SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE
INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS
DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS
GERÊNCIA DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
ESTUDO TÉCNICO PARA A CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL
VARZEA DO LAGEADO E SERRA DO RAIO, MUNICÍPIO DE SERRO,
MINAS GERAIS
Elaboração e organização:
Cecília F. Vilhena – Turismóloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJ– MASP: 1.147.763-5
Janaína Fragoso – Gestora Ambiental
Mariana Gontijo – Bióloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJ – MASP: 11478625 CRBIO 49727/04-D
BELO HORIZONTE, SETEMBRO DE 2010
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SUMARIO
1. APRESENTAÇÃO -----------------------------------------------------------------------------4
1.1 Histórico de ações --------------------------------------------------------------------6
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS --------------------------------------------------------------8
2.1 Superfície ------------------------------------------------------------------------------8
2.2 Perímetro ------------------------------------------------------------------------------8
3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO AO LOCAL -------------------------------------------------9
3.1 Localização ----------------------------------------------------------------------------9
3.2 Acesso ----------------------------------------------------------------------------------9
4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA --------------------------------------------------------------12
4.1 Clima ---------------------------------------------------------------------------------12
4.2 Recursos Hídricos-------------------------------------------------------------------13
4.3 Solo -----------------------------------------------------------------------------------13
4.4 Relevo---------------------------------------------------------------------------------15
5 . CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA ------------------------------------------------------16
5.1 Cobertura vegetal e Flora ----------------------------------------------------------16
5.2Fauna ----------------------------------------------------------------------------------22
5.2.1 Aves------------------------------------------------------------------------23
5.2.2 Répteis ---------------------------------------------------------------------25
5.2.3 Peixes ----------------------------------------------------------------------26
5.2.4 Anfíbios -------------------------------------------------------------------27
6. INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E PRESSÕES DE IMPACTO --------------------------28
6.1 Riqueza Arqueológica --------------------------------------------------------------28
6.2 Conflitos ------------------------------------------------------------------------------31
6.2.1 Extrativismo --------------------------------------------------------------31
6.2.2 Gado -----------------------------------------------------------------------33
6.2.3 Espécies exóticas e invasoras ------------------------------------------33
7. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ------------------------------------------------------------------ 34
3
8. NOME, CATEGORIA DE MANEJO E JUSTIFICATIVA ---------------------------- 36
9. MEMORIAL DESCRITIVO ----------------------------------------------------------------38
10. MAPAS ---------------------------------------------------------------------------------------45
11. ANEXO FOTOGRÁFICO -----------------------------------------------------------------47
12. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------------------53
LISTA DE FIGURAS:
Figura 1: Mapa de acesso ao distrito de Milho Verde – localização da Unidade de
conservação --------------------------------------------------------------------------------------- 10
Figura 2: Foto do acesso à Milho Verde, 1 km antes de chegar ao Serro. ----------------10
Figura 3: Mapa de acesso à UC proposta. ---------------------------------------------------- 11
Figura 4: Unidades de Conservação Federais no Bioma Cerrado ------------------------- 21
Figura 5: Lapa do Lajeado ---------------------------------------------------------------------- 30
4
1. APRESENTAÇÃO
Segundo o Atlas da Biodiversidade em Minas Gerais (2007) a criação de Unidades
de Conservação como forma de assegurar a diversidade de seres vivos e a proteção de
habitats ameaçados, tem sido considerada a melhor estratégia a ser adotada por todos os
países.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, instituído pela Lei
Federal 9.985 de 2000 e regulamentado pelo Decreto Federal 4.340 de 2002, concebe
dispositivos para a preservação de significativos e importantes remanescentes dos
biomas brasileiros. As chamadas unidades de conservação constituem espaços
territoriais destacados por ato do poder público, sendo que a criação de uma nova
unidade deve ser precedida de estudos técnicos e consulta pública (exceto para Estação
Ecológica e Reserva Biológica) que permitam identificar a sua localização, dimensão e
os seus limites mais adequados, garantindo a preservação dos seus recursos naturais.
(SNUC, Lei 9.985 de 2000 e decreto 4.340 de 2002).
A Serra do Raio e Várzea do Lageado representam uma área de grande importância
paisagística e ambiental para os habitantes da região do Alto Vale do Jequitinhonha.
Possui beleza cênica abundante e abriga uma grande diversidade de hábitats e espécies.
O local apresenta grande vocação para a atividade turística uma vez que conta com a
presença de trilhas já consolidadas, cachoeiras, pinturas rupestres e ainda integra o
Projeto Estrada Real1.
Além do apelo turístico, a área em questão está inserida na APA Estadual das Águas
Vertentes, e contém importantes nascentes que abastecem as comunidades de Capivari,
Vau e São Gonçalo do Rio das Pedras.
1 Projeto Estrada Real: Rota turística pelo caminho que ligava no séc. VXII a antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto, ao
porto de Paraty, “Caminho Velho” e se estendeu até Arraial do tijuco (Diamantina) com a descoberta dos diamantes,
“Caminho Novo”. Compreende 1600 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza, cultura e arte.
5
Diversos sítios de interesse paleontológico, contendo pinturas rupestres, podem ser
encontrados nas lapas da região. Pela Várzea passaram, na época colonial, os viajantes
que percorriam o caminho oficial, e obrigatório, com destino ao Arraial do Tejuco
(Diamantina), no apogeu da exploração dos diamantes. Assim, a região também reúne,
aos argumentos em prol de sua preservação, o interesse pelo patrimônio histórico-
cultural mineiro, atributo que constitui o maior apelo de roteiros turísticos como o da
Estrada Real.
“O solo da Várzea, devido à sua composição quartzarenítica, não se presta ao
manejo sustentável em nenhum tipo de exploração econômica agropecuária
empregada - quer seja plantio, pastagem natural, pastagem plantada, ou mesmo
extrativismo vegetal. Ou seja: o uso da Várzea como pasto deteriora a cada dia as
condições locais e, além de ser limitado economicamente, ficará a cada dia menos
rentável, até se tornar contraproducente em um futuro próximo, deixando apenas o
rastro de uma paisagem desolada, improdutiva e sem atrativos para o turismo” (...).
A categoria de Monumento Natural (proteção integral) foi escolhida devido à
relevância biológica da região, ao potencial turístico e científico, ao grande acervo
histórico e cultural, à fragilidade dos sistemas naturais, à necessidade de assegurar a
proteção e à fragilidade dos ambientes ali presentes, como por exemplo, os campos
rupestres.
A criação do Monumento Natural Várzea do Lageado e Serra do Raio está
baseada numa concepção de proteção da flora, fauna, recursos hídricos, manejo de
recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas científicas. Por estar inserido em uma
área onde a ação antrópica provocou impactos ambientais, o espaço torna-se adequado
para entendermos os processos de recuperação de áreas degradadas e restauração
ambiental.
Busca-se, nesse contexto, formar um sistema de áreas protegidas fortalecido no
que diz respeito às estratégias de proteção, gestão, fiscalização e preservação do meio
ambiente, e uma vez instituída, esta UC irá integrar o “Mosaico do Espinhaço: Alto
6
Jequitinhonha - Serra do Cabral”2 e contribuir com a formação de corredores ecológicos
entre as UC’s existentes na região.
1.1 Histórico de Ações
Em junho de 2006 a comunidade de Milho Verde, localizada no município de
Serro, MG, entrou em contato com o IEF - Escritório Regional Alto Jequitinhonha na
busca de apoio desta instituição à criação de uma Unidade de Conservação na região da
Várzea do Lajeado. Trata-se de local de rara beleza, considerado o principal atrativo
turístico natural do distrito e que vem sendo utilizado de forma inadequada por
moradores mal-intencionados e visitantes, com freqüentes desmatamentos em APP’s,
loteamentos e ocupações irregulares. Estes usos associados às queimadas e criações de
gado no local, fizeram com que hoje se instalasse um processo erosivo e de
desertificação na área em questão.
Preocupados com o estado em que o local se encontra e com os novos
loteamentos que surgem a cada dia, a comunidade de Milho Verde tem se mobilizado
para a criação de uma UC de Proteção Integral.
As discussões a respeito desta UC iniciaram no I Encontro Ambiental, em julho
de 2007, onde a importância da preservação da Várzea do Lajeado foi discutida por
moradores locais e instituições como Prefeitura Municipal de Serro, IEF-MG, UFVJM,
PUC-Minas, Instituto Milho Verde, dentre outras, em termos do valor do patrimônio
natural da região como reserva hídrica e de diversidade biológica, e para a manutenção
da qualidade de vida da população e da atratividade turística local.
2 “Mosaico do Espinhaço: Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral”: Segundo o SNUC Art 26 “Quando existir
um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou
sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto
deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando–se os seus distintos objetivos de
conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável no
contexto regional”. O Mosaico do Espinhaço está em processo de implantação e abrange as UCs de
Proteção Integral: P.E. Rio Preto, P.E. Serra Negra, P.E. Biribiri, P.E. Pico do Itambé, P.E.Serra do Cabral,
E.E. Mata dos Ausentes, P.N. da Sempre Vivas; e UC’s de Uso Sustentável: APAE Água das Vertentes,
APAM Felício dos Santos, APAM Rio Manso, e APAM Serra do Cabral.
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Concluiu-se pelos presentes que, caso a devastação prossiga no ritmo acelerado
de hoje, o abastecimento de água e os atrativos turísticos da localidade estarão
seriamente ameaçados e, com eles, o sustento e a qualidade de vida da população.
“A constituição de uma área de preservação que resguarde o abastecimento
de água, a atratividade turística e a qualidade de vida da população é o
passaporte de Milho Verde para o futuro. Se preservada, a Natureza do
entorno vale ouro para os habitantes de Milho Verde: o ouro do turismo. Se
dividida, dilapidada e destinada à pecuária e à especulação imobiliária, a
Várzea se tornará um deserto arenoso, sem vegetação, sem água, sem
cachoeiras, tomado por cercas e erosões. Assim, não restarão atrativos para
os turistas, que vieram a Milho Verde atraídos pelo contato privilegiado com
a Natureza e que farão o caminho de volta, com destino a regiões mais
preservadas”. (www.institutomilhoverde.org.br)
Dando continuidade às discussões, no dia 11 de agosto de 2007, ocorreu na
Escola Estadual Leopoldo Pereira, no Milho Verde, a primeira reunião de consulta
pública (vide ata e lista de presença em Anexo 1), presidida por Paulo Sérgio Procópio
Torres, Secretário Municipal de Turismo, Cultura e Meio Ambiente da Prefeitura
Municipal do Serro, na qual foi decidida a formação de uma Comissão Municipal Pro-
Unidade de Conservação Várzea do Lajeado e posteriormente publicado Portaria de nº
2.171, no dia 11 de outubro de 2007, que cria e nomeia esta Comissão (Anexo 2).
A partir de então, a Comissão, a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e
Meio Ambiente do Serro e o IEF – Escritório Regional Alto Jequitinhonha, têm se
dedicado na formação de uma proposta para criação de um Monumento Natural
Estadual abrangendo áreas das comunidades de São Gonçalo do Rio das Pedras,
Capivari e Milho Verde, no município de Serro, tendo como principal objetivo a
preservação dos recursos hídricos que abastecem as comunidades bem como dos
recursos paisagísticos.
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2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
2.1 Superfície
Monumento Natural da Várzea do Lageado e Serra do Raio: 2.199,9754 (Dois
mil cento e noventa e nove hectares, noventa e sete ares e cinqüenta e quatro centiares)
A definição do tamanho e formato da UC aqui proposta foi realizada em acordos
e visitas de campo com técnicos da Prefeitura Municipal de Serro e do Instituto Estadual
de Florestas - Escritório Regional Alto Jequitinhonha – IEF/ERAJ.
