CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATEINTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE NUTRIÇÃO
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: O QUE OS ALUNOS DOCURSO DE NUTRIÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DO RIO DE JANEIRO SABEM SOBRE ESTETEMA?
LETICIA SANTOS DE SOUZA
RIO DE JANEIRO2017
CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATEINTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE NUTRIÇÃO
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: O QUE OS ALUNOS DOCURSO DE NUTRIÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DO RIO DE JANEIRO SABEM SOBRE ESTETEMA?
LETICIA SANTOS DE SOUZA
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao Curso de Nutrição doCentro Universitário IBMR/LaureateInternational Universities, como partedos requisitos para obtenção doTítulo de Bacharel em Nutrição.
Orientador(a): Profª Patrícia Souza dos Santos
RIO DE JANEIRO2017
LETICIA SANTOS DE SOUZA
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: O QUE OS ALUNOS DOCURSO DE NUTRIÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DO RIO DE JANEIRO SABEM SOBRE ESTETEMA?
Banca examinadora composta para defesade Trabalho de Conclusão de Curso paraobtenção do grau de Bacharel em Nutrição.
Aprovada em: _______de _________________ de________
Presidente e Orientador: ______________________________________________
Membro Avaliador: ___________________________________________________
RIO DE JANEIRO2017
SOUZA, Leticia Santos. ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: O QUE OS ALUNOS DOCURSO DE NUTRIÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RIODE JANEIRO SABEM SOBRE ESTE TEMA? Rio de Janeiro, 2017, 44p. Trabalho deConclusão de Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.
RESUMO
Este estudo avalia o conhecimento dos alunos de nutrição de uma instituição deensino do Rio de Janeiro a acerca dos alimentos transgênicos. Para o trabalho, foireplicado aos estudantes um questionário utilizado num estudo que avaliou a visãoda população frente a esse tema, contendo 10 questões. Dos resultados, a maioriaconhecia os alimentos transgênicos e seus maléficos, porém apena a minoria sabiaidentificar os rótulos de alimentos transgênicos e citar algum benefício. Oconhecimento dos estudantes se assemelham com o da população. Quando osfuturos nutricionistas deveriam ter mais ciência e opinião crítica sobre o tema.Mostrando que eles precisam buscar mais informações e a universidade abordarmais o tema durante as aulas.
Palavras Chave: Alimentos transgênicos, alunos, saúde.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Faixa etária dos entrevistados………………………………………..………24
Figura 2. Nível de ensino dos entrevistados…………………………………..……….25
Figura 3. Conhecimento sobre alimento transgênico................................................25
Figura 4. Conhecimento para identificar embalagem de alimento contendo
OGM..................................................................................................……………......26
Figura 5. Conhecimento sobre a simbologia dos rótulos dos alimentos
transgênicos…................................................…………………………………...……..26
Figura 6. Número de alunos que observam o símbolo nos produtos........................27
Figura 7. Conhecimento sobre os benefícios e malefícios........................................27
Figura 8. Importância com os impactos ao consumir transgênicos...........................28
Figura 9. Nuvem de palavras.....................................................................................28
LISTA DE SIGLAS
ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CNBS- Conselho Nacional de Biossegurança
CTNBio- Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia
EIA- Estudo de Impactos Ambientais
EPA- Environmental Protection Agency
FAO- Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FDA- Food and Drug Administration
GM- Geneticamente Modificados
IDEC- Instituto de Defesa do Consumidor
OGM- Organismo Geneticamente Modificado
OMS- Organização Mundial da Saúde
ONG- Organizações não Governamentais
OVM- Organismos vivos modificados
PNB- Política Nacional de Biossegurança
PP- Princípio da Precaução
RR- Roundup Ready
USDA- United States Departament of Agriculture
SUMÁRIO
1. Introdução..........................................................................................................9
1.1. Transgênicos no mundo............................................................................10
1.2. Transgênicos do Brasil..............................................................................12
1.2.1. Legislação...........................................................................................13
1.2.2. Rotulagem...........................................................................................14
1.3. Malefícios dos transgênicos.......................................................................16
1.3.1. Alergias...............................................................................................16
1.3.2. Resistência a antibióticos....................................................................17
1.3.3. Toxicidade...........................................................................................17
1.3.4. Excesso de produtos químicos...........................................................18
1.3.5. Ameaça aos componentes da biodiversidade....................................18
1.4. Benefícios dos transgênicos......................................................................18
1.4.1. Alteração do amadurecimento e qualidade organoléptica..................19
1.4.2. Qualidade nutricional aprimorada.......................................................19
1.5. Opinião pública..........................................................................................20
2. Objetivo..............................................................................................................22
2.1. Objetivo geral.............................................................................................22
2.2. Objetivos específicos.................................................................................22
3. Material e métodos............................................................................................23
3.1. Período de estudo......................................................................................23
3.2. Amostragem...............................................................................................23
3.3. Procedimentos...........................................................................................23
4. Resultado...........................................................................................................24
5. Discussão..........................................................................................................31
6. Conclusão..........................................................................................................36
7. Referência Bibliográfica.....................................................................................38
8. Anexos...............................................................................................................43
8
1. INTRODUÇÃO
O cultivo de plantas para a alimentação é uma atividade relatada há mais de
10 mil anos. Desde então, para solucionar problemas que acometem à plantação
como, suscetibilidade à doenças e pragas, baixa resistência, entre outras
adversidades que diminuam a produtividade, os denominados melhoristas,
desenvolveram empiricamente processos de seleção artificial (VERCESI et al.,
2009).
Através das técnicas de cruzamento e retrocruzamento ou cruzamento com
ponte, quando duas espécies são incompatíveis, necessitando de uma espécie
intermediária para incorporar o gene desejado da espécie 1 e transferir para a 2.
São dadas características desejadas aos alimentos. Porém esses métodos são
limitados, devido à incompatibilidade sexual dos vegetais e a diferença de reinos
(AZEVEDO et al., 2000).
Com o avanço tecnológico, geneticistas iniciaram estudos da utilização de
organismos vivos para a fabricação de produtos e serviços, ciência denominada
biotecnologia, possibilitou o surgimento de técnicas para solucionar problemas que
limitavam o melhoramento dos alimentos. Assim, teve origem a transgenia, que
utiliza o gene de um organismo vivo (vegetal, microrganismo e animal) ou enzima
para introduzir no genoma de plantas que se deseja cultivar (RIBEIRO; MARINS,
2010).
