VII. AVALIAÇÃO DO PSF POR GESTORES, PROFISSIONAIS DAS
ESF E FAMÍLIAS USUÁRIAS
1. AVALIAÇÃO DOS GESTORES
Avaliação dos gestores quanto às condições necessárias para implantação, dificuldades,
vantagens e inovações
Os gestores entrevistados consideraram como ponto mais positivo do PSF a possibilidade de
concretizar novo modelo assistencial. A satisfação de ver implementada uma nova concepção
de atendimento “levando a assistência para aquele que mais precisa, identificando, famílias
de risco, enfrentando um dos maiores desafios para quem trabalha na área de saúde pública,
que é realmente trabalhar o princípio da eqüidade.”
A busca de equidade, a constituição de vínculos e a humanização da assistência seriam os
principais fatores motivadores para o desenvolvimento da estratégia saúde da família.
Para o secretário municipal de saúde a principal vantagem do PSF era a capacidade potencial
do Saúde da Família como indutor da reorientação do modelo assistencial. “Induz processos
de mudanças e interfere na lógica prévia do sistema, que vai desde a relação com o usuário
do serviço, a questão dos profissionais, obrigando as instituições a repensarem o seus
processos de trabalho.” Em Vitória, consolidou e deu agilidade no processo de organização
do sistema do município. Na opinião do gestor local a experiência estaria consolidada e seria
difícil ocorrer retrocesso: “no ponto onde chegou seria muito complicado desmontar, a não
ser que haja um processo geral no País que reivindique isso”.
A coordenação local considerava que o PSF ampliou a legitimidade do SUS: a população
passou a acreditar um pouco mais no Sistema Único de Saúde ... A população passou a ver
profissionais interessados na vida dela, preocupados com a saúde dela.” Para tal teria
também contribuído a possibilidade de atendimento domiciliar proporcionada pelo PSF.
“Pessoas que estavam acamadas, abandonadas dentro de casa, que a família não tinha
condições de levar à unidade de saúde para tomar uma vacina, fazer uma consulta ... agora
podem ser atendidas em casa.”
As principais dificuldades seriam de integração da rede e de qualificação do profissional para
prestar atenção integral. Na opinião do secretário municipal, um grande fator limitante era a
habilitação do município apenas na gestão básica, não sendo o gestor da rede secundária, nem
dispondo de serviços ambulatoriais de média e alta complexidade.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 266
Como ponto fraco foi assinalado também o excessivo número de famílias por ESF
preconizado pelo MS, especialmente para grandes centros urbanos, quantidade esta que
inviabilizaria uma atenção adequada aos grupos prioritários articulado ao acolhimento e
atendimento da demanda espontânea. Em 2002 pretendia-se reduzir o número de famílias
adscritas de 750 para 600 por ESF.
Um dos nós críticos era a qualificação dos profissionais para atender todas as novas
demandas do Programa. Na opinião da coordenação havia a necessidade de um investimento
maior nos Pólos de Capacitação dos Estados além da criação de um incentivo para a
formação de pólos municipais.
Outra importante dificuldade para expandir o PSF, na opinião dos gestores locais, era
resolver as questões trabalhistas de contratação de recursos humanos. Em Vitória com o
esgotamento da possibilidade de renovação dos contratos temporários após três anos
encontrava-se em um impasse.
Questões corporativas de disputa de campo de atuação de médicos com enfermagem eram
outra fator limitante para o desenvolvimento do Saúde da Família. Os gestores locais
reivindicavam uma atuação mais efetiva do Ministério da Saúde neste aspecto.
Percepção dos gestores quanto ao impacto do PSF
A avaliação dos gestores quanto à repercussão sobre a assistência e ao impacto do PSF sobre
alguns indicadores de saúde foi em geral positiva. A relação de afirmativas mostradas no
quadro a seguir foi apresentada a sete dos gestores municipais da SMS entrevistados.
As opiniões dos gestores basearam-se em suas percepções de mudança e em avaliação quanto
às potencialidades do PSF. Todos os gestores apontaram um alto impacto do programa na
ampliação do acesso da população à atenção à saúde, redução da mortalidade infantil,
aumento da cobertura vacinal, redução da mortalidade materna, aumento no número de
consultas de enfermagem, aumento no número de atendimentos por pessoal de nível médio,
aumento da cobertura de pré-natal e maior resolutividade do sistema público de saúde.
Embora avaliassem os resultados como positivos, não houve unanimidade entre os gestores
entrevistados quanto à intensidade do impacto do PSF na: melhoria da qualidade da atenção
prestada, mudança no perfil epidemiológico em decorrência da redução de doenças, no
aumento no número de consultas médicas por habitante e maior satisfação dos usuários com o
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 267
sistema público de saúde. Para estes aspectos o impacto da avaliação dos gestores variou
entre médio e alto.
No que se refere ao aumento no número de paciente referenciados e efetivamente atendidos,
parte dos gestores considerou o impacto médio e parte não soube responder. A maioria dos
gestores também não soube avaliar o impacto do PSF quanto à redução do número de
internações hospitalares.
Em relação ao impacto do PSF na redução da pressão da demanda sobre serviços de
emergência a avaliação foi menos positiva, variando entre baixo e médio segundo a opinião
dos gestores. Para o secretário municipal a forma de organização do sistema é que vai
determinar a pressão da demanda, ocasionando sua redução ou aumento.
Quadro 73 – Opinião dos gestores SUS entrevistados quanto ao impacto do PSF em
Vitória (ES), abril 2002
Impacto sobre Sem Baixo Médio Alto Não
sabe
Ampliação do acesso da população à atenção à saúde X
Melhoria da qualidade da atenção prestada X X
Redução da pressão da demanda sobre serviços de emergência X X
Mudança no perfil epidemiológico em decorrência da redução doenças X X
Redução da mortalidade infantil X
Aumento da cobertura vacinal X
Redução da mortalidade materna X
Aumento no número de consultas médicas por habitante X X
Aumento no número de consultas de enfermagem X
Aumento no número de atendimentos por pessoal de nível médio X
Aumento da cobertura de pré-natal X
Aumento no número de paciente referenciados e efetivamente atendidos X X
Redução do número de internações hospitalares X
Maior satisfação dos usuários com o sistema público de saúde X X
Maior resolutividade do sistema público de saúde X
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
2. AVALIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DAS ESF
Foi solicitado a um conjunto de 341 profissionais das ESF, englobando as distintas categorias
(médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e ACS), que avaliassem alguns aspectos
referentes ao processo de implantação do PSF em Vitória, bem como identificassem
livremente um fator positivo e outro negativo de sua experiência de trabalho no programa.
A avaliação consistiu na concordância ou não com aspectos relacionados à ampliação do
acesso promovida pelo PSF, ao modelo assistencial introduzido pelo programa, à integração
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 268
do programa à rede de serviços de saúde, a possíveis inovações e dificuldades enfrentadas.
Para os ACS e auxiliares de enfermagem foi solicitado ainda que avaliassem com que
freqüência se deparavam com alguns possíveis obstáculos na realização de suas atividades.
Os resultados destas avaliações foram agrupados por categoria profissional e ao final busca-
se proceder a uma sucinta análise da correlação entre as diversas percepções.
Profissionais de nível superior
A maior parte dos 63 médicos e enfermeiros do PSF entrevistados em Vitória concordaram
muito que o programa ampliou o acesso de novas parcelas da população aos serviços de
saúde no município (64,5 e 65,7%, respectivamente), sendo que apenas 3 destes profissionais
não concordaram que tenha ocorrido esta ampliação.
Opiniões diferenciadas foram expressas em relação ao impacto do PSF na reorganização da
atenção à saúde no município. Cerca de 65% dos médicos concordaram muito que a USF
tornou-se a porta de entrada do sistema de saúde municipal e 32% concordaram em parte,
enquanto que entre os enfermeiros, estes percentuais corresponderam a 75% dos que
concordaram muito e 25% dos que concordaram em parte. Nenhum profissional de nível
superior discordou que a USF tenha se tornado a porta de entrada do SUS municipal.
Apesar desta avaliação, chama atenção o fato de que cerca de 45% dos médicos e 44% dos
enfermeiros concordaram em parte que a população ainda procura primeiro a rede
convencional ou hospitalar, embora um percentual bastante próximo (42% dos médicos e
41% dos enfermeiros) não tenham concordado com a afirmativa de que a população tem a
rede convencional ou hospitalar ainda como primeira referência.
Em torno de 52% dos médicos e 56% dos enfermeiros concordaram em parte que o PSF tem
uma área de abrangência ainda pequena. No entanto, 32% dos médicos não concordaram
com esta afirmação, percentual um pouco mais elevado entre os enfermeiros (22%). Ainda
assim, 13% dos médicos e 19% dos enfermeiros concordaram muito que a área de
abrangência do PSF é ainda pequena.
Dificuldades com o sistema de referência e contra-referência podem ser percebidas frente ao
grande percentual de profissionais de nível superior (65% dos médicos e 59% dos
enfermeiros) que não concordaram com a afirmativa de que a ESF conta com um sistema de
referência e contra-referência que permite ampliar a confiança no trabalho e na resolutividade
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 269
da rede básica. Apenas um médico concordou muito com esta assertiva e entre os
enfermeiros este percentual foi de 0%.
Para a maioria dos profissionais de nível superior do PSF de Vitória, a população ainda tem
uma forte demanda por atendimento médico, pressionando a equipe para o atendimento da
demanda espontânea: 81% dos médicos concordaram muito e 13% em parte com esta
afirmativa enquanto entre os enfermeiros, 88% concordaram muito e 9% em parte. Do
conjunto de profissionais de nível superior apenas um médico não concordou com a
afirmativa e dois profissionais não responderam à questão.
A percepção quanto à resolutividade do PSF, expressa na oferta de recursos adequados ao
enfrentamento dos problemas de saúde na comunidade, teve concordância parcial de 61% dos
médicos e 78% dos enfermeiros.
Da mesma forma, houve concordância parcial entre os médicos (52%) e boa parte dos
enfermeiros (91%) com a assertiva de que a população se sente esclarecida sobre cuidados
rotineiros com a saúde. No entanto, 20% dos médicos não concordaram que a população se
sinta esclarecida enquanto que 26% dos médicos e 6% dos enfermeiros concordaram muito
com este aspecto.
A determinação dos fatores socioeconômicos na condição de carência da comunidade e sua
prevalência sobre a qualidade da atenção é um aspecto com o qual a maioria dos profissionais
de nível superior concordaram: 65% dos médicos concordaram muito e 29% em parte com
esta assertiva enquanto que entre os enfermeiros estes percentuais foram de 63% entre os que
concordaram muito e 34% dos concordaram em parte que os fatores socioeconômicos que
determinam a condição de carência da comunidade ainda prevalecem sobre a qualidade da
atenção, prejudicando a melhoria da qualidade de vida. Apenas um médico não concordou
com esta questão e dois profissionais não responderam.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 270
Quadro 74 – Percepção dos Médicos sobre o PSF, Vitória (ES), 2002
Percepção sobre o PSF Concorda
muito
Concorda
em parte
Não
concorda
Não
respondeu
Total
N % N % N % N % N %
A ESF ampliou o acesso de novas parcelas da
população aos serviços de saúde no município 20 64,5 8 25,8 2 6,5 1 3,2 31 100,0
A USF tornou-se a porta de entrada do sistema
de atenção 20 64,5 10 32,3 - - 1 3,2 31 100,0
A população ainda procura primeiro a rede
convencional ou hospitalar 3 9,7 14 45,2 13 41,9 1 3,2 31 100,0
O PSF tem uma área de abrangência ainda
pequena 4 12,9 16 51,6 10 32,3 1 3,2 31 100,0
A ESF conta com um sistema de referência e
contra-referência que permite ampliar a
confiança no trabalho e na resolutividade da rede
básica
1 3,2 9 29,1 20 64,5 1 3,2 31 100,0
A população ainda tem uma forte demanda por
atendimento médico, pressionando a ESF para o
atendimento da demanda espontânea
25 80,7 4 12,9 1 3,2 1 3,2 31 100,0
A ESF oferece recursos adequados ao
enfrentamento dos problemas de saúde na
comunidade
7 22,6 19 61,2 4 12,9 1 3,2 31 100,0
A população se sente esclarecida sobre cuidados
rotineiros com a saúde 8 25,8 16 51,6 6 19,4 1 3,2 31 100,0
Os fatores socioeconômicos que determinam a
condição de carência da comunidade ainda
prevalecem sobre a qualidade da atenção,
prejudicando a melhoria da qualidade de vida
20 64,5 9 29,1 1 3,2 1 3,2 31 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 271
Quadro 75 – Percepção dos Enfermeiros sobre o PSF, Vitória (ES), 2002
Percepção sobre o PSF Concorda
muito
Concorda
em parte
Não
concorda
Não
respondeu
Total
N % N % N % N % N %
A ESF ampliou o acesso de novas parcelas
da população aos serviços de saúde no
município
21 65,7 9 28,1 1 3,1 1 3,1 32 100,0
A USF tornou-se a porta de entrada do
sistema de atenção 24 75,0 8 25,0 - - - - 32 100,0
A população ainda procura primeiro a rede
convencional ou hospitalar 4 12,5 14 43,8 13 40,6 1 3,1 32 100,0
O PSF tem uma área de abrangência ainda
pequena 6 18,8 18 56,2 7 21,9 1 3,1 32 100,0
A ESF conta com um sistema de referência e
contra-referência que permite ampliar a
confiança no trabalho e na resolutividade da
rede básica
- - 11 34,4 19 59,3 2 6,3 32 100,0
A população ainda tem uma forte demanda
por atendimento médico, pressionando a ESF
para o atendimento da demanda espontânea
28 87,5 3 9,4 - - 1 3,1 32 100,0
A ESF oferece recursos adequados ao
enfrentamento dos problemas de saúde na
comunidade
5 15,6 25 78,1 2 6,3 - - 32 100,0
A população se sente esclarecida sobre
cuidados rotineiros com a saúde 2 6,3 29 90,6 - - 1 3,1 32 100,0
Os fatores socioeconômicos que determinam
a condição de carência da comunidade ainda
prevalecem sobre a qualidade da atenção,
prejudicando a melhoria da qualidade de vida
20 62,5 11 34,4 - - 1 3,1 32 100,0
FONTE: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Aos 63 profissionais de nível superior das ESF de Vitória foi solicitado que comentassem
livremente um fator positivo e outro negativo de sua experiência de trabalho no PSF. Do
conjunto destes profissionais, apenas 6,3% não responderam à questão.