2.2 Perímetro
Monumento Natural da Várzea do Lageado e Serra do Raio: 25.404,47 m (vinte
e cinco mil quatrocentos e quatro metros e quarenta e sete centímetros)
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3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO
3.1 Localização
A área onde se propõe a criação do Monumento Natural compreende a Várzea
do Lajeado, a Serra do Raio ou do Ouro e estas abrangem as comunidades de São
Gonçalo do Rio das Pedras, Milho Verde e Capivari, todas pertencentes ao município
do Serro, MG. A área abrange ainda parte da Área de Proteção Ambiental Estadual das
Águas Vertentes, e a zona de amortecimento do Parque Estadual do Pico do Itambé.
A região situa-se na Serra do Espinhaço, declarada Reserva da Biosfera pela
UNESCO em 2005, uma das regiões consideradas de maior biodiversidade do planeta,
e, além disso, constitui, graças à porosidade de sua composição granítica, uma reserva
hídrica de extrema importância, abastecedora das bacias do rios São Francisco, Doce e
Jequitinhonha.
A Serra do Raio, abrangida pela UC, é responsável pelo abastecimento de água
das comunidades de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Vau e Capivari.
3.2 Acesso
Localizada a aproximadamente 340 km de Belo Horizonte, a área do
Monumento Natural da Várzea do Lageado e Serra do Raio possui acesso através da
cidade de Serro (26 km) e da cidade de Diamantina (50 km), com acesso principal pelo
distrito de Milho Verde, Serro.
A partir de Belo Horizonte, seguir a BR 040 no sentido Sete Lagoas até o trevo
para a BR 135 que está localizado a 20 km aproximadamente do município de
Paraopeba (MG). Seguir 60 km até o município de Curvelo (MG). Deste ponto em
diante, entrar no trevo para a BR 259, ligando Curvelo a Diamantina e depois para
Datas/Serro. De Serro até o distrito de Milho Verde são 20 Km de estrada não
asfaltada. Este acesso no entanto, se encontra no inicio do processo de pavimentação.
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Fig. 1 – Mapa de acesso ao distrito de Milho Verde, local do Monumento Natural Várzea do
Lageado. Fonte: http://www.milhoverdemg.com.br/milhoverde-comochegar.html
Fig. 2 - Foto do acesso à Milho Verde, 1km antes de chegar no Serro.
Fonte: http://www.milhoverdemg.com.br/milhoverde-comochegar.html
11
Fig. 3 – Mapa de acesso à UC proposta.
12
4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
4.1 Clima
O regime climático da região é tipicamente tropical ocorrendo uma estação
chuvosa e outra seca. Segundo a classificação de Köppen, o clima da região comum a
Cordilheira do Espinhaço como um todo, é mesotérmico brando, tipo Cwb
(intertropical). As temperaturas nos meses de verão são agradáveis (22-28°c), devido às
altitudes elevadas e o inverno é pouco rigoroso (10-15°c) (Plano de Gestão da APA das
Águas Vertentes/MG, 2005).
Analisando os dados de precipitação média nos últimos 10 anos, registrados na
estação meteorológica de Diamantina, destaca-se a ocorrência de dois períodos distintos
(Plano de Manejo PEPI, 2004):
- Estação chuvosa: inicia-se em novembro e termina em março, com uma média de
precipitação pluviométrica de 223,19 mm para o período. O mês de maior pluviosidade
é dezembro, com precipitação média de 300,99; e,
- Estação seca: inicia-se em junho, estendendo-se até agosto, com uma média de 8,25
mm no período. O mês de menor pluviosidade média é julho com 4,07 mm.
A região apresenta totais anuais de precipitação de aproximadamente 1500 mm
chegando a atingir 1750 mm em Diamantina. Podemos identificar a estação chuvosa nos
meses de outubro a março. E o período seco ocorre de maio a agosto. Possui
temperatura média anual de 18,96°c. O verão da região é quente, com temperaturas
superiores a 22°c. E no inverno pode chegar a 4°c. (Plano de Gestão da APA das Águas
Vertentes/MG, 2005)
13
4.2 Recursos Hídricos
Minas Gerais tem um dos maiores potenciais hídricos do país.
Aproximadamente 90% da sua área total é drenada por cinco grandes bacias
hidrográficas: São Francisco, Grande, Paranaíba, Doce e Jequitinhonha (Plano de
Manejo Parque Estadual do Pico do Itambé, 2004)
A Serra do Espinhaço corta o estado de Minas Gerais no sentido Norte-Sul e
juntamente com a Serra da Canastra são responsáveis pela configuração da rede de
drenagem das principais bacias do Estado (Plano de Manejo Parque Estadual do Pico do
Itambé, 2004).
Inserido no contexto da região leste da Serra do Espinhaço Meridional, a área
proposta para criação da UC, é banhada pelas bacias do Rio Jequitinhonha e do Rio
Capivari e abriga um grande número de nascentes destacando a nascente do rio
Capivari, do córrego Lajeado, do rio das Pedras e do córrego do Feijão, nascentes que
abastecem as comunidades de Vau, Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras e
Capivari (Mapa de hidrografia anexo).
4.3 Solo
Dentre as classes mapeadas na região em questão destacam-se, quanto à
distribuição geográfica, os Neossolos Litólicos, Nitossolos Vermelhos Distróficos,
Cambissolos, Neossolos Quartzarênicos, Organossolos Mésicos e afloramentos de
rocha.
O solo dominante na região é o Neossolo Litólico Psamítico típico (RLq), que
ocorre sempre associado a Neossolo Quartzarênico Hidromórfico típico. Os ecotipos
vegeatis espontaneamente encontrados nesse pedoambiente são o campo cerrado, campo
e campo rupestre. (Plano de Manejo do Parque Estadual Pico do Itambé, 2004).
· Neossolo Quartzarênico Hidromórfico típico:
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Encontrado associado a Organossolo Mésico Sáprico típico, a Neossolo Litólico
Psamítico típico e a Afloramentos de Rocha. Mapeado nas superfícies de aplainamento
situadas entre 1800 e 1600, entre 1350 e 1500 e entre 1300 e 1200 metros de altitude,
onde o relevo varia de plano a suave ondulado e as declividades oscilam entre 2 e 7%.
Se origina de metaquartzitos do Supergrupo Espinhaço, do Pré Cambriano. O ecotipo
vegetal espontaneamente encontrado nesse pedoambiente é o campo rupestre. Apresenta
baixa fertilidade natural.
· Organossolo Mésico Sáprico típico:
Mapeado nas cabeceiras de drenagem das superfícies de aplainamento situadas
entre 1800 e 1600, entre 1350 e 1500 e entre 1300 e 1200 metros de altitude, onde o
relevo é plano. É originado de materiais orgânicos, que se acumulam em ambientes
saturados com água a maior parte do ano, pois as condições anaeróbicas do
pedoambiente impedem a sobrevivência de microorganismos decompositores aeróbicos.
· Neossolo Quartzarênico Órtico típico
Mapeado no sopé de escarpas quartzíticas, entre 1100 e 1300 metros de altitude,
a nordeste e sudeste do Parque, onde o relevo é ondulado e forte ondulado, com
declividades oscilando entre 10 e 30%. Origina-se de sedimentos provenientes
metarenitos do Supergrupo Espinhaço, do Pré Cambriano. É extremamente drenado,
pois apresenta textura arenosa e estrutura em grãos simples, o que lhe confere elevada
macroporosidade. A cobertura vegetal é típica desse pedoambiente é o campo cerrado,
ecotipos adaptados a déficit hídrico sazonal, uma vez que suas espécies possuem
sistema radicular adaptado a absorver água em grandes profundidades.
· Cambissolo Háplico Tb Distrófico Latossólico
Ocorre no terço inferior e sopé das encostas dissecadas, entre 750 e 800 metros
de altitude e nas superfícies de aplainamento situadas a 1250 e 1400 metros, embasadas
por litologias da Formação Macaúbas. O relevo é suave ondulado a ondulado e as
15
declividades oscilam entre 4 e 16%. Origina-se de quartzomoscovita-xisto xistos do
Grupo Macaúbas, do Pré Cambriano. O ecotipo vegetal nativo desse pedoambiente é o
cerradão.
· Nitossolo Vermelho Distrófico Latossólico
Mapeado na área central do Parque Estadual do Pico do Itambé, entre 1100 e
1300 metros de altitude e é formado a partir de rochas básicas e xistos do Grupo
Macaúbas. O relevo é ondulado e forte ondulado e as declividades oscilam entre 15 e
30%. A cobertura vegetal típica desse pedoambiente é o cerradão e o cerrado. Apesar da
baixa fertilidade natural, seus atributos físicos, favorecem o desenvolvimento e a
manutenção da biodiversidade.
4.4 Relevo
A região faz parte do geossistema denominado Serra do Espinhaço Meridional,
que corresponde a um conjunto maciço de relevos estruturais dobrados, quebrados e
desnivelados por falhamentos, elaborados em quartzitos ortoquartízicos e quartzitos
conglomeráticos com intercalações lenticulares de filitos e xistos do supergrupo
espinhaço.
Vales escarpados adaptados a falhas, delimitados por cumeadas aguçadas,
seguem as linhas aguçadas, as linhas preferenciais N-S da estrutura e compõem setores
de dissecação diferencial. No dorso, relevos residuais do tipo inselbergue elevam-se
sobre planos desnudados revestidos de campos rupestres. Do sopé desses residuais
partem rampas pedimentadas que coalescem em depressões rasas preenchidas com
areias resultantes da desagregação das rochas quartzícas. As rochas que compõem essa
unidade são os quartzitos, filitos, metaconglomerados e metavulcânicas.
A região também faz parte do Planalto Dissecado do Centro Sul e do Leste de
Minas, cujo relevo é formado por colinas e cristas com vales encaixados e ou de fundo
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chato, modelados por formas fluviais de dissecação. As altitudes oscilam entre 1000 e
700 metros.
Na área de abrangência da proposta UC o ponto mais alto é o Pico do Raio com
aproximadamente 1.423m de altitude.
5. CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA
5.1 Cobertura Vegetal e Flora
Segundo LOHMANN & PIRANI (1996) a Serra do Espinhaço constitui o centro
de diversidade de numerosos gêneros de muitas famílias, como Asteraceae,
Melastomastaceae, Ericaceae, Leguminoseae, Velloziaceae, Euriocaulaceae, e
Xyridaceae, sendo estas duas últimas incomuns ou mesmo ausentes em outras
formações brasileiras, com flora muito rica, especialmente a campestre, que contém
elevado grau de endemismos.
Ainda segundo estes autores, existem interessantes padrões de distribuição
geográfica das espécies, com vários tipos de disjunções, decorrentes do caráter “ïnsular”
das serras que compõem a Cadeia do Espinhaço.
Nestas serras é observada a ocorrência de “capões de mata” um tipo de
vegetação denominado de florestas em manchas por RIZZINI (1979). Segundo
CAMPOS (1912) esta vegetação ocorre em “ilhas” em meio de formações campestres,
próximo ou nas cabeceiras de córregos sempre onde há acúmulo de água. ANDRADE
LIMA (1965) indicou que os capões das serras do Espinhaço incluem-se no tipo
“Floresta Semi-decídua Pluvial-Nebulosa”, ou mais simplesmente, “Floresta Montana”.
Outros autores ainda demonstram a relevância da cadeia do Espinhaço como
centro de diversidade biológica. Segundo GIULIETTI & PIRANI (1988), o clima,
relevo e condições de solo da Cadeia do Espinhaço oferecem condições para uma flora
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típica que não é encontrada em nenhuma outra parte do Brasil, e cuja variedade é
comparável à das regiões mais ricas do mundo (BRAGA, 1998).
A região pretendida para criação da Unidade de Conservação possui
características do bioma Cerrado, apresentando as fitofisionomias de Campo Limpo,
Sujo, Campo Rupestre, Matas Ciliares e Capões de Mata.
A seguir são apresentadas as fitofionomias preminantes na região, sendo a
caracterização da vegetação baseada nos trabalhos de VELOSO et al. (1991) e
VELOSO (1992) para as áreas de florestas e de RIBEIRO & WALTER (1998) para as
áreas de Cerrado (sentido amplo), incluindo as formações savânicas e as formações
campestres, conforme descrição apresentada a seguir (apud. Plano de Manejo, Parque
Estadual do Pico do Itambé).