Dessa forma, criam-se vegetais com características melhoradas para todo o
processo produtivo, desde o plantio até a comercialização, visando melhorias
nutricionais, melhorias organolépticas e melhorias agrônomas. Essa tecnologia de
DNA recombinante começou a ser desenvolvida na década de 1980 nos Estados
Unidos (EUA) e França, sendo a China o país pioneiro na comercialização legal dos
Organismos Geneticamente Modificados (OGM), em 1996 (RIBEIRO; MARINS,
2010).
Pelas vantagens da utilização de plantas transgênicas para os agricultores,
até 2009, vinte e nove nações aderiram ao uso dessa biotecnologia. O Brasil se
posiciona no ranking como o segundo país que mais utiliza os OGM nas lavouras e
até 2005 estimava-se que 42,2 milhões de hectares eram plantados com sementes
geneticamente modificadas (CASTRO, 2016).
Dado o interesse das empresas, agricultores e governos em utilizar,
comercializar e estudar novos OGM, foi necessário regulamentar seu uso, para que
9
a exploração do novo recurso acontecesse de forma ética e segura para s
produtores, consumidores, meio ambiente e todas as esferas afetadas pelos
transgênicos (COSTA et al., 2007).
Apesar das modificações genéticas em organismos ser legalizada em
diversos países e a população mundial consumir alimentos transgênicos, desde o
surgimento dos OGM persistem conflitos ideológicos e indefinição quanto a ética,
interesses econômicos, políticos, segurança alimentar e ambiental (CÂMARA, 2012).
Uma vez que a aplicação da transgenia no sistema agrário deveria resultar na
redução do uso de agrotóxicos e outros produtos químicos, aumento da
produtividade, diminuição da fome mundial, preservação do meio ambiente, redução
de custos para o produtor e preços dos alimentos básicos para a população. Os
dados científicos quanto sua biossegurança e efetividade dos pretextos citados são
divergentes. Esse impasse aumenta as discussões sobre o real motivo para
utilização dessa biotecnologia, uma vez que seu uso possa estar relacionado a
riscos ambientais, riscos para os animais e para a saúde humana (YUNTA, 2013).
1.1. Transgênicos no mundo
Conforme o Conselho de Informação sobre biotecnologia (2016), o sucesso
dos alimentos provenientes de organismos geneticamente modificados é mundial,
esse fato pode ser confirmado ao observamos a expansão da utilização dessa
biotecnologia e os principais produtos cultivados, conforme a tabela abaixo:
10
Tabela 1: Áreas plantadas no mundo com alimentos transgênicos, em 2016.
Fonte: http://cib.org.br/top-10-area-plantada-no-mundo-com-transgenicos-em-2016
Os EUA, são os maiores produtores de OGM do mundo, com 72,9 hectares
de plantações transgênicas. Para a regulamentação, as agências responsáveis são
Food and Drug Administration (FDA), a Environmental Protection Agency (EPA) e a
United States Departament of Agriculture (USDA). A legislação segue o critério da
equivalência substancial, que parte da premissa de que não há necessidade de mais
estudos e a rotulagem é facultativa quando o produto geneticamente modificado é
substancialmente equivalente ao convencional. Argentina, Canadá e África do Sul
seguem este mesmo princípio (MORICONI et al., 2014).
Na União Europeia, o processo de Leis é mais burocrático, existem 4
Regulamentos e 2 Diretivas pela European Commission. Assim como o Brasil, o
princípio de precaução (PP) é o que permeia a legislação dos transgênicos na
Europa. A rotulagem dos produtos é obrigatória, assim como na Austrália, China,
Nova Zelândia, Japão e Rússia (MORICONI et al., 2014).
Apesar de cada país possuir suas próprias leis sobre os OGM, existem
órgãos e convenções internacionais para propor e fiscalizar acordos universais para
facilitar o comércio entre países desses produtos, proteger o meio ambiente e a
saúde humana, como o Protocolo de Biossegurança, Codex Alimentarius e a
Organização Mundial do Comércio (OMC) (GRUÈRE e RAO, 2007).
País Área Plantações
EUA 72.9
Brasil 49.1 Soja, milho e algodão
Argentina 23.8 Soja, milho e algodão
Canadá 11.6 Canola, soja, milho beterraba, alfafa
Índia 10.8 Algodão
Paraguai 3.6 Soja, milho e algodão
Paquistão 2.9 Algodão
China 2.8 Algodão, papaya e Álamo
África do sul 2.7 Soja, milho e algodão
Uruguai 1.3 Soja e milho
Top 10: Áreas plantadas com transgênicos no mundo em 2016 (em milhões de hectares)
Soja, milho, algodão, canola, beterraba, alfafa, papaya, abóbora, batata
11
O Protocolo de Biossegurança, também conhecido como Protocolo de
Cartagena sobre Biossegurança, entrou em vigor em 2003. Este Protocolo, segundo
o Ministério do Meio Ambiente “visa assegurar um nível adequado de proteção no
campo da transferência, da manipulação e do uso seguro dos organismos vivos
modificados (OVM) resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos
adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em
conta os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento transfronteiriço.”
Através do PP, assegura que os países importadores de OGM tenham conhecimento
prévio sobre e segurança deles e possibilidade de escolha. (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2017).
A Organização Mundial do Comércio desde 1995, quando foi fundada, tem a
finalidade de instituir um padrão de regras para os países que compõem essa
instituição, regula as relações comerciais entre eles, estabelece resposta e planos
para as divergências de legislações entre os países, resolvendo conflitos comerciais,
permitindo novas negociações entre as nações membro. Dessa forma, os países
membro da OMC são estimulados a adequar sua legislação nacional de acordo com
as normas internacionais para facilitar a transação de alimentos (MINISTÉRIO DAS
RELAÇÕES EXTERIORES, 2016).
O Codex Alimentarius é um programa criado pela FAO e OMS, em 1963, com
o objetivo de proteger a saúde dos consumidores e garantir as leis de comércio
entre nações, a partir de normas internacionais estabelecidas na área alimentar, visa
boas práticas e segurança eficaz para essa área. Na 32ª reunião da Comissão do
Codex, foram estabelecidas recomendações para a rotulagem dos alimentos obtidos
a partir de tecnologia de modificação genética. O Brasil é um dos membros e suas
leis para rotulagem permeiam as recomendações do Codex (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2016).
