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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
ANÁLISE DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
OFERTADOS À POPULAÇÃO INFANTIL: TIPO DE
PROCESSAMENTO E PRESENÇA DE ADITIVOS
QUÍMICOS
JOZILDA DE ABREU SILVA
NATAL – RN
2016
JOZILDA DE ABREU SILVA
ANÁLISE DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
OFERTADOS À POPULAÇÃO INFANTIL: TIPO DE
PROCESSAMENTO E PRESENÇA DE ADITIVOS
QUÍMICOS
Projeto de Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado ao Curso de
Graduação em Nutrição da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito final para a obtenção do grau de
Nutricionista.
Orientadora: Profª. Drª. Liana Galvão Bacurau Pinheiro
NATAL – RN
2016
JOZILDA DE ABREU SILVA
ANÁLISE DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
OFERTADOS À POPULAÇÃO INFANTIL: TIPO DE
PROCESSAMENTO E PRESENÇA DE ADITIVOS
QUÍMICOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do
grau de Nutricionista.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Drª. Liana Galvão Bacurau Pinheiro
Orientador
Profª. Drª. Célia Márcia Medeiros de Morais
2º Membro
Profª. Drª. Nély Holland
3º Membro
Natal, 02 de Dezembro de 2016.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer ao meu Deus, que em toda e qualquer
circunstância nunca me deixa só. Ele que tem me guiado e tem cuidado de mim de uma forma
tão linda e maravilhosa, sendo eu não merecedora de todas as bênçãos que Ele tem me
proporcionado. A Ele que me levanta quando caio, que me perdoa quando erro e que me ama
incondicionalmente. A Ele seja toda honra, toda glória e todo louvor. Obrigada meu Deus!!!
Aos meus pais Zilda e Josemar, meus amores, presentes de Deus na minha
vida, tudo o que sou hoje devo a vocês, obrigada por tudo, pelo apoio, carinho, cuidado,
paciência e imenso amor, vocês são as melhores pessoas que já vi nesta vida, não sou digna de
tê-los, mais o Senhor Criador têm me privilegiado com os melhores pais do universo.
Aos meus irmãos Josemário, Josimério, Josimar e Josemir, vocês são
verdadeiras bênçãos de Deus na minha vida, muito obrigada por tudo, sou muito feliz por tê-
los. Eu amo demais cada um de vocês.
A minha orientadora Liana, muito obrigada pelo carinho, pela paciência, pela
ajuda que tens me dado, obrigada por tudo!!! Você é muito especial para mim. Agradeço a
Deus pela sua vida, e por ter te colocado em meu caminho. Você é muito FOFA!
Agradeço também а todos os professores que me acompanharam durante а
graduação, e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
Muito Obrigada, Deus há de recompensar a cada um.
SILVA, J. A. Análise de produtos alimentícios ofertados à população infantil: Tipo de
processamento e presença de aditivos químicos. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2016.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo analisar produtos alimentícios ofertados à população infantil
e caracterizá-los quanto ao seu grau de processamento, de acordo com o Guia Alimentar para
a População Brasileira (2014) e de acordo com a OPAS (2016), além de identificar os
principais aditivos alimentares presentes nestes produtos. Foram analisados 39 tipos de
produtos alimentícios destinados à população infantil, dentre esses: leites, papas, sopas, doces,
salgados e outros, sendo analisadas três marcas distintas de cada produto, totalizando 117
rótulos de alimentos, esses foram coletados através de registros fotográficos feitos em
supermercados da cidade de Natal/RN. De acordo com os resultados foi possível identificar
que a maioria dos produtos analisados foram considerados ultraprocessados de acordo com a
OPAS (2016) e Guia Alimentar (2014), respectivamente 95% e 90% , apenas 5% dos
produtos foram classificados como minimamente processados. Os aditivos mais encontrados
foram os aromatizantes, corantes e realçadores de sabor. O consumo excessivo desses
produtos podem trazer efeitos indesejáveis à saúde dos indivíduos, principalmente nas
crianças que são consideradas as principais consumidoras desses alimentos que contêm
excesso de açúcares, gorduras e sódio além de apresentarem em sua composição diversos
aditivos químicos. Quanto maior o consumo de alimentos industrializados, maior será o
consumo de aditivos químicos. Deste modo, é importante que as pessoas tenham o
conhecimento dos alimentos que estão oferecendo às crianças e passem a optar por uma
alimentação mais natural, preferindo alimentos in natura ou minimamente processados, tendo
em vista que uma alimentação saudável é essencial para uma boa saúde.
Palavras Chaves: Processamento de alimentos, aditivos alimentares e crianças.
LISTA DE ABREVIATURAS
DCNT: Doenças Crônicas não transmissíveis
OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Critérios do Modelo de perfil nutricional da OPAS para a identificação de
produtos processados e ultraprocessados com teor excessivo de sódio, açúcares livres,
outros edulcorantes, gorduras saturadas, gorduras totais e gorduras trans.
Tabela 2: Método para cálculo de açúcares livres com base na quantidade de açúcares
totais declarada na embalagem de alimentos e bebidas.
Tabela 3: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), e aditivos mais utilizados em diferentes grupos de alimentos.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Exemplos de aditivos e quantidades máximas permitidas por alimento.
Quadro 2: Tipos de aditivos alimentares, suas definições e exemplos.
Quadro 3: Grupos de Alimentos e produtos alimentícios analisados.
Quadro 4: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo dos Lácteos.
Quadro 5: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo das papas.
Quadro 6: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo das sopas.
Quadro 7: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo dos cereais
matinais.
Quadro 8: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo dos salgados.
Quadro 9: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo dos doces.
Quadro 10: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo das bebidas
industrializadas.
Quadro 11: Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS
(2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos presentes no grupo dos produtos
cárneos.
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................2
2. OBJETIVOS................................................................................................................4
2.1. OBJETIVO GERAL...................................................................................................4
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................4
3.REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................5
3.1 CATEGORIAS DE ALIMENTOS: IN NATURA OU MINIMAMENTE
PROCESSADOS, PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS..................................5
3.1.1 OFERTA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS PARA A POPULAÇÃO
INFANTIL ........................................................................................................................7
3.1.2 EFEITOS DOS ALIMENTOS PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS NA
SAÚDE..............................................................................................................................8
3.2 ADITIVOS ALIMENTARES...................................................................................10
3.2.1 TIPOS DE ADITIVOS...........................................................................................12
3.2.2. EFEITOS DOS ADITIVOS NA SAÚDE.............................................................16
4. METODOLOGIA......................................................................................................18
5. RESULTADOS..........................................................................................................22
5.1 GRUPO DOS LÁCTEOS........................................................................................22
5.2 GRUPO DAS PAPAS...............................................................................................29
5.3 GRUPO DAS SOPAS...............................................................................................32
5.4 GRUPO DOS CEREAIS MATINAIS.....................................................................36
5.5 GRUPO DOS SALGADOS......................................................................................38
5.6 GRUPO DOS DOCES...............................................................................................43
5.7 GRUPO DAS BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS..................................................55
5.8 GRUPO DOS PRODUTOS CÁRNEOS..................................................................59
6. DISCUSSÃO..............................................................................................................70
7. CONCLUSÕES.........................................................................................................78
REFERÊNCIAS
APÊNDICE 1 - Quantidades de carboidratos, sódio, gorduras totais e saturadas por
alimento.
2
1. INTRODUÇÃO
O Decreto-Lei 986/69 que institui as normas básicas sobre alimentos define
que alimento é toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso
ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos
normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento. Enquanto produto alimentício, é
todo alimento derivado de matéria-prima alimentar ou de alimento in natura, ou não, de
outras substâncias permitidas, obtido por processo tecnológico adequado (BRASIL, 1969).
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, existem quatro
categorias de alimentos, definidas de acordo com o tipo de processamento empregado na sua
produção. A primeira categoria reúne alimentos in natura ou minimamente processados.
Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e
frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração
após deixarem a natureza. Os alimentos minimamente processados são alimentos in natura
que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos
secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados,
cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado (BRASIL, 2014).
A segunda categoria corresponde a produtos extraídos de alimentos in natura
ou diretamente da natureza e usados pelas pessoas para temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias. Exemplos desses produtos são: óleos, gorduras, açúcar e sal. A
terceira categoria, os alimentos processados, correspondem a produtos fabricados
essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente
processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães. A quarta categoria,
os ultraprocessados, corresponde a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e
técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente
industrial. Exemplos incluem refrigerantes e “macarrão instantâneo”. O aumento da produção
e consumo de alimentos processados é uma das principais causas da atual pandemia de
obesidade e de doenças e agravos não transmissíveis (MARTINS, 2013; BRASIL, 2014).
Com base na análise dos rótulos de alimentos ou fontes equivalentes, e como
resultado de seu alinhamento com metas de ingestão de nutrientes para a população
estabelecidas pela Organização Mundial de saúde (OMS), o modelo de perfil nutricional da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) classifica os produtos processados e
3
ultraprocessados em alimentos que contém excesso de sódio, açúcares livres, edulcorantes,
gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans.
A diversidade e o aumento da oferta destes alimentos industrializados
influenciam os padrões alimentares da população, principalmente a população infantil, uma
vez que os primeiros anos de vida se destacam como um período muito importante para o
estabelecimento de hábitos. O consumo inadequado, em excesso e muito frequente destes
alimentos, pode comprometer a saúde nesta fase e na idade adulta, principalmente devido a
presença de aditivos químicos nestes alimentos (AQUINO; PHILIPPI, 2002).
A principal discussão sobre o emprego de aditivos na produção de alimentos
resulta da controvérsia entre a necessidade e a segurança de seu uso. Embora sob o ponto de
vista tecnológico haja benefícios alcançados com a utilização de aditivos alimentares, existe a
preocupação constante quanto aos riscos toxicológicos potenciais decorrentes da ingestão
diária dessas substâncias químicas. Com base em princípios da análise de risco, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelece quais são os aditivos permitidos para
as diferentes categorias de alimentos e em que funções e limites máximos de uso, visando
alcançar o seu efeito tecnológico sem oferecer risco à saúde humana (BRASIL, 2016).
Diversos estudos apontam reações adversas aos aditivos, quer seja aguda ou
crônica, tais como reações tóxicas ao metabolismo desencadeantes de alergias, de alterações
no comportamento, em geral, e carcinogenicidade, esta última observada a longo prazo.
Nesses estudos, destacam-se aqueles relacionados à saúde infantil, preocupação que encontra
respaldo no fato da grande oferta de alimentos destinados especialmente para este público,
bem como a expectativa do tempo de consumo favorecer os riscos toxicológicos, devido ao
efeito cumulativo. Nesse sentido, vale ressaltar que as crianças apresentam maior
suscetibilidade às reações adversas provocadas pelos aditivos alimentares. Inegavelmente, os
efeitos deletérios estão relacionados com a frequência em que os aditivos são consumidos
(POLÔNIO; PEREZ, 2009).
A partir deste contexto torna-se importante investigar os produtos alimentícios
destinados para à população infantil, tendo em vista os efeitos nocivos que estes podem trazer
à saúde da criança, quando consumidos em excesso. Deste modo, o objetivo deste trabalho é
caracterizar os produtos alimentícios destinados ao público infantil quanto ao seu grau de
processamento e identificar os principais aditivos presentes nestes alimentos, relacionando-os
aos riscos acarretados pelo consumo excessivo dos mesmos.
4
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Analisar os produtos alimentícios destinados à população infantil quanto ao
tipo de processamento e a presença de aditivos alimentares.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Classificar os produtos alimentícios de acordo com seu nível de processamento, como:
alimentos in natura ou minimamente processados, alimentos processados e
ultraprocessados;
Identificar os principais aditivos alimentares presentes nos produtos alimentícios
destinados a população infantil.
Relacionar os aditivos mais encontrados nos produtos alimentícios com os riscos à
saúde da criança.
5
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 CATEGORIAS DE ALIMENTOS: IN NATURA OU MINIMAMENTE
PROCESSADOS, PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS
É de grande importância o tipo de processamento a que são submetidos os
alimentos antes de sua aquisição, preparo e consumo, pois isto condiciona o perfil de
nutrientes, o gosto e o sabor que agregam à alimentação, além de influenciar com quais outros
alimentos serão consumidos, em quais circunstâncias (quando, onde, com quem) e, mesmo,
em que quantidade. O impacto social e ambiental da produção também é influenciado pelo
tipo de processamento utilizado. Existem quatro categorias de alimentos, definidas de acordo
com o tipo de processamento empregado na sua produção (BRASIL, 2014).
Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou de animais e não
sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. Alimentos minimamente processados
correspondem a alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção
de partes não comestíveis ou indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação,
pasteurização, refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam agregação
de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original (BRASIL, 2014).
De acordo com Pinheiro et al., (2005), o processamento mínimo é descrito
como a manipulação, o preparo, embalagem e a distribuição de produtos agrícolas, através de
procedimentos como seleção, limpeza, lavagem, descascamento e corte, que não afetem suas
características organolépticas, agregando valor aos mesmos. Vários fatores limitam o
consumo destes produtos, os quais estão envolvidos na sua vida útil, tais como: aumento da
respiração e da produção de etileno, escurecimento enzimático, descoloração da superfície,
perda de água e, sobretudo, alterações microbiológicas.