Em relação aos aspectos positivos, os mais destacados eram aqueles referentes a mudanças no
modelo de atenção à saúde e nas práticas sanitárias, a relação com a população adscrita e no
interior da própria equipe e a resolutividade do programa.
A primeira menção do conjunto de profissionais de nível superior foi a atenção à saúde
prestada pelo PSF (o que inclui mudanças de hábitos, prevenção e promoção da saúde e
melhoria da qualidade de vida), sendo esta questão a segunda mais mencionada pelos
médicos. Para estes profissionais, o aspecto positivo mais destacado foi o vínculo com a
população, terceira menção entre os enfermeiros.
A possibilidade de conhecer os problemas da população e de trabalhar diretamente com ela,
realizando visitas domiciliares e acompanhando seu cotidiano foi outro aspecto bastante
destacado pelos profissionais de nível superior, sobretudo enfermeiros.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 272
Em quarto lugar em número de menções sobre fatores positivos do PSF apareceram
aspectos relacionados ao trabalho em equipe (bom ambiente de trabalho; entrosamento com
outros profissionais; vínculo com outros profissionais).
Outros pontos positivos destacados pelo conjunto de profissionais de nível superior foram: o
crescimento profissional e valorização pessoal e profissional; os resultados e a resolutividade
do programa e a receptividade, participação e interesse da população adscrita.
Quadro 76 – Percepção dos profissionais de nível superior sobre fatores positivos de sua
experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência positiva Posição na percepção dos profissionais
de nível superior
Total Médico Enfermeiro
Atenção à saúde; Mudança de hábitos; Prevenção; Promoção;
Melhorar a qualidade de vida da população 1º 2º 1º
Vínculo com a população; Bom relacionamento; Entrosamento;
Satisfação da população 2º 1º 3º
Possibilidade de conhecer os problemas da população; Visitas
domiciliares; Trabalhar diretamente com a população;
Acompanhamento
3º 3º 2º
Bom ambiente de trabalho; Entrosamento com outros profissionais;
Vínculo com outros profissionais; Trabalho em equipe 4º 4º 4º
Crescimento profissional ; Valorização pessoal e profissional 5º 7º 4º
Resolução; Resultados; Resolutividade 6º 6º 5º
Receptividade; População participativa, interessada 7º 5º -
FONTE: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Dentre os aspectos negativos, os mais destacados pelos profissionais de nível superior
estavam relacionados à precariedade das condições de trabalho, sobretudo falta de estrutura
física e de laboratório de apoio e sobrecarga de trabalho; dificuldades de referência e contra-
referência e falta de capacitação e treinamento.
A falta de estrutura física recebeu o maior número de menções por parte de enfermeiros e
ocupou a quarta posição na avaliação dos médicos. Para estes últimos, o aspecto negativo
mais mencionado foi a sobrecarga de trabalho e a carga horária rígida do programa, questão
também assinalada por enfermeiros, ainda que em menor proporção. Associado de certa
forma a este ponto está o número excessivo de famílias por ESF, o que implica numa
demanda muito maior que a capacidade de atender. Esta foi a segunda menção dos médicos.
A demanda espontânea também foi um ponto bastante assinalado pelo conjunto de
profissionais de nível superior.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 273
Outros aspectos negativos da experiência no PSF que mereceram destaque na avaliação
destes profissionais foram o valor do salário e as dificuldades na referência e na contra-
referência.
Uma questão bastante assinalada pelos enfermeiros do programa foi a falta de
regulamentação da portaria municipal que normatiza as ações destes profissionais, sendo este
um ponto nevrálgico nos conflitos e resistências do PSF com a categoria médica no estado.
Este aspecto foi o terceiro mais mencionado na avaliação dos enfermeiros sobre fatores
negativos de sua experiência de trabalho no PSF em Vitória.
Quadro 77 – Percepção dos profissionais de nível superior sobre fatores negativos de
sua experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência negativa Posição na percepção dos profissionais de
nível superior
Total Médico Enfermeiro
Falta de estrutura física; Falta de unidade própria; Falta de espaço
físico; Falta de consultório; Falta de laboratório de apoio 1º 4º 1º
Falta de treinamento; Falta de reciclagem; Falta de capacitação 2º 6º 2º
Sobrecarga de trabalho; Carga horária rígida 3º 1º 4º
Demanda espontânea; Demanda não programada 4º 4º 6º
Valor do salário 4º 2º 8º
Demanda muito maior que a capacidade de atender; Número
excessivo de famílias 6º 2º 9º
Dificuldades na referência; Dificuldades no encaminhamento aos
especialistas 6º 6º 4º
Dificuldades na contra-referência 8º 6º 6º
Falta de regulamentação da portaria municipal que normatiza as
ações dos enfermeiros 8º 9º 3º
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Auxiliares de enfermagem
Foi perguntado a 76 auxiliares de enfermagem que trabalhavam no PSF de Vitória com que
freqüência estes se deparavam com alguns obstáculos ao desempenho de suas atividades no
programa. As respostas obtidas dão noção das principais dificuldades enfrentadas pelos
profissionais no trabalho desenvolvido.
A forte demanda por atendimento médico é um obstáculo muito freqüente para a maioria dos
auxiliares de enfermagem (79%). Apenas menos de 4% dos entrevistados informaram que
esta era uma dificuldade pouco freqüente (2,6%) ou que não dificultava o desempenho de
suas atividades (1,3%) e pouco mais de 17% não souberam ou não quiseram responder.
A grande densidade populacional em relação ao padrão do programa foi considerada uma
dificuldade muito freqüente para cerca de 53% dos auxiliares de enfermagem. O percentual
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 274
de profissionais que avaliaram este aspecto como pouco freqüente (7%) ou que não
dificulta (9%) ficou em torno de 16%. O número de auxiliares que não responderam
correspondeu a cerca de 32% dos entrevistados.
Parte dos auxiliares de enfermagem avaliou que a gravidade dos riscos sociais no âmbito da
comunidade é muito freqüente (46%), mas um número significativo de profissionais
considerou pouco freqüente (20%) ou que não dificulta o desempenho das atividades do
programa (16%). Pouco menos de 20% não respondeu à questão.
Para cerca de 33% dos auxiliares de enfermagem do PSF de Vitória, o uso inadequado dos
serviços de saúde é um obstáculo muito freqüente. No entanto, 25% avaliaram como um
aspecto pouco freqüente e 8% consideraram que o uso inadequado dos serviços de saúde não
dificulta o desempenho de suas atividades profissionais. O percentual de não respostas girou
em torno de 34%.
Avaliação semelhante recebeu o item referente à quantidade excessiva de membros
individuais nos grupos familiares: cerca de 32% dos auxiliares avaliaram como obstáculo
muito freqüente, 25% como pouco freqüente e menos de 4% como fator que não dificulta
suas atividades. O percentual de não respostas foi de quase 40%.
As opiniões dos auxiliares de enfermagem quanto à baixa mobilização dos usuários para
participar das atividades se dividiram entre aqueles que consideraram que este é um obstáculo
muito freqüente (25%), pouco freqüente (26%) ou não dificulta (12%). O percentual de não
respostas foi de cerca de 37%.
A baixa mobilização da comunidade para participar nos CLS foi avaliada como muito
freqüente por 21% dos auxiliares de enfermagem. No entanto, para 24% esta é uma
dificuldade pouco freqüente e para 14,5% não dificulta o trabalho. O percentual de auxiliares
que não respondeu foi superior a 40%.
Em relação à inadequação do planejamento e programação das atividades, menos de 15%
avaliou que este é um obstáculo muito freqüente enquanto que para 21% é pouco freqüente
ou, na opinião de 12%, não dificulta o trabalho desenvolvido. Chama atenção o elevado
percentual de profissionais que não responderam a esta questão (cerca de 53%).
As avaliações mais positivas dos auxiliares de enfermagem do PSF de Vitória foram em
relação a: fragilidade de vínculos com a comunidade; rotatividade dos profissionais;
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 275
fragilidade dos vínculos dentro da equipe e dificuldade de acesso dos profissionais ao
território.
Cerca de 21% dos auxiliares de enfermagem considerou que a fragilidade dos vínculos com a
comunidade não dificulta o desempenho de suas atividades e mais de 30% avaliaram que este
é um obstáculo pouco freqüente. Apesar disto, 12% informaram que a fragilidade dos
vínculos com a comunidade é um obstáculo muito freqüente. Cerca de 37% dos profissionais
não responderam a esta questão.
Para 21% dos auxiliares, a rotatividade dos profissionais não dificulta o desempenho de suas
atividades e 25% disseram que este é um obstáculo pouco freqüente. Cerca de 17% é que
avaliou como um obstáculo muito freqüente enquanto que mais de 36% não responderam à
questão.
A maior parte dos auxiliares de enfermagem (51%) avaliou positivamente os vínculos dentro
da equipe: enquanto 29% informou que a fragilidade de vínculos dentro da equipe não
dificulta o desempenho de suas atividades, pouco mais de 22% declarou que este aspecto é
pouco freqüente. Apenas menos de 7% informaram que esta é uma dificuldade muito
freqüente no programa. O percentual de não respostas foi superior a 42%.
Também o acesso dos profissionais ao território foi avaliado de forma positiva pelos
auxiliares de enfermagem: 29% consideraram a dificuldade de acesso dos profissionais ao
território como um aspecto que não dificulta o trabalho e 25% como obstáculo pouco
freqüente. O percentual dos auxiliares que informaram que este é um obstáculo muito
freqüente foi de cerca de 18% enquanto que o número dos que não responderam equivaleu a
quase 28%.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 276
Quadro 78 – Percepção dos auxiliares de enfermagem sobre fatores que dificultam o
desempenho de suas atividades, Vitória (ES), 2002
Dificuldades Muito
freqüente
Pouco
freqüente
Não dificulta Não sabe/Não
respondeu
Total
N % N % N % N % N %
Forte demanda por
atendimento médico 60 79,0 2 2,6 1 1,3 13 17,1 76 100,0
Grande densidade
populacional em relação ao
padrão do programa
40 52,6 5 6,6 7 9,2 24 31,6 76 100,0
Gravidade riscos sociais no
âmbito da comunidade 35 46,1 15 19,7 12 15,8 14 18,4 76 100,0
Uso inadequado dos serviços
de saúde 25 32,9 19 25,0 6 7,9 26 34,2 76 100,0
Quantidade excessiva de
membros individuais nos
grupos familiares
24 31,6 19 25,0 3 3,9 30 39,5 76 100,0
Baixa mobilização dos
usuários para participar das
atividades
19 25,0 20 26,3 9 11,8 28 36,7 76 100,0
Baixa mobilização da
comunidade para participar
nos CLS
16 21,1 18 23,7 11 14,5 31 40,7 76 100,0
Inadequação do planejamento
e programação das atividades 11 14,5 16 21,1 9 11,8 40 52,6 76 100,0
Fragilidade dos vínculos com
a comunidade 9 11,8 23 30,3 16 21,1 28 36,8 76 100,0
Rotatividade dos profissionais 13 17,1 19 25,0 16 21,1 28 36,8 76 100,0
Fragilidade dos vínculos
dentro da equipe 5 6,6 17 22,4 22 28,9 32 42,1 76 100,0
Difícil acesso dos
profissionais ao território 14 18,4 19 25,0 22 29,0 21 27,6 76 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Ao mesmo conjunto de 76 auxiliares de enfermagem do PSF em Vitória, foi solicitado que
também avaliassem alguns aspectos relacionados aos resultados de seus trabalhos e o alcance
de alguns dos objetivos do PSF, por meio da concordância ou não com afirmações sobre o
programa.
Em relação à acessibilidade do PSF, menos da metade dos auxiliares de enfermagem
concordou muito com a afirmativa de que o programa ampliou o acesso de novas parcelas
populacionais aos serviços de saúde enquanto que 22% concordaram em parte e cerca de 7%
discordou. Mais de 22 dos profissionais não responderam à questão.
Para pouco mais de 38% dos entrevistados, o PSF concentra-se em áreas pobres da cidade,
percentual próximo ao dos que não concordaram (33%). Cerca de 20% dos auxiliares
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 277
concordaram em parte que o programa está concentrado nas áreas pobres da cidade e
menos de 10% não responderam.
As avaliações dos auxiliares de enfermagem quanto a aspectos relacionados à reorganização
dos serviços e reorientação da demanda foram heterogêneas. Quase metade dos entrevistados
concordaram muito que o PSF substitui as unidades básicas tradicionais de saúde enquanto
menos de 30% concordaram em parte e cerca de 10% não concordaram com esta assertiva. O
percentual de não respostas foi de 13%.
