PARANÁ GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
GISELE AZEVEDO
A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO
EM LONDRINA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
SOCIOAMBIENTAIS
LONDRINA
2011
GISELE AZEVEDO
A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO
EM LONDRINA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
SOCIOAMBIENTAIS
Produção Didático-Pedagógica (Caderno Pedagógico), apresentado como requisito ao PDE/2010 – Programa de Desenvolvimento Educacional – do Estado do Paraná, sob orientação da Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Profª Drª Jeani Delgado Paschoal Moura
LONDRINA
2011
SUMÁRIO 1 FICHA CATALOGRÁFICA......................................................................................04
2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................05
3 PROCEDIMENTOS................................................................................................08
3.1 OFICINA 1: APRESENTAÇÃO DO PROJETO...................................................08
3.2 OFICINA 2: OS MODOS DE PRODUÇÃO.........................................................08
3.3 OFICINA 3: O CAPITALISMO.............................................................................12
3.4 OFICINA 4: SOCIEDADE DE CONSUMO E CONSUMISMO............................15
3.5 OFICINA 5: LIXO URBANO: SOU RESPONSÁVEL?.........................................17
3.6 OFICINA 6: A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO E SUAS
CONSEQUENCIAS SOCIOAMBIENTAIS...................................................................23
3.7 OFICINA 7: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS.......................................................26
4. CONTEÚDOS DE ESTUDO PARA OS PROFESSORES ....................................28
5. ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES ...............................................................33
6. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO ...............................................................................38
7. REFERÊNCIAS......................................................................................................39
8. ANEXOS ................................................................................................................41
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1. FICHA CATALOGRÁFICA
Título: A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO EM LONDRINA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS
Autor
GISELE AZEVEDO
Escola de Atuação
COLÉGIO ESTADUAL PROF.º JOSÉ CARLOS PINOTTI
Município da escola LONDRINA
Núcleo Regional de Educação
LONDRINA
Orientador
PROFª DRª JEANI DELGADO PASCHOAL MOURA
Instituição de Ensino Superior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Disciplina/Área
GEOGRAFIA
Produção Didático-pedagógica
CADERNO PEDAGÓGICO
Relação Interdisciplinar
Público Alvo
ALUNOS DA 7ª SÉRIE (8º ANO) DO ENSINO FUNDAMENTAL
Localização
COLÉGIO ESTADUAL PROF.º JOSÉ CARLOS PINOTTI RUA CARLOS BERGOSSI, 360, BAIRRO PARIGOT DE SOUZA
Apresentação
Vivemos em um país de estrutura sócio-econômica capitalista, cujo sistema é concentrador de riquezas. Os interesses estão voltados para uma produção cada vez maior e mais rápida, o que tem levado a uma exploração sem limites dos recursos naturais e dos próprios seres humanos. Criou-se uma sociedade de consumo em que os produtos descartáveis são a mola propulsora e mantenedora desse sistema. É premente uma reflexão sobre as consequências socioambientais advindas dos valores consumistas materializados no espaço geográfico por meio do acúmulo de lixo, da poluição dos rios e do ar, da poluição sonora e visual, da fome, da violência, da criação de favelas entre outros. O aluno precisa perceber e compreender que o espaço que ele ocupa e transita é produzido e reproduzido em função do capital, daí a necessidade de se analisar a lógica capitalista na produção e na organização do espaço urbano para instrumentalizar a prática da cidadania por meio do desenvolvimento de raciocínios geográficos e da Educação Ambiental, estruturada na reflexão/ação, visando a formação dos alunos como dinamizadores de ambientes educativos para que atuem de maneira crítica na produção socioespacial de Londrina, reconhecendo-se como sujeitos construtores e, também, responsáveis pela busca de melhorias deste espaço.
Palavras-chave CAPITALISMO. CONSUMISMO. EDUCAÇÃO AMBIENTAL. CIDADANIA. AMBIENTES EDUCATIVOS.
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2. APRESENTAÇÃO
Levando em conta que os livros didáticos são produzidos por autores que
destacam a realidade socioespacial de São Paulo ou do Rio de Janeiro, optou-se
pela elaboração de um Caderno Pedagógico para colocar em prática o Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola embasado na realidade socioespacial de
Londrina.
Diariamente nossos educando são bombardeados com informações
recebidas por meio da internet, noticiários e, apesar disso, eles não possuem as
ferramentas necessárias para processar essas informações e transformá-las em
conhecimento. Assim, a sala de aula deve ser o espaço onde o professor vai criar as
possibilidades para transformar a informação em conhecimento, despertando no
educando a curiosidade, o desejo de investigar esse espaço e desenvolver a
capacidade de intervir na realidade de forma consciente e eficaz. A Geografia é um
instrumento útil para se fazer uma leitura crítica do mundo através da análise
geográfica da realidade levando o aluno a pensar o mundo em que vive a partir de
sua condição real de existência, que é o espaço local. Assim, o trabalho deverá ser
contextualizado de tal forma que o aluno não receba o conteúdo apenas como
espectador passivo, mas o explore como protagonista, como pesquisador agente de
mudanças.
Nesta perspectiva, este Caderno Pedagógico contempla a fundamentação
teórica para o professor e as atividades, divididas em oficinas, para os alunos. O
roteiro de estudos abordará os conteúdos estruturantes e específicos da Geografia
para a Educação Básica, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica do Paraná, que dará embasamento teórico para trabalhar com os alunos uma
análise da lógica capitalista na produção e organização do espaço urbano, a
materialização espacial do consumismo e suas conseqüências socioambientais.
Lembrando que cabe ao professor adaptar e dosar as atividades, nele sugeridas, ao
seu contexto escolar. Esta produção Didático-Pedagógica está aberta a críticas e
aguardando sua colaboração e sugestões que serão bem recebidas com sincera
gratidão.
A autoraA autoraA autoraA autora
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TEMA
A produção Didático-Pedagógica aqui apresentada refere-se ao Caderno
Pedagógico elaborado por mim, professora PDE 2010, enquanto estratégia de meu
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola: “A materialização espacial do
consumismo em Londrina e suas conseqüências socioambientais”, a ser
implementado no segundo semestre do período letivo de 2011. Este trabalho foi
elaborado como apoio para professores e alunos do ensino fundamental da 7ª
série/8º ano.
Este Caderno Pedagógico será composto de textos teóricos e
encaminhamentos metodológicos com sugestões de atividades, que subsidiarão o
trabalho do professor. As atividades serão trabalhadas em uma seqüência de
oficinas que culminará em uma avaliação formativa e somativa dos educandos.
JUSTIFICATIVA
Vivemos em um país de estrutura sócio-econômica capitalista, assim como a
maioria dos países do mundo. Esse sistema é concentrador de riquezas e como o
principal objetivo é a obtenção de lucro, os interesses estão voltados para uma
produção cada vez maior e mais rápida, o que tem levado a uma exploração sem
limites dos recursos naturais e dos próprios seres humanos, transformados em
mercadorias nesse sistema. Assim, um dos grandes dilemas da sociedade atual é
buscar meios para recuperar e assegurar a convivência harmoniosa entre os seres
humanos e destes com a natureza.
Diante dos graves problemas ambientais urbanos observados e,
principalmente, vivenciados diariamente por todos nós, surgiu a necessidade de
fazer uma análise da lógica capitalista da produção e organização do espaço
urbano, bem como, dos problemas ambientais consequentes, levando os alunos a
refletirem sobre a construção desse espaço e os valores consumistas ditados pela
mídia, para que possam modificar suas atitudes e atuar de maneira crítica na
produção socioespacial de Londrina.
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A busca desenfreada pelo lucro leva o ser humano ao individualismo, cujo
interesse pessoal e bem estar prevalece aos interesses coletivos. Ocorre uma perda
ou inversão de valores, em que as pessoas passam a dar maior importância aos
bens materiais às próprias relações humanas. O “ser” é relegado ao segundo plano
e o “ter” passa a comandar as relações humanas. É premente uma reflexão sobre as
consequências socioambientais advindas dos valores consumistas materializados no
espaço geográfico por meio do acúmulo de lixo, da poluição dos rios e do ar, da
poluição sonora e visual, da fome, da violência, da criação de favelas, entre outros.
Nesse sentido, este Caderno Pedagógico visa desenvolver uma proposta
educativa de reflexão/ação em que os alunos tenham a oportunidade de ampliar a
sua capacidade de análise crítica sobre o espaço geográfico e possam incorporar
em suas vidas, ações permanentes no sentido de intervir na realidade
socioambiental para transformá-la.
OBJETIVOS
Esta proposta tem por objetivo analisar a lógica capitalista na produção e na
organização do espaço urbano para instrumentalizar a prática da cidadania por meio
do desenvolvimento de raciocínios geográficos.
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3. PROCEDIMENTOS
3.1 OFICINA 1: APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Objetivos:
Ø Apresentar, aos alunos, o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola e seus
objetivos.
Ø Incentivar os alunos a participarem do desenvolvimento do projeto: “A
materialização espacial do consumismo em Londrina e suas
conseqüências socioambientais”
Ø Informar os critérios de avaliação da participação deles no projeto.
