7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
1/50
Guit
rraClssica
FbioAgusto
Fernan
J.A.Al
anonPache
doSoreida
o
rado
Nmero3Novembr
1
2010
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
2/50
GuitarraClssica 2
Editorial:
Consideremos o problema da nomenclatura em Portugal: guitarra, guitarra clssica, viola, viola
dedilhada e a combinao viola clssica. Este(s) instrumento(s) pode(m) ser executado(s) por um
guitarrista,guitarrista clssico, violonistaou violista (esteltimo commaior conotaono campodo
fado). Durante bastante tempo existiu o curso complementar de viola dedilhada seguidopelo curso
superiorde guitarra.Nada comoapolivalncia instrumental.Os nossos colegas brasileiros tmbem
definidoonome
do
seu
instrumento
eadenominao
do
seu
intrprete.
Neste
nmero,
aincluso
de
textosdemsicosbrasileiros lanouadiscussosobreumeventualcmbiodetermosbrasileirospara
termosportugueses. Decidimos rejeitar esta alteraopois: a) tais termos sero compreendidospor
todosos leitores; b)acapacidadedeentendimentoentreasdiversasdimensesda lnguaportuguesa
dever serestimulada,ao invsdeacordosunificadoresqueno renemo consensodenenhumdos
povos.
Quantoaonomedoinstrumento,anossaescolhaestpatentenonomedarevista.
Boasleituras!
PedroRodrigues
Adoismesesde celebrarumanodeexistncia,aRevistaGuitarraClssica trazlhesumdosmaiores
impulsionadoresdaguitarraclssicadohemisfriosul,FbioZanon.Guitarristabrasileiro,vencedorde
vriosprmiosinternacionaisentreosquaisGFAeFranciscoTrrega,Zanonabordatemascomooseu
famosoprogramaderdio,opanoramaguitarrsticoportugusebrasileiro,entreoutrosassuntos.
Contamos tambm com uma crtica gravao integral das obras de Radams Gnattalipor Victor
Garbelotto;umaentrevistaaAugustoPacheco,professorno InstitutoPiagetdeViseu;doisartigosde
anliseinterpretativaeumapeadojovemcompositorportugusJoaquimPavo.
Mais uma vez incentivamos aos leitores a escreverempara o espao do leitor emitindo as vossas
opiniesecrticas,
para
tal
basta
enviarem
um
com
oassunto
Espao
do
Leitor
para
Os nossos agradecimentos especiais aJoaquim Pavo, Romolo Calandruccio e Gilvano Dalagnapela
importantecolaboraonestaedio.
JooHenriques
ndice:
Espaodo
Leitor
3
EntrevistaaFbioZanon 4
EntrevistaaAugustoPacheco 12
NovasGravaes 18
Asfontesdeorigemdeop.9eop.19deFernandoSor 19
AnliseparaintrpretesJ.A.AlmeidaPrado 30
PginascomMsica 46
Equipa: Romolo Calandruccio, Gilvano Dalagna, Joo Henriques, Tiago
CassolaMarques,
Joaquim
Pavo,
Pedro
Rodrigues
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
3/50
GuitarraClssica 3
Estou lendo a revista e gostando
muito.
Acredito
que
seja
mesmo
esseocaminhodaspublicaes,a
internet. muito verstil. Ao
mesmo tempo que leio uma
entrevista, marco o nome do
entrevistado, solicito uma
pesquisa do nome,pronto, estou
assistindo, via youtube,um vdeo
do violonista (guitarrista) em um
concerto.Fantstico!
Sucessosempre.
EduardoKnaip(Brasil)
Muitosparabnspelacriao
destarevista,aqualveio
colmatarumaenormelacunano
nossopanorama
guitarrstico.
MrioCarreira(Portugal)
Muitosparabnspeloexcelente
trabalho!