Floresta Estacional Semidecidual
O conceito ecológico deste tipo vegetacional está condicionado pela dupla
estacionalidade climática, com época de intensas chuvas de verão, seguidas por
estiagens acentuadas. A percentagem de árvores que perdem as folhas situa-se entre 20
e 50%. Dentro desta formação é observada a Floresta Estacional Semidecidual
Montana, situada nas faixas altimétricas entre 400 e 1500 metros
Cerrado Sentido Restrito (Formações Savânicas)
– Cerrado Típico
Subtipo com vegetação predominante arbóreo-arbustiva, com cobertura arbórea
de 20 a 50% e altura média de três a seis metros. As árvores são inclinadas, tortuosas,
com ramificações irregulares e retorcidas. São observados arbustos e subarbustos
espalhados, com algumas espécies apresentando órgãos subterrâneos perenes
(xilopódios), que permitem a rebrota após queima ou corte. O tronco das plantas
18
lenhosas em geral apresenta cascas com cortiça grossa, fendida ou sulcada, gemas
apicais protegidas por densa pilosidade e folhas rígidas e coriáceas. Ocorre em
Latossolos Vermelho-Amarelo e em Cambissolos, entre outros.
– Cerrado Ralo
Subtipo com vegetação arbóreo-arbustiva, com cobertura arbórea de 5 a 20% e
altura média de dois a três metros e estrato arbustivo-herbáceo destacado. Representa a
forma mais baixa e menos densa de Cerrado sentido restrito. Embora apresente
diferenças estruturais em relação aos demais subtipos de Cerrado a sua composição
florística é similar. Ocorre em Latossolos Vermelho- Amarelo, em Cambissolos e em
Areias Quartzosas, entre outros.
– Cerrado Rupestre
Subtipo com vegetação arbóreo-arbustiva que ocorre em ambientes rupestres, com
cobertura arbórea variável de 5 a 20% e altura média de dois a quatro metros e estrato
arbustivo-herbáceo também destacado. Aparece em mosaicos, incluído entre outros
tipos de vegetação. Embora possua uma estrutura semelhante à do Cerrado Ralo, o
substrato é um critério de fácil diferenciação, sendo raso, com pouco solo, presente
entre afloramentos de rocha. Os solos Litólicos são originados da decomposição de
arenitos e quartzitos, pobres em nutrientes, ácidos e apresentam baixos teores de matéria
orgânica.
Formações Campestres
– Campo Limpo
Tipo fisionômico com predominância de espécies herbáceas, com raros arbustos
e ausência completa de árvores. É encontrado com mais freqüência nas encostas, nas
Chapadas e circundando áreas de Florestas Aluviais, geralmente em solos Litólicos,
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Litossolos, Cambissolos, entre outros. É classificado com relação à profundidade do
lençol freático como:
Campo Limpo Seco: ocorre na presença de lençol freático profundo; e,
Campo Limpo Úmido: ocorre na presença de um lençol freático alto.
– Campo Rupestre
Tipo fisionômico exclusivamente herbáceo-arbustivo, com a presença eventual
de arvoretas pouco desenvolvidas, até dois metros de altura. Geralmente ocorre em
altitudes superiores a 900 metros, em áreas onde há ventos constantes, dias quentes e
noites frias. Ocorre geralmente em solos litólicos ou nas frestas dos afloramentos
rochosos. Apresenta solos ácidos, pobres em nutrientes.
Segundo JOLY (1970), os campos rupestres apresentam o maior número de
endemismos do que qualquer outro tipo de vegetação brasileira, o qual é especialmente
prevalecente em alguns gêneros das famílias já citadas por LOHMANN & PIRANI
(1996), a exemplo de Lamiaceae (Eriope e Hyptis), Caesalpiniaceae (Chamaecrista),
Mimosaceae (Mimosa), Melastomataceae (Marcetia e Microlicia), Eriocaulaceae
(Paepalanthus e Syngonanthus) e Velloziaceae (Vellozia) (HARLEY, 1988).
O cerrado possui um nível alto de riqueza biológica e grande nível de ameaça.
No entanto, o bioma vem sofrendo profundas alterações em decorrência das atividades
humanas, como a mecanização da agricultura e da pecuária, a abertura de estradas, a
construção de empreendimentos e implantação de novos centros urbanos. A
conservação dos recursos biológicos ainda é insatisfatória neste bioma. O Informe
Nacional para Áreas Protegidas de 2009, divulgado pelo Departamento de Áreas
Protegidas (DAP/SBF/MMA), contabiliza 7,44% do bioma Cerrado protegido por
unidades de conservação (federais, estaduais e municipais) dos dois grupos: proteção
integral e uso sustentável (Figura 1).
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) recomenda 10%
do território protegido em unidades de proteção integral. Essa meta também é
20
recomendada pela Convenção sobre Diversidade Biológica, e foi incorporada pela
Política Nacional de Biodiversidade, através de decisão da Comissão Nacional de
Biodiversidade (Conabio). No Brasil, só o bioma Amazônia atingiu essa meta,
totalizando aproximadamente 24,3% de seu território protegido por Unidades de
Conservação.
Citam-se no local pretendido para criação do Monumento Natural, a ocorrência
de espécimes de bromélias, candeias, pteridófitas, briófitas, cactáceaes, sempre vivas
(Eriocaulaceae e Xyridaceae) e Dicksonia selowiana (samambaia imperial ou
samambaiaçu) pteridófita presente na lista mineira de espécies da flora ameaçadas de
extinção, dentre outras.
21
Fig. 4. Unidades de Conservação Federais no Bioma Cerrado
22
5.2. Fauna
Em uma análise geral, pode ser dito que, apesar de apresentar ainda algumas
espécies representativas do bioma Cerrado, a mastofauna da região encontra-se bastante
alterada em sua composição e diversidade, podendo as espécies identificadas serem
consideradas como generalistas, com capacidades de adaptação a diferentes tipos de
habitats. Considerando-se o atual estado de descaracterização das formações vegetais
nativas em toda a região, tem-se que os maiores impactos sobre a mastofauna estão
diretamente relacionados à perda de ambientes.
Algumas espécies de interesse conservacionistas foram registradas para a região,
inclusive consideradas como ameaçadas de extinção para o estado de Minas Gerais,
destacando-se dentre elas o tamanduá-de-colete (Tamanduá tetradactyla), o lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a sussuarana (Puma
concolor) e o guigó (Callicebus personatus), que foram consideradas como de
ocorrência esporádica. Mais comunse residentes na região podem ser citados a lontra
(Lontra longicaudis) e o tatu-de-rabo-mole (Cabassous sp.) O registro pode ser avaliado
tomando-se como base a classificação geral para o gênero. (LESSA, 2004).
Presentes em populações aparentemente reduzidas, espécies de grandes
predadores terrestres como a sussuarana (Puma concolor) e grandes frugívoros e
herbívoros terrestres como o veado-catingueiro (Mazama gouazoupira) dependem
diretamente da preservação de remanescentes florestais para sua sobrevivência. As
formações florestais do Cerrado são extremamente importantes, oferecendo habitats
para espécies que não ocorrem em outras formações fitofisionômicas desse bioma
(REDFORD & FONSECA, 1986). A presença de extensas áreas sem cobertura vegetal
nativa pode, portanto, atuar como barreira para a dispersão e sobrevivência local de
algumas espécies de mamíferos (HARRIS & SILVA-LOPEZ, 1992). De uma maneira
geral, a situação de fragmentação das matas na região deve afetar inclusive as espécies
de pequenos mamíferos (roedores e marsupiais) que ocorrem em áreas florestadas (com
ênfase para aquelas de hábitos arborícolas e escansoriais), que possivelmente não
conseguem se dispersar por estes ambientes.
23
Através da coleta de dados diretos e indiretos por Lessa (2004), foram
registradas informações referentes à ocorrência de 29 espécies de mamíferos na região,
distribuídas em 16 famílias e 07 ordens. A estas espécies podem se somar outras cinco,
que não foram passíveis de identificação momentaneamente ao nível de espécie,
totalizando 34 táxons de mamíferos registrados para a região.
5.2.1 Aves
Estudos com aves da Cadeia do Espinhaço, particularmente na serra do Cipó,
tanto de inventários ornitofaunísticos quanto de biologia de espécies, são numerosos
(e.g. CARNEVALLI, 1980; FEROLLA & CARNEVALLI, 1982; MATTOS & SICK,
1985; PEARMAN, 1990; VIELLIARD, 1990, 1994; WILLIS & ONIKI, 1991a;
COLLAR et al., 1992; VASCONCELOS & LOMBARDI, 1996, 1999, 2001;
ANDRADE, 1998; CORDEIRO et al., 1998; MACHADO et al. 1998; R. B.
MACHADO et al., 1998; VASCONCELOS, 1998, 1999a,b,c,d, 2000a,b, 2001a,b,c,
2002a,b; VASCONCELOS et al., 1998, 1999, 1999, 2001, 2002, 2003, 2003; PARRINI
et al., 1999; BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2000; MELO et al.,2000; MELO-
JÚNIOR et al., 2001; VASCONCELOS & FERREIRA, 2001; VASCONCELOS &
MELO-JÚNIOR, 2001; VASCONCELOS & SILVA, 2003, entre muitos outros).
Existem uma série de informações sobre ocorrências de aves na região. O
botânico francês Auguste de Saint Hilaire, na companhia do botânico brasileiro Antônio
Gomes, do Barão de Langsdorff e do zoólogo Delalande, com a função de estudar a
flora e também de coletar espécimes animais, visitou a região do distrito Diamantino no
ano de 1817 (PINTO, 1952). As mesmas regiões ainda foram visitadas pelo zoólogo J.
B. von Spix e botânico C. F. von Martius, no início de 1818 (PINTO, 1952). No início
de 1819, esteve em Itambé Friedrich Sellow, que veio ao Brasil por intermédio do Barão
de Langsdorff (PINTO, 1952). Em Diamantina, ainda estiveram o francês Eugène
Ménétriès, juntamente com o Barão de Langsdorff, o botânico Ludwig Riedel e o pintor
Moritz Rugendas, em dezembro de 1821, e o entomólogo francês Pierre Emille
Gounelle (PINTO, 1952). Com o objetivo especial de coletar beija-flores, Gounelle
24
esteve em Diamantina pelo menos em 1885 (PINTO, 1952) e em 1902, como provam
exemplares por ele obtidos e doados para o Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo (PINTO, 1938).
Não obstante a passagem desses naturalistas, poucas são as informações
divulgadas sobre aves, ao menos em trabalhos mais acessíveis. PINTO (1938)
mencionou a ocorrência de duas espécies de beija-flores e PINTO (1952) de sete
espécies, incluindo-se aquelas duas. Dentre essas, no entanto, incluem-se ocorrências
importantes, como a da ameaçada codorna-mineira (Nothura minor), cuja localidade-
tipo, ou seja, o lugar de origem do exemplar que serviu de base para a descrição da
espécie, é Diamantina (PINTO, 1978). Esse topônimo também é a localidade-tipo de
uma raça geográfica (subespécie) da codornacomum (Nothura maculosa) (PINTO,
1978). Gounelle descobriu um beija-flor típico da floresta amazônica em Minas Gerais
(VIELLIARD, 1994), que foi reencontrado muitos anos mais tarde, em 1963, e descrito
como um subespécie inédita, Campylopterus largipennis diamantinensis Ruschi, 1963
(vide RUSCHI, 1963, 1964, VIELLIARD, 1994). Essa ave (asa-de-sabre) foi descrita a
partir de quatro exemplares coletados no córrego das Pedras e dos Pinheiros,
Diamantina (RUSCHI, 1963, VIELLIARD, 1994), locais que hoje se incluem no Parque
Estadual do Biribiri. Como parte de um estudo de dissertação de mestrado, Marcelo F.
de Vasconcelos visitou o Parque Estadual Pico do Itambé por cinco dias, tendo
publicado alguns dos resultados obtidos (VASCONCELOS, 2001a, 2002a). No
primeiro trabalho, apresentou a relação das espécies observadas nos campos rupestres e,
no segundo, divulgou o registro do lenheiro-da-serrado- cipó (Asthenes luizae) e de
outras sete espécies de maior interesse para o conhecimento ornitológico regional.
