Bruna Silva Fernandes da Costa
Farmacêutica Clínica pelo Instituto do Coração - HCFMUSP
Especialista em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo
Especializanda em Gestão Pública pela Universidade Aberta do SUS e
Doutoranda em Ciências Médicas pela FMUSP
Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo,
sendo representado por um conjunto de fatores de riscos
cardiovasculares geralmente relacionados á deposição central
de gordura e a resistência a insulina. A SM associada a
doença cardiovascular existente, aumenta a mortalidade geral
em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em torno de 2,5
vezes.
SÍNDROME METABÓLICA - Conceito
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
Arq Bras Cardiol 2006; 84(1 supl.1): 1-27
Conjunto de várias outras doenças classicamente bem
definidas que não apresentam sintomas característicos.
SÍNDROME METABÓLICA - Conceito
Traz comorbidades e múltiplas consequências como
resposta.
SÍNDROME METABÓLICA - Fisiopatologia
Obesidade visceral ou central;
Hipersensibilidade aos glicocorticóides;
Elevados níveis plasmáticos de glicose que induzem o
pâncreas a liberar excesso de insulina (hiperinsulinemia);
Aumento da secreção de angiotensina;
SÍNDROME METABÓLICA - Fisiopatologia
Aumento da secreção de interleucina-6 (IL-6), citocina
inflamatória.
Aumento de triglicerídeos (TG) que pode comprometer a
viscosidade sanguínea, aumentando o risco cardiovascular;
Redução do colesterol HDL, fundamental para realizar o
transporte reverso do colesterol e que apresenta também
efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e vasodilatadores
(aumenta a síntese de óxido nítrico).
Nível de proteína C reativa x componentes da síndrome metabólica
SÍNDROME METABÓLICA - Epidemiologia
Níveis circulantes de adiponectina e doença arterial coronariana
SÍNDROME METABÓLICA - Epidemiologia
SÍNDROME METABÓLICA - Diagnóstico
Síndrome dos Ovários Policísticos
Acanthosis Nigricans
Doença Hepática Gordurosa não
Alcoólica
Microalbuminúria Estados Pró Trombóticos
Estados Pró Inflamatórios
Disfunção Endotelial
Hiperuricemia
Condições clínicas e fisiopatológicas frequentemente associadas
SÍNDROME METABÓLICA
Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial
1. História Clínica
Idade, tabagismo, prática de atividade física, história
pregressa de hipertensão, diabetes/diabetes gestacional,
doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico,
síndrome dos ovários policísticos (SOP), doença hepática
gordurosa não alcoólica, hiperuricemia, história familiar de
hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de
medicamentos hiperglicemiantes (corticosteroides,
betabloqueadores, diuréticos).
SÍNDROME METABÓLICA
Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial
2. Exame Físico
Medida da circunferência abdominal;
Níveis de pressão arterial – devendo aferir duas medidas
da pressão por consulta, na posição sentada, após cinco
minutos de repouso;
Peso e estatura: IMC;
Exame de pele para pesquisa de acanthosis nigricans
(pescoço e dobras cutâneas);
Exame cardiovascular.
SÍNDROME METABÓLICA
Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial
3. Exames Laboratoriais
Glicemia de jejum;
Dosagem do colesterol total e frações;
Entre outros exames complementares, conforme os
achados e evolução clínica do paciente.
SÍNDROME METABÓLICA
Critérios propostos para diagnóstico da síndrome metabólica
WHO: Organização Mundial da Saúde;
EGIR: Grupo Europeu de Estudo da Resistência Insulínica;
NCEP ATP III: Programa Nacional de Educação em
Colesterol: Painel do Tratamento do Adulto III;
AACE: Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos;
IDF: Federação Internacional de Diabetes.
SÍNDROME METABÓLICA
Objetivos do tratamento da síndrome metabólica:
Diminuir o risco de Doença Aterosclerótica;
Diminuir os riscos de doenças e complicações cardiovasculares;
Prevenir o aparecimento do Diabetes Mellitus;
SÍNDROME METABÓLICA
Tratamento não Medicamentoso
Plano alimentar para a redução de peso
+
Exercícios físicos
Terapias de primeira escolha
SÍNDROME METABÓLICA
Tratamento não Medicamentoso
Circunferência abdominal e gordura visceral
P.A.
