000).
Em 2000, Lipp publicou um protocolo de tratamento do stress infantil
para atender as especificidades da infncia, o treino de controle de stress
elaborado especificamente para esta populao tem como objetivo beneficiar
crianas proporcionando-lhe meios, pelos quais, possam aprender a identificar,
manejar e reduzir os seus nveis de stress. Para o presente estudo o TCS-I foi
adaptado de acordo com as necessidades especficas dos participantes, de
forma que as sesses abrangessem alm da parte terica que transmite os
conceitos necessrios, tambm a parte prtica, por meio da utilizao de
estratgias comportamentais e cognitivas.
As sesses no total de 16, com durao de 90 minutos abordaram
aspectos relacionados sobre stress, reconhecimento e a magnitude dos
estressores com os quais as crianas estavam convivendo. O treino visou o
desenvolvimento de estratgias para lidar com os estressores presentes em
suas vidas, e de habilidades, para que estas possam suprir as suas
necessidades. Apresenta ainda orientao quanto ao uso de tcnicas de
relaxamento, respirao profunda, a prtica de exerccios fsicos, cuidados com
a alimentao e reestruturao cognitiva denominados por Lipp (1984) como os
quatro pilares de controle do stress. Alm de, 4 encontros com os pais dos
participantes, cujo objetivo foi o de inform-los quanto aos aspectos do stress
na infncia.
O manual contou com material informativo impresso, entregue e
discutido com os participantes durante algumas sesses, o objetivo foi inform-
los quanto ao stress e suas caractersticas, alm de possibilitar futurasconsultas.
Apresenta-se a seguir a descrio do protocolo realizado, sendo descrito
o contedo trabalhado em cada encontro realizado.
Protocolo do Treino de Controle do Stress Infantil (TCSI):
O protocolo de tratamento do treino de controle do stress infantil foi
elaborado em duas etapas, a primeira referente ao Eixo I e a segunda ao EixoII. O Eixo I consistiu na reduo sintomatolgica, com o objetivo de promover
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uma melhora no bem estar da criana. O Eixo II visou abordar a reduo das
causas do stress. O contedo desses dois eixos foram divididos ao longo das
sesses.
As sesses incluam:
1 Sesso:
Tema central: Explicar os objetivos da realizao do grupo e
promover a integrao das crianas participantes.
Inicialmente feita a apresentao dos membros do grupo, da terapeuta
e da co-teraputa. Reserva-se um tempo para que os participantes troquem
idias entre si.
Para auxiliar o conhecimento dos participantes, utiliza-se uma dinmica,
onde cada criana fala o seu nome, a sua idade e um animal que gosta e
depois faz um desenho desse animal e escolhe um nome para ele.No final
todos apresentam o seu animal para o grupo.
Coloca-se os objetivos do Treino de Controle do Stress infantil (TCSI) e
entrega um caderninho para cada criana, que ser utilizado na realizao da
tarefa de casa.
Em um segundo momento a terapeuta faz explanao sobre o stress e
suas caractersticas.
Tarefa de casa: Pede-se que cada criana anote em seu caderno uma
situao de stress que ela acredita ter acontecido com ela.
2. Sesso:
Tema central: Fontes externas de stress.
Reserva-se um tempo para que os participantes apresentem a tarefa decasa.
A terapeuta retoma o assunto sobre o stress, tomando como base as
situaes trazidas pelas crianas.
Aborda-se o conceito de fontes externas de stress e exemplifica as mais
comuns.
Vivncia: Descobrir o outro (Desenho Presente)
Tarefa de casa: Solicita-se que cada criana registre em seu cadernoalguns sentimentos que identificar em si mesma durante a semana.
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Encerra-se a sesso com um exerccio de relaxamento: A nuvem Lipp
e colaboradoras (1991), Como enfrentar o stress infantil. So Paulo: cone
Editora.
3 Sesso:
Tema central: Identif icar pensamentos.
Inicia-se com a apresentao da tarefa de casa.
Rev-se os assuntos da sesso anterior.
A terapeuta com base no tema sobre os sentimentos, introduz o tpico
identificar pensamentos.
Vivncia: Descobrir emoes e sentimentos (Saco das emoes).
Tarefa de casa: No caderno anotar uma situao de stress que
vivenciou e registrar os pensamentos que teve quanto situao e quais os
sentimentos que percebeu ter.
Encerra-se a sesso com o exerccio de respirao profunda - Lipp e
colaboradoras, 1991. Como enfrentar o stress infantil. So Paulo: cone
Editora..
4 Sesso:
Tema central: Associao situao pensamento sentimentos.
Apresentao da tarefa de casa.