Um percentual mais elevado concordou muito (65%) que a população primeiro procura a
USF ao mesmo tempo em que cerca de 20% concordaram muito. Apenas cinco auxiliares de
enfermagem (7%) não concordaram que a população procura a USF primeiro e 9% não
responderam.
Esta avaliação não é confirmada quando os auxiliares de enfermagem foram solicitados a
avaliar se a população primeiro procura hospitais ou unidades tradicionais de saúde: 25%
concordaram muito, 32% concordaram em parte e 22,4 não concordaram que a população
primeiro procura hospitais ou unidades tradicionais de saúde. Pouco mais de 21% dos
entrevistados não responderam à questão.
Quanto ao fato de que a população atendida procura menos os serviços hospitalares e
especializados, 40% concordaram muito e 30% concordaram em parte, mas quase 20% não
concordaram que com o PSF a população procure menos os serviços hospitalares e
especializados. O número dos auxiliares que não responderam à questão correspondeu a 11%.
Se 29% dos entrevistados concordaram muito que o PSF cumpre na prática as funções de
pronto atendimento, outros 38% concordaram em parte e 25% não concordaram com esta
assertiva. Cerca de 8% não responderam à questão.
A importância que o PSF assume no sistema de saúde municipal pode ser ilustrada pelo
elevado percentual (80%) de auxiliares de enfermagem que não concordaram que o
programa não tem importância na saúde do município. Apenas oito profissionais
concordaram com esta assertiva: menos de 7% concordaram muito e 4% concordaram em
parte. O percentual de não respostas foi de 9%.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 278
Metade dos entrevistados concordou muito que o PSF atrai a população vizinha que
sobrecarrega o atendimento e 22% concordaram em parte. Em torno de 17% não concordou
com esta sobrecarga e 11% não responderam.
Excetuando-se os que não responderam à questão (18%), os auxiliares de enfermagem
dividiram-se entre os que não concordaram (41%) que a população alvo resiste às ações das
USF e aqueles que concordaram muito (18%) ou concordaram em parte (22%).
As avaliações dos auxiliares de enfermagem acerca de duas inovações do PSF foram
favoráveis: quase metade (47%) concordou muito e 24% concordou em parte que o PSF atua
articulado aos programas de saúde existentes no município. Menos de 10% discordou desta
afirmativa e quase 20% não respondeu.
Em relação ao favorecimento de ações intersetoriais, 40% concordaram muito e 26%
concordaram em parte. Pouco mais de 10% não concordaram que o PSF favorece ações
intersetoriais no município e 24% não responderam à questão.
Quadro 79 – Percepção dos auxiliares de enfermagem sobre o PSF, Vitória (ES), 2002
Percepção sobre PSF Concorda
muito
Concorda em
parte
Não
concorda
Não sabe/Não
respondeu
Total
N % N % N % N % N %
Ampliou o acesso de novas
parcelas da população 37 48,6 17 22,4 5 6,6 17 22,4 76 100,0
Concentra-se em áreas pobres 29 38,2 15 19,7 25 32,9 7 9,2 76 100,0
Substitui as unidades básicas
tradicionais de saúde 37 48,7 22 28,9 7 9,2 10 13,2 76 100,0
População procura a USF primeiro 49 64,5 15 19,7 5 6,6 7 9,2 76 100,0
População primeiro procura
hospitais ou unidades tradicionais
de saúde
19 25,0 24 31,5 17 22,4 16 21,1 76 100,0
A população atendida procura
menos os serviços hospitalares e
especializados
30 39,5 23 30,3 15 19,7 8 10,5 76 100,0
Cumpre na prática as funções de
pronto atendimento 22 28,9 29 38,2 19 25,0 6 7,9 76 100,0
Não tem importância na atenção à
saúde do município 5 6,6 3 3,9 61 80,3 7 9,2 76 100,0
Atrai a população vizinha que
sobrecarrega o atendimento 38 50,0 17 22,4 13 17,1 8 10,5 76 100,0
População alvo resiste às ações
das USF 14 18,4 17 22,4 31 40,8 14 18,4 76 100,0
Atua articulado aos programas de
saúde existentes no município 36 47,4 18 23,7 7 9,2 15 19,7 76 100,0
Favorece ação intersetorial no
município 30 39,5 20 26,3 8 10,5 18 23,7 76 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 279
Foi ainda solicitado aos auxiliares de enfermagem que comentassem livremente um fato
positivo e outro negativo de sua experiência de trabalho no PSF. O percentual de não
respostas foi elevado: 29% para o aspecto positivo e 33% para o negativo.
Entre os aspectos positivos, os mais destacados foram aqueles relacionados a mudanças nas
práticas profissionais. Em primeiro lugar na freqüência de menções apareceu a possibilidade
de ajudar, informar, educar a população sobre a saúde, seguida do trabalho direto com a
população, o que inclui a possibilidade de conhecer os problemas e o trabalho em equipe. A
valorização, pela população, do trabalho desenvolvido e possibilidade de trabalhar com a
população pobre também foram outros dos cinco fatores positivos mais destacados pelos
auxiliares.
Quadro 80 – Percepção dos auxiliares de enfermagem sobre fatores positivos da
experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência positiva Posição na percepção dos
auxiliares de enfermagem
Possibilidade de ajudar, informar, educar a população sobre a saúde; Mudança de
hábitos; Prevenção; Promoção 1º
Possibilidade de conhecer os problemas da população; visita domiciliar; Aprender
com a população; Conhecer os problemas in loco; Fazer visitas domiciliares;
Trabalhar diretamente com a população
2º
Trabalho em equipe; Bom entrosamento da equipe; União da equipe 2º
Ligação forte com a população; Reconhecimento pela população do trabalho
realizado; Bom relacionamento com a população; Valorização do trabalho pela
população
4º
Possibilidade de trabalhar com as pessoas pobres 5º
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Quanto aos fatores negativos, a sobrecarga do programa em termos da demanda muito maior
que a capacidade de atendimento e o número excessivo de famílias foi o aspecto mais
destacado pelo conjunto dos auxiliares de enfermagem entrevistados.
Também a falta de estrutura física do programa recebeu muitas menções na avaliação destes
profissionais. Em terceiro lugar na freqüência dos aspectos negativos mencionados, apareceu
a falta de treinamento e de reciclagem, demonstrando que a capacitação merece maior
atenção por parte dos gestores.
Outros aspectos negativos mais mencionados pelos auxiliares contrariam as avaliações
referentes aos aspectos positivos. A resistência e hostilidade da população ao programa, as
reclamações da população e a falta de entrosamento na equipe figuraram entre os quarto e
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 280
quinto aspectos com maior freqüência na menção dos auxiliares de enfermagem do PSF de
Vitória.
Quadro 81 – Percepção dos auxiliares de enfermagem sobre fatores negativos da
experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência negativa Posição na percepção dos
auxiliares de enfermagem
Demanda muito maior que a capacidade de atender; Número excessivo de
famílias 1º
Falta de estrutura física; Falta de consultórios; Falta de local para as
programações com as famílias; Falta de local próprio; Falta de espaço físico;
Falta de laboratório de apoio
2º
Falta de treinamento; Falta de reciclagem 3º
Resistência da população ao Programa; Hostilidade da população; Pessoas que
não valorizam a informação recebida 4º
Falta de entrosamento na equipe; Desentendimento na equipe; Postura superior
dos médicos 5º
Reclamações da população; Ser visto pela população como culpado pelos
problemas de atendimento e de falta de material 5º
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Agentes comunitários de saúde
Foi solicitado a 202 agentes comunitários do PSF de Vitória que avaliassem alguns aspectos
relacionados ao programa, bem como comentassem livremente um aspecto positivo e outro
negativo de sua experiência de trabalho.
Solicitou-se que os ACS avaliassem com que freqüência se deparavam com alguns obstáculos
ao desempenho de suas atividades. Para a maioria dos ACS, a forte demanda por atendimento
médico era um obstáculo muito freqüente (77%), enquanto que 15% avaliaram como pouco
freqüente e 6% como um aspecto que não dificulta o desempenho de suas atividades.
O uso inadequado dos serviços de saúde apareceu como um obstáculo muito freqüente para
46% dos ACS, pouco freqüente para 20% e não dificulta o trabalho na opinião de 23%. O
percentual dos que não souberam ou não responderam foi de 11%.
A grande densidade populacional em relação ao padrão do programa foi considerada um
obstáculo muito freqüente para 42% dos ACS, mas a maior parte destes profissionais
considerou que este é um fator pouco freqüente (13%) e que não dificulta o desempenho das
atividades.
Para 40% dos ACS, a baixa mobilização da comunidade para participar nos CLS é uma
dificuldade muito freqüente. No entanto, cerca de 33% avaliaram-na como pouco freqüente e
cerca de 20% informaram que não dificulta o desempenho de suas atividades.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 281
Na avaliação de 35% dos ACS, a gravidade dos riscos sociais no âmbito da comunidade
foi considerada muito freqüente, embora a maioria tenha avaliado como pouco freqüente
(23%) e não dificulta (37%).
Cerca de 29% do conjunto de ACS entrevistados avaliaram a baixa mobilização dos usuários
para participar das atividades do programa como obstáculo muito freqüente. Entretanto, para
41% este foi considerado um obstáculo pouco freqüente enquanto que 21% declararam que
não dificulta o desempenho de suas atividades.
A quantidade excessiva de membros individuais nos grupos familiares não dificulta o
desempenho das atividades na avaliação de 36% dos ACS. Outros 24% avaliaram que esta é
uma dificuldade pouco freqüente enquanto que cerca de 27% avaliaram como muito
freqüente. Mais de 14% não souberam ou não responderam à questão.
Avaliação semelhante recebeu o item sobre rotatividade dos profissionais. Para 36% , este é
um aspecto que não dificulta o trabalho e para 28% é pouco freqüente. Mas para cerca de
23% este é um obstáculo muito freqüente ao desempenho de suas atividades. O percentual de
não respostas foi de quase 14%.
Dentre os ACS entrevistados, a maioria avaliou que a inadequação do planejamento e
programação das atividades não dificulta (53%) ou é um obstáculo pouco freqüente (25%).
No entanto, na avaliação de 14%, este foi considerado um obstáculo muito freqüente. Cerca
de 15% não souberam ou não responderam à questão.
As avaliações dos ACS quanto ao estabelecimento de vínculos com a comunidade foram
positivas: 53% informaram que a fragilidade dos vínculos com a comunidade não dificulta
seu trabalho no PSF e 20% disseram que esta é uma dificuldade pouco freqüente. Menos de
8% avaliaram este aspecto como muito freqüente. Os ACS que não souberam ou não
responderam à questão eqüivaleram a cerca de 20% dos entrevistados.
Também os vínculos dentro da equipe receberam avaliações positivas dos ACS. Para 54% a
fragilidade dos vínculos dentro da equipe não dificulta seu desempenho profissional e 21%
opinaram que esta é uma dificuldade pouco freqüente. Apenas para 6% dos ACS, a
fragilidade dos vínculos dentro da equipe constitui um obstáculo muito freqüente. Em torno
de 20% dos ACS não souberam ou não responderam à questão.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 282
Para a maioria dos ACS entrevistados(74%), o difícil acesso dos profissionais ao território
não configura numa dificuldade ao desempenho de suas atividades. para 13% este é um
obstáculo pouco freqüente enquanto que 9% declararam que é muito freqüente.
Quadro 82 – Percepção dos agentes comunitários de saúde sobre fatores que dificultam
o desempenho de suas atividades, Vitória (ES), 2002
Dificuldades Muito
Freqüente
Pouco
Freqüente
Não
Dificulta
Não Sabe Não
Respondeu
Total
N % N % N % N % N % N %
Forte demanda por
atendimento médico 156 77,3 31 15,3 13 6,4 - - 2 1,0 202 100,0
Uso inadequado dos
serviços de saúde 92 45,5 41 20,3 46 22,8 9 4,5 14 6,9 202 100,0
Grande densidade
populacional em relação ao
padrão do programa
84 41,5 26 12,9 80 39,6 6 3,0 6 3,0 202 100,0
Baixa mobilização da
comunidade para participar
nos CLS
81 40,0 66 32,7 38 18,8 10 5,0 7 3,5 202 100,0
Gravidade dos riscos
sociais no âmbito da
comunidade
71 35,1 47 23,3 74 36,6 9 4,5 1 0,5 202 100,0
Baixa mobilização dos
usuários para participar das
atividades
58 28,7 82 40,5 43 21,3 9 4,5 10 5,0 202 100,0
Quantidade excessiva de
membros individuais nos
grupos familiares
54 26,7 49 24,3 72 35,7 15 7,4 12 5,9 202 100,0
Rotatividade dos
profissionais 46 22,8 56 27,7 72 35,7 14 6,9 14 6,9 202 100,0
Inadequação do
planejamento e
programação das
atividades
28 13,9 50 24,8 94 46,5 16 7,9 14 6,9 202 100,0
Fragilidade dos vínculos
com a comunidade 16 7,9 40 19,8 107 53,0 13 6,4 26 12,9 202 100,0
Fragilidade dos vínculos
dentro da equipe 12 5,9 42 20,8 108 53,5 22 10,9 18 8,9 202 100,0
Difícil acesso dos
profissionais ao território 18 8,9 27 13,4 149 73,7 5 2,5 3 1,5 202 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Também foi solicitado aos 202 ACS que respondessem qual seu grau de concordância com
alguns aspectos relacionados ao PSF de Vitória.