Glicose plasmática
Triglicerídeos
Sensibilidade a insulina
HDL
Objetivo terapêutico: controle de todos os riscos cardiovasculares
SÍNDROME METABÓLICA
Como prevenir as complicações da síndrome metabólica:
Tratamento da hipertensão;
Tratamento das dislipidemias;
Tratamento da obesidade;
Tratamento e prevenção do diabetes;
OBESIDADE NO MUNDO
Divulgado em maio de 2012, o relatório “Estatísticas
Mundiais de Saúde 2012”, da Organização Mundial de Saúde
(OMS) afirma que a obesidade é a causa de morte de 2,8
milhões de pessoas por ano.
“Hoje,13% da população mundial é considerada obesa”.
Ties Boerma, Diretor do departamento de estatísticas da OMS.
OBESIDADE NO MUNDO
Um relatório de 2012, mostra que no continente americano
26% dos adultos são obesos, sendo a região com maior
incidência do problema.
No extremo oposto esta o Sudeste Asiático, com apenas
3% de obesos.
Ties Boerma, Diretor do departamento de estatísticas da OMS.
OBESIDADE NO MUNDO
Baseado em dados de 194 países, departamento de
estatística da OMS afirma que em todas as regiões do mundo
a obesidade duplicou entre 1980 e 2008.
Ties Boerma, Diretor do departamento de estatísticas da OMS.
OBESIDADE NO MUNDO
Os dados divulgados alertam, em síntese, para o aumento
das doenças não contagiosas ligadas á obesidade: diabetes,
hipertensão arterial, doenças cardiovasculares.
Elas representam 2/3 das mortes no mundo.
Ties Boerma, diretor do departamento de estatísticas da OMS.
OBESIDADE NO MUNDO
O excesso de peso e a obesidade são encontrados com
grande frequência, a partir de 5 anos de idade, em todos os
grupos de renda e em todas as regiões brasileiras.
Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava
acima do peso recomendado pela OMS.
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Ministério da Saúde.
OBESIDADE NO BRASIL
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Ministério da Saúde.
Panorama Geral:
No Brasil mais de 65 milhões de pessoas, 40% da
população, esta com excesso de peso, enquanto 10 milhões
são considerados obesos. Os números avançam rapidamente
em todas as classes sociais.
OBESIDADE NO BRASIL
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Ministério da Saúde.
Os obesos no Brasil, estão divididos nestas classes sociais.
Índice de Massa Corpórea (IMC)
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Ministério da Saúde.
O IMC, foi criado para uma melhor orientação das pessoas
sobre o seu peso em relação a sua altura, resumindo, se a
pessoa esta gorda ou magra.
IMC = peso / (altura * altura)
ou
IMC = peso / altura2
Índice de Massa Corpórea (IMC)
Apesar da simplificação do cálculo do IMC, muitas
variáveis precisam ser levadas em consideração: idade,
sexo, histórico de crescimento, etnia e possíveis
doenças.
Índice de Massa Corpórea (IMC)
Existem tabelas de IMC definidas pela OMS para muitos
grupos diferentes, mas mesmo assim, apenas um médico
que acompanhou o histórico de crescimento e saúde
pode afirmar a sua (pessoa única no mundo) faixa de peso
ideal.
Índice de Massa Corpórea (IMC)
Todas as informações encontradas, mesmo sendo
fornecidas pela OMS, são apenas uma referência. Antes de
tomar qualquer decisão relacionada a saúde, uma equipe
multidisciplinar especialista deve ser consultada.
OBESIDADE - Complicações
Com a finalidade de entender de forma mais
clara qual a relação entre a obesidade e as
complicações relacionadas a saúde, a
Comissão de Prevenção e Tratamento da
obesidade, tabulou por especialidades as
doenças causadas:
OBESIDADE – Tratamento
A obesidade é uma doença e deve ser tratada com tal.
Os profissionais médicos, farmacêuticos, nutricionistas,
fisioterapeutas, psicólogos, assistente social, enfermeiros,
terapeutas ocupacionais devem estar envolvidos com o
tratamento de seus pacientes, alertando-os e tratando-os
com apoio, determinação e respeito.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição
clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e
sustentados de pressão arterial (PA).