1.2. Transgênicos do Brasil
A introdução dos transgênicos em terras brasileiras foi através do cultivo da
semente de soja Roundup Ready (RR), vinda ilegalmente da Argentina e patenteada
pela Monsanto. A sua transgenia confere resistência ao herbicida glifosato. Dessa
forma, o agricultor pode utilizar o produto químico para controlar o crescimento das
ervas daninha sem destruir a plantação. Atualmente, as principais sementes
12
transgênicas cultivadas são variedades de milho, soja e algodão, resistentes a
herbicidas, ataques de insetos e/ou vírus (CASTRO, 2016).
Para a utilização dos produtos geneticamente modificados no país, é adotado
o Princípio da Precaução, ele presume que os transgênicos sejam previamente
aprovados em testes e protocolos de segurança para serem empregado nas
lavouras. Caso haja incertezas científicas e possibilidade de causarem malefícios ao
meio ambiente e saúda humana, não deve ser cultivado, a fim de evitar ou minimizar
os danos (MORICONI et al., 2014).
A preocupação com os transgênicos mostrou a necessidade de uma
legislação para os novos alimentos, com o objetivo de regulamentar a segurança
deles e a criação de órgãos governamentais para controlar seu uso, além de normas
de rotulagem para a comercialização. Assim, até a consolidação, o processo de
liberação dos OGM passou por diversos impasses (CÂMARA, 2012).
1.2.1. Legislação
A primeira regulamentação para o cultivo, fiscalização, comercialização,
liberação e descarte dos transgênicos no Brasil, foi sancionada em 1995, através da
Lei nº 8.974, denominada Lei de Biossegurança. Como parte dela a Comissão
Técnica Nacional de Biotecnologia (CNTBio) foi criada para ser o órgão responsável
por regulamentar os Organismos Geneticamente Modificados e implantar a Política
Nacional de Biossegurança (PNB) (BRASIL, 1995).
O conflito acerca dos transgênicos iniciou após a importação e liberação para
uso sem os devidos protocolos de segurança, pela CTNBio, das primeiras sementes
geneticamente modificadas de soja. Por falta do Estudo de Impactos Ambientais
(EIA), Organizações não governamentais (ONG) e o Instituto de Defesa do
Consumidor (IDEC) entraram na disputa judicial para embargar a utilização da soja
RR contrabandeada. A contestação foi aceita e no período de 1998 até 2003 a
utilização das sementes era ilegal (CASTRO, 2016).
Segundo Câmara (2012), a soja transgênica continuou sendo comercializada
ilegalmente por falta de fiscalização das lavouras. Diante da vasta utilização dessas
sementes modificadas, o Governo Federal criou a medida provisória nº 113 liberando
a safra de 2003, no mesmo ano em que foi apresentado o novo Projeto de Lei de
Biossegurança, porém enquanto não entrava em vigor, foi autorizada novamente a
13
comercialização das safras dos anos subsequentes, 2004 e 2005, através da edição
das medidas provisórias nº 114 e nº 115.
Em 2005, por meio da Lei nº 11.105, foi outorgada a liberação para
comercialização e consumo dos OGM, que renovou a antiga Lei de biossegurança
de 2003, e o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) foi fundado- para propor
políticas ambientais sobre os transgênicos, reforçou a importância desta e designou
mais autoridade à mesma- para controlar o uso da técnica de engenharia genética
(BRASIL, 2005).
De acordo com a nova lei de biossegurança, para o cultivo de novas
plantações transgênicas é necessário solicitar autorização e seguir um protocolo de
estudos para que haja a liberação. Contudo quando o milho e algodão transgênicos
entraram no país, eles seguiram o mesmo histórico conturbado da soja RR. Isso
mostra a falha do Governo nacional quanto à fiscalização e mapeamento das áreas
onde se aram OGM, permitindo as lavouras ilegais. E a omissão da CTNBio,
concedendo a utilização sem as devidas precauções, dando margem a oposição
quando a expansão dos transgênicos, por falta de estudos para garantir a
biossegurança das sementes (RIBEIRO; MARINS, 2010).
1.2.2. Rotulagem
O rótulo é uma etiqueta presente nas embalagens dos alimentos, identifica
todo e qualquer tipo de informação sobre o produto, como a origem, composição e
as características nutricionais. Tem o objetivo de informar sobre o produto e permitir
seu rastreamento, para recolhimento quando promover efeito adverso para a saúde
humana. A rotulagem dos alimentos é prevista pelo Código de Defesa do
Consumidor (CDC), para assegurar o direito à informação, isso possibilita ao
cidadão a escolha consciente dos produtos que estão adquirindo (CÂMARA et al.,
2008).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ligada ao Ministério da
Saúde, tem a responsabilidade de fiscalizar a produção e a comercialização dos
alimentos, além de normalizar a sua rotulagem (ANVISA, 2017).
Com a introdução dos alimentos proveniente de organismos geneticamente
modificados no mercado brasileiro, foi necessária a elaboração de leis específicas
para a rotulagem desses produtos, a fim de informar aos consumidores que eles
14
estavam expostos a organismos transgênicos. Assim, em 2001, através do Decreto
nº 3.871, tornou-se obrigatório constar no rótulo a informação de transgenia, para os
alimentos que contivessem mais de 4% de OGM em sua composição (BRASIL,
2001).
Posteriormente, as organizações sociais que defendiam os direitos dos
consumidores, reivindicaram uma legislação mais rígida. Dessa forma, o antigo
decreto foi revogado pelo Decreto nº 4680 de 2003, aonde todos os alimentos e
seus derivados destinados ao consumo de humanos e animais, a granel ou in natura
que possuam acima de 1% de organismos geneticamente modificados na sua
composição, necessitam conter a informação de transgênico no rótulo (BRASIL,
2003).
Ao se enquadrar nessa legislação, a Portaria nº 2658/2003 estabeleceu para
conter nas embalagens dos produtos, um símbolo de alerta triangular amarelo com a
letra “T” no centro, além das expressões “pode conter produtos transgênicos” ou
“pode conter ingrediente produzido a partir de produto transgênico”. Porém a
legislação foi descumprida pelas empresas por muito tempo, devido ao alto custo de
rastreabilidade dos OGM na produção e o receio da associação do símbolo a
alimento perigoso, pela população (BRASIL, 2003).
Com o passar dos anos e a atuação do Tribunal de Justiça, exigindo a
rotulagem correta para as empresas fabricantes de produtos com matéria-prima
Geneticamente Modificada (GM), o cenário foi mudando e outras empresas
alimentícias passaram a introduzir o símbolo em seus produtos GM (CASTRO,
2016).
