Post on 11-Nov-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
DIMENSIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
DE UMA CLÍNICA CIRÚRGICA DE UM HOSPITAL DE ENSINO
Santa Maria, RS
2016
Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
DIMENSIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UMA
CLÍNICA CIRÚRGICA DE UM HOSPITAL DE ENSINO
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Enfermagem, Área de
Concentração: Cuidado, Educação e Trabalho
em Enfermagem e Saúde, Linha de Pesquisa:
Trabalho e Gestão em Enfermagem e Saúde, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Enfermagem.
Orientadora: Prof.ª Drª Suzinara Beatriz Soares de Lima
Santa Maria, RS
2016
Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
DIMENSIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UMA
CLÍNICA CIRÚRGICA DE UM HOSPITAL DE ENSINO
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Enfermagem, Área de
Concentração: Cuidado, Educação e Trabalho
em Enfermagem e Saúde, Linha de Pesquisa:
Trabalho e Gestão em Enfermagem e Saúde, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Enfermagem.
Aprovado em 19 de dezembro de 2016.
_________________________________________
Suzinara Beatriz Soares de Lima, Drª (UFSM)
(Presidente/Orientadora)
_________________________________________
Fernanda Maria Togeiro Fugulin, Drª (USP)
_________________________________________
Rosangela Marion da Silva, Drª (UFSM)
_________________________________________
Carmem Lúcia Colomé Beck, Drª (UFSM)
Santa Maria, RS
2016
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo a todos os pacientes do 3º andar do HUSM que contribuíram para que
ele se concretizasse, pois entenderam que era uma busca para a qualificação do cuidado
de enfermagem para consigo.
AGRADECIMENTOS
A Deus, sem o qual nada é possível, pois sempre me concedeu força, coragem e
perseverança para eu nunca fracassar.
Aos meus pais Eroni (in memoriam) e Regina que sempre acreditaram que eu era
capaz, através do amor e carinho incondicional.
Aos meus filhos Arthur e Júlia que demonstraram uma maturidade e
responsabilidade que me surpreenderam. Ele, como tutor da mana e me ajudando
incansavelmente sempre; ela se superando a cada dia na escola e com suas atitudes.
Ao meu esposo Tito Márcio por entender e ajudar todo o tempo, por dividir a
madrugada de estudos ao meu lado sem dormir, pela parceria para eu não desistir, dizendo
“está quase, falta pouco...”
À Cirlei (Ei) por cuidar da minha casa e de todos. Nunca terei como agradecer.
Ao meu irmão Saul, que largava tudo em função dos meus filhos, quando eu não
estava presente.
A minha cunhada Marta pelas conversas de incentivo e descontração
Aos meus sobrinhos queridos, Isadora com sua meiguice, e Samuel com suas
palavras: “Tia Mana apura tu é burrinha passa estudando neste mestrado eu faço os temas e
deu”.
As minhas amigas Márcia, Miriam, Rosângela e Rhéa sempre incansáveis pela
ajuda e incentivo em TUDO!
A minha orientadora Suzinara Beatriz Soares de Lima, que sempre esteve
presente na construção desta pesquisa. Como diz minha filha, em poucas palavras, “ela
resolve tudo e mostra o caminho certo!!”
À Banca Drª Fernanda Maria Togeiro Fugulin, por aceitar em contribuir neste
estudo e me recebendo com tanta simplicidade quando fez uma apresentação no COREN
em Porto Alegre e já aceitando ser da minha banca.
Drª Rosângela Marion da Silva, a qual sempre me deu incentivo e a admiro
muito pelo seu potencial e também por conhecer a realidade da Clínica Cirúrgica como
enfermeira assistente e gerente.
Carmem Lúcia Colomé Beck por disponibilizar do seu tempo para cooperar nesta
pesquisa e do seu conhecimento.
Às colegas mestrandas e doutorandas do grupo de pesquisa Gestão e Atenção em
Saúde e Enfermagem (GASEnf), os “Pupilos da Suzi”.
À todos os demais docentes Doutores do Programa de Pós-graduação em
Enfermagem, pelos ensinamentos, pelos conselhos em sala de aula ou até mesmo nos
corredores do Departamento de Enfermagem e por permitirem que eu acreditasse que eu
era capaz.
Ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), o qual considero meu segundo
lar.
Aos meus colegas do HUSM que confrontaram meus dados para garantir
fidedignidade.
À Universidade Federal de Santa Maria, pelo mestrado, pela acolhida, pela
estrutura e suporte que possibilitaram formar-me Mestre.
“O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em se chegar a
um objetivo, mesmo não atingindo o alvo
quem busca e vence obstáculos no mínimo
fará coisas admiráveis.”
José de Alencar
RESUMO
DIMENSIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UMA
CLÍNICA CIRÚRGICA DE UM HOSPITAL DE ENSINO
AUTORA: Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
ORIENTADORA: Suzinara Beatriz Soares de Lima
Estudo descritivo de natureza quantitativa, que objetivou avaliar o quantitativo e
qualitativo de pessoal de enfermagem da Clínica Cirúrgica de um hospital de ensino da
região Sul do Brasil, composta por 52 leitos. Participaram do estudo 465 pacientes, e
seguiram-se os preceitos éticos da Resolução 466/2012, com CAAE nº
52487116.6.0000.5346. Os dados foram coletados de 12 de abril a 10 de julho de 2016, de
acordo com as orientações metodológicas propostas por Gaidzinski (1998), Para a
classificação dos pacientes foi seguido o instrumento de Fugulin et al (2006). Para as horas
de assistência e distribuição percentual de cada categoria foram seguidos os padrões da
Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº293/2004 e nº 0527/2016. Os pacientes
internados foram avaliados diariamente, sendo realizadas 4164 avaliações. Os pacientes
apresentaram classificação nos cinco níveis de dependência de cuidados, sendo a maioria,
35% (1442), com perfil assistencial correspondente à categoria de cuidados intermediários;
30% (1263), com cuidados de alta dependência; 21% (873) foram classificados em
cuidados mínimos; 8% (331), com cuidados assistência semi-intensivos e 6% (255), com
cuidados intensivos. O índice de segurança técnica determinado pelo estudo para os
enfermeiros foi de 40,50%, do nível médio 37,83%, sendo que entre as ausências previstas
por folga semanal foi 17%. Das ausências não previstas 6,65% para enfermeiros e 4,53%
para auxiliares e técnicos, sendo a maioria por licenças médicas. O quadro atual do serviço
de enfermagem é de 16 enfermeiros e 45 de técnicos e auxiliares de enfermagem, no
período de coleta de dados. De acordo com a Resolução do Conselho federal de
Enfermagem/2004 o projetado é de 27 enfermeiros e 55 técnicos e auxiliares, enquanto que
na Resolução de 2016 o projetado foi 29 enfermeiros e 57 técnicos e auxiliares de
enfermagem. A proporção da equipe de enfermagem está aquém do preconizado pelas
Resoluções, podendo comprometer a qualidade da assistência e a segurança do paciente,
causando adoecimento na equipe de enfermagem e aumentando o absenteísmo. Este estudo
possibilitou o dimensionamento da equipe de enfermagem, o qual faz parte da ação
gerencial do enfermeiro, colabora para a concretização do cuidado, do ensino e da pesquisa
na clínica cirúrgica, desta forma apontando as condições necessárias para a melhoria da
qualidade do cuidado com segurança para o paciente e produtividade da equipe.
Palavras-chave: Enfermagem. Administração de Recursos Humanos. Qualidade da
Assistência à Saúde. Downsizing Organizacional.
ABSTRACT
DIMENSIONING OF NURSING PROFESSIONALS OF A SURGICAL CLINIC OF
A TEACHING
AUTHOR: Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
ADVISOR: Suzinara Beatriz Soares de Lima
Descriptive study of quantitative nature, which aimed to evaluate the quantitative and
qualitative of the nursing staff of the Surgical Clinic of a teaching hospital in southern
Brazil, composed of 52 beds. 465 patients participated in the study; the ethical precepts of
Resolution 466/2012 were followed, under CAAE No. 52487116.6.0000.5346. Data were
collected from April 12 to July 10, 2016, according to the methodological guidelines
proposed by Gaidzinski (1998). To classify the patients, the instrument of Fugulin et al
(2006) was used. For the hours of assistance and percentage distribution of each category,
the standards of the COFEN Resolutions No. 293/2004 and 0527/2016 were followed.
Inpatients were evaluated daily, with 4164 evaluations performed. Patients were classified
in five levels of care dependency, being the majority, 35% (1442), with care profile
corresponding to the intermediate care category; 30% (1263), with high dependency care;
21% (873) were classified with minimal care; 8% (331) with semi-intensive care and 6%
(255) with intensive care. The technical safety index determined by the study for nurses
was 40.50% and 37.83% for nursing technicians, being that among the absences foreseen
by weekly rest days was 17%. Of the unforeseen absences, 6.65% were by nurses and
4.53% by assistants and technicians, being the majority due to medical licenses. The
current frame of the nursing service is 16 nurses and 45 nursing technicians and assistants,
during the period of data collection. According to the COFEN Resolution of 2004, the
project is 27 nurses and 55 technicians and assistants, while in the Resolution of 2016 the
project was 29 nurses and 57 technicians and nursing assistants. The proportion of the
nursing staff is below what is recommended by the Resolutions, which may compromise
the quality of care and patient safety, causing sickness in the nursing team and increasing
absenteeism. This study made possible the dimensioning of the nursing team, which is part
of the managerial action of the nurse, collaborates to achieve care, teaching and research in
the surgical clinic, thus pointing out the necessary conditions for improving the quality of
care with patient safety and team productivity.
Keywords: Nursing. Human resources management. Quality of healthcare. Organizational
downsizing.
RESUMEN
DIMENCIONAMIENTO DE LOS PROFISIONALES DE ENFERMERÍA DE UMA
CLÍNICA CIRÚRGICA DEL HOSPITAL ESCUELA
ALUMNA: Alexsandra Micheline Real Saul Rorato
ORIENTADORA: Suzinara Beatriz Soares de Lima
Estúdio descriptivo de naturaleza cuantitativa, que objeto evaluar el cuantitativo y
cualitativo del personal de enfermería de la Clinica Cirúrgica de un hospital escuela de la
región Sur del Brasil, compuesta por 52 lechos . Participaron del estúdio 465 pacientes.
Los datos fueron colectados de 12 de abruil a 10 de Julio de 2016, de acuerdo com las
orientaciones metodológicas propuestas por Gaidzinski(1988). Para la clasificación de los
pacientes fue seguido el instrumento de Fugilin et al (2006). Para las horas de asistencia y
distribuición porcentual de cada categoria fueron seguidas los padrones de la Resolución N
293/2004 y 0257/2016. Los pacientes intenados fueron evaluados diariamente,siendo
realizadas 4164 evaluaciones. Los pacientes presentaron clasificaciones em los cincos
niveles de dependencia de cuidados,siendo la mayoría ,35% (1442) en el perfil asistencial
correspondiente a la categoria de cuidados intermédios: 30% (1623), com cuidados de alta
dependencia ;21% (873) fueron clasificados com cuidados mínimos; 8% (331), com
cuidados asistencial semi-intensivos y el 6% (225) con cuidados intensivos. El índice de
seguridad tcnica determinada por el estúdio para los enfermeros fue de 39,1707%, del nível
medio37,0055%, siendo que las ausências prevista por descanso semanal fue 17%. De las
ausências no previstas 5,53% para enfermeros y el 3,89% para auxiliares y técnicos, siendo
la mayoría por permiso médico. El cuadro actual del servicio de enfermería es de 16
enfermeros y 45 de técnicos y auxiliares de enfermería, en el período de la carga de datos,
de acuerdo com la Resolución del Consejo Federal de Enfermería 2004 el proyecto es de
32 enfermeros, 64 técnicos y auxiliares de enfermería. La proporción del equipo de
enfermería está abajo de lo previsto por las Resoluciones podiendo comprometer a la
calidad de asistencia y la seguridad del paciente, causando enfermedades al equipo de
enfermería y aumentando el absenteísmo. Este estúdio estabilizó el dimensionamiento del
equipo de enfermería, el cual hace parte la acción gerencial del enfermero, colabora para la
concretización del cuidado, de la enseñanza y de la encuesta em la clínica cirúrgica, de esta
manera indican las condiciones necesarias para que se pueda mejorar la calidad del
cuidado con seguridad para el paciente y de la productividad equipo.
Descriptores: Administración de Recursos Humanos. Calidad de asistencia y salud.
Downsizing organizacional. Enfemería.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Pacientes internados na UCC (Unidade de Clínica Cirúrgica............. 47
Gráfico 2 – Apresenta as frequências dentre as faixas etárias entre o sexo
masculino e feminino dos pacientes internados na UCC (Unidade de
Clínica Cirúrgica....................................................................................
47
Gráfico 3 – Procedência de pacientes internados na UCC (Unidade de Clínica
Cirúrgica), no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016..................
48
Gráfico 4 – Tipo de altas dos pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no
período de 12 de abril a 10 de julho de 2016.........................................
49
Gráfico 5 – Distribuição de frequência das faixas etárias do tempo médio (em
dia) de permanência dos pacientes internados na CC (Clínica
Cirúrgica), no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016..................
49
Gráfico 6 – Distribuição de frequência das faixas etárias do tempo médio (em
dias) de permanência dos pacientes internados sem a discrepância na
CC (Clínica Cirúrgica), no período de 12 de abril a 10 de julho de
2016........................................................................................................
50
Gráfico 7 – Distribuição das especialidades clínicas empregadas aos pacientes
internados no período de 12 abril à 10 de julho de 2016.......................
51
Gráfico 8 – Distribuição das subespecialidades clínicas gerais empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016..
52
Gráfico 9 – Distribuição das subespecialidades clínicas em cabeça e pescoço
empregada aos pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de
julho de 2016..........................................................................................
52
Gráfico 10 – Distribuição das subespecialidades clínicas de urologia empregada
aos pacientes internados no período de 12 abril à 10 de julho de 2016.
53
Gráfico 11 – Distribuição das subespecialidades clínica vascular empregada
aos pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de
2016........................................................................................................
53
Gráfico 12 – Distribuição das subespecialidades clínicas traumatologia empregada
aos pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho.........
54
Gráfico 13 – Distribuição das subespecialidades clínicas torácica empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016..
54
Gráfico 14 – Distribuição das subespecialidades clínica plástica empregada aos
pacientes internados...............................................................................
55
Gráfico 15 – Distribuição das subespecialidades clínicas procto empregada aos
pacientes internados...............................................................................
55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação do cuidado em relação a carga média de trabalho................ 58
Tabela 2 – Número de profissionais atuais na unidade e o número de profissionais
projetado.....................................................................................................
63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Os pacientes e as especialidades na CC................................................... 51
Quadro 2 – Grau de dependência da assistência pelos pacientes avaliados na CC do
HUSM.......................................................................................................
57
Quadro 3 – Resultados do quadro de pessoal de enfermagem COFEN 2004 /2016... 63
Quadro 4 – Diferenças entre Resolução COFEN 293/2004 e Resolução COFEN
0527 /2016................................................................................................
77
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APH Adicional de plantão hospitalar
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CC Clínica Cirúrgica
CHS Carga Horária Semanal
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas
CRS Coordenadoria Regional de saúde
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
DPE Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem
DIVIGP Divisão de Gestão de Pessoas
EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
GASENF Gestão e Atenção em Saúde e Enfermagem
GM Gabinete do Ministro
HUSM Hospital Universitário de Santa Maria
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IESS Instituto de estudos de saúde suplementar
INCA Instituto Nacional do Câncer
IST Índice de Segurança Técnica
LPP Lesão por pressão
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PNAISH Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
PNS Programa Nacional de Saúde
RJU Regime Jurídico Único
SAE Sistematização da assistência em enfermagem
SCP Sistema de Classificação de Pacientes
SRA Sala de recuperação anestésica
SUS Sistema Único de Saúde
TAE Técnico Administrativo em Educação
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 17
1.1 HIPÓTESE DE PESQUISA................................................................................. 21
1.2 PERGUNTA DE PESQUISA............................................................................... 21
2 OBJETIVOS........................................................................................................ 22
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 22
3 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 23
3.1 OS MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE
ENFERMAGEM...................................................................................................
24
3.2 A PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ESTUDO DO
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM ..........................
27
4 MÉTODO DE PESQUISA................................................................................. 35
4.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................... 35
4.2 O CENÁRIO E OS PARTICIPANTES DA PESQUISA..................................... 35
4.3 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM..................................... 36
4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS........................................... 37
4.4.1 Etapa 1: Caracterização demográfica dos pacientes e com relação à
internação.............................................................................................................
38
4.4.2 Etapa 2: Caracterização dos pacientes nas especialidades cirúrgicas............ 38
4.4.3 Etapa 3: Classificação do grau de dependência dos pacientes em relação à
assistência de enfermagem.................................................................................
39
4.4.4 Etapa 4: Definição da carga média diária de trabalho.................................... 39
4.4.5 Etapa 5: Percentual das ausências previstas e não previstas e a
determinação do índice de segurança técnica (IST) ........................................
40
4.4.6 Etapa 6: Determinação do tempo/jornada efetiva de trabalho..................... 42
4.4.7 Etapa 7: Aplicação da equação para cálculo do dimensionamento de
pessoal...................................................................................................................
42
4.4.8 Etapa 8: Levantamento do número de funcionários existentes na unidade
de internação estudada comparando com os resultados do
dimensionamento................................................................................................
43
4.4.9 Etapa 9: Comparativo entre o quantitativo e qualitativo de pessoal de
enfermagem existente e o dimensionado...........................................................
44
4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS................................................. 44
4.6 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................ 44
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS........................................................ 47
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E DE
INTERNAÇÃO DOS PACIENTES DA UNIDADE DE CLÍNICA
CIRÚRGICA (UCC).............................................................................................
46
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES NAS ESPECIALIDADES
CIRÚRGICAS......................................................................................................
50
5.3 CARACTERIZAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA DOS PACIENTES
EM RELAÇÃO A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM...................................