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - CONCEITO
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arq Bras Cardiol 2016; 95(1 supl.1): 1-51
Esta associada frequentemente a alterações funcionais
e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e
vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com
consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares
fatais e não fatais.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - CONCEITO
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arq Bras Cardiol 2016; 95(1 supl.1): 1-51
➢ Problema importante de saúde pública;
➢ Prevalência vem aumentando;
➢ Uma pessoa com pressão normal aos 55 anos tem 90% de
chances de desenvolver hipertensão;
➢ Existe uma correlação positiva entre o risco de doença
cardiovascular e a hipertensão;
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Araraquara1990
S.Paulo1990
Piracicaba1991
P.Alegre1994
Cotia1997
Catanduva2001
% 43
22
3326
44
32
0
20
40
60
80
100
Estudos populacionais para PA >140/90mmHg
PREVALÊNCIA DE HAS
Sociedade Brasileira de Hipertensão
FATORES DE RISCO PARA HAS
➢ Sedentarismo;
➢ Genética;
➢ Ingesta de álcool;
➢ Outros fatores de risco para doenças
cardiovasculares;
➢ Fatores socioeconômicos;
Prejuízo as vasos sanguíneos:
➢ Renais;
➢ Cerebrais;
➢ Cardíacos;
❖ Insuficiência Cardíaca Congestiva;
❖ Insuficiência Coronariana;
❖ Insuficiência Renal;
❖ Acidente Vascular Cerebral;
Consequências da HAS
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
PA = DC x RVP
Fluxo
sanguíneo
Resistência a passagem
do sangue pelas
arteríolas pré capilares
Pressão arterial (PA) é mantida pela regulação contínua do:
Débito cardíaco e da resistência vascular periférica
➢ Regulação nervosa curto prazo): reflexo
barorreceptor, estimulação bulbo (comanda a
constrição e dilatação dos vasos).
➢ Bulbo – centro cardiorregulador (cardioacelerador e
cardioinibidor), aumentando ou reduzindo a
frequência quando necessário.
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
➢ Regulação humoral (médio prazo): regulação
exercida por substâncias como hormônios, íons, etc.
➢ Vasoconstritores: noradrenalina e adrenalina;
➢ Renina e angiotensina: a diminuição da pressão
arterial ou de sódio nos líquidos orgânicos pode
estimular a secreção de renina pelos rins.
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
➢ Regulação pelos rins (longo prazo): Quando a pressão
arterial está elevada, há um aumento da intensidade de
excreção de água e sódio pelos rins. Um aumento da
diurese provoca a perda acentuada de líquido
extracelular. Isso diminui o volume circulante de sangue
(volemia). Sempre que o volume de líquido extracelular
diminui, existe uma tendência para a redução da pressão
arterial.
Sistólica e Diastólica
Primária ou essencial: ocorre em 90-95% dos casos,
com maior probabilidade de ocorrer a partir dos 40
anos e esta associada aos fatores de risco.
Secundária: ocorre em 5-10%, sua causa pode ser por
uma patologia renovascular, feocromocitoma, apneia do
sono, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO
Sistólica:
➢ Débito cardíaco aumentado;
➢ Insuficiência aórtica;
➢ Estados hipercinéticos;
➢ Fístulas arteriovenosas;
➢ Rigidez da aorta;
➢ Aterosclerose;
CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO
CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO
A pressão arterial é classificada de acordo com os níveis pressóricos
CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO SISTÓLICA (mmHg) PRESSÃO DIASTÓLICA (mmHg)
ÓTIMA < 120 < 80
NORMAL < 130 < 85
PRÉ HIPERTENSÃO 130-139 85-89
HIPERTENSÃO ESTÁGIO I 140-159 90-99
HIPERTENSÃO ESTÁGIO II 160-179 100-109
HIPERTENSÃO ESTÁGIO III > OU IGUAL A 180 > OU IGUAL A 110
HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA > OU IGUAL A 140 > OU IGUAL A 90
Marques, 2013.
• Ocorre geralmente em consulta de rotina;
• Após aferir em diferentes situações;
• Sempre observar (stress, dor, uso de cafeína, estimulantes...)
