Conseguindo a eloqüência na oratória

Post on 29-Nov-2015

5 views 2 download

Transcript of Conseguindo a eloqüência na oratória

Conseguindo a eloqüência na oratória

O uso de técnicas retóricas.

As técnicas retóricas são essenciais ao orador. Elas colocam ordem nas frases. Fazem com

que a fala do orador seja agradável aos ouvidos. No entanto, as técnicas retóricas, por

melhor que sejam, não necessariamente são persuasivas. Isto é, não necessariamente,

mesmo usando-as corretamente, o  orador conseguirá atingir seu objetivo.

Não obstante sejam importantíssimas, as técnicas retóricas alcançam, em termos de força

de comunicação,  não mais do que 20% do resultado final.

Muitos oradores acreditam que, se bem aplicarem as técnicas retóricas, suas falas serão

brilhantes e persuasivas. E aí está o grande engano.

Eloqüência, o fator fundamental.

A probabilidade de conseguir efetivos resultados aumenta consideravelmente se o fator

fundamental se fizer presente na comunicação com o público. Este fator é a  eloqüência. Em

termos de força de comunicação,  as técnicas retóricas, conforme já comentado, alcançam

não mais do   que  20%. A eloqüência completa os 100%. Isto é, atinge a grande marca dos

80%.

 

O orador -  se quiser destacar-se -  necessariamente precisa ser eloqüente.

O bom comunicador se preocupa – acertadamente – em utilizar-se de técnicas retóricas para

conseguir atingir seus objetivos. No entanto, quantos utilizam corretamente das técnicas

retóricase não motivam o público  a agir de acordo com os seus propósitos? Na verdade, há

pouca  valia em utilizar-se das mais eficientes técnicas  retóricas se a eloqüência não se

fizer presente. Uma boa comunicação, sem eloqüência, nada mais é do que  uma fala

agradável de ouvir. Mas, resultados?... Aí já são outros quinhentos.

 

Mas o que é  eloqüência ou: o que é ser eloqüente?

De forma simples e direta, ser eloqüente é conseguir resultados positivos através da

comunicação.Dá trabalho ser eloqüente. Exige disciplina, mudança de atitudes e

persistências nessas novas atitudes. Mas, se o orador seguir e cumprir, com os 

procedimentos abaixo comentados, e persistir nessas novas atitudes, fácil será

ser eloqüente, pois a eloqüência passará a ser um novo e produtivo hábito.

Como ser eloqüente?

Como pré-requisito é preciso que o comunicador  tenha desenvolvido habilidades na arte

do uso de técnicas retóricas. Lembramos ao leitor que, em síntese, as técnicas retóricas tem

por finalidadetransformar a fala em comunicação, colocando ordem em nossa exposição.

A ordem do esquema retórico, assunto mencionado no parágrafo anterior, é composta de

três fases:

I - INTRODUÇÃO: fase em que o orador procura captar a atenção do público através de

recursos adequados como, por exemplo, contar uma história relacionada com o tema;

II - ASSUNTO CENTRAL: fase em que o orador entra no tema propriamente dito, inserindo

argumentações apropriadas;

III - CONCLUSÃO: fase em que orador faz uma síntese do que foi dito,  e termina com uma

frase forte e objetivo.

 

Como requisito para ser eloqüente, deve o orador utilizar-se dos seis procedimentos ou

fatores a seguir.

I- Conhecimento

O primeiro fator da eloqüência é o  conhecimento do tema. O orador precisa

conhecer o tema mais do que o público o conhece. Falar com conhecimento de causa é não

ser preciso “procurar” palavras: estas espontaneamente irão surgir.

 

II- SOS

O segundo fator é o que denomino de SOS: Sentir – Olhar – Sorrir. É preciso falar

com sentimento(nada de passar um relato frio, sem vida), é preciso olhar nos olhos dos

ouvintes e é preciso falar esboçando um leve sorriso. Sobre o olhar nos olhos, o orador que

se comunica visualmente com o ouvinte (olhando nos olhos) tem quatro principais vantagens

de imediato: valoriza o público, tem condições de se sentir a receptividade de sua fala, sua

naturalidade fica evidente e as palavras vestem suas idéias com grande facilidade. A pessoa

que, na comunicação, utiliza desses três procedimentos (que formam a sigla SOS) passa ao

interlocutor simpatia e confiança, que são duas qualidades imprescindíveis à boa

comunicação.

Vale a pena insistir na importância força do sentimento, na força da emoção. Posso  dizer,

sem medo de errar, que falar com emoção é a regra básica da boa comunicação. Sentir o

que está dizendo faz sua mensagem ser transmitida por todos os poros do seu corpo.

Colocando sentimento sua fala será muito mais expressiva, uma vez que naturalmente a

emoção faz aflorar  a necessária gesticulação, além de melhorar o ritmo da voz.