HugoSanches(Portugal)
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
4/50
GuitarraClssica 4
EntrevistaaFbioZanonPorPedroRodrigues
RevistaGuitarraClssica:OFbioumdosguitarristasquemaisusofazdastecnologiasdeinformaonomeadamenteatravsdoconhecidofrumViolo.org.Nestefrumexisteumafortecomponentede
interaconosatravsdoesclarecimento dedvidasmasigualmenteentrevistasonlineeinquritos
entreoutros.
O
que
omotivou
aparticipar
to
activamente
eque
resultados
retira
para
asua
vida
musicaldessainteraco?
FbioZanon:Euachoqueprecisorepensararelaodoartistademsicaclssicacomatecnologiade
informaoecomopblico.
possvel que o formato do artista que fica oculto atrs de sua fama, em uma torre de ametista,
estticocomoumarelquia,bem...podeserqueaindaperdureemalgunscasos,masachototalmente
foradarealidadedosculoXXI.H100anos,amsicaclssicaeraopontonevrlgicodasdiscusses
artsticas;hoje,
basta
abrir
um
jornal
para
ver
que
no
mais.
Nossa
relao
com
opblico
tem
de
ser
maisdiretaemaisinstrutiva.Nomaispossvelpartirdopressupostoqueopblicotemumacultura
musicalforte,debero.Notem,enoparater,porquemsicanomatriaescolar,umpedao
muitomaisintensoemuitomaisdivertidodenossasvidas.
Entoeuachoque,semquererentrarparaaequipedoeutambm,tentodiversificarumpoucoos
canaisdecomunicaocomopblicoeampliarapresenadamsicaclssicae,porextenso,doviolo.
Dissofazempartemeusprogramasderdio,meus livroseartigospublicados,acuradoriadeprojetos,
asparceriascomartistasdeoutrosgneroseaparticipaoemfrunsdeinternet.
curiosaminhaparticipaointensanofrumviolao.org,jquenotenhousadooutroscanaiscomo
website,blogpessoaleMySpace,apesardeusarofacebook.Naverdade,observoquearelevnciade
websiteeMySpacetemcadogradualmente.Amdiaeletrnicamuitovoltil.
No caso do violo.org, bem, o que acontece que ele foi criado ainda quando a internet era uma
novidade,j tem 10 anos. Foram alunosmeus que o criaram e,mais tarde, pediram para que eu
assumisse amoderao. No incio era fcil,mas hoje temosmais de 5,000membros inscritos e a
administraobemmaiscomplicada;agoratemos7colaboradoresparacuidardisso.Eutentomeater
ao contedo, trazer informaes sobre excelnciamusical, aumentaro conhecimentodo repertrio,
desmistificaraprofisso.
Emtroca,ficomaisconectadocomasprefernciasedesejosdopblicoespecficodeviolo.Dequeos
alunossentemfalta?Quaisasprincipaislacunas?Sepreparoumprogramademsicabarroca,quaisso
asobrasmaistocadasequaisopblicosentefaltadeouvircommaisfrequncia?
Observotambmque,aodivulgarumevento,ofrumtendeaterumpoderdeirradiaomaisintenso
epontualqueumcanalmaisgenricoesuperficialcomoofacebook.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
5/50
Guit
Tenh
sobre
tenh
R.G.C
Arte
Quais
F.Z.:
pesq
Num
contr
eque
Mas,
pois
Mas,
estim
Nord
Uma
Villa
inter
impul
depr
no
mun
A m
enor
rraClssica
tambmpl
ovioloem
materialsufi
:AoutraredoViolo,O
asmaiores
s
A primeira s
isaparams
instrumento
asenso.
afaltadeac
claro,amaio
opossvel
o que inicial
ulante invest
ste.