Abordando a área geográfica ocupada pela “região do cerrado”, incluindo as
florestas, foram relacionadas 29 espécies endêmicas e três prováveis, mas
insuficientemente conhecidas. Registrou-se 15 espécies endêmicas do bioma Floresta
Atlântica, seis espécies endêmicas da “região do cerrado”, conforme SILVA (1995c),
cinco espécies endêmicas do ambiente cerrado, conforme SILVA (1995a), e quatro
espécies endêmicas da Cadeia do Espinhaço, conforme VASCONCELOS (2001a). Essa
cadeia montanhosa apresenta cinco espécies de aves endêmicas, das quais uma não
25
ocorre em Minas Gerais, apenas na Bahia (VASCONCELOS, 2001a). As aves
endêmicas do Espinhaço registradas são o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes
scutatus), Scytalopus sp. nov., lenheiro-da-serra-do-cipó (Asthenes luizae) e rabo-mole-
da-serra (Embernagra longicauda).
Das três espécies brasileiras exóticas, segundo SICK (1997), apenas o pardal
(Passer domesticus) pode ser encontrado na região, estando restrito ao ambiente urbano
dos municípios do entorno.
Três espécies da região são consideradas ameaçadas de extinção, a saber:
lenheiro-da-serra-do-cipó (Asthenes luizae), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e
canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola). A primeira é considerada ameaçada no
âmbito global, conforme BIRDLIFE INTERNATIONAL (2000), e tanto ela quanto as
duas restantes são consideradas ameaçadas no âmbito estadual, conforme MACHADO
et al. (1998). Essas espécies e aquelas consideradas como endêmicas da Cadeia do
Espinhaço compreendem as formas de maior interesse conservacionista.
5.2.2 Répteis
Para a área de estudo propriamente dita, nenhum estudo detalhado sobre a fauna
de répteis foi até o momento conduzido, salvo esforços eventuais de coleta realizados
por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (M.
Wachlewski, com. pess.). Na região da Cadeia do Espinhaço como um todo, os poucos
estudos realizados referem-se quase exclusivamente a alguns aspectos da biologia e
sistemática de lagartos, em especial de Tropidurus montanus e de Eurolophosaurus
nanuzae (e.g. RODRIGUES, 1987; PASSONI et al., 2000; VAN-SLUYS et al., 2002;
FONTES et al., 2003). Assim sendo, o presente estudo é o primeiro realizado no que diz
respeito à comunidade local de répteis.
Através dos estudos durante a Avaliação Ecológica Rápida, registrou-se um total
de 31 espécies de répteis. Este valor provavelmente é bastante inferior ao total de
espécies do grupo que ocorre na região, porém a falta de amostragens anterior na área
26
ou em localidades próxima não permite ainda a inferência correta do número de
espécies esperadas.
As serpentes compreendem o grupo mais diversificado dentre os répteis da
região, tanto em termos de riqueza de espécies quanto por seus modos de vida. A
predominância de Colubridae e uma menor diversidade de Boidae e Elapidae
corresponde ao padrão básico registrado para as Serpentes na região Neotropical (e.g.,
MARTINS & OLIVEIRA, 1998).
Levando-se em conta a diversidade de modos de vida das Serpentes, por
exemplo, (com uma grande variedade de tipos de dieta e uso de substratos), e a riqueza
obtida na avaliação ecológica rápida para lagartos e serpentes (11 e 18 espécies,
respectivamente) é possível afirmar que, mesmo em face às modificações sofridas pela
paisagem, a região ainda compreende uma área de diversidade faunística considerável,
em especial de espécies de pequeno porte.
5.2.3 Peixes
A região corresponde a um ramal da Serra do Espinhaço, na qual são marcantes
as falhas geológicas que definem rios e córregos de grande energia. Os ambientes
limnícos presentes nessa região abrangem diversas cachoeiras, pequenos e grandes
cursos d’água e várias nascentes. Os corpos d’água locais apresentam-se em sua maioria
com águas de coloração escura em decorrência da alta concentração de ácidos húmicos.
São encontradas basicamente três categorias de corpos d'água: aqueles formados
nas áreas de altiplano, resultantes do afloramento de água em solos orgânicos e litólicos
que suportam apenas formações vegetais herbáceas e arbustivas; os córregos de encosta
caracterizados pelo declive acentuado e pela grande energia de transporte das águas; e
os córregos e rios situados no sopé da serra, já sobre solos mais evoluídos e, portanto,
margeados por formações florestais.
27
Além das influências desses elementos ao longo do gradiente ambiental, a
composição da fauna aquática de cada corpo d'água é reflexo do estado de conservação
dos ambientes terrestres, do uso do solo das áreas marginais e dos impactos atuantes
sobre a bacia de contribuição correspondente.
O conhecimento sobre a fauna ictíica dos rios do Leste brasileiro é ainda
pequeno, principalmente os rios do alto Jequitinhonha pode ser ainda considerado
insipiente, sobretudo em se tratando dos cursos d'água de primeira e segunda ordens das
cabeceiras.
Segundo os dados disponíveis em BIODIVERSITAS (1998), são 36 espécies
para o rio Jequitinhonha. Destas, são restritas para esta bacia 25 espécies. A princípio,
as três espécies encontradas na avaliação ecológica rápida realizada no PEPI (Astyanax
cf. scabripinnis, Trichomycterus sp. e Gymnotus cf. pantherinus) são de interesse tanto
para a ciência quanto para conservação, sobretudo por representarem as únicas a
subsistir nas coleções d'água do parque e entorno. É provável que a forma de
Trichomycterus coletada constitua uma espécie nova do gênero, cuja lista de espécies é
ampliada na medida em que estudos de campo vão sendo conduzidos em áreas de rios e
córregos de montanha, como no caso ora tratado.
5.2.4 Anfíbios
Segundo FROST (2002), são conhecidas 5.500 espécies de anfíbios em todo o
mundo, sendo que para o Brasil este número ultrapassa 600 espécies (HADDAD, 1998).
Estima-se que a riqueza de anfíbios em Minas Gerais seja em torno de 200 espécies,
representando 33% da riqueza de anfíbios do Brasil, com registros de inúmeras espécies
endêmicas (e.g. Hyla alvarengai, Hyla saxicola,Thoropa megatympanum) (FEIO, 2002;
dados revisados no Global Amphibian Assessment. Amazonian Region Review
Workshop. Species Data Summaries, 2003).
A Serra do Espinhaço possui inúmeras espécies restritas aos seus domínios,
como Hyla nanuzae Bokermann e Sazima , 1973. São ainda encontradas na região,
28
espécies de interesse para a conservação, destacando-se a Hyla alvarengai Bokermann
1956; Hyla saxicola Bokermann 1964; Ceratophrys aurita (Raddi, 1823);
Crossodactylus cf. bokermanni; Leptodactylus camaquara Sazima and Bokermann,
1978; Thoropa megatympanum Caramaschi and Sazima, 1984; e, Pseudopaludicola
mineira Lobo, 1994.
6. INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E PRESSÕES DE IMPACTO
6.1 Riqueza Arqueológica
Não existem informações específicas sobre a arqueologia da região de Serro, a
não ser, dados superficiais observados durante levantamentos de campo para a
elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Pico do Itambé (2004), e cadastro
geral de alguns sítios pré-coloniais na região do Monumento Natural em questão e seu
entorno.
Algumas das escarpas ou afloramentos quartzíticos da região, próximos a cursos
d'água, apresentam testemunhos arqueológicos, dentre eles, figurações rupestres,
instrumentos lascados e polidos e, outros tipos de indícios de uso como quebra-cocos e
afiadores em alguns blocos fixos.
Obviamente, por não conhecer a eventual estatigrafia destes sítios e por não
existir datação de seus vestígios, não é possível especular ainda sobre a idade destas
ocupações. O que se sabe, é que na região da Serra do Cipó há datações de vestígios
humanos oriundos do período Holoceno Antigo como também de alguns séculos atrás.
Durante milênios a região do Espinhaço parece ter sido um importante referencial do
ponto de vista cultural e ambiental, de grupos humanos.
No que se refere às figurações rupestres, testemunhos de mais fácil visibilidade e
por isto, de mais fácil análise preliminar, é possível afirmar que seus conjuntos
principais podem ser atribuídos à conhecida Tradição Estilística Planalto, que
29
predomina na região central de Minas Gerais. Esta mesma unidade estilística pode
também ser observada no norte do Paraná, São Paulo e Goiás. Essas figuras
caracterizam-se, a grosso modo, pela predominância de formas de animais, muitos deles
cervídeos e peixes, associados a conjuntos de traços, pontos, figuras geometrizantes
simples, como também a antropomorfos filiformes. As figuras são em sua grande
maioria elaboradas com tinta diluída, monocrômicas, em tons avermelhados.
Comparando o padrão gráfico das figurações, em especial a anatomia das figuras
zoomorfas, percebe-se que as mesmas apresentam mais detalhamento e leveza em suas
formas. Outro aspecto que chama atenção no tratamento gráfico das figuras da região do
Espinhaço é o preenchimento das mesmas com traços, pastilhas e pontos, menos comum
na região do calcário, sobretudo da região cárstica de Lagoa Santa.
Pode ser observada na superfície de alguns abrigos, sedimentos orgânicos
provavelmente arqueológicos, com eventuais artefatos, no entanto, muitos destes
indícios foram perturbados pelas ocupações pretéritas, principalmente nos últimos
séculos. Uma questão que foi recorrente nas observações de campo é a de que muitos
destes abrigos foram, a partir do século XVIII, utilizados como abrigo por garimpeiros,
tropeiros, catadores de sempre-viva, dentre outros.
Muitas destas lapas apresentam sinais de fuligem sobre as figurações rupestres,
jiraus e estruturas de fogueiras, fogões e vasilhames. Por sua vez, estas ocupações
apresentam importante valor etnográfico e histórico.
Outra informação fundamental para o conhecimento mais aprofundado sobre o
processo de ocupação humana desta região, seria também a identificação de sítios pré-
históricos a céu aberto, na maioria das vezes, testemunhos de antigos acampamentos de
grupos humanos. No entanto, identificar estes sítios se torna ainda mais difícil,
principalmente em locais encobertos por vegetação. Boa parte das vezes que este tipo de
sítio é identificado, ocorre através da indicação estes são indicados por trabalhadores
rurais quando do revolvimento do solo para plantio, que visualizam principalmente
fragmentos cerâmicos e pedaços de instrumentos pétreos.
30
Muitos destes sítios se encontram nas proximidades de cursos d'água e terraços
de rios. Avalia-se que as atividades mineradoras intensivas desenvolvidas nas calhas dos
principais cursos d'água podem também ter comprometido a integridade destes
eventuais sítios.
Nos afloramentos laterais das cachoeiras e corredeiras do Lageado podem ser
encontrados alguns conjuntos de abrigos que possuem figurações rupestres típicas da
Tradição Planalto (Figura XXX). Trata-se de figuras vermelhas, muitas delas
representações de peixes, quadrúpedes preenchidas por pontos e traços (fotos 2.13 B a
D).
Alguns destes abrigos também são freqüentemente visitados por turistas, muitos
deles levados por guias locais. A presença destes sítios atesta a necessidade de
investigações científicas e preservação destas.
Figura 5 (A) Vista Geral Lapa do Lageado; 5 (B) a 5 (D) Conjunto de grafismos rupestres
31
6.2 Conflitos
Toda a região encontra-se bastante alterada pelas atividades antrópicas. O
turismo sem planejamento e controle, as atividades agropecuárias, o extrativismo
vegetal e mineral, a caça e pesca, o fogo, são alguns exemplos de como a região vem
sendo degradada. Outros problemas como a contaminação biológica do ambiente por
espécies exóticas, traz risco à sobrevivência das espécies nativas, comprometendo o
ecossistema. Neste contexto, algumas espécies da flora e fauna, citados anteriormente,
caracterizam esta pressão.