56
5.4 DEFINIÇÃO DA CARGA MÉDIA DIÁRIA DE TRABALHO......................... 57
5.5 PERCENTUAL DAS AUSÊNCIAS PREVISTAS E NÃO PREVISTAS E A
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SEGURANÇA TÉCNICA (IST)..............
58
5.5.1 Cálculo de ausências previstas........................................................................... 58
5.5.2 Cálculo de ausências não previstas.................................................................... 60
5.5.3 Cálculo do IST..................................................................................................... 60
5.6 DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM........................... 61
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................. 64
6.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE
INTERNAÇÃO DOS PACIENTES DA CLÍNICA CIRÚRGICA......................
64
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES NAS ESPECIALIDADES
CIRÚRGICAS.......................................................................................................
67
6.3 CARACTERIZAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA DOS PACIENTES
QUANTO À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM............................................
69
6.4 DEFINIÇÃO DA CARGA MÉDIA DE TRABALHO DA UNIDADE.............. 70
6.5 PERCENTUAIS DE AUSÊNCIAS PREVISTAS E NÃO PREVISTAS E
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SEGURANÇA TÉCNICA.......................
71
6.6 CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM 73
6.7 IMPLICAÇÕES DO DIMENSIONAMENTO NA PRÁTICA
ASSISTENCIAL...................................................................................................
75
7 CONCLUSÃO..................................................................................................... 80
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 84
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO.................................................................................................
92
APÊNDICE B – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE............................... 94
APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE
PACIENTES, COMPLEMENTADO COM ÁREAS DE CUIDADO
PARA AVALIAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS.....
95
APÊNDICE D – AUSÊNCIAS NÃO PREVISTAS DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM.................................................................................................
97
ANEXO A – INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES,
COMPLEMENTADO COM ÁREAS DE CUIDADO PARA
AVALIAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS..................
98
ANEXO B – PLANILHA DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES
DIÁRIA................................................................................................................
99
ANEXO C – AUSÊNCIAS NÃO PREVISTAS DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM.................................................................................................
100
ANEXO D – PLANILHA ELETRÔNICA PARA O
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM......................
101
ANEXO E - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP............................ 102
17
1 INTRODUÇÃO
O cuidado de enfermagem é idealizado como uma ação profissional qualificada,
pela aplicação do conhecimento científico do enfermeiro gerenciando sua equipe, trazendo
resultados positivos ao paciente, em termos de atendimento de suas necessidades de saúde
e segurança. A assistência de enfermagem e a qualidade fundamentam-se em princípios
técnico-científico-filosóficos que os norteiam, e se vinculam ao discurso da prática
difundido como publicações ou produção intelectual utilizadas na formação e
especialização profissional (LIMA, 2008).
Dentre suas ações assistenciais, o enfermeiro realiza gerenciamento diário de
recursos humanos relacionados à escala de serviço, prioridade da assistência em relação a
pacientes mais graves, supervisão e avaliação da equipe, atitudes que influenciam nos
rumos e o sucesso organizacional.
Esses eventos sofrem influências das mudanças globais e modificam a forma de
relação entre as pessoas e empresas, em decorrência da competitividade, das exigências de
qualidade na prestação de serviços, das transformações sociais e epidemiológicas e da
crescente conscientização da população quanto as suas necessidades e benefícios como
consumidor de serviços de saúde (BEZERRA, 2003).
A demanda de trabalho de enfermagem deve estar aliada à qualidade e segurança da
assistência e à otimização de recursos, sendo que o ideal nem sempre é exequível,
principalmente quando se trata de instituições públicas, nas quais os Enfermeiros, em
algumas delas não possuem autonomia quanto à seleção de pessoal.
A sociedade atual passa por modificações tecnológicas e enfrenta inúmeras
dificuldades assistenciais e gerenciais decorrentes da adoção de medidas administrativas
que afetam diretamente o quantitativo e qualitativo de pessoal de enfermagem, interferindo
no planejamento e na consecução as propostas e programas assistenciais implantados,
comprometendo, consequentemente, a qualidade da assistência prestada (FUGULIN,
2002). Estas causam transformações políticas, sociais, tecnológicas e econômicas, suscita
das instituições um quantitativo de profissionais adequados para atender às exigências dos
pacientes.
Neste sentido, faz-se necessária a adequação do quadro de enfermeiros, uma vez
que os resultados de estudos evidenciam que as instituições não atendem às recomendações
legais vigentes (GIARDELLO, 2013). O quantitativo de enfermeiros pode influenciar nas
18
taxas de mortalidade e riscos de complicações em pacientes. A inadequação desses
recursos, para atendimento das necessidades de assistência de Enfermagem aos pacientes,
compromete seriamente a qualidade do cuidado e implica em questões legais e de saúde do
trabalhador (NICOLA, 2005). Os gestores de enfermagem instrumentalizados melhor
gerenciam os recursos humanos e acompanha sua evolução na eficácia, qualidade da
assistência implantando medidas que melhorem os processos de trabalho, redefinindo
prioridades, racionalizando recursos e acompanhando a produtividade (POSSARI, 2011).
Os pacientes têm o direito de serem atendidos por profissionais com maior
conhecimento técnico e científico, o que influencia, diretamente, na qualidade da
assistência e na segurança do paciente, bem como na qualidade e nas condições de trabalho
e de vida dos enfermeiros.
Desta forma, torna-se imperioso definir caminhos que levem à qualidade dos
produtos e dos serviços prestados, tornando indispensável à adoção de políticas e
gerenciamento de recursos humanos que oriente a prática das pessoas relacionadas à
estrutura, à cultura e aos processos organizacionais que devem envolver etapas
interdependentes como provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e monitoração
de recursos humanos (CHIAVENATO, 2009).
O hospital, como empresa, preocupa-se com produtividade, redução de custos,
gerenciamento de recursos humanos e, principalmente, com o quadro de pessoal de
enfermagem por ser o quantitativo mais significativo da instituição. Alguns hospitais
apresentam dificuldades no gerenciamento de recursos humanos devido à inadequação de
pessoal de enfermagem para um atendimento com qualidade (COELHO, 2013).
As instituições hospitalares com suas diretrizes próprias visam à contenção e
redução de despesas, se fazem sentir, imediatamente, na política de recursos humanos do
hospital ocorrendo déficit e falta de reposição de funcionários, limitações de demissões,
imposição do aumento do número de leitos (FUGULIN, 2002). Este cenário causa
sobrecarga de trabalho e insatisfação da equipe de enfermagem.
Nosso desconhecimento em relação aos critérios sistematizados para o
planejamento e a avaliação do quantitativo de recursos humanos de enfermagem, faz com
que realizemos esta atividade de forma empírica, baseados na experiência e no julgamento
intuitivo, ou por meio da utilização de equações matemáticas disponíveis na literatura, sem
que haja compreensão do significado e do comportamento das variáveis envolvidas no
processo de dimensionar pessoal de enfermagem (FUGULIN, 2002).
19
A provisão de pessoal de enfermagem é um processo organizado que fundamenta o
planejamento e avaliação do qualitativo e quantitativo de pessoal necessário para promover
a assistência de acordo com a singularidade de cada serviço que recebe a denominação de
dimensionamento (FUGULIN, 2010).
É nesse cenário que se destaca o dimensionamento de pessoal de enfermagem,
enquanto instrumento gerencial para uma assistência de qualidade, de forma a produzir
resultados que possibilitem a conscientização do significado de um quadro de pessoal
adequado às necessidades da clientela e da instituição. Assim, um quadro de pessoal de
enfermagem adequadamente dimensionado poderá contribuir para melhores resultados da
assistência, reduzir os eventos adversos aos pacientes e o tempo de internação (CUNHA,
2011).
O tema de pesquisa foi escolhido por ter trabalhado 13 anos na Clínica Cirúrgica do
referido cenário de pesquisa e acompanhado, vivenciado e compartilhado das dificuldades
assistenciais e gerenciais, provenientes de medidas administrativas do governo que afetam
diretamente o quantitativo e qualitativo de pessoal de enfermagem, interferindo no
planejamento e na consecução das propostas e programas assistenciais implantados,
comprometendo, consequentemente, a qualidade da assistência prestada.
Essas medidas, decorrentes de uma diversidade de prioridades políticas, que se
fazem sentir, imediatamente, na política de recursos humanos do hospital. Assim, ocorrem
a extinção ou dificuldade de reposição das vagas existentes, morosidade nos processos de
contratação, a imposição de um aumento no número de leitos ou de implantação de novos
serviços sem correspondente aumento no quantitativo de pessoal.
A necessidade de encontrar estratégias para superar essas dificuldades, dentro da
minha trajetória, evidenciou que havia necessidade da utilização de um instrumento que
auxiliasse na realização deste estudo, a fim de realizarmos este processo seguindo uma
metodologia e parássemos de realizar nossa escala de serviço de forma empírica que
valessem para os enfermeiros para as argumentações, na condução e justificativas de
propostas, referentes ao dimensionamento e à avaliação do quantitativo de recursos
humanos em enfermagem.
Primeiramente, enquanto enfermeira assistencial, assistia e sofria os reflexos da
redução do quantitativo de pessoal, absorvia uma carga maior de trabalho para atender às
exigências assistenciais aos pacientes. A diminuição da força de trabalho, nessa ocasião,
era atribuída às ausências não previstas de pessoal, como licença para tratamento de saúde
e licenças maternidade. Com o passar do tempo, o aumento da complexidade assistencial
20
dos pacientes internados necessitou nova demanda de atividades, exigindo maior
capacitação e produtividade do pessoal de enfermagem, apontando para a necessidade de
revisão dos critérios utilizados para dimensionar o pessoal de enfermagem. O hospital, por
ser referência da região, conta com pacientes de alta complexidade com cirurgias extensas
e delicadas exigindo da equipe um adequado preparo para atuação profissional. Além
disso, pelas dificuldades em executar as ações previstas tais como: as orientações
perioperatórias, SAE (sistematização da assistência em enfermagem), prevenção de LP
(lesões por pressão), supervisão adequada dos procedimentos da equipe. As orientações
adequadas e a realização da SAE auxiliam na reabilitação precoce e tornam o paciente
mais independente.
Ao assumir a chefia da Unidade, percebi, mais ainda, os reflexos do aumento da
carga de trabalho na saúde dos trabalhadores (atestados prolongados sem a devida
reposição do pessoal) e, consequentemente, na qualidade da assistência prestada. Na
tentativa de equacionar essas dificuldades, foi visualizada a possibilidade de reorganização
da Unidade no sentido de melhorar a assistência, otimizando os recursos humanos
disponíveis através do dimensionamento da equipe de enfermagem.
Dimensionar de forma sistemática representou um grande desafio por ser um
trabalho que tenta responder às expectativas emergentes do meu cotidiano enquanto
enfermeira gerente, bem como, busca favorecer meu desenvolvimento enquanto
enfermeira.
A Clínica cirúrgica do referido hospital presta serviço a pacientes de várias
especialidades, cirurgias complexas, poli traumatizados, que demandam alta dependência
de cuidados, sendo que muitos deles, após a alta da SRA (sala de recuperação anestésica)
recuperam na unidade de internação, sem passar pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva),
devido à escassez de leitos.
Até o ano de 2013, era reduzido o número de funcionários comparados com o
número de leitos, pois o hospital por ser público dependia de concurso para a admissão de
novos membros para a equipe de enfermagem. Em julho do mesmo ano, ocorreu seleção
por concurso da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) sendo que, em
primeiro de setembro de 2014, iniciaram novos colaboradores. Porém, ainda temos muitos
atestados, licenças diversas, e a elaboração da escala de serviço permanece uma
preocupação mensal e diária.
21
Acredita-se que a realização desta pesquisa possibilitará o estabelecimento de
indicadores de recursos humanos e de assistência que subsidiará as discussões relativas ao
quadro de pessoal de enfermagem de toda a instituição junto à direção geral do hospital.
1.1 HIPÓTESE DE PESQUISA
O quantitativo de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem não é suficiente
para a realização da assistência de enfermagem.
1.2 PERGUNTA DE PESQUISA
A equipe de enfermagem da Clínica Cirúrgica do HUSM está de acordo com o
quantitativo e o qualitativo de pessoal para a assistência de enfermagem de acordo com a
resolução do COFEN?
22
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o quantitativo e qualitativo de pessoal de enfermagem da unidade de
internação de Clínica Cirúrgica de um hospital de ensino da região Sul do Brasil.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Caracterizar e classificar o grau de dependência dos pacientes internados em relação
ao cuidado de enfermagem, de acordo com o sistema de classificação.
23
3 REVISÃO DE LITERATURA
A equipe de enfermagem representa o maior número de profissionais de uma
instituição hospitalar (NISHIO; BAPTISTA, 2011) e, por estar sempre ao lado do cliente,
detém uma quantidade significativa de informações as quais são utilizadas por outros
profissionais da equipe de saúde para direcionar o processo assistencial, tornando-se,
assim, imprescindível na busca pela qualidade e segurança do cliente.
Compreende-se o enfermeiro como um ser único, reflexivo, que vive em uma
sociedade organizada e hierarquizada, possui sonhos, aspirações, compromissos,
experiências. Enfim, usufrui tudo que o ser humano tem, pois, influencia e é influenciado
pela organização de que faz parte e dela necessita para se realizar enquanto profissional e
até mesmo como pessoa (LIMA, 2008).
Os aspectos decorrentes da qualidade dos serviços e da segurança do paciente
configuram-se como problemas de saúde pública. Segundo Morais et al. (2008), estas
temáticas despertam o interesse dos profissionais que compõem a equipe de trabalho das
instituições de saúde. Faz-se necessária a constante aquisição de conhecimentos na área do
gerenciamento de enfermagem para a consequente garantia da qualidade do serviço
prestado.
A avaliação da qualidade exerce influência na capacidade gerencial dos serviços de
saúde e na assistência ministrada (LIMA, 2008).
Pertence e Melleiro (2010) afirmam que qualidade em saúde se relaciona à
prestação de assistência de elevado nível, de forma que os profissionais responsáveis pelas
ações de saúde deverão estar comprometidos com a busca pelo aperfeiçoamento da prática
profissional com o objetivo de atender às expectativas dos usuários, levando-os à
satisfação com os serviços a eles dispensados.
A saúde e seus serviços requerem transformações e adaptações que busquem
melhorar a eficiência e a qualidade, principalmente nas instituições hospitalares, onde se
verifica, ainda, a maior demanda de atendimento à saúde (FUGULIN, 2002).
Santos et al. (2010) definem qualidade como uma filosofia, um modelo de gestão
empresarial ou um modelo de gestão administrativa que tem por objetivo alcançar, de
forma permanente, a melhoria dos produtos ou serviços oferecidos, por meio da mudança
dos processos produtivos, da cultura e do envolvimento e comprometimento dos
trabalhadores.
24
No âmbito das organizações de saúde, a qualidade adquire significado diferente das
demais organizações de bens ou serviços (KURCGANT, 2009). Essa qualidade se baseia
com vistas na manutenção e recuperação da saúde das pessoas.
Nas instituições hospitalares, o Serviço de Enfermagem representa papel
fundamental no processo assistencial. O hospital não é qualquer equipamento de saúde, é
uma organização complexa, com múltiplos interesses, lugar de construção de identidades
profissionais, com grande reconhecimento social. É também um equipamento de saúde em
processo de redefinição, pois, no âmbito público e no privado, estão em debate seu papel e
seu lugar na produção do cuidado, em busca de qualidade, integralidade, eficiência e
controle de custos (LIMA, 2008).
A gestão em saúde compreende um conjunto de instrumentos técnicos próprios que
apoiam a execução das atividades gerenciais, tais como o planejamento, o
dimensionamento, o recrutamento e a seleção de pessoal, a educação continuada e/ou
permanente, a supervisão, a avaliação de desempenho, o monitoramento dos indicadores de
qualidade, entre outros (FELLI; PEDUZZI, 2012). Assim, o gerenciamento de recursos
humanos é uma questão essencial para a consecução dos objetivos assistenciais,
requerendo que os enfermeiros desenvolvam competências para utilizar as ferramentas e
estratégias gerenciais que alicerçam a qualidade do cuidado, objeto de seu trabalho, a fim
de buscar a segurança e a satisfação dos pacientes, dos profissionais de enfermagem e das
próprias instituições de saúde, reduzindo os riscos inerentes à assistência (FUGULIN,
2016).
Para tanto, é imprescindível a adequação dos profissionais de enfermagem para um
atendimento de qualidade, este só é possível através do dimensionamento da equipe.
O dimensionamento de pessoal de enfermagem como a etapa inicial do processo de
provimento de pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários
por categoria, requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta
ou indiretamente prestada à clientela (KURCGANT, 2009).
3.1 Os métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem
Fugulin (2002) descreveu um histórico contextualizado por Gaidzinski (1998) sobre
a evolução do dimensionamento da equipe de enfermagem conforme esquema abaixo:
O método intuitivo ou das relações de proporção (antes de 1939):
25
Este método era baseado na relação de proporção entre a quantidade de tarefa a ser
realizada /dia e o número de trabalhadores /dia necessários para a realização dessa tarefa.
As variáveis eram: a quantidade de enfermeiras; a quantidade de leitos disponíveis e a
proporção diária de enfermeiras por leito, baseadas em uma regra simples de três.
Descrevendo o dimensionamento como a quantidade diária de enfermeiras necessárias está
para o número total de leitos numa dada razão de proporção, Gaidzinski (1998), a
transcreveu para uma linguagem matemática, com o intuito de facilitar sua compreensão e
análise, de forma que o modelo foi assim representado:
onde:
q= quantidade de enfermeiras necessárias;
n= quantidade diária de leitos disponíveis;
R= relação de proporção diária de enfermeiras por leito.
A variável R apresentava uma dimensão subjetiva, baseada na experiência e
julgamento das enfermeiras por faltar, na época em que foi concebido, outras ferramentas
para a medição do trabalho (GAIDZINSKI, 1998). Os trabalhadores não possuíam,
praticamente, nenhum direito adquirido, como definição de turnos de trabalho, folgas
semanais remuneradas ou direito a outros tipos de ausência.