surpresaneg
obos, os ou
odesuapro
soatravsdo
imeiragrand
sto sequer
ialdestesco
ior surpresa
emente. H
XavierM
nosde,em
particular.So
cienteparac
peloqual
Violo Espa
urpresasque
rpresa co
icos.Huma
cujo repert
ssoaelaste
surpresafoi
,namsicab
mente seria
igar a produ
tivafoi
cons
tros maiores
uodeviol
duoAssade
zacomoGu
gravados co
positores,e
positiva f
gravaes b
ontsalvatge
algummome
mentecoma
riarasbases
obejamente
hol eOViol
surgiramco
nstatar que
ausnciaqua
rio pertence,
int
hasidocircu
asriebrasil
rasileira,fala
uma srie d
o de msi
tatarque,
nu
compositor
o,paranof
Mignoneatr
rnieri,Santo
ercialmente
deoutrosm
i o acervo
rasileiras ant
nto,escreve
smensagens
e3ou4livr
conhecidoco
o Brasileiro,
este
trabalh
aterial son
setotaldea
majoritaria
Asegund
bastante
pouco
dif
pesquisa.
saber qu
Montsalva
concertos
praticame
exceo d
sintetiza a
ernacionales
nstancial.
ira.Claroqu
deumviol
e 50 progra
ca de violo
mcenrio
e
s do Brasil
alardeexpo
vsdemeut
ro,MarlosN
. Tive que e
nosconheci
de grava
eriores s d
um livroso
quepostein
s.
nsistenareal
este ltimo
o?
ro ainda n
lisesinterpr
ente, ao sc
surpresaref
odestaem
il
de
realiza
vasta mai
existem
ge, ou que
para viole
te nenhuma
Falla e Ro
linguagem
tejafomenta
eutinhaum
semtraaru
as cresceu
de estados
queh
cen
ainda esto
iointernac
rabalhoede
bre,Almeid
comendar
os.
s em 78 r
Agustn Bar
reaprtica
frumaolo
izaodospr
constitudo
o consagra
etativasbase
ulo XX, isso
eresesrie
mbito,que,
r
pela
escas
ria dos viol
bras para
Moreno Tor
e orquest
literatura s
drigo. Esper
do viol
dopesquisa
aidiadadi
matransvers
facilmente p
longnquos d
enasde
gra
esperando u
ional.Claroq
BarbosaLima
Prado,Gue
ais de 40 gr
taes, qu
rios, e, de u
musicalem
ngodesses1
ogramasder
or 148prog
do como fo
adasemgrav
parece um e
OVioloesp
indaassim,
ez
de
mate
nistas parec
violo de
roba comps
ra. No en
obre o assu
o que o pa
no ima
acadmicas
ensodotra
alidadedeg
ara 148. Foi
a Amaznia
aesdas
ob
m reconheci
ueGnattalit
,mascompo
raPeixe,etc.
avaes em
me surpre
ma forma ge
5
erale
anos,
dioA
amas.
te de
aes.
norme
anhol,
oium
ial
de
e no
Xavier
nove
ontrei
nto,
s que
inrio
srias,
balho,
neros.
muito
ou do
rasde
mento
veum
sitores
ainda
stria
endeu
ral, os
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
6/50
Guit
artist
de q
conte
dosa
R.G.C
apen
proce
F.Z:
tenh
Deu
extra
para
como
possi
perso
Claro
euno
ou su
Lobo
deso
ems
preci
Euno
naco
R.G.C
porsi
algo
rraClssica
asdosanos1
alidade sur
ndotodaap
rtistasflamen
:Ocrescente
scom
orep
ssaeapresen
algunsano
utilizadoalg
aformabe
dosdo reper
demonstrar
funciona
e
ilidades tex
nalidadeson
quepodeso
toquecomp
a linguagem
ouBritten.
noridadesrar
atersomen
ootalentod
toque,aom
mposiode
:Noseurep.Apresena,
mnipresente
920e30,co
reendente.
oduodevi
cosdomesm
engrandeci
ertriode
p
tainicialmen
seudeiuma
umasanota
generalizad
triohistric
maescritae
escrita
estri
urais de in
radecadac
rmaisbvio
ositoresno
harmnica.
as.svezes
te tcnica
eumArthur
enosnospa
iolo.
rtrioconst
nestecampo
equetende
HeitorVilla
moHenrique
H planos d
oloem78r
operodo.