Ingredientes estes que dão colorido à fala. Os gestos expressivos, conseqüência  do

sentimento colocado pelo orador, impõem sua presença, estimulam o surgimento de frases

fortes, cativam o público. Nesse caso, acompanha a boa gesticulação também a  boa

expressividade fisionômica, que  é uma das melhores maneiras de passar para o público sua

sinceridade, convicção e emoção. O ritmo da voz, também conseqüência do sentimento

colocado pelo orador, entretêm e comove o ouvinte. (Obs.: ritmo da voz é o conjunto das

alternâncias da  intensidade e da velocidade e a correta utilização das pausas).

 

III-Construção e seqüencia de frases

O terceiro fator é a construção e seqüência de frases. O bom comunicador  precisa criar

algumas frases que bem reafirmem as partes de sua oratória, que valorizem suas

argumentações e que sejam estimuladoras. A boa construção das  frases e a adequada

seqüência das mesmas, propiciam o necessário diferencial qualitativo.

 

IV-Objetividade

O quarto  fator é a objetividade. O bom comunicador  pode até ter curtas falas  paralelas ao

tema, para deixar a comunicação  mais leve e natural. Mas o que o público  mais quer, é o

uso da objetividade. O ouvinte  ali está para ser bem informado. E a boa informação só

ocorre se a objetividade se fizer presente.

 

V-Concisão

O quinto fator é a concisão. Ser conciso é falar o necessário e o suficiente. O contrário de

ser conciso é ser prolixo, isto é, aquela pessoa que fala demais, que não sabe a hora de

parar. O ouvinte  quer concisão, pois ela – a concisão – ajuda sobremaneira na retenção do

que está sendo passado.

O orador conciso, isto é, aquele que fala apenas o necessário e o suficiente, não cansa o

público, portanto, o orador conciso colhe com maior facilidade os frutos da boa retórica.

VI-EmpatiaO sexto   e último fator é a empatia. Esta é a qualidade das qualidades. Se a seqüência

desses fatores determinasse a importância de cada um deles, a empatia figuraria em

primeiro lugar. Empatia é a capacidade que todo comunicador tem (ou deve desenvolver) de

colocar-se no lugar do ouvinte. Você não fala para paredes ou cadeiras. Você fala para seres

pensantes, divagadores por natureza. Se o ouvinte não se interessar pelo assunto aí sim

você passará a falar para paredes ou cadeiras. Essa qualidade deve estar presente no bom

comunicador. Isto é, é preciso ser empático, o que significa ter a preocupação de, ao

transmitir sua mensagem, colocar-se no lugar do outro, saber como e o quê o outro gostaria

de ouvir.

 

ADENDO: Faça seu próprio teste: Sou um orador eloqüente?

1)          Procuro começar a apresentação com frase ou história ou pergunta que capte a

atenção do ouvinte já no início de minha fala, despertando-lhe o interesse em me ouvir?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

2)          Procuro terminar a apresentação com frase ou história ou pergunta que estimule o

ouvinte a ir – entusiasticamente - ao encontro do propósito da minha fala?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

3)          Preparo-me adequadamente, para  bem dominar e conhecer o tema?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

4)          Coloco sentimento na fala, para que a expressividade (voz, gestos, postura) possa

aparecer?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

5)          Procuro comunicar-me visualmente de forma simpática com o ouvinte ou com o

público?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

6)          Mesmo em assuntos sérios, mantenho a expressão facial sorridente?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

7)          Saio do lugar comum, construindo boas frases e colocando-as na seqüência ideal?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

8)          Falo de maneiro objetiva, fazendo com que, ao final da apresentação, o público não

tenha dúvida sobre qual foi o tema básico desenvolvido?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

9)          Sou conciso, isto é, evito a prolixidade (o falar além do necessário)?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

10)       Utilizo-me da empatia, isto é, coloco-me no lugar do público?

[   ] SIM            [   ] NÃO

 

Se todas as respostas forem “SIM”, parabéns! Você é um orador eloqüente.

 

 

Currículo do autor: Alkindar de Oliveira, Palestrante, Escritor e Consultor de Empresas

radicado em São Paulo-SP, profere palestras e ministra treinamentos comportamentais em

todo o Brasil. Juntamente com sua equipe de consultores, tem seu foco de atuação em

diversas áreas de treinamento, como  VISÃO SISTÊMICA, CULTURA DO DIÁLOGO,

ORATÓRIA, LIDERANÇA, COACHING, RELACIONAMENTO, MOTIVAÇÃO, COMUNICAÇÃO

ESCRITA, COMUNICAÇÃO VERBAL, CRIATIVIDADE, HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE

EMPRESARIAL, VENDAS, FINANÇAS, EFICAZ COMUNICAÇÃO INTERNA, NEGOCIAÇÃO,

PRODUÇÃO/CHÃO DE FÁBRICA, ETC.

Suas teses e artigos estão expostos em renomados veículos de comunicação, como: as

revistas Você S/A e Bons Fluidos, da Editora Abril; revista Pequenas Empresas Grandes

Negócios, Editora Globo; revista “Venda Mais”, Editora Quantum; e os jornais Valor

Econômico, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, etc.