Em 12 de agosto de 1998, a Portaria do Ministério da Saúde n°3.432, estabelece
critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), 25 de agosto de
1999, que estabelece normas e critérios para inclusão da unidade de cuidados
intermediários neonatal no SUS. Essas Portarias não consideram a dimensão subjetiva do
método com relação à determinação da carga de trabalho, também não indicam um
quantitativo de pessoal para a cobertura de ausências por folgas semanais remuneradas,
férias e outros tipos de ausências, que constituem, atualmente, direitos do trabalhador.
Introdução da variável horas médias de cuidado (1939):
Este método possibilitou evolução na enfermagem com a introdução da variável
horas médias de cuidado, as quais indicam as horas médias de assistência de enfermagem
despendidas no cuidado a pacientes de diversas unidades de internação, nas 24 horas
(GAIDZINSKI, 1998). A partir daí, a variável R (proporção de enfermeiras por leito)
passou a ser substituída pelas variáveis horas diárias de cuidados aos pacientes (h) e horas
do turno de trabalho da enfermeira (t), possibilitando a seguinte representação:
26
Analisando esse método, Gaidzinski (1998) constatou que a sua aplicação fornece o
quantitativo do quadro de pessoal com base na necessidade de uma semana, prevendo,
dessa maneira, o acréscimo para a cobertura das ausências devido às folgas semanais.
Contudo, o método não explicitava os dias de folga.
Introdução das variáveis relativas às ausências (1947):
Este método ocorreu a partir de outro levantamento de valores médios de horas de
assistência, que passou a considerar o número de horas efetivas de trabalho/ ano/
trabalhador de uma dada categoria profissional de acordo com os seguintes cálculo
(GAIDZINSKI, 1998):
1. Identificar o número total de horas de enfermagem que se necessita em um ano.
a) Levantamento do número médio de pacientes x média de horas de cuidado por
paciente por dia x dias da semana x semanas do ano.
2. Identificar o número de horas de cuidado geral necessárias no ano, prestadas pelo
pessoal profissional de enfermagem e o número de horas dado pelo pessoal não
profissional.
a) Número de horas de cuidado geral por ano x percentual dado pelo pessoal
profissional de enfermagem.
b) Número de horas de cuidado geral por ano x percentual dado pelo pessoal não
profissional de enfermagem.
3. Identificar o número de pessoal profissional de enfermagem e pessoal não
profissional de enfermagem necessário com base em um ano.
a) Horas de cuidado profissional necessárias por ano: horas dadas por ano por uma
enfermeira profissional (horas de trabalho semanais por enfermeira x semanas de trabalho
no ano por enfermeira).
b) Horas de cuidado não profissionais necessárias por ano: horas dadas por ano por
um auxiliar de enfermeira (horas de trabalho semanais por ajudante de enfermeira x
semanas de trabalho durante o ano por auxiliar de enfermeira).
Introdução do sistema de classificação de pacientes (1960):
Os estudos que tratavam as horas de assistência de enfermagem de acordo com o
tipo de unidade de internação, ou estabelecido à proporção de pessoal segundo o número
de leitos, como uma média genérica das horas de assistência, passaram a considerar os
27
diferentes graus de complexidade assistencial que os pacientes apresentavam dentro de
uma mesma unidade de internação, introduzindo o conceito de sistema de classificação de
pacientes, enquanto instrumento para estimar as necessidades diárias dos pacientes em
relação à assistência de enfermagem.
Esses estudos aperfeiçoaram o método para determinação da carga de trabalho da
equipe de enfermagem que evidenciavam a variação do tempo médio de trabalho de
enfermagem dedicado aos pacientes classificados nas diferentes categorias de cuidado,
possibilitando, também, a adequação dos métodos até então utilizados na determinação dos
custos da assistência prestada.
A evolução do método contemplou um maior número de variáveis visualizando
melhor a realidade, mas tornando mais complexa sua operacionalização. Gaidzinski (1998)
diz que essa operacionalização possibilita sistematizar o inter-relacionamento e a
mensuração das variáveis que interferem na carga de trabalho da equipe de enfermagem.
Nesse sentido essa autora propôs, em sua Tese de Livre-Docência, um método de
dimensionamento de pessoal de enfermagem que possibilita a identificação e análise das
variáveis intervenientes nesse processo, tornando-o um instrumento auxiliar no
planejamento e avaliação do serviço de enfermagem (FUGULIN, 2002).
3.2 A proposta metodológica para o estudo do dimensionamento de pessoal de
enfermagem
Este método, para ser aplicado, requer o conhecimento das seguintes variáveis:
Conhecimento do perfil da clientela quanto à complexidade assistencial:
Gaidzinski (1998) recomenda a adoção de um Sistema de Classificação de
Pacientes, dentre os disponíveis na literatura, que melhor atenda às peculiaridades da
clientela atendida a fim de conhecer os pacientes, num período não inferior a três meses
uma vez ao dia, sempre no mesmo plantão, para que se obtenha uma amostra que reflita o
perfil dos pacientes internados.
O conceito de Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) por complexidade
assistencial surgiu da necessidade de racionalizar o trabalho e equacionar problemas
administrativos e assistenciais (GAIDZINSKI, 1998). A adoção do SCP implica em
inúmeras decisões administrativas, organizacionais, para a formação de uma equipe de
direção e administração (FUGULIN, 2002).
28
No Brasil, os estudos de dimensionamento começaram na década de 70 e 80 e, a
partir daí, várias experiências referentes ao desenvolvimento de utilização de SCP foram
apresentadas (FUGULIN, 2002).
Apenas em 1996, pela inexistência de parâmetros oficiais, o conselho Federal de
Enfermagem, pela Resolução COFEN 189/96, estabeleceu parâmetros para o
dimensionamento da equipe de enfermagem. A partir dessa Resolução, estabelecer o
quadro quantiqualitativo necessário para a assistência de enfermagem passou a ser
competência do enfermeiro.
Desde 1998, em nosso país, para realizar o dimensionamento de pessoal de
enfermagem, tem sido utilizada a metodologia institucionalizada por Gaidzinski (1998) e
Fugulin (2002).
Esse método permite a identificação e análise das variáveis específicas do local em
estudo, imprescindíveis para a realização do cálculo de pessoal. Essas variáveis se referem
à carga média de trabalho da unidade, à distribuição percentual dos profissionais de
enfermagem, ao índice de segurança técnica e ao tempo efetivo de trabalho
(GAIDZINSKI, 1998).
Em 2004, a Resolução COFEN 189/96 foi revogada pela Resolução 293/2004
atualizando os parâmetros no quadro de pessoal nos diferentes níveis de formação.
Os métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem contemplaram um
maior número de variáveis, permitindo, por um lado, melhor visibilidade da realidade, mas
gerando, por outro lado, maior complexidade para sua operacionalização no cotidiano do
gerenciamento.
A caracterização do serviço de enfermagem quanto à filosofia, objetivos e
propostas assistenciais deve ser o ponto de partida para a previsão de pessoal, pressupõe a
reflexão de seus elementos acerca das crenças e valores individuais, profissionais e
institucionais relacionados às atividades de enfermagem, influenciando, dessa maneira, o
padrão a ser estabelecido para a assistência de enfermagem uma vez que determina sua
fundamentação, ou seja, a qualidade dos resultados desejados (FUGULIN, 2002).
Segundo Gaidzinski (1998), método de dimensionamento de pessoal de
enfermagem é a aplicação de um processo sistemático para determinar o número e a
categoria profissional requerida para prover os cuidados de enfermagem, que garantam a
qualidade, previamente estabelecida, a um grupo de pacientes.
Por esse motivo, Fugulin, (2002) salienta a necessidade das gerentes dos serviços
instrumentalizarem-se para melhor gerenciar os recursos sob sua responsabilidade, dando
29
especial atenção à eficiência dos recursos humanos por se tratar de um dos itens mais
significativos da eficácia, qualidade e custo hospitalares.
Assim, é necessária a verificação contínua do quantitativo e o qualitativo de
recursos humanos de enfermagem à unidade hospitalar onde esses recursos estão alocados.
É um processo sistemático de avaliação do quantitativo e qualitativo de pessoal da
enfermagem necessário para prover a assistência, de acordo com a singularidade dos
serviços de saúde que garantam a segurança dos pacientes e dos trabalhadores de
enfermagem (FUGULIN; GAIDZINSKI; CASTILHO, 2010).
A Resolução COFEN 293/2004 estabelece como competência do enfermeiro das
unidades assistenciais, dimensionar e gerenciar o quadro de profissionais de enfermagem
(COFEN, 2004). Cabe a este profissional ter responsabilidade pelo dimensionamento
adequado dos profissionais frente a qualidade dos cuidados prestados, refletindo na
segurança dos pacientes, da equipe e do desempenho da instituição.
Para a aplicação do método de dimensionamento de pessoal de enfermagem,
Gaidzinski (1998) diz que deve ser seguido o desenvolvimento de diversas etapas que
possibilitam o conhecimento e a identificação das variáveis intervenientes no processo.
O SCP prevê, basicamente, o agrupamento de pacientes por complexidade
assistencial, observando o perfil de cada grupo ou categoria previamente estabelecido,
distribuição dos leitos para atendimento da demanda por grupos de pacientes, realocação
dos recursos humanos e materiais, detalhamento da dinâmica operacional do sistema e
reorientação de toda a equipe envolvida no processo assistencial.
A adoção do SCP demonstrou eficiência, evidenciando maior racionalização de
recursos materiais e equipamentos; maior satisfação da equipe no desenvolvimento do
trabalho; melhoria na competência da equipe para o atendimento a cada grupo de
pacientes; maior envolvimento da equipe no alcance dos objetivos assistenciais;
favorecimento das ações educativas ao paciente e maior satisfação dos pacientes e
familiares (FUGULIN, 2002).
Fugulin et al (2005) desenvolveram um instrumento do tipo protótipo, descrevendo
o perfil assistencial dos pacientes internados na Unidade de Clínica Médica do HU-USP e
definindo cinco categorias de cuidado, de acordo com a complexidade assistencial desses
pacientes:
Cuidados Intensivos: pacientes graves e recuperáveis, com risco iminente de vida,
sujeitos à instabilidade de funções vitais, que requeiram assistência de enfermagem e
médica permanente e especializada;
30
Cuidados Semi-Intensivos: pacientes recuperáveis, sem risco iminente de vida,
sujeitos à instabilidade de funções vitais que requeiram assistência de enfermagem e
médica permanente e especializada;
Cuidados Alta Dependência: pacientes crônicos que requeiram avaliações
médicas e de enfermagem, estáveis sob o ponto de vista clínico, porém, com total
dependência das ações de enfermagem quanto ao atendimento das necessidades humanas
básicas;
Cuidados Intermediários: pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de
enfermagem que requeiram avaliações médicas e de enfermagem, com parcial dependência
de enfermagem para o atendimento das necessidades humanas básicas;
Cuidados Mínimos: pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de
enfermagem que requeiram avaliações médicas e de enfermagem, mas fisicamente
autossuficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas.
A identificação do grau de dependência do paciente em relação à equipe de
enfermagem, por meio da utilização do SCP, é um procedimento já consolidado, enquanto
critério indispensável para dimensionar pessoal de enfermagem.
Levantamento do tempo de assistência de enfermagem e determinação do
percentual de cada categoria profissional:
É a identificação do tempo despendido para o atendimento das necessidades
assistenciais dos pacientes, em decorrência de fatores relacionados à instituição, ao amparo
legal, ao serviço de enfermagem e à clientela, estrutura organizacional, complexidade do
serviço, tecnologia utilizada, recursos financeiros e a composição da equipe de saúde de
acordo com o exercício profissional, o código de ética dos profissionais.
No que se refere ao serviço de enfermagem, devem ser considerados os padrões da
assistência, modelo gerencial e assistencial, os métodos de trabalho implementados, os
níveis de formação dos profissionais, carga horária semanal, a jornada de trabalho, a
dinâmica das unidades nos diferentes turnos, o índice de segurança técnica, ou seja, o
percentual de profissionais necessário para a cobertura das ausências previstas e não
previstas.
A Resolução 293/2004 estabelece que o referencial mínimo para o quadro de
profissionais de Enfermagem, incluindo todos os elementos que compõem a equipe,
referido no Art. 2º da Lei nº 7.498/86, para as 24 horas de cada Unidade de Internação,
considera o SCP, as horas de assistência de Enfermagem, os turnos e a proporção
funcionário/leito.
31
3,8 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência mínima ou autocuidado;
5,6 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intermediária;
9,4 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência semi-intensiva;
17,9 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intensiva.
O parágrafo nono do mesmo artigo diz que ao cliente crônico com idade superior a
60 anos, sem acompanhante, classificado pelo SCP com demanda de assistência
intermediária ou semi-intensiva deverá ser acrescido de 0,5 às horas de Enfermagem
especificadas no Art.4º.
O artigo quinto da Resolução trada da distribuição percentual do total de
profissionais de Enfermagem, deve observar as seguintes proporções e o SCP:
– Para assistência mínima e intermediária: de 33 a 37% são Enfermeiros (mínimo de seis)
e os demais, auxiliares e/ ou Técnicos de Enfermagem;
– Para assistência semi-intensiva: de 42 a 46% são Enfermeiros e os demais, técnicos e
auxiliares de Enfermagem;
– Para assistência intensiva: de 52 a 56% são Enfermeiros e os demais, Técnicos de
Enfermagem.
E ainda o parágrafo único diz que a distribuição de profissionais por categoria
deverá seguir o grupo de pacientes de maior prevalência.
O quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido de um índice de
segurança técnica (IST) não inferior a 15% do total.
Esta Resolução passou por reformulações que emergiram de cuidadosa análise e
discussão das pesquisas sobre o tema, por um grupo de especialistas na área, com inclusão
de questões que não eram supridas pela regulação vigente, ao exemplo da atenção de
enfermagem em saúde mental, atenção básica e outras unidades que careciam de
parâmetros específicos.
A nova Resolução do COFEN 0527/2016 de 3 de novembro estabelece no artigo
três que o referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, para as 24
horas de cada unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de assistência de
enfermagem, a distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a
proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas:
I. Como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas:
4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo;
6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário;
10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência;
32
10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivos;
18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo.
II. A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem deve observar:
a) O SCP e as seguintes proporções mínimas:
–Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros (mínimo de seis) e os
demais auxiliares e/ ou técnicos de enfermagem;
– Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os demais técnicos e/ou
auxiliares de enfermagem;
– Para cuidado semi-intensivos: 42% são enfermeiros e os demais técnicos de
enfermagem;
– Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de
enfermagem.
III. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: o SCP e a proporção
profissional/paciente nos diferentes turnos de trabalho:
– Cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem para 6 pacientes, 1 enfermeiro para
18,18 ≅18 pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 8,95 ≅ 9 pacientes;
– Cuidado intermediário: 1 profissional de enfermagem para 4 pacientes,1 enfermeiro para
12,12 ≅12 pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 5,97 ≅ 6 pacientes;
– Cuidado de alta dependência: 1 profissional de enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1
enfermeiro para 6,66 ≅7 pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 3,75 ≅ 3,5
pacientes;
– Cuidado semi-intensivos: 1 profissional de enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1
enfermeiro para 5,7 ≅ 6 pacientes e 1 técnico de enfermagem para 4,13 ≅ 4 pacientes;
– Cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para 1,33 ≅ 1,5 pacientes, 1 enfermeiro
para 2,56 ≅ 2,5 pacientes e 1 técnico de enfermagem para 2,77 ≅ 3 pacientes.
1º A distribuição de profissionais por categoria referido no inciso II, deverá seguir o grupo
de pacientes que apresentar a maior carga de trabalho.
2º Cabe ao enfermeiro o registro diário da classificação dos pacientes segundo o SCP, para
subsidiar a composição do quadro de enfermagem para as unidades de internação.
5º Os pacientes de categoria de cuidados intensivos deverão ser internados em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) com infraestrutura e recursos tecnológicos e humanos adequados.
6º Os pacientes classificados como de cuidado semi-intensivos deverão ser internados em
unidades que disponham de recursos humanos e tecnologias adequadas.
33
O artigo 12º ressalta que para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula
contratual quanto à carga horária semanal (CHS). Já o artigo 13º situa que o responsável
técnico de enfermagem deve dispor de 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem
da instituição para cobertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e
participação em programas de educação permanente.
O artigo 14º estabelece que o quadro de profissionais de enfermagem de unidades
assistenciais, composto por 50% ou mais de pessoas com idade superior a 50 (cinquenta)
anos ou 20% ou mais de profissionais com limitação/restrição para o exercício das
atividades, deve ser acrescido 10% ao quadro de profissionais do setor.
Conhecimento do percentual de ausências previstas e não previstas da equipe de
enfermagem:
Este índice inserido no método é de extrema importância, pois a redução da equipe
de enfermagem acarreta na quantidade e na qualidade da assistência prestada ao paciente,
especialmente nas unidades que funcionam ininterruptamente (FUGULIN, 2002).
Na literatura, existem os termos absenteísmo ou ausentismo. Chiavenato (2009)
define como as ausências nos momentos em que os empregados deveriam estar
trabalhando normalmente e estão ausentes do trabalho por falta, atraso ou algum motivo
interveniente. Já Chaves in Fugulin (2002) relata ser um movimento dinâmico interno
institucional, político e econômico do país.
Gaidzinski (1998) entende como ausências previstas os dias relativos às folgas
(descanso semanal remunerado e feriados) e às férias. Como ausências não previstas os
dias referentes às faltas, às licenças e às suspensões. As ausências causam sobrecarga
trabalho, insatisfação, prejudicando a qualidade do atendimento aos pacientes. A
denominação Índice de Segurança Técnica (IST) tem sido utilizada para designar os
percentuais para a cobertura de todos esses tipos de ausências.
