A morte de D. Sebastião e a crise de sucessão, a união ibérica e a restauração

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As questões de sucessão ao trono de Portugal por morte de D. Sebastião em Alcácer - Quibir. O domínio filipino. A restauração da independência.

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DA UNIÃO IBÉRICAÀ RESTAURAÇÃO

REINADO DE D. SEBASTIÃO: O DESASTRE DE ALCÁCER QUIBIR

1580: OS PRETENDENTES AO TRONO

ACLAMAÇÃO DE FILIPE I I NAS CORTES DE TOMAR

O DOMÍNIO FILIPINO.

A RESTAURAÇÃO.

1557

D. JOÃO III MORREU

D. SEBASTIÃO SUCEDEU-LHE NO TRONO

ATÉ D. SEBASTIÃO FAZER 14 ANOS, FUI EU, O SEU TIO-AVÔ CARDEAL D. HENRIQUE, QUE GOVERNEI PORTUGAL NUMA REGÊNCIA

REGÊNCIA

Período em que um familiar do rei governa o pais por este estar impossibilitado ou ser menor de idade (ter menos de 14 anos)

D. SEBASTIÃO

NÃO CASOU NEM TEVE FILHOS

EDUCAÇÃO VIRADA PARA A GUERRA

QUERIA CONQUISTAR FAMA E GLÓRIA, DERROTANDO

OS MUÇULMANOS

1578

D . S E B A S T I Ã O C H E G A A O N O R T E D E Á F R I C A PA R A C O N Q U I S TA R A

C I D A D E M U Ç U L M A N A D E A L C Á C E R Q U I B I R

NA BATALHA DE ALCÁCER QUIBIR…

PORTUGAL FOI COMPLETAMENTE

DERROTADO!

Batalha de Alcácer Quibir - 1578

D. SEBASTIÃO TERÁ MORRIDONA BATALHA, COM 24 ANOS, SEM SER CASADO NEM TER F ILHOS.

SUCEDEU-LHE NO TRONO OSEU TIO-AVÔ, O CARDEALD. HENRIQUE. MAS DOIS ANOSDEPOIS, EM 1580, O CARDEALMORRE

Cardeal D. Henrique o CastoRegente (1562-1568)

Rei (1578 – 1580)

SÃO CONVOCADAS

CORTES EM ALMEIRIM

PARA RESOLVER OPROBLEMA DA SUCESSÃO

1- O cardeal D. Henrique convocou Cortes em Almeirim para resolver o problema da

sucessão.

2- E quem são os candidatos?

3- É o rei Filipe II de Espanha, D. Catarina

duquesa de Bragança e D. António Prior do Crato.

4 -Filipe II de Espanha, vamos ter

um rei espanhol? Nem pensar.

5- Viva D. António prior do Crato! 6- Viva o

nosso rei.

7- O nosso rei será D. António. Não queremos um

espanhol cá, nem D. Catarina.

8- O nosso rei será Filipe II de Espanha. Quem melhor que o rei espanhol para

podermos aceder a novos cargos, tanto aqui em Portugal como, e sobretudo em

Espanha. E agora que a Espanha conquistou novas colónias, nada melhor

que expandir os negócios.

10- Nem pensar! O nosso rei não será espanhol. A

nossa candidata é D. Catarina.

9- Viva Filipe II de Espanha, será o nosso

Rei, Filipe I de Portugal.

11- Nós apoiamos D. Catarina. Será ela a nossa rainha, não podemos cair nas mãos dos espanhóis.

12- Não D. Catarina não. Quem melhor para

defender os nossos interesses do que Filipe II de Espanha. Será ele

o nosso rei.

