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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO e CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A IMPORTÂNCIA DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS NO PROCESSO
DECISÓRIO: UMA ANÁLISE EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS.
GUSTAVO DOMINGUES
CUIABÁ – MT
2018
GUSTAVO DOMINGUES
A IMPORTÂNCIA DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS NO PROCESSO
DECISÓRIO: UMA ANÁLISE EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS.
Artigo Científico apresentado a UFMT/Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis, Departamento de
Ciências Contábeis, para obtenção do título de Bacharel
em Ciências Contábeis.
Orientadora: Profª Dra. Clébia Ciupak.
Cuiabá – Fevereiro – 2018
GUSTAVO DOMINGUES
A IMPORTÂNCIA DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS NO PROCESSO DECISÓRIO:
UMA ANÁLISE EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS.
Artigo Científico defendido e aprovado em ____/_____/_____ pela banca
examinadora constituída pelos professores:
________________________________
Profª Dra. Clébia Ciupak
Presidente
_________________________________
Profª Dra. Renildes Oliveira Luciardo
Membro
___________________________________
Prof. Esp. Otávio José de Paula Moreira
Membro
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................ 3
2.1 A Contabilidade ..................................................................................................................... 3
2.2 A Contabilidade Gerencial ................................................................................................... 4
2.3 A Informação Contábil ......................................................................................................... 5
2.4 Os Relatórios Contábeis ........................................................................................................ 6
2.5 Os Relatórios Gerenciais ...................................................................................................... 8
3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 11
4. ANÁLISE ..................................................................................................................................... 11
4.1 Caracterização da Unidade de Análise .............................................................................. 11
4.2 Apresentação dos Resultados ............................................................................................. 12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 18
1
A IMPORTÂNCIA DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS NO PROCESSO
DECISÓRIO: UMA ANÁLISE EM UMA REDE DE SUPERMERCADOS.
Gustavo Domingues
Graduando em Ciências Contábeis
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância da contabilidade e dos
relatórios contábeis, obrigatórios ou não, na gestão empresarial e auxílio à tomada de decisão
dos usuários, tanto internos como externos, pois é uma ferramenta essencial para análise da
evolução dos negócios, possibilitando alternativas de tomada de decisão para o futuro. No
referencial teórico, foi obtido informações para definir a contabilidade, além da função e
importância dos relatórios contábeis obrigatórios e meramente gerenciais, por meio do
método da pesquisa bibliográfica. E através de um roteiro de entrevista, foi elaborado um
questionário com dez questões fechadas, respondidas por 4 empresários do ramo alimentício,
com a intenção de conhecer a perspectiva do empresário em relação a contabilidade e suas
demonstrações. Durante o estudo, constatou-se que os empresários reconhecem a utilização da
contabilidade e de seus relatórios no dia a dia de suas operações, considerando uma
importante ferramenta informacional no processo decisório.
Palavras-chave: Contabilidade; Informação; Relatórios Contábeis Gerenciais; Processo
Decisório.
ABSTRACT
The purpose of this article is to demonstrate the importance of accounting and copyright,
mandatory or not, administrative management and driven to the extent of users' requests, both
internal and external, for an essential solution for analyzing the evolution of business, making
decisions for the future. In the theoretical reference, information was obtained to define the
accounting, besides the function and importance of the articles contained in the procedures
and merely managerial, through the bibliographic research method. And through an interview
script, a questionnaire was elaborated with ten closed questions, answered by four
businessmen from the food sector, with an intention to know a perspective of the entrepreneur
in relation to the accounting and its demonstrations. During the study, it was found that
entrepreneurs recognize the use of accounting and their reports, not a day of their operations,
considering an important information in the decision-making process.
Keywords: Accounting; Information; Management Accounting Reports; Decisional process.
1. INTRODUÇÃO
O início da contabilidade está relacionado à necessidade do ser humano de realizar o
registro da atividade comercial. Segundo IUDÍCIBUS (2005), “a Contabilidade é tão antiga
quanto o próprio homem que pensa” e segundo Sá (1998) “há mais de 6.000 anos o comércio
já era intenso, o controle religioso sobre o estado já era grande e poderoso, daí derivando
2
grande quantidade de fatos a registrar, ensejando, também o desenvolvimento da escrita
contábil” Mesmo na sociedade antiga, o ser humano já utilizava das ferramentas contábeis
para controlar seus bens. Somente no mundo medieval, após o mundo antigo, através do
Tratactus de Computis et Scripturis, mais conhecido como Método Partidas Dobradas (1494),
criado pelo Frei Franciso Luca Pacioli considerado o “pai da contabilidade”, é que inseriu a
contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
O conceito de contabilidade para PFALTZGRAFF (1956) é “Ciência que tem por objeto o
estudo dos livros, documentos, cálculos e contas por meio dos quais se registram e classificam
os atos e fatos administrativos cujos efeitos sobre o patrimônio ela ensina a pôr em evidência,
dando normas para apresentação gráfica dos mesmos.”, já FRANCO (1997) afirma que a
função da contabilidade “é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os
fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações,
interpretações e orientação sobre a composição e as variações do patrimônio, para a tomada
de decisões de seus administradores.”, portanto fica claro a sua importância no ambiente
empresarial.