Ou seja, o Índice de Segurança Técnica (IST) é o percentual que se refere ao
número de pessoas, por categoria profissional, que deve ser acrescentado ao quantitativo de
pessoal necessário para o atendimento aos pacientes para a cobertura das ausências
previstas e não previstas da equipe de enfermagem (GAIDZINSKI, 1998; ROGENSKI et
al., 2011).
O IST é uma variável indispensável no processo de dimensionamento da equipe de
enfermagem, pois sua não mensuração adequada pode acarretar redução no número de
profissionais e implicação direta para a qualidade da assistência (FUGULIN,
GAIDZINSKI, CASTILHO, 2010) e segurança do paciente, além do que pode contribuir
34
para o aumento do índice de absenteísmo decorrente da sobrecarga de trabalho e da
insatisfação que incide sobre os trabalhadores que comparecerem ao serviço (ROGENSKI,
2006).
As ausências na enfermagem desorganizam o trabalho, prejudicando as atividades e
sobrecarregam a equipe, diminuindo a qualidade do serviço gerando conflitos entre a
equipe (ROGENSKI, FUGULIN, 2007, CUNHA, 2011).
Quanto a essa temática, a Resolução COFEN n° 293/04 indica que o IST não deve
ser inferior a 15%, sendo que 8,33% desse valor deve se referir à cobertura das ausências
por férias e 6,67%, às ausências não previstas (COFEN, 2004).
Já a Resolução COFEN 0527/2016 indica que o Índice de segurança técnica (IST):
percentual a ser acrescentado ao quantitativo de profissionais para assegurar a cobertura de
férias e ausências não previstas para elaborar o Constante de Marinho (KM): coeficiente
deduzido em função do tempo disponível do trabalhador e cobertura das ausências.
Identificação da jornada efetiva de trabalho:
Esta variável determina o tempo diário de trabalho definido por cada instituição.
Gaidzinski (1998) diz que os trabalhadores não são produtivos todo o tempo durante o
turno de trabalho suas necessidades fisiológicas; períodos de descanso; trocas de
informações não ligadas ao trabalho; deslocamentos desnecessários, comemorações, entre
outros.
Aplicação da equação para dimensionar o pessoal de enfermagem:
Acredita-se que a aplicação desse método de dimensionamento contribui para a
superação de dificuldades operacionais, subsidiando as enfermeiras na análise e na
avaliação do quantitativo de pessoal de enfermagem das Unidades de Internação
Gaidzinski (1998).
35
4 MÉTODO DE PESQUISA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo. A pesquisa descritiva para Gil (2010)
tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou então o estabelecimento de relações entre variáveis. E uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados. Escolheu-se esta pesquisa porque sua classificação vai além da simples
identificação da existência entre as variáveis fenomenológicas.
A pesquisa quantitativa adota estratégia sistemática, objetiva e rigorosa para gerar e
refinar o conhecimento (POLIT, 2011).
Tudo que pode ser quantificável tem seu significado traduzido em números,
opiniões e informações para classifica-las e analisa-las (CERVO, 2007).
4.2 O CENÁRIO E OS PARTICIPANTES DA PESQUISA
O cenário da pesquisa foi um Hospital Universitário do interior do Estado do Rio
Grande do Sul. O referido hospital foi fundado em 1970 e é referência de média e alta
complexidade para a região centro-oeste do estado, abrangendo 46 municípios. A
Instituição atua como hospital-escola, com sua atenção voltada para o desenvolvimento do
ensino, da pesquisa e assistência em saúde. Os atendimentos prestados à comunidade são
realizados nos 403 leitos operacionais do hospital, destes 10 leitos de Unidade de
Tratamento Intensivo, 6 leitos de UCI (unidade coronariana intensiva),8 leitos de UTI
pediátrica,10 leitos de UTI neonatal e 10 leitos de UTI neonatal intermediária, além das 53
salas de ambulatório, 11 salas para atendimento de emergência, 06 salas do Centro
Cirúrgico, 02 salas do Centro Obstétrico. É um hospital escola, que serve como campo de
estágio e residência para os diversos cursos da área da saúde e outras áreas que tem atuação
hospitalar. São diagnosticadas e tratadas diversas formas de patologias, sempre procurando
aliar a tecnologia a uma equipe de profissionais e estudantes treinados e atualizados.
Outro fator que ressalta a importância do referido hospital é o fato de ser um dos
únicos hospitais da região centro de média e alta complexidade que atende exclusivamente
pelo SUS (Sistema Único de Saúde). São prestados diversos serviços especializados e de
excelência, o que faz com que a demanda seja superior a sua capacidade física e pessoal.
36
Por isso, a instituição precisa se adequar constantemente a essas situações, para continuar
prestando seus serviços com a mesma competência e qualidade já conhecidas pela
comunidade nestes mais 30 anos de atuação. Escolheu-se este cenário por ser um hospital
escola, pela alta complexidade dos serviços oferecidos e também pela alta dependência dos
pacientes que necessitavam estar em unidades especializadas permanecem nas unidades
abertas por falta de leitos exigindo complexo trabalho assistencial e gerencial do
enfermeiro.
Os participantes envolvidos foram os pacientes da Clínica Cirúrgica que aceitaram
fazer parte da pesquisa. A escolha por esta clínica deu-se por ser a maior unidade e a mais
populosa do hospital, com 52 leitos das seguintes clínicas: digestiva, cabeça e pescoço,
urologia, geral, proctologia, vascular, torácica, traumato/ortopedia e plástica reparadora.
Os critérios de inclusão foram: estar internados e submetidos a procedimentos
cirúrgicos na CC no período de 12 abril a 10 de julho de 2016, (90 dias), de acordo com o
referencial metodológico de Gaidzinski,1998. Os pacientes confusos, desorientados,
sedados e em ventilação mecânica tiveram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) assinado por seu responsável ou representante legal durante a internação.
4.3 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM
A equipe é formada por enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de
enfermagem, composta por profissionais estatutários e empregados públicos da EBSERH
(Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), regidos respectivamente pelo Regime
Jurídico Único (RJU) e Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), exercendo as mesmas
funções, mas com carga horária semanal distinta no momento da coleta de dados.
Os estatutários cumprem atualmente uma carga horária de trinta horas semanais, e
os empregados públicos EBSERH fazem trinta e seis horas semanais. Estas são
distribuídas em seis horas diárias (07:00 às 13:00h e das 13:00 às 19:00h) e doze horas
noturnas (das 19:00 as 07:00 do dia seguinte). A clínica cirúrgica tem uma equipe
constituída de 16 enfermeiros, 36 técnicos de enfermagem e nove auxiliares de
enfermagem distribuídos nos três turnos (manhã, tarde e noite), ficando em média três
enfermeiros e oito técnicos e auxiliares no período da manhã; três enfermeiros e oito
técnicos e auxiliares no período da tarde; e dois enfermeiros e seis técnicos e auxiliares no
período noturno
37
Na referida unidade, há algumas particularidades no que se refere aos turnos, sendo
que no turno da manhã é realizado o round dos pacientes junto a equipe multiprofissional,
eles recebem ou são acompanhados a higienização, são realizados os curativos; no período
da tarde o recebimento dos pacientes da sala de recuperação e a noite se desenvolvem os
preparos cirúrgicos entre eles preparos colônicos, passagem de cateteres, elaboração do
relatório de enfermagem e o encaminhamento dos pacientes ao centro cirúrgico no final do
turno da noite. As orientações perioperatórias são realizadas em todos os turnos, como
também o preparo para a alta, a sistematização da assistência de enfermagem, o
encaminhamento para exames, a elaboração da escala diária de serviço
Nesta unidade são internados 41 pacientes por mês, 168, em média, recebidos de
outras unidades de internação tendo uma média de permanência de 10,6 dias. O número de
cirurgias do referido hospital é de 588 mensais e ficando em 7053 anuais.
4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Para a definição do quantitativo de recursos humanos, foram consideradas as
variáveis que podem afetar a prestação de cuidados seguros, tais como: o ambiente de
trabalho quanto as características dos pacientes e o grau de complexidade da assistência
requerida, o índice de segurança técnica e a carga média diária de trabalho das unidades.
Os dados foram coletados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016, durante
o turno da manhã. O período do ano para a classificação dos pacientes deu-se a fim de não
prejudicar a classificação fidedigna da complexidade dos pacientes, pelo fato de que nos
meses de dezembro a fevereiro os preceptores médicos estão em férias e os residentes
médicos iniciam suas atividades e ingressam no mês de fevereiro, até final de março é
priorizado para a adaptação dos mesmos com o hospital e sua nova função. O turno da
manhã foi selecionado, pois são realizadas as rotinas dos cuidados como banho, curativos,
exames, facilitando a inspeção e a classificação dos pacientes.
A coleta foi realizada diariamente no período da manhã, de segunda a domingo, a
fim de que se tivesse a confiabilidade dos dados coletados e a menor interfererência em
função das rotinas diferenciadas dos turnos. Foi realizada, primeiramente, uma reunião na
unidade com toda a equipe para explicitar todas as fases da pesquisa, bem como seus
objetivos e métodos. Foram treinados dois enfermeiros para auxiliar a coletar os dados,
sendo que que a pesquisadora foi diariamente ao campo coletar. Quando o paciente
encontrava-se no centro cirúrgico ou em realização de exames, não havia registro de coleta
38
naquele dia. Os dados foram coletados inclusive nos leitos de isolamento, não ficando
nenhum leito de fora.
Os dados para o dimensionamento de pessoal de enfermagem foram coletados de
acordo com as orientações metodológicas propostas por Gaidzinski (1998), SCP elaborada
por Fugulin (2002) e complementada por Santos (2007), como se segue:
Etapa 1 – Caracterização demográfica dos pacientes e com relação à internação
(gráfico 1 ao 6);
Etapa 2 – Caracterização dos pacientes em relação a especialidades médicas
(gráfico 7 ao 15);
Etapa 3 – Classificação do grau de dependência dos pacientes em relação à
assistência de enfermagem (Anexo A) (tabela 1);
Etapa 4 – Definição da carga média diária de trabalho (quadro 1);
Etapa 5 – Percentual das ausências previstas e não previstas e a determinação do
índice de segurança técnica (IST);
Etapa 6 – Determinação do tempo/jornada efetiva de trabalho;
Etapa 7 – Aplicação da equação para cálculo do dimensionamento de pessoal
(Anexo C);
Etapa 8 – Levantamento do número de funcionários existente na unidade de
internação estudada;
Etapa 9 – Comparativo entre o quantitativo e qualitativo de pessoal de enfermagem
existente e o dimensionado (tabela 2).
4.4.1 Etapa 1: Caracterização demográfica dos pacientes e com relação à internação
Para a obtenção destes dados, foi construído um instrumento contendo as seguintes
variáveis: sexo, idade, procedência, data de internação, data da cirurgia, especialidade, data
e tipo de alta, informações estas que foram obtidos do prontuário e construídos gráficos.
4.4.2 Etapa 2: Caracterização dos pacientes nas especialidades cirúrgicas
Foram elaborados gráficos explicativos para as especialidades. A coleta dos dados
transcorreu do dia 12 de abril a 10 de julho, perfazendo 90 dias ininterruptos. Os dados
coletados pela pesquisadora e por duas enfermeiras da unidade que contribuíram para a
pesquisa.
39
Inicialmente, foi realizada uma reunião com a equipe de enfermeiros para
apresentar a proposta do estudo. Duas enfermeiras da unidade auxiliaram na coleta dos
dados. Nos primeiros dias fizemos a coleta juntas para sermos coerentes e unânimes
durante o processo de classificação de acordo com a dependência dos pacientes.
4.4.3 Etapa 3: Classificação do grau de dependência dos pacientes em relação à
assistência de enfermagem
Nesta etapa, foi utilizado o instrumento proposto por Fugulin et al, (SANTOS,
2007).
As fontes usadas foram os prontuários para preencher os dados sócio demográficos
como idade, sexo, procedência, tipo de especialidade cirúrgica, comorbidades, a inspeção
de acordo com o instrumento de classificação escolhido para a pesquisa, anamnese e
exame físico dos pacientes internados na Clínica Cirúrgica avaliando limitações, restrições,
sequelas e mal formações (Apêndice C). Os pacientes internados foram classificados
diariamente, sendo registrada em um formulário anexo se o paciente estiver em
procedimento cirúrgico ou exame no momento da classificação. Os pacientes confusos,
desorientados, sedados e em ventilação mecânica tiveram o TCLE assinado por seu
responsável ou representante legal. Sete pacientes, pois não aceitaram fazer parte da
pesquisa.
4.4.4 Etapa 4: Definição da carga média diária de trabalho
Cm: carga média de trabalho;
∑j: somatório da carga média de trabalho, referente à categoria de trabalho do SCP
(Sistema de Classificação de Pacientes);
nj: quantidade média diária de pacientes assistidos segundo o grau de dependência ou tipo
de atendimento;
: distribuição do desvio padrão, segundo grau de dependência ou tipo de atendimento;
hj: tempo médio diário, segundo grau de dependência ou tipo de atendimento
j: qualquer grau de dependência ou tipo de atendimento.
40
O desvio padrão snj é realizado por:
Onde
DP: desvio padrão do número médio de pacientes;
L: total de leitos disponíveis na unidade;
N: número médio de pacientes assistidos no período.
Onde
CV = coeficiente de variação;
DP = desvio-padrão do número médio de pacientes;
N = número médio de usuários/clientes assistidos no período.
Onde
Snj: distribuição do desvio padrão, de acordo com o grau de dependência ou atendimento;
CV: coeficiente de variação;
nj: quantidade média diária de pacientes atendidos de acordo com o grau de dependência
ou atendimento.
4.4.5 Etapa 5: Percentual das ausências previstas e não previstas e a determinação
do índice de segurança técnica (IST)
Para realizar esta etapa, foram solicitadas à DIVIGP (Divisão de Gestão de
Pessoas) as escalas diária e mensal no período de julho de 2015 a julho de 2016, a equação
para a realização do cálculo recomenda um ano para o cálculo fidedigno, das categorias
enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem. Para o absenteísmo foi
consultada a Perícia em saúde da UFSM e o SOST (Serviço de Saúde do Trabalhador).
Para a coleta dos dados, foi utilizado um instrumento estruturado com as causas das
ausências previstas, não previstas, licença maternidade, gala, licença médica, faltas
41
justificadas e não justificadas. Os percentuais foram calculados de acordo com Gaidzinski
et al (2008), conforme segue abaixo:
Ausências previstas da equipe de enfermagem:
- Por folga semanal
Onde:
E%=Percentual de folgas,
e = número de dias de folga por semana, determinada pela instituição,
d= número de dias em que a unidade trabalha na semana.
- Por feriado
Onde:
F%= Percentual de dias feriados;
F= Média anual dos dias de feriado
- Por férias
Onde:
Vk % = percentual de férias da categoria profissional;
vk = Média dos dias de férias anuais;
D= Dias do ano.
Ausências não previstas da equipe de enfermagem:
42
.100
Onde:
Ak%= Percentual de ausências não previstas, segundo a categorial profissional k;
Ak= Média anual dos dias de ausências não previstas de uma categoria profissional k;
d= dias do ano.
Após foi, aplicada a equação de IST (FUGULIN; GAIDZINSKI; CASTILHO,
2010):
4.4.6 Etapa 6: Determinação do tempo/jornada efetiva de trabalho
Está representada pela relação do tempo efetivo do trabalho dos profissionais, ou
seja, jornada diária de trabalho. Neste estudo será considerada a carga de trabalho de seis
horas, atribuídas ao hospital de ensino foco deste trabalho.
4.4.7 Etapa 7: Aplicação da equação para cálculo do dimensionamento de pessoal
Após obter os resultados das variáveis descritas, foi realizado o cálculo da equipe
de enfermagem, para definir o quadro de profissionais necessários para o atendimento aos
pacientes da Clínica Cirúrgica da equação proposta por Fugulin, Gaidzinski e Castilho
(2010), como se segue:
Onde:
Q = quantidade total de pessoal de enfermagem;
= somatório do quantitativo de pessoal de cada categoria profissional k
43
Somatório da carga média diária de trabalho referente a cada categoria de cuidado do
SCP; = quantidade média diária de usuários assistidos segundo o grau de dependência;
S = distribuição do desvio-padrão, segundo o grau de dependência;
= tempo médio diário de cuidado, segundo o grau de dependência;
Qualquer grau de dependência;
P Kj= Percentual da carga de trabalho atribuída à categoria profissional K, de acordo com o
grau de dependência de cuidado prevalente;
= Jornada de trabalho da categoria profissional K;
Proporção do tempo produtivo da categoria profissional k;
E %= percentual de ausência por folga semanal;
F% = percentual de ausência por dias de feriados no ano;
% = percentual de ausência por férias anuais da categoria profissional k;
%= percentual de ausência não prevista da categoria profissional k.
Cálculo de Enfermeiros:
. 1+
4.4.8 Etapa 8: Levantamento do número de funcionários existentes na unidade de
internação estudada comparando com os resultados do dimensionamento
Para o levantamento dos dados, foi utilizada a escala de serviço dos profissionais
relativo ao quantitativo de pessoal da enfermagem da unidade estudada com os respectivos
turnos de trabalho.
44
4.4.9 Etapa 9: Comparativo entre o quantitativo e qualitativo de pessoal de
enfermagem existente e o dimensionado
Essa etapa foi realizada por meio da planilha referente a um software DIPE -
Dimensionamento de Profissionais de Enfermagem (GAIDZINSKI; FUGULIN;
CASTILHO, 2010).
4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Os dados foram coletados de acordo com os subsídios sócio demográficos,
tratamento prestado, grau de dependência da assistência de enfermagem, ausências
previstas e não previstas organizadas em um banco de dados transferidos para uma planilha
do Excel 2013 e analisados de forma descritiva.
O dimensionamento de pessoal de enfermagem, além das equações, foi realizado
com auxílio da planilha eletrônica em que constam as equações propostas no método.