entoecons
rcusso.Na
teainforma
palestrasob
esquefizpa
,eutentom
o.Porexem
ficientedep
a
em
3
par
erao com
rda.
fazeromes
gostamdese
mximo qu
certo.Eu,s
normaldo in
ampelaoual
sesdemaior
m40concer
dorepertrio
influenciar
Lobos
BrittoouRo
uma grava
taes,oqu
lidaodor
suacolabora
osobreave
reoassunto
raaocasio.
ostraroque
lo,possv
lifonia impl
es,
uma
Ro
as cordas
ocomobra
sentirguiad
e me permit
inceramente,
strumento.P
gumassim,
tradioem
osparaguit
,deumaobr
scompositor
rioGuimar
dora brasilei
umacerv
pertriode
ocom
co
rtenteidiom
noKingsCol
onsideroma
lutilizarum
cita,umape
siniana
de
soltas, ou u
scontempor
semsuase
o so comp
Para
mim,
escritaso
preldios
cheianuma
Claroqueh
tcnicas e
pouco, se
ossibilidades
achoquemu
aracriaralgo
einvestigarp
composio,
arraeorques
tomarcan
escomosqu
es,fizeram
ra lanar u
incomensur
uitarraalg
positoresn
tica?
legeemLon
isrelevante,
obraparav
acurtadeS
iuliani
para
m Trrega
neascomoB
colhasestti
sitoresj hi
o
parmetr
ascanesca
e VillaLobo
partiturama
ojepodemos
tendidas, e
me det
de scordatu
itoscomposi
dequalidad
orcontapr
jhumpro
tra,muitos
tecomooCo
istrabalhou
mtrabalho
a coleo d
vel,compar
oqueterp
oguitarristas
rese,desde
entrodeex
iolinosolod
rparadem
demonstrar
ara demons
erioouCarte
cas,suasono
tricos com
o
de
exceln
talsdeLlob
. Uma sono
gra.
nospermitir
to coment
r demasiad
ra, de percu
oresfariam
enessavert
ria.
fissionalismo
osquais,est
nciertodAra
6
brido
e CDs
velao
ralelo
como
ento
mplos
Bach
nstrar
certas
trar a
r,mas
ridade
Villa
cia
de
teos
ridade
certas
o um
o, as
sso e
elhor
nte,
visvel
eados
juez
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
7/50
Guit
F.Z:
Aranj
oqu
nesse
No
ainda
discr
cons
Eute
traba
noBr
subm
O pr
difcil
para
Entre
deS
traba
ento
Infeli
regen
estri
maes
rraClssica
cho que a i
uez!Alingua
elesmaisad
aspecto,mai
aberiadizer
captura
a
i
tamente, fa
lideumaling
nhoasorte,
lhado.Aospo
asil,osconce
eteraumes
blema qu
.Oconcerto
0.O
violo
t
tanto,omae
oPaulo,apre
lha,aBiscoit
ficoutudor
menteoma
temexicana
aeagrava
roNeschling
Franc
nfluncia da
emdeRodri
miramnele,
squeoAranj
sea influnc
maginao
er notar aos
uagemmais
ojeemdia,
ucos,osmae
rtosdeMign
uemaformal
Raphael er
originalment
caquase
ot
troJohnNes
sentoumea
Fino, tamb
lativamente
stroNeschli
Alondradel
ocommuita
quefoiom
isHime
Fantasia par
gojumac
naverdade,
uez.
iavemdireta
e
muitos
c
compositor
bstratatamb
epodersug
strosvonot
neeGnattali
c
clssicodef
um superd
edurava45
mpotodo.
Is
chling,queer
oFrancised
m temums
cil.
gdeixouoc
Parra,oqu
sabedoria.E
ntordoproje
a um Gentil
oisatodista
atranspar
mentedessa
mpositores,
s que o vio
m.
rirrepertri
andoqueexi
estogradu
R.G.C: Fale
gravouoCo
F.Z:Francis
brasileiros.
