Alta Idade Média (Bizantinos e Muçulmanos)

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Idade Média

Denominação e Cronologia

Surgiu da divisão da história humana feita pelos renascentistas, no início da Idade Moderna.

Os renascentistas foram geralmente vistos como continuadores dos ideais científicos, artísticos e estéticos das civilizações clássicas. Era como se houvesse um grande intervalo entre os antigos gregos e romanos e os renascentistas de então. Esse intervalo, esse “meio”, sob o prisma de um único processo de avanço da humanidade, acabou recebendo o nome de Idade Média.

Denominação e Cronologia

Considerada o tempo do primitivismo, do

atraso e do empobrecimento a cultura

européia, a ponto de os ingleses terem

forjado a expressão que se tornou famosa

para designar o período: Dark Ages,

Anos Escuros ou Idade das Trevas, das

Sombras.

Denominação e Cronologia

Críticas:

– Etnocentrismo

– Universalismo

Império Bizantino

Origem

395: divisão do império (Governo de

Teodósio)

Império Romano do Oriente ou

Império Grego.

Localização Geográfica

Constantinopla – capital.

– Antiga Bizâncio, hoje Istambul (TUR).

– Local privilegiado estrategicamente –contatos entre Oriente e Ocidente, rota de comércio.

Comércio ativo + produção agrícola próspera = riquezas.

Resistência às invasões bárbaras.

Características Gerais

Nunca houve unidade racial; ali viviam latinos,

gregos, semitas, germanos; eslavos, etc.

Em termos lingüísticos, o latim permaneceu

como idioma nacional por um bom tempo,

porém o grego acabou predominando como

língua oficial no séc. VII.

Extremamente religiosos, os bizantinos se

envolveram em várias disputas teológicas que

até acabavam em guerras civis.

Economia

Estado centralizador.

Agricultura: latifúndios, controlados pela Igreja (mosteiros católicos) e por uma nobreza latifundiária. Todo o trabalho era feito por colonos livres e escravos, situação inversa do que ocorreu com a produção rural feudal do Ocidente.

Intenso desenvolvimento comercial: artigos de luxo (perfumes, tecido de seda, porcelana, peças de vidro, etc).

Política

O Império Bizantino era governado por uma monarquia centralizada, despótica e teocrática. O imperador comandava o exército e a Igreja, sendo considerado um representante de Deus e possuindo um grande poder.

CESAROPAPISMO: Imperador = chefe do exército + Igreja

Governo de Justiniano (527-565)

Conquistas territoriais.

– Península Itálica + Península Ibérica + Norte da África.

Compilação do Direito Romano

– CORPUS JURIS CÍVILIS

– Poderes ilimitados ao imperador.

– Privilégios para a Igreja e para a nobreza.

– Marginalização de colonos e escravos.

Governo de Justiniano (527-565)

Criação do “Sólidus”

Burocracia centralizada +

gastos militares + impostos.

– Revoltas populares

(Sedição de Nike)

Igreja de Santa Sofia (estilo

bizantino – majestosidade)

Igreja “Agia Sophia” ou “Sagrada

Sabedoria”

Religião

Surgimento de heresias:

– MONOFISISTAS – negação da santíssima

trindade (Cristo apenas com natureza divina);

– ICONOCLASTAS – destruição de imagens

(ícones).

1054: GRANDE CISMA DO ORIENTE:

– Igreja Cristã Ortodoxa (Patriarca de

Constantinopla);

– Igreja Católica Apostólica Romana (Papa).

Decadência

séc. VII e VIII – invasões de bárbaros e

árabes;

séc. XI – XIII – alvo das Cruzadas;

1453 – Conquistados pelos Turcos

Otomanos (marco histórico que delimita

oficialmente o fim da Idade Média e

início da Idade Moderna.

Legado Cultural

Estado multi-étnico: mescla de elementos

diversos (idioma grego, religião cristã,

romano, gosto pelo requinte oriental, a

arquitetura de inspiração persa etc)

Artes: combinaram luxo e exotismo oriental

com equilíbrio e leveza greco-romano.

Arquitetura: Igreja de Santa Sofia (Mosaicos

coloridos e cúpulas arredondadas)

Corpus Juris Civilis.

Império Árabe

Localização Geográfica

Localizou-se na

Península Arábica,

entre o mar

Vermelho e o Golfo

Pérsico. 5/6 do

território

corresponde a áreas

desérticas

pontilhadas de oásis.

Arábia Pré-Islâmica

Descentralizados, possuindo cada tribo autonomia e diversidade cultural e lingüística. Eram politeístas e idólatras.

Tribos do interior (beduínos): nômades, viviam do pastoreio e saque (botim).