Refere-se a um software DIPE- Dimensionamento de Profissionais de enfermagem
(GAIDZINSKI; FUGULIN; CASTILHO, 2010), para obter o quantitativo de pessoal
necessário para prestar atendimento de enfermagem na unidade de estudo.
Os dados obtidos, por meio da aplicação do método, são apresentados em gráficos e
tabelas.
4.6 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo foi realizado de acordo com a Resolução nº 466 de 12 de dezembro de
2012, considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos
participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos. O estudo foi aprovado
em todas as instâncias necessárias, e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com o
CAAE nº 52487116.6.0000.5346 (Anexo E).
O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi entregue aos participantes
no momento precedente a primeira avaliação do paciente, ficando uma via em poder do
participante e outra em poder da autora dessa pesquisa, ambas assinadas. Os participantes
foram informados sobre os objetivos do estudo, bem como a garantia ao anonimato e o
desejo de participação ou não.
45
Destacou-se que os participantes dessa pesquisa poderiam expor-se a riscos como o
desconforto pela anamnese e exame físico diário e que poderia lembrar-se de algumas
situações desgastantes. Os benefícios foram diretos, pois as informações coletadas
forneceram subsídios para a construção do quantitativo ideal para a unidade a fim de
melhorar a qualidade da assistência prestada, bem como para novas pesquisas a serem
desenvolvidas sobre a temática.
46
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os dados obtidos com relação aos pacientes possibilitaram classificá-los quanto ao
grau de dependência da assistência de enfermagem e os relativos à equipe de enfermagem
permitiram definir o índice de segurança técnica.
Essas foram as variáveis determinantes para o cálculo do dimensionamento de
pessoal de enfermagem na Unidade de Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário de
Santa Maria (HUSM) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As etapas estão
apresentadas de forma ordenada e traduzem as características que influenciam o processo
de trabalho no contexto estudado.
A apresentação dos resultados segue a seguinte ordem: (1) caracterização dos
pacientes segundo aspectos demográficos e de internação; (2) caracterização dos pacientes
nas especialidades cirúrgicas (3) caracterização do grau de dependência dos pacientes em
relação à assistência de enfermagem; (4) índice de segurança técnica precedido do
percentual de ausências previstas e não previstas; (5) aplicação da equação para o
dimensionamento de pessoal, comparando o quantitativo existente e o calculado.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E DE
INTERNAÇÃO DOS PACIENTES DA UNIDADE DE CLÍNICA CIRÚRGICA
(UCC)
Dos 472 pacientes internados na Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário de
Santa Maria (HUSM), no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016, sete pacientes não
aceitaram participar do estudo. Significou à pesquisa 465 pacientes, as variáveis de estudo
para análise descritiva foram sexo, idade, procedência, tipo de alta e tempo de permanência
dos pacientes analisados.
Estiveram internados 268 pacientes do sexo masculino e 197 do sexo feminino no
período, conforme Gráfico 1 abaixo.
47
Gráfico 1 – Pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no período de 12 de abril a 10
de julho de 2016
Dentre os pacientes internados, a média global de idade ficou em torno de 57 anos,
os homens apresentaram média de idade inferior (idade média de 53 anos), tanto à média
global quanto a das mulheres (idade média de 62 anos).
Percebe-se que a maior frequência dos pacientes homens fica entre 55 e 69 anos,
representando 36,19% do total de pacientes masculinos, internados no período. Entre as
mulheres foi o intervalo de 75 a 84 anos que teve maior frequência, representando 26,90%
dos casos de pacientes mulheres internadas.
Gráfico 2 – Apresenta as frequências dentre as faixas etárias entre o sexo masculino e
feminino dos pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no período de
12 de abril a 10 de julho de 2016
Os pacientes são provenientes de 32 municípios que fazem parte da 4ª CRS do
estado do Rio Grande do Sul (RS), são eles: Agudo, Cacequi, Capão do Cipó, Dilermando
48
de Aguiar, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Formigueiro, Itaara, Itacurubi, Ivorá,
Jaguari, Jari, Júlio de Castilhos, Mata, Nova Esperança do Sul, Nova Palma, Paraíso do
Sul, Pinhal Grande, Quevedos, Restinga Seca, Santa Maria, Santiago, São Francisco de
Assis, São João do Polêsine, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São
Vicente do Sul, Silveira Martins, Toropi, Unistalda e Vila Nova do Sul(4ªCRS) e também
poderão ser atendidos os municípios encaminhados pela coordenadoria.
Santa Maria, com 250 pacientes internados, representou 53,76% da população, em
seguida, Agudo, Restinga Seca, São Francisco de Assis e São Sepé foram os municípios
com maiores números de internação, juntos totalizam 71 pacientes, representando 15,27%
do total.
Gráfico 3 – Procedência de pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no período de
12 de abril a 10 de julho de 2016
A alta hospitalar, com 393 observações, representou 90,55% altas no período,
seguida por óbito que representou 6,22%. A minoria restante ficou distribuída com
transferência de hospital (1,84%), e evasão (0,7%).
49
Gráfico 4 – Tipo de altas dos pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no período de
12 de abril a 10 de julho de 2016
A média global de permanência dos homens é de 19,7 dias, tendo as faixas de 35 a
44 anos e 85 a 94 anos com maiores médias em dias de permanecia na clinica, 30,53 e
27,75 dias, respectivamente, as médias de dias de permanência dos pacientes internados
homens nos períodos citados, superiores à média global.
Gráfico 5 – Distribuição de frequência das faixas etárias do tempo médio (em dia) de
permanência dos pacientes internados na CC (Clínica Cirúrgica), no período
de 12 de abril a 10 de julho de 2016.
Observa-se no Gráfico 5 que a faixa etária de 15 a 19 anos entre as mulheres
apresenta uma média (77,5 dias) bastante superior às outras, isto se deve a uma única
observação discrepante no conjunto na faixa etária em questão. A observação discrepante
não interfere para os resultados, a média global de dias de permanência de uma mulher,
internada na clinica cirúrgica, com a observação discrepante fica em 20,01 dias, média
50
superior à média global de permanência dos homens (19,7 dias). Os resultados não mudam
quando se retira a observação discrepante, a média de permanência das mulheres diminui
para 16,3 dias.
Gráfico 6 – Distribuição de frequência das faixas etárias do tempo médio (em dias) de
permanência dos pacientes internados sem a discrepância na CC (Clínica
Cirúrgica), no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
No Gráfico 6, nota-se que a retirada da observação discrepante alterou a faixa etária
feminina de 15 a 19 anos, diminuindo sua média de permanência para 10,33 dias, não
sendo mais a faixa etária com maior média, já a faixa dos 50 a 54 anos fica com a maior
média, com 33,8 dias.
Portanto, em média, os homens e mulheres internados na clinica não diferem sua
idade, sendo que os homens têm dois períodos de idade ao qual, em média, ficam mais
tempo internados na clinica (35 a 44 anos e 85 a 94 anos). Já para as mulheres a faixa que
mantem maior média é a de 50 a 54 anos.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES NAS ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS
Dos 465 pacientes observados na clínica cirúrgica durante o período de 12 de abril
à 10 de julho de 2016, 463 foram submetidos a cirurgias e ou reintervenções.
Nas especialidades de cirurgia geral e traumatológica tiveram maior frequência,
com 136 pacientes cada, frequência equivalendo 29,37% dos pacientes internados
(conforme Gráfico 7), seguida da Vascular com 14,69%, somando-se então
aproximadamente 73,5% dos pacientes somente nestas especialidades.
51
Gráfico 7 – Distribuição das especialidades clínicas empregadas aos pacientes internados
no período de 12 abril à 10 de julho de 2016
Quadro 1 – Os pacientes e as Especialidades na CC.
Foram também observadas as subespecialidades referentes no período. Para especialidade
Clínica Geral (Gráfico 8) que totalizou 136 pacientes, observou-se as maiores proporções para
Laparotomia Exploradora, com 36,03%, e Apendicectomia, com 12,5% dos pacientes internados,
totalizando juntas em torno de 48,5% das observações da especialidade clínica Geral.
52
Gráfico 8 – Distribuição das subespecialidades clínica geral empregada aos pacientes
internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
Para a especialidade Cabeça e Pescoço (Gráfico 9), com frequência de 22 pacientes
no período, destaca-se Linfadenectomia Radical Cervical com 50%, seguida de
Laringectomia Parcial (22,73%), Laringectomia Total e Glossectomia (13,64% cada).
Gráfico 9 – Distribuição das subespecialidades clínicas em cabeça e pescoço empregada
aos pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
Já na especialidade de urologia, totalizando 31 pacientes, constatou-se maior
frequência em Prostatectomia com 29,03%, seguida de Cistectomia com 22,58% e
Nefrolitotomia com 16,13% dos pacientes internados (Gráfico 10), somando os três no
período 67,74%.
53
Gráfico 10 – Distribuição das subespecialidades clínicas de urologia empregada aos
pacientes internados no período de 12 abril à 10 de julho de 2016
Na clínica vascular (Gráfico 11), observou-se a totalidade de 68 pacientes,
constatou-se maior frequência na subespecialidade Ponte-Tromboendarterectomia de
Carótida com 25%, seguida de Nefrolitotomia Percutânea (16,18%) e By Pass (13,23%),
totalizando estes três 54,41% dos pacientes utilizando da especialidade clínica Vascular no
período (Gráfico 11).
Gráfico 11 – Distribuição das subespecialidades da clínica vascular empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
54
A traumatologia foi uma das especialidades que apresentou maior frequência, 136
pacientes, que foram distribuídos em cirurgias de Fêmur com 25%, Correção de Fratura
Transtrocantérica com 23,53% e Artoplastia com 15,44% (Gráfico 12), somando estes um
total de 63,97% dos pacientes utilizando das atividades Traumatológicas no período.
Gráfico 12 – Distribuição das subespecialidades da clínica de traumatologia empregada
aos pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho
Na especialidade Torácica, foram observadas as subespecialidades Lobectomia
(58,33%), Pleurostomia (25%) e Pneumectomia (16,67%), (Gráfico 13) para os 12
pacientes que utilizaram da especialidade no período (Gráfico 13).
Gráfico 13 – Distribuição das subespecialidades da clínica torácica empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
55
A cirurgia plástica ficou dividida em 65% para Reparadora e 35% para Enxerto
(Gráfico 14) para os 20 pacientes no período.
Gráfico 14 – Distribuição das subespecialidades da cirurgia plástica empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
A proctologia apresentou uma frequência de 38 pacientes no período destes 63,16%
das observações distribuídas em duas subespecialidades (Gráfico 15), retosigmoidectomia
(44,74%) e colectomia parcial (18,42%), seguida de Colostomia e Amputação de Reto
(13,16% cada) e colectomia total (10,53%).
Gráfico 15 – Distribuição das subespecialidades clínica de proctologia empregada aos
pacientes internados no período de 12 de abril a 10 de julho de 2016
56
5.3 CARACTERIZAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA DOS PACIENTES EM
RELAÇÃO A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Foram realizadas 4164 avaliações dos 465 pacientes no decorrer de 90 dias do
período de 12 de abril de 2016 a 10 de julho de 2016. Em algumas situações não foi
possível realizar as avaliações pela razão do paciente encontrar-se em cirurgia ou exames.
A média diária de pacientes atendidos foi 46. A taxa de ocupação dos leitos
(TxOH) no período de estudo foi de 89% obtido por meio da fórmula (MINISTÉRIO DA
SAÚDE 2002) abaixo.
TxOH= .100
Onde:
NPD: número de pacientes no período
NLD: número de leitos no período
Quanto ao tipo de assistência recebida, três (6,5%) receberam assistência intensiva;
três (6,5%) receberam assistência semi-intensiva; 14 (30%) receberam assistência de alta
dependência; 16 (35%) receberam assistência intermediária e 10 (22%), receberam
assistência mínima.
As evidencias indicam que houve predominância da assistência intermediária e alta
dependência.
Para o alcance da classificação do grau de dependência dos pacientes quanto à
assistência de enfermagem foi utilizado o Instrumento de classificação de pacientes de
Fugulin et al, (SANTOS, 2007), complementado com áreas de cuidado para avaliação de
pacientes portadores de feridas.
A categoria de cuidado alta dependência não consta na Resolução COFEN
293/2004, porém já está presente na Resolução COFEN nº 0527/2016, que estabelece os
parâmetros para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas
instituições de saúde.
Nesse estudo foi incluída, por ser uma realidade presente em todas as unidades de
internação do hospital e também por já disponibilizarmos da nova Resolução.
57
A classificação dos pacientes quanto ao grau de complexidade do cuidado de
enfermagem e média de atendimento diário, na unidade de CC do HUSM (quadro1)
demostrada a seguir:
Quadro 2 – Grau de dependência da assistência requerida pelos pacientes avaliados na CC
do HUSM de 12 de abril a 10 de julho de 2016
Em relação ao grau de dependência da assistência identificada, 21% (873) foram
classificados com assistência mínima; 35% (1442), com assistência intermediária; 30%
(1263), com assistência de alta dependência; 8% (331), com assistência semi-intensiva e
6% (255), com assistência intensiva.
5.4 DEFINIÇÃO DA CARGA MÉDIA DIÁRIA DE TRABALHO
Após a classificação dos pacientes quanto ao grau de complexidade da assistência
de enfermagem requerida e a definição da quantidade média diária de usuários assistidos
segundo o grau de dependência ou o tipo de atendimento, foi calculada a carga média
diária de trabalho para cada tipo de cuidado, por meio da planilha eletrônica que utiliza a
seguinte equação:
O desvio-padrão para todas as categorias de cuidado, em todas as unidades de
internação de adultos pesquisadas, foi calculado por meio da planilha eletrônica que utiliza
58
as equações descritas no método para essa finalidade. Os resultados obtidos estão
demonstrados nos cálculos para a definição da carga média diária de trabalho da equipe de
enfermagem como segue:
Tabela 1 – Classificação do cuidado em relação a carga média de trabalho
A carga média de trabalho dos profissionais da unidade de CC do HUSM, de
acordo com o grau de dependência do cuidado de enfermagem requerido pelos pacientes,
foi calculada por meio da soma do resultado do cálculo dessa variável, apresentada acima.
5.5 PERCENTUAL DAS AUSÊNCIAS PREVISTAS E NÃO PREVISTAS E A
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SEGURANÇA TÉCNICA (IST)
A análise da vida funcional e das escalas mensais do pessoal de enfermagem da CC
do HUSM mostra o diagnóstico das ausências previstas e não previstas. Os resultados estão
apresentados na sequência, por tipo, após a aplicação das respectivas equações.
5.5.1 Cálculo de ausências previstas
a) Cálculo da ausência prevista por folga semanal para enfermeiros e
auxiliares/técnicos.
A carga horária de trabalho do pessoal de enfermagem na instituição estudada é de
30 e 36 horas semanais, distribuídas em plantões de seis horas diárias. Optou-se por uma
folga semanal.
59
Para cobertura dos dias de folga, é necessário acrescentar 17% no total de pessoal.
b) Cálculo da ausência prevista por feriado para enfermeiros e
auxiliares/técnicos
De acordo com a legislação, os trabalhadores da equipe de enfermagem que
executam suas atividades em sistema de escala de rodízio têm direito a folgas
correspondentes ao número de dias de feriados não coincidentes com o domingo (BRASIL,
1943). No estudo foram considerados todos os feriados, totalizando 12 dias.
Para a cobertura das ausências por feriado, é necessário acréscimo de pessoal de 3,4%
c) Cálculo da ausência prevista por férias para enfermeiros e
auxiliares/técnicos
De acordo com a legislação que estabelece normas para a relação de trabalho dos
profissionais no Brasil, é concedido ao trabalhador 30 dias de descanso ao ano referente a
60
férias (BRASIL, 1943, Cap. IV, Art. 130). Por se tratar de servidor público federal, essa
prerrogativa é afirmada em dispositivo legal específico que define a mesma quantidade de
dias de férias ao ano para cada servidor (BRASIL, 1990, Capítulo III, Art. 77). Nesse
sentido, conforme a Lei (Ibidem), para fazer a cobertura das ausências por férias, é
necessário acrescentar 9% ao quantitativo de pessoal dimensionado.
5.5.2 Cálculo de ausências não previstas
a) Para enfermeiros
Analisando as escalas mensais e diárias do pessoal de enfermagem, comparando
com os resultados da DIVGP (Divisão de Gestão de Pessoas), foram levantados os dados
das licenças não previstas por licença a tratamento de saúde, licença maternidade e falta
não justificada.
A reposição temporária pelas licenças é realizada por Adicional por Plantão
Hospitalar (APH)1 quando possível, pois este tipo de plantão é só permitido ao servidor
com RJU (regime jurídico único) e nem sempre há funcionários disponíveis para tal.
Quantitativo de pessoal em licença: 16 enfermeiros
Total de dias de faltas: 364 dias
Média de dias de falta no ano por pessoal de enfermagem = 22,75
A%
AK: 6,65 %
É necessário acrescentar, no total de enfermeiros dimensionado, aproximadamente 6,65%
para cobertura das faltas injustificadas.
b) Para auxiliar/técnico em enfermagem
1 Conforme Lei 11.907 de 02 de fevereiro de 2009 e Decreto 7.186 de 27 de maio de 2010.
61
Quantidade de ausências de auxiliar/técnico de enfermagem no ano = 45 profissionais
Total de dias de falta = 712 dias
Média de dias de falta no ano por auxiliar/técnico de enfermagem = 15,8
Ak: 4,53%
É necessário acrescentar, no total de auxiliares e técnicos de enfermagem
dimensionado, aproximadamente 3,9% para cobertura das faltas injustificadas.