O presente trabalho contribui para a ciência contábil, pois identifica a percepção do
empresário ao analisar seu ponto de vista com relação à importância dos relatórios contábeis
gerencias no processo de tomada de decisão, além de colaborar para o avanço da clareza das
informações contábeis, e ainda proporciona a profissionais e estudantes da área á aperfeiçoar
e conhecer os anseios dos clientes.
Portanto, o objetivo deste artigo, foi reunir informações que respondam ao problema da
pesquisa: Como a contabilidade e seus relatórios gerenciais ou não, podem ser utilizados na
gestão empresarial?
Destaca-se que este estudo irá possibilitar uma discussão pertinente a Ciência Contábil,
evidenciando que a Contabilidade Financeira e Gerencial, são relevantes e são utilizadas na
tomada de decisões. Através do reconhecimento da contabilidade Gerencial como fator
determinante na tomada de decisão, passa-se a valorizar o papel dos profissionais contábeis,
mas somente se os mesmos tiverem ciência de sua aplicação.
Levando em consideração o tema do trabalho, os dados necessários à construção foram
coletados através de pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos e monografias
publicadas de diversos autores que auxiliaram a fundamentar uma justificativa para o
problema.
Para alcance dos objetivos deste trabalho fez-se um questionário que contou com a
participação de 4 (quatro) empresários do ramo alimentício sobre como os relatórios contábeis
3
gerenciais influenciam no processo decisório e na satisfação das necessidades informacionais
dos usuários.
Para VERGARA (2005) “A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido
com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é,material
acessível ao público em gera.”
Este trabalho está divido em introdução, fundamentação teórica sobre a contabilidade, a
contabilidade gerencial, seus relatórios e seus impactos na gestão empresarial com o intuito de
apresentar nas considerações finais uma resposta para o problema já mencionado, além da
metodologia, análise, considerações finais e apêndice.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Apresentam-se as principais abordagens conceituais sobre a importância dos relatórios
contábeis no processo decisório.
2.1 A Contabilidade
Segundo DA SILVA (2002). Fundamentado nos modelos firmados nos planos
operacionais, a contabilidade pode acompanhar o andamento do processo do cumprimento das
ações e decisões que envolvem a aplicação de recursos econômicos além de avaliar e analisar
o efeito das decisões tomadas.
A junção da ciência contábil com o ambiente empresarial competitivo comprova que ela
se sujeita ao mesmo tempo em que é induzida pelo mesmo. Nesta perspectiva, a contabilidade
teve de evoluir para prover aos usuários das informações contábeis com demonstrações e
análises com finalidade financeira, gerencial e econômica, o que descaracteriza o pensamento
de que a contabilidade tem apenas a função fiscal e legal. Cada esfera de atuação da
contabilidade deve suprir a demanda de informações de usuários tanto internos como
externos. O fornecimento de informações financeiras, fiscais e legais para usuários externos,
como o Estado, cabe à contabilidade financeira. O dever de gerar informações que
influenciem a tomada de decisão dos usuários internos, ou seja, os gestores, focando na
otimização dos resultados, avaliação do desempenho dos departamentos, produtos e
colaboradores, cabe a contabilidade gerencial e de custos.
Através do quadro abaixo, observa-se de maneira clara as principais áreas de atuação da
contabilidade que formam o sistema de informações contábeis, destacando as divisões e suas
várias áreas de atuação.
4
Figura 1: O Sistema de Informações Contábeis.
Sistema de Informação Contábil
Área Legal/Fiscal Área de análise Área Gerencial
Contabilidade Geral Análise de balanço Orçamentos e projeções
Correção Monetária Integral Análise de fluxo de caixa Custos e preços de venda
Contabilidade em outras moedas
Gestão tributária
Contabilidade por Responsabilidade
Consolidação de balanços
Centros de Lucro e Unidades de Negócio
Valorização de inventários Acompanhamento do negócio
Controle patrimonial
Fonte: Adaptado de PADOVEZE, Clóvis L. Sistemas de Informações Contábeis. São Paulo: Atlas (2002).
Através da junção de tais áreas da empresa e por meio das informações recebidas, o
sistema contábil está diretamente ligado à evolução econômica das empresas, e devido à
dificuldade do mercado adveio a controladoria, que tem como principal função gerenciar o
sistema de informação contábil a transmitir informações para aos gestores, com a finalidade
de amparar o processo de gestão da empresa de forma completa.