Tempo: 01 aula
3.2 OFICINA 2: OS MODOS DE PRODUÇÃO
Objetivos
Ø Conhecer e identificar as características dos modos de produção primitivo,
escravista e feudal.
Ø Analisar a organização espacial nos diferentes modos de produção.
Tempo: 04 aulas
Professor(a), você deverá acessar os endereços eletrônicos, abaixo, e copiar em
seu pendrive as imagens que serão reproduzidas na TV pendrive, para que o aluno
possa visualizar como o espaço estava organizado em cada modo de produção.
Essa aula também pode ser desenvolvida no laboratório de informática, permitindo
que o aluno possa visualizar melhor as imagens.
Imagens sobre o modo de produção Primitivo, disponíveis em:
http://4.bp.blogspot.com/_lpSwkaTARrQ/RiJ_ZeoumuI/AAAAAAAAAAc/oR_9BX6c7Js/s320/erectus1%5B1%5D.gif
http://4.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/S2M4KBT-SNI/AAAAAAAAA2I/2O0BoLj_fmA/s400/10.gif
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http://2.bp.blogspot.com/_8K0nUhvVsZQ/S5VXS8H_xlI/AAAAAAAAA4o/_r8djLMME3I/s400/Paleol%C3%ADtico+01.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_xx-cp5ovFAQ/S61qc-Rs88I/AAAAAAAAAIo/JZNc4CsQ9iA/s1600/prancha01_a.jpg
http://1.bp.blogspot.com/_u3wRED2x5RA/S6gD_5EvYdI/AAAAAAAAAFQ/wTvb4-Kx5d4/s400/mm3_neolitico.jpg
O acesso a esses links ocorreu em 14 de Julho de 2011.
Imagens sobre o modo de produção Escravista, disponíveis em:
http://comunidade.sol.pt/photos/olindagil/images/421228/original.aspx (acesso em 14 de Julho de 2011)
http://www.umnovocaminho.com/nc/wp-content/uploads/2011/07/o-povo-hebreu-no-Egito.jpg
(acesso em 18 de Julho de 2011)
http://4.bp.blogspot.com/_0CAZXSPukgQ/S-GFEWazsjI/AAAAAAAAAAk/8pw5xT-
S89s/s1600/8531egito%5B1%5D.jpg (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://bp0.blogger.com/_5NaAdO2PNK4/Rzs3daSm_hI/AAAAAAAAATY/pYdKANKCcGo/s400/35Ur.jp
g (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://gb.fotolibra.com/images/previews/32500-catal-huyuk.jpeg (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://2.bp.blogspot.com/-0Pe6UD2w2F8/TciUnRBaxeI/AAAAAAAAAZM/q61fMWEB4wM/s320/%25C3%2587atal%2BHuyuk1.jp
g (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://www.titalus.com/art/Hum111/Mesopotamia/CatalHuyukDig.jpg (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://3.bp.blogspot.com/-z5dLiz7uf5I/TWlmtXd-
YMI/AAAAAAAAGgA/i3mf5pz04pA/s400/4_cidade_romana.gif (acesso em 18 de Julho de 2011)
http://3.bp.blogspot.com/_JIHsZXI93ik/TIanAJLiRdI/AAAAAAAAAFM/njQCvguAxKA/s320/Roma_Anti
ga.jpg (acesso em 18 de Julho de 2011)
Imagens sobre o modo de produção Feudal, disponíveis em:
http://4.bp.blogspot.com/_7u399TXmUbI/S9huL056g9I/AAAAAAAAAAc/2pRaWle0bDI/s1600/feudo-
des.jpg (acesso em 14 de Julho de 2011)
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http://aprendizprofessor.files.wordpress.com/2010/04/feudo.jpg (acesso em 14 de Julho de 2011)
Fonte: Adaptado de GOMES, 1991
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO DE ACORDO COM OS MODOS DE PRODUÇÃO
Modo de produção é o modo pelo qual o homem vem, através da história, conseguir os bens necessários à sua sobrevivência. Por meio do trabalho, os seres humanos estabelecem relações entre si e com a natureza. Para sobreviver e se adaptar às condições dos diferentes ambientes da superfície terrestre, os seres humanos passaram a coletar e a produzir alimentos, construir habitações, fabricar roupas, utensílios domésticos e instrumentos de auxílio às suas atividades, criando dessa forma, os seus próprios meios de existência. Para que isso ocorresse, precisava extrair recursos da natureza e transformá-los por meio do seu trabalho produtivo. Ao longo da sua existência, o ser humano desenvolveu meios de produção que possibilitaram o aperfeiçoamento de suas formas de trabalho. A capacidade de aprender com os erros durante a execução de um trabalho o levou a buscar maneiras mais eficazes de realizá-lo e, assim, adquiriu novos conhecimentos. A convivência em grupos permitiu a troca de experiências entre os membros colaborando para o desenvolvimento de novas técnicas.
Por meio de diferentes modos de produção, o homem construiu, transformou e organizou o espaço geográfico. Vamos estudar cinco modos de produção que ocorreram no decorrer da história do homem: o primitivo, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista. Cada modo de produção possui características distintas materializadas na apropriação, construção e organização do espaço urbano e rural.
ATIVIDADE
Análise de imagens
Em dupla, você deverá analisar as imagens, que o(a) professor(a) selecionou, sobre as características espaciais de cada modo de produção e elaborar um texto descrevendo a organização do espaço geográfico em cada modo de produção.
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Fonte: Adaptado de PILETTI, 1995 e GOMES, 1991
CARACTERÍSTICAS DO MODO DE PRODUÇÃO PRIMITIVO Durante o modo primitivo de produção, o homem morou inicialmente em
cavernas, depois construiu aldeias e vilas. a) Idade da Pedra Lascada (origem do homem até aproximadamente 10.000 a.C.)
Moravam em cavernas. O homem vivia da coleta de frutos e raízes, da caça e da pesca. Tinha total
dependência do meio natural, havia muita dificuldade para conseguir alimentos, por isso era nômade.
Os instrumentos de trabalho eram primitivos, feitos de pedra. O trabalho era coletivo para sustento da tribo. As habitações, terras, águas eram propriedade coletiva. Apenas os instrumentos de
trabalho eram de posse pessoal. b) Idade da Pedra Polida (10.000 a.C. até 4.000 a.C.)
Com o passar do tempo o homem começou a inventar armas e ferramentas mais eficazes.
Descobriu a agricultura e passou a ser sedentário isso contribuiu para o surgimento das primeiras aldeias e vilas. c) Idade dos Metais (5.000 a.C. até 4.000 a.C.)
O aperfeiçoamento das armas feitas de metal levou as tribos mais fortes, mais produtivas, mais bem armadas, a começarem a dominar as mais fracas.
As comunidades primitivas caracterizadas pela propriedade coletiva dos meios de produção foram desaparecendo.
CARACTERÍSTICAS DO MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA Ocorreu na Europa, Ásia e África entre 4.000 a.C. e 476 d.C.
Marcado pelo surgimento das primeiras cidades. As pequenas aldeias e vilas foram crescendo e se transformando em cidades;
As tribos que perdiam nas guerras eram escravizadas e usadas para construir as cidades das tribos vencedoras.
A produção de excedentes propiciou o surgimento do comércio e da propriedade privada.
CARACTERÍSTICAS DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL Ocorreu na Europa, durante a Idade Média (476 d.C a 1453 d.C.)
Sistema econômico, político e social caracterizado pelo poder descentralizado (organização baseada em deveres e obrigações entre os senhores feudais), economia de subsistência baseada na agricultura, comércio a base de troca, moeda pouco usada e mão-de-obra servil.
Com as invasões dos árabes e dos bárbaros nas cidades européias, o ocidente europeu passou a contar com uma população predominantemente rural, concentrada em torno de poderosos proprietários de terra (senhores feudais), capazes de lhes oferecer proteção, e vivendo à base de uma agricultura de subsistência.
O feudalismo entrou em decadência, lentamente, e deu lugar a importantes transformações que levaram progressivamente ao surgimento do capitalismo a partir do século XI.
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3.3 OFICINA 3: O CAPITALISMO
Objetivo: conhecer as características do sistema capitalista e suas fases, para
compreender como o espaço atual foi organizado com base nesse sistema.
