Post on 29-Nov-2015
1 De onde vêm as boas ideias de negócio
2 Prepare-se para uma surpresa: as melhores sacadas não vieram de mentes brilhantes, mas sim de gente que quebrou a cabeça do jeito certo. Entenda como – e por quê Por Sergio Tauhata e Rodolfo Araujo*
Uma imagem comum associada a genialidade e imaginação é, sem dúvida, a do físico inglês
Isaac Newton com uma maçã nas mãos. Sentado à sombra de uma macieira, o sonolento
cientista teria forjado, ali mesmo, sem mover um músculo sequer, o princípio da lei universal da
gravidade. A fantasia de que o acaso escolhe as mentes que lhe parecem mais atraentes e as
presenteia com sacadas geniais habita o imaginário de todos nós. Cada vez mais, contudo,
pesquisadores do mundo inteiro têm mostrado que raríssimas vezes as ideias chegam de
surpresa, como meros frutos do destino. Em todas as áreas, da ciência e tecnologia às artes e
também no mundo dos negócios, as descobertas apontam para a máxima de Thomas Edison:
“Genialidade é 99% de transpiração e 1% de inspiração”.
Na investigação sobre o nascimento de empresas bem-sucedidas apresentadas nesta
reportagem, da Coca-Cola ao Twitter, não deparamos com nenhum caso de um sujeito
premiado com uma ideia brilhante no meio de um sonho. Vistas com lupa, as fontes de
inspiração têm muito menos charme. Advêm, sobretudo, de necessidades triviais, da vontade
de resolver um problema e também da observação — ainda que, neste último caso, uma
viagem funcione como ótimo veículo de associações inéditas. De acordo com a pesquisadora
da Harvard Business School Teresa Amabile — uma das mais renomadas estudiosas das
conexões entre gestão e criatividade —, o empreendedor que pretende ser criativo deve ter,
antes de mais nada, uma causa. “É preciso haver algo que o impulsione. Ao mesmo tempo, ele
deve reunir conhecimentos sólidos e exercitar a capacidade de fazer conexões incomuns que
gerem ruptura”, diz ela. Uma grande ideia não necessita, no entanto, ser totalmente
revolucionária. Pode representar, como defende Thomas Ward, professor do Center for
Creative Media da Universidade do Alabama, um balanço entre novidade e familiaridade.
“Empreendimentos criativos devem ser originais o suficiente para capturar a atenção dos
consumidores, mas familiares o bastante para não serem rejeitados pelo público”, afirma.
O sistema de fast-food, que rapidamente caiu nas graças de consumidores de todo o mundo,
por exemplo, nasceu de um questionamento simples. Os irmãos Richard e Maurice McDonald,
donos de um pequeno restaurante em San Bernardino, Califórnia, decidiram pensar em um
modo prático de rentabilizar o negócio. A casa chegou a ser fechada para que eles
repensassem o modo de produção. Eles notaram que o grosso dos pedidos (e do lucro) vinha
dos sanduíches. Pronto: estava criada a primeira linha de montagem de hambúrgueres, e o
McDonald’s. Um dos negócios mais badalados da internet, o Twitter, nunca teria nascido se um
dos seus fundadores, o programador de softwares Jack Dorsey, não tivesse antes tentado
resolver o problema de comunicação em uma empresa que monitorava frotas de táxi em Nova
York.
Parafraseando Louis Pasteur, a sorte parece ter mais simpatia por mentes preparadas. Uma
mistura explosiva — e criativa — traria ingredientes como experiência e problema. O
engenheiro civil brasileiro Alexandre Derani não teria tirado o mesmo proveito de sua viagem à
Flórida, e criado o primeiro GPS para veículos, caso não tivesse informação prévia sobre
geoprocessamento. O fundador da Starbucks, Howard Schultz, atuava no ramo quando viajou
para a Itália e se encantou pelo espresso.
Para o físico e consultor Clemente Nobrega, coautor do livro Innovatrix – Inovação para Não
Gênios, a inovação empresarial pode ser aprendida por qualquer pessoa. É preciso, para
tanto, método e disciplina. “As grandes ideias não vêm de um processo místico. Qualquer um
pode aprender a ser criativo e gerar inovação”, afirma ele, para quem inovar requer uma luta
constante com nós mesmos. “Queremos ser criativos, porém nossas mentes não são
naturalmente criativas, uma vez que optamos sempre por soluções mais seguras e, portanto,
menos arriscadas.” Reunimos, a seguir, um punhado de fatores que certamente têm influência
no cultivo de novas ideias. É importante ter em vista, porém, que dar forma a um negócio exige
uma boa dose de pertinácia (para não desistir no meio do caminho), estratégia (para
implementá-lo corretamente), a costura de uma rede de relações (sempre imprescindível) e
rapidez suficiente para o registro de patentes — a controvérsia sobre quem inventou o quê no
mundo dos negócios, afinal, é interminável.
QUANDO AS IDEIAS MORREM MESMO ANTES DE NASCER Três venenos que minam a criatividade e o que todos precisam saber para ficar imunes
* PRESSÃO > Sócia da CO.R, consultoria especializada em processos de inovação, a publicitária Rita Almeida considera que a pressão por resultados a que todos estão submetidos nos dias atuais inibe as ideias revolucionárias. “Para desenvolver o seu potencial criativo é preciso, antes de mais nada, querer muito” * MEDO > A ideia central do recente livro Innovatrix – Inovação para Não Gênios, de autoria dos físicos Clemente Nobrega e Adriano Lima — é de que, para inovar, é preciso eliminar uma contradição básica: “Queremos ser criativos, mas nossas mentes não são naturalmente criativas, uma vez que optamos por soluções sempre mais seguras e, portanto, menos arriscadas”, afirmam eles * EXCESSO DE INFORMAÇÃO > Para acionar a criatividade, via de regra, é preciso sair da superfície, ir fundo nos processos mentais, estudar, investigar. O problema é que, na era da internet, somos inundados diariamente por uma torrente de informações curtas, instantâneas e, não raro, bastante rasas. No livro recém-lançado “The Shallows”, What the Internet Is Doing to Our Brains (em tradução livre: Os Superficiais, o que a internet está fazendo com os nossos cérebros), o pesquisador Nicholas Carr alerta sobre as consequências de ficarmos conectados 24 horas, sete dias por semana. Segundo ele, para funcionar de modo inventivo, a mente precisa de momentos de pausa e contemplação. Concentrar-se em um objetivo é, portanto, fundamental
3 De onde vêm as boas ideias de negócio
4 Prepare-se para uma surpresa: as melhores sacadas não vieram de mentes brilhantes, mas sim de gente que quebrou a cabeça do jeito certo. Entenda como – e por quê Por Sergio Tauhata e Rodolfo Araujo*
1. BUSQUE O PROBLEMA O empreendedor que inova adota uma postura curiosa e desbravadora. Para o diretor do
GAD’Innovation, Charles Bezerra, a definição de curiosidade passa por não aceitar que tudo
está resolvido. “Quem é um inovador sabe que há sempre uma porta nova a abrir. Tudo pode
ser melhorado”, diz. Como a criação de um negócio obedece a um processo, a atitude curiosa,
acompanhada de forte orientação prática, é fundamental. “O quadro de referências de um
inovador é desconhecido. Para viabilizar a sua ideia, ele precisa fazer um piloto, testar numa
escala menor e obter informações claras, a fim de fazer um planejamento estruturado”, afirma o
professor de empreendedorismo da Universidade de São Paulo, José Dornelas. Em todas as
fases, atestam os pesquisadores, é essencial fazer exercícios que desemboquem na
formulação de um problema.