COMO OS MUÇULMANOS NÃO DEVOLVERAM O

CORPO DE D. SEBASTIÃO, CRIOU-SE A IDEIA QUE O REI ESTAVA VIVO E IRIA REGRESSAR

NUMA MANHÃ DE NEVOEIRO PARA

GOVERNAR PORTUGAL

É O MITO DO

SEBASTIANISMO

CANDIDATOS

Filipe II de Espanha

D. Catarina, duquesa de Bragança

D. António Prior do Crato

D. FILIPE II

•REI DE ESPANHA

• APOIADO PELO CLERO E ALTA NOBREZA

D. ANTÓNIO(Prior do Crato)

• APOIADO PELO POVO

D. CATARINA(Duquesa de Bragança)

• DESISTIU EM FAVOR DE FILIPE II

F I L I P E I I E D . A N T Ó N I O ( P r i o r d o C r a t o ) F O R M A R A M E X É R C I TO S E D E F R O N TA R A M - S E N A B ATA L H A D E A L C Â N TA R A

FILIPE II VENCE A BATALHA

D. ANTÓNIO FOI DERROTADO E FOGE PARA O ESTRANGEIRO

FILIPE II FOI ACLAMADO REI DE PORTUGAL NAS CORTES DE TOMAR

(1580)

Filipe II invadiu Portugal com um poderoso exército.

Filipe II conquista Portugal ao vencer D. António, na Batalha de Alcântara, a 25 de Agosto de 1580.

Em 1581(Abril), nas Cortes de Tomar, fez-se aclamar rei de Portugal, com o título de

Filipe I de Portugal.

REINADO DED. SEBASTIÃO

D. SEBASTIÃO:4 – 14 ANOS

REGÊNCIA DOCARDEAL

D. HENRIQUE

BATALHA DE ALCÁCER QUIBIR

PORTUGAL ÉDERROTADO

D. SEBASTIÃO MORRENA BATALHA

NÃO DEIXA SUCESSOR

REINADO DO CARDEALD. HENRIQUE

D. HENRIQUEMORRE EM 1580

PRETENDENTES AO TRONO (1580)

D. FILIPE II(Rei de Espanha)

BATALHA DEALCÂNTARA

D. CATARINA

VITÓRIA DEFILIPE II

DESISTE EMFAVOR DEFILIPE II

FILIPE II É NOMEADOREIS DE PORTUGAL

NAS CORTES DE TOMAR(1580)

D. ANTÓNIO(Prior do Crato)

Crise do Império Português do

Oriente

A Crise do Império Português• Motivos que levaram à crise :

– Dispersão dos territórios para tão pouca população portuguesa disponível para os ocupar e administrar (África, Ásia e América);

– Despesas muito elevadas:• Compra de produtos;• Compra de armamento;• Construção de navios;• Construção de fortalezas;• Manutenção;• Pagamento de funcionários e soldados.

• Motivos que levaram à crise (continuação):– Distância e duração das viagens;– Corrupção; Vida de luxo e de grandeza para uns e

miséria para outros;– Recuperação das rotas do Levante pelos

Muçulmanos;– Concorrência comercial /ataques de piratas e de

corsários (Holandeses, Ingleses e Franceses) que roubavam as cargas valiosas;

– Navios muito velhos, sem reparações e remodelações que afundavam com tempestades mais fortes, até porque vinham demasiado carregados.

UNIÃO IBÉRICA(1580 – 1640)

PERÍODO EM QUE PORTUGAL FOI GOVERNADO POR TRÊS

REIS ESPANHÓIS

1580 - 1598

FILIPE I(II de Espanha)

1598 - 1621

FILIPE II(III de Espanha)

1621 - 1640

FILIPE III(IV de Espanha)

Filipe II de Espanha

Filipe I de Portugal

REINADO DE F IL IPE I

continuaram a serem nomeados portugueses para governar as zonas do Império

Manteve-se o portuguêscomo língua oficial

Os lucros do Império português

continuaram a ficar em Portugal.

CORTES DE TOMAR

Prometeu a autonomia de Portugal, reconhecendo o país como Estado soberano, com direitos próprios:

Manter a língua portuguesa .

Portugal podia continuar a cunhar e usar moeda própria

Manternos altos cargos da justiça, da Igreja, da administração pública e do Império com funcionários portugueses

Governar o reino de forma independente– Monarquia Dualista

Respeitar as leis e os costumes de Portugal.

REINADOS DE…

FILIPE III

FILIPE II

• De facto nem Filipe III nem Filipe IV, se sentiam ligados às promessas de Filipe II nas Cortes de Tomar.

• O império castelhano, em guerra com nações poderosas como a França a Holanda e a Inglaterra , atravessava dificuldades.

• Era preciso reunir todos os recursos para lhes fazer frente.

FILIPE III

FILIPE IV

• Assim não tardou que Portugal fosse obrigado a combater ao lado da Espanha e a participar nas suas despesas de Guerra, através de novos impostos.