• Considerar a Síndrome do jaleco branco
Diagnóstico da HAS
Medida da pressão arterial
A HAS é diagnosticada pela detecção de níveis
elevados e sustentados de PA pela medida casual. A
medida da PA deve ser realizada em toda avaliação por
médicos de qualquer especialidade e demais profissionais
da saúde.
➢ MAPA - auto medida da PA
➢ MRPA - medida residencial da PA
Diagnóstico da HASMedidas da Pressão Arterial
❖ O diagnóstico é consequência dos achados de pressão arterial
sistematicamente acima dos valores de referência. A medida de PA
deve ser obrigatória em todo paciente no momento da consulta
médica, farmacêutica ou outras especialidades;
❖ Embora a HAS seja assintomática, alguns pacientes relatam:
palpitações, cefaléia, tonturas, diminuição da capacidade física e
escotomas;
Diagnóstico da HAS
Diagnóstico da HAS
❖ Devem ser considerados além dos valores de HAS, outros fatores
de risco cardiovasculares, determinando a presença de lesões em
órgãos alvos e identificando as comorbidades associadas;
❖ Essa abordagem deve ser realizada através de anamenese e
exame físico, associado a avaliação laboratorial: hematócrito,
glicose, potássio, cálcio, triglicerídeos, HDL e LDL colesterol, uréia e
creatinina, análise de urina e ECG.
Diagnóstico da HAS
❖ O diagnóstico da HAS primária, depende da exclusão de qualquer
doença que concorra para o aumento da pressão arterial com uma
de suas manifestações clínicas, incluindo nefropatias, hipertensão
renovascular e endocrinopatias;
❖ Pacientes que apresentem sistematicamente valores de pressão
arterial iguais ou superiores a 140/90 mmHg em pelo menos duas
medidas por consulta, em pelo menos duas ocasiões distintas,
deverão ser considerados hipertensos.
❖ Teste de esforço;
❖ Ultrassom renal/artérias renais;
❖ Tomografia renal/supra-renal;
❖ Arteriografia renal;
❖ Biópsia renal;
❖ Raio X de tórax;
❖ Renina plasmática;
❖ Catecolaminas urinárias;
❖ Cortisol;
Exames complementares
Não medicamentoso
Redução de peso: todos os pacientes com peso acima do ideal
(IMC), devem perder peso;
Consumo moderado de bebidas alcoólicas: não deve ultrapassar
30g para homens e 15g para mulheres (valor contido em 60 mL de
bebida destilada, 240 mL de vinho ou 720 mL de cerveja);
Atividade física: 30 minutos por dia na maioria dos dias de semana;
Tratamento da HAS
Tratamento da HASNão medicamentoso
Restrição de sal: a média de consumo de sal é em torno de 10g/dia
a 12g/dia. Aconselha-se um consumo não superior a 1Kg de sal ao
mês em uma família de cinco componentes adultos;
Suspensão do tabagismo: o tabagismo deve ser abolido;
Padrão alimentar ideal: o estudo DASH (Dietary Approachs to Stop
Hypertension), preconizou uma dieta com frutas, verduras,
derivados do leite desnatados, redução de gorduras saturadas e
colesterol;
Tratamento da HAS➢ Decisão para tratamento medicamentoso
Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial
Tratamento da HASPrincípios gerais para o tratamento medicamentoso:
➢ O medicamento deve ser eficaz por via oral;
➢ Deve ser bem tolerado;
➢ Administração do menor número possível de tomadas diárias
(dose única diária);
➢ Utilizar menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica,
podendo ser aumentada gradativamente e/ou associar a outro hipotensor de
classe farmacológica diferente (levando em conta que quanto maior a dose, maior
a possibilidade de efeitos indesejáveis);
➢ Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos
medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos;
➢ Considerar condições socioeconômicas;
Tratamento da HAS
Monoterapia Inicial
Diuréticos
Beta bloqueadores
IECA
Antagonistas de Ca++
Antagonistas da A-IIResposta Inadequada1. Aumentar a dose
2. Substituir a monoterapia
3. Adicionar segunda droga
Resposta InadequadaAdicionar terceira droga
DIURÉTICOS
Situações favoráveis à utilização dos DiuréticosPacientes idosos;
Pacientes da raça negra;
Pacientes obesos;
Relevância do baixo custo;
Ingestão elevada de sal;
Patologias renais com retenção de sódio;
Mecanismo Antihipertensivo➢ Reduzem as reservas corporais de sódio;
➢ Reduzem a volemia e débito cardíaco;
➢ A longo prazo, o débito normaliza;
➢ A longo prazo, reduzem a resistência vascular periférica;
DIURÉTICOS
Diuréticos Tiazídicos
➢ Hidroclorotiazida, Clortalidona
Mecanismo de açãoInibem o Co-transporte de Na+ e Cl- no túbulo contorcido distal;
Vantagens: baixo custo e efetivos e boa absorção por via oral;
DIURÉTICOS
Diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensãoassociada a insuficiência renal com taxa de filtração glomerular abaixode 30 ml/min.