6.2.1 Extrativismo
O extrativismo faz parte das atividades econômicas dos moradores de toda a
região, já que representam complementação na renda das famílias (quer seja de forma
monetária ou não), e possui implicações negativas à área em questão.
A retirada de lenha é uma das formas de extrativismo, principalmente da candeia
para consumo e para venda. A quase totalidade das famílias do entorno possuem fogão à
lenha e, mesmo que seja para consumo, a retirada de lenha representa uma grande
economia para a renda familiar.
Outras formas de extrativismo também estão presentes como a coleta de sempre-
vivas, frutas, raízes e a retirada de bromélias e orquídeas.
De acordo com as informações do INSTITUTO TERRA BRASILIS (1999) a
atividade de comercialização da sempre-viva teve início nos anos 30, através de um
comerciante de Diamantina. O comércio deu início ao sistema de coleta dessas flores,
um trabalho de caráter familiar, com a participação das mulheres e crianças, diferente de
outro processo extrativista que ocorria na região, a mineração, mundo quase que
exclusivamente masculino.
32
Ainda valendo-se da mesma fonte, o crescimento das vendas e a grande procura
pela sempre-viva acabou por modificar as relações até então existentes, uma vez que os
campos eram livres para quaisquer pessoas que quisesse coletá-las. Os campos passaram
a ser arrendados, sendo que o dono recebia parte dos lucros coma venda do produto.
Portanto, áreas que eram livres para coleta passaram a ser proibidas, resultando em
conflitos, muitas vezes armados e com vítimas.
A coleta de sempre-viva envolve muitos trabalhadores e em diferentes “funções”
(TERRA BRASILIS, 1999):
- Coletores ou apanhadores: em sua maioria moradores de pequenas comunidades
rurais, que coletam as flores de forma autônoma ou contratada. Os autônomos fazem a
coleta em campos livres, e os contratados fazem a coleta baseada em contrato informal
com o proprietário do campo, destinando-lhe parte do produto;
- Arrendadores: são proprietários ou responsáveis pelos campos de coleta, que arrendam
ou contratam os coletores para a extração das flores. O pagamento que os arrendadores
recebem pela coleta é por produção (meia, terça ou quarta parte do total coletado) ou
preço fixo, estipulado antes do início da coleta;
- Turmeiros: são os donos de veículos que transportam os coletores para o campo e
também o produto colhido; e,
- Comerciantes: nesse grupo estão os pequenos e grandes intermediários.
Os pequenos intermediários geralmente são comerciantes locais de produtos
(que não tem origem extrativa), que estão estabelecidos nas pequenas comunidades.
Costumam receber em produto (flores coletadas) pelo pagamento das dívidas contraídas
em seus estabelecimentos pelos coletores. O grande intermediário é aquele que vive
exclusivamente do comércio da sempre-viva (e outros produtos vegetais coletados,
como musgos, sementes, etc.), possuindo barracão para um primeiro beneficiamento da
flor.
33
6.2.2 Gado
Toda a região é utilizada para criação de gado. Este é um fator histórico e com a
criação da U.C. pode-se vislumbrar problemas com esta ação, tais como: resistência
para retirada do gado da área e uso do fogo para renovação de pastagem (prática já
comumente utilizada).
Em função das atividades agropecuárias e a forma de manejo adotadas, como o
fogo, retirada da vegetação nativa e matas ciliares, a região, assim como praticamente
todas as regiões declivosas da Serra do Espinhaço, sofre vários impactos e constante
degradação do meio ambiente. Além do risco de extinção de espécies nativas, o solo
também está sendo degradado, levando a diversos níveis de erosão. Os corpos d’água
acabam se tornando assoreados, com as margens desprotegidas e erodidas, e a água
contaminada por resíduos animais provenientes das atividades pecuárias.
6.2.3 Espécies Exóticas e Invasoras
Com o desenvolvimento destas atividades agropecuárias a presença e invasão por
espécies vegetais exóticas em especial a brachiaria (Brachiaria sp) e o capim meloso
(Melinis minutiflora), além da samambaia (Pteridium aquilinum), grande invasora de
ambientes alterados, agravam os problemas para o meio ambiente local e regional.
Margens de relevantes Lapas se encontram dominadas por samambaias, indicando
ação antrópica na área e acidificação do solo. Estas áreas são consideradas críticas em
época seca, pelo grande volume de combustível que apresentam, o que aumenta o risco
de um incêndio florestal em grandes proporções.
34
7. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA
A categoria Monumento Natural não prevê desapropriação das propriedades.
Segundo o SNUC (2000):
“Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico
preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica. § 1o O Monumento Natural pode ser constituído por
áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os
objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos
naturais do local pelos proprietários.”
Foi realizado levantamento junto à Comarca de Serro dos proprietários e
posseiros existentes na área prevista neste documento. As propriedades identificadas
estão citadas na tabela abaixo e os registros de imóveis, bem como documento de posse,
encontrados estão anexos.
Nº MATRÍCULA/
PROPRIEDADE
DATA PROPRIETÁRIO(S) LOCALIZAÇÃO ÁREA
3.630 069/06/2000 Dílson Lourenço
Carmindo
Rua do
Cruzeirinho
Milho Verde
1.000 m²
3.891 16/07/2002 Dílson Lourenço
Carmindo
Lama Preta –
Rod. Serro Milho
Verde Km 25
16,59 ha
3.903
Imóvel “Retiro de
Criar no
Capivari”
04/09/2002 José Marcílio Nunes
Filho
A 3 km de
Capiavri
98,80 ha
1.718
Imóvel “Lapinha”
“Ausentes”
“Córrego Fundo”
1984
1998
2001
Marcio Candido,
Alice Beatriz. Alice
Ribeiro
Milho Verde 145,20ha
1.431 1983 Josias Ferreira de
Moraes
R. do Quartel,
Milho Verde
20 x 24m
3.359 1996 Josias Ferreira de
Moraes
“Serra da
Bocaina” Milho
Verde
8,60ha
3.600 2000 Josias Ferreira de R. Direita Milho 21 x 37m
35
Moraes Verde
1.800
“Córrego do
Meio”
1985 Alcides Sincurá
Ribeiro e Gilza
Aparecida Ribeiro
São Gonçalo do
Rio das Pedras
15,82ha
Documento de
Posse de Terra
Roberto Barroso Várzea do
Lageado, Milho
Verde
36
8. NOME, CATEGORIA DE MANEJO E JUSTIFICATIVA PARA SUA
INCLUSÃO
A região da Serra do Raio e Várzea do Lageado (distritos de Milho Verde, Serro
e Capivari) apresenta alto potencial para criação de uma Unidade de Conservação de
proteção integral visando principalmente à proteção das nascentes que abastecem as
comunidades de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Vau e Capivari, dentre
outras diversas.
A Unidade de Conservação pretendida auxiliará na proteção da biodiversidade
local, no planejamento territorial da região e na proteção de importantes pinturas
rupestres. A implantação da U.C. irá trazer para a região, que possui sérios problemas
sociais, a possibilidade de continuidade do desenvolvimento do turismo ecológico,
gerando rendas e empregos através da garantia de preservação de seus atrativos, vindo
ainda ao encontro das metas do Estado de Minas Gerais em se ampliar o quadro de áreas
protegidas.
Propõe-se a criação de um Monumento Natural, pois além de apresentar
características tão peculiares e expressivas quanto à riqueza e diversidade de espécies de
fauna e flora; extrema beleza cênica; vocação para o turismo sustentável; interpretação e
educação ambiental; potencial para a realização de pesquisas científicas deverá ter sua
categoria de manejo como unidade de proteção integral.
A categoria de Monumento Natural escolhida para o local justifica-se ainda por
permitir a permanência de moradores desde que estes não causem impactos que vão
contra os interesses da UC. Neste caso, há alguns proprietários na área e posseiros que
não precisariam ser desapropriados minimizando os custos de implantação da UC.
A escolha do nome da UC pretendida, segue a determinação do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação que orienta que “a denominação de cada unidade
de conservação deverá basear-se, preferencialmente na sua característica natural mais
37
significativa, ou na sua denominação mais antiga, dando-se prioridade, neste último
caso, às designações indígenas ancestrais.” (SNUC, Decreto 4.340, capítulo I, Art. 3º,
2002).
A Várzea do Lageado e a Serra do Raio representam um referencial na paisagem
e no cotidiano das comunidades do seu entorno além de ser também já conhecida pela
maioria dos turistas que visitam a região. O nome está intimamente ligado à aspectos
geográficos físicos existentes na área.
38
9. MEMORIAL DESCRITIVO
Imóvel: MONUMENTO NATURAL ESTADUAL VARZEA DO LAGEADO E
SERRA DO RAIO
Gestor: INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS
Município: SERRO - MG
Comarca: SERRO – MINAS GERAIS.