2.2 A Contabilidade Gerencial
Para IUDICIBUS, (1998) “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na
análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de
maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.”.
Segundo CREPALDI (2007), a Contabilidade Gerencial é considerada um ramo da
Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas no
auxílio de suas funções gerenciais, voltadas à melhor utilização dos recursos econômicos da
empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de
informação gerencial.
5
Na definição de ATKINSON et al (2000), a Contabilidade Gerencial é o processo de
identificar, mensurar, relatar, e analisar as informações sobre eventos econômicos da
organização, direcionados às necessidades dos indivíduos internos da empresa, aos
funcionários e administradores, inclusive orientar decisões operacionais, financeiras e de
investimentos. Para CREPALDI (2007), qualquer entidade, de microempresa e grandes
corporações, tem a possibilidade de implantar um sistema de informação, cabendo ao
contador torná-lo gerencial, incorporando os dados quantitativos necessários à mensuração e
análise da empresa.
2.3 A Informação Contábil
Uma empresa para ser gerida de maneira eficaz necessita de um sistema de geração de
informações gerenciais. Dessa forma, os gestores demandam de informações claras e
apropriadas sobre custos para tomada de decisões estratégicas, além de obter aprimoramentos
operacionais. Desse modo, os gestores têm resguardo quando tomam decisões ou praticam
alguma atividade somente se providos de informações consistentes.
De acordo com SIMON (1970), a informação contábil tornou-se um instrumento
importante de que dispõe o administrador para rever suas atividades. CONFORME MEIGS,
JOHNSON e MEIGS (1977), as informações contábeis são úteis em todas as áreas de controle
gerencial: planejamento, ação, controle e avaliação. Segundo DEITOS (2003), o sistema de
informações contábeis, desde que projetado para atender à necessidade de informações
gerenciais de seus usuários, pode conferir a qualquer empresa, independentemente do porte,
maior segurança no processo de tomada de decisões.
A contabilidade, além de gerar informações, permite explicar os fenômenos patrimoniais,
construir modelos de prosperidade, efetuar análises, controlar e também serve para prever e
projetar exercícios seguintes, entre tantas outras funções (OLIVEIRA, MÜLLER e
NAKAMURA, 2000).
Assim sendo, pode-se concluir que a contabilidade tem como seu objetivo fundamental o
de fornecer informações relevantes e confiáveis para a tomada de decisão na empresa.
Consoante o Conselho Federal de Contabilidade em sua resolução nº 1.374, de 08 de
dezembro de 2011 diz que “As características qualitativas da informação contábil financeira
útil, discutidas neste capítulo, identificam os tipos de informação que muito provavelmente
são reputadas como as mais úteis para investidores, credores por empréstimos e outros
credores, existentes e em potencial, para tomada de decisões acerca da entidade que reporta
6
com base na informação contida nos seus relatórios contábil financeiros (informação contábil-
financeira)”. A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações
contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas,
listagens, diagnósticos e descrições críticas.
IUDÍCIBUS (2004), de forma não exaustiva, apresentou um quadro, que contém os
principais usuários das informações contábeis e os tipos de informações mais importantes:
Figura 2: Usuários das Informações Contábeis.
Usuários da Informação Contábil Meta que desejaria maximizar ou Tipo de informação mais importante
Acionista minoritário
Fluxo regular de dividendos
Acionista majoritário ou com grande
participação Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação
Acionista Preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixo
Emprestadores em geral Geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o
capital mais os juros, com segurança
Entidades Governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributável
Empregados em geral, como
assalariados
Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou
manutenção dos salários com segurança; liquidez
Média e alta administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido; situação de
liquidez e endividamento confortáveis
Fonte: IUDÍCIBUS (2004, p. 23)
2.4 Os Relatórios Contábeis
Os relatórios contábeis demonstram, os dados fornecidos pela contabilidade, com o
propósito de relatar aos usuários os fatos mais relevantes registrados em um período e
propiciar informações de ordem financeira e econômica. A seguir, algumas definições dos
relatórios contábeis obrigatórios por lei, cuja redação legal está disposta na Lei 6.404/76,
conhecida como Lei das S/A, e suas alterações.
O Balanço Patrimonial (BP) visa demonstrar resumidamente o patrimônio da organização,
através de dados quantitativos e qualitativos, com objetivo de propiciar um suporte
informacional para tomada de decisões. Segundo o Art. 178 da legislação pertinente, no
balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia. O ativo evidencia os elementos patrimoniais positivos, enquanto que o passivo
evidencia dois elementos até antagônicos: mostram, em primeiro lugar, as dívidas da empresa,
consideradas elementos patrimoniais negativos e, em segundo lugar, complementando a
7
equação contábil o valor da riqueza dos acionistas, evidenciada no patrimônio líquido
(PADOVEZE, 2012).