A segunda categoria corresponde a produtos extraídos de alimentos in natura
ou diretamente da natureza e usados pelas pessoas para temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias. Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com
base em alimentos in natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o
açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que fique
nutricionalmente desbalanceada. Em contrapartida, são produtos alimentícios com alto teor de
nutrientes cujo consumo pode ser prejudicial à saúde, tais como: gorduras saturadas (presentes
em óleos e gorduras, em particular nessas últimas), sódio (componente básico do sal de
cozinha) e açúcar livre (presente no açúcar de mesa). O consumo excessivo de sódio e de
gorduras saturadas aumenta o risco de doenças do coração, enquanto o consumo excessivo de
6
açúcar aumenta o risco de cárie dental, de obesidade e de várias outras doenças crônicas
(BRASIL, 2014).
A terceira categoria refere-se aos alimentos processados. Os ingredientes e
métodos usados na fabricação de alimentos processados como conservas de legumes, compota
de frutas, queijos e pães alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos
alimentos dos quais derivam. São produtos relativamente simples e antigos fabricados
essencialmente com a adição de sal ou açúcar (ou outra substância de uso culinário como óleo
ou vinagre) a um alimento in natura ou minimamente processado. As técnicas de
processamento desses produtos se assemelham a técnicas culinárias, podendo incluir
cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros e uso
de métodos de preservação como salga, salmoura, cura e defumação. Alimentos processados
em geral são facilmente reconhecidos como versões modificadas do alimento original
(BRASIL, 2014).
Na última categoria tem-se os alimentos ultraprocessados, devido a seus
ingredientes, estes alimentos como biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes
e macarrão “instantâneo” são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e
apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou
minimamente processados. As formas de produção, distribuição, comercialização e consumo
afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente (BRASIL, 2014).
De acordo com a OPAS (2016) os produtos processados e ultraprocessados são
classificados da seguinte maneira:
Contém excesso de sódio, se a razão entre a quantidade de sódio (mg) em
determinada quantidade do produto e o valor energético (kcal) for igual a 1:1 ou maior
(14);
Contém excesso de açúcares livres, se em determinada quantidade do produto a
quantidade de energia (kcal) proveniente de açúcares livres (gramas de açúcares livres
x 4 kcal) for igual a 10% ou mais do valor energético total (kcal);
Contém outros edulcorantes, se a lista de ingredientes incluir edulcorantes artificiais
ou naturais não calóricos ou edulcorantes calóricos (polióis);
Contém excesso de gorduras totais, se em determinada quantidade do produto a
quantidade de energia (kcal) proveniente de gorduras totais (gramas de gorduras totais
x 9 kcal) for igual a 30% ou mais do valor energético total (kcal);
7
Contém excesso de gorduras saturadas, se em determinada quantidade do produto a
quantidade de energia (kcal) proveniente de gorduras saturadas (gramas de gorduras
saturadas x 9 kcal) for igual a 10% ou mais do valor energético total (kcal);
Contém excesso de gorduras trans, se em determinada quantidade do produto a
quantidade de energia (kcal) proveniente de gorduras trans (gramas de gorduras trans
X 9) for igual a 1% ou mais do valor energético total (kcal).
Produtos ultraprocessados apresentam participação crescente na dieta
brasileira, evidenciada desde a década de 1980 nas áreas metropolitanas e confirmada para
todo o País na década de 2000. Produtos prontos para o consumo ultraprocessados são
produzidos de modo predominante ou unicamente a partir de ingredientes industriais, com
pouco ou nenhum alimento em sua composição. Em geral, possuem conservantes, aditivos
cosméticos e muitas vezes são adicionados de vitaminas e minerais sintéticos. Compreendem
pães, barras de cereais, biscoitos, salgadinhos, bolos e panificados, sorvetes, refrigerantes,
refeições prontas, pizzas, embutidos, nuggets, sopas enlatadas ou desidratadas e fórmulas
infantis (MARTINS et al., 2013).
3.1.1 Oferta de alimentos industrializados para a população infantil
A diversidade e o aumento da oferta de alimentos industrializados podem
influenciar os padrões alimentares da população, principalmente a infantil, uma vez que os
primeiros anos de vida se destacam como um período muito importante para o
estabelecimento de hábitos. O consumo inadequado, em excesso e muito frequente destes
alimentos, pode comprometer a saúde nesta fase e na idade adulta. Muitos alimentos
industrializados são ricos em gorduras e carboidratos refinados, apresentando elevado valor
energético. Além disso, os hábitos adquiridos com o aumento do consumo de alimentos
industrializados podem reduzir o consumo de alimentos “in natura”. Além da estabilidade
econômica, outros fatores como o trabalho da mulher fora do lar, maior praticidade, rapidez,
durabilidade e boa aceitação do produto vêm contribuindo cada vez mais para a introdução e
manutenção de alimentos industrializados nos hábitos da família e das crianças (AQUINO;
PHILIPPI, 2002).
Há grande influência da propaganda, veiculada principalmente pela televisão,
visto que esses produtos são alvo de intensas campanhas publicitárias, além do forte
8
investimento promocional que recebem nos pontos de comercialização. Alguns estudos citam
a influência da publicidade sobre a confiança que as mães depositam nos produtos
apresentados nos comerciais, principalmente devido à falta de conhecimento e à
desinformação. Apesar da inexistência de recomendações específicas quanto à quantidade e
frequência do consumo de alimentos industrializados na dieta infantil, sabe-se que eles devem
ser desencorajados nos primeiros anos de vida, devido às fortes evidências de que sua
ingestão continuada promove o desenvolvimento precoce das DCNT. Segundo alguns
estudos, esse consumo pode ser influenciado por alguns fatores como renda familiar, idade e
escolaridade materna (TOLONI et al., 2011).
3.1.2 Efeitos dos alimentos processados e ultraprocessados na saúde
A introdução de alimentos altamente energéticos e de baixo valor nutricional
desde o início da vida, bem como o abandono precoce do aleitamento materno, contribuem
para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento da criança, além de propiciar a
diminuição da proteção imunológica e o desencadeamento de processos alérgicos e distúrbios
nutricionais. Dessa forma, alimentação hiperenergética, com consumo excessivo de açúcares
simples, gorduras animais, ácidos graxos saturados, gordura trans, sódio e redução dos
carboidratos complexos e fibras, associados ao sedentarismo, são fatores responsáveis pelo
surgimento precoce das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) (TOLONI et al.,
2011).
O aumento da produção e consumo de alimentos processados é uma das
principais causas da atual pandemia de obesidade e de doenças e agravos não transmissíveis.
Estudos comprovam a relação entre o consumo excessivo de produtos processados ou
ultraprocessados como refrigerantes, doces e carnes processadas, e o ganho excessivo de peso.
Em diferentes países o conjunto dos produtos prontos para o consumo, processados ou
ultraprocessados, é mais denso em energia, tem maior teor de açúcar livre, sódio, gorduras
totais e gorduras saturadas, e menor teor de proteínas e fibras quando comparados a alimentos
in natura ou minimamente processados, combinados a ingredientes culinários. Produtos
ultraprocessados possuem características peculiares que favorecem o consumo excessivo de
energia, como sua frequente comercialização em grandes porções, sua hiperpalatabilidade, sua
longa duração e facilidade de transporte, que facilitam o hábito de comer entre refeições e
9
fazer lanches (snacking), além de sua agressiva promoção por meio de persuasivas estratégias
de marketing (MARTINS et al., 2013).
O conteúdo excessivo de açúcares, gorduras e sal não é a única característica
nociva à saúde nos alimentos ultraprocessados. Esses alimentos tendem a apresentar também
alta densidade energética (grande quantidade de calorias por volume de alimento) e escassez
de fibras, características que, comprovadamente, aumentam o risco de obesidade, diabetes,
doenças cardiovasculares e mesmo de certos tipos de câncer. Importa notar que tanto o
excesso de açúcar, gorduras e sal quanto a alta densidade energética e a falta de fibras são
atributos intrínsecos dos alimentos ultraprocessados na medida em que decorrem da natureza
dos seus ingredientes (produtos altamente refinados, em particular açúcar e gordura vegetal) e
da necessidade de obter alimentos a um só tempo prontos para consumo e com grande prazo
de validade (MONTEIRO; CASTRO, 2009).
De acordo com um estudo feito por Longo-Silva et al., (2015), a introdução dos
alimentos ultraprocessados ocorre precocemente na dieta das crianças, desta forma há
necessidade de serem tomadas medidas de saúde pública baseadas em estratégias de educação
nutricional e de regulação/inspecção das indústrias alimentares, tanto no que se refere à
composição dos alimentos como à sua rotulagem nutricional. Essas estratégias seriam
ferramentas fundamentais para que as crianças pudessem adquirir e manter hábitos
alimentares saudáveis, contribuindo positivamente para o bom crescimento e
desenvolvimento das mesmas, assim como diminuir os riscos de desenvolver problemas como
sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.
Os alimentos processados tornam-se cada vez mais acessíveis para todas as
faixas etárias, sendo vendidos pré-prontos ou prontos para o consumo. O aumento no
consumo de alimentos e bebidas processadas tem sido considerado um dos fatores que
contribuem para o aumento na prevalência de obesidade e doenças crônicas, por isto de
fundamental importância haver um monitoramento do consumo de alimentos
ultraprocessados, tendo em vista os efeitos que estes poderão exercer sobre a saúde e nutrição
dos indivíduos, seja pela observação atual ou futura (BIELEMANN et al., 2015).
A população tem substituído gradativamente os alimentos in natura por um
padrão alimentar composto por alimentos industrializados ricos nos mais diversos tipos de
aditivos químicos. Devido a suas variadas funções, os aditivos químicos estão sendo cada dia
mais inseridos na alimentação, precocemente e de forma assoberbada, trazendo sérios
10
problemas de saúde de curto e longo prazo, principalmente para crianças que são os maiores
consumidores desses produtos (FERREIRA, 2014).
3.2 ADITIVOS ALIMENTARES
A Portaria nº 540 - SVS/MS de 27 de outubro de 1997, define que aditivo
alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de
nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou
sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem,
acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Ao agregar-se
poderá resultar em que o próprio aditivo ou seus derivados se convertam em um componente
de tal alimento. Esta definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que
sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais
(BRASIL, 1997).
Tão antigos quanto os humanos, os aditivos alimentares sempre estiveram
presentes em nossa dieta. As antigas civilizações descobriram que é possível conservar carnes
e peixes com sal (cloreto de sódio) e usar diversas ervas e temperos para melhorar o seu
sabor. Já na época dos romanos, o enxofre era utilizado no preparo dos vinhos para sua
melhor conservação. Os aditivos são utilizados há séculos, com diferentes finalidades, tais
como aumentar o tempo de conservação, atribuir ou realçar algumas características próprias
de alguns alimentos. Entretanto, com o advento da vida moderna, cada vez mais aditivos têm
sido empregados e nos dias atuais é raro encontrar um alimento sem aditivos (AUN et al.,
2011).
As indústrias dispõem de um grande número de técnicas para conservação e
aprimoramento de alimentos, que garantem a disponibilidade destes, além da inovação de
produtos e adequação ao paladar das pessoas. O FDA (Food and Drug Administration) já
autorizou nos Estados Unidos o uso de mais de 3.000 aditivos alimentares. No entanto, por se
tratarem de substâncias químicas intencionalmente adicionadas aos alimentos, torna-se
fundamental conhecer suas propriedades, de maneira a garantir seu uso adequado e seguro.
Apesar de sua ampla utilização, são substâncias capazes de desencadear reações adversas
como qualquer outra droga. Há controvérsias em relação à prevalência, manifestações clínicas
11
e mecanismos de ação das reações provocadas pelos aditivos alimentares no organismo
humano (AUN et al., 2011).
O uso dos aditivos deve ser limitado a alimentos específicos, em condições
específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado em concentrações tais que sua
ingestão diária não supere os valores de ingesta diária aceitável (IDA) recomendados. O INS
(International Numbering System) ou Sistema Internacional de Numeração de Aditivos
Alimentares foi elaborado pelo Comitê do Codex Alimentarius da Organização
Mundial de Saúde (FAO/OMS) sobre Aditivos Alimentares e Contaminantes de Alimentos
(CCFAC), estabelece um sistema numérico internacional de identificação dos aditivos
alimentares nas listas de ingredientes como alternativas à declaração do nome específico do
aditivo. No rótulo do produto, o aditivo deverá ser diferenciado dos ingredientes sendo
indicado o nome do aditivo ou seu INS (AUN et al., 2011). O Quadro a seguir mostra alguns
exemplos de alimentos e seus respectivos limites máximos de aditivos, permitidos de acordo
com a resolução.
Quadro 1. Exemplos de aditivos e quantidades máximas permitidas por alimento.