2. MUNICIE-SE DE INFORMAÇÕES Para exercitar a curiosidade, o empreendedor deve desenvolver algumas capacidades. A
primeira é a de filtrar o que tem relevância para sua ideia de negócio. O grande volume de
informações com as quais se tem contato diário deve sofrer edições contínuas. Só a partir
desses cortes é possível analisar o que é realmente importante e fazer associações com
demandas reprimidas e inquietações. A diretora da consultoria Inova 360º e professora de
gestão da inovação na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Martha Terenzzo,
diz que é fundamental diversificar o repertório. “Leia sobre temas aparentemente desconexos,
compareça a eventos, frequente lugares novos, enfim, crie uma rotina que o obrigue a sair da
mesmice.”
3. COMBINE CONCEITOS Uma das principais características de empreendedores que têm boas ideias é a capacidade de
estabelecer conexões aparentemente improváveis. O pesquisador Frans Johansson, no livro O
Efeito Medici, demonstra que, diante de uma intersecção de campos, pessoas ou culturas,
podemos combinar os conceitos existentes na direção de um sem-número de novas ideias.
Johansson baseia-se na explosão criativa ocorrida em Florença no século 15. Naquele tempo,
a família Medici, que reunia banqueiros de Florença, atraiu por meio do mecenato escultores,
cientistas e artistas. Juntos, eles criaram um novo mundo baseado em concepções derivadas
da associação de informações sem ligações aparentes até aquele momento. Como resultado, a
cidade italiana tornou-se o epicentro do que culminou no Renascimento, um dos mais
importantes movimentos culturais da História. Nas palavras do professor Thomas Ward, essas
misturas fazem emergir “novas propriedades sobre determinado produto ou serviço,
impossíveis de ser vistas quando analisadas separadamente”.
A RECEITA DA INOVAÇÃO TEM MAIS DE UM INGREDIENTE
O pesquisador americano R.J. Sternberg, em seu texto “A natureza da criatividade”, trata as boas ideias de negócio como produto de uma combinação que reúne habilidades intelectuais, conhecimento, estilo de pensamento, personalidade do empreendedor e ambiente no qual a ideia é concebida. Na opinião dele, existem três habilidades fundamentais para que ocorram os chamados saltos criativos: poder de síntese, capacidade analítica e raciocínio prático-conceitual — este último, bastante útil para persuadir terceiros sobre o valor da ideia que se deseja vender
4. CORRA RISCOS Todo empreendimento envolve um risco. No caso de grandes ideias, o perigo de não dar certo
é ainda maior. Neste caso, cabe ao empreendedor defender sua proposta. Na opinião de
Howard Gardner, professor de cognição e educação da Universidade de Harvard: “A mente
criativa gosta de tomar riscos, de visualizar chances, de pensar fora da caixa. Além disso, esse
tipo de mente trata o fracasso como um aprendizado, e não como um motivo de culpa pessoal
ou de terceiros”. Um alerta: o nível de incerteza ao redor de um negócio inovador faz com que,
muitas vezes, o produto final tenha pouca semelhança com a ideia inicial. Charles Bezerra
alerta que as pessoas costumam se iludir achando que, no começo, sabem onde a jornada vai
dar. “Trata-se do oposto: uma ideia grandiosa explora o desconhecido.”
5. CONECTE-SE COM O MUNDO Um empreendimento inovador tem profunda relação com as tendências que moldam a sua
época. Pessoas curiosas buscam entender o espírito do tempo, criam mais chances de captar
oportunidades e ter insights. Para o pesquisador inglês Richard Ogle, autor do livro Smart
World, as ideias criativas decorrem de associações e da captura do conhecimento que circulam
pelo mundo. A diversidade de origens e tradições, explica, é o que viabiliza conexões criativas.
“As ideias não pertencem a um grupo seleto de mentes.” A sincronia entre uma ideia e sua
época é tão importante que, em muitos casos, um invento brilhante não resulta em lucro
justamente por não ter sido lançado no momento certo.
6. BUSQUE COLABORAÇÃO Quanto mais colaboradores estiverem envolvidos no desenvolvimento de uma ideia, maiores
serão as chances de sucesso no mercado. Para Renato Fonseca, consultor do Sebrae de São
Paulo e pesquisador da participação das redes sociais no surgimento de uma ideia, o trabalho
criativo parte de um problema e, quanto mais colaboração para chegar a uma resposta, melhor.
“Hoje, com os meios de comunicação de largo alcance, isso se tornou mais fácil.” Estudioso de
redes criativas, Richard Ogle acredita que o desafio do empreendedor inovador é saber
navegar por uma teia complexa de contatos: “Grandes empreendedores sempre possuem uma
boa rede de relacionamentos”, diz. Neste tópico, deve-se considerar uma forte, recente e
crescente tendência: a participação do cliente nos processos criativos. “Redes de cocriação
que envolvem consumidores têm alto potencial de sucesso”, diz Martha Terenzzo.
7. TENHA UMA CAUSA O livro Purpose, do consultor em liderança estratégica Nikos Mourkogiannis, divide empresas
reconhecidas como inovadoras em quatro grupos, de acordo com seus propósitos:
apaixonadas pelo novo, como a 3M; intelectualmente curiosas, em que figura a IBM; altruístas,
como a The Body Shop — empresa de cosméticos que não testa produtos em animais; e as
heroicas, como a Ford. Todas, segundo o autor, têm em comum uma causa que motivou seu
surgimento e confere força à cultura que criaram em seus mercados. Para o professor José
Dornelas, o empreendedor criativo é um eterno insatisfeito. “São inconformados, que desejam
transformar o mundo e, por isso, fazem coisas grandiosas.”
8. DA TEORIA À PRÁTICA Com uma ideia bem desenhada, chega o momento de testá-la na prática. Para Martha
Terenzzo, atualmente é comum que projetos sejam testados antes mesmo de estar totalmente
concluídos. “Os ciclos de inovação são mais curtos. É preciso colocar algo no mercado que
não está 100% testado por conta da vantagem competitiva de tempo.” No caso das ideias que
provocam grandes rupturas, a falta de uma referência concreta para um plano de negócios
pode ser substituída pelas impressões captadas em um teste inicial. O professor José Dornelas
recomenda que se execute uma “fase piloto”, com menos recursos investidos, como estratégia
de mapeamento do mercado e de aceitação. No artigo “Empreendedores e Novas Ideias”,
publicado no Rand Journal of Economics, da Rand Corporation, os pesquisadores Bruno Biais,
da Universidade de Toulouse, e Enrico Perrotti, da Universidade de Amsterdã, afirmam que,
para o teste de um negócio inédito dar certo, é preciso analisar “o tamanho do mercado, a
viabilidade técnica, a demanda de clientes, o ambiente regulatório e os direitos de propriedade”.
Segundo os autores, falhar em qualquer um desses pilares pode comprometer o projeto por
inteiro.