As avaliações destes profissionais sobre a acessibilidade do programa foram bastante
positivas: cerca de 57% concordaram muito que o PSF ampliou o acesso de novas parcelas da
população e quase 26% concordaram em parte. Apenas 4,5% discordaram que houve esta
ampliação. O percentual de ACS que não souberam ou não responderam foi de 13%
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 283
Mais de 24% dos entrevistados concordaram muito que o PSF concentra-se em áreas
pobres do município mais a maioria concordou em parte (28%) ou não concordou (45%) com
esta afirmativa.
O impacto produzido pelo PSF no sistema local de saúde pode ser inferido, entre outros itens,
da afirmativa de que o programa substitui as unidades básicas tradicionais de saúde.
Concordaram muito 49% enquanto 44% concordaram em parte. Apenas 5% não concordaram
que houve substituição das unidades básicas tradicionais pelo PSF.
Foi alto o percentual de ACS que concordaram muito que a população procura a USF
primeiro (72%). Cerca de 22% concordaram em parte e apenas 2% não concordaram. No
entanto, quando solicitados a avaliar a afirmativa de que a população primeiro procura
hospitais ou unidades tradicionais de saúde, as opiniões dos ACS não confirmaram a
tendência verificada no item anterior: 18% concordaram muito e 39% concordaram em parte
que a primeira unidade de saúde procura pela população seja hospitais ou unidades
especializadas enquanto o percentual dos que não concordaram foi de 35%.
Cerca de 39% dos ACS concordaram muito que a população atendida procura menos os
serviços hospitalares e especializados e 45% concordaram em parte, ao contrário dos 13%
que não concordaram com a afirmativa.
Dos 202 ACS entrevistados, 40% concordaram em parte que o PSF cumpre na prática as
funções de pronto-atendimento, enquanto que um quarto concordou muito. No entanto 33%
não concordaram com esta assertiva.
A importância do PSF na atenção à saúde do município de Vitória pode ser confirmada,
segundo a opinião dos ACS, pelo elevado percentual de profissionais (85%) que não
concordaram com a sentença “o programa não tem importância na atenção à saúde no
município”. Cerca de 7% concordaram em parte e outros 6% concordaram muito.
Enquanto 43% dos entrevistados concordaram em parte que a população alvo resiste às ações
das USF e 14% concordaram muito, um percentual considerável (38%) não concordaram
com a afirmativa.
Quase 51% dos ACS concordaram muito que o PSF atrai a população vizinha que
sobrecarrega o atendimento e 12% concordaram em parte mas 30 não concordaram com esta
assertiva.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 284
As avaliações dos ACS quanto a aspectos relacionados à articulação do PSF com outros
programas de saúde existentes no município foram positivas: 61% concordaram muito que o
PSF atua articulado com outros programas e 30% concordaram em parte. Apenas 2%
discordaram desta afirmativa.
Também o fato de que o PSF favorece o desenvolvimento de ações intersetoriais no
município foi avaliado de forma positiva pelos ACS: 53% concordaram muito, 29%
concordaram em parte e 8% não concordaram. O percentual de ACS que não souberam ou
não responderam à questão foi de 11%.
Quadro 83 – Percepção dos agentes comunitários de saúde sobre o PSF, Vitória (ES),
2002
Percepção sobre PSF Concorda
muito
Concorda
em parte
Não
concorda
Não sabe Não
respondeu
Total
N % N % N % N % N % N %
Ampliou o acesso de novas
parcelas da população 115 56,9 52 25,7 9 4,5 20 9,9 6 3,0 202 100,0
Concentra-se em áreas pobres 49 24,3 57 28,2 91 45,0 2 1,0 3 1,5 202 100,0
Substitui as unidades básicas
tradicionais de saúde 99 49,0 89 44,1 10 5,0 1 0,5 3 1,5 202 100,0
População procura a USF
primeiro 145 71,7 45 22,3 4 2,0 3 1,5 5 2,5 202 100,0
População primeiro procura
hospitais ou unidades
tradicionais de saúde
36 17,8 78 38,7 71 35,1 12 5,9 5 2,5 202 100,0
A população atendida procura
menos os serviços hospitalares e
especializados
79 39,1 91 45,0 26 12,9 4 2,0 2 1,0 202 100,0
Cumpre na prática as funções de
pronto atendimento 50 24,8 81 40,0 67 33,2 2 1,0 2 1,0 202 100,0
Não tem importância na atenção
à saúde do município 13 6,4 14 6,9 171 84,7 1 0,5 3 1,5 202 100,0
População alvo resiste às ações
das USF 28 13,9 87 43,0 76 37,6 5 2,5 6 3,0 202 100,0
Atrai a população vizinha que
sobrecarrega o atendimento 103 50,9 24 11,9 61 30,2 6 3,0 8 4,0 202 100,0
Atua articulado aos programas de
saúde existentes no município 123 60,9 59 29,2 4 2,0 11 5,4 5 2,5 202 100,0
Favorece ação intersetorial no
município 106 52,5 58 28,7 16 7,9 14 6,9 8 4,0 202 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Solicitados a comentar livremente um fato positivo e outro negativo de sua experiência de
trabalho no PSF, os ACS destacaram uma série de questões, sendo relativamente pequenos os
percentuais dos que não responderam: 2,5% para o fato positivo e 5,4% para o negativo.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 285
Em relação aos aspectos positivos mais mencionados pelos ACS sobressaem aqueles
vinculados a mudanças nas práticas sanitárias, à relação com a população e ao trabalho em
equipe.
Em primeiro lugar na freqüência das menções dos ACS apareceram aspectos relativos ao
modelo de atenção à saúde (mudança de hábitos, prevenção e promoção, melhoria da
qualidade de vida). A seguir, o aspecto mais mencionado foi a possibilidade de conhecer os
problemas e trabalhar diretamente com a população enquanto o terceiro lugar foi ocupado
pela avaliação de que o PSF favorece o controle de doenças. A receptividade e interesse da
população e o trabalho em equipe foram outros dos aspectos positivos mais relatados pelos
ACS.
Quadro 84 – Percepção dos agentes comunitários de saúde quanto a fatores positivos da
experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência positiva Posição na percepção dos ACS
Atenção à saúde; Mudança de hábitos; Prevenção; Promoção; Melhorar a
qualidade de vida da população 1º
Possibilidade de conhecer os problemas da população; Visitas
domiciliares; Trabalhar diretamente com a população; Acompanhamento 2º
Controle de doenças (programas) 3º
Receptividade; População participativa, interessada 4º
Bom ambiente de trabalho; Entrosamento com outros profissionais;
Vínculo com outros profissionais; Trabalho em equipe 5º
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Quanto aos fatores negativos da experiência de trabalho no PSF, os mais mencionados pelos
ACS foram o valor do salário; a falta de estrutura física do programa e a sobrecarga de
trabalho. Também mereceram destaque, no conjunto de aspectos relatados pelos ACS, a
demanda muito maior que a capacidade de atender e as reclamações da população, que
muitas vezes cobram dos agentes a solução de problemas acima de sua competência
profissional.
Quadro 85 – Percepção dos agentes comunitários de saúde quanto a fatores negativos
da experiência de trabalho no PSF, Vitória (ES), 2002
Experiência negativa Posição na percepção dos ACS
Valor do salário 1º
Falta de estrutura física; Falta de unidade própria;falta de espaço físico;
Falta de consultório; Falta de laboratório de apoio 2º
Sobrecarga de trabalho; Carga horária rígida 3º
Demanda muito maior que a capacidade de atender; Número excessivo de
famílias 4º
Reclamações da população; Ser visto como bode expiatório 5º
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 286
Pode-se dizer que as avaliações dos profissionais das diversas categorias que compõem as
equipes do PSF em Vitória foram concordantes em muitos aspectos.
As opiniões do conjunto destes profissionais em torno da ampliação do acesso promovida
pelo programa foram, em geral, positivas, ainda que com menor ênfase entre os auxiliares de
enfermagem.
A avaliação de que o PSF se constitui porta de entrada do sistema local de saúde foi positiva
entre os profissionais de nível superior, sobretudo enfermeiros. Também auxiliares de
enfermagem e ACS avaliaram, em sua maioria, que a população procura primeiro a USF. No
entanto, esta tendência parece ser contraposta pelo número de profissionais, sejam os de nível
superior, sejam os auxiliares e ACS, que concordou, ao menos em parte, que a população
ainda procura primeiro a rede convencional ou hospitalar.
Aspectos relativos a mudanças no modelo de atenção e nas práticas de saúde também
receberam avaliações favoráveis por parte das várias categorias profissionais, figurando,
inclusive, em primeiro lugar nas menções de fatores positivos do PSF de quase todas as
categorias, à exceção dos médicos para quem estes aspectos ocuparam o segundo lugar.
O estabelecimento de vínculos com a população foi outro ganho do PSF que mereceu
destaque entre as opiniões dos profissionais. Vale dizer que este aspecto foi o mais destacado
pelo conjunto dos médicos entrevistados quanto a fatores positivos de sua experiência de
trabalho no programa.
Também o trabalho interdisciplinar e o bom entrosamento no interior da equipe foram alvo de
opiniões positivas por parte de todas as categorias profissionais, sendo um aspecto dos mais
destacados no que tange a aspectos positivos do PSF. No entanto, entre os auxiliares de
enfermagem a falta de entrosamento da equipe figurou também entre os cincos fatores
negativos mais mencionados.
Apesar destes aspectos positivos, pontos frágeis do PSF foram destacados pelos profissionais
das diversas categorias. A sobrecarga de trabalho em geral e sua expressão em questões
específicas tais como a carga horária, a quantidade excessiva de membros individuais nos
grupos familiares e a demanda muito maior do que a capacidade de atendimento do programa
foram sinalizadas por todas as categorias profissionais.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 287
A falta de estrutura física do programa também foi bastante referenciada pelos
profissionais, aparecendo em destaque entre os fatores negativos da experiência de trabalho
no PSF.
Boa parte dos profissionais entrevistados concordou que as condições socioeconômicas da
população interferem negativamente no alcance das ações do PSF, restringindo sua
resolutividade.
A integralidade da assistência no que diz respeito à existência de um sistema de referência e
contra-referência com o qual as ESF podem contar foi considerado um ponto frágil do
programa na avaliação dos profissionais de nível superior, sobretudo dos enfermeiros,
figurando entre os principais destaques acerca dos pontos negativos do programa.
O valor dos salários foi visto como ponto negativo por parte dos profissionais de nível
superior, sobretudo médicos, e pelos ACS.
Falta de treinamento e reciclagem foram aspectos ressaltados pelos auxiliares de enfermagem
e ACS, os quais também salientaram as reclamações da população, que os vêem com
freqüência como culpados pelos problemas de atendimento e de falta de material como
aspectos vulneráveis que o PSF em Vitória precisa enfrentar.
3. AVALIAÇÃO DAS FAMÍLIAS
Cerca de dois terços (68%) das 240 famílias entrevistadas em Vitória consideraram que após
a criação do PSF, as condições de saúde do bairro melhoraram, 15% avaliaram que estas não
se modificaram e na opinião de vinte e três famílias (10%), das quais destacam-se moradoras
das áreas sob responsabilidade das equipes 01 (5), 06 (5), 07 (4) e 08 (7), as condições de
saúde na localidade haviam piorado. As avaliações positivas em relação ao bom resultado da
implementação do PSF nas condições de saúde do bairro em que residem foram mais
elevadas entre famílias adscritas às equipes 02 (83%), 05 (77%) e 03 (73%) e entre famílias
vinculadas às equipes bem sucedidas (70%), do que entre aquelas vinculadas às equipes com
dificuldades (66%). As opiniões negativas e as que não identificaram mudanças nas
condições de saúde do bairro predominaram entre famílias vinculadas às equipes 08 (43%),
01 (33%), 07 (30%) e 04 (30%). Não se observou diferenças importantes quanto às opiniões
negativas (as condições de saúde do bairro pioraram) entre equipes com dificuldades e bem
sucedidas. Dezoito entrevistados (8%) declararam não saber avaliar.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 288
Os entrevistados foram levemente mais críticos em relação à interferência do PSF nas
condições de saúde de suas famílias: 64% consideraram que estas haviam melhorado a partir
do funcionamento do programa, 24% avaliaram que as condições de saúde de suas famílias
permaneceram iguais e 7%, vinculadas às equipes 01 (5), 06 (1), 07 (4) e 08 (7), informaram
haver piorado. As avaliações mais positivas das conseqüências do PSF sobre as condições de
saúde de suas famílias foram dos moradores nas áreas sob responsabilidade das equipes 02 e
03 (73% para cada), e das famílias adscritas às equipes bem sucedidas (65%). As famílias que
mais consideraram, proporcionalmente, que a saúde de suas famílias não se modificara ou
que piorara estavam adscritas às equipes 08 (43%) e 06 (37%), e às equipes com dificuldades
(38%).
Um pouco mais da metade das famílias entrevistadas (56%) avaliou que com a criação do
PSF passou a procurar menos serviços hospitalares e especialistas, cerca de 28%
consideraram que a demanda por estes serviços permaneceu igual e 10% que aumentou. Estas
últimas concentravam-se nas equipes 07 e 08 (27% para cada) e em proporção levemente
superior entre as adscritas às equipes com dificuldades (15%). As famílias que informaram
precisar menos de serviços hospitalares ou especialistas desde a criação do PSF
concentraram-se nas áreas sob responsabilidade das equipes 02 (70%), 05 (70%) e 01 (63%)
e estavam vinculadas, em maior proporção, às equipes bem sucedidas (63%). Quase metade
(43%) das famílias sob a responsabilidade da equipe 03 e da equipe 06 (40%) consideraram
não ter ocorrido nenhuma mudança neste aspecto. Essa avaliação foi similar entre as famílias
das áreas de abrangência das equipes bem sucedidas e aquelas das equipes com dificuldades.