5.5.3 Cálculo do IST
Para a categoria enfermeiros:
IST= {[(1+ 17/100). (1+ 3,4/100). (1+ 9/100). (1+6,65/100)]- 1 }. 100
IST= {[(1,17). (1,034). (1,09). (1,0665)]- 1}. 100
IST= 40,50%
Para as categorias de técnicos e auxiliares de enfermagem:
IST= {[(1+ 17/100). (1+ 3,4/100).(1+ 9/100). (1+ 4,53/100)]-1}.100
IST= {[(1,17). (1,034). (1,09). (1,0749)]– 1 } . 100 ;
IST:37,83%
5.6 DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM
Cálculo do dimensionamento de pessoal de enfermagem:
Uma vez definidas as variáveis intervenientes no processo de dimensionamento de
pessoal de enfermagem, passou-se ao cálculo do quantitativo e qualitativo de pessoal
requerido para atendimento aos pacientes internados na CC. Para o cálculo de pessoal,
foram utilizados os parâmetros referentes às horas mínimas de assistência de enfermagem
nas 24 horas, indicados na Resolução nº 293/2004 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN, 2004) e na Resolução COFEN nº0527/2016. O percentual de cada categoria
profissional, para cada tipo de cuidado, foi definido por meio da média dos parâmetros
indicados nas Resoluções. Utilizou-se o valor de médio 33% para a distribuição percentual
62
de enfermeiros e 67% para técnicos e auxiliares de enfermagem na realização do cálculo
do DIPE (COFEN, 2004; COFEN 2016). Foi considerada a carga horária vigente na
instituição, ou seja, de seis horas diárias, com uma folga semanal. O tempo efetivo de
trabalho utilizado foi de 85%, conforme orienta Fugulin, Gaidzinski, Castilho (2010). Para
realizar o dimensionamento de pessoal, os dados levantados foram inseridos em uma
planilha eletrônica elaborada e disponibilizada por Gaidzinski, Fugulin, Castilho (2010)
(ANEXO D). Por meio dessa planilha, foram obtidos os resultados referentes à carga de
trabalho por categoria profissional, o IST e o quadro de pessoal necessário para a
assistência de enfermagem, na unidade de internação pesquisada. O dimensionamento de
pessoal foi calculado, também, por meio da equação proposta por Fugulin, Gaidzinski,
Castilho (2010) como demonstrado abaixo.
. 1+
Cálculo de enfermeiros:
Utilizou-se um percentual de 33% para enfermeiros.
COFEN 2004:27 Enfermeiros
COFEN 2016: 29 Enfermeiros
Cálculo de técnicos e auxiliares de enfermagem:
Utilizou-se um percentual de 67%
. 1+
TÉCNICOS E AUXILIARES COFEN 2004:Q: 55 PROFISSIONAIS
TÉCNICOS E AUXILIARES COFEN 2016: Q: 58 PROFISSIONAIS
63
Os resultados do cálculo de pessoal (COFEN 2004, 2016) estão descritos no quadro
abaixo.
Quadro 3 – Resultados do quadro de pessoais de enfermagem COFEN 2004/2016
Em relação ao comparativo de profissionais existentes na unidade e os
dimensionados está representado na Tabela 3 abaixo.
Tabela 2 – Número de profissionais atuais na unidade e o número de profissionais
projetado de 12 de abril de 2016 a 10 de julho de 2016
A Clínica cirúrgica apresenta um déficit de acordo com a Resolução do COFEN
2004 de 21 profissionais, 11 são enfermeiros e 10 técnicos e auxiliares e conforme a
Resolução COFEN 2016, 26 profissionais entre eles 13 são enfermeiros e 13 técnicos e
auxiliares de enfermagem. Este numérico representa 26,22% de enfermeiros e 73,77% de
auxiliares e técnicos, sendo que o estimado é de 33,33% de enfermeiros e 66,66% de
auxiliares e técnicos de enfermagem.
64
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE INTERNAÇÃO
DOS PACIENTES DA CLÍNICA CIRÚRGICA
A população avaliada na unidade de Clínica Cirúrgica correspondeu a 465
pacientes no período de coleta de dados. Estiveram internados 268 (63,6%), pacientes do
sexo masculino e 197(42,4%), do sexo feminino no período.
O sexo masculino representou a maior população, dados que caracterizam o
HUSM, pois as internações são na maioria do sexo masculino, de acordo com o serviço de
estatística do hospital. A Clínica Cirúrgica possui 52 leitos, não existe um número definido
para o sexo masculino ou feminino, as acomodações ocorrem de acordo com a demanda de
pacientes.
Um estudo realizado num hospital do interior de São Paulo em unidades de
internação com atendimento terciário e quaternário a amostra foi composta por 156
pacientes, na maioria do sexo masculino (BRITO, 2012).
Outro estudo realizado no Hospital Regional da área metropolitana de Belo
Horizonte, também houve predominância de pacientes do sexo masculino na amostra geral
e na amostra diária (ARAÚJO, 2016).
A maioria dos pacientes serem do sexo masculino justifica-se pela incidência de
câncer ser maior em homens do que em mulheres (INCA, 2016) e também pelos homes
procurarem menos os serviços de saúde para fazer prevenção e tratamentos, atribuindo
como motivos para esse comportamento o medo de descobrir uma doença grave, a
vergonha de expor o corpo perante os profissionais de saúde ou a própria cultura masculina
que pode dificultar a busca por ações de prevenção à saúde e de autocuidado, uma vez que
tais práticas poderiam significar fraqueza, medo e insegurança, aproximando os homens
das representações do mundo feminino, isto os impossibilita de detectar patologias
precocemente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Também a forma como o sistema de saúde no Brasil vem se organizando revela que
a maior parte do atendimento de atenção básica privilegia grupos populacionais
considerados mais vulneráveis, por meio de ações programáticas voltadas para a saúde da
mulher, da criança e do idoso, pouco favorecendo a atenção à saúde do homem (SILVA,
2012).
65
Para minimizar tais fragilidades do sistema de saúde, o Ministério da Saúde (MS)
criou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – PNAISH. As mulheres
procuram mais precocemente os atendimentos de saúde, também cuidam mais da saúde
bucal (PNS, 2013).
Outro fator que explica este numérico é a partir dos inúmeros acidentes de trânsito
que acometem mais os homens, prevalecendo as internações do sexo masculino de acordo
com o serviço de estatística do hospital (HUSM,2016). O portal do trânsito Brasileiro
informa que 75% dos acidentes são causados por homens (IBGE,2016).
A faixa etária com média global de idade ficou em torno de 57 anos, os homens
apresentaram média de idade inferior (idade média de 53 anos), tanto à média global
quanto a das mulheres (idade média de 62 anos).
Percebe-se que a maior frequência dos pacientes homens fica entre 55 e 69 anos,
representando 36.19% do total de pacientes masculinos, internados no período. Entre as
mulheres foi o intervalo de 75 a 84 anos que teve maior frequência, representando, 26.9%
dos casos de pacientes mulheres internadas.
Muitas percepções e suposições comuns sobre as pessoas mais velhas são baseadas
em estereótipos ultrapassados, pois a perda das habilidades habitualmente associada ao
envelhecimento na verdade está apenas vagamente relacionada com a idade cronológica
das pessoas. A distinção das habilidades e necessidades de saúde dos adultos maiores não é
ocasional, mas sucedida de eventos que ocorrem ao longo de todo o curso da vida e
frequentemente são modificáveis, ressaltando a importância do enfoque de ciclo de vida
para se entender o processo de envelhecimento (OMS, 2015, p. 13).
As transformações demográficas ocorridas nos últimos anos mostram uma
tendência do envelhecimento da população brasileira, que de acordo com o Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar (IESS, 2013), de 60 anos passa para mais de 80 anos. O
número de idosos com 80 anos ou mais pode passar de 19 milhões em 2060, um
crescimento de mais de 27 vezes em relação a 1980, quando o Brasil tinha menos de 1
milhão de pessoas nessa faixa etária (684.789 pessoas). Na projeção para 2016, o país
contabiliza 3.458.279 idosos com mais de 80, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2016).
A classificação da idade de uma pessoa pela OMS, diz o seguinte: no intervalo de
25 a 44 anos, os jovens; na gama de 44 a 60 anos, média de idade 60 a 75 anos, pessoas
idosas; 75 a 90 anos velhice. No Brasil, de acordo com a OMS, a expectativa de vida é de
68 anos para os homens e 75 anos para as mulheres.
66
No tocante à distribuição demográfica, houve predominância de pacientes
procedentes de Santa Maria, com 250 pacientes internados, representou 53.76% da
população. Esse resultado pode ser atribuído à implantação, em 2008, da Portaria nº
699/2006 que regulamenta as diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão do
SUS a qual, também, define que os pacientes devem ser atendidos nos seus municípios de
residência (BRASIL, 2006).
Muitos pacientes costumam fornecer o endereço de um amigo ou familiar com
medo de ser atendido na Instituição, devido ao sistema de referência implantado pelo SUS
(CUNHA, 2015).
As demais localidades, Agudo, Restinga Seca, São Francisco de Assis e São Sepé,
que apresentaram um significativo número de internações, fazem parte da abrangência dos
municípios da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado.
Quanto ao desfecho das internações, a respeito da alta hospitalar, 90,55% dos
pacientes receberam alta médica para casa, seguida por óbito, que representou 6,22%,
transferência de hospital, 1,84% no período, os restantes distribuídos em evasão e
desistência do tratamento.
Os indicadores positivos de alta para casa condizem com o esperado para um
Hospital Universitário de ensino que conta com assessoria dos preceptores TAE (técnico
administrativo em educação) e dos docentes, que trabalham diariamente na construção do
conhecimento e na formação do perfil profissional dos trabalhadores da saúde contribuindo
para as boas práticas, em conformidade com os padrões de qualidade e segurança.
A Segurança do Paciente é definida como a redução do risco de danos
desnecessários associados à assistência em saúde até um mínimo aceitável àquilo que é
viável diante do conhecimento atual, dos recursos disponíveis e do contexto em que a
assistência foi realizada frente ao risco de não tratamento, ou outro tratamento (ANVISA,
2013).
Frente às metas internacionais de segurança, com maior frequência as instituições
adotam iniciativas com o objetivo de estabelecer uma cultura de segurança. Os
profissionais que desempenham suas funções na área cirúrgica estão extremamente
envolvidos nestas iniciativas, tendo grande responsabilidade no desenvolvimento de suas
funções. O paciente cirúrgico e sua família demandam cuidados especializados durante
todo período de hospitalização, principalmente em patologias que requerem um tratamento
prolongado (REIS, 2016).
67
A visão do referido hospital é ser um referencial público de excelência no ensino,
na pesquisa e na extensão promovendo a saúde das pessoas, com a missão de desenvolver
ensino, pesquisa e extensão promovendo assistência à saúde das pessoas contemplando os
princípios do SUS com ética, responsabilidade social e ambiental O percentual de óbitos
identificado pode estar relacionado ao perfil da instituição que presta assistência em nível
terciário e recebe pacientes com patologias graves que necessitam de tratamentos
complexos (HUSM ,2016).
Em relação aos dias de internação a média global de permanência dos homens foi
de 19.7 dias, com as faixas de 35 a 44 anos e 30.53 e 27.75 dias com idade entre 85 a 94
anos na unidade.
E a média de permanência das mulheres de 15 a 19 anos foi de 10.33 dias e dos 50
aos 54 anos a média de 30.8 dias.
Portanto, em média, os homens e mulheres internados na clinica não diferem
significativamente a sua idade, sendo que os homens têm dois períodos de idade ao qual,
em média, ficam mais tempo internados na clínica (35 a 44 anos e 85 a 94 anos). Já para as
mulheres a faixa que mantem maior média é a de 50 a 54 anos.
De acordo com a Portaria do Gabinete do Ministro 1101/2002 a média de
permanência nas unidades cirúrgicas no Brasil é de 3,9 e 5,6 dias (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002).
A realidade da Clínica Cirúrgica não confere com a determinação do MS, pois o
período de internação é superior ao preconizado. Os pacientes permanecem mais tempo
internados pela gravidade do diagnóstico e também pelo tempo de espera pelo
procedimento cirúrgico.
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES NAS ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS
A clínica cirúrgica do hospital presenta as seguintes especialidades: cabeça e
pescoço, torácica, geral, digestiva, proctológica, vascular, traumatologia e plástica
reparadora.
Foram observados um total de 463 dos 465 pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos e ou intervenções cirúrgicas, dois destes não eram pacientes cirúrgicos.
Dentre elas as especialidades, a cirurgia Geral e a Traumatologia tiveram maior
frequência, com 136 pacientes cada, frequência equivalendo 29,37% seguida da Vascular
com 14,69% dos pacientes internados.
68
Para os pacientes traumatológicos, no período pré e pós-operatório, que sofrem o
impacto da redução ou mesmo perda das funções vitais na maioria deles necessitam de
cuidados de alta dependência (MORAES, 2012). No mesmo estudo, as causas principais de
internação foram predominantemente ocasionadas pelos acidentes automobilísticos,
seguidos de cirurgias eletivas e quedas.
Em um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo, as afecções traumatológicas
foram traumatismo da coluna vertebral, acidentes de trânsito, quedas gerais. Em relação a
cirurgia geral o mesmo estudo apresenta como as principais causas de internação foram
ferimentos por arma de fogo (36,70%),
Acidentes com fraturas ocorrem diariamente, como acidentes automobilísticos e
quedas em idosos, levando a procedimentos cirúrgicos de alto grau de complexidade. Da
mesma forma que os poli traumatizados com fixadores externos e tração esquelética
demandam mais horas de assistência de enfermagem, devido ao seu grau de complexidade
(MORAES,2012).
Dentre os procedimentos cirúrgicos realizados no HUSM destacam-se da cirurgia
de cabeça e pescoço laringectomia total com esvaziamento cervical entre outras que afetam
a imagem corporal. Os da cirurgia geral esofagectomia, duodenopancreatectomia,
gastrectomia, da vascular bay pass, aneurisma de aorta abdominal, da cirurgia torácica
lobectomia e pneumectomia, da proctologia amputação de reto, retossigmoidectomia, da
urologia nefrectomia, cistectomia, as traumatológicas com osteossínteses complexas e as
cirurgias plásticas reparadoras ocorrem devido grandes lesões cruentas e profundas na pele.
Os procedimentos citados acima requerem muitos cuidados perioperatórios e
demandam tempo significativo da enfermagem.
O tratamento do câncer de esôfago tem apresentado avanços nas últimas décadas e
depende muito do estadiamento clínico inicial, mas o mais usado e considerado tratamento
padrão é a esofagectomia que consiste no tratamento cirúrgico que inclui a ressecção total
ou parcial do esôfago (BRASIL, 2014).
Acredita-se que o bem-estar do paciente cirúrgico deve formar o principal objetivo
da equipe de enfermagem que o assiste, sendo por sua vez responsável pelo preparo do
mesmo, estabelecendo e desenvolvendo vários cuidados, de acordo com a especificidade
da cirurgia e realidade social. Ascari et al (2013) dizem que a visita pré-operatória de
enfermagem se caracteriza como um meio de contribuir para a promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde do paciente e sua família. É um meio acompanhar o
69
paciente desde a sua internação até a alta pós-cirúrgica, devendo a enfermagem ficar atenta
a todas as alterações que poderão surgir.
6.3 CARACTERIZAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA DOS PACIENTES
QUANTO À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
No período de 90 dias, foram realizadas 4164 avaliações, nos 52 leitos da unidade
de Clínica Cirúrgica do hospital.
Os pacientes avaliados no período da coleta de dados apresentaram classificação
nos cinco níveis de dependência de cuidados, sendo a maioria, 35% (1442), classificada no
perfil assistencial correspondente à categoria de cuidados intermediários; 30% (1263), com
cuidados de alta dependência; 21% (873) foram classificados com necessidade de cuidados
mínimos; 8% (331), com cuidados assistência semi-intensivos e 6% (255), com cuidados
intensivos.
Em 2013, um estudo com os pacientes de um Hospital Universitário de Goiás nas
quatro unidades de internação de adultos do hospital apresentou classificação nos cinco
níveis de dependência de cuidados, sendo a maioria, 66,8% classificada no perfil
assistencial correspondente à categoria de cuidados mínimos; 22,0%, em cuidados
intermediários; 8,5%, como cuidados de alta dependência. Em menor quantidade, todas as
unidades atenderam pacientes com grau de dependência classificados como cuidados semi-
intensivos 1,5% e 1,2% como cuidados intensivos (COELHO, 2013).
Estudo anterior realizado na Clínica Cirúrgica do Hospital universitário de Goiás
mesma instituição apontou maior percentual de pacientes classificados em cuidados
mínimos 53,7%, seguidos de 39,3% em cuidados intermediários, 5,9% em cuidados de alta
dependência, 0,9%cuidados semi-intensivos e 0,2% em cuidados intensivos (CUNHA,
2011).
Outra pesquisa realizada em quatro unidades de clínicas médico-cirúrgica de
uma instituição filantrópica e de ensino no interior de São Paulo, 65,8% dos pacientes
foram classificados em cuidados mínimos, 7,4% em cuidados semi-intensivos e 0,8%
em cuidados intensivos. Nessa pesquisa, não foi utilizada a categoria de cuidados de
alta dependência (CUCOLO; PERROCA, 2010).
Os pacientes que necessitam de cuidados semi-intensivos e intensivos exigem
maior atenção da equipe de enfermagem, aumentando a carga de trabalho da unidade e
interferindo, diretamente, no dimensionamento do quadro de pessoal (COELHO, 2013).
70
Para atender a demanda interna e externa, o hospital analisado possui apenas
10 leitos de internação na unidade de terapia intensiva adulta destinada à assistência semi-
intensiva e intensiva. A existência de pacientes classificados nessas categorias de cuidados
na unidade de internação justifica-se pelo reduzido número de leitos na instituição com
essa finalidade.
Por isso, o hospital encontra-se em construção ampliando sua área física para 30
leitos de UTI. A Clínica Cirúrgica atende a especialidades de cabeça e pescoço, geral,
gastrenterologia, proctologia, torácica, vascular, urologia, traumato-ortopedia e plástica
reparadora.
Dentre estas especialidades, há procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, os
quais os pacientes deveriam ter sua recuperação imediata e mediata na UTI.