9. PRATIQUE O AUTOCONHECIMENTO Para que os passos anteriores funcionem, é preciso saber lidar com eventuais frustrações no
caminho. No livro O Empresário Criativo, os autores Roger Evans e Peter Russell sugerem que
o insucesso é um momento que demanda confiança em si mesmo. “Tornar-se um
administrador criativo não é apenas uma questão de praticar novas técnicas e metodologias,
mas de tornar-se mais consciente dos próprios processos interiores”, dizem. Além de ser
persistente, o empreendedor que almeja a criatividade deve manter o humor em alta. Para
Dana Tomasino, pesquisadora do Instituto HeartMath, da Califórnia, o comportamento positivo
promove maior fluidez das ideias, enquanto os pensamentos negativos restringem a
capacidade de estabelecer conexões inéditas. “É preciso, sempre, conspirar a favor do click!”
5 De onde vêm as boas ideias de negócio
6 Prepare-se para uma surpresa: as melhores sacadas não vieram de mentes brilhantes, mas sim de gente que quebrou a cabeça do jeito certo. Entenda como – e por quê Por Sergio Tauhata e Rodolfo Araujo*
As principais fontes de criatividade
ASSOCIAÇÃO >>> Quanto maior a exposição a diferentes fontes de conhecimento, maior a
probabilidade de fazer intersecções criativas
PROBLEMA >>> Quebrar a cabeça tentando resolver uma questão exercita o raciocínio e a
intuição
EXPERIÊNCIA >>> Quanto maior o repertório de alguém em um tema, maiores as chances de
aperfeiçoar processos e inovar
VIAGEM >>> Entrar em contato com outras culturas, outros modos de pensar e enxergar o
mundo é um dos mais poderosos elixires da inventividade
NECESSIDADE >>> A insatisfação é uma das melhores amigas das novas ideias
DEMANDA >>> Tem sucesso quem consegue atender, com agilidade, aos anseios dos
consumidores
GOÓC
DEMANDA >>> O vietnamita Thai Quang Nghia, 51 anos, chegou ao Brasil, em 1979, como
refugiado. Mas nunca se esqueceu das sandálias feitas de pneu que calçava quando serviu ao
exército do seu país natal como voluntário, aos 17 anos. Em 2002, voltou ao Vietnã como
turista e trouxe os tradicionais calçados militares para dar de presente aos parentes. "Todo
mundo gostou", diz ele. Essa aceitação o inspirou a planejar a produção do modelo no Brasil.
No ano passado, a Goóc faturou R$ 25 milhões e, neste, a previsão é chegar aos R$ 30
milhões.
RELÓGIO DE PULSO
DEMANDA >>> No início do século 20, o brasileiro Santos Dumont assombrou Paris. Com a
fama das proezas aéreas, seu apartamento na Champs Elysées passou a ser frequentado por
nobres e empresários, como o joalheiro Louis Cartier. Em 1903, o aviador desafiou o amigo a
criar uma solução para um problema específico. O piloto precisava controlar o tempo de seus
voos, mas consultar o mostrador de bolso era muito perigoso. Cartier entregou a solução no
ano seguinte: o relógio de pulso. O primeiro modelo recebeu o nome de Santos. Apenas em
1911 a joalheria passou a vender a inovação, que caiu no gosto da elite da época. Cem anos
mais tarde, as peças da marca chegam a custar R$ 100 mil. A empresa pertence hoje ao grupo
Richemont, que faturou US$ 6,7 bilhões no ano passado.
FAST-FOOD
NECESSIDADE >>> O restaurante dos
irmãos Richard e Maurice McDonald em
San Bernardino, na Califórnia, foi um
sucesso quando inaugurado, em 1940.
Após oito anos, no entanto, nada era mais
novidade. Os empreendedores fecharam a
casa para repensar os conceitos. Os
números mostravam que o dinheiro vinha
mesmo dos hambúrgueres. Então
pensaram em uma forma de rentabilizar o
negócio: em lugar de um cardápio com 25
opções, teriam só hambúrguer, milk-shake
e batatas fritas. Como a ideia era vender o
maior número possível de unidades, a
fabricação tinha de ser rápida, e o
atendimento, prático. Os McDonalds
inventaram então uma linha de montagem
para os sanduíches. Os 20 carhops,
atendentes com patins que levavam os
pedidos aos motoristas, foram cortados. No
novo McDonald, os clientes faziam os
pedidos direto no balcão. Para tornar mais
ágil a cozinha e eliminar a etapa de
lavagem, havia apenas talheres, copos e
pratos descartáveis. A reforma durou
meses. Quando o endereço reabriu,
começou a era do fast-food.
GPS AUTOMOTIVO
VIAGEM | Alexandre Derani tinha experiência com geoprocessamento e foi buscar o que havia de vanguarda na sua área fora do Brasil
VIAGEM >>> Em 1995, Alexandre Derani,
hoje com 42 anos, decidiu apostar no
geoprocessamento, uma tecnologia
baseada nas localizações fornecidas por
satélites. Nascia a Digibase, uma
desenvolvedora de mapas digitais. Dois
anos mais tarde, em uma viagem à Flórida,
nos Estados Unidos, Derani conheceu uma
nova aplicação do sistema: o navegador
automotivo. "Era um aparelho grande,
pesado e com funcionamento irregular.
Mas soube na hora que seria o futuro",
afirma. Voltou ao Brasil decidido a
reinvestir todo o lucro da empresa nessa
vertente. A recompensa veio apenas em
2002. Para estrear o sistema de GPS
automotivo no Brasil, criou, em conjunto
com o portal MapLink, uma nova empresa,
a Movix, que hoje domina o mercado.
MARIA BRIGADEIRO
DEMANDA | Juliana Motter ficou surpresa com a procura pelos brigadeiros gourmet que havia inventado
DEMANDA >>> Acostumada a fazer
brigadeiros desde os 8 anos, a paulistana
Juliana Motter ganhou o apelido de Maria
Brigadeiro de tanto levar as pequenas
bolinhas de chocolate para as festas da
família. Já adulta, cursou jornalismo e,
alguns anos mais tarde, gastronomia.
Durante uma aula de confeitaria, teve a
ideia que mudaria os rumos de sua
carreira: criar uma versão chique da iguaria
popular. "Pensei: por que o brigadeiro tem
de ser só um doce de festas infantis?" Em
pouco tempo, a jovem criou receitas com
blends de manteigas francesas, chocolates
importados com 65% a 85% de cacau,
avelãs e pistache. Em 2008, Juliana ainda
trabalhava como jornalista, quando recebeu
um pedido para montar uma mesa de
brigadeiros em um evento cultural. "Fiz mil
unidades de cinco tipos em uma noite",
lembra. Após o coquetel, não parou mais
de receber encomendas. Resolveu montar
seu ateliê culinário, batizado de Maria
Brigadeiro. Em dois anos, a doceira já criou
mais de 40 variações. Hoje, aos 33 anos,
Juliana fatura cerca de R$ 3 milhões por
ano.