Tempo: 04 aulas
MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA A partir do século XI, na Europa, o feudalismo foi sendo substituído pelo modo
de produção capitalista, mas somente no século XV ele se consolidou como o modo de produção dominante. Atualmente, é o sistema adotado pela grande maioria dos países. O Brasil é um país capitalista. O sistema capitalista ou de economia de mercado é uma forma de organização social, política e econômica da sociedade. Esse sistema recebe o nome de capitalismo porque o dinheiro usado para gerar lucro é chamado de capital. Os donos do capital formam a classe dos capitalistas. Características desse sistema: a) objetivo: busca de lucro e acumulação de capital. b) estrutura da propriedade: predominância da propriedade privada (particular) dos meios de produção, isso quer dizer que os meios de produção possuem dono. O proprietário pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas. c) classes sociais: a sociedade está dividida em classes, que são basicamente duas: a burguesia (conjunto de pessoas que são os proprietários dos meios de produção – patrões) e o proletariado (conjunto de pessoas que não possuem os meios de produção e vendem sua força de trabalho em troca de um salário – trabalhadores). Essa divisão de classes gera uma desigualdade social que é própria desse sistema econômico, já que a acumulação de capital ocorre em conseqüência da produção de mercadorias ou serviços e, também, por meio da exploração da força de trabalho. d) relação de trabalho: assalariada. e) livre iniciativa: no capitalismo toda pessoa é livre para abrir empresas, comprar imóveis, investir em ações de empresas, desde que tenha capital (dinheiro que gera lucro) para tal finalidade. f) economia de mercado: significa que a economia (compra, venda, transporte, etc.) é regulada pela lei da oferta e da procura, que funciona da seguinte forma: quando a oferta (quantidade) de certo produto é maior que a procura, seu preço tende a baixar; quando a procura por esse produto é maior que sua oferta (quantidade), seu preço tende a aumentar. g) livre concorrência: os preços dos bens e serviços são definidos pela livre concorrência, isto é, pela competição entre as empresas por um número cada vez maiores de consumidores para seus produtos e serviços. Isso explica porque encontramos em duas lojas diferentes, por exemplo, um mesmo produto com preços bem diferentes.
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Fonte: Adaptado de BOLIGIAN, 2009 e NOVAES, 1994
Fases do capitalismo
1ª fase: Capitalismo Comercial/Mercantilista: ocorreu no período das Grandes Navegações e descobrimentos entre os séculos XV e XVIII, época em que houve a colonização da América e da África, pelos europeus. A fonte de lucro era a comercialização de produtos das colônias, da utilização da força de trabalho escravo e exploração de metais preciosos.
2ª fase: Capitalismo Industrial: inicia-se com a Revolução Industrial do século XVIII, por volta de 1760. A fonte de lucro passou a ser a atividade industrial.
3ª fase: Capitalismo Financeiro: teve início na virada do século XIX para o século XX, com a Segunda Revolução Industrial e vigora até o presente momento. A fonte de lucro passou a ser integração do capital financeiro (juros bancários) com o industrial.
ATIVIDADES
1) Diariamente, ao andar pelo centro comercial de Londrina, nos deparamos com pessoas no “calçadão” distribuindo panfletos contendo anúncios publicitários. Observe os dois exemplos abaixo e responda às questões:
Anúncios publicitários
1a) Atualmente estamos na fase do capitalismo financeiro. De acordo com o que você já estudou e com as informações dos anúncios, escreva qual é a fonte de lucro dessa fase. 1b) Vale a pena o consumidor de um país capitalista fazer compras a prazo? Justifique sua resposta usando um dos exemplos das propagandas.
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3.4 OFICINA 4: SOCIEDADE DE CONSUMO E CONSUMISMO
2) Analise a situação abaixo:
“Chegou a época da “Expo Londrina 2011”. Já foram anunciados vários shows. Patrícia comprou um ingresso para assistir ao show da dupla sertaneja X e pagou R$ 20,00. Carlos comprou 10 ingressos para o mesmo show, mas não irá assistí-lo, pois pretende revender seus ingressos a um preço bem maior do que adquiriu; ele sabe que os ingressos já estão quase esgotados e muitas pessoas decidem na última hora ver o show, não se importando em pagar mais caro do que a venda antecipada.”
De acordo com o que você já estudou sobre o sistema capitalista, responda: Em qual dos dois exemplos o dinheiro é considerado CAPITAL? Justifique sua resposta.
3) Quando uma mercadoria está em lançamento, seu preço é muito alto, mas após alguns meses o preço começa a baixar. Como se explica essa característica do sistema capitalista? 4) Por que em um país capitalista é importante que o consumidor faça pesquisa de preço antes de adquirir uma mercadoria ou serviço? 5) Por que em uma sociedade capitalista, existe divisão de classes sociais, onde poucos vivem com conforto e a maioria da população passa necessidades materiais?
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Objetivos:
Ø Relacionar a sociedade de consumo e o consumismo ao sistema capitalista.
Ø Compreender o poder da publicidade na criação e expansão da sociedade de
consumo bem como as mensagens ocultas na publicidade que incentivam o
consumismo.
Tempo: 04 aulas
Fonte: Adaptado de PIETROCOLLA, 1989. p. 13, 14, 37, 39
SOCIEDADE DE CONSUMO E CONSUMISMO
A formação da sociedade de consumo teve seus marcos iniciais com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra nos fins do século XVIII. Essa revolução veio consolidar o capitalismo como modo de organização das relações de trabalho e das condições de vida. Mas somente na virada do século XIX para o século XX, com a Segunda Revolução Industrial é que a sociedade de consumo expandiu-se como expressão particular da sociedade capitalista. Na lógica capitalista, toda a produção industrial, agrícola e de serviços possui um único objetivo: multiplicar o capital investido. Por isso a meta fundamental é produzir mercadorias, vendê-las, produzir outras, vendê-las e assim num eterno círculo vicioso envolve todos os homens numa relação de redes sociais, em que o produzir mercadorias se torna o eixo condutor de todas as ações humanas. Os capitalistas descobriram uma poderosa arma que convence a sociedade de consumo a querer cada vez mais, mesmo sem necessidade, é a publicidade que nos cerca por todos os lados: na televisão, no rádio, nos jornais, revistas, nos outdoors, nos muros de algumas residências, e, até, nós mesmos, quando carregamos nossas compras em sacolas que trazem a “marca” da loja onde adquirimos aquela mercadoria. Insatisfação, compulsão, criação de novas necessidades, desejo de obtenção de lucro são os pilares para a construção e desenvolvimento da sociedade de consumo. Aliados a isso estão as facilidades do crediário, cartões de crédito e os empréstimos que permitem que as pessoas realizem seus “sonhos de consumo”, mas que depois vivam no pesadelo das dívidas. Alimentadas pela publicidade, as pessoas são levadas a acreditar que, quanto maior for a posse de bens de um indivíduo, maior será o seu prestígio social, seu status e poder; ocorre uma inversão de valores sociais, as pessoas são condicionadas a consumir produtos e serviços, mesmo que não estejam precisando, em virtude disso, as pessoas passam a dar maior importância aos bens materiais do que às próprias relações humanas. A sociedade passa a valorizar o TER, em vez do SER. Muitas vezes, as pessoas passam a ser julgadas pela aparência física, pelas roupas que vestem, carros e casas que possuem, em vez de serem apreciadas por suas qualidades. como sinceridade, coragem, generosidade, e muitas outras.
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ATIVIDADES
ANÁLISE DE IMAGENS
1) Após a leitura do texto, analise as imagens que se encontram nos endereços eletrônicos, abaixo e reflita: http://blogdoh.files.wordpress.com/2009/02/africa3.jpg?w=458&h=313 (acesso em 29 de Julho de 2011)
http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/religmoral/imagens/10_sociedade15.jpg (acesso em 29 de Julho de 2011)
Elabore um texto a partir do seguinte título: “A sociedade de consumo é uma sociedade de desigualdades e de contrastes”.
2) Acesse a imagem que se encontra no endereço eletrônico:
http://www.willtirando.com.br/imagens/IMPULSIVO.jpg (acesso em 29 de Julho de 2011)
A tirinha acima, ilustra o consumismo que é caracterizado pelo desejo exagerado de adquirir produtos supérfluos, sem necessidade. Que problemas podem ocorrer em conseqüência disso? Pense nos produtos e serviços que você consome. Eles são realmente necessários para você? Justifique a sua resposta.
3) Acesse o endereço eletrônico, abaixo, e analise a imagem: http://4.bp.blogspot.com/_PzqA5FHfo1Q/S6ofCf6iVkI/AAAAAAAABn4/DxocERLyhtQ/s1600/ryot-comprar-jb.jpg (acesso em 29 de Julho de 2011)
O que a tirinha acima está informando? Relacione esse fato com o capitalismo. PESQUISA EM DUPLA
4) Vocês deverão analisar anúncios em revistas ou na televisão, dirigidos a crianças e jovens. Escolham alguns anúncios e reflitam sobre as seguintes questões: 4a) Descreva uma criança ou jovem típicos desses anúncios. 4b) A publicidade dirigida às crianças e jovens anuncia que tipo de produtos? 4c) A publicidade orientada para os jovens buscar incentivar que estilo de vida? Como ela quer que os jovens se sintam? 4d) Deve haver normas e regras para a publicidade? 4e) Os anúncios publicitários trazem informações importantes sobre os produtos? Justifique sua resposta. 4f) Você se deixa influenciar pela publicidade no momento de comprar? Justifique sua resposta. 4g) Que perguntas deveríamos nos fazer, antes de comprar um produto? Anotem suas respostas e apresentem aos colegas as conclusões tiradas pela dupla.