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) evidencia as
movimentações ocorridas no saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, localizada no
Patrimônio Líquido. Segundo o Art. 178, § 2 da legislação pertinente, a DLPA deverá indicar
o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa de acordo
com o artigo 186, § 2º, da Lei das S/A, e pode ser definida como um relatório contábil
completo e abrangente com objetivo de evidenciar a movimentação das todas as contas que
integram o patrimônio líquido da companhia. Através de sua apresentação, obtém-se
informações sobre a destinação de resultados do período, a integralização do capital,
acréscimo ou redução das reservas da empresa.
Para MARION (1998), ao contrário da DLPA (Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados) que fornece a movimentação, de uma única conta do Patrimônio Líquido
(Lucros Acumulados), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
evidencia a movimentação de diversas (todas) contas do Patrimônio Líquido ocorrida durante
o exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório contábil que tem como
objetivo apresentar de forma vertical e resumida a situação econômica da empresa num
determinado período de operações, geralmente de 12 (doze) meses. Em observância ao
Princípio da Competência, tal relatório confronta as receitas e rendimentos ganhos no período
com os correspondentes custos, despesas, encargos e perdas, ordenadamente. Para
MATARAZZO (2003) a DRE é uma demonstração dos acréscimos e diminuições
ocasionados no Patrimônio Líquido pelas operações da companhia. É por meio dela que se
pode examinar o resultado que a empresa alcançou (lucro ou prejuízo) no incremento de suas
atividades durante um apurado momento, ordinariamente igual a um ano, conforme explica
RIBEIRO (2003).
Enfatiza-se que a elaboração desses relatórios contábeis tem sua fundamentação na Lei
6.404/76 e no Ofício Circular CVM nº 01/2007, por isso são obrigatórias sua publicação, e
tornam legais suas apresentações aos órgãos fiscais. Porém, também se observa a existência
de relatórios não obrigatórios, que também são de suma importância no processo de
gerenciamento da empresa e na tomada de decisão.
8
2.5 Os Relatórios Gerenciais
Os relatórios contábeis-gerenciais são instrumentos informacionais utilizados para
contribuir no processo de tomada de decisão. Apesar de não serem obrigatórios, suas
informações fundamentam os propósitos da empresa e são oportunas no favorecimento dos
outros relatórios.
A seguir, alguns dos principais relatórios gerenciais utilizado no processo de
gerenciamento e suas respectivas aplicações:
- Orçamento;
- Fluxo de caixa;
- Técnicas de análise de investimentos;
- Análise das demonstrações contábeis;
- Ponto de Equilíbrio;
- Planejamento tributário;
- Controle de estoques;
- Controle de contas a pagar e receber e;
- Controle de bens do ativo imobilizado.
O Orçamento faz parte do processo de planejamento e controle operacionais de qualquer
empresa, conforme a necessidade de cada uma delas. No geral, as empresas buscam planejar
suas atividades atingir um determinado objetivo através da elaboração de um plano de ações e
metas, de acordo com seus objetivos específicos, por intermédio de técnicas orçamentárias.
Para ZDANOWICZ (2004) o “orçamento é um instrumento que descreve um plano geral de
operações e/ou de capital, orientado pelos objetivos e pelas metas traçadas pela cúpula
diretiva para um dado período de tempo”.
O Fluxo de Caixa como instrumento de gestão, através de uma estrutura flexível e de fácil
elaboração, tem o objetivo de projetar para períodos futuros as entradas e saídas de recursos
da companhia, retratando o saldo da conta Caixa e Equivalentes de Caixa no período
projetado. Com tais informações disponíveis, o empresário pode verificar a saúde financeira
de seu negócio, otimizar as aplicações de sobras e caixa e programar a captação de recursos
financeiros. Para ZDANOWICZ (1992) o fluxo de caixa é o instrumento que permite
demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa.
As Técnicas de Análise de Investimentos têm o objetivo de propiciar retorno na aplicação
de recursos a longo prazo, ou seja, maiores que um ano. Os métodos mais utilizados na
avaliação de projetos de investimento são o Payback simples e descontado, o Valor Presente
9
Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). Para HOJI (2014) a “VPL é a diferença
entre o investimento inicial e os benefícios líquidos de caixa gerados pelo projeto”. Já a TIR
para ASSAF NETO; LIMA (2014), “representa o custo explícito de uma dívida, ou a
rentabilidade efetiva de uma aplicação. Equivale à taxa de juro que iguala em determinado
momento, as entradas de caixa com as saídas periódicas de caixa”.