FILMES PELA INTERNET
PROBLEMA >>> Ao alugar uma fita de vídeo VHS do filme Apolo 13, em agosto de 1997, Reed
Hastings queria apenas curtir um fim de semana despreocupado. Só que o engenheiro de Los
Gatos, na Califórnia, esqueceu-se de devolver a cópia. Passaram-se seis semanas e a dívida
acumulada era de US$ 40. Quando descobriu o atraso, não teve coragem de contar o que tinha
acontecido à esposa. Durante uma caminhada, Hastings percebeu que muita gente passava
pelo mesmo problema. Então, inventou um jeito de as pessoas não terem prazo de devolução
nem multa. Na locadora virtual NetFlix, criada em 1998, os usuários pagam uma assinatura
mensal, recebem os títulos em casa e podem ficar o tempo que quiserem com as cópias, mas
só podem pegar outros DVDs depois de devolver aqueles em seu poder. Em 2009, a NetFlix
faturou US$ 1,7 bilhão.
STARBUCKS
VIAGEM >>> Em 1982, Howard Schultz era
apenas um empregado na área de
marketing da torrefadora de cafés
Starbucks, quando, em uma viagem à Itália,
conheceu a cultura do espresso. De volta a
Seattle (nos EUA), Schultz propôs aos
patrões implantar um modelo similar, mas
sentiu que sua ideia não foi acolhida com
entusiasmo. Resolveu, então, abrir sua
própria cafeteria, a Il Giornale, com a
receita que o havia deslumbrado lá fora:
atendimento personalizado e ambiente
acolhedor, onde as pessoas pudessem
relaxar e saborear bebidas baseadas no
espresso. Em 1987, seus antigos chefes
ofereceram as lojas da rede. Schultz
fechou o negócio por US$ 3,8 milhões e
juntou todas as unidades sob o nome de
Starbucks. Hoje, as 15 mil cafeterias da
marca faturam, em conjunto, US$ 9 bilhões
por ano.
ACADEMIA DE GINÁSTICA NECESSIDADE >>> Aficionado por esportes, Mário Sérgio Luz Moreira, aos 17 anos, tinha
dificuldade de cumprir uma rotina que incluía praticar até quatro atividades em um mesmo dia.
"Eu saía do clube e tinha de correr para a aula de natação, depois o jiu-jítsu, o tênis e assim
por diante", diz. Cada modalidade era feita em um endereço diferente. A rotina de ir e vir
acabou por instigar o seu lado empreendedor: imaginou um lugar que reunisse de tudo um
pouco. Em 1983, aos 20 anos, com US$ 100 mil emprestados de seu pai, entrou como sócio
em uma academia de tênis nos Jardins, em São Paulo. Aproveitou os 3 mil m² do local para
acrescentar sala de ginástica, espaço para aulas, piscina e uma loja de produtos esportivos.
Nascia a Runner, que hoje conta com 20 unidades, 30 mil alunos e um faturamento de R$ 60
milhões por ano.
SPAGHETTI DE PISCINA ASSOCIAÇÃO >>> Para pagar o curso de mestrado na França, em 1993, o paulista Adriano
Sabino, 45 anos, foi trabalhar com manutenção de barcos. Uma de suas tarefas era fazer a
pintura externa do barco do estilista Hubert Givenchy. Para facilitar, improvisou uma placa de
espuma de polietileno como jangada. Leve e resistente, o material mantinha-o na superfície.
Foi quando teve a ideia de criar um produto de entretenimento aquático que, mais tarde, viraria
febre no Brasil e até no exterior: o spaghetti de piscina. Patenteou o produto, que deu origem a
um negócio milionário.
SUPERBAC
EXPERIÊNCIA >>> O estudante de administração Luiz Chacon trabalhava na empresa do pai,
um laboratório destinado à produção de biossoluções para o desentupimento de petróleo.
Como não era biólogo, quis saber por que o produto tinha apenas um tipo de aplicação.
"Descobri que poderia usar o blend também na indústria de chocolate para desobstruir canos
fechados devido à gordura do cacau", afirma. Foi assim que, em 1995, aos 20 anos, criou a
Superbac, que faz limpeza à base de micro-organismos. Hoje, o paulistano de 35 anos
comanda um grupo com faturamento anual de R$ 35 milhões.
CROCS
DEMANDA >>> Em 2001, em um fim de semana no mar, os amigos velejadores americanos
Lyndon Hanson, Scott Seamans e George Boedecker imaginaram como seria mais fácil
navegar com um sapato próprio para barcos. Após pesquisar, Seamans descobriu um
composto, o Crosslite, perfeito para o produto que tinham em mente, um modelo confortável,
leve, antiderrapante e que não marcasse o convés. No ano seguinte, apresentaram sua criação
na feira náutica de Fort Lauderdale. Foi um sucesso. Adotado por celebridades, o Crocs
tornou-se item da moda instantaneamente. Em 2009, a Crocs faturou US$ 645 milhões.
WRAPS
VIAGEM >>> Marcelo Ferraz, 42 anos,
trabalhava como vice-presidente de um
grupo de comunicação quando passou a
alimentar a ideia de empreender. Os
sanduíches enrolados em pão folha, os
wraps, que havia conhecido nos Estados
Unidos, pareciam ser uma alternativa
interessante de comida saudável. "Os
americanos fazem esses sanduíches com
ingredientes de lanches naturais. Pensei
primeiro em reproduzir essa fórmula. Fiz
algumas degustações em casa e foi um
fracasso." Mesmo com a pouca aceitação,
Ferraz acreditou no formato. Chamou então
uma amiga, chef de cozinha, para criar
receitas com ingredientes mais saborosos.
O grupo faturou R$ 20 milhões em 2009 e
deve chegar a R$ 24 milhões neste ano.
LACRE DE PLÁSTICO
ASSOCIAÇÃO | Os perigosos lacres de chumbo em um ferro-velho chamaram a atenção do pai de André de Lima Castro, herdeiro da fábrica que produz um dispositivo substituto
ASSOCIAÇÃO >>> Em uma de suas
andanças por ferros-velhos, onde
procurava peças para seus inventos, o
engenheiro mecânico Eduardo de Lima
Castro Netto topou com lacres de chumbo
jogados em um canto. Como trabalhava
com metalurgia, ficou preocupado com a
toxicidade do material. Assim teve a ideia
de eliminar o metal daquele dispositivo de
segurança. Após dois anos de pesquisa,
lançou, em 1967, o primeiro lacre de
plástico do mundo. "Meu pai era tido na
família como um professor Pardal. Na
época ele recusou um ótimo emprego na
Coca-Cola para se aventurar no seu
primeiro negócio", conta André de Lima
Castro, 46 anos, filho do inventor, falecido,
e atual diretor-presidente da ELC, empresa
criada por Netto para fabricar o dispositivo.
Hoje o grupo reúne 350 funcionários e
fatura R$ 40 milhões por ano.
LIVRARIA CULTURA
EXPERIÊNCIA >>> Dona de uma rede com nove unidades, um faturamento anual de R$ 274
milhões e um acervo com mais de 3 milhões de livros, a Livraria Cultura, aos 63 anos, só
adquiriu essa maioridade quando mudou seu conceito. Foi em 1997, ao inaugurar uma unidade
de 600 m2 no Conjunto Nacional, em São Paulo. "Sempre imaginei que nossas lojas pudessem
se tornar um centro de entretenimento", afirma Pedro Herz, diretor-presidente e filho da
fundadora, Eva Herz. A Cultura criou espaço para debates, café e áreas de convivência.