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3.5 OFICINA 5: LIXO URBANO: SOU RESPONSÁVEL?
Objetivos:
Ø Identificar os problemas socioambientais decorrentes do sistema capitalista.
Ø Investigar com os alunos, alternativas de tratamento do lixo, que diminuam
impactos ambientais, enfatizando a importância do cidadão na coleta seletiva
do lixo reciclável.
Ø Assistir aos documentários a “História das coisas” e “Lixo extraordinário” a fim
de promover rodas de conversa com os alunos e estimular a reflexão e o
debate crítico.
Tempo: 06 aulas
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Fonte: Adaptado de BOLIGIAN, 2009 e GUIMARÃES, 2005
PROBLEMAS CONSEQÜENTES DO CAPITALISMO
PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS: a raiz dos problemas socioambientais está na estrutura sócio-econômica, pois, na lógica capitalista, o importante é explorar ao máximo a natureza e os seres humanos para obter lucro. Esse sistema é concentrador de riquezas, os interesses estão voltados para uma produção cada vez maior e mais rápida, assim, solo, subsolo, flora, fauna, ar e água, a própria natureza enfim, passa a ser vista e utilizada como matéria-prima a ser usada no processo produtivo e se tornar mercadoria. Os próprios homens – aqueles que não conseguem tornar-se donos de algum meio de produção (terras, fábricas, lojas etc.) – são transformados em mercadorias, ao terem de vender sua força de trabalho em troca de um salário. A exploração do trabalho assalariado tende a gerar um aumento das desigualdades sociais, pois a riqueza produzida acaba sendo apropriada, em sua maior parte pelo patrão. Como conseqüência disso podemos notar em nossa cidade bairros nobres contrastando com favelas e lugares sem infra-estrutura nenhuma para a população pobre, subemprego, fome, violência, caos na saúde pública entre outros. O capitalismo é o sistema que mais provocou modificações no espaço geográfico e isso se intensificou após o surgimento da atividade industrial. Atualmente, os produtos descartáveis são a mola propulsora e mantenedora do sistema capitalista. Isso é visível ao se observar a grande quantidade de produtos descartáveis à venda. Os produtos são feitos para terem uma pequena durabilidade levando ao desperdício, um problema sério, não só porque gera uma quantidade gigantesca de lixo diariamente, mas também, porque é um agente de poluição do solo, do ar e das águas além de levar ao esgotamento dos recursos naturais não renováveis do planeta como, por exemplo, o petróleo, os minerais, o carvão mineral, entre outros. O excesso de consumo está destruindo o meio ambiente! Tudo o que se produz e se consome gera um impacto na natureza. Das árvores arrancadas para fazer lápis e papel à poluição gerada por carros, fábricas e esgotos; da água desviada para alimentar usinas hidrelétricas às toneladas de lixo produzidas por bilhões de pessoas! PERDA OU INVERSÃO DE VALORES: o sistema capitalista não produz modificações apenas na organização espacial, mas também influencia os relacionamentos. Esse sistema incentiva, exalta o individualismo em que o interesse pessoal, o zelo apenas pelas coisas particulares, o apego ao bem individual devem prevalecer sobre os interesses coletivos. Na sociedade de consumo predomina a competição e o individualismo, busca-se o imediatismo e a satisfação pessoal. Valores como colaboração, cooperação, solidariedade são pouco incentivados. Esse espírito individualista tem contribuído para que o indivíduo não perceba a relação de unidade que existe entre o homem e a natureza.
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ATIVIDADES
ANÁLISE DE IMAGENS
1) Acesse a imagem disponível no endereço eletrônico:
http://www.cartapotiguar.com.br/wp-content/uploads/2010/10/capitalismo.jpg
(acesso em 29 de Julho de 2011)
1a) Que problema socioambiental essa tirinha está retratando? 1b) Relacione as causas desse problema socioambiental ao sistema capitalista. 2) Acesse as imagens que se encontram no endereço eletrônico abaixo:
http://3.bp.blogspot.com/-0NEjmJdFEyI/TdluKJjmdhI/AAAAAAAAArY/k-cS49NVyzU/s1600/lixo+na+rua.jpg (acesso em 29 de Julho de 2011)
http://1.bp.blogspot.com/-_tOhc6ckAGg/TZMEulbClII/AAAAAAAATcc/_A4H8HQlyPE/s1600/lixo.jpg
(acesso em 29 de Julho de 2011)
2a) Costumamos cuidar com muito capricho e organização do espaço privado de nossa casa, mas não nos importamos com o espaço público. De acordo com o texto e o que vemos nas imagens, o que explicaria o descaso, o descuido das pessoas com o espaço público, utilizado frequentemente por todos nós?
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O PROBLEMA DO LIXO URBANO
Diariamente, nós produzimos uma grande quantidade de lixo em nossas casas. Devemos ter consciência de que esse lixo não desaparecerá do dia para a noite. Você sabia que o tempo de decomposição (apodrecimento) depende do tipo do lixo? Veja alguns exemplos:
Papel – 3 a 6 meses Nylon – mais de 30 anos Filtro de cigarro – 5 anos Garrafa plástica – 100 a 500 anos Chicletes – 5 anos Fralda descartável – 300 anos Metal – mais de 100 anos Saco ou sacola plástica – 40 anos Vidro - mais de 4.000 anos Pano – 6 meses a 1 ano Borracha – tempo indeterminado
A decomposição do lixo produz o chorume, um líquido escuro e mal cheiroso que além de poluir o ar, infiltra no solo podendo contaminar lençóis de águas subterrâneas e rios, também torna o solo ácido e impróprio para a agricultura. COMO DIMINUIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELO LIXO URBANO Nem todo resíduo sólido que produzimos em nossa casa pode ser considerado inútil. Há certos tipos de materiais que podem ser reaproveitados ou podem ser reciclados na indústria. A solução está em um CONJUNTO DE ATITUDES que todos nós devemos adotar: 1) Reduzir a quantidade de resíduos sólidos produzidos em nossas casas e nas indústrias. Desperdiçar menos, por exemplo: aproveitar os dois lados da folha de papel e revisar os textos antes de imprimi-los no computador. Diminua o uso de produtos descartáveis. É necessário repensar nossos hábitos de consumo e de “jogar fora”. Devemos consumir apenas o necessário, sem exageros, e compreender que o lixo que produzimos não desaparece como por encanto, fica aqui no planeta Terra, nos aterros, nos lixões, nos rios, por dezenas ou centenas de anos. 2) Reutilizar objetos e materiais fazendo com que tenham nova utilidade. Doar aquilo que ainda serve para outras pessoas, como roupas, móveis, brinquedos, livros. Aproveitar garrafas e outras embalagens para fazer brinquedo, guardar alimentos e líquidos, também ajuda. 3) Reciclar A reciclagem é um processo industrial onde o resíduo reciclável é usado como matéria-prima para fabricar novas embalagens. Quem faz esse trabalho são as indústrias de reciclagem. Na indústria, o vidro, o papel, o plástico ou o metal é desmanchado, fundido e depois transformado em embalagem nova. Para que as indústrias possam reciclar, é necessário que nós façamos a separação das embalagens recicláveis em nossa casa. Após lavar as embalagens, para evitar a contaminação delas, devemos doar para os “catadores” de material reciclável, que irão vendê-lo para as indústrias de reciclagem. A reciclagem é importante porque diminui a extração dos recursos naturais e evita seu desperdício; também reduz o consumo de energia e água na produção, pois o produto feito com material reciclável passa por menos etapas de fabricação. Não é possível a indústria reciclar se não houver dentro de nossas casas a separação das embalagens recicláveis. A coleta seletiva é o começo da reciclagem. Coleta seletiva é separar, em nossa casa, o material reciclável (vidro, papel, plástico e metal) do lixo orgânico (restos de comida, cascas de verduras, frutas, folhas). A coleta seletiva é importante porque reduz o volume diário de lixo que vai para o aterro permitindo assim, o aumento da sua vida útil; também diminui a poluição do solo, dos lençóis de águas subterrâneas e rios e do ar. Outro benefício importante é na área social, pois ao doar seu material reciclável ao “catador” você estará ajudando no sustento de uma família.
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Fonte: Adaptado de MUHRINGER, 2007.
4) Compostagem é um processo biológico de decomposição dos resíduos orgânicos (restos de comida, cascas de verduras, frutas, folhas).e sua transformação em húmus. Com textura, cor e cheiro de terra, o húmus é o produto final do processo de compostagem. É um adubo natural usado para alimentar hortas, jardins, floreiras, etc. Na natureza esse processo se dá naturalmente. Galhos e troncos secos, folhas, flores, fezes e restos de animais mortos caem no solo e, com a ação da chuva, do oxigênio presente no ar e dos agentes “decompositores”, viram húmus e são absorvidos pela terra. Os decompositores são as bactérias, fungos, minhocas e insetos que decompõem o lixo orgânico e o transformam em húmus, rico em nutrientes para o solo.