ALIMENTOS LIMITE MÁXIMO
(g/100g ou g/100mL)
CORANTE CÚRCUMA
Doces 0,02
CONSERVANTE ÁCIDO BENZÓICO
Néctares de frutas 0,01
UMECTANTE LACTATO DE SÓDIO
Massas alimentícias frescas de longa
duração
0,2
EMULSIFICANTE TARTARATO MONOSSÓDICO
Doces 0,5
GELEIFICANTE PECTINA
Sopas ou Papas 1,0
ANVISA, 1997
Antes de serem liberados para consumo, os aditivos alimentares são avaliados
individualmente quanto a sua necessidade tecnológica, segurança e dependendo da natureza
do aditivo, sua aprovação e incorporação à legislação específica de alimentos poderão ocorrer
com restrição de uso, ou seja, serão estabelecidos limites máximos ou de tolerância. Em 2001
foi publicado o regulamento técnico que aprova o uso de aditivos alimentares, estabelecendo
suas funções e seus limites máximos para a categoria de preparações culinárias industriais.
Caso não seja necessário estabelecer um limite de segurança, a quantidade de aditivo a ser
12
utilizada pela indústria de alimentos será aquela suficiente para obter o efeito na função
desejada (AUN et al., 2011).
3.2.1 Tipos de aditivos
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária os aditivos alimentares
são classificados de acordo com sua classe funcional. São divididos em 23 classes: agente de
massa, antiespumante, antiumectante, antioxidante, corante, conservante, edulcorante,
espessante, geleificante, estabilizante, aromatizante, umectante, regulador de acidez,
acidulante, emulsificante, melhorador de farinha, flavorizantes (realçadores de sabor),
fermento químico, glaceante, agente de firmeza, sequestrante, estabilizante de cor e
espumante. Estão descritos no Quadro 2, as classes de aditivos, definições e exemplos.
12
Quadro 2. Tipos de aditivos alimentares, suas definições e exemplos.
TIPO DE ADITIVO
ALIMENTAR
DEFINIÇÃO EXEMPLOS
AGENTE DE MASSA
Substância que proporciona o
aumento de volume e/ou da
massa dos alimentos, sem
contribuir significativamente
para o valor energético do
alimento.
Polidextrose.
ANTIESPUMANTE
Substância que previne ou
reduz a formação de espuma Alginato de cálcio.
ANTIUMECTANTE
Substância capaz de reduzir as
características higroscópicas
dos alimentos e diminuir a
tendência de adesão, umas às
outras, das partículas
individuais
Carbonato de cálcio.
ANTIOXIDANTE
Substância que retarda o
aparecimento de alteração
oxidativa no alimento.
Ácido ascórbico
CORANTE
Substância que confere,
intensifica ou restaura a cor de
um alimento.
Azul (brilhante,
índigo carmim,
patente)
CONSERVANTE
Substância que impede ou
retarda a alteração dos
alimentos provocada por
microrganismos ou enzimas.
Ácido acético.
EDULCORANTE
Substância diferente dos
açúcares que confere sabor
doce ao alimento.
Aspartame.
ESPESSANTE
Substância que aumenta a
viscosidade de um alimento.
Goma arábica.
13
Continuação do Quadro 2.
GELEIFICANTE
Substância que confere textura
através da formação de um gel.
Alginato de cálcio.
ESTABILIZANTE
Substância que torna possível a
manutenção de uma dispersão
uniforme de duas ou mais
substâncias imiscíveis em um
alimento.
Citrato dissódico
AROMATIZANTE
Substância ou mistura de
substâncias com propriedades
aromáticas e/ou sápidas,
capazes de conferir ou reforçar
o aroma e/ou sabor dos
alimentos.
Aroma artificial
UMECTANTE
Substância que protege os
alimentos da perda de umidade
em ambiente de baixa umidade
relativa ou que facilita a
dissolução de uma substância
seca em meio aquoso.
Glicerina.
REGULADOR DE
ACIDEZ
Substância que altera ou
controla a acidez ou
alcalinidade dos alimentos.
Bicarbonato de sódio.
ACIDULANTE
Substância que aumenta a
acidez ou confere um sabor
ácido aos alimentos.
Ácido cítrico.
EMULSIFICANTE
Substância que torna possível a
formação ou manutenção de
uma mistura uniforme de duas
ou mais fases imiscíveis no
Sorbitol
14
alimento.
MELHORADOR DE
FARINHA
Substância que, agregada à
farinha, melhora sua qualidade
tecnológica para os fins a que se
destina.
Lactato de cálcio.
FLAVORIZANTES
OU REALÇADOR
DE SABOR
Substância que ressalta ou
realça o sabor/aroma de um
alimento.
Glutamato
monossódico (MSG).
FERMENTO
QUÍMICO
Substância ou mistura de
substâncias que liberam gás e,
desta maneira, aumentam o
volume da massa.
Ácido glucônico.
GLACEANTE
Substância que, quando
aplicada na superfície externa
de um alimento, confere uma
aparência brilhante ou um
revestimento protetor.
Ácido esteárico.
AGENTE DE
FIRMEZA
Substância que torna ou
mantém os tecidos de frutas ou
hortaliças firmes ou crocantes,
ou interage com agentes
geleificantes para produzir ou
fortalecer um gel.
Gluconato de cálcio.
SEQUESTRANTE
Substância que forma
complexos químicos com íons
metálicos.
Ácido cítrico.
Continuação do Quadro 2.
15
Continuação do Quadro 2.
ESTABILIZANTE DE
COR
Substância que estabiliza,
mantém ou intensifica a cor
de um alimento.
Hidróxido de magnésio.
ESPUMANTE
Substância que possibilita a
formação ou a manutenção de
uma dispersão uniforme de
uma fase gasosa em um
alimento líquido ou sólido.
Metiletilcelulose.
Fonte: ANVISA (1997).
16
3.2.2 Efeitos dos aditivos na saúde
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA,
2007) e do Instituto de Pesquisa AC Nielsen, a demanda de alimentos industrializados no país
tem aumentado consideravelmente após a abertura econômica, constatando-se que as
preparações prontas para o consumo, as sopas desidratadas e o macarrão instantâneo são os
alimentos que apresentaram maior crescimento de vendas a partir de 1994, demonstrando,
assim, uma forte tendência à escolha de produtos mais elaborados.
De acordo com Polônio e Perez (2009), paralelamente ao consumo dos
alimentos básicos há a introdução de produtos industrializados, a partir do estímulo do
marketing das indústrias, com destaque para o consumo de macarrão instantâneo,
achocolatados, iogurtes, biscoitos recheados biscoitos salgados e refrescos. Os anúncios de
televisão estimulam a compra de certos alimentos normalmente de alta densidade energética
(sacarose e gorduras trans e saturadas) e de baixo valor nutritivo. Além disso, grande parte
desses produtos contém aditivos alimentares, principalmente corantes, conservadores e
antioxidantes artificiais, que podem trazer riscos à saúde.
Pesquisas mostram que a diversidade e o aumento da oferta de alimentos
industrializados podem influenciar substancialmente os padrões alimentares da população,
principalmente a infantil, uma vez que os primeiros anos de vida se destacam como um
período muito importante para o estabelecimento de hábitos (SILVA et al., 2008).
A alimentação saudável vem ao longo de algumas décadas perdendo-se e
dando espaço à uma alimentação prática, rápida e ao mesmo instante, distante das culturas
locais e regionais, gerando grandes consequências à saúde humana, que ainda são pouco
reconhecidas e pouco informadas às populações, ao passo que o marketing sobre os alimentos
processados/industrializados crescem cada dia mais. É possível verificar que o consumo dos
alimentos processados ou industrializados possuem elementos químicos que são cumulativos
no organismo, e podem trazer efeitos adversos a curto ou longo prazo, e que, as crianças,
possuem maior fragilidade ao consumi-los, bem como, são as maiores consumidoras,
influenciadas pelo marketing e pela grande atratividade sensorial dos produtos
industrializados. É possível afirmar que estes alimentos são capazes de promover grandes
danos sobre a saúde humana, quando relacionados às doenças desmielinizantes e doenças
oncológicas, por exemplo, além de outras doenças crônicas como a hipertensão e o diabetes,
ou mesmo agudas, como no caso de alergias e hiperatividade (CONTE, 2016).
17
Os aditivos alimentares se tornaram virtualmente obrigatórios na alimentação
moderna, sobretudo por sua capacidade de manter a qualidade e a validade dos alimentos
vendidos em supermercados. Entretanto, Honorato et al. (2013) também afirma que há
estudos que associam a utilização inadequada desses componentes aos efeitos prejudiciais à
saúde, como o aparecimento de câncer, alergias e outras enfermidades.
No que concerne às reações adversas aos aditivos, sabe-se que a população
infantil constitui o grupo mais vulnerável. Isto ocorre devido à quantidade ingerida ser maior,
em relação ao peso corporal, na criança do que no adulto. Além disso, as crianças encontram-
se em um período de alto metabolismo e desenvolvimento de suas defesas naturais e não
apresentam capacidade de autocontrole no consumo de alimentos ricos em aditivos
(SCHUMANN; POLÔNIO; GONÇALVES, 2008).
Da mesma maneira que as reações a medicamentos, as reações adversas a
aditivos alimentares, de forma geral, podem ser classificadas em previsíveis ou imprevisíveis.
As reações adversas previsíveis ocorrem em pessoas normais e são subdivididas em:
superdosagem; efeitos colaterais de expressão imediata ou tardia; efeitos indiretos ou
secundários relacionados ao aditivo ou a doenças associadas; interações entre aditivos ou com
medicamentos. As reações adversas imprevisíveis ocorrem em indivíduos susceptíveis e são
subdivididas em: intolerância, reações idiossincrásicas, reações de hipersensibilidade ou
alérgicas e reações pseudo-alérgicas. A maioria das reações que ocorrem com os aditivos são
do tipo imprevisíveis e não IgE mediadas (AUN et al., 2011).
A maioria dos aditivos é ingerido em pequenas quantidades e os efeitos
adversos decorrentes da sua ingestão podem variar de letargia a crises de asma grave. O
diagnóstico preciso de reação alérgica a aditivos só pode ser feito através de procedimentos de
provocação apropriados (PEREIRA; MOURA; CONSTANT, 2008).
O corante artificial tartrazina, sulfitos e glutamato monossódico são relatados
como causadores de reações. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e
balas coloridas, enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos
salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). O metabissulfito de sódio causa
reações mais freqüentes (urticária e exacerbação da asma). O citrato de sódio, usado como
antioxidante, pode causar reações alérgicas, além da queda da pressão arterial, vermelhidão da
pele e dor de cabeça; porém, mais raramente que os sulfitos (PEREIRA et al., 2008).
18
4. METODOLOGIA
Para o presente trabalho foram analisados 39 tipos de produtos alimentícios
destinados à população infantil, sendo que de cada produto foram analisadas três marcas
distintas, totalizando 117 rótulos de alimentos. Estes foram coletados através de registros
fotográficos feitos em supermercados da cidade de Natal/RN. A partir das informações
contidas nestes rótulos, os alimentos foram classificados quanto ao grau de processamento, de
acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), como alimentos in natura
ou minimante processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Foi feita a
classificação também de acordo com a OPAS (2016) como alimentos processados e
ultraprocessados a partir do teor de açúcares livres, sódio, gorduras totais e gorduras saturadas
presentes nestes produtos. Destes alimentos também foram extraídas informações
relacionadas as classes e aos tipos de aditivos alimentares presentes nos mesmos.
Os alimentos foram organizados em 8 grupos, tomando como base um estudo
feito com o objetivo de descrever o consumo infantil de alimentos industrializados (SILVA et
al., 2008). Os grupos estão descritos a seguir no Quadro 2:
19
Quadro 3 – Grupos de Alimentos e produtos alimentícios analisados.
GRUPOS
DE ALIMENTOS
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Lácteos
Leites líquidos, leites em pó, achocolatados líquidos,
achocolatados
em pó, iogurtes, leites fermentados,
leites condensados e requeijões;
Papas Mingaus de Arroz, Farinhas Lácteas, papas doces, papas salgadas;
Sopas Macarrões instantâneos e sopas pré-preparadas;
Cereais matinais Pipocas, biscoitos salgados, batatas fritas e amendoins;
Salgados Pipocas, biscoitos salgados, batatas fritas e amendoins;
Doces Chocolates, balas, chicletes, gelatinas, biscoitos doces, sorvetes,
pirulitos e picolés, catchups e panetones;
Bebidas
Industrializadas
Sucos de caixa, sucos em pó e refrigerantes;
Produtos Cárneos Salsichas, mortadelas, linguiças, presuntos, hambúrgueres e
empanados;
Total: 8 Grupos 40 Produtos (3 marcas distintas) = 120 Rótulos
Para cada tipo produto alimentício foram analisados rótulos de três marcas
diferentes, com o intuito de detectar eventuais variações nos tipos de aditivos presentes num
mesmo alimento. Para verificar o grau de processamento destes produtos, de acordo com o
Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) foi feita uma análise dos tipos de
alimentos e seus respectivos ingredientes. Para a classificação dos alimentos, quanto ao seu
grau de processamentos pela OPAS, foi feita uma análise nas tabelas de composição
nutricional, presentes nos rótulos, seguindo os seguintes critérios (Tabela 1):
20
Tabela 1 – Critérios do Modelo de perfil nutricional da OPAS para a identificação de produtos
processados e ultraprocessados com teor excessivo de sódio, açúcares livres, outros
edulcorantes, gorduras saturadas, totais e trans.
