A aliança liberal e a revolução de 1930

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HISTÓRIADO

BRASIL

Monitor: Alisson R. Santori

A ALIANÇA LIBERAL EA REVOLUÇÃO DE

1930

A ALIANÇA LIBERAL

A Aliança Liberal foi uma aliança política efetuada em 1929 no Brasil, unindo grande parte dos opositores à candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.

Surgiu em virtude da brecha criada no tradicional esquema de sucessão presidencial, dominado por São Paulo e Minas Gerais — a política do café com leite.

Em 1929 o presidente paulista Washington Luís contrariou o esquema e indicou um paulista, Júlio Prestes, para sua sucessão.

Precisava garantir os interesses financeiros de São Paulo frente aos impactos gerados pela Crise de 29.

Descontentes, os políticos de Minas Gerais romperam com o Partido Republicano Paulista (PRP) e firmaram o apoio à candidatura de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.

Porém, inseguros quanto a uma derrota, procuraram aliar-se a outros estados, principalmente o Rio Grande do Sul

Em 17 de junho de 1929 Antônio Carlos cedeu sua candidatura ao gaúcho Getúlio Vargas.

Em agosto era formalizada a Aliança Liberal (AL). Os líderes do movimento eram Afonso Pena Júnior e Ildefonso Simões Lopes

Entre as bandeiras da Aliança Liberal (AL) estavam:

- o voto secreto.

- a independência do judiciário.

- a anistia para os tenentes envolvidos nas diversas rebeliões ao longo dos anos 1920.

- a proteção à exportação do café e reformas sociais.

A eleição de março de 1930 foi intensamente disputada, e a chapa aliancista acabou sendo derrotada. Várias denúncias de fraudes foram feitas, sem que isso tivesse qualquer resultado.

João Pessoa acabou morto em julho do mesmo ano, no Recife, em razão de conflitos pessoais com João Dantas.

Isso acirrou ainda mais os ânimos da Aliança Liberal. Mesmo depois da derrota, alguns líderes do movimento haviam considerado a possibilidade do movimento revolucionário, o que veio realmente a acontecer em outubro de 1930

A REVOLUÇÃO DE1930

Revolução de 1930 é o nome do movimento (erroneamente identificado como revolução, tendo características mais semelhantes às de um golpe de estado) que pôs fim à Primeira República Brasileira, conhecida popularmente como "República Velha" ou "República do Café com Leite".

O movimento de 30 insere-se num contexto social e econômico de grande apreensão, não só dentro das fronteiras brasileiras, mas no mundo todo.

Com a quebra da Bolsa de Nova Iorque ocorrida em outubro de 1929, inicia-se uma crise econômica de escala mundial, esmagando todas as economias com alguma participação nos mercados internacionais, caso do Brasil e suas exportações de café.

É nesse momento que chega a um triste fim a irracional ligação do Brasil com a cultura cafeeira.

Além de não ser um gênero de primeira necessidade na dieta de qualquer indivíduo o café ocupava a esmagadora maioria das terras cultiváveis do país, impedindo uma diversidade das suas exportações.

Havia uma óbvia teimosia por parte das elites em redirecionar e modernizar a política econômica brasileira.

Além disso, o regime mostrava sinais de desgaste devido às várias revoltas militares ocorridas durante o governo Artur Bernardes (1922-1926).

A CRISE DE 1929 E O GOLPE DE 30

A crise de 1929 e a depressão dos anos 30 foi a maior crise do capitalismo de todos os tempos. Teve início nos EUA e teve importantes desdobramentos no resto do mundo, afetando todos os países capitalistas.

No Brasil a Depressão de 29 foi responsável pela desorganização da economia cafeeira, fato este que conduziu o governo à política de queima do café, isso, porém, não foi um fenômeno unicamente brasileiro, a França também queimou trigo, a Argentina abateu o gado e os Estados Unidos desmontou carros nas fábricas.

O GOVERNO WASHINGTON LUÍS (1926-30)

O governo Washington Luís (1926-30) não tinha corrido pacificamente após o turbulento governo Artur Bernardes (1922-26).

Muito pelo contrário, em 1927 promulgou a Lei Celerada que censurava a imprensa e restringia o direito de reunião.

O crescimento da indústria no Brasil fez surgir uma burguesia industrial. Esta se transformou num poderoso grupo social com prestígio e força econômica suficientes para exigir do governo uma política que atendesse aos seus interesses.

Contudo, as reivindicações da burguesia industrial chocavam-se com aquelas das oligarquias cafeicultoras. Nesse panorama de conflitos, o governo republicano não foi capaz de acomodar as divergências e as tensões que afloravam até mesmo entre as oligarquias agrárias.

No governo de Washington Luís, tais conflitos tornaram-se mais agudos e até mesmo entre os próprios cafeicultores começaram a surgir divergências.

O GOLPE

Sob um clima de desconfiança e tensão, Júlio Prestes foi considerado vencedor das eleições de 1930.

Mesmo com a derrota dos liberais, um golpe armado ainda era cogitado.

Com o assassinato do liberal João Pessoa, candidato a vice na chapa de Getúlio, em julho do mesmo ano, o movimento articulou a derrubada do governo oligárquico com o auxílio de grupos militares.