Explicao do tema central: Como a maneira inadequada de pensar
sobre os eventos da vida influenciam a severidade do stress.
Vivncia: Jogo dos Sentimentos.
Tarefa de casa: Fazer o exerccio Jardim de Flor de Pensamento
(Bernard e Joyce, 1984) no caderno, escolhendo uma situao vivenciada.Realiza-se o Relaxamento: Nuvem.
5 Sesso:
Tema central: Fontes internas de Stress (Ansiedade; Autoestima
prejudicada, Timidez e Medo da punio divina).
Momento para discusso da tarefa de casa.
Explicar o conceito de fontes internas.Discutir a ansiedade como uma fonte interna de stress.
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Vivncia: Descobrir-se (Lixo mental).
Tarefa de casa: Escrever no caderno 3 situaes que so geradoras de
ansiedade.
Ao trmino realiza-se o exerccio de relaxamento de Jacobson..
6 Sesso:
Tema central: O controle da ansiedade.
Apresentao da tarefa de casa.
Explicar o conceito de ansiedade e os sintomas.
Enfocar como a ansiedade pode ser desencadeada pelo fator cognitivo.
A tcnica de parada de pensamento.
A tcnica do controle de ansiedade.
Tarefa de casa: Treinar as duas tcnicas ensinadas.
Relaxamento de Jacobson integrado ao exerccio de respirao
profunda (Lipp et al, 1991).
7 Sesso:
Tema central: Estratgias de enfrentamento para lidar com as
fontes externas de stress.
Retomada da tarefa de casa.
Atividade: o jogo Guerra ao stress- Casa do Psiclogo.
Discutir as estratgias de enfrentamento em relao s fontes externas
de stress apresentadas no jogo.
Tarefa de casa: No caderno fazer uma lista de quais dificuldades
encontra no relacionamento com seus amigos.
A sesso finalizada com a prtica de um exerccio de visualizao.
8 Sesso:
Tema central: Relacionamento com os amigos.
Momento para discusso da tarefa de casa.
O relacionamento interpessoal como uma fonte de stress.
Assertividade, Expresso de sentimentos, Empatia.
Vivncia: Aprendendo a olhar e a dizer o positivo ( O que eu mais gostoem meu colega).
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Tarefa de casa: No caderno a criana registra uma situao em que
procurou realizar algo para agradar um amigo ou uma amiga.
Exerccio de relaxamento : Nuvem.
9 Sesso:
Tema central: Lidando com a presso do grupo.
Apresentao da tarefa de casa.
Explicao do tpico: Como lidar com as presses do grupo ( Os meus
amigos querem....mas eu no! ).
Tarefa de casa: Registrar no caderno uma situao que ocorrer na
semana que a criana consiga agir conforme a sua vontade.
Relaxamento da luz Lipp, MN (2008). Crianas estressadas, causas,
sintomas e solues. 5 edio. Campinas,S.P.: Papirus.
10 Sesso:
Tema central: Lidando com as diferenas.
Comentrios sobre a tarefa de casa.
Explanao do tema: Lidando com as diferenas.
Vivncia: Sementes.
Tarefa de casa: No caderno fazer um desenho que represente o
sentimento de tristeza.
Relaxamento: Nuvem.
11 Sesso:
Tema central: O sentimento de rejeio.
Momento para que as crianas comentem a tarefa de casa.Explicao do tpico: O sentimento de rejeio.
Apresentao em DVD de alguns desenhos que trabalham o tema da
rejeio por ser diferente.
Discusso sobre os desenhos apresentados.
Tarefa de casa: Fazer uma lista, no caderno, de apelidos que conhece.
Exerccio de Relaxamento: O barquinho. Lipp, M.N. (2008). Crianas
estressadas, causas, sintomas e solues. 5. Edio. Campinas S.P.: Papirus.
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12 Sesso:
Tema central: Bullying ( O quanto esse comportamento prejudica o
outro ).
Discusso do contedo da tarefa de casa.
Explicao do termo bullying e a responsabilidade que cada criana tem
no praticar esse comportamento.
Vivncia: Descobrir o outro: Olhos.
Tarefa de casa: Fazer um desenho no caderno de uma situao em que
a criana fez algo que no queria, mas fez para agradar um amiguinho, ou para
no se sentir diferente.
Relaxamento: O tapete mgico. Lipp, M.N. (2008). Crianas
estressadas, causas, sintomas e solues. 5 edio. Campinas S.P.: Papirus.
13 Sesso:
Tema central: A presso do grupo para atos especficos que a
criana no queira fazer.