Sódio Açúcares
livres
Outros
edulcorantes
Gorduras
totais
Gorduras
saturadas
Gorduras
trans
≥ 1 mg de
sódio por 1
kcal
≥ 10%
do valor
energético
total
proveniente
de
açúcares
livres
≥ Qualquer
quantidade
de
outros
edulcorantes
≥ 30%
do valor
energético
total
proveniente
de
gorduras
totais
≥ 10%
do valor
energético
total
proveniente
de
gorduras
saturadas
≥ 1% do
valor
energético
total
proveniente
de
gorduras
trans
Fonte : OPAS (2016)
Para o cálculo dos açúcares livres, foram adotados os seguintes critérios, de
acordo com a OPAS (Tabela 2):
Tabela 2 – Método para cálculo de açúcares livres com base na quantidade de açúcares totais
declarada na embalagem de alimentos e bebidas.
Se o fabricante
declara…
a quantidade calculada de
açúcares livres é igual a…
Exemplos de produtos
0 g de açúcares totais 0 g Peixes enlatados
a adição de açúcares os açúcares adicionados
declarados
Qualquer produto no
qual se declare a adição
de açúcares
os açúcares totais, e o
produto faz parte de um
grupo de alimentos que
não contêm ou contêm
quantidade mínima de
açúcares
os açúcares totais
declarados
Refrigerantes, bebidas
para desportistas,
biscoitos doces, cereais
matinais, chocolates e
biscoitos salgados
os açúcares totais e o
produto é iogurte ou
leite, com açúcares na
lista de ingredientes
50% dos açúcares totais
declarados
Leite ou iogurte
aromatizado
os açúcares totais e o
produto é uma fruta
processada com açúcares
na lista de ingredientes
50% dos açúcares totais
declarados
Frutas em calda
os açúcares totais e o
produto tem leite ou
frutas na lista de
ingredientes
75% dos açúcares totais
declarados
Barra de cereais com
fruta
Fonte : OPAS (2016)
21
Com os dados obtidos, foi construído um banco de dados com todas as
informações presentes nos rótulos dos produtos (Apêndice 01). Neste, foram descritos os tipos
de produtos alimentícios analisados, o grau de processamento a que eles foram submetidos, de
acordo com o Guia Alimentar para a população Brasileira (2014) e de acordo com a OPAS
(2016), e suas respectivas classes e tipos de aditivos.
22
5. RESULTADOS
Os produtos analisados foram separados em 8 grupos (grupo dos lácteos, grupo
das papas, grupo das sopas, grupo dos cereais matinais, grupo dos salgados, grupo dos doces,
grupo das bebidas industrializadas e grupo dos produtos cárneos). Para que não houvesse a
identificação de marcas comerciais, os produtos alimentícios foram classificados como A, B e
C.
5.1 GRUPO DOS LÁCTEOS
No Quadro 4, do grupo dos Lácteos composto por 9 produtos alimentícios
(leites líquidos, leites em pó, achocolatados líquidos, achocolatados em pó, iogurtes, fórmulas
infantis, leites fermentados, leites condensados e requeijões), foram observados apenas dois
produtos minimamente processados, classificados de acordo com o Guia Alimentar para a
População Brasileira (2014), o leite líquido e o leite em pó, os demais foram classificados
como ultraprocessados. Estes dois primeiros produtos também não foram classificados de
acordo com a OPAS (2016), por se tratarem de alimentos minimamente processados e tendo
em vista que nesta classificação inclui-se apenas os alimentos processados e ultraprocessados.
Em relação aos aditivos alimentares foi observada a presença dos estabilizantes
nas três marcas de leite líquidos. Nos leites em pó, apenas o da marca B apresentou um
emulsificante, os demais não apresentaram aditivos. Todos os produtos lácteos apresentaram
excesso de pelo menos um dos componentes analisados de acordo com a OPAS (2016). No
Quadro 4 pode-se observar as diferentes classes e respectivas quantidades de aditivos
encontrados nos diversos produtos lácteos. Estes variaram de 1 a 9 neste grupo de alimentos,
sendo verificados em maior frequência os aditivos das classes dos estabilizantes,
emulsificantes, aromatizantes e conservantes.
22
TABELA 3 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), e aditivos mais utilizados em diferentes grupos
de alimentos.
GRUPO DE
ALIMENTOS
Nº de
produtos
por
grupo
Nº de
marcas analisadas
NÍVEL DE PROCESSAMENTO
ADITIVOS MAIS
PRESENTES
GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
OPAS (2016)
Minimamente
Processados
nº (%)
Processados
nº (%)
Ultraprocessados
nº (%)
Processados e
Ultraprocessados
nº (%)
Lácteos
8
24
6 (22,2%)
-
18 (77,7%)
18 (77,7%)
Estabilizantes (Citrato de
sódio, polifosfato de
sódio, trifosfato de sódio e
pectina) – Emulsificante
(Lecitina de soja)
Aromatizantes –
Conservante (Sorbato de
potássio)
Papas
4
12
-
-
12 (100%)
12 (100%)
Aromatizantes -
Acidulantes (Ácido
cítrico)
Sopas
2
6
-
-
6 (100%)
6 (100%)
Realçador de sabor -
(Glutamato Monossódico)
Antiumectante (Dióxido
de Silício)
Cereais
Matinais
1 3 - - 3 (100%) 3 (100%) Aromatizantes
Salgados
4
12
-
5 (41,6%)
7 (58,3%)
12 (100%)
Realçador de sabor -
(Glutamato Monossódico)
Corante (Urucum)
Aromatizantes
23
Doces 11 33 - 33 (100%) 33 (100%) Aromatizantes -
Corante (Vermelho 40) –
Emulsificantes (Lecitina e
Mono/diglicerídeos de
ácido graxos) –
Reguladores de acidez
(Ácido fumárico e citrato
de sódio)
Bebidas
Industrializa-
das
3
9
-
-
9 (100%)
9 (100%)
Corante (Amarelo
Crepúsculo) - Acidulante
(Ácido cítrico) -
Regulador de acidez
(Citrato de sódio)
Aromatizantes
Produtos
Cárneos
6
18
-
-
18 (100%)
18 (100%)
Realçador de sabor
(Glutamato Monossódico)
-
Estabilizante
(Tripolifosfato de Sódio) -
Conservantes (Nitrito e
nitrato de sódio) -
Aromatizante (Aroma de
alho) - Antioxidante
(Isoascorbato de Sódio)
TOTAL 39 117 6 (5%) 5 (4,1%) 106 (90,8%) 111 (95%) -
Continuação da Tabela 3.
24
GRUPO DOS LÁCTEOS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR
PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO
TIPOS DE ADITIVOS N°
Leites Líquidos
A Minimamente Processado Não Classificado Estabilizantes
Citrato de Sódio
4 Trifosfato de Sódio
Monofosfato de Sódio
Difosfato de Sódio
B Minimamente Processado Não Classificado Estabilizantes
Citrato de Sódio
4 Trifosfato de Sódio
Monofosfato Monossódico
Difosfato Dissódico
C Minimamente Processado Não Classificado Estabilizantes
Citrato de Sódio
4 Trifosfato de Sódio
Monofosfato de Sódio
Difosfato de Sódio
Leites em Pó
A Minimamente Processado Não Classificado Não há aditivos - -
B Minimamente Processado Não Classificado Emulsificante Lecitina de Soja 1
C Minimamente Processado Não Classificado Não há aditivos - -
Achocolatados A Ultraprocessado Excesso de Sódio Espessantes Goma Guar
Continuação do quadro 2 – Grupo dos lácteos
Quadro 4 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo dos Lácteos.
25
Líquidos Outros Edulcorantes
Excesso de Açúcares
Livres
Goma Gelana
9
Goma Xantana
Estabilizantes Fosfato Dissódico
Edulcorantes
Ciclamato de Sódio
Sacarina de Sódio
Acessulfame K
Aromatizantes Aroma de Chocolate
Aroma de Baunilha
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Saturadas
Espessantes Goma Guar
7
Goma Carragena
Estabilizantes
Monoglicerídeo de Á.graxos
Diglicerídeos de Á. Graxos
Citrato de Sódio
Lecitina de Soja
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Açúcares
Livres
Estabilizantes Celulose Microcristalina
5
Citrato de Sódio
Espessantes Carboximetilcelulose
Goma Carragena
Aromatizantes Não identificado
Achocolatados
em Pó A Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Emulsificante Lecitina de Soja
2 Aromatizantes Não identifica qual
Continuação do Quadro 4.
26
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Emulsificante Lecitina de Soja
2 Aromatizantes Não identifica qual
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Emulsificante Lecitina de Soja
2 Aromatizantes Não identifica qual
Iogurtes
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Conservantes Sorbato de Potássio
3 Corantes Carmim
Aromatizantes Aroma de Morango
B Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Totais
Conservantes Sorbato de Potássio
7
Acidulante Àcido Cítrico
Corantes Carmim
Espessantes
Carboximetilcelulose
Goma Xantana
Goma Carragena
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Saturadas
Conservantes Sorbato de Potássio
8
Acidulante Ácido Lático
Estabilizantes Não identificado
Aromatizantes
Aroma de Maçã
Aroma de Mamão
Aroma de Banana
Corantes Carmim
Urucum
Continuação do Quadro 4.
27
Leites
Condensados
A Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Saturadas
Não há aditivos -
-
B Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Saturadas
Não há aditivos -
-
C Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
Livres
Excesso de Gorduras
Saturadas
Não há aditivos -
-
Leites
Fermentados
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Estabilizantes Pectina
Acidulante Ácido Cítrico
Aromatizantes Não identificado 3
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Estabilizantes Pectina
3 Acidulante Ácido Cítrico
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Conservantes Sorbato de Potássio
2 Aromatizantes Aroma de Frutas Cítricas
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Difosfato Tetrasódico
5 Polifosfato de Sódio
Conservantes Ácido Sórbico
Nisina
Corantes Urucum
Continuação do Quadro 4.
28
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Conservantes Ácido Sórbico
3
Estabilizantes Disfosfato de Sódio
Polifosfato de Sódio
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Estabilizantes
Polifosfato de Sódio
5
Pirofosfato de Sódio
Pirofosfato Ácido de Sódio
Regulador de
Acidez Ácido Lático
Conservantes Sorbato de Potássio
Fonte: Rótulos dos Alimentos/ Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) / OPAS (2016).
Continuação do Quadro 4.
29
5.2 GRUPO DAS PAPAS
O grupo das papas é composto por 4 produtos alimentícios (mingaus de arroz,
farinha lácteas, papas doces e salgadas). De acordo com o Quadro 5 observa-se que todos os
alimentos são ultraprocessados, conforme o Guia Alimentar para a População Brasileira
(2014). Observou-se também que os mingaus de arroz analisados apresentaram excesso de
açúcares livres de acordo com a OPAS (2016) e em relação aos aditivos, todas apresentaram
aromatizante e os das marcas B e C apresentaram emulsificantes.
De acordo com o Quadro 5 verifica-se que, com exceção das papas salgadas,
todos os outros produtos apresentaram como aditivos aromatizantes, acidulantes e/ou
estabilizantes. Quase todas as apresentações do grupo das papas apresentaram excesso de
açúcares livres, com exceção das papas salgadas que apresentaram excesso de gorduras totais
e excesso de sódio, este último em apenas uma marca.
30
GRUPO DAS PAPAS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO
-
GUIA ALIMENTAR
PARA A
POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO TIPOS DE ADITIVOS
Nº
Mingaus de
Arroz
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Aromatizantes Baunilha
1
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Aromatizantes Aroma de Baunilha
Emulsificantes Lecitina de Soja 2
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Aromatizantes Aroma de Baunilha 2
Emulsificantes Lecitina de Soja
Farinhas Lácteas
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Estabilizantes Fosfato tricálcico
2 Aromatizantes Não identificado
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Aromatizantes Não identificado
1
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Aromatizantes Não identificado
1
Papas Salgadas
A Ultraprocessado Excesso de Gorduras
Totais Não há aditivos -
-
B Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Não há aditivos -
-
Quadro 5 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo das papas.
31
Totais
C Ultraprocessado Excesso de Gorduras
Totais Não há aditivos -
-
Papas Doces
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Acidulante Ácido Cítrico
1
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Acidulante Ácido Cítrico
1
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Acidulante Ácido Cítrico
1
Fonte: Rótulos dos Alimentos/ Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) / OPAS (2016).
Quadro 3 – Grupo das Papas
Continuação do Quadro 5.
32
5.3 GRUPO DAS SOPAS
De acordo com o Quadro 6, o grupo das sopas é composto por dois produtos
alimentícios (macarrões instantâneos e sopas pré-preparadas), ambos classificados como
ultraprocessados, de acordo com o Guia alimentar para a População Brasileira (2014). Os
produtos deste grupo apresentaram excesso de sódio e/ou excesso de gorduras totais e
saturadas, de acordo com a OPAS (2016). No Quadro 6 também pode-se observar os
diferentes aditivos utilizados para as marcas de ambos os produtos alimentícios. O número de
aditivos variou entre 3 e 15 em apenas um produto.