A Análise das Demonstrações Contábeis realiza a decomposição, comparação e
interpretação dos relatórios contábeis, já mencionados anteriormente, gerados pela
contabilidade para expor a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa, em
determinado tempo e em comparação com os concorrentes. Para Weston e BRIGHAM
(2000), a análise de demonstrações financeiras envolve a comparação do desempenho da
empresa com o de outras empresas no mesmo setor. Isso ajuda a identificar deficiências e a
tomar medidas que melhorem o desempenho.
O Ponto de Equilíbrio também chamado de Break-Even Point, Ponto de Ruptura
ou ainda Ponto Crítico é o ponto em que o lucro da empresa é zero, ou seja, é o ponto no qual
a receita total é igual aos custos e despesas totais. Segundo JIAMBALVO (2002), o ponto de
equilíbrio é uma das principais ferramentas para a analise do custo volume lucro. Explica
ainda JIAMBALVO (2002), o ponto de equilíbrio como sendo o numero de unidades que
precisam ser vendidas para uma empresa atingir o equilíbrio, ou seja ter um resultado que não
implique em lucro ou prejuízo, mas sim um resultado zero.
O Planejamento Tributário é a gestão do pagamento de tributos de uma companhia e
também o estudo de maneiras de diminuir de forma legal os tributos pagos. Para ZANLUCA
(2007), é a saúde para o bolso, pois representa maior capitalização do negócio, possibilidade
de menores preços e ainda facilita a geração de novos empregos, pois os recursos
economizados poderão possibilitar novos investimentos.
O Controle de Estoques é extremamente importante para qualquer empresa,
independentemente de sua atividade ou porte, pois muitas decisões da gestão administrativa
da companhia se apoiam através do gerenciamento de estoque. Os sistemas de controle de
estoque reduzem os custos de fabricação, potencializam as entregas, evitam erros e viabilizam
a produção, quando bem operacionalizados. Os métodos mais utilizados para avaliação dos
estoques são: O PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) onde na medida em que
ocorrem as saídas, a baixa no estoque é realizada a partir das primeiras compras, ou seja, a
primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção ou a
ser vendida. Segundo ARAÚJO (1987), este método: Serve para limpar a casa ao dispor
daqueles lotes (valores) que tenham sido mantidos por um período de tempo mais longo nos
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estoques. Consequentemente, os estoques são mantidos em contas de ativo, com valores que
se aproximam mais sensivelmente dos preços correntes do mercado; O UEPS (Último
a Entrar, Primeiro a Sair) onde na medida em que ocorrem as saídas, a baixa no estoque é
realizada a partir das últimas compras, ou seja, a última unidade a entrar no estoque é a
primeira a ser utilizada no processo de produção ou a ser vendida. ARAÚJO (1987), alega que
que “as saídas correntes de materiais são avaliadas quanto ao preço, segundo o valor unitário
do lote recebido mais recentemente. A teoria é baseada na premissa de que o estoque de
reserva é economicamente o equivalente do ativo fixo”; E o Preço Médio Ponderado equivale
à ponderação entre os valores de estoques, de forma que seu preço unitário corresponda à
média de cálculo das entradas. Com relação a este método FRANCISCHINI e GURGEL
(2002) afirmam que “Custo médio é o método mais utilizado pelas empresas, pelo qual se
calcula a média entre o somatório do custo total e o somatório das quantidades, chegando a
um valor médio de cada unidade. Cada valor médio de unidade em estoque se altera pela
compra de outras unidades por um preço diferente”.
O Controle de contas a pagar possibilita ao empreendedor se manter informado sobre o
montante dos passivos, os vencimentos de obrigações financeiras, além de definir prioridades
para o pagamento das duplicatas e títulos. Conforme BASSO (2005), o controle de contas a
pagar “proporciona uma visão global dos compromissos assumidos pela empresa, permitindo
acompanhar os pagamentos a serem realizados em determinado período” Já o controle de
contas a receber dispõe ao empresário, informações como o montante de valores a receber,
clientes em atraso, planejamento de cobranças, dentro outros. BASSO (2005), completa
afirmando que através do controle de contas a receber “é possível analisar quais são os
clientes que estão com os seus pagamentos em dia, os inadimplentes e os valores a receber”.