NECESSIDADE >>> A história da sacada de US$ 114 bilhões começa em 1996. Alunos de
pós-graduação da Universidade de Stanford, Larry Page e Sergey Brin constantemente se
frustravam com as buscas na internet. Quanto mais informação havia, mais difícil se tornava
encontrar o que era relevante. Começaram então um projeto de doutorado para elaborar uma
solução. Na procura por referências para a tese, surgiu o insight: no meio acadêmico, os
trabalhos de maior valor mereciam mais citações de outros. Page e Brin perceberam que
poderiam implantar esse critério meritocrático no sistema de buscas. Quanto mais ligações
uma página conseguia, mais importante deveria ser. A Google Inc. foi criada em 1998 e hoje é
a empresa de tecnologia de maior valor de mercado do mundo, à frente da Apple e da
Microsoft.
BUFÊ DE SORVETE
PROBLEMA >>> Para driblar a
sazonalidade, Valmir Agliardi, 59 anos,
dono da Gelfs Sorvetes, decidiu instalar um
bufê de cachorro-quente na porta da
sorveteria da família, em Capão da Canoa
(RS). "O movimento aumentou, mas as
pessoas começaram a reclamar do cheiro
forte de molho e salsicha", lembra Agliardi.
"O jeito foi suspender os sanduíches." Sem
ter como se desfazer das instalações, o
empresário decidiu, então, espalhar os
sorvetes de massa pelas cubas de inox. O
cliente podia escolher só duas bolas de
sorvete. Para facilitar o atendimento, foi
aberta uma nova unidade, onde o cliente
pegava o sorvete, pesava o copinho e
pagava no final. "Foi um sucesso."
EMBALAGEM LONGA VIDA
ASSOCIAÇÃO >>> Aos 25 anos, o economista sueco Ruben Rausing embarcou para os
Estados Unidos para um curso de pós-graduação na Universidade de Colúmbia. Ao visitar lojas
de conveniência e supermercados, Rausing percebeu que o autosserviço se expandia
rapidamente e vislumbrou uma demanda futura por embalagens que, de algum modo,
protegessem itens perecíveis. Foram mais de 20 anos de pesquisa até conseguir lançar sua
embalagem revolucionária, em 1951, na Suécia: uma caixinha na forma de um tetraedro, que
protegia o leite de qualquer tipo de contaminação com um sistema de seis camadas de
materiais combinados. Com 21 mil funcionários, o conglomerado Tetrapak faturou US$ 11
bilhões em 2009 e distribuiu 145 bilhões de embalagens longa vida em 170 países.
LAVANDERIA
EXPERIÊNCIA >>> A lavagem a seco era dominada por pequenas e numerosas lojas na
França de 1968. Empresário do setor, Roger Chavanon percebeu que o modelo era limitado.
Com preços altos, o volume tendia a ser menor e as empresas mantinham-se dependentes dos
mais ricos. Abriu, então, em Marselha, a primeira 5àSec. Como o nome indicava, havia apenas
cinco pacotes fixos, o que possibilitava manter valores abaixo do mercado. A fórmula tornou o
serviço mais acessível. A rede atende hoje 120 mil pessoas por dia, nas 1.750 unidades em 70
países. A 5àSec faturou US$ 323 milhões em 2009.
CASA PRÉ-MOLDADA
VIAGEM >>> Erguer uma residência de dois quartos com 40 m² em duas horas? Essa é a
tecnologia desenvolvida pela Sudeste Construções em 2009. A estrutura, de concreto, sai
pronta da fábrica em Americana, no interior de São Paulo. Depois é só encaixar as peças.
Como não há desperdício de material, o custo da obra chega a cair 20% em comparação ao
método tradicional. A ideia veio de uma viagem do engenheiro civil Fábio Casagrande, 33 anos,
à Alemanha, em 2007. Em uma feira de construção, ele viu um sistema em que a família
montava a própria casa. Pesquisou o método e adaptou-o ao Brasil.
YOUTUBE
NECESSIDADE >>> Um jantar tornou milionários três amigos. Em 2004, Steve Chen promoveu
um evento em seu apartamento e chamou seus colegas na companhia PayPal. Ao final, reuniu-
se com Chad Hurley e Jawed Karim para partilhar as gravações do encontro com outros
convidados. As dificuldades técnicas eram gigantes. Havia uma lacuna de mercado a explorar.
Pensaram na versão broadcast do HotorNot, um site em que os usuários publicam suas fotos e
a comunidade dá notas e comenta as imagens. Em fevereiro de 2005, lançaram o Youtube,
comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhão.
LAVAGEM DE CARRO A SECO
NECESSIDADE >>> O publicitário Lito Rodriguez, 42 anos, iniciou sua trajetória de
empreendedor com um tradicional lava- rápido em 1994. "Então percebi que para expandir o
negócio precisaria estar onde estavam os carros, como os estacionamentos de shopping", diz.
Mas havia limitações. O serviço não poderia gerar esgoto e seria difícil conseguir torneiras. Ao
colocar essas condições no papel, Rodriguez teve uma ideia radical: por que não fazer a
limpeza sem água? "Fui falar com clientes, fornecedores, químicos, alquimistas, inventores,
amigos. Um professor universitário me disse que era mais fácil abrir uma padaria na lua que
um lava-carros a seco", lembra. Em seis meses, Rodriguez desenvolveu uma tecnologia de
lavagem a seco de automóveis, patenteada em seu nome. "Eu fui o investigador. Corri atrás,
mas teve uma série de pessoas envolvidas no processo", conta. Em 1998, a marca DryWash
passou a ser franqueada e, hoje, há mais de 60 operações no Brasil.
ESTANTE VIRTUAL
PROBLEMA | A ideia nasceu da dificuldade de André Garcia encontrar todos os livros de que precisava para uma prova
PROBLEMA >>> O administrador André
Garcia, 32 anos, preparava-se para um
mestrado em psicologia social. Para passar
na prova de admissão, precisou ler uma
bibliografia de mais de cem livros em seis
meses. Como não conseguiu encontrar
todos os títulos em bibliotecas foi a um
sebo, mas, ainda assim, faltaram obras.
Pesquisas na internet também não
solucionaram o problema. Frustrado,
Garcia percebeu que se todas as lojas de
livros usados estivessem conectadas, sua
busca talvez estivesse resolvida em
segundos. "É pouco produtivo cada
empresa ter sua própria página. Pensei que
todo mundo sairia ganhando se houvesse
um portal que reunisse os acervos de
sebos no mesmo endereço." Resolveu
estudar programação por conta própria e,
em 20 de outubro de 2005, colocou no ar o
Estante Virtual, que reuniu inicialmente 12
sebos. No ano passado, o site alcançou
vendas de R$ 28 milhões. Este ano, com
cerca de 1.700 sebos cadastrados, deve
chegar a R$ 36 milhões.