Porém em 2015, ocorreu uma nova tentativa e derrubar as exigências de
rotulagem, por meio do projeto de Lei nº 34/2015 que propunha a retirada do
símbolo “T”, e substituísse pelas expressões “(nome do produto) transgênico” ou
“Contém (nome do produto) transgênico”, além de sugerir que apenas alimentos
com traços detectáveis de OGM no produto final fossem rotulados, no entanto, após
o processamento do alimento, grande parte dessa característica se perde,
dificultando a identificação de partes transgênicas. O projeto já foi aprovado pela
Câmara e hoje tramita pelo Senado, porém com resistência (BRASIL, 2015).
15
1.3. Malefícios dos transgênicos
Os dados científicos que envolvem os potenciais riscos à saúde humana
devido ao consumo dos organismos transgênicos ainda são muito limitados. Se
discute sobre os alimentos geneticamente modificados terem mais agrotóxico que os
alimentos convencionais, contribuírem para o aumento de alergias, resistência a
antibióticos e causarem toxicidade. Fala-se também sobre os riscos ao meio
ambiente que podem interferir diretamente ao consumo humano e a diversidade do
planeta, ocasionando a morte de insetos polinizadores e a extinção de espécies
vegetais e culturas silvestres (MUNIZ et al., 2003).
1.3.1. Alergias
Alergias alimentares envolvem uma reação própria do sistema imune a um
alimento ou componente alimentar normalmente inofensivo. A resposta alérgica
ocorre após a imunoglobulina E (IgE), a qual a maioria das alergias são mediadas,
se liga à superfície de mastócitos e basófilos, liberando histamina. Essa reação pode
ocorrer em minutos ou poucas horas dependendo da sensibilidade individual
(MALARKEY, 2003).
O alimento se tornará alergênico caso o organismo do indivíduo corresponda
a essa sensibilidade. Dessa forma, há uma preocupação com alimentos
transgênicos, pois existe a possibilidade dos genes de alergênicos conhecidos
serem inseridos em culturas não tipicamente associadas a alergenicidade, e levar ao
surgimento de novas reações alérgicas ou acentuar as existentes, devido a
utilização de microrganismo com potencial alergênico desconhecido, genes de
fontes não alimentares e combinações novas de genes (UZOGARA, 2000).
Segundo Goodman et al. (2008) um caso que ilustra o potencial alergênico de
organismos geneticamente modificados foi o da soja transgênica, que recebeu o
gene da albumina 2s da castanha do Brasil, com intuito de aumentar o conteúdo de
metionina da alimentação dos animais, porém estudos demonstraram a ligação de
IgE com o soro das castanhas, que previamente não foi reconhecida como alérgeno.
O produto desse estudo de 1996, foi abandonado devido aos riscos demonstrados e
esta proteína agora é conhecida como o principal alérgeno da castanha do Brasil.
Outro episódio envolvendo transgênicos e desenvolvimento de alergias foi o
caso de Grace Booth nos Estados Unidos em 2000, ela desenvolveu anafilaxia após
16
comer tacos de milho. Devido a polinização cruzada, foram encontrados nos tacos a
Cry9c, uma proteína pesticida derivado do Bacillus thuringiensis, que é utilizada
apenas na alimentação animal. Apesar de nunca ter sido provada a relação entre
esta proteína como causa da alergia pelo Centro de controle e prevenção de
doenças americano, este caso reforça a visão negativa aos transgênicos pela
sociedade (LEE, 2015).
Contudo, os OGM passam por rigorosos procedimentos e testes de controle e
segurança antes de serem comercializados. Se for detectada alguma possibilidade
de causar alergia ou outros problemas a saúde e ao meio ambiente o estudo é
descontinuado, como no caso da castanha do Brasil. Até hoje não foram relatados
malefícios comprovados a respeito dos transgênicos comercializados a saúde
humana (KEY at al. 2008).
1.3.2. Resistência a antibióticos
Os organismos modificados com a inclusão de genes marcadores de
resistência a antibióticos, utilizados para a alimentação humana e animal, causam
receio de uma possível resistência bacteriana aos antibióticos, pois ao ingerir esses
alimentos, os genes da resistência expressos no tecido vegetal podem ser
transferidos aos microrganismos presentes no trato gastrointestinal dos seres
consumidores desses alimentos. Resultando em uma possível criação de
microrganismos resistentes, reduzindo a eficácia dos antibióticos que são
comumente utilizados para combater doenças (CAVALLI, 2001).
Um exemplo, segundo Nodari; Guerra (2003), ocorreu em 1983 após a
aplicação, por um ano, de estreptomicina em suínos foi encontrado gene de
resistência a este antibiótico nos plasmídeos de bactérias que viviam na garganta e
estômago dos animais.
1.3.3. Toxicidade
As plantas possuem toxinas naturais, algumas são conhecidas como fatores
antinutricionais. Ao serem colocadas em temperaturas elevadas ocorre a destruição
parcial dessas toxinas, essa técnica é utilizada para diminuir a quantidade desses
compostos, aumentando a biodisponibilidade do alimento (REYES et al. 2003).
17
Assim, discute-se sobre a capacidade da planta desencadear uma reação
indesejada ao introduzir o novo gene, como o aumento inadvertido das toxinas
encontradas naturalmente nas plantas, causando mal-estar aos consumidores
(MUNIZ et al. 2003).
1.3.4. Excesso de produtos químicos
A maioria das culturas transgênicas, atualmente, confere o gene de
resistência a herbicidas. Dessa forma, os produtos químicos para eliminar ervas
daninhas não afetam as plantas cultivadas. Sem essa proteção o agricultor teria que
dosar o uso dos agrotóxicos para não danificar as lavouras, porém elas possuindo
essa característica, os produtos químicos são pulverizados em grandes quantidades,
aumentando os resíduos desses produtos nos alimentos, sendo prejudicial a saúde
humana devido ao excesso de químicos (LONDRES, 2001).
1.3.5. Ameaça aos componentes da biodiversidade
Segundo Nodari; Guerra (2001), tanto os organismos vivos como os
processos ecológicos fazem parte do ecossistema, eles são importantes para
manter a biodiversidade. Porém esses processos ecológicos também podem ser
afetados pelos transgênicos, como relata o estudo que identificou a mortalidade de
lagartas após se alimentarem de pólen de milho transgênico. Essa variedade de
milho codificava toxina prejudicial a vários insetos por conta do gene do Bacillus
thuringienses (Bt). Em contrapartida, as lagartas que não receberam pólen de milho
transgênico sobreviveram. Essa mortalidade pode acontecer com insetos
polinizadores, como abelhas, prejudicando a reprodução natural de plantas e
comprometendo toda a biodiversidade, levando a extinção de espécies.