Apresentao do tpico: Quando a presso do grupo prejudicial para a
criana, por exemplo: fazer esportes de que no gosta, usar roupas que esto
na moda, mas que no gosta, e outras situaes.
Tarefa de casa: No caderno anotar 2 atividades que a criana costuma
fazer com a sua famlia.
Relaxamento da luz..
14 Sesso:
Tema central: A famlia (Hbitos de vida ).
Momento para apresentao da tarefa de casa.Explicao dos tpicos: Hbitos de vida. Como a famlia influencia na
formao de nossos hbitos de vida.
Apresentao do desenho: Os sete monstrinhos ( exibido na TV
Cultura).
Aps a apresentao do episdio do desenho, discusso com as
crianas com relao a cada personagem.
Tarefa de casa: Registrar no caderno os medos que cada criana tem.
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Relaxamento: A grama. - Lipp, M.N. (2000). Crianas estressadas,
causas, sintomas e solues. 5 edio. Campinas, S.P. Papirus.
15 Sesso:
Tema central: Medos.
Apresentao da tarefa de casa.
Discutir como a maneira de pensar pode desencadear o sentimento de
medo.
Vivncia: Medos, Medinhos e Medes.
Tarefa de casa: A criana deve pensar em tudo o que foi aprendido no
grupo e anotar no caderno, o que mais gostou.
Relaxamento: da luz..
16 Sesso:
Fechamento.
Momento para as crianas apresentarem suas dvidas.
Breve reviso quanto ao termo stress e suas caractersticas.
Exerccio de relaxamento: Nuvem.
O Treino de Controle do Stress Infantil, alm das 16 sesses com as
crianas, tambm constou de 4 encontros de 90 minutos de durao cada um,
realizados com os pais das crianas. Esses encontros ocorreram
respectivamentente: o primeiro, aps a quarta sesso do grupo infantil, o
segundo aps a nona sesso, o terceiro aps dcima terceira sesso e o
quarto e ltimo encontro aps a dcima sexta sesso. A escolha da poca
dessas sesses baseou-se na experincia clnica da autora.Os objetivos desses encontros foram informar os pais sobre o stress e
suas caractersticas, alm de instrumentaliz-los com tcnicas especficas para
o manejo do stress de seus filhos, e com isso estarem aptos auxiliarem seus
filhos no tratamento do stress infantil.
Os encontros com os pais incluam:
1 Encontro com os pais:
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Temas abordados: Stress infantil, as fontes de stress (internas e
externas).Os quatro pilares do controle do stress (relaxamento, exerccio fsico,
alimentao e reestruturao cognitiva).
2 Encontro com os pais:
Temas abordados: O modelo terico da Terapia Comportamental
Cognitiva (o sistema ABC / situao pensamento sentimentos).
3 Encontro com os pais:
Tema abordado:O papel dos pais na preveno do stress infantil.
4 Encontro com os pais:
Tema abordado: Breve reviso tos temas abordados.
Local
O local para a realizao das entrevistas iniciais foi as instalaes de
um consultrio prprio para atendimento. Para a realizao da interveno
teraputica, treino de controle do stress, utilizou-se uma sala confortvel com
iluminao e ventilao, possuindo todos os recursos. Fazia parte das
instalaes mesa, cadeiras confortveis, retroprojetor, lousa, som e ar
condicionado.
Pessoal
A pesquisadora contou com o auxlio de profissionais de sade,
educadores que entravam em contato informando o interesse de crianas, quese enquadravam nos critrios da amostra, em participar da pesquisa.
A realizao do Treino de Controle do Stress Infantil contou com a
colaborao de uma psicloga com 11 anos de experincia na rea clnica,que
atua na mesma clnica psicolgica que a pesquisadora, que atuou como co-
terapeuta.
Procedimento
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Avaliao das cr ianas
A pesquisadora por meio de contatos com profissionais das reas de
sade e educacional, alm de outros segmentos da sociedade buscou
informar-se da existncia de crianas que se enquadrassem nas caractersticas
da amostra. Das crianas que participaram deste estudo, 4 foram
encaminhadas por mdicos, 9 pela equipe escolar de suas escolas e 7 crianas
os prprios pais tiveram interesse que participassem.
Tendo obtido os dados que possibilitassem os contatos com os pais das
crianas, a pesquisadora comunicava-se por telefone ou pessoalmente,
convidando-os a participarem da pesquisa. Informava-os ento que a pesquisa
fazia parte do Curso de Doutorado em Psicologia da Pontifcia Universidade
Catlica de Campinas, que o objetivo do trabalho era verificar a eficcia de um
tratamento especfico ao stress na infncia. Ressaltou que para que fosse
realizada a pesquisa seriam necessrios alguns encontros com as crianas e
com os pais. Informou-se que todas as crianas receberiam o TCS-I, embora
um grupo o recebesse um pouco mais tarde.