33
GRUPO DAS SOPAS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR
PARA A
POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO
TIPOS DE
ADITIVOS
Nº
Macarrões
Instantâneos A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Antiumectante Dióxido de Silício
15
Estabilizantes Tripolifosfato de
Sódio
Acidulante Ácido Cítrico
Aromatizantes Não identificado
Corantes
Betacaroteno
Caramelo IV
Páprica
Reguladores de
Acidez
Carbonato de Sódio
Carbonato de
Potássio
Ácido Cítrico
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
Inosinato Dissódico
Guanilato Dissódico
Espessantes
Goma Xantana
Carboximetilcelulose
Sódica
Quadro 6 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo das sopas.
34
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Reguladores de
Acidez Carbonato de Sódio
5
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
Estabilizantes Pirofosfato Ácido de
Sódio
Corantes Cúrcuma
Antiumectante Fosfato Tricálcico
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Reguladores de
Acidez Carbonato de Sódio
7
Estabilizantes Pirofosfato Àcido de
Sódio
Corantes Cúrcuma
Urucum
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
Aromatizantes Não identificado
Antiumectante Fosfato Tricálcico
Sopas Pré-
preparadas
A Ultraprocessado Excesso de Sódio
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
5 Inosinato de Sódio
Aromatizantes Não identificado
Antiumectante Dióxido de Silício
Corantes Cúrcuma
B Ultraprocessado Excesso de Sódio Corantes
Corante Dióxido de
titânio
Caramelo IV
Espessantes Goma Guar
Continuação do Quadro 6.
35
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
8 Inosinato dissódico
Guanilato Dissódico
Aromatizantes Não identificado
Acidulante Ácido Cítrico
C Ultraprocessado Excesso de Sódio
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
3
Inosato de Sódio
Antiumectante Dióxido de Silício
Fonte: Rótulos dos Alimentos/ Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) / OPAS (2016)
Continuação do Quadro 6.
36
5.4 GRUPO DOS CEREAIS MATINAIS
De acordo com o Quadro 7, o grupo dos cereais matinais é composto por
apenas um tipo de produto alimentício, o próprio cereal matinal. Estes são classificados como
ultraprocessados de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014). De
acordo com a OPAS (2016) as três marcas analisadas neste grupo apresentaram excesso de
açúcares livres. Em relação aos aditivos, de acordo com o Quadro 7, verifica-se também que
apenas uma marca não apresentou aditivo.
37
GRUPO DOS CEREAIS MATINAIS
PRODUTO
ALIMENTÍCIO MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR
PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO TIPOS DE ADITIVOS
Nº
Cereais
Matinais
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Antioxidante Tocoferol
2 Aromatizantes Não identificado
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres
Estabilizantes
Monoglicerídeo de
Á.graxos
4 Diglicerídeos de À. Graxos
Aromatizantes Não identificado
Corante Caramelo IV
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares
Livres Não há aditivos -
-
Fonte: Rótulos dos Alimentos/ Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) / OPAS (2016)
Quadro 7 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo dos cereais matinais.
38
5.5 GRUPO DOS SALGADOS
De acordo com o Quadro 8, o grupo dos salgados é composto por quatro
produtos alimentícios (pipocas, biscoitos salgados, batatas fritas e amendoins), dois desses são
considerados ultraprocessados (pipocas e biscoitos salgados), e os outros dois são
considerados processados (amendoim e batata frita). É importante ressaltar que uma das
marcas da batata frita (marca C), devido a seus ingredientes adicionados, é considerado um
produto ultraprocessado, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014).
Todos os produtos apresentaram excessos, sendo predominante o excesso de
sódio e de gorduras saturadas. Ainda de acordo com a Quadro 8, pode-se verificar que todos
os produtos contêm aditivos, com exceção de duas marcas de batata fritas e de amendoim.
Verificou-se a utilização de uma grande variedade de aditivos, 9 e 10 respectivamente, para
produtos simples como pipoca e batata frita.
39
GRUPO DOS SALGADOS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR
PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO
-
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO
TIPOS DE
ADITIVOS
Nº
Pipocas
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
9
Inosinato de Sódio
Guanilato de Sódio
Corante Urucum
Cúrcuma
Emulsificante
Monoglicerídeo de
Á.graxos
Diglicerídeos de Á.
Graxos
Reguladores de
Acidez
Ácido Cítrico
Àcido lático
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificante Propileno Glicol
7
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
Inosinato dissódico
Antiumectante Fosfato tricálcico
Dióxido de Silício
Corante Urucum
Aromatizantes Aroma de Milho
Quadro 8 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo dos salgados.
40
Aroma de Fumaça
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
6 Aromatizantes Não identificado
Acidulante Àcido Cítrico
Antiumectante Dióxido de Silício
Corante Urucum
Caramelo
Batatas Fritas
A Processado
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Não há aditivos -
-
B Processado
Excesso de
Gorduras totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Não há aditivos -
-
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
11
Inosinato
Glutamato Dissódico
Acidulantes Ácido Cítrico
Ácido Lático
Aromatizantes Não identificado
Corantes Tartrazina
Sunset
Estabilizantes Fosfato dissódico
Antiumectantes Dióxido de Silício
Continuação do Quadro 8.
41
Fosfato Tricálcico
Emulsificantes
Monoglicerídeo de
Á.graxos
2
Diglicerídeos de Á.
Graxos
Biscoito Salgado
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Fermento Químico Bicarbonato de Sódio
5
Emulsificante Lecitina de Soja
Reguladores de
Acidez
Tartarato
Monopotássico
Melhoradores de
Farinha
Ácido Ascórbico
Metabissulfito de
Sódio
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificante Lecitina de Soja
5
Aromatizantes Não identificado
Fermento Químico
Fosfato Monocálcico
Bicarbonato de Sódio
Bicarbonato de
Amônio
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Saturadas
Fermento Químico
Bicarbonato de Sódio
6
Bicarbonato de
Amônio
Acidulante Ácido Lático
Melhoradores de
Farinha
Metabissulfito de
Sódio
Protease
Aromatizantes Não identificado
Continuação do Quadro 8.
42
Amendoim
A Processado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Não há aditivos -
-
B Processado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Realçadores de
Sabor
Glutamato
Monossódico
1
C Processado
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Não há aditivos -
-
Continuação do Quadro 8.
43
5.6 GRUPO DOS DOCES
De acordo com o Quadro 9, o grupo dos doces é composto por 11 produtos
alimentícios (chocolates, balas, chicletes, gelatinas, biscoitos doces, sorvetes, pirulitos e
picolés, panetones, jujubas e catchups), todos estes classificados como ultraprocessados de
acordo com o Guia alimentar para a População Brasileira (2014). Todos os chocolates
analisados apresentaram excesso de açúcares livres, gorduras totais e saturadas, segundo os
critérios da OPAS (2016).
Todos os produtos apresentaram excesso de açúcares livres, havendo também
em vários desses alimentos excessos de gorduras totais e saturadas. Alguns apresentaram
edulcorantes e, surpreendentemente, produtos como gelatina e catchup apresentaram excesso
de sódio. Com relação aos aditivos (Quadro 9) todos os produtos apresentaram de 1 a 15
diferentes tipos de aditivos, com exceção de uma das marcas de catchup que não continha
nenhum.
44
GRUPO DOS DOCES
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR PARA
A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO
TIPOS DE
ADITIVOS
Nº
Chocolates
A Ultraprocessado
Excesso de Açúcares Livres
Excesso de Gorduras Totais Excesso de Gorduras
Saturadas
Emulsificantes
Lecitina de Soja
3 Poliglicerol
Polirricinoleato
Aromatizantes Não identificado
B Ultraprocessado
Excesso de Açúcares Livres Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Emulsificantes
Lecitina de Soja
3 Ricinoleato de
Glicerila
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado
Excesso de Açúcares Livres
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Emulsificantes
Lecitina de Soja
3
Poliglicerol Polirricinoleato
Aromatizantes Não identificado
Quadro 9 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo dos doces..
45
Balas
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
7
Aromatizantes Não identificado
Reguladores de
Acidez Citrato de Potássio
Corantes
Vermelho 40
Azul Brilhante
FCF
Dióxido de Titânio
Glaceante Cera de Carnaúba
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
4 Reguladores de
Acidez Lactato de Sódio
Aromatizantes Não identificado
Corante Vermelho 40
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
5 Estabilizantes Lecitina de Soja
Aromatizantes Não identificado
Corantes
Tartrazina
Azul Brilhante
FCF
Continuação do Quadro 9.
46
Chicletes
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Emulsificantes Lecitina de Soja
6
Umectante Glicerina
Corantes
Vermelho 40
Amarelo Crepúsculo
Indigotina
Aromatizantes Não identificado
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Umectante Triacetina
5 Glicerina
Corantes Vermelho 40
Acidulante Ácido Cítrico
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado Outros edulcorantes
Edulcorantes
Sorbitol
15
Maltilol
Aspartame
Acessulfame -k
Aromatizantes Não identificado
Umectantes Glicerina
Triacetina
Emulsificantes
Monoglicerídeo de Á.graxos
Diglicerídeos de Á.
Graxos
Lecitina de Soja
Acidulante Ácido Cítrico
Reguladores de
Acidez
Ácido Málico
Melato Monossódico
Corantes Eritrosina e V40
Continuação do Quadro 9.
47
Gelatinas
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio Outros Edulcorantes
Excesso de Açúcares
Livres
Reguladores de
Acidez
Ácido Fumárico
9
Citrato de Sódio
Aromatizantes Não identificado
Edulcorantes
Sacarina Sódica
Ciclamato de Sódio
Aspartame
Acessulfame -k
Corantes Bordeaux - S
Amarelo Crepúsculo FCF
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Outros Edulcorantes
Excesso de Açúcares Livres
Reguladores de Acidez
Ácido Fumárico
8
Citrato de trissódico
Edulcorantes
Ciclamato de Sódio
Aspartame
Sacarina Sódica
Corantes Bordeaux - S
Amarelo Crepúsculo FCF
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Outros Edulcorantes Excesso de Açúcares
Livres
Reguladores de
Acidez
Ácido Fumárico
8
Citrato de Sódio
Edulcorantes
Sacarina Sódica
Aspartame
Ciclamato de Sódio
Acessulfame -k
Aromatizantes Não identificado
Corantes Bordeaux - S
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces
Continuação do Quadro 9.
48
Biscoitos Doces
A Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de Gorduras Saturadas
Fermento Químico
Bicarbonato de Sódio
6
Bicarbonato de Amônio
Pirofosfato Ácido de Sódio
Emulsificantes Lecitina de Soja
Corantes Caramelo IV
Aromatizantes Aroma de Chocolate
B Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres
Excesso de
Gorduras Totais Excesso de
Gorduras Saturadas
Fermento Químico
Bicarbonato de Sódio
7
Bicarbonato de Amônio
Pirofosfato Ácido de Sódio
Emulsificantes Lecitina de Soja
Aromatizantes Não identificado
Corantes Carmim
Acidulante Ácido Cítrico
C
Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Fermento Químico
Bicarbonato de Sódio
5
Bicarbonato de Amônio
Bicarbonato de Potássio
Emulsificantes Lecitina de Soja
Aromatizantes Não identificado
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces Continuação do Quadro 9.
49
Panetones
A Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de Gorduras Saturadas
Emulsificantes
Monoglicerídeo de
Á.graxos
5 Diglicerídeos de Á. Graxos
Aromatizantes Não identificado
Conservantes Propionato de Cálcio
Ácido Sórbico
B Ultraprocessado
Excesso de Açúcares Livres
Excesso de
Gorduras Totais Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificantes
Monoglicerídeos de Á.graxos
5 Diglicerídeos de Á. Graxos
Aromatizantes Não identificado
Conservantes Propionato de Cálcio
Àcido Sórbico
C Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificantes
Monoglicerídeo de
Á.graxos
5
Diglicerídeos de Á. Graxos
Conservantes Propionato de Cálcio
Àcido Sórbico
Aromatizantes Não identificado
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces Continuação do Quadro 9.
50
Jujubas
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Aromatizantes Não identificado
6
Acidulante Ácido Cítrico
Corantes
Amarelo Tartrazina
Amarelo Crepúsculo
Vermelho 40
Azul Brilhante FCF
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Geleificante Gelatina
8
Acidulante Ácido Cítrico
Ácido lático
Regulador de Acidez Ácido Málico
Aromatizantes Aroma de Tangerina
Antioxidantes Lactato de Sódio
Corantes Tartrazina
Amarelo Crepúsculo
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres Aromatizantes Não identificado 2
Corante Vermelho 40
Continuação do Quadro 9.
51
Pirulitos
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
9 Aromatizantes
Aroma de Laranja
Aroma de Limão
Aroma de Abacaxi
Aroma de Morango
Corantes
Vermelho 40
Amarelo Crepúsculo
Amarelo Tartrazina
Azul Brilhante FCF
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
4 Corantes Vermelho 40
Aromatizantes Aroma de Tutti Fruti
Aroma de Cereja
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Acidulante Ácido Cítrico
9 Aromatizantes
Aroma de Morango
Aroma de Uva
Aroma de Abacaxi
Aroma de Limão
Corantes
Vermelho 40
Amarelo Crepúsculo
Amarelo Tartrazina
Azul Indigotina
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces Continuação do Quadro 9.