Para analisar melhor este item foi considerada como avaliação negativa a soma das famílias
que informaram que a demanda por hospitais e especialistas aumentara e as que declararam
que esta procura não havia sido modificada com a implantação do PSF, opinião de 38% do
total das famílias entrevistadas. Os percentuais de avaliação negativa foram superiores à
média entre as famílias adscritas às equipes 07 (50%), 08 (47%), 03 (43%) e 06 (40%) e entre
as famílias vinculadas às equipes com dificuldades (43%).
Cerca de 58% das famílias entrevistadas também consideraram que depois da criação do PSF
procuram menos serviços de urgência/emergência, percentual similar ao das famílias que
informaram procurar menos serviços hospitalares e especializados. Ao redor de 28% das
famílias informaram não ter ocorrido mudança nesse aspecto e 10% avaliaram que procuram
mais serviços de emergência. Estas últimas estavam vinculadas, principalmente, às equipes
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 289
08 (30%), 07 (20%) e 01 (17%), e em maior proporção entre as famílias sob
responsabilidade das equipes com dificuldades (15%). As áreas que apresentaram maiores
percentuais de famílias que com a implantação do PSF passaram a demandar menos serviços
de urgência e emergência estavam sob responsabilidade das equipes 02 (73%), 01 (70%) e 05
(67%) – avaliação que predominou entre as famílias adscritas às equipes bem sucedidas
(66%). As famílias para as quais a procura de serviços de emergência não se alterou estavam
concentradas nas áreas das equipes 06 (43%), 03 (40%) e 04 (33%) e apresentaram
proporções equivalentes tanto nas equipes consideradas bem sucedidas como as consideradas
com dificuldades (28%).
Com a implantação do PSF o atendimento nos casos de doença melhorou muito para 43% das
famílias e melhorou um pouco para 26% das famílias, congregando 69% das famílias que
consideraram ter melhorado a assistência aos doentes. Por outro lado, 18% das famílias
consideraram que o atendimento em caso de doença não melhorou e 7% que havia piorado.
Estas últimas relacionavam-se com as equipes 01 (3), 02 (2), 04 (1), 05 (1), 06 (1), 07 (4) e
08 (5). Os percentuais de opinião negativa foram levemente mais elevados entre famílias
vinculadas às equipes com dificuldades (8%). Entre as famílias adscritas às equipes 06
(37%), 07 (37%) e 08 (23%) observaram-se percentuais bem abaixo da média de avaliações
mais positivas, isto é, de famílias que consideraram que a assistência nos casos de doenças
melhorara muito com a criação do PSF. No entanto, a opinião bem positiva das famílias
apresentou percentuais similares para as equipes bem sucedidas (45%) e para as equipes com
dificuldades (42%). As famílias vinculadas às equipes 06 (47%), 02 e 05 (37% para cada)
foram as que, proporcionalmente, mais mencionaram que a assistência ao doente melhorou
um pouco. As famílias que mais consideraram que o atendimento em caso de doença não
melhorou residiam nas áreas sob responsabilidade das equipes 01 e 07 (27% para cada).
Considerando o conjunto dos cinco itens de avaliação foi possível verificar coerências e
contradições entre as características assinaladas por gestores municipais do PSF que, a partir
de critérios indicados pela pesquisa, consideraram ser a equipe bem sucedida ou com
dificuldades, e as opiniões das famílias atendidas. Para o conjunto de critérios as opiniões das
famílias adscritas às ESF assinaladas pelos gestores como bem sucedidas foram, em geral,
mais positivas. No entanto, na análise de cada equipe dessemelhanças da avaliação dos
gestores foram observadas.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 290
Embora a equipe 01 fosse considerada como bem sucedida, as famílias entrevistadas
apresentaram percentuais de avaliação positiva abaixo da média do conjunto das equipes para
os itens que avaliam a melhora das condições de saúde do bairro, melhora das condições de
saúde da família e melhora no atendimento em caso de doença, além de incluir famílias que
achavam que houve uma piora para estes itens após a implantação do PSF. Por outro lado,
apresentou os percentuais de avaliação positiva entre os mais elevados para redução da
demanda de serviços de urgência e emergência depois da implantação do PSF.
As famílias adscritas à equipe 02, considerada como bem sucedida, avaliaram todos os itens
com percentuais positivos acima da média como também nenhuma família apontou que as
condições de saúde do bairro e as condições de saúde da família haviam piorado, revelando
coerência entre a avaliação dos gestores municipais do programa e as famílias usuárias.
Quanto à melhora no atendimento em caso de doença a taxa de avaliação foi a mais elevada
(83%). Em todas variáveis as taxas de avaliação positiva foram as mais elevadas de todas as
equipes.
As famílias sob responsabilidade da equipe 03 não corroboraram integralmente a avaliação de
com dificuldades atribuída pelos gestores municipais, manifestando percentuais acima da
média de avaliação positiva da implantação do PSF nos itens de melhora nas condições de
saúde do bairro e melhora nas condições de saúde da família. Por outro lado, os índices de
avaliação positiva para demanda de hospitais e especialistas, demanda de serviços de
urgência e emergência e melhora do atendimento em caso de doença estiveram abaixo da
média em relação a todas as equipes, se aproximando da classificação dos gestores.
A seleção da equipe 04 como bem sucedida foi reiterada pelas famílias a ela adscritas que
avaliaram com percentuais acima da média quatro dos cinco itens, sendo o percentual que
avalia a melhora nas condições de saúde do bairro o único levemente abaixo da média.
Nenhuma família informou procurar mais por serviços de urgência e emergência depois da
implementação do PSF.
A opinião das famílias vinculadas à equipe 05 foi contraditória com a sua inclusão entre as
equipes com dificuldades pois em todos os cinco itens as famílias avaliaram positivamente a
equipe com percentuais acima da média. Na avaliação das famílias quanto se melhorou muito
e melhorou um pouco o atendimento em caso de doença depois da implementação do PSF, o
percentual foi mais elevado de todos (83%).
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 291
As famílias não corroboraram também integralmente a percepção dos gestores em relação
a equipe 06, considerada bem sucedida, pois em dois dos cinco itens os percentuais de
opiniões positivas foram inferiores à média. Os percentuais de famílias que afirmaram
procurar mais ou igual por hospitais e especialistas e por serviços de urgência e emergência
foram superiores à média (40% e 43%, respectivamente). Quanto ao atendimento em caso de
doenças depois do PSF, o percentual de famílias que afirmaram ter melhorado muito e
melhorado um pouco foi o mais elevado entre todas as equipes (83%).
No caso da equipe 07 também a opinião das famílias corroborou totalmente a avaliação dos
gestores municipais que a consideraram como apresentando dificuldades. Todos os itens
obtiveram percentuais de avaliação positiva abaixo da média como também o item que avalia
maior procura por hospitais e especialistas apresentou o mais elevado percentual entre todas
as equipes (27%).
A avaliação dos gestores municipais da equipe 08, caracterizada como com dificuldades, foi
integralmente ratificada pelas famílias que apontaram percentuais de avaliação positiva
abaixo da média em todos os itens e apresentaram os menores percentuais de avaliação
positiva para quatro dos cinco itens. Também apresentou os maiores índices de famílias que
afirmaram que as condições de saúde do bairro e as condições de saúde da família pioraram
(23%, para ambas).
Portanto, as avaliações das famílias e dos gestores municipais coincidiram em relação a
quatro equipes – duas consideradas bem sucedidas e duas com dificuldades; foram
contraditórias em relação a duas equipes – uma bem sucedida e outra com dificuldades; e
apresentaram, parcialmente, contradições ou similaridades em relação às outras duas equipes
– uma bem sucedida e uma com dificuldades.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 292
Quadro 86 – Avaliação positiva das famílias (%) sobre condições de saúde, demanda de
hospitais, especialistas e serviços de emergência, e assistência em caso de
doença depois da implantação do PSF, Vitória (ES), 2002
Equipe Característica Condições de
saúde bairro
melhoraram
Condições de
saúde da
família
melhoraram
Demanda de
hospitais e
especialistas
diminuíram
Demanda
serviços de
emergência
diminuiu
Assistência
ao doente
melhorou
muito e um
pouco
Todas as equipes 67,9 63,7 56,3 57,5 69,1
01 Bem sucedidas *60,0 *60,0 63,3 70,0 *60,0
02 83,3 73,4 70,0 73,3 *83,4
04 *66,7 66,7 60,0 63,3 *70,0
06 *70,0 *60,1 60,0 56,7 *83,4
Total bem sucedidas 70,0 65,0 63,3 65,8 74,2
03 Com dificuldades 73,3 73,4 40,0 43,3 66,7
05 *76,7 66,7 70,0 66,7 *83,4
07 *63,3 *60,0 43,3 50,0 *56,7
08 *50,0 *50,1 43,3 36,7 *50,0
Total com dificuldades 65,8 62,5 49,2 49,2 64,2
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
* Existência de famílias que declararam que as condições de saúde do bairro ou de sua família ou que o
atendimento em caso de doença pioraram depois da implantação do PSF.
Foi solicitado aos entrevistados que comparassem o atendimento recebido nas USF com o
prestado anteriormente em Postos ou Centros de Saúde, 53% (127 famílias) afirmaram que
antes da criação do PSF existiam unidades de saúde no bairro ou comunidade e 41% (49
famílias) informaram não existir. Nenhuma família adscrita à equipe 02 informou existir
unidades de atenção básica antes da implantação da USF. Doze entrevistados (5%) não
sabiam informar e duas pessoas não responderam a pergunta.
Entre as famílias que confirmaram a existência de postos ou centros de saúde antes da
implementação do programa, 60% (76) eram atendidas com freqüência nestas unidades, 38%
(48) eram atendidas com pouca freqüência, dois não sabiam informar e um entrevistado não
respondeu a pergunta. Entre as famílias que moravam nas áreas sob responsabilidade da
equipe 04 e das equipes consideradas bem sucedidas predominaram as que eram atendidas
com freqüência nos postos ou centros de saúde, enquanto as famílias que eram atendidas com
pouca freqüência estavam em maior número na área de abrangência da equipe 08 e entre as
equipes consideradas como com dificuldades.
A avaliação comparativa entre o atendimento prestado pela USF e os centros e postos de
saúde das 76 famílias entrevistadas que anteriormente ao PSF utilizavam com freqüência as
unidades básicas tradicionais foi, em geral, favorável ao programa, embora as manifestações
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 293
apresentassem diversas nuanças: 50% das famílias (38) consideraram que o atendimento
na USF era melhor, 18% das famílias (14) opinaram que era igual e 32%famílias (24)
informaram que era pior. As avaliações negativas apresentaram índices mais elevados entre
as famílias vinculadas às equipes 06 (50%) e 05 (47%). Nas famílias vinculadas às equipes
01, 03, 07 e 08 e entre as equipes com dificuldades (51%) predominou a opinião favorável à
USF enquanto nas famílias residentes na área de abrangência da equipe 04 (33%) e nas
adscritas como bem sucedidas (24%) observou-se proporção superior à média da opinião que
a atenção da ESF era igual a recebida em centros ou postos de saúde.
As 76 famílias que informaram que antes da existência do PSF eram atendidas com
freqüência em postos ou centros de saúde existentes no bairro foram solicitadas a realizar
uma avaliação comparativa de nove itens entre os dois tipos de serviços de saúde apresentado
no quadro a seguir. A participação da ESF nas atividades do bairro foi considerada melhor
por 53% dos entrevistados, igual por 15% e pior por 20% dos entrevistados. As famílias
adscritas às equipes consideradas como com dificuldades consideraram, em proporção
levemente maior (16%), que a participação da ESF nas atividades do bairro igual a dos
profissionais das unidades de atenção básica freqüentadas anteriormente e a avaliação
positiva da USF foi, proporcionalmente, mais elevada entre as famílias adscritas às equipes
consideradas como bem sucedidas (58%). Nove entrevistados (12%) não souberam avaliar e
somente um não respondeu a pergunta.
Percentual mais elevado de famílias entrevistadas avaliou que a atuação da USF era melhor
(55%) que os centros ou postos de saúde existentes anteriormente quanto ao conhecimento
dos problemas da comunidade, aspecto que 17% consideraram ser igual nos dois tipos de
serviços de saúde e 15% consideraram pior. Predominância de avaliação positiva sobre o
conhecimento dos problemas da comunidade da ESF foi verificada entre as famílias adscritas
às equipes bem sucedidas (63%), já as famílias adscritas às equipes com dificuldades
consideraram, em proporção superior à média, ser igual (21%). Entre os entrevistados
atendidos com freqüência em postos ou centros de saúde, 12% não souberam avaliar este
item.
A constituição do vínculo também pode ser analisada a partir da confiança que as famílias
têm nas ESF quanto ao seu conhecimento técnico para interferir nos problemas de saúde.
Este aspecto foi avaliado como melhor na USF que nos centros e postos de saúde existentes
anteriormente por 54% das famílias entrevistadas, igual por 12% e pior por 16%. A avaliação
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 294
negativa do conhecimento técnico da ESF em relação aos profissionais das unidades
tradicionais de atenção básica foi feita por doze famílias, vinculadas às equipes 01 (2), 05 (4),
07 (3) e 08 (3), predominando portanto entre as famílias adscritas às equipes com
dificuldades (23%). Treze famílias entrevistadas (18%) não souberam avaliar este item.