RODÍZIO DE CARNES
PROBLEMA >>> No início dos anos 1960, o gaúcho Albino Ongaratto abriu uma churrascaria,
a 477, à beira da BR-116, nos arredores de Jacupiranga, em São Paulo. O negócio seguia
como o planejado até que na festa de Bom Jesus de Iguape de 1963, ocorrida na cidade
vizinha, filas de romeiros formaram-se à porta do restaurante. Com a demanda bem acima da
capacidade, os espetos começaram a ser trocados. Para acalmar a chiadeira, Ongaratto
decidiu enviar os cortes de carne que saíam da churrasqueira a todas as mesas. Além de
resolver o problema, acabou criando um novo modelo de negócios, o rodízio.
BUSCAPÉ
NECESSIDADE >>> Em 1998, pesquisar preços significava uma maratona de ligações, visitas
em lojas e, para os mais antenados, uma reserva de paciência para abrir várias páginas na
internet, tarefa que poderia significar um par de horas em conexão de linha discada. Três
estudantes de engenharia de computação na Escola Politécnica da USP, Romero Rodrigues,
33 anos, Rodrigo Borges, 35 anos, e Ronaldo Takahashi, 35 anos, com Mario Letelier, 34 anos,
estudante de administração, queriam empreender. A ideia era vender equipamentos e serviços
ainda pouco explorados no mercado on-line. Mas a dificuldade em conseguir informações
inspirou-os a investir em outro projeto: um sistema de comparação de preços. Todo o esforço
no processo de compra virtual poderia ser poupado com a nova ferramenta. Reuniram-se
assim em uma sala pequena, compraram três computadores pessoais e criaram o site Buscapé.
DELIVERY DE PIZZA
ASSOCIAÇÃO >>> Quando Tom
Monaghan entrou na Universidade de
Michigan, em 1959, queria ser arquiteto.
Mas farejou uma oportunidade de
negócios: os dormitórios da instituição
fervilhavam de jovens famintos. Juntou-se
a seu irmão James e comprou, com
US$ 500, uma pequena pizzaria, a
Dominick's, depois rebatizada Domino's
Pizza. A ideia era oferecer comida em
domicílio aos colegas. Para ganhar
velocidade na entrega, Monaghan criou um
sistema de linha de produção no qual a
pizza ficava pronta em minutos. As caixas
foram desenhadas para ser empilhadas. A
rede faturou US$ 1,4 bilhão em 2009.
ALUGUEL DE CARROS
DEMANDA >>> Ao ser lançado em 1908, o Ford T causou uma revolução na indústria
automobilística. Barato, simples de dirigir e fácil de ser consertado, o modelo conquistou a
América. Em 1916, o Ford T respondia por quase metade dos carros nos Estados Unidos.
Apesar de acessível, um automóvel ainda significava status. Em Nebraska, naquele ano, a
visita de um amigo mudaria a vida do comerciante Joe Saunders para sempre. Para
impressionar uma garota, o visitante lhe propôs pagar para usar seu veículo por um dia.
Saunders percebeu que havia uma demanda por aluguel de carros e criou uma rede que
chegou a ter lojas em 21 estados. A empresa, no entanto, fecharia as portas com a Grande
Depressão. O empreendedor voltaria ao negócio em 1947, como um dos fundadores da
National Car Rental.
HOTMAIL
NECESSIDADE >>> Jack Smith e Sabeer Bhatia eram funcionários de uma empresa do Vale
do Silício e não conseguiam trocar e-mails no trabalho sobre projetos pessoais, devido a um
firewall que bloqueava o acesso a suas contas particulares. Então tiveram a ideia de usar o
browser. Por essa ferramenta, seria possível acessar qualquer conta de qualquer lugar.
Criaram em 1996 o primeiro serviço de webmail, o Hotmail, pioneiro também em oferecer e-
mail gratuito. Um ano mais tarde, venderam a marca para a Microsoft por US$ 400 milhões.
DERMAGE
EXPERIÊNCIA | Lisabeth Braun reparou que a maioria das receitas médicas era parecida. Por que não criar os produtos em escala industrial?
EXPERIÊNCIA >>> Farmacêutica
bioquímica de formação, Lisabeth Braun,
52 anos, percebeu que muitas das fórmulas
encaminhadas pelos dermatologistas para
serem aviadas em sua farmácia de
manipulação, no Rio de Janeiro, eram bem
parecidas. Se os médicos usavam sempre
os mesmos ativos, reproduzir as
composições em escala industrial poderia
ser uma boa estratégia. Para ter certeza de
que a ideia era viável, Lisabeth viajou para
a Europa a fim de conhecer melhor o
mercado. De volta, pediu empréstimo
bancário, juntou as economias, procurou
profissionais especializados e montou, em
1993, a primeira fábrica de
dermocosméticos do país. Hoje, são 90
produtos em linha, 100 mil unidades
fabricadas por mês, distribuídos em 35
lojas próprias e 80 pontos de venda. O
faturamento estimado para 2010 é de
R$ 43 milhões - apenas 20% desse valor
origina-se da manipulação. "Sou muito
atenta ao que acontece ao meu redor e
talvez esteja aí o segredo de enxergar
tantas oportunidades e ter tantas ideias",
afirma.
AMAZON
DEMANDA >>> Acostumado a extensas análises de mercado, o consultor financeiro Jeff Bezos
logo percebeu a mina de ouro digital que teria em mãos quando se debruçou sobre estudos de
hábitos de compras dos americanos pelo correio. O grande problema do sistema eram os
catálogos. Tinham limitações de tamanho e isso reduzia o público, porque restringia os
interesses. Mas na internet, enxergou, não haveria limite para as ofertas. Além disso, as
consultas poderiam ser feitas 24 horas, em qualquer dia da semana. A Amazon estreou em
julho de 1995 com uma relação de títulos quatro vezes maior que qualquer listagem física
poderia alcançar. O projeto previa um período de cinco anos sem lucro até a empresa atingir o
equilíbrio operacional. De fato, apenas em 2001 a Amazon passou a operar no azul. Em 2009,
o faturamento foi de US$ 24,5 bilhões.
FITA ELÉTRICA
PROBLEMA | Para instalar uma arandela, John Davies tinha de quebrar a parede. Não queria. Criou então um adesivo com condutor
PROBLEMA >>> Quebrar ou não a parede
foi o dilema que levou o administrador John
Davies, 52 anos, a abrir sua própria
empresa. Em 2002, logo após mudar-se
com a família para uma casa em Valinhos,
no interior de São Paulo, precisou instalar
uma arandela. Como a pintura era nova,
ele relutou em embutir os fios. Mas também
não queria deixar a instalação aparente.
"Concluí que, se eu tivesse um condutor
achatado, poderia pintar por cima e
esconder tudo", diz. Davies achou na
garagem uma folha de cobre usada em
artesanato, cortou algumas tiras e aplicou
um adesivo. Criou assim o protótipo da
eletrofita. Passou a pesquisar materiais e
normas técnicas. Depois de sete anos de
desenvolvimento, lançou no mercado seu
produto. Em 2009, a Eletrofita faturou cerca
de R$ 1,2 milhão.