Um estudo em uma unidade de internação de um hospital de ensino do interior do
estado de São Paulo houve um predomínio de pacientes que requeriam cuidados de alta
dependência, seguidos de cuidados intermediários e semi-intensivos (MORAES, 2012).
Outro estudo sobre dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de
clínica médica de um Hospital Regional da área metropolitana de Belo Horizonte,
apresentou na sua maioria de cuidados de alta dependência cuidados semi- intensivos
(ARAÚJO, 2016).
O hospital em estudo, apresenta muitas particularidades, entre elas, atende 100%
SUS. Este dado significa que os pacientes atendidos são diferenciados, apresentam certas
particularidades como baixo poder aquisitivo, alguns dos pacientes nunca realizaram
nenhum exame de rotina, por isso quando internam seu quadro clínico é mais preocupante
(HUSM, 2016). Também é um hospital escola onde estagiários e residentes de várias áreas
atuam diariamente em todo o hospital, este aspecto demanda tempo e dedicação e maior
responsabilidade dos profissionais que trabalham no hospital.
6.4 DEFINIÇÃO DA CARGA MÉDIA DE TRABALHO DA UNIDADE
Os índices de mensuração da carga de trabalho de enfermagem possibilitam uma
avaliação adequada da complexidade do paciente, do tempo de enfermagem requerido para
a prestação dos cuidados, do número de enfermeiros necessários por plantão, bem como
dos recursos materiais necessários (ALMEIDA, 2012).
A carga média diária necessária para atender os pacientes foi maior na categoria de
cuidados de alta dependência 137,3 horas seguida de cuidados intermediários 93,43 horas,
71
depois a assistência intensiva 52,81horas. A assistência mínima apareceu em quarto lugar
com 38,4 horas seguida da assistência semi -intensiva com 35,9 horas
Em relação ao alto índice de cuidados intensivos pode ser justificado pelo déficit de
leitos específicos na instituição, para assistência aos pacientes que se encontram nessas
categorias de cuidado.
Essa situação dificulta o desempenho profissional, aumenta a carga de trabalho,
causa danos à saúde dos trabalhadores e aumenta o índice de absenteísmo prejudicando a
qualidade e a segurança no atendimento, levando à insatisfação dos clientes e da equipe de
enfermagem (COELHO, 2013).
Estudos relacionados descrevem que o aumento da carga de trabalho de
enfermagem leva ao aumento da ocorrência de eventos adversos, aumento do adoecimento
dos profissionais e insatisfação do cliente quanto à assistência de enfermagem
(MAGALHÃES, 2012).
Dentre os principais eventos adversos os mais prevalentes são: a retirada de sondas,
drenos, cateteres, quedas, processos alérgicos, úlcera por pressão, erros de medicação e
queimaduras (CARNEIRO et al., 2013).
As atividades de enfermagem sofrem a interferência do grau de dependência do
paciente, da complexidade da doença, das características da instituição, dos processos de
trabalho, da planta física e do perfil dos profissionais da equipe (ALTAFIN, 2014)
A carga de trabalho de enfermagem também envolve outros fatores em que
determinadas atividades não relacionadas com o paciente e seus familiares fazem parte do
dever a ser cumprido pelo enfermeiro durante seu turno de trabalho. Essas atividades
englobam a educação em enfermagem (acompanhamento de estudantes, treinamento de
funcionários) e trabalhos organizacionais e administrativos (FUGULIN, 2010).
Desse modo, a carga de trabalho de enfermagem resulta do total de necessidades a
serem atendidas em relação ao pessoal de enfermagem disponível para satisfazê-las, que
acaba por se traduzir em tempo de assistência (NOGUEIRA, 2012).
6.5 PERCENTUAIS DE AUSÊNCIAS PREVISTAS E NÃO PREVISTAS E
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SEGURANÇA TÉCNICA
O percentual de ausências não previstas pelos enfermeiros foi de 6,65%, entre
licenças médicas e licença maternidade, destes 0,8 % devido a licença maternidade e 5,85
% referente a licença saúde, um percentual mais elevado do que dos auxiliares e técnicos
72
de enfermagem que foi de 4,53%, também entre licenças médicas e maternidade, destes
0,07% por licença maternidade e 3,82% por licença saúde. Destas 90,16 % das ausências
não previstas foram do sexo feminino e 9,83% do sexo masculino com idades entre 25 a 35
anos de 38,7% e de 36 a 55 anos, 61,3 % dos profissionais.
Um estudo no hospital Universitário de Goiás também apresentou um percentual
semelhante de ausências não previstas dos enfermeiros mais elevado do que o dos técnicos
e auxiliares de enfermagem (COELHO, 2013).
Resultados similares foram obtidos em outra pesquisa (CUOCO; PERROCA, 2010)
em que foi maior em enfermeiros em quatro unidades de internação de um hospital
filantrópico do interior de São Paulo.
Apesar do crescente aumento do número de profissionais do sexo masculino na
enfermagem nos últimos anos, de 2% para 12 % de acordo com o COREN São Paulo,
ainda na unidade o número de profissionais do sexo feminino é maior.
Quanto ao surgimento do homem na profissão de enfermagem, quando se analisar a
história através dos séculos, é possível encontrar dados que contradizem o mito de que a
categoria é "tipicamente feminina", pois tem sido um campo (da saúde) dominado pelos
homens a maior parte da história da humanidade. É evidente uma estreita relação do
aparecimento do homem na enfermagem com as guerras, na Roma e Grécia antigas, e a
vida religiosa, com os monges. Assim, o homem aparece na enfermagem em decorrência
da grande influência das ordens religiosas e militares, pela necessidade da força física e sua
dependência para os trabalhos, além da influência da vertente cultural, identificada pela
separação de doentes por sexo, determinando o aparecimento desse profissional para tratar
dos doentes do mesmo sexo (PEREIRA, 2008).
A grande influência do componente social fundamentada na evolução histórica da
profissão de enfermagem que é função exclusivamente feminina é permeada fortemente
pela concepção de que o homem possa ser visto com preconceito no exercício da sua
profissão.
Quando o homem atua em profissões tidas como femininas, pode ser alvo de
preconceitos, pois a expectativa de desempenho social não estaria se apresentando e, além
disso, na profissão, passa a ser visto como um homem que não conseguiu estabelecer
completamente sua masculinidade (VITORINO, 2012).
De acordo com a Constituição Federal do Brasil, o Artigo 37, inciso XVI, alínea c é
permitido ao trabalhador possuir mais de um vínculo empregatício desde que haja
compatibilidade nos horários de trabalho (BRASIL, 1988). No hospital do estudo em
73
desenvolvimento existe um número considerável de profissionais que possuem mais de um
vínculo empregatício e quando ocorre afastamento, por qualquer tipo de licença, não faz
parte do protocolo institucional, verificar se o profissional se afastou também do outro
vínculo que possui.
A maioria dos profissionais com licenças a saúde são mulheres que além da jornada
de trabalho profissional possuem atividades domésticas que elevam a carga de trabalho,
favorecendo o adoecimento e consequentemente as ausências não previstas.
As ausências previstas não causaram na determinação do IST, principalmente por
folga semanal com 17% que foi calculado com base na carga horária institucional de 36
horas semanais. O HUSM apresenta dois regimes de trabalho, o RJU que cumpre 30 horas
semanais e CLT com 36 horas semanais, como a equipe de enfermeiro e técnicos de
enfermagem, sendo que o regime celetista é em maior número, por isso, o percentual de
folgas foi calculado pelo maior número de funcionários da unidade.
O que causou impacto no cálculo da equação do IST foi o índice de ausências não
previstas.
6.6 CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM
A equação do dimensionamento dos profissionais de enfermagem na unidade de
Clínica Cirúrgica demonstrou um déficit de 11 enfermeiros e de 10 técnicos e auxiliares
de enfermagem De acordo com a resolução COFEN 2004 e de 13 enfermeiros e 13
técnicos e auxiliares de enfermagem de acordo com a resolução COFEN 2016.
Os resultados foram encontrados de acordo com o percentual de 33% para
enfermeiros e o restante para técnicos e auxiliares de enfermagem utilizados na elaboração
do DIPE. Seguiu-se a orientação de Fugulin (2010) para que esse percentual fosse definido
para cada categoria profissional, indicados na Resolução COFEN 293/2004 e COFEN
2016, para o grupo de pacientes mais prevalentes nas unidades de internação é aplicável
em nossa realidade.
Quadro 4 – Resolução COFEN 293/2004 e Resolução COFEN 0527/2016
(continua)
Horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas
COFEN 293/204 COFEN 0527/2016
3,8 horas de Enfermagem, por cliente,
na assistência mínima ou autocuidado.
4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado
mínimo.
74
5,6 horas de Enfermagem, por cliente,
na assistência intermediária.
6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado
intermediário.
NA 10 horas de enfermagem, por paciente, no
cuidado de alta dependência.
9,4 horas de Enfermagem, por cliente,
na assistência semi-intensiva.
10 horas de enfermagem, por paciente, no
cuidado semi-intensivo.
17,9 horas de Enfermagem, por cliente,
na assistência intensiva.
18 horas de enfermagem, por paciente, no
cuidado intensivo.
O SCP
A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem:
COFEN 293/204 COFEN 0527/2016
Para assistência mínima e
intermediária: de 33 a 37% são
Enfermeiros (mínimo de seis) e os
demais, Auxiliares e/ ou Técnicos de
Enfermagem.
Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são
enfermeiros (mínimo de seis) e os demais
auxiliares e/ ou técnicos de enfermagem.
NA Para cuidado de alta dependência: 36% são
enfermeiros e os demais técnicos e/ou auxiliares
de enfermagem.
Para assistência semi-intensiva: de 42 a
46% são Enfermeiros e os demais,
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.
Para cuidado semi-intensivo: 42% são
enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem.
Para assistência intensiva: de 52 a 56%
são Enfermeiros e os demais, Técnicos
de Enfermagem.
Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os
demais técnicos de enfermagem.
SCP
Proporção profissional/paciente nos diferentes turnos de trabalho
COFEN 293/204 COFEN 0527/2016
NA
Cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem
para 6 pacientes, 1 enfermeiro para 18,18 ≅18
pacientes e 1 técnico/auxiliar de enfermagem
para 8,95 ≅ 9 pacientes.
NA
Cuidado intermediário: 1 profissional de
enfermagem para 4 pacientes,1 enfermeiro para
12,12 ≅12 pacientes e 1 técnico/auxiliar de
enfermagem para 5,97 ≅ 6 pacientes.
NA
Cuidado de alta dependência: 1 profissional de
enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1
enfermeiro para 6,66 ≅7 pacientes e 1
técnico/auxiliar de enfermagem para 3,75 ≅ 3,5
pacientes.
NA
Cuidado semi-intensivo: 1 profissional de
enfermagem para 2,4 ≅ 2,5 pacientes, 1
enfermeiro para 5,7 ≅ 6 pacientes e 1 técnico de
enfermagem para 4,13 ≅ 4 pacientes.
75
NA
Cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem
para 1,33 ≅ 1,5 pacientes, 1 enfermeiro para 2,56
≅ 2,5 pacientes e 1 técnico de enfermagem para
2,77 ≅ 3 pacientes.
Fonte: COFEN 2004/2016.
Como medidas para minimizar os problemas identificados, ressalta-se a
importância de atuar junto aos gestores locais e órgãos competentes no sentido de
estabelecer políticas de recursos humanos que possibilitem a readequação do quadro
funcional, otimizar a parceria com as universidades que utilizam o campo para a prática
acadêmica, elaborar planos de trabalho juntamente com os docentes e discentes em
consonância com as atividades programadas e com o tipo de assistência de enfermagem
implantada e desenvolver estratégias que aprofundem as investigações acerca da taxa de
absenteísmo para a solução das principais causas.
6.7 IMPLICAÇÕES DO DIMENSIONAMENTO NA PRÁTICA ASSISTENCIAL
As mudanças nos processos de trabalho são constantes e emergentes com o avanço
tecnológico e a globalização das ações em saúde. As inovações suscitam intervenções
rápidas e ágeis em todo o processo, tanto de recursos humanos como materiais e bens de
consumo e estas mudanças geram muitas vezes conflitos e inadequações entre os gestores
assistenciais e os gestores das instituições, pois não conseguem alcançar imediatamente os
objetivos, por questões de âmbito político, social e financeiro.
Essas mudanças causaram as inadequações da logística e da área física dos
estabelecimentos de saúde e permanecem uma realidade que ocasionam transtornos e
dificuldades nos fluxos de pessoal, pacientes e materiais, comprometendo a qualidade da
assistência à saúde e a segurança do paciente, bem como a satisfação dos profissionais da
equipe de trabalho. A escassez de recursos materiais e de equipamentos para a execução
das ações de enfermagem, leva-nos a desconsiderar os protocolos, ao realizarmos o
atendimento implicando em riscos para o paciente, a instituição e para o profissional
(COELHO, 2015).
Elas afetam a dinâmica das organizações dos serviços de saúde, estabelecem
mudanças nos processos de trabalho, exigindo a implementação de práticas inovadoras de
gestão, capazes de sustentar melhorias contínuas na atenção e na qualidade assistencial, em
76
consonância com os padrões de excelência almejados pelos pacientes e pelas instituições
de saúde (FUGULIN et al, 2016).
Nesta perspectiva, em detrimento as políticas de recursos humanos e a deterioração
das condições de trabalho em saúde, caracterizadas por restrições orçamentárias,
precarização dos vínculos empregatícios, problemas no processo de formação,
qualificação, provisão e retenção dos profissionais, têm impactado, de forma substancial, a
qualidade dos serviços e a segurança dos pacientes (ROGENSKI, 2012).
Desta forma, a organização da força de trabalho representa um desafio para os
gestores dos sistemas de saúde, configurando-se em tema polêmico e centro de debates em
nível global, uma vez que a insuficiência numérica e qualitativa de profissionais, em todo o
mundo, tem sido apontada como um dos principais empecilhos para o alcance das metas de
saúde e desenvolvimento, propostas pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013).
Sendo ator principal deste cenário, a equipe de enfermagem tem sido alvo frequente
das medidas de austeridade econômica adotadas nas instituições de saúde e,
particularmente, nas hospitalares, por representar o maior componente das despesas
operacionais destas organizações (AIKEN et al., 2014).
Neste contexto, considera-se que os enfermeiros necessitam buscar conhecimentos,
habilidades e competências que sustentem a negociação do quadro de profissionais,
demonstrando que, embora sua adequação acarrete elevação dos custos operacionais, pode
contribuir para a diminuição dos gastos advindos de resultados negativos na assistência
prestada, em decorrência da insuficiência numérica e/ou qualitativa da equipe de
enfermagem (FUGULIN et al., 2011).
Nesta perspectiva, acredita-se que, além do dimensionamento, sua conexão com a
qualidade da assistência deve ser continuamente debatida, pesquisada e explicitada, tendo
em vista a relevância para a prática profissional de enfermagem para um cuidado integral,
qualificado e seguro, favorecido pelo dimensionamento de profissionais de enfermagem
adequado às necessidades dos pacientes.
Desta forma o atendimento qualificado busca superar as necessidades e
expectativas dos pacientes (BIANCHINI, 2015). Na realidade dos serviços de saúde do
Brasil, a inadequação numérica e qualitativa de profissionais de enfermagem tem sido
indicada, continuadamente, como o principal obstáculo para a revisão e implantação de
medidas que favoreçam a qualidade do atendimento como, por exemplo, a aplicação do
Sistema de Assistência de Enfermagem (SAE) (FUGULIN, 2016).
77
Esse cenário evidencia a importância do processo de dimensionamento de
profissionais de enfermagem como subsídio para a tomada de decisão acerca do
planejamento, provisão e distribuição de profissionais, de forma a promover condições
adequadas para o desenvolvimento do cuidado humanizado, seguro e eficaz
(FUGULIN,2016).
No entanto, as dificuldades instrumentais e a falta de domínio sobre o significado e
comportamento das variáveis que integram os métodos de dimensionamento fragilizam as
justificativas e as argumentações dos enfermeiros na negociação do quadro de pessoal de
enfermagem com os administradores das instituições de saúde, permitindo, muitas vezes,
que esses profissionais interfiram na sua determinação (FUGULIN,2016).
Atualmente, o desafio que se apresenta para os enfermeiros incide em atingir o
significado da adequação do quadro de pessoal e das variáveis intervenientes na
operacionalização dos métodos de dimensionamento identificando, além dos aspectos
técnicos, as implicações legais, sociais, assistenciais, éticas e políticas que interferem na
determinação do quantitativo e qualitativo de profissionais de enfermagem
(FUGULIN,2016). Entre as variáveis, a carga de trabalho, constitui o principal elemento
dos métodos de dimensionamento e a chave para a determinação do quadro de
profissionais de enfermagem (GAIDZINSKI, 1998).
Este processo é realizado por meio da classificação dos pacientes por dependência
do cuidado de enfermagem, objetivando estabelecer o tempo despendido no cuidado direto
e indireto, bem como o qualitativo de pessoal para atender às necessidades
biopsicossocioespirituais do paciente (GAIDZINSKI, 1998). Com base na realidade
evidenciada nas unidades de internação de instituições públicas e privadas de 158
municípios do estado de São Paulo, verificou que o valor médio das horas de assistência
prestadas aos pacientes das diferentes categorias de cuidado referendam os tempos médios
de assistência de enfermagem recomendados pelo COFEN (COREN-SP, 2016).
No entanto, em relação à proporção de enfermeiros, o percentual de unidades que
apresentaram quantitativo inferior à proporção indicada pelo COFEN atingiu mais de 97%
das unidades públicas e privadas fiscalizadas pelo COREN-SP (COREN-SP,
2016).Estudos internacionais apontam que que o número inadequado de profissionais de
enfermagem, além de interferir na qualidade e nos custos da assistência à saúde, contribui
para o aumento das taxas de mortalidade, de infecções hospitalares, do tempo de
hospitalização e dos índices de eventos adversos (BUTLER et al., 2011; BRAY et al.,
2014).