1.4. Benefícios dos transgênicos
De acordo com os benefícios para a saúde humana, essa biotecnologia tem a
finalidade de proporcionar alimentos mais seguros, mais saudáveis e nutritivos, mais
estáveis, com melhor sabor e custo acessível. Os alimentos geneticamente
modificados comercializados atualmente podem promover a melhora da vida útil das
18
frutas e vegetais, a qualidade organoléptica e o aprimoramento da qualidade
nutricional (UZOGARA, 2000).
1.4.1. Alteração do amadurecimento e qualidade organoléptica
Prolongar a vida útil da safra, retardar o amadurecimento através do bloqueio
do etileno das frutas e vegetais, melhorar sabor, cor, textura são alguns dos
benefícios dos transgênicos. Vegetais que permanecem frescos por mais tempo,
resistem ao transporte, manuseio e armazenamento são benéficos tanto para os
produtores quanto aos consumidores. Um exemplo da utilização dessa biotecnologia
para esse fim foi o tomate Flavr Sarv patenteado pela Calgene, em 1994. Essa
primeira planta liberada para o plantio comercial com o intuito de ter uma vida de
prateleira mais longa que os tomates convencionais, retardando o processo de
amadurecimento devido ao gene antisenso para a enzima poligalacturonase,
evitando a destruição da parede celular. A tecnologia de controle de etileno e
supressão da enzima poligalacturonase é utilizada em diversas outras culturas.
(UZOGARA, 2000).
1.4.2. Qualidade nutricional aprimorada
O melhoramento de plantas tem como um dos objetivos melhorar a qualidade
nutricional dos alimentos. Projetos para obter espécies com o maior valor nutricional
foram desenvolvidos com o intuito de combater deficiências nutricionais endêmicas
em algumas regiões do mundo, a biotecnologia pode ser usada para introduzir ou
concentrar vitamina e minerais em plantas alimentares básicas de alimentação de
populações para fornecer níveis ideais de nutrientes essenciais (MUNIZ et al., 2003).
Um caso que merece atenção é o Golden Rice Project, ele foi projetado para
atender a carência de vitamina A, oferecendo 100% da RDA para a população de
países em desenvolvimento. Para isso, foram introduzidos genes que sintetizam e
acumulam beta caroteno, o precursor da vitamina A, em grãos de arroz, o principal
alimento fonte de energia desses países. A cor dourada que nomeou o projeto indica
o acúmulo de beta caroteno no endosperma do arroz (TANG, 2012).
Uzogara (2000), aponta outros melhoramentos genéticos nos alimentos, como
os óleos de cozinha também modificados para apresentarem melhor perfil
19
nutricional, maior estabilidade em temperaturas altas e baixa saturação. Introdução
de fitoquímicos em alimentos para combater doenças. O melhoramento da qualidade
das proteínas, com o aumento do teor de aminoácido das culturas e retiradas de
proteínas alérgenas dos alimentos. Isso mostra a variedade de aprimoramentos que
se pode fazer visando a qualidade nutricional.
1.5. Opinião pública
A aceitação pública dos brasileiros aos transgênicos mudou desde os dados
publicados pelo IBOPE em 2003, ele mostrava que dos 10 mil brasileiros
entrevistados apenas 37% já tinha ouvido falar dos OGM e 71% se pudessem
escolher prefeririam consumir alimentos que não tivessem este tipo de modificação.
Porém mesmo sem o conhecimento profundo sobre o tema, a população tem
interesse em ser informada sobre a presença de OGM na composição dos alimentos
(IBOPE, 2013)
Um levantamento feito pelo CONECTA, mostrou que 72% dos entrevistados
afirmaram que já consumiram transgênicos. Com relação aos efeitos na saúde
humana, apenas 33% acreditam que eles possam ter algum malefício e 29% que
eles causam alergia. Porém, nenhum dos internautas soube listar com exatidão
quais plantas GM são cultivadas no país (IBOPE 2016).
Segundo Furnival; Pinheiro (2009), a escassez de informações seguras,
consenso entre cientistas e pouca abordagem clara da mídia sobre o assunto, induz
a população à desconfiança e incerteza sobre a segurança alimentar e ambiental em
longo prazo. Além da falta de identificação nos rótulos informando sobre a
transgenia que o produto possui, leva a insatisfação dos consumidores.
Conforme Castro (2016), apesar de a população se interessar em saber sobre
a composição dos alimentos poucos entendem aquelas informações. O estudo
abordado demonstrou que os entrevistados não tinham conhecimento sobre o
símbolo T como forma de informar produto transgênico ou conter elementos
transgênicos em sua composição. Analisando outro estudo, foi constatado que a
maior parte dos entrevistados sabem o que a transgenia significa e não se importa
em consumir, porque a composição de macro e micronutrientes são mais
importantes na hora da escolha de um produto.
20
Observa-se que a visão da população é dividida, por conta da falta confiança
nas instituições que representam a tecnologia, pois elas dificilmente apresentam
avaliações de risco a longo prazo ao consumo dos transgênicos, o governo que é
omisso em respeito ao princípio da precaução, algumas empresas não fornecem a
informação de transgenia no rótulo, quebrando a regra do código de defesa do
consumidor, o que levou o Greenpeace a listar os produtos que podem conter
transgênicos e divulgar um guia para a informar a população (RIBEIRO; MARINS,
2010).
Percebe-se a falta de pesquisas qualitativas para avaliar a compreensão da
sociedade em relação as novas tecnologias. No que diz respeito a rotulagem, ela é
imprescindível para informar sobre a composição dos produtos ao público, porém
não significa que todo tem conhecimento sobre essa biotecnologia. Para que ocorra
a aceitação dos transgênicos é necessário que os consumidores confiem nas
instituições que representam estas tecnologias, que tenham fonte de informações
seguras, que os produtos estejam dentro dos valores sociais e que eles não
apresentem riscos aos indivíduos (NODARI; GUERRA, 2003).
Frente as indecisões sobre a segurança alimentar dos alimentos
geneticamente modificados, é necessário mais estudos e fiscalizações
governamentais antes de autorizar a comercialização de OGM, deve-se verificar
seus prós e contras para a saúde, meio ambiente e economia. Dessa forma é
importante que especialistas de diversas áreas, tais como: ecologia, genética,
biologia, bioquímica, medicina, botânica, zoologia, bioética, economia, sociologia e
nutrição, contribuam com seus conhecimentos nas discussões sobre os
transgênicos (RIBEIRO; MARINS, 2010).
Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o conhecimento dos
graduandos em nutrição de uma instituição de ensino particular sobre os
transgênicos.
21
2. OBJETIVO
2.1. Objetivo geral
Avaliar o conhecimento dos graduandos em nutrição de uma instituição
de ensino particular do município Rio de Janeiro acerca dos transgênicos.
2.2. Objetivos específicos
Descrever sobre o surgimento e evolução dos transgênicos;
Abordar a legislação brasileira e mundial acerca dos organismos
geneticamente modificados;
Analisar a necessidade dos rótulos nos alimentos modificados
geneticamente como ferramenta de informação.
Listar e explicar os benefícios e malefícios à saúde humana causado
pelos transgênicos;
Ampliar discussões sobre a opinião popular;
Comparar os dados do conhecimento dos alunos com a posição
popular e os presentes estudos sobre malefícios e benefícios dos OGM.
22
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Período de estudo
O estudo foi realizado no período entre 16 e 27 de outubro de 2017.
3.2. Amostragem
O objeto do estudo foram os alunos da graduação em nutrição, de uma
instituição de ensino superior, particular, situado no município do Rio de Janeiro. O n
amostral, foi composto por 202 estudantes, correspondendo 47% do total de
estudantes matriculados no curso de nutrição desta instituição abrangendo todos os
períodos.
3.3. Procedimentos
Um questionário (ANEXO 1) composto por um total 10 perguntas tanto
objetivas quanto subjetivas (CARVALHO; BIERGER, 2016) foi aplicado em sala de
aula. Era apresentado aos alunos o motivo para a investigação e o motivo para a
coleta das informações contempladas no questionário. Eles eram esclarecidos que a
participação era voluntária e os que aceitaram participar da pesquisa preenchiam o
termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 2).
Para as informações de literatura presente no estudo, foram utilizados artigos
científicos e teses obtidas através das bases de dados, como: Períodico Capes,
SciElo e Medline, por meio das seguintes palavras: Organismos Geneticamente
Modificados, Alimentos Transgênicos, Transgênicos no brasil, Transgenic plants,
Genetically modified, Issues of transgenics e transgenic and allergy.
Além de informações do site da FAO/OMS, Ministério da agricultura, do meio
ambiente e das Relações Exteriores, portal da legislação do governo federal, sites
do CFN e CIB. O período da pesquisa foi de 2000 até 2016.
Outra ferramenta utilizada para ilustrar dados do trabalho foi a nuvem de
palavras, feito pelo programa Tagul.
28
Observa-se que uma das maiores críticas é com relação a falta e
conhecimento sobre o que é um alimento geneticamente modificado e informação
sobre seus benefícios e malefícios a saúde humana. Onze pessoas solicitaram mais
esclarecimento a respeito do assunto, com frases como:
“Precisa de mais informação/divulgação sobre os benefícios e malefícios,
medo de consumir algo que não se conhece com propriedade”.
“Acho que poderia divulgar mais sobre o assunto, quase ninguém sabe o que
significa e o mal que faz”.
“Falta informação, por isso as pessoas continuam ingerindo esse tipo de
alimentos”.
“Exigir que os órgãos de saúde, divulguem os malefícios do consumo desses
alimentos e o que são”.
Além disso, os transgênicos foram associados a causa de doenças e
malefícios por doze pessoas, principalmente quando consumido em excessos.
Desses estudantes, três citaram a possibilidade do consumo do transgênico estar
relacionado ao surgimento de câncer e uma pessoa relacionou com o
desenvolvimento de alergias.
Outro ponto citado foi a insegurança, devido e falta de estudos a longo prazo
desses alimentos. Seis estudantes alegaram não saber os impactos que os produtos
transgênicos podem causar a saúde humana a longo prazo, por isso deve-se
consumir com cautela, já que não há consenso sobre a segurança alimentar entre a
comunidade científica.
Também foi relatado a insatisfação com a legislação e rotulagem dos produtos
geneticamente modificados. Sete pessoas apresentaram que a identificação da
transgenia não é tão explícita para os indivíduos que não possuem tais
conhecimentos. Com isso, deve-se alertar mais a população sobre esses produtos,
pois a maioria das pessoas não prestam atenção nos símbolos presentes nas
embalagens dos alimentos que consomem. Citaram que é preciso melhorar a
sinalização dos alimentos transgênicos, para que sejam mais óbvias aos
consumidores. Reforçaram a importância de uma regulamentação mais rígida para
proteger a saúde, e o direito à informação no rótulo para saber o que está
consumindo e a fazer escolha conscientes.
Três entrevistados associaram a utilização de transgênico com o uso de
substâncias químicas, eles afirmaram que produtos modificados geneticamente
29
contém componentes químicos prejudiciais à saúde. Um deles explicitou que muitos
transgênicos são resistentes a agrotóxicos, sendo possível utilizar mais químicos na
plantação, logo a tecnologia que incentiva o uso de agrotóxico é ruim.
Apenas 5 pessoas opinaram positivamente sobre os organismos
geneticamente modificados, alegando que eles não fazem mal a saúde humana,
confiando nos produtos transgênicos que estão no mercado há anos, pois foram
testados e aprovados. Afirmaram a inexistência de estudos que comprovando
malefícios a saúde, comentaram sobre a importância dessa biotecnologia para a
produção alimentícia em larga escaca e a possibilidade de melhorar o alimento.
30
5. DISCUSSÃO
Analisando a idade e o conhecimento sobre alimento geneticamente
modificado, observou-se que 100% dos estudantes da faixa etária de 15 e 18 anos,
conheciam, os entrevistados da faixa entre 18,1 a 30 anos, o resultado positivo foi
de 91,20% e os alunos a partir de 30 anos compreenderam 95,83% dos que tinham
ciência sobre o assunto.
Comparando com o estudo de Carvalho; Toledo (2016), que avaliou a opinião
pública, apontou que 49,1% dos avaliados sabiam o que eram alimentos
geneticamente modificados. Assim, os alunos da instituição de ensino do Rio de
Janeiro tiveram um resultado mais positivo ao assunto, visto que é um tema
relevante para a profissão e discutido a mais de 10 anos.
Segundo o CFN (Conselho Federal de Nutrição), “O nutricionista é o
profissional de saúde que atendendo aos princípios da ciência da Nutrição tem como
função contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade. Sendo um
profissional cujas preocupações tendem a se centrar na qualidade dos alimentos e
em suas implicações para a saúde humana e ambiental, se faz evidente a
necessidade de estar atento aos novos processos relacionados à produção e
manipulação de alimentos, considerando não só elementos de ordem ambiental,
processos produtivos, questões éticas e socioeconômicas, como também análises
de risco, intencionalidades de marketing e responsabilidades de agentes públicos”
(CFN, 2012).