52
Sorvetes
A Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres
Excesso de
Gorduras Totais Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificantes Monoglicerídeo de Á.graxos
6
Diglicerídeos de Á. Graxos
Estabilizantes Alginato de Sódio
Fosfato Dissódico
Aromatizantes Não identificado
Reguladores de Acidez
Bicarbonato de Sódio
B Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres
Excesso de
Gorduras Totais Excesso de
Gorduras Saturadas
Emulsificantes Monoglicerídeo de Á.graxos
8
Diglicerídeos de À. Graxos
Espessantes
Goma Jataí
Goma Guar
Goma Carragena
Corantes Tartrazina
Amarelo Crepúsculo
Aromatizantes Não identificado
C Ultraprocessado
Excesso de
Açúcares Livres Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de Gorduras Saturadas
Aromatizantes Não identificado
3 Fermento Químico Bicarbonato de Sódio
Geleificante Pectina
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces Continuação do Quadro 9.
53
Picolés
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Aromatizantes Aroma de Chiclete
4
Emulsificantes
Monoglicerídeo de Á.graxos
Diglicerídeos de Á.
Graxos
Espessantes Goma Guar
B Ultraprocessado
Excesso de Açúcares Livres
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Aromatizantes Aroma de Nata
4 Emulsificantes
Monoglicerídeo de Á.graxos
Diglicerídeos de Á.
Graxos
Espessantes Goma Guar
C Ultraprocessado Excesso de Açúcares Livres
Espessantes Goma Guar 4
Goma Jataí
Acidulante Àcido Cítrico
Aromatizantes Não identificado
Catchups
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Açúcares
Livres
Acidulante Àcido Lático
4 Aromatizantes Não identificado
Conservantes Sorbato de Potássio
Espessantes Goma Xantana
B Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Açúcares Livres Conservantes Sorbato de Potássio
1
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Açúcares Livres
Não há aditivos -
-
Continuação do quadro 7 – Grupo dos Doces Continuação do Quadro 9.
55
5.7 GRUPO DAS BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS
De acordo com o Quadro 10, o grupo dos doces é composto por 3 produtos
alimentícios (sucos de caixa, sucos em pó e refrigerantes), todos esses classificados como
ultraprocessados segundo o Guia alimentar para a População Brasileira (2014). Conforme os
critérios da OPAS (2016), alguns produtos apresentaram excesso de açúcares livres e outros
apresentaram “outros edulcorantes” de acordo com os critérios e excesso de sódio.
Quantos aos aditivos (Quadro 10), estes variaram em número de 2 a 12, como
se pode observar em uma das marcas de suco de caixa e em pó, respectivamente.
56
GRUPO DAS BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR
PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016)
CLASSE DE
ADITIVO TIPOS DE ADITIVOS
Nº
Sucos de Caixa
A Ultraprocessado Excesso de Açúcares
livres
Regulador de Acidez Ácido Cítrico 2 Antioxidante Ácido Ascórbico
B Ultraprocessado Excesso de Açúcares
livres
Outros Edulcorantes
Estabilizantes Pectina
8
Goma Guar
Acidulante Ácido Cítrico
Aromatizantes Não identificado
Reguladores de
Acidez Ácido Málico
Corante Urucum
Cúrcuma
Edulcorante Sucralose
C
Ultraprocessado Excesso de Açúcares
livres
Acidulante Ácido Cítrico
6
Aromatizantes Não identificado
Conservantes Benzoato de Sódio
Sorbato de Potássio
Sequestrantes EDTA Cálcio Dissódico
Corantes Amarelo Crepúsculo
Excesso de Açúcares
Acidulante Ácido Cítrico
Antiumectante Fosfato Tricálcico
Regulador de Acidez Ácido Fumárico
Quadro 10 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de aditivos
presentes no grupo das bebidas industrializadas.
57
Sucos em Pó
A Ultraprocessado livres
Outros Edulcorantes
Edulcorantes Acessulfame -k 7
Ciclamato de Sódio
Corantes Caramelo IV
Aromatizantes Não identificado
B
Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Outros Edulcorantes
Excesso de Açúcares livres
Acidulante Ácido Cítrico
12
Reguladores de Acidez
Citrato de Sódio
Antiumectante Fosfato Tricálcico
Espessantes Goma Xantana
Carboximetilcelulose
Aromatizantes Não identificado
Edulcorantes Aspartame
Ciclamato de Sódio
Acessulfame -k
Sacarina Sódica
Corantes Dióxido de Titãnio
Amarelo Crepúsculo
C
Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Outros Edulcorantes Excesso de Açúcares
livres
Acidulante Ácido Cítrico
8
Antiumectante Fosfato Tricálcico
Aromatizantes Aroma de Laranja
Reguladores de
Acidez
Citrato de Sódio
Edulcorantes Aspartame
Acessulfame -k
Corantes Dióxido de Titãnio
Amarelo Crepúsculo
A
Ultraprocessado
Excesso de Açúcares livres
Estabilizantes Goma Arábica
6
Aromatizantes Não identificado
Corantes Amarelo Crepúsculo
Acidulante Ácido Cítrico
Conservantes Sorbato de Potássio
Continuação do Quadro 10.
58
Refrigerantes
Benzoato de Sódio
B
Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
livres
Aromatizantes Não identificado
12
Reguladores de
Acidez
Ácido Cítrico
Ácido Málico
Citrato de Sódio
Conservantes Sorbato de Potássio
Benzoato de Sódio
Estabilizantes Acetato Isobutirato de Sacarose
Dioctil Sulfosuccinato de
Sódio
Corantes Tartrazina
Amarelo Crepúsculo
Verde Rápido FCF
Sequestrantes EDTA Cálcio Dissódico
C
Ultraprocessado
Excesso de Açúcares
livres
Acidulante Ácido Cítrico
5 Conservantes Sorbato de Potássio
Benzoato de Sódio
Aromatizantes Não identificado
Corantes Caramelo IV
Continuação do Quadro 10.
Continuação do Quadro 10.
59
5.8 GRUPO DOS PRODUTOS CÁRNEOS
De acordo com o Quadro 11, esse grupo é composto por 6 produtos
alimentícios (salsichas, mortadelas, linguiças, presuntos, hambúrgueres e empanados), todos
estes classificados como ultraprocessados conforme o Guia alimentar para a População
Brasileira (2014). Todos os produtos analisados apresentaram excesso de sódio, gorduras
totais e saturadas, com exceção de duas marcas de mortadelas (sem excessos de sódio) e duas
marcas de presunto (uma delas não apresentou excesso de gorduras saturadas e a outra
somente apresentou excesso de sódio).
Em relação aos aditivos, estes variaram de 2 a 14 em umas das marcas de
linguiça e mortadelas, respectivamente. Os aditivos mais presentes foram os realçadores de
sabor, estabilizantes, conservantes, aromatizantes e antioxidantes.
64
GRUPO DOS PRODUTOS CÁRNEOS
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS MARCAS
NÍVEL DE
PROCESSAMENTO -
GUIA ALIMENTAR PARA
A POPULAÇÃO
BRASILEIRA (2014)
CLASSIFICAÇÃO -
OPAS (2016) CLASSE DE ADITIVO TIPOS DE ADITIVOS
Nº
Salsichas
A Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
10
Pirofosfato Dissódico
Realçador de sabor Glutamato Monossódico
Aromatizantes
Aroma de Pimenta
Aroma de Chiplote
Aroma de Aipo
Aroma de Alecrim
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Acidulantes Ácido Cítrico
Conservantes Nitrito de Sódio
B Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Polifosfato de Sódio
6
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
Realçador de sabor Glutamato Monossódico
Corantes Urucum
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras
Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
11
Corantes Urucum
Conservantes Nitrito de Sódio
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Pirofosfato Dissódico
Reguladores de Acidez Lactato de Sódio
Realçador de sabor Glutamato Monossódico
Aromatizantes
Aroma de Pimenta
Aroma de Fumaça
Aroma de Alho
Aroma de Páprica
Quadro 11 – Nível de processamento de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016), classes, tipos e quantidades (Nº) de
aditivos presentes no grupo dos produtos cárneos.
65
Mortadelas
A Ultraprocessado
Reguladores de
Acidez
Lactato de Sódio
10
Citrato de Sódio
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Pirofosfato Dissódico
Aromatizantes Aroma de Fumaça
Aroma de Alho
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Acidulantes Ácido Cítrico
Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
B Ultraprocessado
Aromatizantes
Aroma de Carne
14
Aroma de Pimenta
Aroma de Capsicum
Aroma de Noz Moscada
Aroma de Alho
Aroma de Canela
Aroma de Cardamomo
Aroma de Coentro
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Pirofosfato Dissódico
Realçadores de sabor Glutamato Monossódico
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Conservantes Nitrito de Sódio
Corantes Carmim de Cochonilha
Continuação do Quadro 11.
66
C Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras Saturadas
Reguladores de Acidez Lactato de Sódio
6
Estabilizantes Polifosfato de Sódio
Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
Realçadores de sabor Glutamato Monossódico
Antioxidante Eritorbato de Sódio
Linguiças A Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
12
Pirofosfato Dissódico
Regulador de Acidez Lactato de Sódio
Aromatizantes Aroma de Carne
Aroma de Alho
Aroma de Fumaça
Corantes Carmim
Caramelo IV
Vermelho de Beterraba
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
B Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Conservantes Nitrito de Sódio
3
Nitrato de Sódio
Antioxidante Eritorbato de Sódio
C Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Realçadores de sabor Glutamato Monossódico
8
Acidulantes Glucona Delta Lactona
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Pirofosfato Dissódico
Aromatizantes Aroma de Alho
Aroma de fumaça
Continuação do Quadro 11.
67
Presuntos
A Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Estabilizantes
Tripolifosfato de Sódio
10
Hexametafosfato de
Sódio
Espessante Carragena
Realçadores de sabor Glutamato
Monossódico
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Conservantes Nitrito de Sódio
Aromatizantes Aroma de Pimenta
Corantes
Camim de Cochonilha
Caramelo IV
Vermelho de Beterraba
B Ultraprocessado Excesso de Sódio
Reguladores de
Acidez Lactato de Sódio
8 Estabilizantes Polifosfato de Sódio
Espessantes Carragena
Realçadores de sabor Glutamato
Monossódico
Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Corantes Carmim de Cochonilha
C Ultraprocessado Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Polifosfato de Sódio
5 Conservantes Nitrito de Sódio
Nitrato de Sódio
Realçadores de sabor Glutamato
Monossódico
Antioxidante Eritorbato de Sódio
Continuação do Quadro 11.
68
Antioxidante Eritorbato de sódio
Conservante Nitrato de Sódio
Continuação do Quadro 11.
69
Hambúrgueres
A
Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais Excesso de Gorduras
Saturadas
Aromatizantes Aroma de Fumaça
6
Aroma de Pimenta
Preta
Estabilizantes Polifosfato de Sódio
Corante Caramelo
Antioxidante Eritorbato de Sódio
Realçadores de sabor Glutamato Monossódico
B
Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Aromatizantes
Aroma de Carne
11
Aroma de Pimenta
Aroma de Alho
Aroma de Cebola
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Corante Caramelo
Realçadores de sabor Glutamato
Monossódico
Antioxidante Eritorbato de Sódio
C
Ultraprocessado
Excesso de Sódio
Excesso de Gorduras Totais
Excesso de Gorduras
Saturadas
Realçadores de sabor Glutamato
Monossódico
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio 3
Antioxidante
Eritorbato de Sódio
Continuação do Quadro 11.
70
Empanados
A Ultraprocessado
Excesso de
Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Aromatizantes Aroma de Alho
7
Aroma de Alecrim
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
Polifosfato Dissódico
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Espessante Goma Xantana
Corantes Urucum
B Ultraprocessado
Excesso de
Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Corantes Urucum
11
Cúrcuma
Espessantes Goma Guar
Carragena
Aromatizantes
Aroma de Alho
Aroma de Pimenta
Vermelha
Estabilizantes
Tripolifosfato de Sódio
Hexametafosfato de Sódio
Pirofosfato de Sódio
Antioxidante Isoascorbato de Sódio
Realçadores de
sabor Glutamato Monossódico
C Ultraprocessado
Excesso de
Sódio
Excesso de
Gorduras Totais
Excesso de
Gorduras
Saturadas
Estabilizantes Tripolifosfato de Sódio
5 Aromatizantes Não identificado
Espessantes Goma Xantana
Corantes
Urucum
Cúrcuma
Continuação do Quadro 11.
70
6. DISCUSSÃO
A Tabela 3 demonstra que 22,2% dos alimentos do grupo dos lácteos apresentou
um grau de processamento mínimo, isto devido ao fato desses alimentos, no caso o leite em pó e
líquido, serem submetidos a processos mínimos como a pasteurização e resfriamento. Com o
aumento do consumo e da produção do leite, surgiu a necessidade de aprimoramento de técnicas
e de higienização na obtenção, transporte e conservação do leite, com o objetivo de garantir um
produto limpo e saudável e com maior tempo de conservação. Por isso, existem inúmeros
processos que podem ser feitos ao leite para melhor a qualidade e aumentar a vida de prateleira
do produto, visando eliminar bactérias patogênicas e reduzir as deterioradoras, seguido de
resfriamento, aumentando a vida útil do leite, sem alteração sensível da sua composição
nutricional e sensorial (VENTURINI; SARCINELLI; SILVA, 2007).