• E enquanto a nobreza portuguesa ia combater ao lado dos espanhóis ,na administração e no governo os portugueses iam sendo substituídos por eles.

• O descontentamento crescia.

• Os inimigos de Espanha atacavam e ocupavam territórios portugueses, numa altura em que se tornava ,praticamente impossível a Portugal assegurar a sua defesa.

• Envolvido nas Guerras de Castela, durante as quais sofre pesadas baixas, em homens e navios, o exercito e a marinha portugueses desapareceram quase por completo.

• Quem primeiro se aproveitou da situação foram os Holandeses, seguidos pelos ingleses .

Os Holandeses e o Brasil

• Entre 1599 e 1638 Portugal perde terras no Brasil, o Ceilão na Ásia e as feitorias de S. Jorge da Mina e Arguim em Africa.

• Os Ingleses ocupam Ormuz e o Japão expulsa-nos do seu país.

• De guerra em guerra, Filipe IV acabava sempre por condenar os mais pobres ao pagamento de novos impostos.

HOUVE UM GRANDE DESCONTENTAMENTO DO POVO

VÁRIOS MOTINS

(REVOLTAS POPULARES) REBENTARAM POR TODO O

PAIS

1637

DÁ-SE A REVOLTA DO MANUELINHO EM ÉVORA. A POPULAÇÃO DA CIDADEDIZIA QUE ERA UM LOUCO, CHAMADO MANUELINHO, QUE ESCREVIA OS PAPÉIS CONTRA OS ESPANHÓIS QUE ERAM ESPALHADOS PELA CIDADE

Filipe IV [1605 – 1665]

Durante a União Ibérica, Filipe II cumpriu as promessas feitas nas Cortes de Tomar, o que não sucedeu com os seus sucessores, Filipe III e Filipe IV.

A Espanha envolve-se em várias guerras, o que traz grandes custos que irão refletir-se em aumento dos impostos.

Espanha, que já considerava PORTUGAL uma província espanhola exigia que o nosso país contribuisse para o esforço de guerra, bem como para da sua defesa.

Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648)

EM RESUMO:

São lançados novos impostos. Os detentores de cargos devem pagar a meia anata, isto é, metade do rendimento anual. É lançado o real de água, imposto sobre a carne e o vinho vendidos .

Sucedem-se as revoltas populares. A mais grave foram as Alterações de Évora, em 1637, também conhecida como Revolta do Manuelinho.

Vários soldados portugueses, incluindo o duque de Bragança, são recrutados para a guerra, o que ainda mais revoltou os portugueses

D. Gaspar de Guzmán, 9º duque de Medina Sidónia, ao entrar no Algarve para reprimir os levantamentos.

A RESTAURAÇÃ

O

EM 1640, QUARENTA NOBRES PORTUGUESES, EM SEGREDO, ORGANIZARAMUMA REVOLTA PARA DERRUBAR FILIPE III E VOLTAR A COLOCAR UM REIPORTUGUÊS NO TRONO.

• A conspiração começou a organizar-se entre a alta nobreza portuguesa. Depois de algumas hesitações, D. João de Bragança, aceita encabeçar a revolução.

• A data escolhida foi o 1º de Dezembro de 1640.

DUQUESA DE MÂNTUA

A 1 de Dezembro de 1640, os 40 nobres revoltosos invadiram o palácio da governadora espanhola, a duquesa de Mântua (que governava Portugal em representação de Filipe III), e derrotaram as tropas da duquesa. Desde o inicio que a população se manifestou a apoiar o golpe

D. JOÃO, DUQUE DE BRAGANÇA, É NOMEADO REI DE PORTUGAL, F ICANDO COM O T ÍTULO DE D.

JOÃO IV E DANDO INICIO À QUARTA DINASTIA (DE BRAGANÇA)

CORTES DE

LISBOA(1641)

C O R T E S D E L I S B O A

D . J O Ã O I V

A R E S TA U R A Ç Ã O F O I U M D O S A C O N T E C I M E N TO S M A I S I M P O R TA N T E S D A H I S T Ó R I A D E P O R T U G A L . A I N D A H O J E E S T Á P R E S E N T E E M …

PRAÇAS

PRAÇA DOS RESTAURADORES - LISBOA

MONUMENTOS

MONUMENTO À RESTAURAÇÃO

RUAS

O D IA 1 DE DEZEMBRO DE 1640 F ICOU COMO UM DOS MAIS IMPORTANTES DA H ISTÓRIA DE PORTUGAL . POR ISSO 1 DE DEZEMBRO É SEMPRE( a não se r quando há med idas de governo a suspender temporar iamente esse fe r iado) .