Confirmando a necessidade dos estudantes adquirirem o conhecimento
acerca dos transgênicos na sua formação, pois esse conhecimento deve ser
passado à população e aplicado na prática do nutricionista.
A rotulagem adequada, além de ser elemento essencial para informar os
componentes de um produto para o consumido, é importante para rastrear um
produto inadequado para o consumo. Um caso de contaminação a cadeia de
alimentos nos Estados Unidos, país onde a rotulagem de transgênico não é
obrigatória, causou 100 mortes após o L-triptofano transgênico desencadear reações
alérgicas. A falta da rotulagem dificultou o rastreamento (CÂMARA, 2012).
O conhecimento sobre a rotulagem foi um dos elementos avaliados na
pesquisa. Assim, 91,09% dos entrevistados souberam identificar a simbologia
correta, porém ao serem questionados sobre identificar uma embalagem que contém
31
componente transgênico, o número de pessoas de que sabiam abaixou para
68,32%.
Atualmente, o decreto nº 4680 de 2003 impõe a obrigatoriedade de expor a
informação de transgênia no rótulo dos alimentos que possuem a quantidade
estipulada de OGM na sua composição. O layout da informação foi determinado pela
Portaria nº 2658/2003, que estabeleceu um símbolo, a necessidade da presença das
expressões “pode conter produtos transgênicos” ou “pode conter ingrediente
produzido a partir de produto transgênico” e estar escrito na lista de ingredientes do
produto a espécie doadora do gene. Dessa forma é possível identificar uma
embalagem que contém componente geneticamente modificado. (BRASIL, 2003).
O nutricionista é o profissional que deve orientar a população a consultar e
interpretar rótulos, promovendo a autonomia da sociedade quanto a escolhas mais
consciente sobre o que estão consumindo. A vista disso, o profissional nutricionista
deve estar capacitado para saber passar as informações dos rótulos, principalmente
ensinar como identificar um alimento transgênico. (PARAÍSO, 2016).
Outro ponto investigado, foi a observação dos produtos que contém o símbolo
nas prateleiras do mercado durante a compra, pelos sujeitos da pesquisa. Dos
resultados, 48,51% afirmaram que sim, enquanto a maioria 51,49%, afirmou que não
observa. A partir disso, adverte-se a falta de compromisso dos consumidores em
fiscalizar o cumprimento da legislação.
Em 2013, por conta do grande numero de empresas produtoras de alimentos
que burlavam as regras de rotulagem, o Greenpeace, criou um guia para o
consumidor, dividido por categoria de alimentos, informando as marcas que
apresentavam maior chance de esconder o OGM da composição dos alimentos.
Pois que o milho e a soja são os transgênicos mais cultivados no Brasil e os
produtos produzidos a partir deles deveriam seguir a legislação (GREENPEACE,
2013).
A maior parte dos entrevistados conhecem mais o malefícios do que os
benefícios dos alimentos GM para a saúde humana, apenas 22,28% afirmam saber
dos benefícios, enquanto 64,85% os malefícios.
A polêmica quanto a tecnologia do DNA recombinante é devido a capacidade
do ser humano em interferir no desenvolvimento dos seres vivos, especula-se que
essa intervenção no código genético podem levar a eventos não esperados, já que o
gene inserido pode expressar seu produto de forma não intencionais, alterar funções
32
bioquímicas, produzir metabólitos indesejados e ocorrer alguma mutagênese. Esses
riscos são difundidos na mídia e discutidos entre os governos, agricultores, ONG,
ambientalista, biólogos, geneticistas e outros, desde o surgimento dos OGM. Como
mostrou o estudo da proteína inseticida que o milho Bt possui no genoma de suas
células, que passou pela placenta e foi encontrado no sangue de bebês. (CAVALLI,
2001).
Porém eles apresentam relevância em diversos âmbitos da comunidade, pois
a técnica não é só usada para produção alimentícia, a insulina, vacinas e outros
tratamentos, são feita a partir dessa tecnologia. Porém setores conservadores da
sociedade consideram essa tecnologia como de alto risco para a saúde, meio
ambiente e economia dos países subdesenvolvidos (PANZARINI, et al.2015).
A maioria dos entrevistados diz que não consome transgênico sem se
importar com os impactos que podem vir a acarretar, essas 60,40% pessoas, estão
em acordo com o que o CFN preconiza, “que os nutricionistas mantenham postura
crítica e fundamentada sobre o uso e prescrição dos alimentos transgênicos para a
população, em detrimento de outras formas de produção orgânica e agroecológica
que respeitem a cultura alimentar brasileira” (CFN, 2012).
As opiniões do estudo representaram apenas 25,74% da amostra,
compreendendo 52 pessoas. Destes alunos, 9 conhecem os benefícios e malefícios
dos transgênicos e apenas 5 apresentaram opinião a favor do consumo dos
alimentos geneticamente modificados. Os adeptos dessa biotecnologia, afirmam que
consomem, pois os transgênicos estão no mercado a anos. Estes, tem liberação do
governo para comercialização pois sua segurança alimentar foi comprovada.
Ribeiro; Marins (2010), afirma que de acordo com as agências
governamentais que controlam e regulamentam os transgênicos, os liberados para
comercialização são seguros para o consumo humano. Décadas passadas foram
marcadas pelas inconsistências de dados científicos comprovando a segurança do
consumo desses alimentos a longo prazo.
Porém, o Conselho de informações sobre biotecnologia (CIB) (2017) publicou
um infográfico afirmando que os transgênicos são seguros para a saúde humana a
partir de uma revisão de 2 mil estudos realizado pela Academia de Ciências dos
Estados Unidos. E de acordo com um relatório da Comissão Europeia, concluiu que
eles não apresentam mais risco que as tecnologias de melhoramento convencional.
33
Outra opinião dos entrevistados pró transgênicos, é que sem essa tecnologia
não tem como produzir alimentos para atender a população mundial. De acordo com
a União das Nações Unidas (ONU), quase 800 milhões de pessoas ainda passam
fome e a população mundial aumentará para 9,3 bilhões de pessoas até 2050, 35%
a mais que população atual. Dessa forma, precisará ser produzido 50% a mais de
alimentos, levando em conta a preservação ambiental, sem destruir os ecossistemas
e a biodiversidade (ONU, 2016).