Área Total: 2199,9754 ha Perímetro Total: 25404,47 m
DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO
Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice P-06, de coordenadas (N) 7961955,4500m e (E)
663133,3300 m, , com os seguintes azimutes e distâncias: 111°54'01" e 91,450 m até o vértice
P-07, de coordenadas (N) 7961921,3400m e (E) 663218,1800m; 139°05'04" e 103,245 m até o
vértice P-08, de coordenadas (N) 7961843,3200m e (E) 663285,8000m; 172°41'48" e 196,736
m até o vértice P-09, de coordenadas (N) 7961648,1800m e (E) 663310,8100m; 173°41'46" e
153,096 m até o vértice P-10, de coordenadas (N) 7961496,0100m e (E) 663327,6200m;
165°45'54" e 156,000 m até o vértice P-11, de coordenadas (N) 7961344,8000m e (E)
663365,9800m; 154°49'57" e 177,677 m até o vértice P-12, de coordenadas (N)
7961183,9900m e (E) 663441,5400m; 153°21'31" e 140,966 m até o vértice P-13, de
coordenadas (N) 7961057,9900m e (E) 663504,7500m; 165°26'46" e 24,434 m até o vértice P-
14, de coordenadas (N) 7961034,3400m e (E) 663510,8900m; 145°57'58" e 90,104 m até o
vértice P-15, de coordenadas (N) 7960959,6700m e (E) 663561,3200m; 183°33'54" e 128,499
m até o vértice P-16, de coordenadas (N) 7960831,4200m e (E) 663553,3300m; 158°48'23" e
43,760 m até o vértice P-17, de coordenadas (N) 7960790,6200m e (E) 663569,1500m;
141°02'48" e 76,525 m até o vértice P-18, de coordenadas (N) 7960731,1100m e (E)
663617,2600m; 144°17'39" e 60,158 m até o vértice P-19, de coordenadas (N) 7960682,2600m
e (E) 663652,3700m; 157°16'31" e 46,673 m até o vértice P-20, de coordenadas (N)
7960639,2100m e (E) 663670,4000m; 170°39'54" e 57,643 m até o vértice P-21, de
coordenadas (N) 7960582,3300m e (E) 663679,7500m; 174°51'19" e 196,381 m até o vértice
P-22, de coordenadas (N) 7960386,7400m e (E) 663697,3600m; 28°30'34" e 92,394 m até o
vértice P-23, de coordenadas (N) 7960467,9300m e (E) 663741,4600m; 45°40'44" e 99,058 m
até o vértice P-24, de coordenadas (N) 7960537,1400m e (E) 663812,3300m; 72°13'59" e
121,222 m até o vértice P-25, de coordenadas (N) 7960574,1300m e (E) 663927,7700m;
92°21'01" e 51,453 m até o vértice P-26, de coordenadas (N) 7960572,0200m e (E)
663979,1800m; 135°49'11" e 81,071 m até o vértice P-27, de coordenadas (N) 7960513,8800m
e (E) 664035,6800m; 132°12'24" e 40,190 m até o vértice P-28, de coordenadas (N)
7960486,8800m e (E) 664065,4500m; 118°10'11" e 18,365 m até o vértice P-29, de
coordenadas (N) 7960478,2100m e (E) 664081,6400m; 129°41'30" e 12,229 m até o vértice P-
30, de coordenadas (N) 7960470,4000m e (E) 664091,0500m; 173°41'37" e 7,465 m até o
vértice P-31, de coordenadas (N) 7960462,9800m e (E) 664091,8700m; 191°47'44" e 35,173 m
até o vértice P-32, de coordenadas (N) 7960428,5500m e (E) 664084,6800m; 183°14'11" e
19,131 m até o vértice P-33, de coordenadas (N) 7960409,4500m e (E) 664083,6000m;
184°04'39" e 10,126 m até o vértice P-34, de coordenadas (N) 7960399,3500m e (E)
39
664082,8800m; 198°26'44" e 17,098 m até o vértice P-35, de coordenadas (N) 7960383,1300m
e (E) 664077,4700m; 220°03'35" e 8,950 m até o vértice P-36, de coordenadas (N)
7960376,2800m e (E) 664071,7100m; 234°40'20" e 63,173 m até o vértice P-37, de
coordenadas (N) 7960339,7500m e (E) 664020,1700m; 248°22'47" e 12,919 m até o vértice P-
38, de coordenadas (N) 7960334,9900m e (E) 664008,1600m; 192°21'11" e 36,413 m até o
vértice P-39, de coordenadas (N) 7960299,4200m e (E) 664000,3700m; 214°49'52" e 18,384 m
até o vértice P-40, de coordenadas (N) 7960284,3300m e (E) 663989,8700m; 222°25'13" e
81,534 m até o vértice P-41, de coordenadas (N) 7960224,1400m e (E) 663934,8700m;
214°58'40" e 122,057 m até o vértice P-42, de coordenadas (N) 7960124,1300m e (E)
663864,9000m; 201°30'24" e 28,505 m até o vértice P-43, de coordenadas (N) 7960097,6100m
e (E) 663854,4500m; 226°50'04" e 100,729 m até o vértice P-44, de coordenadas (N)
7960028,7000m e (E) 663780,9800m; 239°54'15" e 42,916 m até o vértice P-45, de
coordenadas (N) 7960007,1800m e (E) 663743,8500m; 210°50'44" e 84,724 m até o vértice P-
46, de coordenadas (N) 7959934,4400m e (E) 663700,4100m; 205°55'11" e 35,735 m até o
vértice P-47, de coordenadas (N) 7959902,3000m e (E) 663684,7900m; 183°06'40" e 30,034 m
até o vértice P-48, de coordenadas (N) 7959872,3100m e (E) 663683,1600m; 194°13'40" e
129,182 m até o vértice P-49, de coordenadas (N) 7959747,0900m e (E) 663651,4100m;
166°00'05" e 18,479 m até o vértice P-50, de coordenadas (N) 7959729,1600m e (E)
663655,8800m; 134°40'22" e 85,413 m até o vértice P-51, de coordenadas (N) 7959669,1100m
e (E) 663716,6200m; 140°11'33" e 193,608 m até o vértice P-52, de coordenadas (N)
7959520,3800m e (E) 663840,5700m; 172°07'08" e 22,462 m até o vértice P-53, de
coordenadas (N) 7959498,1300m e (E) 663843,6500m; 217°47'36" e 17,868 m até o vértice P-
54, de coordenadas (N) 7959484,0100m e (E) 663832,7000m; 245°13'42" e 59,450 m até o
vértice P-55, de coordenadas (N) 7959459,1000m e (E) 663778,7200m; 261°32'44" e 77,674 m
até o vértice P-56, de coordenadas (N) 7959447,6800m e (E) 663701,8900m; 232°38'29" e
22,281 m até o vértice P-57, de coordenadas (N) 7959434,1600m e (E) 663684,1800m;
196°52'35" e 75,230 m até o vértice P-58, de coordenadas (N) 7959362,1700m e (E)
663662,3400m; 172°13'24" e 149,727 m até o vértice P-59, de coordenadas (N)
7959213,8200m e (E) 663682,6000m; 145°19'03" e 14,252 m até o vértice P-60, de
coordenadas (N) 7959202,1000m e (E) 663690,7100m; 91°55'42" e 26,745 m até o vértice P-
61, de coordenadas (N) 7959201,2000m e (E) 663717,4400m; 109°16'22" e 39,144 m até o
vértice P-62, de coordenadas (N) 7959188,2800m e (E) 663754,3900m; 136°26'33" e 25,280 m
até o vértice P-63, de coordenadas (N) 7959169,9600m e (E) 663771,8100m; 174°42'01" e
216,636 m até o vértice P-64, de coordenadas (N) 7958954,2500m e (E) 663791,8200m;
189°08'31" e 190,520 m até o vértice P-65, de coordenadas (N) 7958766,1500m e (E)
663761,5500m; 172°50'17" e 48,206 m até o vértice P-66, de coordenadas (N) 7958718,3200m
e (E) 663767,5600m; 194°32'12" e 18,885 m até o vértice P-67, de coordenadas (N)
7958700,0400m e (E) 663762,8200m; 198°07'35" e 17,614 m até o vértice P-68, de
coordenadas (N) 7958683,3000m e (E) 663757,3400m; 246°15'21" e 31,715 m até o vértice P-
69, de coordenadas (N) 7958670,5300m e (E) 663728,3100m; 236°51'03" e 17,629 m até o
vértice P-70, de coordenadas (N) 7958660,8900m e (E) 663713,5500m; 180°50'17" e 395,192
m até o vértice P-71, de coordenadas (N) 7958265,7400m e (E) 663707,7700m; 185°03'16" e
60,726 m até o vértice P-72, de coordenadas (N) 7958205,2500m e (E) 663702,4200m;
201°51'56" e 106,383 m até o vértice P-73, de coordenadas (N) 7958106,5200m e (E)
663662,8000m; 218°51'43" e 154,149 m até o vértice P-74, de coordenadas (N)
7957986,4900m e (E) 663566,0800m; 230°11'51" e 23,651 m até o vértice P-75, de
coordenadas (N) 7957971,3500m e (E) 663547,9100m; 214°34'23" e 38,875 m até o vértice P-
76, de coordenadas (N) 7957939,3400m e (E) 663525,8500m; 234°07'50" e 25,088 m até o
vértice P-77, de coordenadas (N) 7957924,6400m e (E) 663505,5200m; 214°34'35" e 15,242 m
até o vértice P-78, de coordenadas (N) 7957912,0900m e (E) 663496,8700m; 197°45'40" e
46,780 m até o vértice P-79, de coordenadas (N) 7957867,5400m e (E) 663482,6000m;
40
184°23'35" e 63,055 m até o vértice P-80, de coordenadas (N) 7957804,6700m e (E)
663477,7700m; 212°36'10" e 21,046 m até o vértice P-81, de coordenadas (N) 7957786,9400m
e (E) 663466,4300m; 199°54'41" e 34,120 m até o vértice P-82, de coordenadas (N)
7957754,8600m e (E) 663454,8100m; 174°57'17" e 42,756 m até o vértice P-83, de
coordenadas (N) 7957712,2700m e (E) 663458,5700m; 163°19'16" e 10,836 m até o vértice P-
84, de coordenadas (N) 7957701,8900m e (E) 663461,6800m; 192°40'18" e 93,907 m até o
vértice P-85, de coordenadas (N) 7957610,2700m e (E) 663441,0800m; 167°38'20" e 17,424 m
até o vértice P-86, de coordenadas (N) 7957593,2500m e (E) 663444,8100m; 186°41'47" e
157,877 m até o vértice P-87, de coordenadas (N) 7957436,4500m e (E) 663426,4000m;
190°03'09" e 205,383 m até o vértice P-88, de coordenadas (N) 7957234,2200m e (E)
663390,5500m; 213°12'24" e 13,804 m até o vértice P-89, de coordenadas (N) 7957222,6700m
e (E) 663382,9900m; 234°43'05" e 198,182 m até o vértice P-90, de coordenadas (N)
7957108,2000m e (E) 663221,2100m; 225°01'02" e 23,582 m até o vértice P-91, de
coordenadas (N) 7957091,5300m e (E) 663204,5300m; 237°37'04" e 107,792 m até o vértice
P-92, de coordenadas (N) 7957033,8000m e (E) 663113,5000m; 207°44'42" e 211,326 m até o
vértice P-93, de coordenadas (N) 7956846,7700m e (E) 663015,1200m; 226°20'23" e 25,406 m
até o vértice P-94, de coordenadas (N) 7956829,2300m e (E) 662996,7400m; 227°06'14" e
24,461 m até o vértice P-95, de coordenadas (N) 7956812,5800m e (E) 662978,8200m;
246°13'57" e 72,848 m até o vértice P-96, de coordenadas (N) 7956783,2200m e (E)
662912,1500m; 228°19'06" e 46,422 m até o vértice P-97, de coordenadas (N) 7956752,3500m
e (E) 662877,4800m; 227°18'02" e 82,444 m até o vértice P-98, de coordenadas (N)
7956696,4400m e (E) 662816,8900m; 218°24'34" e 40,046 m até o vértice P-99, de
coordenadas (N) 7956665,0600m e (E) 662792,0100m; 196°59'52" e 35,679 m até o vértice P-
100, de coordenadas (N) 7956630,9400m e (E) 662781,5800m; 178°32'29" e 80,536 m até o
vértice P-101, de coordenadas (N) 7956550,4300m e (E) 662783,6300m; 208°05'33" e 13,421
m até o vértice P-102, de coordenadas (N) 7956538,5900m e (E) 662777,3100m; 241°27'47" e
184,437 m até o vértice P-103, de coordenadas (N) 7956450,4800m e (E) 662615,2800m;
230°40'06" e 21,047 m até o vértice P-104, de coordenadas (N) 7956437,1400m e (E)
662599,0000m; 201°36'29" e 163,500 m até o vértice P-105, de coordenadas (N)
7956285,1300m e (E) 662538,7900m; 208°55'11" e 39,187 m até o vértice P-106, de
coordenadas (N) 7956250,8300m e (E) 662519,8400m; 219°09'10" e 356,071 m até o vértice
P-107, de coordenadas (N) 7955974,7100m e (E) 662295,0200m; 203°33'07" e 69,172 m até o