Diuréticos poupadores de potássio: apresentam pequena eficáciadiurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça,são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia.
Efeitos ColateraisHiponatremia, hipovolemia, hipocloremia, hipocalemia, alcalose
metabólica, hipotensão, hiperuricemia, hiperglicemia, hipofosfatemia, hiperlipidemia, desidratação
Medicamentos Posologia (mg)
Mínima Máxima tomadas/dia
Diuréticos
Tiazídicos
Clortalidona 12,5 25 1
Hidroclorotiazida 12,5 25 1
Indapamida 2,5 5 1
Indapamida SR** 1,5 5 1
Alça
Bumetamida 0,5 ** 1 - 2
Furosemida 20 ** 1 - 2
Piretanida 6 12 1
Poupadores de potássio
Amilorida* 2,5 10 1
Espironolactona 25 100 1- 2
Triantereno* 50 100 1
Diuréticos
Bloqueadores
dos
receptores 1
FC DC
Renina
RVP
Ang II
Aldosterona
RetençãoÁgua / sódio
VolumeSanguíneo
PA
-Bloqueadores
Situações que favorecem o uso dos beta-bloqueadores
Angina pectoris;Profilaxia pós-infarto;Ansiedade ou taquicardia coexistentes;Pacientes jovens;
Mecanismo Antihipertensivo
➢ Redução do débito cardíaco;➢ Reduz a produção de renina mediada pelos receptores b1;➢ Bloqueiam receptores b pré-sinápticos.
-Bloqueadores
Principais reações adversas em uso de -Bloqueadores:
➢ Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular,
vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e
disfunção sexual.
➢ Betabloqueadores de primeira e segunda geração podem acarretar também
intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes,
hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e redução da fração HDL-
colesterol.
-Bloqueadores
Principais reações adversas em uso de -Bloqueadores:
➢ Os betabloqueadores de primeira e segunda geração são formalmente
contraindicados a pacientes com asma brônquica, DPOC e bloqueio
atrioventricular de segundo e terceiro graus.
-Bloqueadores
-Bloqueadores
Betabloqueadores dose dose posologia
min max tomadas/dia
mg mg
Atenolol 25 100 1 - 2
Bisoprolol 2,5 10 1 - 2
Carvedilol+ 12,5 50 1 - 2
Metoprolol 50 200 1 - 2
Nadolol 40 120 1
Nebivolol++ 5 10 1
Propranolol** 40/80 240/160 2 - 3/1 - 2
Pindolol 10 40 1 - 2
Fármacos Inibidores da ECA
Captopril, Enalapril, Lisinopril, Benazepril, Ramipril
Mecanismo Antihipertensivo: Reduzem a RVP
Situações favoráveis o uso dos IECA:
• Indivíduos brancos jovens;
• Estado de alto nível de renina;
• Dieta com baixo teor de sal;
• Hipertrofia ventricular esquerda;
• ICC;
• Diabetes (quando administrados a longo prazo, os IECAs
retardam o declínio da função renal em pacientes com
nefropatia diabética ou de outras etiologias).
Inibidores da ECA
Inibidores da ECA
Captopril, Enalapril, Lisinopril, Benazepril, Ramipril
Efeitos colaterais
Hipotensão, tosse seca, alterações do paladar,
hipercalemia ( mais comum em pacientes com insuficiência
renal e diabetes), neuroangioedema, erupções cutâneas
alérgicas, proteinúria.
Contra indicações
Estenose da artéria renal, distúrbio renal (↑Cr, piora a
função renal, ↓filtração glomerular), hipertensão da gravidez.