Da mesma forma, o senso de responsabilidade dos profissionais das ESF em relação aos
moradores do bairro foi considerado como melhor por 54% das famílias entrevistadas que
puderam realizar a avaliação comparativa entre as USF e as unidades básicas de saúde. Cerca
de 12% das famílias informaram que as duas equipes de profissionais eram iguais na
responsabilidade em relação aos moradores do bairro e 16% das famílias avaliaram como
pior, estas últimas em proporção superior à média entre as famílias adscritas às equipes com
dificuldades (21%). Doze entrevistados (16%) não sabiam informar e dois não responderam à
pergunta.
Outro grupo de percepções analisadas refere-se ao potencial antagonismo entre os desejos e
as necessidades de receber consultas por parte da população e a perspectiva dos profissionais
de atuarem no campo da promoção da saúde. Foi solicitado às famílias entrevistadas que
avaliassem se na USF era melhor, igual ou pior do que no posto ou centro de saúde em que
eram anteriormente atendidas obter consulta previamente agendada e obtê-la sem agendar. Na
comparação, 57% das famílias consideraram que na USF era mais fácil obter consulta
agendada, 16% afirmaram que era igual e 22% afirmaram ser pior que a verificada nos
centros e postos de saúde que existiam no bairro anteriormente e em proporção levemente
superior entre as famílias adscritas às equipes com dificuldades (23%). A avaliação
equivalente dos dois tipos de serviços de saúde em relação à facilidade de obtenção de
consulta marcada foi realizada por doze famílias, adscritas às equipes 01 (5), 04 (1), 05 (2),
07 (2) e 08 (2), e em proporção levemente superior à média entre as famílias vinculadas às
equipes bem sucedidas (18%).
O quadro se modifica quando as famílias avaliaram a facilidade de obter consulta sem marcar
na USF em relação ao que acontecia nos centros e postos de saúde que freqüentavam antes da
implantação do PSF no bairro. Das famílias entrevistadas, 36% afirmaram que na USF era
mais fácil obter consulta não agendada, 34% consideraram ser pior e 24% informaram ser
igual. A avaliação negativa da USF neste aspecto foi manifestada, ligeiramente em maior
proporção, por famílias sob responsabilidade das equipes com dificuldades (35%). As
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 295
proporções de avaliações positivas (39%) e de avaliações de equivalência (24%) da USF
foram mais elevadas entre as famílias adscritas às equipes bem sucedidas.
Entre as 76 famílias entrevistadas que freqüentavam Postos e Centros de Saúde regularmente
antes da criação da USF no bairro, 49% consideraram que as condições da USF no bairro
para oferecer um bom atendimento à população eram melhores, 30% piores do que as
oferecidas nas unidades tradicionais de atenção básica e 17% iguais. A avaliação negativa da
USF foi realizada, em maior proporção, pelas famílias adscritas às equipes com dificuldades
(33%).
Em relação à obtenção de medicamentos, 45% das famílias avaliaram ser mais fácil obtê-los
na USF que nos centros e postos de saúde, enquanto 34% consideraram ser igual e 18%
informaram ser mais difícil obter medicamentos na USF. A avaliação positiva da USF neste
aspecto foi mais elevada nas famílias adscritas às equipes bem sucedidas (49%). A avaliação
equivalente foi superior à média entre famílias sob responsabilidade das equipes com
dificuldades (42%) e a avaliação negativa entre as famílias das áreas das equipes bem
sucedidas (27%).
Obtenção de outros serviços e benefícios como cestas de alimentos e leite não pode ser
avaliado, pois a maioria das famílias (78%) declarou não saber informar.
De modo geral, a USF foi avaliada pelas famílias entrevistadas como melhor do que os
centros e postos de saúde freqüentados anteriormente excetuando-se o aspecto relacionado à
facilidade de obtenção de consulta sem marcar. As taxas de avaliação positiva da USF
variaram segundo o aspecto analisado e mais da metade dos entrevistados avaliaram ser
melhor: a facilidade de obter consulta anteriormente marcada (57%), o conhecimento da ESF
dos problemas do bairro (55%), o conhecimento técnico para interferir nos problemas (54%),
a responsabilidade da ESF em relação aos moradores do bairro (54%) e a participação da ESF
nas atividades do bairro (53%). As condições de oferecer um bom atendimento e a facilidade
de obter consulta sem agendamento prévio foram os aspectos com maiores taxas de avaliação
negativa da USF/ESF, com 30% e 34% respectivamente.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 296
Quadro 87 – Avaliação comparativa entre a unidade de Saúde da Família e centros ou
postos de saúde anteriormente existentes em relação a aspectos selecionados
por famílias usuárias do PSF, Vitória (ES), 2002
Avaliação da USF em relação aos centros e postos
de saúde anteriormente existentes
Melhor Igual Pior Não sabe/
Não resp.
N % N % N % N %
Participação nas atividades do bairro 40 52,7 11 14,5 15 19,7 10 13,1
Conhecimento dos problemas da comunidade 42 55,3 13 17,1 11 14,5 10 13,1
Conhecimento técnico para interferir nos problemas 41 54,0 9 11,8 12 15,8 14 18,4
Responsabilidade em relação aos moradores do
bairro 41 54,0 9 11,8 12 15,8 14 18,4
Facilidade de obter consulta quando está marcada 43 56,6 12 15,8 17 22,4 4 5,2
Facilidade de obter consulta sem marcar 27 35,5 18 23,7 26 34,2 5 6,6
Condições de dar bom atendimento 37 48,7 13 17,1 23 30,3 3 3,9
Facilidade de obtenção de medicamentos 34 44,8 26 34,2 14 18,4 2 2,6
Facilidade de obtenção de outros serviços (cestas
básicas, leite, etc.) 9 11,8 1 1,3 5 6,6 61 80,3
Total* 314 45,9 112 16,4 135 19,7 123 17,9
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
* Foram consideradas 76 famílias entrevistadas que utilizavam com freqüência postos ou centros de saúde
existentes no bairro antes da instalação da USF e o percentual calculado entre a possibilidade total de respostas
(76 x 9 aspectos avaliados = 684 opiniões).
Para todas as atividades selecionadas as avaliações das equipes assinaladas como bem
sucedidas pelos gestores foram mais positivas do que entre as famílias adscritas às equipes de
saúde da família com dificuldades. Destaca-se os aspectos responsabilidade em relação aos
moradores do bairro (66%), conhecimento técnico para interferir nos problemas (64%) e
conhecimento dos problemas da comunidade (63%).
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 297
Quadro 88 – Avaliação comparativa entre a Unidade de Saúde da Família e centros ou
postos de saúde anteriormente existentes em relação a aspectos selecionados
pelas famílias entrevistadas segundo grupos de equipes selecionadas, Vitória
(ES), 2002
Serviços e atividades
selecionadas
Equipes bem sucedidas Equipes com dificuldades
Melhor Igual Pior Não sabe
Não resp.
Melhor Igual Pior Não sabe
Não resp.
Participação nas atividades do
bairro 57,6 12,1 9,1 12,1 48,8 16,3 4,7 13,9
Conhecimento dos problemas
da comunidade 63,3 12,1 12,1 12,1 48,8 20,9 16,3 13,9
Conhecimento técnico para
interferir nos problemas 63,6 9,1 6,1 21,2 46,5 13,9 23,3 16,2
Responsabilidade em relação
aos moradores do bairro 66,7 12,1 9,1 12,1 44,2 11,6 20,9 23,3
Facilidade de obter consulta
quando está marcada 60,6 18,2 21,2 0,0 53,5 13,9 23,3 9,4
Facilidade de obter consulta
sem marcar 39,4 24,2 33,3 3,0 32,6 23,3 34,9 9,2
Condições de oferecer bom
atendimento 51,5 15,2 27,3 6,1 46,5 18,6 32,6 2,3
Facilidade de obtenção de
medicamentos 48,5 24,2 27,3 0,0 41,8 41,9 11,6 4,6
Facilidade de obtenção de
outros serviços (cestas básicas,
leite, etc.)
6,1 0,0 9,1 84,8 16,3 2,3 4,7 76,7
Total (n) 151 42 54 50 163 70 81 73
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Considerando-se o conjunto de respostas para todos os aspectos avaliados, as famílias
adscritas às ESF consideradas bem sucedidas avaliaram a atuação da ESF/USF de modo mais
positivo do que a média das famílias. Metade das famílias adscritas às ESF bem sucedidas
consideraram a atuação da ESF melhor do que as unidades básicas que utilizavam
anteriormente. As piores avaliações da atenção à saúde ofertada por ESF foi realizada pelas
famílias adscritas à equipe 01 (25%), que apresentou o maior índice de avaliação negativa e a
equipe 05 que apresentou a menor proporção de avaliação positiva (37%).
Ainda assim, as famílias vinculadas à equipe 01 corroboraram parcialmente a avaliação dos
gestores municipais que a consideraram como bem sucedida pois manifestaram uma
avaliação positiva da USF em taxa superior à média do conjunto das equipes (48%).
As famílias adscritas à equipe 03 não ratificaram a avaliação dos gestores municipais, pois
56%, proporção bem acima da média, considerou-a melhor, como também nenhuma família
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 298
avaliou como pior a USF em relação ao centros e postos de saúde anteriormente existentes
no bairro.
A avaliação dos gestores da equipe 04 considerando-a como bem sucedida foi confirmada
pelas famílias a ela adscritas e revelada pela taxa de avaliação positiva (50%) superior à
média e pelas taxas de equivalência (11%) e de avaliação negativa (14%) inferiores à média
de todas as equipes. Por outro lado destaca-se o elevado índice de famílias que não souberam
avaliar (24%).
A equipe 05 foi avaliada negativamente pelas famílias a ela adscritas com taxa de
positividade (37%) inferior à média e com taxa de equivalência (28%) superior à média,
concordando com a opinião dos gestores municipais. Esta equipe apresentou o maior índice
de famílias que não souberam avaliar (26%).
As famílias da área de abrangência da equipe 06 ratificaram a avaliação dos gestores
municipais que a considerou como bem sucedida, apresentando a maior taxa de positividade
(67%) entre todas as equipes, taxa de equivalência nula e percentuais de manifestações
negativas (17%) inferiores à média.
Para as famílias adscritas à equipe 07, considerada como com dificuldades pelos gestores, a
USF é melhor em relação aos centros e postos de saúde anteriormente existentes,
apresentando taxa de positividade (47%) levemente superior à média de todas as equipes.
Por outro lado, as taxas de equivalência (21%) e de negatividade (23%) foram superiores à
média de todas as equipes corroborando com a opinião dos gestores.
A opinião dos gestores foi parcialmente confirmada pelas famílias adscritas à equipe 08,
considerada como com dificuldades. Sua taxa de positividade (47%) foi levemente superior à
média, contudo o percentual de famílias que informaram ser pior a USF em relação aos
centros e postos de saúde anteriormente existentes foi superior à média e um dos mais
elevados (23%).
Em síntese, as famílias entrevistadas que realizaram a avaliação comparativa entre USF e
centros ou postos de saúde corroboraram integralmente a avaliação dos gestores municipais
de quatro equipes – duas bem sucedidas (04 e 06) e três com dificuldades (05, 07 e 08),
discordaram da avaliação no caso da equipe 03 considerada como apresentando dificuldades.
Considerando os grupos de equipes selecionadas em seu conjunto, as famílias ratificaram a
avaliação dos gestores municipais; em geral as ESF consideradas bem sucedidas
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 299
apresentaram avaliações mais positivas e as consideradas com dificuldades apresentaram
avaliações menos positivas.
Quadro 89 – Síntese da avaliação comparativa entre a USF e centros ou postos de saúde
anteriormente existentes sobre aspectos selecionados por famílias usuárias
do PSF* segundo equipe de adscrição e conjunto de equipes selecionadas,
Vitória (ES), 2002
Equipe Característica Avaliação da USF em relação aos centros e postos de saúde
anteriormente existentes sobre todos os aspectos selecionados**
Melhor Igual Pior Não sabe
N % N % N % N %
Todas as equipes 314 45,9 112 16,4 135 19,7 111 16,2
01 Bem sucedidas 69 48,3 26 18,2 36 25,2 12 8,4
04 70 50,0 16 11,4 20 14,3 34 24,3
06 12 66,7 00 0,0 03 16,7 03 16,7
Equipes bem sucedidas 151 50,2 42 14,0 59 19,6 49 16,3
03 Com dificuldades 10 55,6 05 27,8 00 0,0 03 16,7
05 48 36,9 23 17,7 25 19,2 34 26,2
07 55 47,0 25 21,4 27 23,1 10 8,5
08 50 46,7 17 15,9 25 23,4 15 14,0
Equipes com dificuldades 163 43,8 70 18,8 77 20,7 62 16,7
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
* Famílias usuárias do PSF em que pelo menos um de seus integrantes era atendido com freqüência em postos
ou centros de saúde existentes na localidade antes da implantação do PSF.
** Em cada equipe foram consideradas o total de respostas de famílias entrevistadas que utilizavam com
freqüência postos ou centros de saúde existentes no bairro antes da instalação da USF para todos os aspectos
selecionados e o percentual calculado entre a possibilidade total de respostas para cada avaliação.