Cerca de 77,7% dos alimentos analisados no grupo dos lácteos foram classificados
como ultraprocessados de acordo com o Guia Alimentar (2014) e OPAS (2016). Além desses
alimentos terem um perfil nutricional intrinsicamente desequilibrado (excesso de sódio, excesso
de açúcar e excesso de gorduras), os processos e os ingredientes utilizados no
ultraprocessamento levam a produtos que confundem o controle natural da fome e saciedade e
que, nesta medida, promovem a obesidade. Isto porque são produtos que contêm grande
quantidade de calorias por volume, sendo praticamente pré-digeridos e contendo pouca ou
nenhuma fibra alimentar, são absorvidos muito rapidamente, sendo considerados produtos
hiperpalatáveis. É importante enfatizar que tanto o excesso de açúcar, gorduras e sal quanto a
alta densidade energética e a falta de fibras são atributos intrínsecos dos alimentos
ultraprocessados na medida em que decorrem da natureza dos seus ingredientes que são produtos
altamente refinados, em particular açúcar e gordura vegetal (CASTRO; MONTEIRO, 2009;
FAPESP 2015).
No grupo das papas 100% dos alimentos analisados foram considerados
ultraprocessados , tendo como aditivos mais encontrados os aromatizantes e o acidulante ácido
cítrico. Estas papas industrializadas são alimentos que contêm excesso de açúcares, gorduras e
sódio, estes produtos são geralmente são ofertados às crianças nos primeiros anos de vida, e
devido a sua composição nutricional, podem contribuir para o aumento do risco do
desenvolvimento de doenças associadas à uma má alimentação. Quando é ofertado alimentos
com muitos compostos químicos, as crianças correm riscos de desenvolverem alergias graves
pois seu sistema imune ainda está em desenvolvimento. A alimentação adequada e a introdução
dos alimentos complementares de forma saudável são fundamentais para assegurar o adequado
71
padrão de desenvolvimento da criança, por isso deve-se evitar produtos industrializados, pois
estes contêm uma grande quantidade de sódio e outros aditivos que poderão à longo prazo, serem
prejudiciais à saúde (SCHOOT, 2016).
No grupo das sopas destaca-se o alto teor de calorias encontrados no macarrão
instantâneo, devido aos elevados valores energéticos, leva ao acúmulo de riscos para o
desenvolvimento de obesidade e DCNT, contribuindo para o aumento das prevalências de
excesso de peso e fatores associados nas crianças. Existem evidências na literatura de que a
introdução precoce de alimentos infantis causa efeitos permanentes sobre o crescimento, o
metabolismo e a estrutura e/ou função de um órgão (programação metabólica), o que predispõe
ao desenvolvimento do diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e obesidade (TOLONI et
al., 2014).
De acordo com a Tabela 3, todos os cereais matinais foram classificados como
ultraprocessados (em relação ao Guia Alimentar, 2014 e a OPAS, 2016). Os cereais matinais são
produtos extrusados, tradicionalmente consumidos com leite e o principal componente é o
amido. Esses alimentos possuem excesso de açúcares que contribuem para o acréscimo da
densidade energética na dieta, possui índice glicêmico elevado e é isento de outros nutrientes
importantes para a criança, levando a criança à formação de maus hábitos alimentares e ao risco
de carências nutricionais e morbidades na idade adulta (TAKEUCHI; SABADINI; CUNHA,
2005; FERREIRA, 2015).
Neste grupo dos salgados 41,5 % dos alimentos foram considerados processados e
58,3% considerados ultraprocessados de acordo com o Guia Alimentar, 2014. Os aditivos mais
encontrados foram o realçador de sabor glutamato monossódico, o corante urucum e os
aromatizantes (Tabela 3).
A maioria desses alimentos são ricos em sódios, irritantes gástricos, estimulam a
perda de cálcio pela urina e promovem hábitos inadequados que futuramente podem vir a
desencadear problemas sérios de saúde das crianças. Os salgadinhos de pacote, tanto de milho
quanto de batata, apresentam aditivos diversos, gorduras saturadas, podendo levar ao
aparecimento de processos inflamatórios e doenças crônicas. Assim, o consumo desses alimentos
pode estar associado a um considerável incremento de energia e gordura na alimentação das
crianças (AQUINO; PHILIPE, 2002; FERREIRA, 2015).
Neste grupo dos doces todos os produtos foram classificados como
ultraprocessados (de acordo com o Guia Alimentar, 2014 e a OPAS, 2016). Observou-se nesse
72
estudo que a maioria dos alimentos deste grupo apresentou excesso de açúcares livres. Nesse
sentido, uma pesquisa realizada por Costa e colaboradores (2015), destacou que a participação
excessiva de açúcar livre na dieta aumenta o risco de ganho excessivo de peso e da obesidade,
além de aumentar a incidência de cárie dental. Além do excesso de açúcar e a densidade calórica,
a maioria dos doces apresentam gordura saturada e diversos tipos de aditivos, fatores de risco
para o desenvolvimento futuro de DCNT. Quando consumidos precocemente, podem
desencadear também hiperatividade, irritabilidade e alergias (FERREIRA, 2015).
De acordo com a Tabela 3, todos os produtos do grupo das bebidas
industrializadas foram classificados como ultraprocessados, (de acordo com o Guia Alimentar e
a OPAS). Os aditivos com mais frequência foram: Corante amarelo crepúsculo, acidulante ácido
cítrico, regulador de acidez (citrato de sódio) e aromatizantes.
Os sucos industrializados, além de conterem quantidades absurdas de corantes e
açúcares, contém, assim como os alimentos instantâneos, glutamato monossódico, um
flavorizante altamente tóxico ao sistema nervoso central, que pode vir a causar sérios transtornos
como hiperatividade, autismo, déficit de desenvolvimento e atenção, depressão e distúrbios
como obesidade e diabetes, não devendo ser oferecido a crianças menores de 2 anos devido à
imaturidade fisiológica (FERREIRA 2015).
O consumo de refrigerantes e cafés pode levar a uma redução da absorção de ferro
não heme e afetar adversamente a relação cálcio/fósforo por conter compostos fenólicos
(flavonoides, ácidos fenólicos, polifenóis e taninos) e que também estão presentes no chocolate,
chá preto e mate. O consumo elevado de refrigerantes entre crianças é preocupante, além de
possuírem uma enorme diversidade de corantes, eles são extremamente ácidos para o organismo
infantil, podendo enfraquecer os ossos por reduzir o teor de cálcio, devido ao excesso de
acidulantes, como o ácido fosfórico (POLÔNIO; PERES, 2009; FERREIRA, 2015).
Todos os alimentos do grupo dos produtos cárneos foram classificados como
ultraprocessados, nas duas formas consideradas nesse estudo (de acordo com o Guia Alimentar e
a OPAS). Os aditivos mais presentes foram: o realçador de sabor glutamato monossódico,
estabilizante tripolifosfato de sódio, conservantes nitrito e nitrato de sódio, aroma de alho e
antioxidante isoascorbato de sódio.
Os produtos cárneos ou embutidos são produtos ricos em gorduras saturadas e em
aditivos como os nitritos, conservantes tóxicos com ação carcinogênica, podendo acarretar vários
73
tumores a longo prazo, principalmente os gastrointestinais, além de doenças cardíacas
(FERREIRA 2015).
Em relação aos aditivos alimentares foi encontrado uma grande variedade dessas
substâncias nos produtos analisados. É importante ressaltar que há uma quantidade limite
estabelecida para cada aditivo, e que estes quando consumidos em excesso podem vir a ocasionar
diversos malefícios à saúde do consumidor. Os aditivos mais presentes no grupo dos lácteos
foram os estabilizantes (citrato de sódio, polifosfato de sódio, trifosfato de sódio e pectina), o
emulsificante (lecitina de soja), aromatizantes e o conservante (sorbato de potássio).
É inegável sob o ponto de vista tecnológico que os aditivos assumem papel
importante na produção de alimentos em larga escala. Porém, deve haver maior preocupação
quanto aos riscos toxicológicos provocados pela ingestão diária dessas substâncias,
principalmente em relação às crianças, que são as mais vulneráveis, em razão do consumo
potencial de alimentos com aditivos alimentares. O citrato de sódio, usado como antioxidante
pode provocar reações alérgicas, além da queda da pressão arterial, vermelhidão da pele e dor de
cabeça. A literatura destaca também que doses elevadas de aromatizantes sintéticos foram
relacionadas, em alguns estudos, a reações de irritabilidade e narcóticas podendo trazer
problemas de retardo de crescimento infantil e câncer quando há uma exposição excessiva e
prolongada dessas substâncias (POLÔNIO; PERES, 2009; HONORATO; NASCIMENTO,
2011; FERREIRA, 2015).
Uma das principais funções dos emulsificantes, bastante encontrado nos produtos
lácteos, é possibilitar uma homogeneização perfeita entre gordura e água, a lecitina de soja é um
componente importante porque ela reduz o fat bloom (migração de gordura para a superfície),
porém o consumo inadequado deste aditivo pode ocasionar diversos efeitos nocivos à saúde.
Outro aditivo observado nestes alimentos foi o sorbato, estes são cada vez mais utilizados devido
a sua baixa toxicidade, em substituição aos conservantes mais tóxicos como o ácido benzoico,
porém ainda há casos peculiares de intolerância em determinados indivíduos, que apresentaram
urticária de contato não imunológica e pseudo alergia devido ao consumo deste aditivo
(RICHTER; LANNES, 2007; COELHO, 2008).
No grupo das papas o aditivo mais encontrado foram os acidulantes, estes podem
modificar a doçura do açúcar, além de conseguir imitar o sabor de certas frutas e dar um sabor
ácido ou agridoce nas papas, o consumo excessivo destes aditivos pode provocar descalcificação
74
dos dentes e dos ossos. Doses elevadas de aromatizantes também podem trazer malefícios à
saúde, inclusive ocasionar irritabilidade e retardo do crescimento infantil (FERREIRA, 2015).
No grupo das sopas os aditivos mais presentes foram o realçador de sabor
glutamato monossódico e o antiumectante dióxido de silício. As sopas de pacotes e os macarrões
instantâneos são produtos que apresentam grandes quantidades de sal e altos níveis de gorduras,
sendo considerado como alimentos que podem contribuir para aumentar as chances do
aparecimento de doenças cardiovasculares. Além disso, na sua composição, possuem aditivos
como os antiumectantes, que são bastante encontrados, principalmente nos macarrões devido a
sua função de impedir que os alimentos absorvam a umidade e o glutamato monossódico
conhecido como uma substância viciante e pode causar reações adversas no organismo.
Especialistas observaram que o uso em excesso do glutamato pode causar enxaquecas, dores de
cabeça, náuseas, queimação no peito e sudorese, além de outras reações. (FERREIRA, 2015).
Nos cereais matinais, os aromatizantes estiveram presentes em todas as marcas
analisadas. Grande parte do sabor de um alimento é diretamente influenciada pelo seu aroma e
em meio a uma grande variedade de opções e novos alimentos surgindo no mercado, são as
características diferenciais que vão determinar a aceitação do produto pelo consumidor. Não há
perigo de toxicidade nos aromatizantes naturais, já nos artificiais, quando aplicados em baixa
dose, não há risco. Quando as doses são elevadas, podem provocar ações irritantes e narcóticas,
outros podem produzir toxicidade crônica em longo prazo, sempre que sejam empregados em
doses superiores às recomendações (HONORATO et al., 2013).
No grupo dos salgados, os aditivos mais presentes foram corantes e realçadores de
sabor e dentre os corantes naturais, o urucum é o mais usado pela indústria brasileira,
representando cerca de 90% dos corantes naturais usados no Brasil e 70% no mundo. O urucum
é usado para colorir manteiga, queijos, produtos de panificação, óleos, sorvetes, cereais e
embutidos (HONORATO et al., 2013).
O glutamato monossódico, presente nos salgados, é utilizado como aditivo
alimentar capaz de emprestar um gosto diferenciado aos alimentos reconhecido como “umami”,
expressão em japonês que significa “saboroso”. Alguns autores relataram que o glutamato
monossódico possa estar relacionado ao desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade,
diabetes, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, autismo, epilepsia, além de ser
genotóxico a vários órgãos (CARVALHO et al., 2011).
75
Em relação ao grupo dos doces os aditivos mais frequentes foram: Aromatizantes,
corante vermelho 40, emulsificante lecitina de soja e mono/diglicerídeos de ácidos graxos,
regulador de acidez ácido fumárico e citrato de sódio. Quanto a presença de corantes artificiais,
sabe-se que essas substâncias podem ocasionar o aparecimento de transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade. Alguns estudos demonstraram melhora no quadro clínico da
hiperatividade em crianças submetidas a uma dieta isenta desses compostos químicos.
Atualmente, os corantes mais investigados são os do grupo Azo (amarelo tartrazina, amarelo
crepúsculo e vermelho 40). Isso se deve aos possíveis efeitos mutagênicos e carcinogênicos
desses corantes (POLÔNIO; PERES, 2009).