Inibidores da ECA
Inibidores da ECA dose dose posologia
min max
Benazepril 5 20 1
Captopril 25 150 2 - 3
Cilazapril 2,5 5 1
Delapril 15 30 1 - 2
Enalapril 5 40 1 - 2
Fosinopril 10 20 1
Lisinopril 5 20 1
Perindopril 4 8 1
Quinapril 10 20 1
Ramipril 2,5 10 1
Trandolapril 2 4 1
Losartan, Valsartan, Cadesartan, Irbesartan,Telmisartana
Mecanismo Antihipertensivo
➢ Bloqueio dos receptores AT1;
➢ Redução da RVP;
Especialmente utilizados em populações de alto risco cardiovascular
ou com comorbidades. São nefroprotetores no paciente com diabetes
melitus tipo 2 com nefropatia;
Situações favoráveis ao uso
Estado de alto nível de renina
Dieta com baixo teor de sal
Hipertrofia ventricular esquerda
ICC e DM
Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II
Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II
Efeitos Colaterais:
Hipotensão, alterações do paladar, hipercalemia ( mais
comum em pacientes com insuficiência renal e diabetes),
erupções cutâneas alérgicas, mais raras.
Contra-indicações: (iguais aos IECA, exceto pela tosse)
Estenose da artéria renal, distúrbio renal; hipertensão da
gravidez;
Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II
Bloqueadores do receptor AT1
dose dose posologia
min max tomadas/dia
Candesartana 8 32 1
Irbersartana 150 300 1
Losartana 25 100 1
Olmesartana 20 40 1
Telmisartana 40 160 1
Valsartana 80 320 1
Bloqueadores dos Canais de Cálcio
O mecanismo de ação anti-hipertensiva decorre da
redução da resistência vascular periférica por diminuição da
concentração de cálcio nas células musculares lisas
vasculares.
Divididos em classes:
• Verapamil;
• Diidropiridinas (Nifedipina, nisoldipina, anlodipina,
Isradipina, nimodipina, nicardipina);
• Não Diidropiridinas (Diltiazen);
Bloqueadores dos Canais de Cálcio
Situações que favorecem o uso:
Negros, indivíduos brancos idosos, indivíduos fisicamente ativos,
ingestão elevada de sal, angina pectoris, doença de Raynaud associada.
Principais reações adversas:
Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de
curta ação - e edema de extremidades, sobretudo maleolar. Esses efeitos
adversos são, em geral, dose-dependentes. Mais raramente, podem
induzir a hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de ação curta provocam
importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o
sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão
miocárdica e bloqueio atrioventricular. Obstipação intestinal é observada,
particularmente, com verapamil.
Bloqueadores dos Canais de Cálcio
dose dose posologia
min max tomadas/dia
FenilalquilaminasVerapamil Retard*** 120 480 1 - 2 Não DiidropiridinasDiltiazem (todos)
180 480 1 - 2 DiidropiridinasAnlodipino 2,5 10 1 Felodipino 5 20 1 - 2 Isradipina 2,5 20 2 Lacidipina 2 8 1 Lercarnidipino 10 30 1 Manidipino 10 20 1 Nifedipino Oros*** 30 60 1 Nifedipino Retard*** 20 60 2 - 3 Nisoldipino 5 40 1 - 2 Nitrendipino 10 40 2 - 3
Ação central :
Atuam estimulando os receptores alfa-2
adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso
central, reduzindo o tônus simpático, como fazem a
alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo e/ou os
inibidores dos receptores imidazolidínicos. A
experiência favorável em relação à segurança do
binômio materno-fetal recomenda a alfametildopa
como agente de escolha para tratamento da
hipertensão das grávidas.
Inibidores adrenérgicos
Principais reações adversas: sonolência, sedação,
boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção
sexual.
Alfametildopa pode provocar, ainda, embora com
pequena frequência, galactorreia, anemia hemolítica
e lesão hepática, sendo contraindicada se há
insuficiência hepática.
Clonidina, destaca-se pela hipertensão de rebote,
quando da suspensão brusca da medicação, e a
ocorrência mais acentuada de boca seca.