Buarque, e
foramgrava
e assim po
compositor
sonoras se
escreveudu
Estaobraf
Raphael Ra
deidadean
omumapot
ntasiascher
otado que e
inutos,e,c
soacabou
de
aentooma
cidimosestr
eloclssico
argonesseh
foiumabn
spero,entret
to.
ombre m
ntedaestti
ciadaorque
obra,masa
mesmo
os
lo maior
maioriada
teumcampo
lmenteseto
nos umpou
ncertodeFra
Himeumd
Fez parcerias
nfim, todos
dasporElisR
r diante. Me
sinfnico.El
riamente,
assinfonias
iescritasob
ello, que, in
esdepoder
icademsic
orond.
timulou Fra
omalgumas
sestimulandoestrotitular
loegrav
oltadopara
iato,masaca
o,poisela
anto,podera
is forte que
adoscomp
strao.Ea
sonoridade
mais
insuspe
que isso, qu
sorquestras
muitoampl
nandomais
co do seu l
ncisHime.
smaisimpor
com Vinciu
conhecem
egina,Maria
nos conheci
estudouco
um timo
umapera.
medidapara
felizmente, f
strelo.Ou
popularbra
cis a escrev
incises,aca
outros
violo
aOrquestra
lo.Agravad
asgravaes
bamospore
realmentec
lgumdiatoc
a do Conce
sitoresdeho
antasiaex
spanholado
itos.
Ento,
e preciso
comasquais
aseexplora
onhecidos.
imo disco, n
tantescancio
s de Moraes,
uas cane
Bethnia,Gal
a sua fac
posiode
orquestrador
ograndevio
aleceu aos 3
seja,umco
sileira,apesa
r muito e
ousendore
istasatoc
l
Sinfnicado
racomque
daquelaorq
trearapea
nseguiucon
lotambm
7
rto de
jeque
mplar
violo
tento,
ue se
tenho
r.Aqui
o qual
neiros
Chico
, que
Costa
ta de
trilhas
e j
lonista
anos
ncerto
dese
muito
duzido
o.
stado
rancis
estra,
coma
uzira
como
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
8/50
GuitarraClssica 8
umaobragigantesca,paraumaorquestratodadobrada,comseodemetaisemadeirascompleta,
harpa,piano e7percussionistas.uma sensao inusitada tocarum concertopara violo comuma
sonoridadetocheiaeumgestomusicaltoamplo.
Achopositivoparaoviolosercontempladocomumaobrabastanteoriginal,quevemdapenadeum
compositorque,comsuaenormepresenapopular,atraitambmestepblicoparaoviolosolista.
R.G.C:Aprofusodefestivaisdedicadosexclusivamenteguitarranodeixade seruma respostaausncia deste instrumento nos festivais mais mediticos. Poder darse o caso destes festivais
perpetuaremconsequentementeaausnciaemmeiosconsideradosmainstream?Qualocaminhofuturo
quevisionaparaaguitarra?
F.Z:Noumacoisapossveldeseescolher.Aguitarraestondeest,ahistriadoinstrumentoedo
repertriocolocouaondeest.
Eu achoque a guitarra um instrumento absolutamente sensacional, com recursosmusicais euma
belezasonora
que
nenhum
outro
instrumento
possui.
O
que
tem
de
ser
questionada
amaneira
como
seencaraopatrimniodamsicaclssicaocidental.
Apesarde searvorardeuniversal,amsica clssicaum fenmeno tipicamentecentroeuropeu.Se
colocarmosdeladoosespecialistas,quandofalamosdemsicaclssicaosmodelossooscompositores
deFrana, ItliaeAlemanha,comanisgradualmentemaisperifricosqueabarcam lesteeuropeu,
Ibria,asAmricasesia.
Consequentemente,aveiculaodemsicaparaopblicoemgeraltendesempreagiraraoredordo
quemodelar:
Bach,
Mozart,
Beethoven,
Verdi,
Chopin,
Debussy,
etc.