Tribos do litoral ou urbanas: faixa costeira do Mar Vermelho e do sul na península, cujas condições climáticas e fertilidade do solo favoreciam a sobrevivência e a sedentarização. Destacam-se Meca e Iatreb, grandes centros comerciais. Em Meca, a tribo dos coraixitas possuíam maior prestígio e poder graças a Caaba, santuário da Pedra Negra, abrigando os mais de 360 ídolos de todos os deuses cultuados pelas diversas tribos.

Arábia Islâmica

Centralização, monoteísmo e iconoclastia

Maomé (570-632): processo de unificação

Percorreu diversas terras através de

caravanas, e de religiões monoteístas

(judaísmo e cristianismo) cria as bases de

sua profetização.

Arábia Islâmica

Centralização, monoteísmo e iconoclastia

Maomé (570-632): processo de unificação

Percorreu diversas terras através de

caravanas, e de religiões monoteístas

(judaísmo e cristianismo) cria as bases de

sua profetização.

Arábia Islâmica

Maomé: nasceu em 560 d.C., coraixita,

porém de família pobre. Órfão, foi educado

pelo tio, participando de várias caravanas.

Teve contato com o cristianismo e o

judaísmo.

Casou-se com Cadja, proprietária de uma

caravana – passou mais tempo dedicando-

se á contemplação religiosa.

Arábia Islâmica

Aos 41 anos teve a primeira visão do anjo

Gabriel que lhe disse: "Há um só deus,

ALÁ, e um só profeta, MAOMÉ."Contou

sobre esta e outras aparições aos

parentes e os foi convertendo. Confiante,

passou a pregar aos coraixitas.

Arábia Islâmica

Suas pregações entram

em choque com a idolatria

da Caaba, culminando em

sua perseguição pelos

Coraixitas. Hégira.

Volta e conquista Meca.

Morre em 632, deixando a

Arábia unificada

Expansão Árabe

1ª fase: expansão interna (unificação) – até 632.

2ª fase: após a morte do Profeta, a expansão foi

comandada por califas.

– Fatores internos: crescimento demográfico árabe,

terras para a agricultura e o Djihad.

– Fatores externos: o enfraquecimento dos impérios

bizantino e persa, devido as freqüentes lutas entre

eles, facilitando a penetração árabe no oriente. Já

no ocidente, os muçulmanos souberam aproveitar

as fraquezas dos Estados bárbaros

descentralizados.

632 a 661: primeiras conquistas no oriente

(Egito, Síria, Pérsia e Palestina).

661 a 750: expansão para o ocidente (dinastia Omíada). Gibral Tarik (711) atravessou o estreito que leva seu nome e o avanço árabe só é detido em 732, na Batalha de Poitiers, nos Pireneus, pelo franco Carlos Martel.

750 a 1258: dinastia Abássida. A grande extensão do Império Árabe e as disputas políticas e religiosas internas conduziram ao seu desmembramento em califados independentes (de Bagdá, do Cairo, de Córdova).

Expansão Árabe

Conseqüências:

– Mesmo sem conquistar toda a Europa,

ela foi isolada. Fecharam a principal

via de comércio com o Oriente – O

Mar Mediterrâneo.

– Acelerou a ruralização e a formação

do feudalismo.

Religião

Islamismo – Islão =

submissão à Alá

Muslim = seguidor de alá

Livro sagrado: Al Corão

Predestinação: desencoraja

a revolta social, levando à

conformidade diante da

desigualdade.Maomé

Religião

Princípios fundamentais:

1) Crer em Alá, o único Deus, e em Maomé, seu profeta;

2) rezar cinco vezes ao dia em direção a Meca;

3) ser caridoso (dar esmolas);

4) jejuar no mês de Ramadã;

5) ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez durante a vida.

Religião

DJIHAD (guerra santa)

“A espada é a chave do céu e do inferno.

Quem a desembainhar pela causa da fé

islâmica será recompensado por Alá.”

Essa luta pela conversão dos infiéis foi o

grande motivador da expansão

muçulmana.

Religião

É a terceira religião monoteísta;

Possuem ascendência hebraica

Abraão

Isaac

Judaísmo

Ismael

Pai dos outros povos árabesJesus

Cristianismo

Igreja Ortodoxa 400 d.c. Maomé Islã

Muçulmano apróx. 400 d.c. Igreja Católica

Apostólica e Romana

400 d.c .

Igreja Protestante/Evangélica

Luterana, Anglicana

Batista e todas as outras

1500 d.c. Espiritismo

Surge na França

Em 1700-1800 d.c.

Religião

Com a perda da unidade religiosa após a morte

de Maomé, surgiram diversas seitas:

Sunitas: menos radicais, adotavam como livro

sagrado o Sunna, contendo os atos e ditos de

Maomé; eram partidários de um chefe de Estado

eleito pelos crentes e falível, por ser humano)

Xiitas (radicais, só aceitavam o Corão como

fonte da verdade e descendentes do profeta

como lideres de Estado infalíveis).