Os aromatizantes possuem especial importância por conferirem propriedades
sensórias que caracterizam cada sabor e aroma dos mais diversos produtos. Grande parte do
sabor de um alimento é diretamente influenciado pelo seu aroma e em meio a uma grande
variedade de opções e novos alimentos surgindo no mercado, são as características diferenciais
que vão determinar a aceitação do produto pelo consumidor. No entanto quando consumidos em
excesso, esses aditivos podem trazer sérios danos à saúde (HONORATO et al., 2013).
Os monoglicerídeos são as substâncias emulsificantes bastante empregadas nas
indústrias de alimentos, cosméticos e fármacos, porém o mercado de emulsificantes é dominado
pela lecitina, o que representa uma variedade de fontes, formatos e funcionalidades. A lecitina
tem sido aplicada em alimentos devido às suas propriedades emulsificantes e também
relacionadas a dispersibilidade. Nos chocolates melhora as propriedades de fluidez, em biscoitos
atua como emulsificante em produtos como crackers, biscoitos semiduros, etc.; ajuda a reduzir o
tempo de mistura, melhora o processamento de biscoitos, reduz quebras e trincas, e aumenta o
prazo de validade devido a propriedades antioxidantes (WANKENNE, 2015).
Nas bebidas industrializadas os corantes e acidulantes foram os mais encontrados.
O corante amarelo crepúsculo também pode provocar reações anafilactóides causando
angioedema, choque anafilático, vasculite e púrpura. Pode ocorrer reação cruzada entre o
amarelo crepúsculo, paracetamol, ácido acetilsalisílico, benzoato de sódio e outros corantes do
grupo Azo (POLÔNIO; PERES, 2009; FERREIRA, 2015).
O ácido cítrico, um dos acidulantes mais comumente usados na indústria de
alimentos, pode agir como redutor do pH. Alguns sintomas provocados pela administração de
grandes doses de ácido cítrico e citratos assemelham-se aos da deficiência de ion de cálcio, isto
é, aumenta a atividade geral, aparece hiperpnéia, vaso-dilatação periférica, salivação, convulsões
76
clônicas e tônicas. O citrato de sódio comumente usado pela indústria alimentícia, tem a função
de regular a acidez do meio. (SILVA; ROSA; BOAS, 2009; PIRES; MACHADO, 2012).
No último grupo, produtos cárneos, os aditivos mais presentes foram os
realçadores de sabor, conservantes e aromatizantes. De acordo com Carvalho e colaboradores o
consumo em excesso de produtos que contém o realçador de sabor glutamato monossódico, pode
levar ao desenvolvimento das DCTS´s. Estudos mostram que uma dieta alimentar rica em nitrato
pode estar associado com o câncer de estômago. O nitrato se reduz a nitrito, o qual produz
agentes nitrosantes, que reagirão com as aminas secundárias oriundas da dieta, formando as
nitrosaminas, que são potentes carcinógenos, além de apresentarem ação teratogênica e
mutagênica (CARVALHO et al., 2011).
Os tripolifosfatos são os estabilizantes mais utilizados em produtos cárneos e na
maioria das vezes são obtidos de forma sintética. A ação destes em melhorar a capacidade de
retenção de água na carne é significativa, pois o uso destas substâncias ajusta o pH do sistema e
favorece a expansão das fibras da proteína da carne, permitindo a hidratação da mesma (ASSIS
et al., 2010).
O nitrito é bem mais tóxico que o nitrato, porém o nitrato se reduz a nitrito na
corrente sanguínea. A principal apreensão do uso desses conservantes é decorrente dos vastos
efeitos tóxicos provocados. O nitrito pode gerar a nitrosamia, um composto de ação altamente
carcinogênica responsável pelo desencadeamento de neoplasias, principalmente gastrointestinais.
Além disso, o nitrito pode agir sobre a hemoglobina, oxidando o ferro, do estado ferroso ao
férrico, produzindo a metamioglobina e impedindo a função normal do transporte de oxigênio
(FERREIRA, 2015).
O isoascorbato de sódio, também usado nos produtos desse grupo, é um
antioxidante usado predominantemente em carnes e produtos cárneos, como mortadela,
presunto/apresuntado, fiambre, lingüiça, salsicha, salame etc. Os antioxidantes são substâncias
que, em concentrações inferiores aos substratos oxidáveis, retardam ou previnem a oxidação
desses, tornando-os indisponíveis para formação de espécies oxidantes (GARCIA et al., 2012).
Em síntese, a oferta de diferentes alimentos industrializados tem aumentado cada
vez mais, sendo o consumo destes pelas crianças, a causa de maior preocupação. Esses alimentos
estão cada vez mais atrativos, sensorialmente e aparentemente, com brindes, brinquedos, enfim,
uma variedade de estímulos que fazem com que as crianças tenham interesse em consumir
determinado alimento, muitas vezes como forma de status, como por exemplo, ter a coleção
77
completa de determinado brinquedo. Desta forma, estão ingerindo gradativamente diversos tipos
de aditivos químicos e quantidades excessivas de açúcar, de gorduras saturadas, bem como de
sódio, e na mesma medida que ingerem esses alimentos aumentam o risco de desenvolver as
doenças crônicas não transmissíveis dentre outros problemas que irão prejudicar o
desenvolvimento destas crianças. Alguns alimentos analisados neste estudo, não são
necessariamente alimentos específicos para as crianças, como por exemplo as mortadelas, mas
são produtos bastante consumidos por esta população.
É importante que as pessoas passem a adotar o hábito de lerem os rótulos dos
produtos e a serem críticos quanto a qualidade e segurança destes alimentos, principalmente
aqueles que as crianças consomem mais frequentemente, pois quanto maior o consumo de
alimentos industrializados, maior será a ingesta de aditivos químicos. Desta forma, faz-se
necessário que a família, principalmente os pais das crianças tenham o conhecimento básico
sobre os malefícios que alimentos ultraprocessados podem trazer à saúde delas. É necessário que
haja uma redução no consumo desses alimentos e um incentivo ao consumo de alimentos in
natura e minimamente processado, ressaltando que essa é a melhor forma de nutrição e garantia
de qualidade de vida.
Ao se alimentar de forma adequada a criança irá prevenir muitas das doenças que
atualmente vem aumentando consideravelmente na população infantil, como por exemplo
sobrepeso e obesidade. Pais e escolas devem trabalhar de forma integrada, para que a criança
aprenda que uma alimentação saudável é sinônimo de uma boa saúde.
78
7. CONCLUSÕES
Neste estudo foi possível observar que a maioria dos produtos alimentícios
analisados foram classificados como ultraprocessados, sendo que quase todos eles apresentaram
excessos, predominando o excesso de açúcares livres, sódio e gorduras. Foram encontrados
diversos tipos de aditivos nos produtos analisados, e o mais preocupante foi o grande número de
aditivos presentes, às vezes, em um só produto. Os aditivos mais encontrados nesses produtos
foram os aromatizantes, corantes e realçadores de sabor. O consumo em excesso desses
alimentos pode ocasionar diversos problemas na saúde, principalmente na saúde das crianças,
que são as principais consumidoras destes produtos.
É importante que haja uma redução no consumo de alimentos industrializados e
um incentivo ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, tendo em vista
que estes alimentos são considerados saudáveis e contribuem positivamente no crescimento e
desenvolvimento das crianças.
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APÊNDICE - 01
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DOS LÁCTEOS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS
(g)
SÓDIO (mg) GORDURAS
TOTAIS (g)
GORDURAS
SATURADAS (g)
LEITES LÍQUIDOS A 9 130 6 3,8
B 10 125 1 0
C 9 159 2,6 1,6
LEITES EM PÓ A 12 122 3,4 2,4
B 10 124 7 5
C 11 100 0 0
ACHOCOLATADOS
LÍQUIDOS
A 30 234 3 1,5
B 27 160 5,1 2,4
C 27 172 4,4 2,8
ACHOCOLATADOS
EM PÓ
A 18 71 0,5 0
B 19 28 0 0
C 17 12 0,5 0
IOGURTES A 30 74 2 1,2
B 26 77 6,3 4,1
C 30 82 5,5 3,6
FÓRMULAS
INFANTIS
A 25 118 2,2 1,4
B 61 205 23 6,8
C 16 72 6,4 2,5
LEITES
CONDENSADOS
A 12 22 1,8 1,1
B 11 22 1,6 1
C 11 24 1,6 1
LEITES
FERMENTADOS
A 9,3 27 0 0
B 8 27 0 0
C 13 19 0 0
REQUEIJÕES A 1 160 4,2 2,8
B 0,5 161 6,9 4,1
C 0,9 144 7,2 4,1
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DAS PAPAS
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS (g)
SÓDIO (mg) GORDURAS TOTAIS (g)
GORDURAS SATURADAS (g)
MINGAUS
DE ARROZ
A 18 35 0 0
B 17 47 0 0
C 26 153 5,4 3,4
FARINHA
LÁCTEA
A 23 55 1,9 1,1
B 22 33 1,9 0,9
C 21 3,4 0,8 0
PAPAS
SALGADAS
A 9,2 11 3,8 0,5
B 9,6 202 3,4 0,6
C 9 13 3,3 0,4
PAPAS DOCES A 20 7 0 0
B 22 24 0 0
C 20 9 0 0
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DAS SOPAS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS
(g)
SÓDIO (mg) GORDURAS
TOTAIS (g)
GORDURAS
SATURADAS (g)
MACARRÕES
INSTANTÂNEOS
A 50 1522 15 6,7
B 52 1492 18 8,1
C 56 1006 16 6,8
SOPAS
PRÉ-PREPARADAS
A 12 742 0 0
B 14 739 0 0
C 12 711 0 0
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DOS CEREAIS MATINAIS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS
(g)
SÓDIO (mg) GORDURAS
TOTAIS (g)
GORDURAS
SATURADAS (g)
CEREAIS MATINAIS A 23 110 1,4 0,5
B 28 75 0 0
C 25 77 0 0
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DOS SALGADOS
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS
(g)
SÓDIO (mg) GORDURAS
TOTAIS (g)
GORDURAS
SATURADAS (g)
PIPOCAS A 21 163 7,6 1,7
B 15 167 5,8 2,5
C 18 173 3,7 0,6
BATATAS
FRITAS
A 7,9 87 6,8 2,6
B 13 125 10 2,8
C 19 200 12 1,8
BISCOITOS
SALGADOS
A 20 186 5,6 2,2
B 21 209 4,9 2,2
C 20 210 3,9 1,7
AMENDOIM A 3,1 95 6,6 0,4
B 3 117 7,2 1
C 1,2 42 8,2 1,6
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DOS DOCES
PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS
(g)
SÓDIO (mg) GORDURAS
TOTAIS (g)
GORDURAS
SATURADAS (g)
CHOCOLATES A 14 11 6,8 4,1
B 14 22 8,1 4,3
C 14 23 7,5 4,5
BALAS A 19 20 0 0
B 19 11 0 0
C 18 12 0 0
CHICLETES A 65 0 1 0
B 3,8 0 0 0
C 1,9 0 0 0
GELATINAS A 5,1 87 0 0
B 5,8 51 0 0
C 3,5 104 0 0
BISCOITOS
DOCES
A 21 77 5,3 2,9
B 20 79 5,4 2,7
C 25 116 7,1 2,2
PANETONES A 37 134 10 4,6
B 39 145 10 4,5
C 36 122 10 5,1
JUJUBAS A 18 10 0 0
B 16 0 0 0
C 15 0 0 0
PIRULITOS A 22 0 0 0
B 12 0 0 0
C 10 0 0 0
SORVETES A 17 40 4,2 2,2
B 16 54 7,6 5,9
C 17 50 6 3,6
PICOLÉS A 15 29 0 0
B 25 0 6 2,2
C 12 0 4 2
CATCHUPS A 3,5 95 0 0
B 3 91 0 0
C 3,6 94 0 0
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DAS BEBIDAS INDUSTRIALIZADAS
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS (g)
SÓDIO (mg) GORDURAS TOTAIS (g)
GORDURAS SATURADAS (g)
SUCOS DE CAIXA A 21 0 0 0
B 6,6 38 0,7 0
C 26 8 0 0
SUCOS EM PÓ A 1,4 0 0 0
B 4,9 22 0 0
C 4,7 0 0 0
REFRIGERANTES A 9 6,4 0 0
B 35 55 0 0
C 20 11 0 0
QUANTIDADES DE CARBOIDRATOS, SÓDIO, GORDURAS TOTAIS E SATURADAS
POR ALIMENTO
GRUPO DOS PRODUTOS CÁRNEOS
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
MARCAS CARBOIDRATOS (g)
SÓDIO (mg) GORDURAS TOTAIS (g)
GORDURAS SATURADAS (g)
SALSICHAS A 2 399 9,5 3
B 2,5 580 7 3
C 2 520 9 2,7
MORTADELAS A 3,2 540 9,4 3,2
B 3,2 540 9,4 3,2
C 2,9 470 4,5 2
LINGUIÇAS A 0 500 14 4,6
B 0 500 14 4,7
C 0 740 16 5
PRESUNTOS A 0,9 464 1,3 0,4
B 0 1100 3,5 1,3
C 2,9 470 4,5 2
HAMBÚRGUERES A 2 586 12 4
B 2 576 12 3
C 1,6 450 9,5 4,7
EMPANADOS A 19 600 17 5,8
B 26 608 15 6
C 18 650 16 4,5