O Controle de bens do ativo imobilizado é um processo que demanda várias tarefas, sendo
que o Inventário Físico é um dos processos que mais exige atenção por parte dos gestores das
empresas. É importante salientar que o Ativo Imobilizado é um conjunto de bens destinados à
manutenção da atividade econômica da empresa, onde se faz necessário uma gestão eficiente
de normas e procedimentos como: Entrada e registro; Identificação dos bens; Controles
individuais ou coletivos; Cálculos matemáticos legais; Transferências e baixas; Custódia de
documentação; Fiscalização do cumprimento da Norma; Inventário físico. O principal
objetivo do Pronunciamento Técnico do CPC 27 (2009), que dispõe sobre o Ativo
Imobilizado, é de estabelecer o tratamento contábil de reconhecimento, mensuração e
divulgação de informações para os ativos imobilizados, de forma que os usuários das
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demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o investimento da corporação
em seus ativos imobilizados, bem como suas variações.
3. METODOLOGIA
No presente artigo, de caráter exploratório, que segundo GIL (1995) “são desenvolvidas
com objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato”,
buscou-se definir a contabilidade convencional e gerencial, que formam o sistema de
informações contábeis, com seus respectivos relatórios, obrigatórios ou não, para auxiliar no
objetivo do artigo, em responder como a contabilidade e seus relatórios gerenciais ou não,
podem ser utilizados na gestão empresarial. Além de possuir caráter qualitativo, pois responde
a questões muito particulares, conforme MINAYO (1998).
Foi adotado o método da pesquisa bibliográfica onde conforme GIL (2002) “é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, que se
caracteriza por um conjunto de perguntas ou questões definidas em um roteiro flexível em
torno de um ou mais assuntos do interesse de uma pesquisa para elucidação de seu objeto
(TRIVIÑOS, 1987). A unidade de análise da pesquisa foram 4 (quatro) empresários
proprietários de uma rede de supermercados tradicional da cidade de Várzea Grande – MT.
Os roteiros para as entrevistas semiestruturadas foram apresentados diretamente aos
empresários, e construídos considerando os objetivos do estudo, bem como o referencial
teórico. Com base nesses objetivos e nos aspectos específicos a serem pesquisados com base
no referencial teórico, estruturaram-se os roteiros de entrevistas, combinando as questões com
as dimensões de pesquisa. Essas dimensões concentraram-se na identificação das
necessidades informacionais dos usuários, nas características das informações contábeis, bem
como seus relatórios gerenciais ou não no processo de tomada de decisão, destacando nessa
dimensão, o papel do contador nas pequenas empresas pesquisadas.
4. ANÁLISE
4.1 Caracterização da Unidade de Análise
Para melhor compreensão de como o empresário visualiza as funções da contabilidade, foi
realizado um roteiro de entrevista por meio de um questionário com 10 perguntas, dentre elas
9 de forma objetivas e 1 dissertativa. Participaram desta pesquisa 4 empresários da cidade de
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Várzea Grande - MT, proprietários de uma rede de supermercados tradicional na cidade,
conforme as respostas foram desenvolvidos quadros que serão explicados no tópico a seguir:
4.2 Apresentação dos Resultados
Quadro 1 – Tempo em que atua no mercado.
Resposta Empresários
A B C D
Menos de 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos X X
Mais de 10 anos X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
Como observado no quadro 1, as empresas entrevistadas já operam há algum tempo,
sendo duas delas há mais de dez anos. Um dos fatores que influenciaram a permanência
dessas empresas foi o planejamento, pois a ausência do mesmo, conforme diversas pesquisas
do meio, contribui para os maus resultados e consequentemente a falência. A maioria das
empresas no Brasil encerram suas atividades nos dois primeiros anos de existência. Desse
modo, quanto mais tempo a empresa está no mercado, mais informações para análise o
Departamento Financeiro terá, podendo consultar referências comerciais, financeiras, dentre
outras.
Quadro 2 – Número de funcionários que trabalham nas empresas.
Resposta Empresários
A B C D
De 0 a 5
De 6 a 10
De 11 a 15 X
Mais de 20 X X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
O quadro 2 apresenta o número aproximado de funcionários da empresa. Como
esperado, os estabelecimentos possuem um número significativo de funcionários, devido ao
fato de todos já estarem há um tempo razoável no mercado. Segundo uma pesquisa do IBGE
realizada no ano de 2010, com base no Cadastro Nacional de Empresas (Cempre), constatou
13
que a quantidade de funcionários influencia diretamente no tempo de mercado da empresa,
onde as que tinham 10 ou mais pessoas contratadas ficaram no topo do ranking.
Quadro 3 - Onde é feita a contabilidade da empresa.
Resposta Empresários
A B C D
Internamente
Escritório Externo X X X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
O quadro 3 demonstra que é unânime entre os entrevistados que é preferível que a
contabilidade da empresa fique a cargo de um escritório especializado. Isso se deve ao fato de
que para ter uma contabilidade interna é necessária a contratação de um contador e
provavelmente um auxiliar, o que acarretaria em mais gastos trabalhistas, além do tempo
ocioso do profissional por não haver tarefas suficientes durante todo o mês.