Como
orepertrio
para
violo
malexistiaatosculoXX,muitodifcilingressarnesseclube.Muitosecriticaosguitarristasporno
darematenomsicadecmara.Masimaginemosumconcertocomumquartetodecordas:vamos
l tocarBoccherini,queconsideroumcompositorsumamente interessantemas,almdaguitarra ter
umpapelmuitosecundrio,omesmogrupovaitocarumaobradeMozartnasequnciaeBoccherini
ficarbemdiminudo.
Euachoessaumamaneiraequivocadadeseencararorepertrio.Nenhumapreciadordecinemaassiste
somenteaosfilmesdeBergman,TarkovskyeResnais,masnamsicaclssicahessaimpressodeque
o que no do primeirssimo escalo nomerece ser ouvido. Como a nossa vida seriamuitomais
tediosasemosFrankCapraseStevenSpielbergsdamsica,comoRegondiouPonce.Ns,guitarristas,
temosdepromoverumarelaomaisvivaecontemporneacomamsica.Nosetratadequestionara
posiocentralqueBeethoventemnahistriadamsica,imagines,justoeuquetenhoumretratode
Beethovennoestojodaguitarra.Tratasedediversificar,ecomissodiversificaranossaprpriagamade
reaesfrenteaofenmenomusical.
Ento,acreditoqueoespaodentrodoseventosmainstreamtendeaserrestrita,comosemprefoi,e
normalmentereservada
queles
guitarristas
capazes
de
desenvolver
uma
mitologia
pessoal,
como
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
9/50
Guit
Sego
emsi
degu
Oqu
quer
quet
Quan
temo
agluti
cma
muita
por
infor
Veja
msi
perg
para
latae
R.G.C
Fund
aluno
Tamb
outra
capa
rraClssica
ia,osRomer
,paraumn
itarravivosp
osguitarrist
dizercomis
emosde
orga
tos violonista
s de melhor,
narcadavez
rapercebeq
estupidezn
sica alm
aoemno
ueh30an
a.HojeYoY
ntoseam
uitarra.Deu
admitirque,
:ApesardenoMagda
s?
mprocuro
s propostas.
esdetocar
Henriq
os,Williams,
eromaisre
rmuitosan
aspodemfa
soquesde
nizarnosso
r
s seriament
fica um pou
maisquemr
ueum festiv
oincluiragu
aguitarra, s
sobenefcio.
sPiazzollae
MaeBaren
icadepiano
macertafor
emcertosas
oestar liga
agliaferro.P
istinguiraqu
Muitas veze
brasexigent
uePinto
etc.Aespec
duzidodeou
snossafre
er?Primeiro
emostocar
epertrioco
tocam Fran
co difcil rev
almenteapr
ldeguitarra
itarraemsua
queme f
amsicapo
boimtratam
deHansWe
a,precisam
ectos,aguit
doaumauni
rafuturosc
F.
lam
He
aos
sua
pro
faz
int
sim
Ent
ensinar
leestudante
s vejo, espe
escommuita
ificidadeda
intes,oque
te.
precisose
ach,Noctur
seriedade
e
esco da Mil
rter os ester
eciaaguitarr
conseguear
programa
ao entende
ular,emuita
Piazzollaco
rnerHenzeo
sdeixarum
rraestfr
versidade,le
ndidatos,qu
: Para resp
entamos aq
rique Pinto.
seusalunos,
ve e sem t
fissionalde
muita falta,
graleconst
plesmenten
o h vrios
studantesq
quedemons
ialmente em
precisoe
uitarra,entr
devemanter
r intransigen
aleobrasco
comconheci
no? Pois ,
etipos que
a.Seumpro
regimentaru
.Terceiro,os
.Quarto,pr
genterecri
orepertrio
uTakemitsu
oucodelado
ntedosacon
cionaum le
isosseuscri
nder a essa
i no Brasil
Esse tipo de
comessaca
raumas do
sicaests
porque u
ncia,deuma
otenhocom
spectos a se
etenhamu
raflexibilida
master clas
ntendimento
tanto,semp
aindaoseve
enaescolha
ntemporne
mentodo
no
e ns no p
nos afligem.