FERIADO NACIONAL

Desenvolve-se uma intensa ação diplomática junto dos inimigos da Espanha - França, Inglaterra e Países Baixos (Holanda e Bélgica). A Santa Sé não reconhece logo a Restauração.

Reorganizou-se o exército, produziram-se armas e munições, restauraram-se fortalezas mas, não esqueçamos que para isso é preciso dinheiro e que Portugal não tinha, pois tinha desaparecido tudo com o domínio filipino.

As receitas do BRASIL SERÃO ENTÃO MUITO PRECISAS, já que se tinha perdido o ORIENTE.

• Os tempos que se seguiram foram de grande

aflição. • Para manter a

independência, Portugal será obrigado a travar uma longa guerra.

• Durante 28 anos portugueses e Espanhóis estarão em guerra.

• Este período a que se chamou Guerra da restauração, terminará em 1668, ano em que Espanha reconhece a nossa independência .

- Montijo (1644)

- Linhas de Elvas (1659)

- Ameixial (1663)

- Castelo Rodrigo (1664)

- Montes Claros (1665)

Guerras da Restauração

A paz só é assinada em 1668, já no reinado de D. Pedro II

• Só os Holandeses que se tinham estabelecido em áreas portuguesas permaneceram hostis.

• Com a Holanda não houve paz mas guerra.

• Em África conquistam Luanda e S. Tomé, territórios que se recuperam em 1648.

• O mesmo acontecerá no Brasil expulsos em 1654. Para este facto muito contribuiu o apoio das populações locais.

• Mas os territórios do ORIENTE nunca mais se recuperarão.

Batalha de Guararapes (1648 [1º] – 1649 [2º]; Recife

Autor anónimo; c. 1758; Museu Histórico Nacional; Rio de Janeiro;In «Nova História Militar de Portugal»; Lisboa; Círculo de Leitores; vol. 2; . p. 286

O Brasil encontrava-se parcialmente ocupado pelos holandeses.

• D U R A N T E A U N I Ã O I B É R I C A P O R T U G A L P E R D E PA R T E D O S E U I M P É R I O

• O S L U C R O S D A Á S I A D I M I N U E M

• D . J O Ã O I V A P O S TA N O B R A S I L PA R A S U B S T I T U I R A Á S I A

AUMENTO DO NÚMERO DE ENGENHOS

AUMENTO DA EXPLORAÇÃO DE MINAS DE OURO E

PRATA

A partir de meados do séc. XVI, as especiarias descarregadas em Lisboa provenientes do Oriente caem a um 1/3 do que eram. Os portugueses concentraram-se então na colonização e exploração das terras brasileiras. Açúcar, tabaco, pau-brasil e escravos que vão de Luanda, constituem a partir de agora a base da economia imperial.

ENGENHO

CANAVIAL

CASA GRANDE

SENZALA

O ENGENHO

GRANDE QUINTA ONDE SE PRODUZIA AÇÚCAR

CANAVIAL

Plantação da cana-de-açúcar

ENGENHO

Máquina que tira o açúcar da cana

CASA GRANDE

Casa do dono do Engenho,onde vivia com a família

SENZALA

Casas dos trabalhadores do Engenho (escravos)

O Brasil• Engenhos -> Grandes Propriedades

–Engenho:• Local onde se encontravam os aparelhos destinados ao fabrico do Açúcar;• Utilizavam mão-de-obra escrava.

O comércio açucareiro era muito lucrativo.

O trabalho era realizado por mão-de-obra escrava trazida do continente africano.

Rota triangular

O Brasil

• Os Engenhos - Esquema

BRASIL NO

SÉCULO XVIII

ZONA DO IMPÉRIO QUE DAVA MAIS LUCROSA PORTUGAL DEVIDO AO…

BRASIL

AÇÚCAR

OURO

DIAMANTES