A avaliação das famílias entrevistadas sobre as atividades e os serviços prestados na Unidade
de Saúde da Família foi realizada em Vitória, solicitando-se que opinassem, para cada item
de uma lista de 18 atividades, se a qualidade era boa, regular ou ruim. Existiam ainda duas
alternativas: “não tem o serviço/ não realiza a atividade” e “não sabe”. Para dez das dezoito
atividades listadas apresentadas a seguir, 50% ou mais das famílias entrevistadas informaram
a inexistência do serviço e/ou não saber avaliar.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 300
Quadro 90 – Avaliação das famílias quanto à qualidade de atividades e serviços
prestados na USF (em %), Vitória (ES), 2002
Serviços ou atividades Bom Regular Ruim Não tem a
atividade
Não sabe
N % N % N % N % N %
Recepção 148 61,7 53 22,1 26 10,8 1 0,4 12 5,0
Triagem 107 44,6 35 14,6 19 7,9 23 9,6 56 23,3
Agendar consulta médica 101 42,1 37 15,4 79 32,9 3 1,3 20 8,3
Atendimento médico 187 77,9 16 6,7 12 5,0 1 0,4 24 10,0
Agendar consulta odontológica 36 15,0 12 5,0 54 22,5 74 30,8 64 26,7
Atendimento odontológico 67 27,9 5 2,1 2 0,8 75 31,3 91 37,9
Atendimento de enfermagem 154 64,2 34 14,2 7 2,9 2 0,8 43 17,9
Acompanhamento cresc. e desenv 70 29,2 8 3,3 2 0,8 32 13,3 128 53,4
Curativos 78 32,5 4 1,7 4 1,7 37 15,4 117 48,7
Encaminhamento para outros serviços 123 51,2 28 11,7 36 15,0 6 2,5 47 19,6
Inalação 80 33,3 3 1,3 1 0,4 43 17,9 113 47,1
Laboratório (exames) 54 22,5 4 1,7 4 1,7 115 47,8 63 26,3
Teste do pezinho 22 9,2 2 0,8 2 0,8 49 20,4 165 68,8
Planejamento familiar 44 18,3 4 1,7 1 0,4 36 15,0 155 64,6
Pré-natal 42 17,5 2 0,8 - - 34 14,2 162 67,5
Exame preventivo 135 56,1 9 3,8 15 6,3 5 2,1 76 31,7
Programa de leite 14 5,8 - - - - 42 17,5 184 76,7
Vacinação 168 70,0 3 1,3 1 0,4 18 7,5 50 20,8
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Na análise a seguir, foram contempladas apenas as atividades que puderam ser analisadas por
50% ou mais das famílias entrevistadas. Deste modo, a avaliação sobre a qualidade destas
atividades realizadas na USF considerou o percentual de respostas (bom, regular e ruim) entre
o total de famílias que souberam ou puderam realizar a avaliação. Ou seja, o percentual foi
calculado subtraindo do total de respostas as ‘não sabe’ e “não tem o serviço/ não realiza a
atividade”.
Entre as atividades analisadas, sete foram avaliadas pela maioria das famílias como de boa
qualidade, em ordem decrescente: vacinação (98%), atendimento médico (87%), exame
preventivo (85%), atendimento de enfermagem (79%), recepção (67%), encaminhamento
para outros serviços (66%) e recepção (65%). O agendamento da consulta médica foi o
serviço pior avaliado: apenas 47% das famílias consideraram bom e 36% das famílias
consideraram como ruim, maior taxa dentro do grupo de atividades avaliado.
A atividade de triagem que, junto com a recepção, influencia a percepção de humanização do
atendimento, foi avaliada como boa por cerca de dois terços das famílias pesquisadas,
contudo em proporção inferior do que em outros grandes centros urbanos estudados. Em
Camaragibe e Aracaju 70% ou mais das famílias consideraram a atividade de boa qualidade e
80% ou mais das famílias de Palmas, Manaus e Brasília manifestaram essa avaliação.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 301
Quadro 91 – Avaliação das famílias quanto à qualidade de atividades e serviços
prestados* na USF (%), Vitória (ES), 2002
Serviços ou atividades Bom Regular Ruim Total
N % N % N % N %
Atendimento médico 187 87,0 16 7,4 12 5,6 215 100,0
Vacinação** 168 97,7 3 1,7 1 0,6 172 100,0
Atendimento de enfermagem 154 78,9 34 17,4 7 3,6 195 100,0
Recepção 148 65,2 53 23,3 26 11,5 227 100,0
Exame preventivo** 135 85,0 9 5,7 15 9,4 159 100,0
Encaminhamento para outros serviços** 123 66,0 28 15,0 36 19,3 187 100,0
Triagem** 107 66,5 35 21,7 19 11,8 161 100,0
Agendar consulta médica 101 46,5 37 17,1 79 36,4 217 100,0
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
*Foram considerados as atividades e serviços para as quais mais de 50% dos entrevistados soube avaliar e o
percentual calculado entre estes.
**Vinte por cento (20%) ou mais não souberam responder.
As atividades que a maioria das famílias afirmaram não ser realizadas pelas USF e que,
portanto, não puderam avaliar foram: exames laboratoriais (48%), agendamento de consulta
odontológica e o próprio atendimento odontológico (31%, cada). Também foram
mencionadas como inexistentes as atividades do teste do pezinho (20%), inalação e programa
de leite (18%, cada).
Muitas atividades as famílias informaram não saber avaliar entre as quais algumas que além
de integrarem o leque de ações da atenção básica são priorizadas no PSF, segundo
informações dos gestores. Em ordem decrescente de porcentagem de famílias que não
souberam avaliar, as atividades foram: programa de leite (77%), teste do pezinho (69%),
acompanhamento de pré-natal (68%), planejamento familiar (65%), acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento das crianças (55%) e curativos (49%) e inalação (47%).1
1 A avaliação das famílias sobre as atividades realizadas nas USF segundo as ESF às quais estavam adscritas
encontra-se no anexo
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 302
Quadro 92 – Avaliação das famílias quanto à qualidade de atividades e serviços
prestados* na USF (em %), Vitória (ES), 2002
Serviços ou atividades Bom Regular Ruim Não tem a
atividade
Não sabe
N % N % N % N % N %
Acesso ao atendimento odontológico 36 15,0 12 5,0 54 22,5 74 30,8 64 26,7
Atendimento odontológico 67 27,9 5 2,1 2 0,8 75 31,3 91 37,9
Acompanhamento cresc. e desenv. 70 29,2 8 3,3 2 0,8 32 13,3 128 53,4
Curativos 78 32,5 4 1,7 4 1,7 37 15,4 117 48,7
Inalação 80 33,3 3 1,3 1 0,4 43 17,9 113 47,1
Laboratório (exames) 54 22,5 4 1,7 4 1,7 115 47,8 63 26,3
Teste do pezinho 22 9,2 2 0,8 2 0,8 49 20,4 165 68,8
Planejamento familiar 44 18,3 4 1,7 1 0,4 36 15,0 155 64,6
Pré-natal 42 17,5 2 0,8 _ _ 34 14,2 162 67,5
Programa de leite 14 5,8 _ _ _ _ 42 17,5 184 76,7
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
*Foram listadas as atividades e serviços para as quais mais de 50% dos entrevistados não souberam avaliar.
Para analisar a opinião das famílias entrevistadas sobre a qualidade das atividades realizadas
na USF segundo conjuntos de equipes selecionadas como bem sucedidas ou apresentando
dificuldades foi estruturado um quadro com as avaliações positivas (bom) apenas para as
atividades que puderam ser analisadas.
As famílias sob responsabilidade das equipes bem sucedidas assinalaram avaliações mais
positivas e superiores à média em sete das oito atividades selecionadas: atendimento médico
e exame preventivo (90%, cada), atendimento de enfermagem (82%), triagem e
encaminhamento para outros serviços (71%, cada), recepção (67%) e agendamento de
consulta médica (47%). Somente vacinação apresentou avaliação positiva (96%) levemente
abaixo da média.
As equipes com dificuldades apresentaram percentuais menores de avaliação positiva como
também inferiores a média em sete das oito atividades analisadas. Destaca-se vacinação
(99%), única atividade que apresentou percentual mais elevado que a média.
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 303
Quadro 93 – Atividades e serviços prestados* nas USF considerados de boa
qualidade** pelas famílias entrevistadas segundo grupos de equipes
selecionadas, Vitória (ES), 2002
Serviços ou atividades Todas as equipes Equipes bem
sucedidas
Equipes com
dificuldades
N % N % N %
Recepção 148 65,2 78 67,2 70 63,1
Triagem 107 66,5 55 71,4 52 61,9
Agendar consulta médica 101 46,5 55 47,4 46 44,7
Atendimento médico 187 86,9 104 90,4 83 83,0
Atendimento de enfermagem 154 78,9 81 81,8 73 76,0
Encaminhamento para outros serviços 123 65,8 70 71,4 53 59,6
Exame preventivo 135 84,9 81 90,0 54 78,3
Vacinação 168 97,7 81 96,4 87 98,9
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
*Foram considerados as atividades e serviços para as quais mais de 50% dos entrevistados soube avaliar.
**Dados calculados a partir da subtração dos valores atribuídos a “não tem o serviço/ não realiza a atividade” e
“não sabe”.
Perguntados se, de modo geral, estavam satisfeitos ou não com o PSF as respostas foram:
70% estavam satisfeitos, 15% estavam mais ou menos satisfeitos e 11% não estavam
satisfeitos com o PSF. As famílias adscritas às equipes avaliadas como bem sucedidas
disseram estar mais satisfeitas (74%) do que as adscritas às equipes com dificuldades (67%),
estas últimas apresentando o maior índice de insatisfação (15%). Setenta e sete por cento ou
mais das famílias adscritas às equipes 02 (87%), 03 (77%), 04 (77%), 05 (80%) e 06 (77%)
disseram estar satisfeitos. A insatisfação foi mais acentuada entre as famílias vinculadas à
equipe 08 (37%).
Contudo, 51% das famílias consideraram que deveriam ser realizadas modificações no PSF
enquanto 45% opinaram que deveria permanecer funcionando tal como estava. Perguntados
sobre a oferta de serviços, 61% assinalaram que o PSF não precisava oferecer novas
atividades enquanto 35% manifestaram ser necessário oferecer outras atividades.
Nas entrevistas realizadas com as famílias, solicitava-se que expressassem livremente o que
mais gostavam no PSF. Os aspectos mencionados foram reunidos em alguns grupos: o acesso
ao atendimento reuniu opiniões sobre facilidade de marcar consulta, facilidade de obter
consulta ou atendimento quando necessário, tempo de espera reduzido, etc; o grupo
relacionado com os profissionais de nível superior englobou opiniões sobre boa qualidade do
atendimento, profissional atencioso, “que examina antes de dar a receita”, a humanização do
atendimento incluiu atendimento tratamento respeitoso, atencioso, educado por parte dos
diversos integrantes da ESF; outro grupo referiu às atividades realizadas pelo ACS; o
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 304
relacionamento estabelecido com as famílias e as conseqüências dessas atividades no
estado de saúde e visitas domiciliares constituiu um grupo separado incluindo visitas
realizadas por outros integrantes das ESF.
Dentre as opiniões favoráveis ao PSF observa-se que a maior parte (cerca de 18% das
respostas) esteve relacionada aos profissionais de nível superior, as quais englobaram
manifestações sobre a boa qualidade do atendimento do profissional, assiduidade e relações
interpessoais. No entanto, mesmo sendo o aspecto positivo mencionado por maior proporção
de famílias, foi também o aspecto considerado como o segundo mais desfavorável no PSF,
mostrando a importância conferida pelas famílias para a relação com os profissionais de
saúde na sua avaliação da atenção prestada.
A seguir, em ordem decrescente, foram assinaladas pelas famílias como aspecto positivo:
humanização do atendimento (15%), atividades dos agentes comunitários de saúde e visita
domiciliar (12% para cada). Acesso ao atendimento, marcação de consulta e encaminhamento
foi mencionado favoravelmente por 26 entrevistados (11%), acesso aos medicamentos e
exames laboratoriais por 18 entrevistados (8%) e programas e atividades realizadas por 15
entrevistados (6%). Oito por cento dos entrevistados mencionaram que “não gostam de nada”
e 4% que “não tem nada de que goste mais”.
Tabela 146 – Opiniões favoráveis ao PSF das famílias entrevistadas, Vitória (ES), 2002
Opiniões favoráveis ao PSF N %
Relacionado com profissionais de nível superior 42 17,5
Humanização do atendimento 36 15,0
Relacionado com agentes comunitários de saúde 29 12,1
Visita domiciliar 28 11,7
Acesso ao atendimento, marcação de consultas e encaminhamentos 26 10,8
Não gosta de nada 20 8,3
Acesso a medicamentos e exames laboratoriais 18 7,5
Programas e atividades realizadas 15 6,3
Orientação e prevenção 13 5,4
Outros 10 4,2
Não tem nada que gosta mais 10 4,2
Não respondeu 20 8,3
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de 240 domicílios e os 100%, respectivamente,
porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma resposta.
Na análise das opiniões favoráveis sobre PSF entre as famílias entrevistadas segundo a ESF à
qual estavam adscritas pode-se observar que a satisfação em relação aos profissionais de
nível superior foi mencionada em maior proporção entre as famílias adscritas às equipes 03,
07 e 08 (27% para cada). A opiniões favoráveis relacionadas à humanização do atendimento
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 305
foi o ponto positivo mais mencionado entre aquelas adscritas às equipes 05 (27%) e 06
(23%). Agentes comunitários foi o aspecto mencionado, em maior proporção, pelas famílias
adscritas às equipes 01 (17%) e 06 (17%); visitas domiciliares foram mencionados por maior
número de famílias vinculadas às equipes 02 e 07 (20% para cada). Acesso ao atendimento,
marcação de consultas e encaminhamentos obteve maior freqüência de opiniões favoráveis
entre as famílias adscritas à equipe 01 (20%) e acesso aos medicamentos e exames
laboratoriais por famílias sob responsabilidade das equipes 04 e 06 (13% para cada). Todas as
equipes mencionaram diversos aspectos favoráveis.