Foi enfocada a questo do sigilo quanto a identificao, e mencionou-se
que os dados coletados seriam divulgados sem que os participantes pudessem
ser identificados. Quando havia interesse em participar, a pesquisadora
marcava um horrio e local para dar incio aos trabalhos.
Do total de crianas avaliadas inicialmente, 77 delas no preencheram
os critrios de incluso. Das 20 crianas que preencheram os critrios, todas
foram autorizadas por seus responsveis em participarem do trabalho.
Nesse primeiro encontro compareceram os pais e a criana. Os pais que
concordaram em que seu filho participasse voluntariamente do estudo e
tambm tendo o consentimento da criana, assinaram um termo deconsentimento (Anexo A). Aps a assinatura que consentia participao da
criana, os pais preenchiam os seguintes instrumentos: Ficha de identificao
do participante, a Escala de Reajustamento Social de Elkind e o Inventrio de
comportamentos da Infncia e Adolescncia (CBCL). Aps a realizao dos
dois grupos, um novo encontro foi marcado individualmente com os pais de
cada participante, para que a Escala de Reajustamento Social e o CBCL
fossem novamente preenchidos.
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A coleta de dados com a criana foi realizada em duas fases, antes e
aps o Treino de Controle do Stress e da Passagem do tempo.
Na primeira fase, todos os participantes responderam a avaliao
individual. Esta avaliao constou da aplicao dos seguintes instrumentos na
ordem mencionada: Escala de Stress Infantil ESI, Roteiro de levantamento de
fontes internas de stress, Levantamento de estratgias de enfrentamento do
stress para as crianas. Os instrumentos foram lidos e explicados pela
pesquisadora. Os participantes responderam e questionaram quando surgiam
dvidas.
Avaliao dos pais.
Para a avaliao dos pais foram realizados dois encontros, o primeiro
antes do incio dos grupos e o segundo, aps o trmino. Os encontros foram
agendados individualmente para cada par de progenitores das crianas. O
instrumento aplicado foi o Inventrio de Sintomas de Stress ISSL. A
pesquisadora leu as instrues e os pais preenchiam cada um o seu
instrumento.
Em todas as avaliaes (crianas e pais) a pesquisadora esteve
presente para garantir a compreenso dos instrumentos. A coleta de dados foi
realizada em 10 meses.
Composio dos Grupos: GTCSI e GC.Aps o trmino da primeira avaliao com as crianas, houve a
realizao de um sorteio para a composio dos dois grupos, denominados
Grupo de Treino de Controle do Stress Infantil (grupo experimental) e o Grupo
Comparativo (grupo controle).
Para os participantes do GTCSI mencionou-se que os mesmos
receberiam um treino de controle do stress. Para os membros do GC colocou-
se somente que iriam participar de encontros semanais.
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Os encontros de ambos os grupos foram realizados uma vez a cada
semana, com a durao de 90 minutos para cada reunio, sendo que os dois
tiveram um total de 16 sesses, realizado em um perodo de 4 meses
aproximadamente.
Grupo Comparativo (GC):
Nas 16 sesses realizadas no GC os temas abordados foram livres e
que partiam do interesse das prprias crianas.
Grupo Treino de Controle do Stress Infantil (GTCSI):
No GTCSI houve a realizao de um tratamento especfico para o stress que
seguiu o protocolo apresentado no Manual de Treino de Controle do Stress
Infantil. O treino foi ministrado pela pesquisadora e contou com a ajuda de uma
co-teraputa, tambm psicloga, que observou o desenvolver de cada sesso
e prestou auxlio nas tcnicas de Relaxamento, Respirao profunda e nas
demais vivncias.
A terapeuta no Treino de Controle do Stress Infantil teve como funo
ensinar novos comportamentos, ser um agente que auxilia e orienta
favorecendo que se formasse no grupo uma unidade coesa, com uma
reciprocidade contnua no dar e receber informaes. A co terapeuta teve a
funo de anotar as sesses e ajudar na aplicao de tcnicas como por
exemplo o relaxamento e a respirao profunda.
Foram realizadas 16 sesses, sendo uma por semana, com durao de
90 minutos, na sala de um consultrio que acomodou confortavelmente o
nmero de pessoas que formava o grupo. O tratamento foi ministrado em
grupo, uma vez que a participao grupal possibilita aos seus membrosperceber que a sua dificuldade no algo exclusivo, que ocorre s consigo.