Quadro 4 - É feita Contabilidade:
Resposta Empresários
A B C D
Só fiscal
Fiscal e Gerencial X X
Maior parte fiscal e um pouco gerencial X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
Observa-se no quadro 4 que todos os entrevistados consideram a contabilidade
gerencial importante na gestão empresarial, sendo praticada em conjunto com a fiscal. Uma
das diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Gerencial, é que a primeira atende as
normas legais e os princípios da contabilidade, para atender e, grande parte os usuários
externos, e a segunda utiliza procedimentos mais específicos, com o fim de gerar informação
para os usuários internamente onde as demonstrações e relatórios não precisam ser
padronizados para o entendimento dos mesmos. Para IUDÍCIBUS (1998) a “ruptura entre os
dois grandes ramos da contabilidade não é tão fácil de ser discernido”. Certos relatórios,
cúpula do processo contábil-financeiro, tais como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultado e a Demonstração de Fontes e Usos de Capital de Giro Líquido, representam, certa
forma, a fronteira entre contabilidade financeira e gerencial”.
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Quadro 5 – Área em que as empresas mais se preocupam.
Resposta Empresários
A B C D
Financeira (contas a pagar e a receber)
Tributária (impostos) X
Vendas X X X
Outros (especificar)
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
Analisando o quadro 5, nota-se que a maioria dos entrevistados tem maior
preocupação com a área de vendas, o que não é de se espantar quando se trata de uma rede de
supermercados. Um dos entrevistados afirmou dar maior atenção ao setor tributário,
importantíssimo para a melhora dos resultados quando, por exemplo, comparam-se os
regimes de Lucro Real ou Lucro Presumido para escolha do que melhor atende ás suas
necessidades. Observa-se que nenhum dos entrevistados demonstrou interesse na área
Financeira, onde o objetivo da mesma é gerar informações dentro dos padrões legais e em
conformidade com os Princípios da Contabilidade, sendo assim de maior interesse aos
usuários externos do que os internos.
Quadro 6 – Utilização da contabilidade como ferramenta para tomada de decisão.
Resposta Empresários
A B C D
Sim
Não, pois não acredita que a contabilidade pode auxiliar na decisão. X
Não, por falta de iniciativa do contador em ajudar e explicar. X X
Não acredita ser necessário X
Outros, justifique:
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
Analisando o quadro 6, observa-se dados não esperados com relação a contabilidade
no auxílio a tomada de decisão. Todos os entrevistados responderam que não utilizam a
mesma como ferramenta estratégica, onde foi atribuída a negativa à três fatores, dentre eles o
mais preocupante: que não utiliza por falta de iniciativa do contador em ajudar e explicar,
sendo que é ele justamente quem tem em mãos todas as informações financeiras sobre a saúde
da empresa, e é o profissional com o conhecimento e experiência suficiente para atuar na
gestão empresarial e ajudar os administradores em suas decisões. As outras duas negativas
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podem ser atribuídas à falta de conhecimento dos empresários que não observaram o impacto
da contabilidade gerencial de forma direta no resultado da empresa. Para FAVERO et
al (2009), “gerar informações oportunas de acordo com o modelo decisório de cada usuário
não é tarefa fácil. Todavia, é uma meta que se busca atingir via aperfeiçoamento do processo
de comunicação, e, nesse caminho, o importante é ter consciência de que a etapa mais
significativa refere-se ao relacionamento do contador com os usuários”.
Quadro 7 - A função da contabilidade dentro das empresas.
Resposta Empresários
A B C D
Estratégica
Somente legal/regulatória X
Informacional X X X
Outras (especificar)
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
Pode-se observar no quadro 7, que a maioria dos entrevistados acreditam que a
contabilidade na empresa tenha função informacional, e apenas um deles crê que seja somente
legal/ regulatória. Para NEEDLES, ANDERSON e CALDWELL (1994), a contabilidade é
um sistema de informações que mensura e processa os dados e comunica informações sobre
uma entidade econômica identificável. Nesse sistema, tem-se o registro dos dados, que são
processados para se tornarem informações úteis e, então, essas informações são comunicadas
e utilizadas nas tomadas de decisões.
Quadro 8 - Relatórios contábeis gerenciais em que os empresários acreditam que influencia
mais no processo decisório.