Sunitas e Xiitas Hoje

Legado Cultural

Por respeitarem os povos conquistados,

permitindo-lhes conservarem seus

hábitos e costumes, acabaram por

assimilar o patrimônio cultural de outras

civilizações, enriquecendo-o com

contribuições próprias.

Legado Cultural

A escultura e a pintura:

pouca atenção,

(idolatria)

Grande utilização de

arabescos.

Legado Cultural

arquitetura: construção de

Mesquitas (templos) e

Minaretes (torres).

Influência bizantina e

persa, com cúpulas, arcos

em ferradura e colunas

torcidas. Decoração de

arabescos (motivos

geométricos e vegetais).

Legado Cultural

literatura: grande

contribuição persa.

Destaque para o

Rubayyat, de Omar

Khayyam, e As mil e uma

noites, coletânea de

contos eróticos, fábulas e

aventuras das literaturas

orientais.

Legado Cultural

Matemática: sistema numérico indo-arábico, trigonometria e álgebra.

Física: fundamentos da óptica (refração da luz).

Química (alquimia): busca da pedra filosofal e do elixir da longa vida os levou a criação de métodos (destilação, filtração, sublimação) e substâncias (nitrato de prata, carbonato de sódio, ácidos nítrico e sulfúrico, etc).

Legado Cultural

Medicina: combate a doenças epidêmicas.

Destaque: Avicena e sua obra Canon.

História: Ibn-Kaldum (a evolução histórica e

os fatores materiais).

Filosofia: preservaram os conhecimentos de

Aristóteles e Platão, discutidos por Averróis,

divulgados na Europa, influenciando a

efervescência cultural européia da B.I.M.

Legado Cultural

A civilização islâmica, assim como, sua contemporânea bizantina, influenciou profundamente o pensamento e em conseqüência a vida do Ocidente europeu. O intenso desenvolvimento econômico do Império Árabe afetou substancialmente a Europa feudal no final da Idade Média, estimulando sobremaneira o comércio. Os árabes levaram para o ocidente não só mercadorias, mas a filosofia grega, a muito esquecida, novas técnicas de agricultura, invenções chinesas como a bússola, a pólvora e o papel, além de inúmeras outras contribuições.

POVOS BÁRBAROS

QUEM ERAM OS BÁRBAROS?

OS GREGOS E DEPOIS OS ROMANOS CHAMAVAM DE “BÁRBAROS” OS POVOS QUE VIVIAM ALÉM DOS DOMÍNIOS DE SUA CIVILIZAÇÃO E SE MOSTRAVAM AVESSOS À SUA CULTURA.

EM RELAÇÃO A ROMA, BÁRBARO ERA O POVO NÃO-SUBMETIDO AO IMPÉRIO, QUE FALAVA LÍNGUA DIVERSA D LATIM E DO GREGO, ADOTAVA OUTRAS REGRAS JURÍDICAS E UM MODO DE VIDA DIFERENTE DO ROMANO.

Visão Estereotipada

O historiador Amiano marcelino, que era

oficial do exército romano, descreveu

algumas características dos hunos:

Os Hunos tem um modo de vida muito rude.

Não cozinham, nem temperam os alimentos.

Comem raízes de plantas e carne semicrua

de qualquer animal.

Visão Estereotipada

Vestem-se com tecidos de linho ou com peles de

animeias cozidas umas às outras. Depois de vestir

suas roupas, não as tiram do corpo, até que o

tempo as desfaçam em pedaços.

Não possuem casas, nem cabanas, nem

constroem túmulos para seus mortos. Vivem

sempre montados em seus cavalos. É assim que

compram e vendem, comem e bebem . Agarrados

ao pescoço do cavalo, dormem em sono profundo.

Visão Estereotipada

Não se dedicam à

agricultura. Passam a vida

andando pelas montanhas e

florestas. Não tem nenhuma

forma de organização

estável. Parece que estão

sempre fugindo em seus

cavalos e carroças.

Características Gerais

Economia agropastoril.

Ausência de comércio e moeda.

Ausência de escrita.

Inicialmente politeístas.

Inicialmente sem propriedade privada.

Poder político = casta de guerreiros.

Direito Consuetudinário: ordálio.

COMITATUS

Bárbaros e Romanos

FASE DAS MIGRAÇÕES: SÉCULOS III E IV

Os germanos entraram nos domínios do Império romano de forma pacífica, por meio de acordos com o próprio governo de Roma

FASE DAS INVASÕES:

A PARTIR DO SÉC. V

Corresponde ao

período em que os

germanos entram no

Império Romano de

forma violenta e

brutal