Tambm favorece que seus membros percebam sua similaridade com os
outros e dividam seus conflitos, beneficiando-se muito pela observao de suas
prprias evolues e pela aceitao de seus problemas por parte de outros
membros.
Reavaliaes.
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Para a reavaliao dos participantes de ambos os grupos, foram
utilizados os mesmos instrumentos aplicados na primeira avaliao. Para
todas as crianas a reavaliao efetuou-se na mesma poca.
Para as crianas que participaram do GC, aps a reavaliao houve a
realizao do mesmo tratamento aplicado ao GTCSI, porm os dados no
foram analisados para a realizao do presente estudo.
Ganho para os participantes:
Na ocasio orientaes foram fornecidas sobre como lidar com o stress.
Tambm houve a entrega de uma apostila com essas orientaes para cada
participante do estudo. Todas as crianas dos dois grupos receberam o
tratamento do stress, sendo que o GC o recebeu aps a concluso da coleta
de dados.
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RESULTADOS
Mtodo de Anlise dos Dados
Para descrever o perfil da amostra segundo as variveis em estudo, foram
feitas tabelas de frequncia das variveis categricas (sexo, stress,...), com
valores de frequncia absoluta (n) e percentual (%), e estatsticas descritivas
das variveis contnuas (idade, escores das escalas, ...), com valores de
mdia, desvio padro, valores mnimo e mximo, mediana e quartis. Para a
anlise de consistncia interna das escalas foi calculado o coeficiente alfa de
Cronbach. Valores de alfa maiores que 0.70 indicam alta consistncia.
Para comparao das variveis categricas foi utilizado o teste Qui-
Quadrado de Pearson, ou o teste exato de Fisher, na presena de valores
esperados menores que 5. Para comparar as variveis contnuas entre os 2
grupos foi utilizado o teste de Mann-Whitney, devido ausncia de distribuio
Normal das variveis. Para analisar a relao entre as variveis numricas foi
utilizado o coeficiente de correlao de Spearman, devido ausncia de
distribuio Normal das variveis que foi verificado pelo teste Shapiro-Wilk.
Para comparar as variveis categricas entre as avaliaes pr e ps-
treino foi utilizado o teste de McNemar (para 2 categorias) e o teste de simetria
de Bowker (para 3 ou mais categorias), e para comparar as variveis
numricas entre as 2 avaliaes e os 2 grupos foi utilizada, a anlise de
varincia para medidas repetidas (Repeated Measures ANOVA), com asvariveis transformadas em postos (ranks) devido ausncia de distribuio
Normal.
O nvel de significncia adotado para os testes estatsticos foi de 5%, ou
seja, p
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Quanto ao modelo de pesquisa utilizado o Journal Consulting and
Clinical Psychology indica que existem dois tipos de pesquisas, a saber,
pesquisa de processo que se responsabiliza pela avaliao do processo
psicoterpico e o de resultados (out-come) que visa o resultado final. Neste
estudo fez-se a opo por uma integrao dos dois modelos, apresentando-se
dados no s referentes aos resultados do tratamento, mas tambm quanto
evoluo do processo teraputico.
Anlise de Consistncia Interna das Escalas.
A anlise de consistncia interna (alfa de Cronbach) para medir a
confiabilidade das escalas de Stress Infantil (ESI), Escala de Reajustamento
Social (ERS) e o Inventrio de fontes internas de stress infantil (IFISI),
demonstrou uma alta consistncia interna para os instrumentos e domnios.
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Parte I
Dados de identificao:
Nesta parte do estudo apresentam-se os dados da amostra geral
constituda por 20 crianas. Os itens avaliados referem-se ao sexo, idade,
escolaridade, tipo de escola, quantidade de irmos, posio entre os filhos e
fonte de encaminhamento.
A caracterizao detalhada da amostra estudada pode ser vista no
Anexo G.
Para melhor compreenso dos dados a apresentao feita por itens.
Sexo e Idade.
A amostra geral do presente estudo foi composta de 65% de meninas e
35% de meninos. A faixa etria abrangeu as idades de 8 a 9 anos, sendo 60%
crianas de 8 anos e 40% de 9 anos; o que proporcionou uma amostra capaz
de englobar as idades propostas. A mdia de idade foi 8,77 com desvio padro
0,43.
Tipo de escola e Escolaridade.
Quanto ao tipo de escola 75% das crianas freqentavam escolas
particulares e 25% escolas pblicas. Em relao ao ano escolar, 55% dos
participantes cursavam o 3 ano do ensino fundamental de 9 anos (antiga 2
srie) e 45% o 4 ano (antiga 3 srie).
Quantidade de irmos e Posio entre eles.
Quanto ao nmero de irmos, a amostra foi co