ATIVIDADES
ANÁLISE DE IMAGENS
1) Acesse os endereços eletrônicos, abaixo, e analise as imagens: http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/06/lixo.jpg (acesso em 30 de Julho de 2011)
http://2.bp.blogspot.com/_7aXlWZmXyCo/TD7tl9EONZI/AAAAAAAABwY/GPy4Sf_-6lM/s1600/SACOLA.jpg (acesso em 30 de Julho de 2011)
1a) Explique a relação entre as duas imagens. 1b) Quem são os sujeitos construtores do espaço geográfico dos lixões, dos aterros sanitários? 1c) Quais problemas ambientais surgem em conseqüência da construção diária de espaços como o da imagem do lixão?
PESQUISA 2) Pesquise em sua casa, os diferentes tipos de embalagens dos produtos que sua família tem consumido e responda as questões abaixo: 2a) Que tipos de materiais são usados nas embalagens? 2b) Há embalagens que são desnecessárias? Justifique sua resposta. 2c) Quais embalagens poderiam ser recicladas? Quais poderiam ser reutilizadas? 2d) Quanto material reciclável é produzido, em sua casa, semanalmente? 2e) Sua família separa o lixo reciclável para entregar às ONGs de coleta seletiva? Justifique sua resposta. 2f) Que hábitos podem ser mudados por você e sua família, para contribuir para um consumo sustentável e diminuir a quantidade de lixo gerado diariamente?
3) Comente sobre a seguinte frase: “Todos levantam a voz para clamar contra a poluição, mas poucos se levantam para jogar seu lixo no cesto.” (Superinteressante. Maio/99)
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ATIVIDADES
DOCUMENTÁRIO “A HISTÓRIA DAS COISAS” Esse documentário nos leva a refletir sobre os problemas sociais e ambientais criados em conseqüência dos hábitos consumistas além de apresentar os problemas do sistema capitalista e mostra como revertê-los. Duração de 21 minutos Acesse o documentário no endereço eletrônico abaixo: http://sununga.com.br/HDC/index.php (acesso em 01/08/2011) Após a análise do documentário, debata com seus colegas as conclusões a que você chegou . DOCUMENTÁRIO “LIXO EXTRAORDINÁRIO” O documentário mostra o contato do artista plástico Vik Muniz com os catadores de material reciclável do Aterro do Jardim Gramacho (um bairro do município de Duque de Caxias onde está localizado o maior aterro sanitário da América Latina. O local recebe, por dia, mais de 7 000 toneladas de lixo provenientes de mais dois municípios da Baixada Fluminense e também da cidade do Rio de Janeiro). A partir da experiência, surge um novo combustível criativo para Vik e, como contrapartida, os catadores diminuem sua distância com a arte e conseguem condições melhores de vida. Duração: 90 minutos. Acesse o documentário no endereço eletrônico abaixo: http://www.degracaemaisgostoso.org/lixo-extraordinario-dvdrip-avi.html (acesso em 01/08/2011) Após assistir o documentário vamos organizar uma roda de conversa para debater o que foi apreendido.
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3.6 OFICINA 6: A MATERIALIZAÇÃO ESPACIAL DO CONSUMISMO
E SUAS CONSEQUENCIAS SOCIOAMBIENTAIS
Objetivos:
Ø Visitar um Shopping Center, para que os alunos possam refletir a lógica
capitalista materializada na construção desse espaço, considerado templo do
consumo, de acordo com Pietrocolla (1989).
Ø Visitar o aterro sanitário de Londrina, para que os alunos possam conhecer
esse espaço construído, diariamente, pelos nossos hábitos consumistas bem
como, observar os impactos ambientais locais e globais conseqüentes do
descarte inadequado e acúmulo de lixo.
Tempo: 04 aulas
Professor(a), após trabalhar as cinco oficinas com os alunos, chegou o momento de
eles completarem a construção do conhecimento por meio da observação direta da
realidade local realizando um trabalho de campo. Para isso é necessário estabelecer
um roteiro completo, com horário e local de saída, pontos de parada e tempo
previsto para chegada. Com essas informações em mãos, converse com a Equipe
Pedagógica de sua escola a fim de obter apoio ao seu trabalho.
De acordo com SILVONE;TSUKAMOTO (2006) o trabalho de campo está dividido
em três etapas: pré-campo, campo e pós-campo.
PRÉ-CAMPO
Refere-se à preparação dos alunos e a apresentação de conceitos e das teorias que
serão vistas no campo a partir dos seguintes questionamentos:
§ O que é trabalho de campo?
§ Para que serve?
§ Por que queremos realizá-lo?
§ Onde iremos e o porquê dessa escolha?
§ Discutir o roteiro (como iremos, quando, trajeto, horário)
§ Autorização, por escrito, da família.
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§ O que levar? (máquina fotográfica, bloco de anotações, lanche)
§ Como se vestir?
§ Quais as atividades de cada grupo? (Divida a turma em pequenos grupos de
quatro participantes)
§ Quais os resultados esperados (objetivos)?
§ Abrir espaço para sugestões ou dúvidas sobre o trabalho de campo.
CAMPO
Este é o momento de fazer perguntas que instiguem o aluno a desenvolver uma
leitura crítica por meio da análise geográfica da realidade, promover discussões a
fim de que eles consigam relacionar os conteúdos apreendidos em sala aos espaços
visitados. Aproveite os questionamentos das Diretrizes Curriculares, tais como:
- Onde? - Como é este lugar? - Por que este lugar é assim? - Por que aqui e não em outro lugar? - Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico? - Qual o significado deste ordenamento espacial? - Quais as conseqüências deste ordenamento espacial? - Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros? (PARANÁ, 2008, p.52)
Cada grupo de alunos deve fazer anotações daquilo que forem observando,
fotografar ou filmar os espaços visitados.
PÓS-CAMPO
A volta para sala de aula é o momento ideal de sistematizar, organizar os
conhecimentos construídos. Por meio de debates, o professor irá explorar tudo o
que foi visto, relembrando o trajeto e aproveitando cada dúvida para alicerçar os
conteúdos trabalhados procurando conduzir as informações na direção dos objetivos
determinados.
Cada grupo de alunos deverá elaborar um vídeo (documentário) ou utilizar o
programa do Windows Movie Maker para criar um vídeo a partir das fotos que eles
tiraram, onde mostrarão a configuração espacial dos locais visitados, bem como a
reflexão crítica acerca do que aprenderam e qual tem sido a prática deles em
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relação ao consumismo. Também deverão apresentar soluções práticas para
minimizar os impactos ambientais observados no aterro, como expressão do
exercício de cidadania.
PERCURSO
A - Saída: Carlos Bergossi, 360 - Colégio Estadual Prof.º José Carlos Pinotti
B - Saul Elkind – Planet Shopping e Camelódromo
C - João Carlos Strass – futuras instalações do Shopping Norte
D - Distrito de Maravilha – aterro sanitário
Retorno ao ponto A: Carlos Bergossi, 360 - Colégio Estadual Prof.º José Carlos
Pinotti
Disponível em: http://maps.google.com.br/maps Acesso em 05 de agosto de 2011
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3.7 OFICINA 7: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Objetivo: Criar Histórias em Quadrinhos, a partir dos conteúdos apreendidos em
sala de aula.
Tempo: 04 aulas
Professor(a), no processo de ensino e aprendizagem, as Histórias em Quadrinho
(HQ) representam uma possibilidade agradável e divertida para se construir
raciocínios geográficos, pois a imagem é um recurso pedagógico de representação e
comunicação importantes para se abordar as questões socioeconômicas do
capitalismo. Questões mecânicas não oferecem possibilidades de desenvolver o
senso crítico em nossos alunos. Neste sentido propomos uma atividade onde o
aluno utilize os novos conhecimentos construídos em sala de forma criativa exigindo
dele uma postura mais atuante na sua própria aprendizagem. As HQ produzidas
pelos alunos também podem ser utilizadas como instrumento de avaliação.
Essa atividade pode ser realizada em dupla, para que um aluno complemente o
outro através da troca de conhecimentos e idéias. Propor à dupla de alunos a
elaboração de uma HQ sobre os seguintes assuntos:
§ Reflexão sobre a lógica capitalista na construção de shoppings centers e o
incentivo ao consumismo.
§ Reflexão sobre o problema do lixo urbano e as práticas de cidadania que
devemos adotar para minimizar os impactos ambientais.
§ Reflexão sobre o capitalismo e os problemas socioambientais gerados por
este sistema.
Elementos Fundamentais na Construção de Histórias em Quadrinhos
1. Argumento: é a idéia da trama de forma resumida com início, meio e fim. Para
desenvolver a história, devemos delimitar o tema que vamos abordar, não se
esquecendo do conteúdo geográfico que o desenho deve proporcionar ao leitor.
2. Organização de todas as cenas a serem criadas de maneira que sustente a HQ,
seguindo uma ordem.
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3. Roteiro: Todas as cenas com cenários (espaço geográfico), diálogos,
apresentação de personagens, desenvolvimento do enredo, os dramas e a
finalização. Os alunos que possuem mais habilidades poderão fazer os desenhos à
mão livre, os menos habilidosos poderão utilizar os recursos do computador, da
internet para criar seus personagens e cenários. Há também a possibilidade de se
realizar recorte e colagem de imagens de revistas ou personagens de HQ já
existentes.