utordeuma
mpblicode
guitarristast
cisamosutili
inavaoduo
.Nooutro la
to tocada
estecomple
tecimentos.
uerestritod
triosprimor
pergunta, t
a perda rec
professor, c
acidadede
iniciante pa
tornandoc
trabalho q
semanase
ooferecer.
considerar.
aprecivel
e,queest
ses, que alg
,maspratica
reseruma
ntoscomofe
derepertri
smuitosria
ssoprprio
c
romovermos
Segundo,
sriedem
500pessoas
mdeseint
zara tecnolo
ssadporto
dodoespect
quantosua
odecachorr
ealunosatra
diaisnaselec
nho de diz
ente do pr
om total ded
azerumatra
a a realida
davezmais
ue exige ded
guinte,algo
Acho que s
raudeauto
ptoaexperi
ns estudant
mdeuma f
9
rativo
stivais
o.No
s,mas
none.
o que
reciso
icade
,seria
ressar
giade
arsua
ro,me
sica
ovira
vsda
ode
r que
fessor
icao
nsio
e do
raroe
icao
ueeu
posso
omia.
entar
s so
rmaa
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
10/50
GuitarraClssica 10
congelarumamaneiradese tocar.muitodifcilconseguirqualquerespciederesultadonumaluno
quejtemtatuadonobraooquequerdizer.
Ento,svezesvejoumpotencialmaiornumalunoregularqueestabertoexperimentao,queem
umalunodenveltcnicosuperiorquetempoucamaleabilidade.
Outracoisaqueprocuro,equedifcildedetectaremumteste,agarradoaluno.Nemsempreomais
agressivoou
extrovertido
aquele
mais
disposto
afazer
sacrifcios
pessoais
pela
msica,
arealmente
se
entregaraoestudo.TenhoumalunonaFundaoquemedeixou intrigado;euno tinha certeza se
deveriaaceitlo,porqueoutrostinhamfeitoumaprovamelhorqueadele.Masdeuparaperceberque
aquiloimportavamuitoparaele.Elecomeouemagostocomdificuldadeparamontarpeassimplesde
Dowland;hojeestterminandodeaprendero1movimentodaSonatadeKoshkin,umaobraqueest
bemacimadesuazonadeconfortotcnico,masqueeletemmuitavontadedeaprender.Oestudante
motivadoconsegueproezasdessetipo.
Outracoisaquemeinteressaoalunoqueamaamsicaeasartes.Claroqueentendoquemtemuma
relaofsicacomoviolo,masnolongoprazoficosemelementosparadialogarcomumestudanteque
noteminteresseemouvireestudarBach,Haydn,Beethoven,Debussy,Stravinsky,etc.
R.G.C:Sendohjdiversosanosumconhecedordopanoramamusicalportugusqueretratofazequeevoluesconstatouaolongodessespercursosnonossopas?
F.Z:Pormuitotempo,tudooquesabiadovioloportuguseraareputaodeDuarteCosta.Depoisde
conhecerPauloAmorimemLondres,percebiqueopasjestavanumprocessodeequiparaoaoutros
centrosmusicais,comprofessoreseconcertistasmuitoexperientes,comoPieiroNagyePauloVazde
Carvalho.Eaestageraoqualvocpertence,Pedro,quegaranteaPortugalumavidaguitarrstica
plena, com estudantes srios e competitivos no cenrio internacional, cursos slidos nas principais
escolas, festivaisj com tradio, etc. Pelo queme contam, a vinda de Dejan Ivanovic a Portugal
tambmdeuaosalunosmaisjovensumimpulsobastantefortepeloexemplo.Ficocontenteemverque
algumasobrasportuguesaspara violo comeam tambm a ser conhecidas foradopas. Sinto falta,
entretanto,deumaatividademaisregulardeconcertosnosmaiorescentros.Seriainteressanteparaa
formao de pblico e referncia dos estudantes que houvesse ciclos de concertos de violo nas
principaiscidades,oque,atondesei,aindanoexistedemaneiraconstante.