Inibidores adrenérgicos
Inibidores adrenérgicos
Ação central dose min dose max posologia
Alfametildopa 500 1.500 2 - 3
Clonidina 0,2 0,6 2 - 3
Guanabenzo 4 12 2 - 3
Moxonidina 0,2 0,6 1
Rilmenidina 1 2 1
Reserpina* 12,5 25 1 - 2
Vasodilatadores Diretos
Vasodilatadores diretos
dose min max posologia/dia
Hidralazina 50 150 2 - 3
Minoxidil 2,5 80 2 - 3
Mecanismo de ação: Atuam sobre a musculatura da parede vascular,
promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da
resistência vascular periférica.
Principais reações adversas: Pela vasodilatação arterial direta, promovem
retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como
monoterapia.
Alfabloqueadores
dose min max posologia/dia
Doxazosina 1 16 1
Prazosina 1 20 2 - 3
Prazosina XL*** 4 8 1
Terazosina 1 20 1 - 2
Mecanismo de ação: Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como
monoterapia, devendo, portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos. Podem
induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente
crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e
glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna.
Principais reações adversas: Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose,
sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia.
Alfabloqueadores
➢ Promoção da atenção farmacêutica ao paciente (orientação individual ou
em grupo e acompanhamento individual do uso do medicamento
(acompanhamento farmacoterapêutico);
➢ Participação em comitês para seleção e padronização de medicamentos;
➢ Gerenciamento de estoque, armazenamento correto e dispensação de
medicamentos;
➢ Orientação quanto ao uso racional de medicamentos;V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão.
Tratamento da HAS e o Papel do Farmacêutico
O Farmacêutico e a Equipe Multiprofissional
Univers. de Oklahoma (EUA) – Pacientes Ambulatoriais - Os pacientes do
grupo que foram assistidos pela intervenção do profissional farmacêutico tiveram
uma redução significativa na Pressão Arterial Diastólica (-2.6 mmHg, p=0.05)
comparadas com o início do acompanhamento, enquanto os pacientes do grupo
controle, tiveram um aumento das Pressões Arteriais tanto Diastólicas quanto
Sistólicas (+1.6/+0.7mmHg, p=NS).
PHARM PRACT (GRANADA). 2012 JUL;10(3):173-9. EPUB 2012 SEP 30.
O Farmacêutico e a Equipe Multiprofissional
Univers. Técnica do Texas (EUA) - Pacientes ambulatoriais: Menor duração
do seguimento terapêutico – ajustes de doses até a adequação do tratamento ao
paciente (7.0 vs. 13.2 meses, p=0.0013) nos pacientes acompanhados pelo
especialista farmacêutico. Por ouro lado, houve maior frequência de visitas clinicas
(10.7 vs. 3.45, p<0.0001) quando sem o acompanhamento do farmacêutico
cardiologista.
PHARM PRACT (GRANADA). 2012 JAN-MAR;10(1):25-32
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
• NEGROS: Boa eficácia dos diuréticos
• IDOSOS: Diuréticos, bloqueadores de canal de cálcio, IECA
• GRAVIDEZ: Metildopa
• OBESIDADE: IECA ( aumentam a sensibilidade a insulina )
• DIABETE MELLITO: IECA, diuréticos em baixas doses
• CARDIOPATIA ISQUÊMICA: Propranolol
• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: Diuréticos, IECA
Considerações Gerais
Considerações Gerais
• Os tiazídicos devem ser a droga de escolha na maioria dos pacientes,
uso isolado ou em combinação;
• Algumas comorbidades são indicação para uso de outra classe de
medicamentos;
• A maioria dos pacientes necessitará de duas ou mais drogas para atingir
o nível desejado;
• Se a pressão encontra-se acima de 20/10 mmHg do nível desejado,
iniciar 2 drogas (sendo uma diurético tiazídico);
Considerações Gerais
• A terapia mais efetiva prescrita pelo médico mais atencioso terá
efeito apenas se o paciente estiver motivado;
• A motivação melhora quando o paciente tem experiências positivas
e confia no médico;
• A empatia constrói a confiança e é um potente motivador;
• O julgamento clínico permanece soberano;
“O maior de todos os erros é
não fazer nada só porque se
pode fazer pouco. Faça o que
lhe for possível”
Sydney Smith
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