Depois de controlar os focos de resistência nos estados, A Aliança Liberal e o grupo tenentista do Exército chegaram ao Rio de Janeiro, em novembro de 1930, tomou o poder, empossando Getúlio Vargas provisoriamente, iniciando a chamada

Assim estoura a revolta militar, partindo do sul, com o objetivo de derrubar o regime. Junto ao café, a classe que dava apoio ao governo dissolve-se na fumaça das sacas de café queimadas com a finalidade de baixar os preços do produto.

Depois de controlar os focos de resistência nos estados, A Aliança Liberal e o grupo tenentista do Exército chegaram ao Rio de Janeiro, em novembro de 1930, tomou o poder, empossando Getúlio Vargas provisoriamente, iniciando a chamada.

O governo, impopular perante às massas, cai facilmente. Getúlio Vargas assume o poder em caráter provisório a 3 de novembro de 1930.

As classes que apareciam logo abaixo dos barões do café, como militares, classe média e operários são alçados à ponta da pirâmide social brasileira.

Getúlio Vargas um dos principais articuladores da Revolução de 30

Getúlio Dornelles Vargas

(São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954)Foi um advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930

AS PRIMEIRAS MEDIDASDO GOVERNOPROVISÓRIO

Após o golpe, foi instalado um governo provisório, de 1930 a 1934, chefiado por Getúlio Vargas, e assim teve início a centralização do poder político.

O Congresso e as Assembléias Legislativas estaduais foram dissolvidos.

Os tenentes, conhecidos adversários das antigas oligarquias, foram nomeados interventores e encarregados de retirar do poder as velhas oligarquias estaduais.

No entanto, apesar de ocuparem importantes cargos no governo, os tenentistas não demoraram a demonstrar novamente insatisfação e a aliança entre tenentistas e o governo logo depois foi desfeita.

A NOVA POSTURA ANTE A QUESTÃO SOCIAL

Em 1930 ainda, Vargas reformulou a máquina do governo, criando o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.

A questão social que antes era considerada caso de polícia, passou a ser questão política, tratada dentro da esfera do Estado.

O NOVO CÓDIGO ELEITORAL

Em 1932, foi publicado o Novo Código Eleitoral que sepultaria toda a estrutura política da República Velha.

Nele, previa-se o voto secreto, o voto feminino e a representação classista – representação de deputados eleitos pelos sindicatos de trabalhadores e sindicatos patronais.

OS INSTITUTOS

Outra ruptura na ação do Estado fica clara na criação dos institutos de planejamento e assessoramento técnico.

São eles:

Instituto Brasileiro do Café (IBC).

Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).

Instituto Nacional do Mate (INM).

Instituto Nacional do Pinho (INP) etc.

Estado que deveriam planejar a produção e assessorar os produtores, apresentando uma nova função do Estado perante a agricultura e o problema da superprodução agrícola.

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

Os antigos oligarcas paulistas exigiram, em 1932, um interventor paulista e civil no governo do estado de São Paulo.

Vargas atendeu somente a primeira exigência e São Paulo respondeu com a Revolução Constitucionalista, que foi esmagada em três meses pelas forças do governo federal.

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

A Revolução Constitucionalista de 1932aconteceu em São Paulo e foi uma insurreição contrária ao novo quadro político que se instaurou no país após a Revolução de 1930.

As elites paulistas, as classes mais favorecidas pelo sistema que vigorou na Primeira República, almejavam, com essa agitação, reaver o domínio político que haviam perdido com a Revolução de 1930.

Além deste fato, a demora do governo provisório de Getúlio Vargas em convocar a Assembléia Constituinte suscitava muita insatisfação, especialmente no Estado de São Paulo.

A Revolução constitucionalista de 1932

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

A repercussão popular é grande, o sentimento de patriotismo brota nos corações paulistas, tornando mais forte o ideal de liberdade e a disposição de se lutar por ele.

O Estado se mobiliza, milhares de pessoas de todas as classes sociais doam pratarias, jóias e alianças para ajudar financeiramente a revolução e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo incumbiu as empresas brasileiras de fabricar armamento militar.

Organizações civis forneciam fardas, auxílio, alimento e ajudavam na inscrição de voluntários. Todo o Estado, unido, trabalhava com garra para a vitória da causa paulista.

A Revolução constitucionalista de 1932

Os comandantes militares, Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, no entanto, sabiam que as forças federais eram superiores. Eles contam com a união e a ajuda garantida por outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Mas o apoio não chega, e São Paulo é cercado pelas tropas legalistas. Após ajustes, envolvendo indulto aos rebeldes e facilidades para o exílio dos líderes civis e militares do movimento, os paulistas anunciam sua rendição em 3 de outubro de 1932.

A Revolução constitucionalista de 1932

O ROMPIMENTO COM OS TENENTES

Vargas rompeu com os membros do tenentismo durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Isso porque os tenentes se recusaram a reprimir a revolta paulista.

O movimento tenentista perdeu força depois disso e se dissolveu em meios aos grandes movimentos políticos nacionais dos anos 30.

BIBLIOGRAFIA:

Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alian%C3%A7a_Liberal

Disponivel em: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/revolucao-de-1930/

Disponivel em:http://www.infoescola.com/historia/revolucao-constitucionalista-de-1932/