SPOLETO
VIAGEM >>> Eduardo Ourivio, 43 anos, e
Mário Chady, 44 anos, eram proprietários
da rede de cafés Guilhermina e
procuravam uma fórmula ao mesmo tempo
criativa e simples para abrir um sistema de
franquias. Em 1995, Ourivio, que havia
trabalhado como chef de cozinha antes de
se tornar empresário, viajou a Miami. Lá
conheceu um pasta-bar, gerenciado por um
colega. Resumia-se a um fogareiro, três
tipos de massas e dois tipos de molho. O
cliente escolhia os ingredientes e os pratos
eram feitos na hora. De imediato, Ourivio
ligou para Chady e, na conversa,
começaram a desenvolver o conceito de
cozinha show. Fundaram o Spoleto em
1999. Atualmente, a rede reúne 260 lojas,
obteve um faturamento de R$ 290 milhões
em 2009 e estima um crescimento de 12% neste ano.
PROTEÇÃO DE VASO SANITÁRIO ASSOCIAÇÃO >>> Dono de uma bem-sucedida empresa de suprimentos para máquinas de
fax, Jerry Wagenhein foi visitar uma feira comercial na cidade de Chicago, nos Estados Unidos,
em 1990. Ao ver um revestimento higiênico para vasos sanitários, teve um insight: criar um
sistema automático para troca daquele tipo de proteção. Conversou com seu sócio, Charles
Stone, e juntos lançaram o Sani Seat, um assento com uma capa de plástico estéril que é
substituída por um conjunto motorizado, sem uso das mãos. A solução, presente em 5 mil
banheiros dos EUA, ganhou o mundo.
CASA DO CONSTRUTOR NECESSIDADE >>> Quando estavam à frente de pequenas construtoras em Rio Claro, no
interior de São Paulo, os engenheiros Expedito Arena, 55 anos, e Altino Christofoletti, 50 anos,
encontravam dificuldades para locar equipamentos, entre eles, betoneiras. "Fomos obrigados a
comprar tudo e gastar muito dinheiro", afirma Arena. Com as máquinas paradas, o caminho
para recuperar o investimento foi oferecer a locação. "Para chamar a atenção de empreiteiros e
pedreiros, anunciamos em um programa popular de rádio. O retorno foi surpreendente", diz
Arena. "Investimos US$ 8 mil na compra de mais betoneiras, andaimes e ferramentas elétricas,
muitos deles importados." Em 1996, os sócios começaram a formatar a franquia. A Casa do
Construtor é a única rede do setor, com 70 lojas e um faturamento previsto para 2010 de R$ 45
milhões.
PURIFICADORES EUROPA
EXPERIÊNCIA | Dono de uma empresa de filtros de água, Antônio Carlos Camargo percebeu qual era o momento certo para mudar o modelo de negócios
EXPERIÊNCIA >>> Vender filtros era um
negócio promissor para o engenheiro
Antônio Carlos Camargo nos anos 1980.
Os produtos de sua empresa, velas de
cerâmica e modelos de instalar em torneira,
eram baratos e eficientes se comparados
às talhas de barro. O microempresário
apostava seu sucesso no custo-benefício.
Em 1982, no entanto, tudo mudou. Durante
uma apresentação comercial, ouviu o
cliente dizer: "O preço é baixo para ter
água potável à vontade". Naquele instante,
Camargo, 58 anos, se deu conta de que os
consumidores compravam mesmo era
saúde. E vislumbrou um mercado para uma
água ainda mais pura, mesmo que isso
significasse um equipamento de valor
elevado. Gastou um ano e meio em
pesquisas para criar um aparelho, batizado
de purificador, que não apenas filtrava
partículas, mas removia cloro e metais
pesados, além de descontaminar a água.
Em 1984, juntou-se ao administrador Dácio
Múcio de Souza para fundar a Brasfilter,
dona da marca Europa, que hoje vende 5
milhões de purificadores por ano.
EBAY
ASSOCIAÇÃO >>> Muitas empresas começam com um hobby. O maior shopping eletrônico e
site de leilões do mundo é um desses casos. Duas vezes. Em 1995, o consultor de tecnologia
Pierre Omydiar ouviu sua noiva, Pamela, dizer que sua coleção de porta-balas Pez poderia
melhorar muito se ela conseguisse uma maneira de contatar outros aficionados. O comentário
o inspirou a bolar um sistema no qual as pessoas pudessem vender e comprar itens pessoais
pela internet. Na mente do especialista, o ambiente virtual seria um hobby que ocuparia suas
horas vagas. Naquele ano, lançou o portal Auction Web, por meio do qual os usuários podiam
leiloar seus pertences. A ideia se mostrou lucrativa e logo se tornou uma empresa. Após 15
anos, o lazer de Omydiar se transformou no eBay, uma marca de US$ 8,7 bilhões de
faturamento anual.
SKYPE
PROBLEMA >>> O programa de comunicação por voz e vídeo mais famoso da internet surgiu
como uma maneira de seus criadores evitarem polêmicas. Desenvolvedores da ferramenta de
partilhamento de arquivos Kazaa, o sueco Niklas Zennström e o dinamarquês Janus Friis
enfrentaram acusações de quebra de direitos autorais desde o lançamento do software em
2001 até sua venda para a empresa Sharman Networks dois anos mais tarde. A dupla decidiu
então desenvolver um produto em que as trocas não envolvessem conteúdos protegidos. Em
2003, concluíram que o negócio era dar voz aos usuários. Criaram assim o Skype, uma
plataforma que permite usar a internet para fazer ligações telefônicas sem pagar nada e que
faturou US$ 650 milhões em 2009.
COCA-COLA
ASSOCIAÇÃO >>> Baseado no sucesso de um tônico alcoólico à base de folhas de coca,
conhecido como Vin Mariani, o farmacêutico John Pemberton lançou em 1884, em Atlanta, um
produto similar. Dois anos mais tarde, uma legislação proibiu o consumo de álcool na cidade e
fez o empreendedor começar a pensar em um novo tipo de bebida. Ao ver o movimento de
uma lanchonete onde se vendia soda misturada a vários tipos de xaropes, ele teve a ideia de
criar uma versão gaseificada, mais doce e não alcoólica de seu antigo produto. Passou meses
testando combinações até inventar, finalmente, a lendária fórmula secreta da Coca-Cola. A
marca, estimada em US$ 67,8 bilhões pela BrandZ, é a quinta mais valiosa do mundo.
FLORES PELA INTERNET
ASSOCIAÇÃO >>> Ao acompanhar a mãe
ao cabeleireiro, em 1994, Carlos Eduardo
Coelho Ferreira, 43 anos, viu uma
estrangeira receber no salão um buquê
enviado pelo filho do outro lado do mundo.
Curioso, descobriu uma rede internacional
de floriculturas que se conectava por
telégrafo. Imaginou então que poderia
reproduzir o negócio por meio de uma
central telefônica. Estava prestes a
inaugurar um serviço de televendas quando
um amigo o convidou para conhecer um
dos primeiros provedores do país. Ali
estava o futuro de seu negócio. Investiu
cerca de US$ 10 mil para montar o site. A
rede hoje alcança 70 países e reúne mais
de 6 mil floriculturas.
VENDA DE EXPERIÊNCIAS
VIAGEM >>> Quando morava na Austrália, no início dos anos 2000, Jorge Nahas ganhou um
presente diferente: poderia selecionar uma experiência entre mais de uma dezena de opções.