vértice P-108, de coordenadas (N) 7955911,3000m e (E) 662267,3800m; 193°42'55" e 26,403
m até o vértice P-109, de coordenadas (N) 7955885,6500m e (E) 662261,1200m; 208°23'45" e
243,986 m até o vértice P-110, de coordenadas (N) 7955671,0200m e (E) 662145,0900m;
222°36'23" e 21,671 m até o vértice P-111, de coordenadas (N) 7955655,0700m e (E)
662130,4200m; 238°25'43" e 154,309 m até o vértice P-112, de coordenadas (N)
7955574,2800m e (E) 661998,9500m; 252°03'27" e 37,525 m até o vértice P-113, de
coordenadas (N) 7955562,7200m e (E) 661963,2500m; 259°29'43" e 68,946 m até o vértice P-
114, de coordenadas (N) 7955550,1500m e (E) 661895,4600m; 248°37'22" e 28,093 m até o
vértice P-115, de coordenadas (N) 7955539,9100m e (E) 661869,3000m; 235°35'50" e 217,396
m até o vértice P-116, de coordenadas (N) 7955417,0800m e (E) 661689,9300m; 221°54'53" e
71,599 m até o vértice P-117, de coordenadas (N) 7955363,8000m e (E) 661642,1000m;
226°05'35" e 178,287 m até o vértice P-118, de coordenadas (N) 7955240,1600m e (E)
661513,6500m; 216°09'18" e 402,341 m até o vértice P-119, de coordenadas (N)
7954915,3000m e (E) 661276,2800m; 213°32'38" e 27,164 m até o vértice P-120, de
coordenadas (N) 7954892,6600m e (E) 661261,2700m; 227°41'17" e 95,742 m até o vértice P-
121, de coordenadas (N) 7954828,2100m e (E) 661190,4700m; 230°44'21" e 45,113 m até o
vértice P-122, de coordenadas (N) 7954799,6600m e (E) 661155,5400m; 222°10'44" e 85,487
m até o vértice P-123, de coordenadas (N) 7954736,3100m e (E) 661098,1400m; 230°39'59" e
31,869 m até o vértice P-124, de coordenadas (N) 7954716,1100m e (E) 661073,4900m;
41
236°34'52" e 62,732 m até o vértice P-125, de coordenadas (N) 7954681,5600m e (E)
661021,1300m; 247°33'53" e 33,409 m até o vértice P-126, de coordenadas (N)
7954668,8100m e (E) 660990,2500m; 247°42'18" e 65,107 m até o vértice P-127, de
coordenadas (N) 7954644,1100m e (E) 660930,0100m; 252°11'33" e 29,167 m até o vértice P-
128, de coordenadas (N) 7954635,1900m e (E) 660902,2400m; 255°36'35" e 120,914 m até o
vértice P-129, de coordenadas (N) 7954605,1400m e (E) 660785,1200m; 251°12'29" e 48,738
m até o vértice P-130, de coordenadas (N) 7954589,4400m e (E) 660738,9800m; 239°09'29" e
44,317 m até o vértice P-131, de coordenadas (N) 7954566,7200m e (E) 660700,9300m;
249°19'60" e 21,194 m até o vértice P-132, de coordenadas (N) 7954559,2400m e (E)
660681,1000m; 262°31'41" e 30,529 m até o vértice P-133, de coordenadas (N)
7954555,2700m e (E) 660650,8300m; 265°04'22" e 9,897 m até o vértice P-134, de
coordenadas (N) 7954554,4200m e (E) 660640,9700m; 311°16'18" e 11,309 m até o vértice P-
135, de coordenadas (N) 7954561,8800m e (E) 660632,4700m; 320°44'42" e 39,841 m até o
vértice P-136, de coordenadas (N) 7954592,7300m e (E) 660607,2600m; 326°22'30" e 56,108
m até o vértice P-137, de coordenadas (N) 7954639,4500m e (E) 660576,1900m; 338°47'13" e
180,468 m até o vértice P-138, de coordenadas (N) 7954807,6900m e (E) 660510,8900m;
330°14'33" e 62,156 m até o vértice P-139, de coordenadas (N) 7954861,6500m e (E)
660480,0400m; 327°32'08" e 134,321 m até o vértice P-140, de coordenadas (N)
7954974,9800m e (E) 660407,9400m; 317°35'25" e 135,656 m até o vértice P-141, de
coordenadas (N) 7955075,1400m e (E) 660316,4500m; 309°01'35" e 58,840 m até o vértice P-
142, de coordenadas (N) 7955112,1900m e (E) 660270,7400m; 303°24'35" e 79,329 m até o
vértice P-143, de coordenadas (N) 7955155,8700m e (E) 660204,5200m; 311°07'36" e 37,265
m até o vértice P-144, de coordenadas (N) 7955180,3800m e (E) 660176,4500m; 325°35'45" e
35,379 m até o vértice P-145, de coordenadas (N) 7955209,5700m e (E) 660156,4600m;
332°32'41" e 35,983 m até o vértice P-146, de coordenadas (N) 7955241,5000m e (E)
660139,8700m; 323°57'04" e 198,734 m até o vértice P-147, de coordenadas (N)
7955402,1800m e (E) 660022,9200m; 316°40'33" e 51,259 m até o vértice P-148, de
coordenadas (N) 7955439,4700m e (E) 659987,7500m; 307°21'28" e 57,796 m até o vértice P-
149, de coordenadas (N) 7955474,5400m e (E) 659941,8100m; 303°15'50" e 115,972 m até o
vértice P-150, de coordenadas (N) 7955538,1500m e (E) 659844,8400m; 305°30'14" e 134,324
m até o vértice P-151, de coordenadas (N) 7955616,1600m e (E) 659735,4900m; 297°44'54" e
44,395 m até o vértice P-152, de coordenadas (N) 7955636,8300m e (E) 659696,2000m;
273°19'26" e 22,077 m até o vértice P-153, de coordenadas (N) 7955638,1100m e (E)
659674,1600m; 270°55'31" e 134,998 m até o vértice P-154, de coordenadas (N)
7955640,2900m e (E) 659539,1800m; 274°34'38" e 26,816 m até o vértice P-155, de
coordenadas (N) 7955642,4300m e (E) 659512,4500m; 270°59'22" e 48,647 m até o vértice P-
156, de coordenadas (N) 7955643,2700m e (E) 659463,8100m; 278°24'53" e 44,145 m até o
vértice P-157, de coordenadas (N) 7955649,7300m e (E) 659420,1400m; 286°49'52" e 60,784
m até o vértice P-158, de coordenadas (N) 7955667,3300m e (E) 659361,9600m; 347°22'24" e
10,156 m até o vértice P-159, de coordenadas (N) 7955677,2400m e (E) 659359,7400m;
305°25'26" e 48,583 m até o vértice P-160, de coordenadas (N) 7955705,4000m e (E)
659320,1500m; 319°36'01" e 89,398 m até o vértice P-161, de coordenadas (N)
7955773,4800m e (E) 659262,2100m; 315°48'50" e 58,250 m até o vértice P-162, de
coordenadas (N) 7955815,2500m e (E) 659221,6100m; 298°24'19" e 128,819 m até o vértice
P-163, de coordenadas (N) 7955876,5300m e (E) 659108,3000m; 314°50'15" e 266,899 m até
o vértice P-164, de coordenadas (N) 7956064,7200m e (E) 658919,0400m; 2°01'56" e
1034,010 m até o vértice P-165, de coordenadas (N) 7957098,0800m e (E) 658955,7100m;
311°58'35" e 79,363 m até o vértice P-166, de coordenadas (N) 7957151,1600m e (E)
658896,7100m; 54°05'14" e 161,981 m até o vértice P-167, de coordenadas (N)
7957246,1700m e (E) 659027,9000m; 67°39'52" e 99,808 m até o vértice P-168, de
coordenadas (N) 7957284,1000m e (E) 659120,2200m; 74°38'31" e 161,601 m até o vértice P-
42
169, de coordenadas (N) 7957326,9000m e (E) 659276,0500m; 62°50'45" e 44,370 m até o
vértice P-170, de coordenadas (N) 7957347,1500m e (E) 659315,5300m; 26°27'23" e 7,070 m
até o vértice P-171, de coordenadas (N) 7957353,4800m e (E) 659318,6800m; 355°23'36" e
57,275 m até o vértice P-172, de coordenadas (N) 7957410,5700m e (E) 659314,0800m;
328°05'55" e 50,203 m até o vértice P-173, de coordenadas (N) 7957453,1900m e (E)
659287,5500m; 307°51'32" e 12,400 m até o vértice P-174, de coordenadas (N)
7957460,8000m e (E) 659277,7600m; 33°49'11" e 40,407 m até o vértice P-175, de
coordenadas (N) 7957494,3700m e (E) 659300,2500m; 57°53'54" e 68,043 m até o vértice P-
176, de coordenadas (N) 7957530,5300m e (E) 659357,8900m; 50°18'14" e 73,053 m até o
vértice P-177, de coordenadas (N) 7957577,1900m e (E) 659414,1000m; 317°49'15" e 34,627
m até o vértice P-178, de coordenadas (N) 7957602,8500m e (E) 659390,8500m; 48°54'20" e
67,792 m até o vértice P-179, de coordenadas (N) 7957647,4100m e (E) 659441,9400m;
44°30'07" e 131,810 m até o vértice P-180, de coordenadas (N) 7957741,4200m e (E)
659534,3300m; 45°33'08" e 90,966 m até o vértice P-181, de coordenadas (N) 7957805,1200m
e (E) 659599,2700m; 24°35'10" e 54,006 m até o vértice P-182, de coordenadas (N)
7957854,2300m e (E) 659621,7400m; 21°25'25" e 66,172 m até o vértice P-183, de
coordenadas (N) 7957915,8300m e (E) 659645,9100m; 28°55'29" e 105,032 m até o vértice P-
184, de coordenadas (N) 7958007,7600m e (E) 659696,7100m; 343°10'23" e 92,751 m até o
vértice P-185, de coordenadas (N) 7958096,5400m e (E) 659669,8600m; 342°51'20" e 52,513
m até o vértice P-186, de coordenadas (N) 7958146,7200m e (E) 659654,3800m; 343°02'38" e
46,805 m até o vértice P-187, de coordenadas (N) 7958191,4900m e (E) 659640,7300m;
332°01'38" e 39,868 m até o vértice P-188, de coordenadas (N) 7958226,7000m e (E)
659622,0300m; 257°10'25" e 32,163 m até o vértice P-189, de coordenadas (N)
7958219,5600m e (E) 659590,6700m; 283°36'40" e 8,499 m até o vértice P-190, de
coordenadas (N) 7958221,5600m e (E) 659582,4100m; 259°08'38" e 62,387 m até o vértice P-
191, de coordenadas (N) 7958209,8100m e (E) 659521,1400m; 341°33'54" e 52,241 m até o
vértice P-192, de coordenadas (N) 7958259,3700m e (E) 659504,6200m; 347°46'20" e 43,957
m até o vértice P-193, de coordenadas (N) 7958302,3300m e (E) 659495,3100m; 1°53'26" e
123,967 m até o vértice P-194, de coordenadas (N) 7958426,2300m e (E) 659499,4000m;
11°28'01" e 75,854 m até o vértice P-195, de coordenadas (N) 7958500,5700m e (E)
659514,4800m; 329°43'17" e 3,729 m até o vértice P-196, de coordenadas (N) 7958503,7900m
e (E) 659512,6000m; 10°39'31" e 50,552 m até o vértice P-197, de coordenadas (N)
7958553,4700m e (E) 659521,9500m; 16°57'53" e 30,811 m até o vértice P-198, de
coordenadas (N) 7958582,9400m e (E) 659530,9400m; 23°32'22" e 30,672 m até o vértice P-
199, de coordenadas (N) 7958611,0600m e (E) 659543,1900m; 18°57'55" e 166,001 m até o
vértice P-200, de coordenadas (N) 7958768,0500m e (E) 659597,1400m; 2°01'14" e 24,675 m
até o vértice P-201, de coordenadas (N) 7958792,7100m e (E) 659598,0100m; 17°06'05" e
117,662 m até o vértice P-202, de coordenadas (N) 7958905,1700m e (E) 659632,6100m;
7°18'36" e 41,104 m até o vértice P-203, de coordenadas (N) 7958945,9400m e (E)
659637,8400m; 9°58'35" e 168,549 m até o vértice P-204, de coordenadas (N) 7959111,9400m
e (E) 659667,0400m; 22°28'43" e 79,197 m até o vértice P-205, de coordenadas (N)
7959185,1200m e (E) 659697,3200m; 323°44'13" e 26,814 m até o vértice P-206, de
coordenadas (N) 7959206,7400m e (E) 659681,4600m; 348°47'35" e 79,751 m até o vértice P-
207, de coordenadas (N) 7959284,9700m e (E) 659665,9600m; 340°17'29" e 57,615 m até o
vértice P-208, de coordenadas (N) 7959339,2100m e (E) 659646,5300m; 353°05'51" e 23,964
m até o vértice P-209, de coordenadas (N) 7959363,0000m e (E) 659643,6500m; 5°21'48" e
42,365 m até o vértice P-210, de coordenadas (N) 7959405,1800m e (E) 659647,6100m;
3°50'48" e 35,179 m até o vértice P-211, de coordenadas (N) 7959440,2800m e (E)