78
Esta deficiência repercute repercutir na saúde e na qualidade de vida dos
trabalhadores, elevando os riscos de sobrecarga de trabalho, exaustão emocional,
insatisfação no trabalho, estresse e burnout, com consequente impacto nos índices de
absenteísmo, de rotatividade e dos custos com pessoal (AIKEN et al., 2014; LAKE et al.,
2016).
Da mesma forma que os hospitais com adequada organização da atenção, tais como
recursos humanos e ambiente da prática, podem afetar o atendimento ao paciente e a
estabilidade da força de trabalho dos profissionais de enfermagem concluiu que melhores
condições de trabalho e de proporção de pacientes por profissional foram associadas com o
aumento da qualidade da assistência e satisfação do paciente (AIKEN et al., 2012).
Cabe ressaltar que, o número de profissionais e a proporção de cada categoria
profissional de enfermagem envolvida no cuidado interfira, diretamente, na qualidade e
segurança dos pacientes, profissionais e instituições de saúde, a adequação quantitativa e
qualitativa de profissionais de enfermagem, por si só, não garante a excelência da
assistência (FUGULIN, 2016).
É imperativo que os enfermeiros observem outros elementos que, associados ao
dimensionamento, favorecem a consecução dos padrões de qualidade almejados, como a
revisão e avaliação dos processos de trabalho utilizados, retirando aqueles que não
agregam valor ou que podem ser realizados por profissionais de outras áreas, por não
exigirem a capacitação específica do profissional de enfermagem (FUGULIN,
2016).Também a execução de atividades não especificas de enfermagem demanda tempo
que os profissionais poderiam estar realizando cuidado aos pacientes. Os programas de
treinamento e desenvolvimento também influenciam a qualidade das ações desenvolvidas,
capacitando os profissionais para o exercício da prática mais qualificada.
A Política de Educação Permanente em Saúde articula as necessidades de
aprendizagem às realidades do trabalho, possibilitando, além da atualização técnica, a
reflexão e a análise crítica dos processos desenvolvidos, facilitando a identificação e
proposição de resolução de problemas do cotidiano do trabalho, considerando as
experiências de cada um, promovendo, assim, transformações na prática profissional e na
própria organização do trabalho (BRASIL, 2009). Do mesmo modo desenvolvimento de
protocolos assistenciais e a supervisão tem pouca aplicação dos enfermeiros e gerentes de
enfermagem, incorrendo em desajustes na organização e na forma de realização das
atividades (FUGULIN,2016).
79
Porém, cabe ressaltar que, o número de profissionais e a proporção de cada categoria
envolvida no cuidado interfira, diretamente, na qualidade e segurança dos pacientes,
profissionais e instituições de saúde, a adequação quantitativa e qualitativa de profissionais
de enfermagem, por si só, não garante a excelência da assistência (FUGULIN,2016).
Assim é coerente que os enfermeiros observem outros elementos associados ao
dimensionamento que favoreçam a melhoria da qualidade da assistência, como a revisão
dos processos de trabalho, programas de treinamentos para capacitação dos profissionais
desenvolvendo educação permanente, protocolos institucionais, possibilitando, melhor o
cumprimento das necessidades de cada setor de trabalho (FUGULIN,2016).
Também o sistema de saúde ainda carece de investimentos e atenção dos órgãos
oficiais, bem como dos gestores e administradores das instituições de saúde, no sentido de
promover e garantir condições apropriadas para o desenvolvimento dos processos
assistenciais, de forma qualificada e eficaz (FUGULIN, 2016).
São necessários resultados e subsídios que evidenciam a compreensão do significado
dos riscos potenciais relacionados à redução do quadro de profissionais de enfermagem e
as evidências científicas que comprovem os riscos potenciais relacionados à redução do
quadro de profissionais de enfermagem, que comprovem o seu impacto na qualidade da
assistência e na segurança dos pacientes, dos profissionais e das instituições de saúde. É
indispensável o conhecimento dos enfermeiros acerca do dimensionamento de enfermagem
qualificado e seguro.
80
7 CONCLUSÕES
Com a realização deste estudo foi possível dimensionar a equipe de enfermagem
necessária para prestar assistência aos pacientes internados na unidade de clínica cirúrgica
do HUSM com qualidade e com segurança.
Conclui-se que:
- A maioria dos pacientes internados era do sexo masculino 268 pacientes e 197 do sexo
feminino no período da coleta dos dados;
- A taxa média de permanência dos pacientes superou os parâmetros nacionais (3,8 a 5,6)
dos homens foi de 19,7 dias e das mulheres de 16,3 dias;
- Com relação às categorias dos cuidados de enfermagem, a maioria dos pacientes
atendidos necessita de assistência intermediária 35% (1442), seguida de assistência de alta
dependência 30% (1263), com assistência mínima 21% (873), assistência semi-intensiva
8% (331) e assistência intensiva 6% (255), ficando a assistência intermediária como a
predominante no estudo;
- Dos pacientes internados, 465 foram submetidos a cirurgias e ou reintervenções com
maior frequência na cirurgia Geral e Traumatológica com 136 pacientes cada, seguida da
Vascular com 14,69%, somando-se então aproximadamente 73,5% dos pacientes somente
nestas especialidades, Os pacientes da cirurgia geral e traumatológica requerem mais
cuidados em sua maioria de acordo com o instrumento de classificação utilizado na
pesquisa;
- O principal motivo pelas ausências não previstas pela equipe de enfermagem foram as
doenças. Os enfermeiros tiveram o maior índice de absenteísmo 6,65% e dos técnicos e
auxiliares 4,53%. Situação esta que deve ser investigada em futuros estudos para descobrir-
se os motivos deste alto índice.
- O índice de segurança técnica foi de foi de 40,5%para os enfermeiros e 37,83% % para
os auxiliares e técnicos, as ausências previstas por folgas foi de 17%, ausências previstas
por férias 9%;
- O número de enfermeiros existentes (16) é muito inferior ao calculado COFEN 2004 (32)
e COFEN 2016 (34) sendo necessária a contratação de mais profissionais ou
redimensionamento no hospital.
81
- O quadro de auxiliares e técnicos é inferior (45) em relação ao quadro calculado COFEN
2004 (64) e COFEN 2016(68) também sendo necessária a contratação de mais
profissionais ou redimensionamento.
Vale constatar ainda que foi encaminhado um relatório dos resultados da pesquisa à
Divisão de enfermagem do hospital.
Os resultados obtidos com a avaliação da metodologia aplicada no hospital ensino
pesquisado permitirão uma melhor provisão do quantitativo da equipe de enfermagem e a
sua aplicação em toda a instituição para fins de redimensionamento e também a proposta
de uma escala de classificação que se adapte à realidade da clínica cirúrgica.
82
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o dimensionamento dos profissionais de enfermagem, foi possível conhecer as
principais variáveis da unidade em estudo, a carga de trabalho e o índice de ausências da
equipe de enfermagem.
Os achados referentes ao absenteísmo, tendo como principal causa as ausências não
previstas as licenças a saúde, podendo ocasionar a sobrecarga de trabalho, necessitando a
intervenção do SOST (Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho), buscando os motivos
com o intuito de solucionar os eventos. Um dos motivos da sobrecarga de trabalho é o
absenteísmo, que causa prejuízo financeiro a instituição.
Acredita-se que em muitos hospitais da região sul o dimensionamento da equipe de
enfermagem ainda transcorre de forma empírica, sendo necessária a capacitação dos
enfermeiros para este processo gerencial.
Este estudo colabora para a concretização do cuidado, do ensino e da pesquisa na
unidade de clínica cirúrgica apontando as condições necessárias para a melhoria da
qualidade do cuidado com segurança e produtividade.
Em se tratando de um hospital escola, o papel do enfermeiro quanto educador pode
estar prejudicado, pois a demanda de trabalho, problemas estruturais podem atrapalhar as
condições adequadas de ensino aprendizagem.
A clínica cirúrgica adequadamente dimensionada tem condições de prestar um
serviço de excelência aos pacientes proporcionando segurança a eles e garantido a
satisfação da equipe, contribuindo para a enfermagem em sua evolução como ciência e
tecnologia, além do cuidado ao paciente. Nesse sentido, sabe-se que não pode-se falar em
ciência sem pesquisas, pois a ciência faz a teoria e o método e os mesmos constroem os
protocolos e os instrumentos para melhorar a prática da enfermagem.
O instrumento proporcionou a realização do dimensionamento da equipe, porém o
hospital apresenta algumas particularidades que foram citadas na discussão deste estudo
que necessitam um instrumento próprio para melhor fidedignidade. Também seria
necessária a participação de mais enfermeiros na coleta dos dados, pois teria sido mais
colaborativa e menos exaustiva para o pesquisador e colaboradores do estudo.
83
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jan. 2017.
91
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PROJETO PESQUISA: “Dimensionamento dos Profissionais de enfermagem de uma
Clínica Cirúrgica de um Hospital de Ensino do Estado do Rio Grande do Sul”.
PESQUISADORA: Profa. Dra. Suzinara Beatriz Soares de Lima
contato: (55) 99784509 E-mail: E-mail:suzisbilima@yahoo.com .br
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Santa Maria/ UFSM
LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA: Hospital Universitário de Santa Maria,
HUSM
PARTICIPANTES ENVOLVIDOS: Pacientes internados na unidade onde se realizará a
pesquisa. Se os participantes não tiverem condições de assinar o termo, por estarem com o
nível de consciência comprometido por sedação, alteração psíquica ou lesão das mãos, o
mesmo poderá ser assinado pelo familiar ou seu representante legal.
Caro participante da pesquisa ou seu representante: • Você está convidado a participar desta pesquisa por meio da realização de uma atividade
desenvolvida de forma totalmente voluntária.
• Antes de concordar em participar desta pesquisa é importante que você compreenda as
informações e instruções contidas neste documento.
• A pesquisadora deverá responder todas as suas dúvidas antes de você decidir participar.
• Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma
punição e sem perder os benefícios aos quais tem direito.
Sobre a pesquisa: A pesquisa tem como objetivo: avaliar o quantitativo e qualitativo de
pessoal de enfermagem da unidade de internação de Clínica Cirúrgica de um hospital de
ensino da região Sul do Brasil .
Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM: Av. Roraima, 1000 - 97105-900 - Santa Maria - RS -
2º andar do prédio da Reitoria. Telefone: (55) 3220-9362 - E-mail: cep.ufsm@gmail.com.
Serão realizadas observações, consulta ao prontuário e exame físico. Durante o exame físico
será realizado a inspeção para determinar a complexidade do cuidado a ser realizado. Todos
os aspectos observados na inspeção serão registrados numa ficha. Para essa atividade será
mantido em segredo seu nome, não será divulgada nenhuma informação que possa identificá-
lo, preservando o seu anonimato.
Benefícios: A pesquisa pretende contribuir para a atenção integral e humanizada ao paciente
devido a uma adequada provisão de funcionários para a prestação de uma assistência a saúde
pela equipe de enfermagem de excelência. O estudo representará benefício direto ao paciente
hospitalizado, pois um correto dimensionamento influencia em uma adequada assistência a
saúde. A pesquisa não apresentará qualquer tipo de ônus financeiro ao participante.
Riscos: A pesquisa não oferece risco físico, moral, social ou cultural para você. Contudo no
momento da realização da inspeção você poderá sentir-se emocionado ou constrangido. Neste
caso, a pesquisadora irá fornecer atenção especial escutando-o e aguardando a sua disposição
em continuar participando na pesquisa. Se você optar por não participar mais do estudo.
Sigilo: As informações fornecidas por você serão confidenciais e de conhecimento somente
dos pesquisadores. O questionário ficará guardado em um armário na sala de Educação em
92
Saúde da Clínica Cirúrgica (3º andar do HUSM), sob os cuidados da pesquisadora
responsável . O nome do participante não será divulgado e nem identificado em nenhum
momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer forma.
Caso haja necessidade de maiores informações ou mesmo interesse pelos resultados
obtidos, você poderá entrar em contato com a Professora Suzinara Beatriz Soares de Lima
(pesquisadora responsável), bem como com a Comissão de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Santa Maria nos endereços constantes deste Termo1.
Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM: Av. Roraima, 1000 - 97105-900 - Santa Maria - RS -
2º andar do prédio da Reitoria. Telefone: (55) 3220-9362 - E-mail: cep.ufsm@gmail.com
Este documento foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos (CEP) da Universidade Federal de Santa Maria e será apresentado em duas vias,
uma para o pesquisador e outra via para o participante da pesquisa, estando em conformidade
com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta a pesquisa com
seres humanos.
Nesses termos e considerando-me livre e esclarecido (a), consinto em participar da
pesquisa proposta, resguardando às autoras do projeto a propriedade intelectual das
informações geradas e expressando a concordância com a divulgação pública dos resultados.
Desde já, agradeço pela colaboração,
Santa Maria/RS ___, __________________ de 2016.
Assinatura do participante da pesquisa: _______________________________
Assinatura do pesquisador: ________________________________________
Observação: Este documento será apresentado em duas vias, uma para o pesquisador e
outra para o participante. 1Para contato com o Comitê de Ética da UFSM: Comitê de
Ética em Pesquisa da UFSM: Av. Roraima, 1000 - 97105-900 - Santa Maria - RS - 2º
andar do prédio da Reitoria. Telefone: (55) 3220-9362 - E-mail: cep.ufsm@gmail.com.
93
APÊNDICE B – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Título do projeto: “ O Dimensionamento dos Profissionais de enfermagem da Clínica
Cirúrgica de um Hospital de Ensino do Interior do Estado do Rio Grande do Sul”.
Pesquisador responsável: Prof Enfª Drª Suzinara Beatriz Soares de Lima
Instituição/Departamento: Universidade Federal de Santa Maria(UFSM).PPGEnf
Telefone para contato: (55) 99784509
Local da coleta de dados: Hospital Universitário de Santa Maria/Clínica Cirúrgica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a privacidade dos
participantes do estudo cujos dados serão coletados por meio do SCP de Fugulin, 2006.
Concordam, igualmente, que estas informações serão utilizadas única e exclusivamente para
execução do presente projeto. Os dados coletados serão digitados e analisados, bem como o
TCLE, e guardados pela coordenadora da pesquisa, na sala 1305B, do Centro de Ciências da
Saúde, no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
localizada na Avenida Roraima, Cidade Universitária de Santa Maria-RS. Após um período
de cinco anos, os mesmos serão incinerados.
Este projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UFSM em ...../....../......., com o número do CAAE .........................
Santa Maria,______ ,___________de 2016.
________________________________________
Suzinara Beatriz Soares de Lima
94
APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES,
COMPLEMENTADO COM ÁREAS DE CUIDADO PARA AVALIAÇÃO DE
PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS
Fonte: Fugulin et al. (2006), adaptado para a Clínica Cirúrgica HUSM.
95
Cuidado Corporal:
1- ( ) Auto suficiente
2- ( ) Auxílio no banho de chuveiro e/ou na
higiene oral
3- ( ) Banho de chuveiro , higiene oral
realizada pela enfermagem
4- ( ) Banho no leito, higiene oral realizada
pela enfermagem
Eliminações:
1- ( ) Auto suficiente
2- ( ) Uso de vaso sanitário com auxílio
3- ( ) Uso de comadre ou evacuação no leito
4- ( ) Evacuação no leito e uso de sonda
vesical para controle de diurese
Terapêutica:
1- ( ) IM ou VO
2- ( ) EV intermitente
3- ( ) EV contínua ou através de sonda
nasogástrica
4- ( ) Uso de drogas vaso ativas para
manutenção de P. A.
Integridade Cutâneo Mucosa
/Comprometimento tecidual:
1-( ) Pele íntegra
2-( ) Presença de alteração da cor da
pele(equimose, hiperemia) e/ ou presença de
solução de continuidade da pele ,
envolvendo epiderme, derme ou ambas.
3-( ) Presença de solução de continuidade da
pele envolvendo tecido sub cutâneo e
músculo. Incisão cirúrgica, ostomias, drenos
4-( ) Presença de solução de continuidade da
pele com destruição da derme, epiderme,
músculos e comprometimento das demais
estruturas de suporte, como tendões e
cápsulas. Evisceração.
Curativo:
1-( ) Sem curativo ou limpeza da ferida,
incisão cirúrgica, realizada pelo paciente
durante o banho.
2-( ) Curativo realizado 1 vez ao dia pela
equipe de enfermagem.
3-( ) Curativo realizado 2 vezes ao dia pela
equipe de enfermagem.
4-( ) Curativo realizado3 vezes ao dia ou
mais pela equipe de enfermagem.
Tempo realizado na realização dos
curativos:
1-( ) Sem curativo ou limpeza da ferida
realizada durante o banho.
2-( ) Entre 5 e 15 minutos.
3-( ) Entre 15 e 30 minutos.
4-( ) Mais de 30 minutos.
Total de pontos: _________
Classificação: _________________
Categoria do
Cuidado
Pontuação
Cuidado intensivo Acima de 34
Cuidado semi-
intensivo
29-34
Cuidado de alta
dependência
23-28
Cuidado
intermediário
18-22
Cuidado mínimo 12-17
Fonte: Fugulin et al.(SANTOS,2007), adaptado para a Clínica Cirúrgica HUSM.
96
APÊNDICE D – AUSÊNCIAS NÃO PREVISTAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
97
ANEXO A – INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES,
COMPLEMENTADO COM ÁREAS DE CUIDADO PARA AVALIAÇÃO DE
PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS
Fonte: Fugulin et al. (SANTOS,2007).
98
ANEXO B – PLANILHA DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES DIÁRIA
Fonte Fugulin,(2002).
99
ANEXO C – AUSÊNCIAS NÃO PREVISTAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Fonte: Fugulin (2002).
100
ANEXO D – PLANILHA ELETRÔNICA PARA O DIMENSIONAMENTO DE
PESSOAL DE ENFERMAGEM
Fonte: Gaidzinski; Fugulin, Castilho (2010).
101
ANEXO E - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
102
103
104