Sua escolha foi um batismo de mergulho na maior barreira de corais do mundo. "Achei o
máximo", diz Nahas, hoje com 30 anos. A ideia, difundida na Europa e na Austrália, serviu de
inspiração para ele abrir, em 2005, em São Paulo, a empresa O Melhor da Vida, especializada
em experiências como presente. "Fomos pioneiros no país", afirma. No início eram cerca de
300 opções, hoje são 2.650, de jantar romântico a voo de balão, oferecidas em parceria com
895 fornecedores. A empresa, que espera faturar R$ 6,5 milhões em 2010, vende uma média
de 200 mil caixas color box por ano.
VENDING MACHINE
PROBLEMA >>> O reformista, escritor e jornalista inglês Richard Carlile foi preso em 1819 por
denunciar o episódio conhecido hoje como massacre de Peterloo, ocorrido meses antes.
Durante o cárcere, Carlile imaginou uma maneira de continuar a distribuir obras consideradas
subversivas sem que o governo pudesse culpá-lo. Após ser libertado, construiu a primeira
máquina para venda de livros em 1822. Eram apenas seis volumes disponíveis por vez. Para
conseguir um exemplar, bastava o interessado girar uma espécie de dial, escolher o título,
colocar uma moeda e pegar a publicação.
7 De onde vêm as boas ideias de negócio
8 Prepare-se para uma surpresa: as melhores sacadas não vieram de mentes brilhantes, mas sim de gente que quebrou a cabeça do jeito certo. Entenda como – e por quê Por Sergio Tauhata e Rodolfo Araujo*
Em todas as áreas, o cálculo anda de mãos dadas com a intuição
O BERÇO DA INTERNET >>> Em 1991, o consultor da Organização Europeia para a Investigação Nuclear, Timothy John Berners-Lee, decidiu criar uma página digital com hipertexto e hospedar o arquivo em um servidor acessível a todos os membros da sua equipe. Nascia, assim, a world wide web.
Em 1906, o pintor espanhol Pablo Picasso descobriu o Museu Trocadero, atual Museu Nacional do Homem, em Paris. No ano seguinte, incorporou elementos das máscaras africanas e rostos geométricos, de aspecto mágico, no quadro Les Demoiselles D'Avignon, obra que inaugurou o Cubismo.
Era junho de 1990 quando a inglesa J.K. Rowling se viu presa em um trem. Nas longas horas à espera do conserto, a escritora se refugiou na própria imaginação. De repente, o vagão lhe pareceu um lugar mágico. E o mundo de Harry Potter começou a se tornar realidade...
A moda inventada por Coco Chanel libertou mulheres do desconforto que marcou o século 19. Inspirada nas roupas masculinas, ela reinventou as calças compridas e os blazers, e eternizou as peças em estilo marinheiro, tornando-se sinônimo de elegância, bom gosto e criatividade.
A ORIGEM DA LÂMPADA >>> A lâmpada e a distribuição elétrica foram criadas por Thomas Edison em 1879. A motivação foi uma briga com a American Gas-Light, monopólio da iluminação a gás, que era cara e poluía as casas.
CRIATIVIDADE EM FORMA >>> O arquiteto catalão Antonio Gaudí, autor de obras como a catedral Sagrada Família, teve seu estilo modelado ainda na infância. Como sofria de febre reumática, permanecia isolado, contemplando o mundo exterior.
ÓCULOS BIFOCAIS >>> Perto dos 80 anos, Benjamin Franklin cansou-se de alternar entre dois óculos. Mandou cortar as lentes pela metade. Na parte de baixo da armação, encaixou as de leitura. Na de cima, as de ver de longe.
O DESAFIO DAS BATATAS >>> Chef de um resort em Saratoga Springs, nos EUA, em 1853, George Crum ficou irritado com um hóspede, que achara as fritas grossas. Refez o prato com fatias tão finas que o cliente não conseguiu usar o garfo. Nasciam as batatas chips.
Por volta do ano 2.700 a.C. um casulo de bicho-da-seda caiu dentro da xícara de chá da Imperatriz Si Ling Chi. O fio que se soltou era brilhante e macio. Depois de vários experimentos, ela conseguiu transformar o filamento em tecido. A produção da seda continua a mesma até hoje.
As primeiras cabines de telefone público eram facilmente vandalizadas. Incorformada, Chu Ming Silveira, nascida em Xangai, naturalizada brasileira, inspirou-se no ovo para criar o orelhão. Submeteu o projeto à Companhia Telefônica Brasileira, onde era chefe de engenharia.
REFERÊNCIA >>> O diretor, roteirista e produtor americano George Lucas uniu dois temas que o fascinavam: histórias de samurais e a ficção científica, para criar Guerra nas Estrelas.
A PASTEURIZAÇÃO >>> Fabricantes de vinho chamaram Louis Pasteur para saber por que o conteúdo de alguns barris azedava. O microbiologista francês identificou a ação de bactérias e propôs o aquecimento do líquido para matar os micro-organismos.
Walt Disney inspirou-se em um camundongo de estimação que teve quando criança para criar o personagem Mickey Mouse, em 1928. Seu sócio, Ub Iwerks, pegou a ideia e aperfeiçoou os traços. Redesenhou o ratinho com base em vários círculos, o que tornaria fácil reproduzi-lo em desenhos animados.
Especialista em metalurgia, o inglês Harry Brearley foi contratado por fabricantes de armas para desenvolver um material menos suscetível ao desgaste. Em 1913, fez testes com ligas de aço e cromo e descobriu um metal resistente à corrosão. Acabava de inventar o aço inoxidável.
FORA DA COZINHA >>> O chef catalão Ferran Adrià buscou informações com pesquisadores de outras áreas, como químicos e engenheiros, para construir a gastronomia molecular, que rompeu as barreiras da culinária tradicional.
ESTRATÉGIA DE VENDA >>> Em 1936, o americano Sylvian Goldman estava na sua loja de autosserviço pensando em como seus clientes poderiam comprar mais. Ao contemplar uma cadeira, imaginou que, se pusesse uma cesta e rodinhas no móvel, as pessoas poderiam levar mais produtos. Foi assim que resolveu construir o primeiro carrinho de supermercado.
O revisor húngaro Ladislao Biro gostava de ver a rotativa funcionar: um cilindro com tinta, que imprimia o texto girando sobre o papel. Usou o mesmo princípio para criar a caneta esferográfica, em 1932. Colocou a tinta em um tubo plástico e, na ponta, uma esfera de metal, que, ao girar, distribuía a tinta.
OS PAIS DO CINEMA >>> Louis e Auguste Lumière pensaram no mecanismo da máquina de costura, que só parava o tecido para que a agulha desse um ponto. Com imagens, um dispositivo puxaria o filme e o pararia por um instante sobre a lente.
A GÊNESE DO FRISBEE >>> Nos anos 1940, estudantes de Yale usavam as formas de lata das tortas do padeiro William Russel Frisbie em atividades de jogar e pegar. Ao visitar o campus, o empreendedor Walter Morrison viu o frisbie e fez dele um esporte.
Na segunda metade do século 19, na corrida do ouro, Lévi Strauss vendia lona de barraca aos mineradores. Com o mercado saturado, teve a ideia de fazer calças com o material, próprias às duras condições de trabalho. Foi um sucesso. Os jeans depois foram reforçados com rebites, inspirados em correias para cavalos.