4. Capa: considerado como uma das principais formas de chamar atenção do leitor
deve ser extremamente planejada.
5. Contracapa: apresenta os créditos, os endereços de onde as imagens foram
copiadas.
6. Revisão geral de texto e imagens: fundamental para evitar erros ortográficos,
diálogos sem sentido, sem seqüência, entre outros.
Ao término desta atividade os alunos poderão trocar entre eles os gibis para
que apreciem o trabalho uns dos outros.
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4. CONTEÚDOS DE ESTUDO PARA OS PROFESSORES
Usando como referência as Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008),
esta Produção Didática foi elaborada com base nos Conteúdos Estruturantes da
Geografia para a Educação Básica:
Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes da Geografia são: - Dimensão econômica do espaço geográfico; - Dimensão política do espaço geográfico; - Dimensão socioambiental do espaço geográfico; - Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico. Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos devem ser tratados pedagogicamente a partir das categorias de análise – relações Espaço↔Temporais e relações Sociedade↔Natureza – e do quadro conceitual de referência. (PARANÁ, 2008, p.69)
A abordagem a partir dos conteúdos estruturantes e específicos
permite ao aluno compreender os conceitos geográficos em suas complexas
relações nas diferentes escalas de análise do espaço geográfico e conduzi-lo na
construção do conhecimento socioespacial de forma crítica, percebendo-se como
agente construtor desse espaço e, portanto, capaz de intervir na realidade para
modificá-la.
A história das transformações do espaço geográfico está fortemente
vinculada à história do desenvolvimento da produção. Isso significa que as formas
visíveis no mundo atual resultam, essencialmente, de processos históricos,
construídos em diferentes tempos. Por meio do trabalho, os seres humanos
estabelecem relações entre si e com a natureza. Para sobreviver e se adaptar às
condições dos diferentes ambientes da superfície terrestre, os seres humanos
passaram a coletar e a produzir alimentos, construir habitações, fabricar roupas,
utensílios domésticos e instrumentos de auxílio às suas atividades, criando dessa
forma, os seus próprios meios de existência. Para que isso ocorresse, precisava
extrair recursos da natureza e transformá-lo por meio do seu trabalho produtivo.
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Ao longo da sua existência, o ser humano desenvolveu meios de
produção que possibilitaram o aperfeiçoamento de suas formas de trabalho. A
capacidade de aprender com os erros durante a execução de um trabalho o levou a
buscar maneiras mais eficazes de realizá-lo e, assim, adquiriu novos conhecimentos.
A convivência em grupos permitiu a troca de experiências entre os membros
colaborando para o desenvolvimento de novas técnicas.
Por meio de diferentes modos de produção, o homem construiu,
transformou e organizou o espaço geográfico. Gomes (1991) destaca cinco modos
de produção que ocorreram no decorrer da história do homem: o primitivo, o
escravista, o feudal, o capitalista e o socialista.
Cada modo de produção possui características distintas materializadas
na apropriação, construção e organização do espaço urbano. Durante o modo
primitivo de produção, o homem morou inicialmente em cavernas, depois construiu
aldeias e vilas. No modo de produção escravista, as pequenas aldeias e vilas foram
crescendo e se transformando em cidades, através do trabalho escravo daqueles
que eram vencidos nas guerras. No modo de produção feudal, a população era
predominantemente rural, concentrada em torno de poderosos proprietários de terra
(senhores feudais), capazes de lhes oferecer proteção, à base de uma agricultura de
subsistência. Em consequência disso, Spósito (1998) afirma que houve um
retrocesso no processo de urbanização com a diminuição de algumas cidades e o
desaparecimento de outras, a partir do século V.
As cidades são espaços antigos, segundo Spósito (1998, p. 42) “a
urbanização é um processo que remonta à Antiguidade, e que a cidade é um fato
desde que determinadas condições históricas, o permitiram há cerca de 5.500 anos
atrás na Mesopotâmia”. Para essa autora, a configuração espacial das cidades, nos
modos de produção escravista e feudal foi totalmente diferente do sistema
capitalista. Na Antiguidade, as cidades não eram lugar de produção, elas possuíam
um caráter político ou teocrático de dominação. Na Idade Média, sobreviveram dois
tipos de aglomerados: as “cidades” episcopais (centros de administração
eclesiástica) e os burgos (locais fortificados e que serviam de refúgio para os
senhores feudais e seus servos). Assim durante o feudalismo as cidades perderam
seu papel político e se constituíram em acessórios da economia feudal.
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Com o passar dos anos, porém, a cidade passou por processos de
evolução e de retrocesso, mas somente na transição do feudalismo para o
capitalismo que o urbano passou por um renascimento.
A burguesia comercial (de burgo, porque aí moravam os comerciantes)
crescia em prestígio e poder, superando a riqueza dos senhores feudais pois viviam
basicamente do lucro da venda das especiarias trazidas do Oriente. A moeda, que
quase não era usada na Idade Média, passou a ser a principal meta de quem
desejava enriquecer. Assim “a atividade comercial visava não somente satisfazer as
necessidades humanas, mas por seu caráter de mercadoria, propiciar lucro e, por
conseguinte, a acumulação através do comércio” (SPÓSITO, 1998, p.34).
Carlos (1997, p. 26) explica que “à medida que começa a acumular
dinheiro, a burguesia passa a questionar o poder decorrente da linhagem. Começa a
pregar o fim da tradição e o princípio da riqueza como produto do trabalho.”
O rei, que durante boa parte da Idade Média fora uma figura
meramente simbólica, passou a concentrar todos os poderes em suas mãos. No
entanto, o rei sozinho não poderia ter todo o poder. Era preciso uma classe de
apoio: a burguesia nascente fez uma aliança com o rei e surgiu assim uma nova
política econômica chamada mercantilismo. Com ela o rei assume o poder político e
a burguesia o poder econômico e começa a impor seus valores em todos os níveis
da nova sociedade, insistindo na importância do esforço individual e inaugurando
assim, o capitalismo comercial. A produção de mercadorias de forma artesanal
doméstica transformou a cidade num espaço de produção.
O capital acumulado em grande quantidade permitiu uma mudança na
economia e na organização do espaço geográfico ao financiar a Revolução
Industrial. Esta foi um marco na história do capitalismo devido a atividade industrial
predominar sobre as outras atividades econômicas (agricultura e pecuária) e
estabelecer sua base territorial na cidade que é o local onde se concentram capital e
força de trabalho. Dessa forma, iniciou-se a fase do capitalismo industrial.
Os homens foram expulsos do campo em direção aos centros
industriais (êxodo rural). Lá eles se tornaram mão-de-obra farta e barata e, ao
mesmo tempo, mercado consumidor. As cidades cresceram, porém o que sobrou
para os trabalhadores foi a periferia, quase sempre em forma de favela.
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Spósito (1998) afirma que o rápido crescimento populacional nas
cidades gerou uma procura por espaço e este se tornou mercadoria. Cem anos após
a Revolução Industrial havia desordem na paisagem e na malha urbana, o Estado
passou a ser especulador e a classe dominante aproveitou para realizar seus
investimentos imobiliários. Ruas estreitas, criação de animais, casas pequenas,
dificuldade para eliminação do lixo, para ventilação, insolação, eram problemas
urbanos já existentes. “Estes problemas não eram, portanto da cidade, eram do
próprio modo de produção e se manifestavam na cidade” (SPOSITO, 1998, p.59).
O processo de intensa urbanização capitalista não é apenas espacial,
mas também, cultural, pois influencia os relacionamentos. O capitalismo incentiva,
exalta o individualismo em que o interesse pessoal, o zelo apenas pelas coisas
particulares, o apego ao bem individual devem prevalecer sobre os interesses
coletivos. Esse espírito individualista tem contribuído para que o indivíduo não
perceba a relação de unidade que existe entre o homem e a natureza.
Criou-se com isso uma sociedade consumista de recursos, capitais e bens. O consumismo intenso valoriza a acumulação material, a competição exacerbada, o individualismo egoísta e vende uma ilusão alienante de crença na viabilidade desse modelo, que jamais poderia ser alcançado pelo conjunto da população planetária ou até mesmo pela grande maioria das nações existentes. Não há como pretender que, dentro dessa estrutura, todas as nações atinjam o mesmo nível de desenvolvimento e o mesmo padrão de consumo dos atuais países desenvolvidos, sem que isso resultasse em graves consequências ambientais. (GUIMARÃES, 2005, p. 13)
A raiz dos problemas socioambientais está na estrutura sócio-
econômica, pois, na lógica capitalista, o importante é explorar ao máximo a natureza
e os seres humanos para obter lucro. Na sociedade de consumo predomina a
competição e o individualismo, busca-se o imediatismo e a satisfação pessoal.
Valores como colaboração, cooperação, solidariedade são pouco incentivados.