Uzogara (2010), completa que, um dos argumentos para o estudo e
implantação dessa biotecnologia é a necessidade da produção de alimentos em
larga escala, para atender demandas populacionais e solucionar a fome mundial, já
que os transgênicos são ideais por conferirem mais resistência a estresses bióticos
e abióticos comparado a plantações convencionais.
Porém o problema da fome não está ligado a produção de alimentos e sim a
má distribuição dele, a riqueza está concentrada na mão de minorias, um problema
comum nos países em desenvolvimento, dessa forma os que não tem condições de
adquirir alimentos continuaram sem consumir por falta de dinheiro e não por falta de
alimento disponível (CAMARA et al., 2013).
A parte que apresentou posição contrária aos transgênicos, reivindicou por
mais informações sobre os benefícios e malefícios que eles podem causar,
principalmente a longo prazo. Devido à falta dessas informações, eles preferem não
consumir.
Outro posicionamento dos entrevistados, foi o descontentamento com o
governo pela falta de regulamentação mais rígida para liberação dos transgênicos,
carência de fiscalização e pouca exigência para as empresas colocarem informação
clara na embalagem alertando os consumidores sobre o ingrediente geneticamente
modificado que o produto contém.
Porém, segundo MORICONI et al. (2014) a população também é omissa em
exigir que órgãos competentes fiscalizem e cumpram a legislação, principalmente na
questão da rotulagem, o meio que informa e indica ao consumidor os componentes
contidos nos alimentos.
Por fim, atentaram para a transgenia de plantas resistentes a agrotóxicos, o
relato de que uma tecnologia que incentiva a uso desse tipo de produto é prejudicial.
Segundo Londres (2010), em 2008 o Brasil alcançou a posição de maior consumidor
de venenos no mundo, o consumo em 2009 ultrapassou a marca de 1 milhão de
34
toneladas de agrotóxicos utilizados nas lavouras. Diante disso, o CFN, é a favor do
banimento no Brasil de agrotóxicos e ingredientes ativos banidos em outras nações.
(CFN, 2012).
35
6. CONCLUSÃO
Os organismos geneticamente modificados mesmo sendo utilizados em
grande escala na agricultura a mais de 20 anos, continuam demonstrando tendência
à expansão. Os fatores climáticos do planeta, processo de desertificação de terras e
diminuição da água potável, corroboram ao uso dos transgênicos, por serem
resistente a estresse tanto bióticos quanto abióticos, comparado com o cultivo de
plantas convencionais. Indicando a impossibilidade de abandonar a utilização dessa
biotecnologia.
Para isso, é necessário que as empresas produtoras de OGM e governos
apliquem testes com metodologias que apresentem resultados mais confiáveis,
quanto a segurança dos transgênicos e façam mais estudos mostrando os efeitos a
longo prazo, antes de liberá-los para a comercialização. Visando à proteção da
saúde humana, animal e ambiental e não a interesses econômicos.
Outro ponto é a rotulagem como fonte de informação, tanto os consumidores
quanto os estudantes, não sabem conferir no rótulo a informação de transgenia.
Sendo assim, é necessário que o IDEC, ONG e governo, crie campanhas de
conscientização a população. Para que possam ter mais conhecimento e
consciência de escolha ao adquirirem produtos transgênicos. Além de proporcionar
maior opinião crítica para que debatam e lutem pelo direto a informação.
A partir do consenso entre a comunidade científica sobre os benefícios,
malefícios e efeitos a longo prazo dos OGM, facilitará para a população, que é
carente de informações quanto a esse tema, a aprovação ou reprovação do
consumo de alimentos modificados geneticamente, auxiliará o posicionamento a
favor ou contra do Conselho Federal de Nutrição, por consequência dos
profissionais da área de nutrição.
A instabilidade de informações sobre os transgênicos e pouca participação da
sociedade nas discussões sobre essa biotecnologia, reflete na instrução dos alunos
avaliados, descobrindo que também apresentam dificuldade sobre o tema,
principalmente na identificação de produtos transgênicos nas prateleiras dos
mercados e quanto a seus benefícios. Grande parte demonstrou ser contra e
conhecer apenas os pontos negativos.
Por fim, é notório a necessidade na busca de conhecimento sobre o assunto
pelos entrevistados, para que sejam futuros profissionais atualizados e com bases
36
científicas para replicar esse conhecimento a população, sem terrorismo nutricional.
A compreensão da aplicação da transgenia nos alimentos, permite que sejam mais
críticos ao tema e possam pleitear por OGM seguros ao ecossistema. A universidade
também deve contribuir com a educação acerca dos transgênicos aos estudantes,
através das disciplinas, palestras e eventos.
37
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42
8. ANEXOS
Questionário
Faixa de idade?
15 a 18 ( )
18,1 a 30 ( )
30,1 a 50 ou mais ( )
Qual seu nível de ensino?
Nível Técnico ( )
Superior Incompleto ( )
Superior Completo ( )
Sabe o que é um alimento geneticamente modificado (transgênico)?
Sim ( ) Não ( )
Sabe identificar uma embalagem que contém componentes transgênicos?
Sim ( ) Não ( )
Na sua opinião qual a simbologia que representa alimentos transgênicos?
Observa os produtos que contém o símbolo nas prateleiras do mercado durante acompra?
Sim ( ) Não ( )
Conhece os benefícios dos alimentos transgênicos para a saúde humana?
Sim ( ) Não ( )
Conhece os malefícios dos alimentos transgênicos para a saúde humana?
Sim ( ) Não ( )
Você consome transgênicos sem se importar com os impactos que podem viracarretar?
Sim ( ) Não ( )
Apresenta uma opinião crítica sobre o assunto? Se sim, qual?
Sim ( ) Não ( )
R:______________________________________________________________________________________________________________________________________
43
Termo de consentimento livre e esclarecido
Prezado(a) participante:
Sou estudante do curso de graduação na Faculdade de Nutrição do Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação. Estou realizando uma pesquisa sob supervisão da professora Patrícia Santos, cujo objetivo é avaliar o conhecimento e a visão dos alunos de nutrição do IBMR sobre os alimentos geneticamente modificados.
Sua participação envolve preencher um questionário de 10 perguntas.
A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.
Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida nomais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).
Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento científico.
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pela pesquisadora fone (21) 988980088.
Atenciosamente
___________________________
Nome e assinatura do(a) estudante
Matrícula:
____________________________
Local e data
__________________________________________________
Nome e assinatura do(a) professor(a) supervisor(a)/orientador(a)
Matrícula:
Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de consentimento.
_____________________________
Nome e assinatura do participante
______________________________
Local e data
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