Resposta Empresários
A B C D
Balanço Patrimonial X X X X
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Demonstração do Resultado do Exercício X X
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
Demonstração de Fluxo de Caixa
Análise das Demonstrações Financeiras
Controle Orçamentário
Ponto de Equilíbrio
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Controle de Estoques X X X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
No quadro 8 podemos observar dados interessantes, onde todos os entrevistados
acreditam na importância do balanço patrimonial e do controle de estoques no processo de
tomada de decisão da empresa. Logo em seguida, a Demonstração do Resultado do Exercício,
optada por dois dos entrevistados. Para os profissionais da área contábil, todos os relatórios
apresentados têm sua importância na influência no processo decisório, sendo sua obrigação
expor suas particularidades aos gestores das empresas, deixando que eles atribuam valor às
informações geradas. Segundo OLIVEIRA (2000), as necessidades informacionais dos
usuários internos são satisfeitas, principalmente, por relatórios que resumem informações
gerenciais e financeiras, úteis à tomada de decisão.
Quadro 9 - Relatórios contábeis gerenciais que são utilizados pelas empresas no seu
gerenciamento.
Resposta Empresários
A B C D
Balanço Patrimonial X X X X
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Demonstração do Resultado do Exercício X X
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
Demonstração de Fluxo de Caixa
Análise das Demonstrações Financeiras
Controle Orçamentário
Ponto de Equilíbrio
Controle de Estoques X X
Fonte: Questionário aplicado na entrevista, elaborado pelo autor (2018).
O quadro 9, em consoante com a pergunta anterior deste mesmo questionário,
demonstra que apesar de todos os entrevistados acreditarem que o Controle de Estoques
influencia no processo decisório, dois deles não o utilizam em seu gerenciamento. Isso pode
se dar ao fato de o contador das respectivas empresas não demonstrar iniciativa em ajudar e
explicar o impacto deste relatório no resultado, como exposto no quadro 6, principalmente em
uma do ramo de supermercados, onde a rotatividade do estoque é muito alta e necessita de um
controle constante. A gerência de um estoque implica em lidar com dois fatores básicos
segundo JOARY CORRÊA (1975), que seriam o controle físico e contábil da movimentação
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das peças ou artigos e o seu ressuprimento periódico, a fim de que haja, em tempo hábil,
disponibilidade de material.
A pergunta dissertativa aplicada na entrevista foi: “O que você acredita ser necessário
para que a relação contador e empresário ajude no crescimento da empresa e na permanência
da mesma no mercado empresarial? ”. Onde as respostas dos empresários foram as seguintes:
a) Empresário A: “Primeiramente ter um contador interno na empresa, depois ambos
trabalharem em busca do mesmo objetivo, e falando a mesma língua principalmente
na montagem de estratégias de vendas e na visão de lucro futuro.”;
b) Empresário B: “Acredito que os profissionais contábeis são importantes nas empresas,
mas não muito valorizados, porém é necessário que haja interesse das duas partes em
se comunicar para buscar o melhor para a empresa, pois muito se deve a falta de
interesse do contador em realmente ajudar no resultado e do empresário em buscar e
aplicar os procedimentos para o mesmo.”;
c) Empresário C: “A relação dos dois deve ser moldada com base na ética e respeito. O
contador deve cuidar dos números da empresa, com ética e de acordo com as leis que
estão em vigor, e o empresário deve cuidar de suas finanças de forma correta,
entregando sempre as informações certas para o profissional fazer seu trabalho sem
imprevistos.”;
d) Empresário D: “Entendo que é importante que haja respeito e compreensão entre as
partes, por parte do empresário em fornecer o que é necessário para o contador
trabalhar corretamente, e por parte do contador em dar atenção às dúvidas e esclarecer,
e aos objetivos do empresário para que o mesmo alcance suas metas.”.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto, percebe-se que a Contabilidade possui um papel muito
importante na geração de informação necessária para tomada de decisão em qualquer
empresa. O de tais informações tornou-se vital ao processo de decisões, devido à pluralidade
de usuários, tanto internos quanto externos, que delas precisam por interesses próprios de cada
um.
Verificou-se, que a relação dos profissionais contadores e os proprietários das empresas
estão muito distantes no que se refere à geração de informações necessárias para gestão das
mesmas. Por um lado, observou-se que os contadores não revelam aos a verdadeira
capacidade de auxílio que podem oferecer a seus negócios, devido à falta de conhecimento
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dos empresários. Por outro lado, isto ocorre porque os empresários não possuem
conhecimento suficiente para ponderar a influência da contabilidade na administração de seus
negócios. Assim, o presente artigo colaborou para enfatizar a importância dos relatórios
contábeis na tomada de decisão e do apoio dos profissionais contábeis na gestão das
empresas.
Conclui-se por meio das informações coletadas na entrevista com os empresários, que
mesmo sendo empresas relativamente pequenas e atuando com simplicidade em relação à
contabilidade como um todo, ainda assim a maioria deles reconhece a utilidade do uso da
mesma no dia a dia, buscando suas informações no processo de tomada de decisões, bem
como, tentando melhorar sempre sua relação com o profissional contábil para que esta possa
lhe oferecer cada vez mais vantagens.
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