Pietrocolla (1989) considera os produtos descartáveis a mola
propulsora e mantenedora do sistema capitalista. Isso se torna claro ao observar a
grande quantidade de produtos descartáveis à venda, a quantidade de lixo que é
produzida, diariamente, nas residências, no comércio e na própria indústria. Os
produtos são feitos para terem uma pequena durabilidade e muitos não compensa
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nem mandar consertar, pois devido o alto preço do conserto é mais vantajoso
comprar um novo. Com isso a produção de lixo urbano aumenta cada dia mais,
tornando-se um sério problema a ser administrado pelo poder público.
A materialização espacial do consumismo é concretizada na
construção de Shopping Centers, os quais Pietrocolla (1989, p. 59) chama de
“templos da sociedade de consumo, cujo deus é o Capital”. É nesse espaço que
muitas pessoas vivem um mundo de aparências, pois o poder verdadeiro pertence
àqueles que têm a posse do capital. Outra forma de materialização do consumismo,
que existe é o lixão, um espaço que, diariamente, é construído pelos nossos hábitos
consumistas.
Na lógica capitalista, toda a produção industrial, agrícola e de serviços
possui um único objetivo: multiplicar o capital investido. Para isso, os capitalistas
descobriram uma poderosa arma que convence a sociedade de consumo a querer
cada vez mais, mesmo sem necessidade, é a publicidade que nos cerca por todos
os lados. A respeito disso Pietrocolla comenta:
A sociedade de consumo assentada sobre o desejo de posse e maximização de lucros é promovida ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento de um “espírito” assentado sobre valores como poder, prestígio, status. Esses valores se manifestam através das novas necessidades criadas pelo sistema, alimentadas pela propaganda e publicidade e vivenciadas pelo homem em sua busca de identificação e felicidade. (PIETROCOLLA,1989, p.39)
A sociedade de consumo produz seres alienados, envolvidos numa
trama bem preparada pelo marketing, a serviço do capitalismo. Para Santos (1987) a
alienação nos amortece, ficamos privados da consciência participativa, somos
coisificados e passamos a viver no individualismo, separados do outro,
fragmentados no conhecimento, vivendo uma realidade distorcida. O alienado quer
ver apenas os seus desejos satisfeitos, enquanto o cidadão vive para beneficiar o
coletivo. O alienado é o consumidor mais que perfeito, porque não questiona e
aceita tudo o que a mídia impõe e o cidadão é o consumidor imperfeito porque é
insubmisso a certas regras do mercado.
A sociedade atual está saturada de informações, mas não de
conhecimento, diariamente os indivíduos são bombardeados com informações via
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internet, celulares, TV. As pessoas alienadas absorvem as informações sem
compreender os significados reais e, como robôs programados, executam aquilo que
a mídia está “mandando”, sem refletir sobre suas ações.
O espaço geográfico é o objeto de estudo da Geografia e por isso é
necessário uma análise das relações homem/natureza pela ótica do capitalismo,
sistema que rege o mundo na atualidade, pois o ser humano se apropria da
natureza, destrói, constrói e reconstrói o espaço para satisfazer suas necessidades
básicas de sobrevivência e também supérfluas (PARANÁ, 2008, p. 51).
5.ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES
O trabalho de Educação Geográfica e Ambiental, visa a ampliação da
capacidade de análise do espaço geográfico pelos alunos através da reflexão/ação,
contribuindo para sua desalienação. Guimarães propõem essa forma de Educação
Ambiental (EA):
Para vivenciar as contradições existentes na realidade, realizar a potencialidade do ser através das relações políticas, sociais e com o meio ambiente, é que se faz necessário em um processo de EA associar a atitude reflexiva com a ação, a teoria com a prática, o pensar com o fazer, para realizar um verdadeiro “diálogo”, como bem define Paulo Freire em sua proposta educacional; ou seja, ter a práxis em EA. Apenas a ação gera um ativismo sem profundidade, enquanto apenas a reflexão gera uma imobilidade que não cumprirá com a possibilidade transformadora da educação, já dizia Freire. (GUIMARÃES, 2005, p.32)
É importante o aluno perceber e compreender que o espaço que ele
ocupa e transita é produzido e reproduzido em função do capital, bem como, os
problemas socioambientais consequentes desse sistema, como o acúmulo de lixo, o
esgotamento dos recursos minerais, a poluição do solo, do ar e das águas, as
desigualdades sociais, a pobreza, a fome, o preconceito, a violência entre outros.
Assim, é primordial ensinar os educandos a se tornarem cidadãos, a partir do
reconhecimento de que são sujeitos construtores do espaço e, também,
responsáveis pela busca de melhorias deste espaço, seja por meio de lutas,
questionamentos e/ou ações comunitárias.
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De acordo com Morin (2010) nós vivemos em uma comunidade de
destino uma vez que todos os seres humanos estão sujeitos às mesmas ameaças e
conseqüências da destruição socioambiental. Ele também afirma que há uma
identidade humana comum, apesar das diferenças raciais e culturais, pois somos
fruto de uma unidade genética de espécie, o Homo Sapiens, e, por fim, vivemos em
uma comunidade de origem terrestre. Por isso é necessário despertar nos alunos
uma identidade terrena e de pertencimento.
A consciência e o sentimento de pertencermos à Terra e de nossa identidade terrena são vitais atualmente. A progressão e o enraizamento desta consciência de pertencer a nossa pátria terrena é que permitirão o desenvolvimento, por múltiplos canais e em diversas regiões do globo, de um sentimento de religação e intersolidariedade, imprescindível para civilizar as relações humanas [...]. (MORIN, 2010, p. 73)
Por falta de uma identidade terrena e do sentimento de
pertencimento é que vemos tantos problemas socioambientais, pois as pessoas
cuidam apenas do espaço individual, delimitado pelos muros de suas casas, ao
saírem delas, vão transformando o espaço coletivo das ruas, do bairro, da cidade
num grande lixão, demonstrando que as pessoas não se sentem pertencentes a
esse espaço e muito menos responsáveis por ele.
O capitalismo nos individualiza, nos leva a vivermos focados em nós
mesmos, separados; gera uma competição exagerada, desigualdades, solidão,
violência e incompreensão. Aprendemos a fazer as coisas porque “todo mundo faz”,
agindo sem questionar, sem refletir nossas ações, totalmente alienados e, dessa
forma, reproduzindo a ideologia do sistema dominante.
O ser humano é um ser social, de relações. Guimarães (2006) afirma
que é essencial usar a abordagem relacional como forma de ação para romper com
o paradigma da disjunção, que é próprio do sistema capitalista. Para este autor, a
lente do paradigma da disjunção vê tudo fragmentado e, ao procurar estabelecer
alguma ligação entre as partes, reduzem e simplificam o real de forma linear. Isso
leva a construção de um modelo único de sociedade, facilita a previsão e o controle
e permite a dominação de uma parte (a elite dominante) sobre as demais (os
excluídos).
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O conhecimento precisa ser contextualizado para que o aluno possa se
perceber dentro do todo. Levá-lo a refletir que a parte e o todo formam uma unidade
e que há relações entre os elementos. A reflexão crítica é questionadora da
realidade, denuncia as intenções ideológicas dominantes, desaliena. A Geografia é
um instrumento útil para se fazer uma leitura crítica do mundo através da análise
geográfica da realidade.
Nesse sentido, numa perspectiva crítica, algumas perguntas devem orientar o pensamento geográfico e o trabalho do professor, tais como: - Onde? - Como é este lugar? - Por que este lugar é assim? - Por que aqui e não em outro lugar? - Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico? - Qual o significado deste ordenamento espacial? - Quais as conseqüências deste ordenamento espacial? - Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros? (PARANÁ, 2008, p.52)
Por meio da reflexão crítica, a partir desses questionamentos, o aluno
irá desenvolver o raciocínio geográfico e ampliar sua consciência espacial,
identificando as desigualdades, conflitos e contradições próprias do sistema
capitalista, materializados no espaço nas diferentes escalas de análise, deixando,
dessa forma, a postura alienada, passiva, comodista, recebedora de informações e
reprodutora da ideologia dominante para uma postura ativa, desalienada, que o leve
a ser curioso, a investigar esse espaço e ser capaz de intervir na realidade de forma
consciente e eficaz.
Guimarães (2004) alerta para o perigo da armadilha paradigmática que
gera ações individuais e intervenções pontuais de caráter conservador produzindo
uma educação comportamentalista focando o esforço educativo na crença de que a
transmissão de informações vai provocar mudanças de atitudes.
Apenas a informação não basta. As pessoas sabem que água parada
favorece a reprodução do mosquito da dengue, mas pouco ou nada fazem para
modificar essa realidade, elas sabem que é importante preservar a natureza, mas
mesmo assim a destruição continua. Apenas a minha transformação individual
(parte) é mínima, não rompe com a ideologia dominante, não transforma o todo. A
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pressão do modelo capitalista é grande e o indivíduo sozinho não modifica a
realidade.