As equipes 03 e 07 destacaram-se por menções mais elevadas de aspectos favoráveis –
relacionado humanização do atendimento (20%) e com os profissionais de nível superior
(27%) no caso da equipe 03, e relacionado com os profissionais de nível superior (27%) e
visita domiciliar (20%) no caso da equipe 07.
A análise das opiniões de famílias segundo grupos de equipes selecionadas como bem
sucedidas e apresentando dificuldades mostrou que as famílias adscritas às equipes avaliadas
pelos gestores como com dificuldades, mencionaram com maior freqüência pontos positivos
e pontos negativos do PSF, do que as famílias adscritas às equipes bem sucedidas.
O número de manifestações de satisfação foi levemente superior entre famílias vinculadas às
equipes com dificuldades (123 menções positivas) do que entre as equipes bem sucedidas
(114 menções positivas). Entre as equipes bem sucedidas os pontos positivos mais
mencionados foram: humanização do atendimento (20 menções positivas), agentes
comunitários de saúde (17 menções positivas) e acesso ao atendimento, marcação de
consultas e encaminhamentos (15 menções positivas). Entre as equipes com dificuldades os
aspectos positivos mais mencionados foram: profissionais de nível superior (28 menções
positivas), humanização do atendimento (16 menções positivas) e visitas domiciliares (15
menções positivas).
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 306
Tabela 147 – Opiniões favoráveis ao PSF das famílias entrevistadas segundo grupos
de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002
Opiniões favoráveis ao PSF Todas as
equipes
Equipes bem
sucedidas
Equipes com
dificuldades
N % N % N %
Relacionado com profissionais de nível superior 42 17,5 14 11,7 28 23,3
Humanização do atendimento 36 15,0 20 16,7 16 13,3
Relacionado com agentes comunitários de saúde 29 12,1 17 14,2 12 10,0
Visita domiciliar 28 11,7 13 10,8 15 12,5
Acesso ao atendimento, marcação de consultas e
encaminhamentos 26 10,8 15 12,5 11 9,2
Não gosta de nada 20 8,3 9 7,5 11 9,2
Acesso a medicamentos e exames laboratoriais 18 7,5 10 8,3 8 6,7
Programas e atividades realizadas 15 6,3 7 5,8 8 6,7
Orientação e prevenção 13 5,4 6 5,0 7 5,8
Outros 10 4,2 3 2,5 7 5,8
Não tem nada que gosta mais 10 4,2 7 5,8 3 2,5
Não respondeu 20 8,3 9 7,5 11 9,2
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de 240 domicílios e os 100%, respectivamente,
porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma resposta.
Perguntados sobre os aspectos negativos do PSF, 33% das famílias mencionaram que não tem
nada que não gostem no PSF. As opiniões desfavoráveis concentraram-se nos aspectos
relativos às dificuldades de acesso ao atendimento e marcação de consultas (27%), à falta de
humanização no atendimento e aos profissionais de nível superior (10% para cada). As
condições físicas e de localização da Unidade foram mencionadas ainda por 5% das famílias
entrevistadas e os demais aspectos – relacionados com acesso aos medicamentos e exames
laboratoriais, acesso aos serviços de emergência, outros e ACS – foram assinalados por 2 a
4% das famílias entrevistadas.
Tabela 148 – Opiniões desfavoráveis ao PSF das famílias entrevistadas, Vitória (ES),
2002
Opiniões desfavoráveis ao PSF N %
Não tem nada que não gosta 78 32,5
Acesso ao atendimento e marcação de consultas 64 26,7
Relacionado com profissionais de nível superior 25 10,4
Falta de humanização no atendimento 25 10,4
Condições físicas e de localização da unidade de saúde 12 5,0
Acesso a medicamentos e exames laboratoriais 10 4,2
Acesso aos serviços de saúde e de emergência 7 2,9
Outros 7 2,9
Relacionado com agentes comunitários de saúde 4 1,7
Não respondeu 19 7,9
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de 240 domicílios e os 100%, respectivamente,
porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma resposta.
Na análise das opiniões desfavoráveis sobre o PSF entre as famílias entrevistadas segundo a
ESF a que estavam adscritas pode-se observar maior satisfação com o programa naquelas sob
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 307
a responsabilidade das equipes 02 e 04, pois em maior número responderam que não havia
nada de que não gostassem no PSF (53% para cada). As famílias vinculadas às equipes
01(43%), 08 (43%) e 07 (37%) mencionaram maior número de aspectos desfavoráveis sobre
acesso ao atendimento e marcação de consultas e as famílias vinculadas às equipes 02 (17%)
e 08 (13%) mencionaram maior número de aspectos negativos sobre profissionais de nível
superior. O maior índice das opiniões desfavoráveis sobre falta de humanização no
atendimento foram assinaladas por famílias adscritas às equipes 05 (27%), 04 e 06 (23% para
cada).
As famílias residentes nas áreas de abrangência das equipes com dificuldades mencionaram
maior número de aspectos desfavoráveis ao PSF (85 menções) do que as famílias vinculadas
às equipes bem sucedidas (69 menções). Estas últimas assinalaram em maior proporção não
haver nada de que não gostassem no programa (38%). Percentual similar de famílias adscritas
a equipes bem sucedidas e com dificuldades indicaram como desfavorável o acesso ao
atendimento e marcação de consultas (26% e 28%, respectivamente) e aspectos relacionados
com profissionais de nível superior (10% e 11%, respectivamente). Outro dos três aspectos
mais mencionados referiu-se à humanização no atendimento tanto para equipes com
dificuldades (12%) quanto para as equipes bem sucedidas (9%).
Tabela 149 – Opiniões desfavoráveis ao PSF das famílias entrevistadas segundo grupos
de equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002
Opiniões desfavoráveis ao PSF Todas as
equipes
Equipes bem
sucedidas
Equipes com
dificuldades
N % N % N %
Não tem nada que não gosta 78 32,5 46 38,3 32 26,7
Acesso ao atendimento e marcação de consultas 64 26,7 31 25,8 33 27,5
Relacionado com profissionais de nível superior 25 10,4 12 10,0 13 10,8
Falta de humanização no atendimento 25 10,4 11 9,2 14 11,7
Condições físicas e de localização da unidade de saúde 12 5,0 3 2,5 9 7,5
Acesso a medicamentos e exames laboratoriais 10 4,2 3 2,5 7 5,8
Acesso aos serviços de saúde e de emergência 7 2,9 3 2,5 4 3,3
Outros 7 2,9 5 4,2 2 1,7
Relacionado com agentes comunitários de saúde 4 1,7 1 0,8 3 2,5
Não respondeu 19 7,9 8 6,7 11 9,2
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de 240 domicílios e os 100%, respectivamente,
porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma resposta.
Consultados sobre mudanças que deveriam ser realizadas no PSF 45% das famílias
entrevistadas responderam que o PSF não necessitava de mudanças. Destacou-se a equipe 04,
na qual 73% das famílias consideraram que o PSF não deveria ser modificado, opinião
também mais acentuada entre as famílias vinculadas às equipes bem sucedidas (53%).
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 308
Cinqüenta e um por cento das famílias responderam que o PSF necessitava de mudanças.
As famílias que mais assinalaram esta necessidade residiam na área de abrangência das
equipes 08 (83%) e 01 (73%) e em proporção maior nas equipes selecionadas como com
dificuldades (56%).
Os entrevistados que afirmaram haver necessidade de realizar mudanças referiram com maior
freqüência aspectos relacionados a: profissionais da ESF (51% dos informantes que achavam
que o PSF deveria mudar) e ao acesso ao atendimento e marcação de consultas (30%). A
seguir, as propostas concentraram-se nas condições físicas e de localização da USF (7%), no
acesso aos medicamentos e exames laboratoriais e no acesso aos serviços de emergência (6%
para cada).
Aspectos relativos a profissionais de nível superior concentraram-se nas equipes 08 (14
menções), 01 (11 menções), 05 e 07 ( 9 menções cada) e os relativos à necessidade de
mudanças em relação ao acesso ao atendimento e marcação de consulta concentraram-se nas
equipes 01 (9 menções), 07 e 08 (7 menções cada).
As famílias adscritas à equipe 08 apresentaram, proporcionalmente, maior número de
propostas (30 propostas) enquanto as vinculadas à equipe 04 assinalaram menor número (8
propostas).
O aspecto acesso ao atendimento e marcação de consulta apresentou o mesmo número de
menções de mudança tanto entre as famílias adscritas às equipes bem sucedidas quanto as
adscritas às equipes com dificuldades (18 menções cada). As famílias das áreas de
abrangência das equipes com dificuldades realizaram o maior número de menções para o
aspecto relacionado condições físicas e de localização da USF (6 de 9 menções). Acesso aos
serviços de emergência foi o aspecto mais mencionado entre as famílias adscritas às equipes
bem sucedidas (5 de 7 menções).
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 309
Tabela 150 – Propostas de mudanças apresentadas por famílias entrevistadas que
consideraram que o PSF deve mudar segundo grupos de equipes
selecionadas, Vitória (ES), 2002
Grupos de propostas de mudanças Todas as equipes Equipes bem
sucedidas
Equipes com
dificuldades
N % N % N %
Profissionais das ESF 62 50,8 27 49,1 35 52,2
Acesso ao atendimento e marcação de consultas 36 29,5 18 32,7 18 32,7
Condições físicas e de localização da USF 9 7,4 3 5,5 6 8,9
Acesso a medicamentos e exames laboratoriais 7 5,7 3 5,5 4 5,9
Acesso aos serviços de emergência 7 5,7 5 9,1 2 2,9
Outros 5 4,1 2 3,6 3 4,5
Visitas domiciliares 4 3,3 2 3,6 2 2,9
Equipamentos e recursos materiais1 3 2,5 1 1,8 2 2,9
Não respondeu 3 2,5 1 1,8 2 2,9
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de entrevistados que consideraram que o PSF
deveria mudar e os 100%, respectivamente, porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma
resposta.
Perguntados sobre propostas de atividades, cerca de 61% das famílias entrevistadas em
Vitória declararam que a USF não deveria oferecer novas atividades, opinião que prevaleceu
entre as famílias adscritas às equipes 04 (97%), 02 (87%), 05 (83%)e 06 (83%). Nas famílias
vinculadas às equipes 08 (67%), 01 (63%) e 03 (53%) predominou a opinião de que a USF
deveria oferecer novas atividades e as famílias sob a responsabilidade da equipe 07
dividiram-se igualmente entre as duas opiniões. As 85 famílias que indicaram a necessidade
das USF realizarem novas atividades apresentaram 77 sugestões, originárias principalmente
das famílias adscritas às equipes 01 (21 sugestões por 19 famílias adscritas que achavam que
a USF deveria realizar novas atividades) e 08 (20 sugestões por 20 famílias). As famílias que
apresentaram menor número de sugestões residiam nas áreas das equipes 02 (3 propostas por
4 famílias) e 04 (1 sugestões por 1 famílias). Embora aprovassem a necessidade de novas
atividades, quinze famílias entrevistadas não fizeram sugestões.
O maior número de sugestões foi referente aos profissionais de nível superior (39% das
famílias que opinaram que a USF deveria oferecer novas atividades). Doze por cento das
famílias indicaram a realização de exames laboratoriais, 11% assinalaram ações de
promoção, prevenção e educação em saúde e 9% assinalaram acesso a serviços de
emergência e sugeriram novos serviços (diversos).
As famílias sob a responsabilidade das equipes com dificuldades apresentaram maior número
de sugestões de novas atividades que as USF deveriam oferecer (47 propostas) do que as
VITÓRIA (ES) – AVALIAÇÃO DO PSF 310
equipes bem sucedidas (30 propostas). Os aspectos mais mencionados pelas equipes bem
sucedidas foram: profissionais de nível superior (35%), acesso aos serviços de emergência
(17%), aspectos relacionados com ações de prevenção, promoção e educação em saúde e
novos serviços (14% cada). As famílias vinculadas às equipes com dificuldades,
proporcionalmente, referiram mais aspectos relativos a: profissionais de nível superior (41%),
exames laboratoriais (13%) e ações de prevenção, promoção e educação em saúde (9%).
Tabela 151 – Propostas de atividades apresentadas por famílias entrevistadas que
consideraram que a USF deve oferecer novas atividades segundo grupos de
equipes selecionadas, Vitória (ES), 2002
Grupos de propostas de mudanças Todas as
equipes
Equipes bem
sucedidas
Equipes com
dificuldades
N % N % N %
Profissionais de nível superior 33 38,8 10 34,5 23 41,1
Exames laboratoriais 10 11,8 3 10,3 7 12,5
Ações de promoção, prevenção e educação em saúde 9 1,6 4 13,8 5 8,9
Novos serviços 8 9,4 4 13,8 4 7,1
Acesso a serviços de emergência 8 9,4 5 17,2 3 5,4
Acesso ao atendimento e marcação de consultas 3 3,5 0 0,0 3 5,4
Outras atividades 3 3,5 2 6,9 1 1,8
Humanização do atendimento 2 2,4 2 6,9 0 0,0
Visitas domiciliares 1 1,2 0 0,0 1 1,8
Não respondeu 15 17,6 2 6,9 13 23,2
Fonte: NUPES/DAPS/ENSP/FIOCRUZ
Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de entrevistados que consideraram que o PSF
deveria mudar e os 100%, respectivamente, porque a questão que deu origem a tabela admite mais de uma
resposta.