659649,9700m; 14°52'09" e 34,371 m até o vértice P-212, de coordenadas (N) 7959473,5000m
e (E) 659658,7900m; 26°45'16" e 70,329 m até o vértice P-213, de coordenadas (N)
7959536,3000m e (E) 659690,4500m; 18°24'33" e 42,337 m até o vértice P-214, de
43
coordenadas (N) 7959576,4700m e (E) 659703,8200m; 5°09'16" e 32,391 m até o vértice P-
215, de coordenadas (N) 7959608,7300m e (E) 659706,7300m; 140°28'35" e 42,678 m até o
vértice P-216, de coordenadas (N) 7959575,8100m e (E) 659733,8900m; 339°49'37" e 47,962
m até o vértice P-217, de coordenadas (N) 7959620,8300m e (E) 659717,3500m; 51°21'30" e
54,592 m até o vértice P-218, de coordenadas (N) 7959654,9200m e (E) 659759,9900m;
24°37'36" e 115,022 m até o vértice P-219, de coordenadas (N) 7959759,4800m e (E)
659807,9200m; 24°28'34" e 53,003 m até o vértice P-220, de coordenadas (N) 7959807,7200m
e (E) 659829,8800m; 36°12'54" e 68,430 m até o vértice P-221, de coordenadas (N)
7959862,9300m e (E) 659870,3100m; 52°51'33" e 85,015 m até o vértice P-222, de
coordenadas (N) 7959914,2600m e (E) 659938,0800m; 70°56'22" e 28,968 m até o vértice P-
223, de coordenadas (N) 7959923,7200m e (E) 659965,4600m; 41°52'38" e 25,961 m até o
vértice P-224, de coordenadas (N) 7959943,0500m e (E) 659982,7900m; 29°42'41" e 78,304 m
até o vértice P-225, de coordenadas (N) 7960011,0600m e (E) 660021,6000m; 18°56'36" e
98,727 m até o vértice P-226, de coordenadas (N) 7960104,4400m e (E) 660053,6500m;
42°26'33" e 81,292 m até o vértice P-227, de coordenadas (N) 7960164,4300m e (E)
660108,5100m; 37°29'49" e 61,408 m até o vértice P-228, de coordenadas (N) 7960213,1500m
e (E) 660145,8900m; 311°29'48" e 207,251 m até o vértice P-229, de coordenadas (N)
7960350,4700m e (E) 659990,6600m; 41°12'43" e 60,257 m até o vértice P-230, de
coordenadas (N) 7960395,8000m e (E) 660030,3600m; 286°52'12" e 2,895 m até o vértice P-
231, de coordenadas (N) 7960396,6400m e (E) 660027,5900m; 12°30'58" e 151,490 m até o
vértice P-232, de coordenadas (N) 7960544,5300m e (E) 660060,4200m; 109°00'35" e 4,728 m
até o vértice P-233, de coordenadas (N) 7960542,9900m e (E) 660064,8900m; 7°00'42" e
14,418 m até o vértice P-234, de coordenadas (N) 7960557,3000m e (E) 660066,6500m;
22°12'16" e 200,920 m até o vértice P-235, de coordenadas (N) 7960743,3200m e (E)
660142,5800m; 350°21'27" e 55,940 m até o vértice P-236, de coordenadas (N)
7960798,4700m e (E) 660133,2100m; 88°45'33" e 143,604 m até o vértice P-237, de
coordenadas (N) 7960801,5800m e (E) 660276,7800m; 89°21'02" e 181,752 m até o vértice P-
238, de coordenadas (N) 7960803,6400m e (E) 660458,5200m; 105°24'40" e 33,152 m até o
vértice P-239, de coordenadas (N) 7960794,8300m e (E) 660490,4800m; 119°22'30" e 45,523
m até o vértice P-240, de coordenadas (N) 7960772,5000m e (E) 660530,1500m; 104°31'01" e
13,005 m até o vértice P-241, de coordenadas (N) 7960769,2400m e (E) 660542,7400m;
58°10'14" e 16,913 m até o vértice P-242, de coordenadas (N) 7960778,1600m e (E)
660557,1100m; 102°08'05" e 17,031 m até o vértice P-243, de coordenadas (N)
7960774,5800m e (E) 660573,7600m; 133°49'13" e 53,235 m até o vértice P-244, de
coordenadas (N) 7960737,7200m e (E) 660612,1700m; 128°36'41" e 16,650 m até o vértice P-
245, de coordenadas (N) 7960727,3300m e (E) 660625,1800m; 117°22'13" e 27,363 m até o
vértice P-246, de coordenadas (N) 7960714,7500m e (E) 660649,4800m; 141°54'11" e 23,533
m até o vértice P-247, de coordenadas (N) 7960696,2300m e (E) 660664,0000m; 124°35'38" e
38,679 m até o vértice P-248, de coordenadas (N) 7960674,2700m e (E) 660695,8400m;
145°30'06" e 17,497 m até o vértice P-249, de coordenadas (N) 7960659,8500m e (E)
660705,7500m; 155°51'43" e 50,692 m até o vértice P-250, de coordenadas (N)
7960613,5900m e (E) 660726,4800m; 125°32'53" e 25,835 m até o vértice P-251, de
coordenadas (N) 7960598,5700m e (E) 660747,5000m; 149°26'04" e 14,808 m até o vértice P-
252, de coordenadas (N) 7960585,8200m e (E) 660755,0300m; 200°02'07" e 143,579 m até o
vértice P-253, de coordenadas (N) 7960450,9300m e (E) 660705,8400m; 224°24'35" e 400,852
m até o vértice P-254, de coordenadas (N) 7960164,5800m e (E) 660425,3300m; 132°43'47" e
1182,879 m até o vértice P-255, de coordenadas (N) 7959361,9500m e (E) 661294,2300m;
49°43'33" e 684,899 m até o vértice P-256, de coordenadas (N) 7959804,7000m e (E)
661816,7800m; 303°06'06" e 947,234 m até o vértice P-257, de coordenadas (N)
7960322,0100m e (E) 661023,2800m; 334°03'41" e 223,728 m até o vértice P-258, de
coordenadas (N) 7960523,2000m e (E) 660925,4200m; 126°30'56" e 27,175 m até o vértice P-
44
259, de coordenadas (N) 7960507,0300m e (E) 660947,2600m; 128°48'49" e 50,591 m até o
vértice P-260, de coordenadas (N) 7960475,3200m e (E) 660986,6800m; 148°17'21" e 66,415
m até o vértice P-261, de coordenadas (N) 7960418,8200m e (E) 661021,5900m; 78°57'03" e
52,126 m até o vértice P-262, de coordenadas (N) 7960428,8100m e (E) 661072,7500m;
58°50'16" e 59,425 m até o vértice P-263, de coordenadas (N) 7960459,5600m e (E)
661123,6000m; 31°16'04" e 128,025 m até o vértice P-264, de coordenadas (N)
7960568,9900m e (E) 661190,0500m; 34°13'40" e 63,824 m até o vértice P-265, de
coordenadas (N) 7960621,7600m e (E) 661225,9500m; 46°15'55" e 13,771 m até o vértice P-
266, de coordenadas (N) 7960631,2800m e (E) 661235,9000m; 40°41'19" e 97,539 m até o
vértice P-267, de coordenadas (N) 7960705,2400m e (E) 661299,4900m; 38°05'57" e 76,626 m
até o vértice P-268, de coordenadas (N) 7960765,5400m e (E) 661346,7700m; 39°44'42" e
113,877 m até o vértice P-269, de coordenadas (N) 7960853,1000m e (E) 661419,5800m;
46°46'29" e 111,642 m até o vértice P-270, de coordenadas (N) 7960929,5600m e (E)
661500,9300m; 43°53'26" e 137,318 m até o vértice P-271, de coordenadas (N)
7961028,5200m e (E) 661596,1300m; 36°17'12" e 105,487 m até o vértice P-272, de
coordenadas (N) 7961113,5500m e (E) 661658,5600m; 38°40'00" e 154,292 m até o vértice P-
273, de coordenadas (N) 7961234,0200m e (E) 661754,9600m; 57°20'46" e 52,913 m até o
vértice P-274, de coordenadas (N) 7961262,5700m e (E) 661799,5100m; 62°51'54" e 77,770 m
até o vértice P-275, de coordenadas (N) 7961298,0400m e (E) 661868,7200m; 61°50'04" e
102,157 m até o vértice P-276, de coordenadas (N) 7961346,2600m e (E) 661958,7800m;
61°13'43" e 30,666 m até o vértice P-277, de coordenadas (N) 7961361,0200m e (E)
661985,6600m; 79°15'38" e 43,146 m até o vértice P-278, de coordenadas (N) 7961369,0600m
e (E) 662028,0500m; 51°02'06" e 111,713 m até o vértice P-279, de coordenadas (N)
7961439,3100m e (E) 662114,9100m; 80°42'39" e 41,322 m até o vértice P-280, de
coordenadas (N) 7961445,9800m e (E) 662155,6900m; 5°32'43" e 35,496 m até o vértice P-
281, de coordenadas (N) 7961481,3100m e (E) 662159,1200m; 78°07'04" e 60,466 m até o
vértice P-282, de coordenadas (N) 7961493,7600m e (E) 662218,2900m; 33°10'47" e 72,250 m
até o vértice P-283, de coordenadas (N) 7961554,2300m e (E) 662257,8300m; 46°03'27" e
83,524 m até o vértice P-284, de coordenadas (N) 7961612,1900m e (E) 662317,9700m;
51°01'40" e 87,671 m até o vértice P-285, de coordenadas (N) 7961667,3300m e (E)
662386,1300m; 59°00'44" e 106,652 m até o vértice P-286, de coordenadas (N)
7961722,2400m e (E) 662477,5600m; 55°31'32" e 86,514 m até o vértice P-287, de
coordenadas (N) 7961771,2100m e (E) 662548,8800m; 48°00'47" e 148,648 m até o vértice P-
288, de coordenadas (N) 7961870,6500m e (E) 662659,3700m; 87°54'42" e 114,706 m até o
vértice P-289, de coordenadas (N) 7961874,8300m e (E) 662774,0000m; 90°43'38" e 84,317 m
até o vértice P-290, de coordenadas (N) 7961873,7600m e (E) 662858,3100m; 85°57'11" e
103,438 m até o vértice P-291, de coordenadas (N) 7961881,0600m e (E) 662961,4900m;
67°58'03" e 105,376 m até o vértice P-292, de coordenadas (N) 7961920,5900m e (E)
663059,1700m; 64°49'24" e 81,945 m até o vértice P-06, ponto inicial da descrição deste
perímetro.
Belo Horizonte, 25 de Outubro de 2010.
______________________________________
Valéria Rodrigues dos Santos
Engenheira Agrimensora / Crea: MG 103.445/D
45
10. MAPAS
Mapa 01: Planta do Monumento Natural Estadual da Várzea do Lageado e Serra do Raio – Milho Verde / Serro - MG
46
47
11. ANEXO FOTOGRÁFICO
Vista geral de parte da área pretendida para criação da U.C.
– Ao fundo o Pico do Itambé.
Formações rochosas na área pretendida para criação da U.C. Abaixo
a “Pedra da Balança.”
48
Cactaceae e Pteridofita (Dicksonia selowianna) na área pretendida para criação da U.C.
Sempre- vivas na área pretendida para criação da U.C
49
Rio Capivari - área pretendida para criação da U.C.
Vegetação característica da área pretendida para criação da U.C.
50
Recursos Hídricos abundantes na área pretendida para criação da U.C
As formações rochosas da Serra dos Santos
51
Pinturas Rupestre em lapa na Várzea
Reunião realizada na comunidade para verificar possíveis conflitos
e definir limites do Monumento Natural
52
VÁRZEA E O LAJEADO PEDEM SOCORRO
Ângela Socorro dos Santos Correia
Olhos que vêem de longe
acham que está tudo belo.
Olhos que vêem de perto
sentem que o problema é sério.
Animais que rastejavam ali
não sei para onde foram.
Codornas que construíam seus ninhos
não sei para que lado voam.
Onde foram as garças brancas
que visitavam ali?
Com a destruição e as queimadas
vocês desapareceram daqui.
Onde está a sempre-viva
que toda a Várzea floria?
Aonde foi a grande lagoa
que no Lajeado existia?
Nossas águas eram limpas
poços fundos pra nadar.
Hoje a areia tomou conta
e o leito do córrego veio mudar.
Sei que o nosso gado
do capim vem alimentar.
Evite fazer as queimadas
pra nossa Várzea não acabar.
A lagoa do Lajeado
com esse assoreamento vai acabar.
Acho que daqui a alguns anos
nem a sede dos animais vai matar.
Deixo aqui meu sentimento
desta terra onde moro.
Espero que juntos recuperemos
pois é um lugar que eu adoro.
53
12.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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