Sozinhos, ficamos livres, mas não podemos exercitar a nossa liberdade. Com o grupo, encontramos os meios de multiplicar as forças individuais, mediante a organização. É assim que nosso campo de luta se alarga e que um maior número de pessoas se avizinha da consciência possível, rompendo as amarras da alienação. (SANTOS, 1987, p. 79)
No processo de desalienação, Guimarães (2004) afirma que
formar multiplicadores para educação ambiental é cair na armadilha paradigmática.
A educação crítica propõe a formação de dinamizadores de ambientes educativos
(e não multiplicadores) que interagem e constroem novos conhecimentos de forma
contínua e participativa, num movimento de sinergia que envolva ação-reflexão-
ação. Ele não considera apenas o espaço físico escolar como ambiente educativo,
mas sim as “relações que se estabelecem no cotidiano escolar, entre escola e
comunidade, entre comunidade e sociedade, entre seus atores nos embates
ideológicos por hegemonia, portanto, é movimento complexo das relações”
(GUIMARÃES, 2004, p. 142).
A escola deve ser o lugar do diálogo, da construção do conhecimento,
de alunos que questionam a si e ao mundo que o cerca. O ato de pensar, refletir,
tem como efeito o comprometimento, a tomada de decisões e o responsabilizar-se
por elas. Não devemos trabalhar o processo educativo querendo resultados
imediatos, pois isso só gera ansiedade e frustração porque os problemas
socioambientais ocorrem em escala macro e o enfrentamento é em longo prazo. O
importante é o processo educativo em que os alunos se percebam cidadãos
responsáveis e pertencentes ao espaço em que estão inseridos. É relevante
propiciar ações para que o aluno saia de uma atitude passiva (recebendo
informações) e passe para uma atitude ativa (colocando em prática). As atividades
são meio e não um fim; é parte do processo educativo na intenção de fomentar a
reflexão para que o conhecimento se transforme em atitude e não um simples
adestramento ambiental.
Nesse sentido, uma metodologia a ser usada é o trabalho de campo,
pois sabemos que o indivíduo aprende na sua experiência, por isso o trabalho de
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campo dá vida ao conteúdo trabalhado em sala além de ser uma ferramenta que
auxiliará na análise geográfica do espaço e no desenvolvimento de raciocínios
geográficos levando o aluno a pensar o espaço, as relações dos homens com o
espaço, articular escalas de análise, internalizar as informações construindo um
conhecimento que faz sentido e não será esquecido, como ocorre na memorização
mecânica.
Silvone e Tsukamoto (2006, p. 85) afirmam que o trabalho de campo
não é uma simples atividade de observação, mas que deve ir muito, além disso, e
propiciar “atividades de comparação que conduzam o aluno a analisar a realidade,
de forma a capacitá-lo a atuar sobre ela.” Dessa forma o aluno, auxiliado pelo
professor, torna-se agente do seu próprio aprendizado.
Apenas transferir conteúdos de forma mecânica e descontextualizada
da realidade cria seres alienados e incapazes de produzir mudanças em seu espaço
além de reforçar a ideologia dominante.
Freire (2010, p. 47) afirma que ensinar não é apenas transmitir
conhecimentos, mas “criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção”. Para esse autor, quando o professor apenas “transmite, transfere” o
conhecimento e o aluno memoriza de forma mecânica, sem questionar, este cai na
armadilha da ideologia capitalista, e a reproduz sem perceber. Ele também destaca
que a curiosidade é um exercício que desafia o aluno a buscar respostas para seus
questionamentos e como conseqüência desse exercício ele vai construindo o
conhecimento de forma ativa e permanente. Percebemos, assim, como é de suma
importância o papel do professor que é comprometido com o processo de ensino e
aprendizagem e que estimula seus alunos por meios de uma reflexão crítica
provocando um movimento de seus pensamentos e um aprendizado permanente e
significativo.
Selbach (2010) destaca que o papel do professor de Geografia é ajudar
seu aluno a transformar informações em conhecimento, isso ocorre quando o aluno
é capaz de expressar com vocabulário próprio as idéias expostas pelo professor.
Nem todo conceito é passível de experimentação, daí a necessidade
de metodologias variadas, quando não há como ir à campo, tais como: a linguagem
cinematográfica, a linguagem imagética, a literatura, a música, a arte seqüencial das
Histórias em Quadrinho. Essas metodologias estimulam o raciocínio geográfico
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levando o aluno a pensar espacialmente, aprender a raciocinar em termos de escala
e localização e utilizar os novos conhecimentos construídos para atuar de forma
eficaz no espaço.
6. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
As atividades desenvolvidas pelos alunos serão avaliadas durante a
realização das oficinas por meio da participação do aluno (individual ou em grupo),
produção textual ou de histórias em quadrinhos, trabalho de campo, elaboração de
vídeo, roda de conversa, tarefas e atividades desenvolvidas em sala de aula. O valor
de cada atividade e a somatória das mesmas, para obtenção da média (referente ao
terceiro bimestre), adequar-se-ão ao sistema de avaliação contemplado no Projeto
Político Pedagógico do Colégio Estadual professor José Carlos Pinotti.
• 6,0 pontos para atividades (participação no trabalho de campo, na produção
de vídeo, produções, tarefas, atividades de sala)
4,0 pontos para prova escrita. A recuperação acontecerá por meio de revisão de
conteúdos trabalhados, durante o desenvolvimento do projeto, e uma segunda
prova, com o mesmo valor. Prevalecerá a maior nota para a média final.
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7. REFERÊNCIAS
ALENTEJANO, Paulo R. R.; ROCHA LEÃO, Otávio M. Trabalho de campo: uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado? Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 84, p. 51-67, 2006.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. Espaço e Indústria. São Paulo: Contexto, 1997. (Coleção Repensando a Geografia)
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2010 (Coleção Leitura)
GOMES, Horieste. A produção do espaço geográfico no capitalismo. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1991. (Coleção Repensando a Geografia)
GUIMARÃES, Mauro. A formação de educadores ambientais. Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. (Coleção Papirus Educação)
______. A dimensão ambiental na educação. 6. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2005. (Coleção Papirus Educação)
______. (org). Caminhos da educação ambiental: da forma à ação. Campinas, São Paulo: Papirus, 2006. (Coleção Papirus Educação)
MORIN, Edgar. A aprendizagem cidadã. In: ______ A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Trad. Eloá Jacobina. 17. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. p. 65-74
MUHRINGER, Sonia Marina; SHAYER, Michelle M. Lixo e sustentabilidade. São Paulo: Ática, 2007 (De olho na ciência)
NOVAES, Carlos Eduardo; RODRIGUES, Vilmar. Capitalismo para principiantes. 21. ed. São Paulo: Ática, 1994.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba, 2008.
PIETROCOLLA, Luci Gati. O que todo cidadão precisa saber sobre sociedade de consumo. 2. ed. São Paulo: Global, 1989.
SANTOS, Milton. Do cidadão imperfeito ao consumidor mais-que-perfeito. In: ______. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1987. p. 33-80. (Coleção Espaços)
SELBACH, Simone. (Supervisão geral). Geografia e Didática. Petrópolis: Vozes, 2010. (Coleção Como Bem Ensinar)
SILVA, Juliano Ricciardi Floriano. A arte sequencial das histórias em quadrinhos no ensino de Geografia. 1999. Monografia (Especialização em Ensino de Geografia). Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
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SILVONE, Bruno Rangel; TSUKAMOTO, Ruth Youko. Nos passos da aprendizagem: o trabalho de campo como método de ensino de geografia. In:, ANTONELLO, I. T.; MOURA J. D. P.; TSUKAMOTO, R. Y. (orgs). Múltiplas Geografias. (v.III). Londrina: Ed. Humanidades, 2006. p. 71-105
SPÓSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1998. (Coleção Repensando a Geografia)
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Colégio Estadual “Professor José Carlos Pinotti –
Ensino Fundamental e Médio.
Rua: Carlos Bergossi, 360 – Jardim dos Pássaros – Londrina – Pr- Fone/Fax 43 33284020
_________________________________________________________________________________________________________________
Srs. Pais ou responsáveis
Dando continuidade ao projeto de Geografia sobre “A MATERIALIZAÇÃO
ESPACIAL DO CONSUMISMO EM LONDRINA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
SOCIOAMBIENTAIS”, os alunos da 7ª série B participarão de um trabalho de campo
com saída prevista para o dia ____/_____/2011 às 13:30.
O percurso terá início na frente do colégio, passaremos pela avenida Saul Elkind até
o Planet Shopping e o Camelódromo, depois iremos ver as futuras instalações do
Shopping Norte e seguimos para o Distrito de Maravilha, para conhecer o novo
aterro sanitário de Londrina, ao final dessa visita retornamos para o colégio
aproximadamente às 17:30.
Atenciosamente
A direção
AUTORIZAÇÃO
Autorizo meu(minha) filho(a) ____________________________________________
da 7ª série B , a acompanhar a professora Gisele Azevedo no trabalho de campo
que acontecerá no dia _____/ _______/ 2011.
Assinatura dos pais ou responsável _______________________________________
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