Aula 02 teoria hipodérmica

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Teorias da Comunicação

Prof. Ms. Elizeu Silva

Representa a primeira reação

ao fenômeno (Comunicação de

Massa) entre estudiosos

oriundos de diversas áreas.

Historicamente, coincide com o período entre as duas guerras

mundiais.

Ocorre, também, com o início da difusão em larga escala das

comunicações de massa.

TEORIA HIPODÉRMICA

A teoria hipodérmica considera,

essencialmente, o poder da

propaganda veiculada pelos

meios de comunicação de massa.

Analisa seus efeitos sobre a

sociedade exposta à mensagem.

TEORIA HIPODÉRMICA

Matrizes: Para o pensamento político

oitocentista conservador, a sociedade

de massa é sobretudo a consequência

da industrialização progressiva, da

revolução dos transportes e do

comércio, da difusão de valores

abstratos de igualdade e de liberdade.

TEORIA HIPODÉRMICA

Matrizes: Estes processos sociais

provocam a perda da exclusividade

por parte das elites que se veem

expostas às massas.

O enfraquecimento dos laços

tradicionais (de família,

TEORIA HIPODÉRMICA

comunidade, associações de ofícios, religião, etc.) contribui, por seu lado,

para afrouxar o tecido conectivo da sociedade e para preparar as condições

que conduzem ao isolamento e à alienação das massas.

Matrizes: O isolamento do indivíduo

na massa é, pois, o pré-requisito da

primeira teoria sobre os mass media.

O isolamento físico e “normativo” do

indivíduo na massa

TEORIA HIPODÉRMICA

é o fator que explica em grande parte o realce que a teoria hipodérmica

atribui às capacidades manipuladoras dos primeiros meios de

comunicação

Pensamento político-filosófico

predominante na Europa do começo

do século XX concebia a massa

como algo desconectado dos laços

comunitários – às vezes, voltando-se

contra estes mesmos

TEORIA HIPODÉRMICA

laços –, resultante da desintegração das culturas locais e no qual as funções

comunicativas são necessariamente impessoais e anônimas.

Formam-se, desta maneira, audiências passivas e indefesas.

Ortega y Gasset (1930) descreve o homem-

massa, resultante da desintegração da elite,

como sendo a antítese do humanista culto.

Para ele, a massa é a jurisdição dos

incompetentes. A massa é tudo que não se

avalia a si próprio – nem no bem, nem no mal

– mas que se sente como toda a gente e não

se aflige por isso. É o predomínio da

conformidade e da falta de crítica.

TEORIA HIPODÉRMICA

Jose Ortega y Gasset,

filósofo, ensaísta, jornalista

e ativista político espanhol.

(1883–1955)

Ortega y Gasset (1930): A massa subverte tudo que é diferente, singular,

individual, tudo que é classificado e selecionado.

TEORIA HIPODÉRMICA

As massas revelam um estado de

espírito absurdo: preocupam-se

apenas com o seu bem-estar e, ao

mesmo tempo, não se sentem

solidárias com as causas desse

bem-estar.

Para Georg Simmel (1917) a massa

é uma formação nova que não se

baseia na personalidade dos seus

membros, mas apenas naquelas

partes que põem um indivíduo em

comum com os outros todos e que

equivalem às formas mais primitivas

e ínfimas de evolução orgânica.

TEORIA HIPODÉRMICA

Georg Simmel, sociólogo

alemão. (1858–1918)

Na massa, a variedade de opiniões

tende a ser banida.

As ações da massa apontam

diretamente para o objetivo e

procuram atingi-lo pelo caminho

mais curto, o que faz com que exista

sempre uma única ideia dominante –

sempre a mais simples possível.

TEORIA HIPODÉRMICA

O isolamento físico e “normativo” do indivíduo na massa é o fator que

explica em grande parte o realce que a teoria hipodérmica atribui às

capacidades manipuladoras dos primeiros meios de comunicação

TEORIA HIPODÉRMICA

“Cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e às

sugestões dos meios de comunicação de massa monopolizados.” (Wright

Mills, 1963, 203).

TEORIA HIPODÉRMICA

Se as mensagens da propaganda

conseguem alcançar os indivíduos

que constituem a massa, a

persuasão é facilmente

“inoculada”.

O modelo comunicativo da Teoria Hipodérmica funda-se na psicologia

behaviorista, desenvolvida no começo do século XX, que estuda o

comportamento humano considerando a relação entre estímulo e resposta.

TEORIA HIPODÉRMICA

As premissas behavioristas

(comportamentais) forneceram as

convicções sobre a instantaneidade e

a inevitabilidade dos efeitos da

comunicação sobre a massa.

Nesta perspectiva, “Estímulos que não produzem respostas não são

estímulos. E uma resposta tem necessidade de ter sido estimulada. Uma

resposta não estimulada é como um efeito sem causa”. (Lund, 1933, 35).

A teoria estrutura-se sobre

Modelo simplista de

E ===> Estímulo

R ===> Resposta

TEORIA HIPODÉRMICA

A proposição da Teoria Hipodérmica deve ser relativizada por uma série de

aspectos:

a) Segundo Bauer (1964), durante o período da teoria, a maior parte dos

efeitos não são estudados, mas tão-somente tidos como certos;

b) Descrição simplificada da sociedade de massa, principalmente em suas

características fundamentais (isolamento físico e normativo dos

indivíduos);

TEORIA HIPODÉRMICA

c) Não considerava a complexidade dos estímulos e tampouco a

heterogeneidade da resposta;

d) Desconsidera o contexto em que o estímulo ocorre: o rádio, principal

meio de comunicação de massa da época, era um fenômeno recente, ao

qual a sociedade ainda não estava plenamente habituada;

TEORIA HIPODÉRMICA

e) Contexto: estratégias de

persuasão de massa adotadas

basicamente por regimes

totalitários (fascismo, nazismo)

e em sociedades empenhadas

em construir novas formas de

organização comunitária e

destruição das anteriores

(Rússia).

TEORIA HIPODÉRMICA

Início dos estudos sobre mídias foi caótico e descoordenado. Muitas das

denominações teóricas foram atribuídas posteriormente às formulações,

em rotulações post hoc. Alguns nomes, como “bala mágica” ou “influência

seletiva” sequer constam da bibliografia da época.

O desenvolvimento da Teoria Hipodérmica não seguiu o método de uma

ciência em desenvolvimento, no qual os pesquisadores testam

preliminarmente as proposições de seus antecessores.

TEORIA HIPODÉRMICA

Referência bibliográfica

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5ª edição, Lisboa, Editorial

Presença, 1999

HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga.

Teorias da Comunicação – conceitos, escolas e tendências. 11ª edição, ed.

Vozes, Petrópolis, 2011

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