Jemoutrasreas,Portugalhojetemumatimareputaocomoceleirodebonscantoresedebons
projetosdemsicacontempornea,em largaescalapelotimotrabalhorealizadoporregentescomo
JoanaCarneiroeOsvaldoFerreira.
R.G.C:EstimadoFbio,osnossos sincerosagradecimentoseaproveitamosparafelicitlonovamentepeloPrmioBravo MelhorCDClssicodoAnoquedistinguiuasuagravaodaobradeVillaLobos.
AlgunslinksondepoderconhecermaisdotrabalhodeFbioZanon:www.violao.org(frum)http://www.biscoitofino.com.br/(editora)http://vcfz.blogspot.com/(arquivodosprogramasapresentadosnaRdioCulturaFMdeSoPaulo)
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
11/50
Guit
mais
Philh
Amstorqu
anos,
esqu
pers
Clss
Sua
inusi
musi
OVi
noes
Com
Nova
Acad
aten
Natu
Mais
Inglaclass
Apes
1996
Espa
anua
agra
Fbi
rraClssica
importante
armonie de
erdamec
stral,alm
vrias ob
cidas. Em
nalidadesc
icodoAno.
ctividadec
ado.Suaes
caldoanop
loBrasileir
tudodoinst
professor,
YorkaoCo
emyofMus
eeliteint
raldeJundi
tardeseap
terra,estud
esdeJulian
ardeserav
os doism
haeoGFA
isnaEurop
iadocomo
Zanonau
como oR
So Peters
nvidador
detocaro
as contem
utubro de
ulturaisdo
mocameris
reiacomor
elarevista
ona
Cultur
rumentono
jministro
nservatrio
icde Londr
ernacionald
,SP,Fbio
erfeioouc
ouna
Roya
ream.
essocom
ais importa
nosEUA,n
eAmrica
PrmioMoi
tordolivro
oyal Festiva
burgo, a S
quentedos
epertriotr
orneas e
2010foi n
noeseuC
tacobreu
egentede
ejaSoPau
FM,
uma
s
paseadop
cursos em
Gnessinde
es,umapos
osestudant
Zanonest
mHenrique
Academy
o
etio,sua
tes concur
umespao
doNortee
hoSantista
olhaExplic
lHall em L
la Tchaiko
maioresfes
adicionale
integrou a
minadope
comaob
amploesp
era,em20
lo.De2006
riede
150
p
adaatco
todas as
Moscou.D
toocupado
sdeviolo.
doucomse
PintoeEd
fMusic
co
carreiratev
os internac
epoucass
seaprese
eem2005
:VillaLobo
Fbi
reco
estr
scu
seus
comcom
e c
para
nou
Como
apresen
ndres, oC
sky em Mo
ivaisem
qu
todoom
repertrio
a revista c
adeVillaL
ectroquev
6,foiescol
a2008escre
rogramasq
omaterial
ais import
sde2008
pormsico
upaiecom
ltonGloede
Michael
L
eumsignifi
ionais de vi
manas.Des
ntouemm
omoPrmi
.
oZanonin
nhecido c
las do vi
loXXI. Seu
projectos
osua
divers
o regente,
municador
ampliarap
niversoda
solista,
tado em a
rnegieHall
scou e o C
trocontine
ndo,elees
regular v
ltural Brav
obosfoiesc
idomaist
idacomo
veueapres
uej
consi
idctico.
ntes escola
Professor
sdamxim
oprofesso
n.Em1990
ewinepart
cativo impu
olo, o Con
deentoel
isde40pa
oCarlosGo
ternacional
mo uma
lo clssic
amplo repe
inovadores,
ificadaacti
rofessor, e
tm contr
resenado
sicaclssi
ele tem
gumas das
emNova Y
oncertgebo
tes.Como
s
reou,nos
rias obrasp
! como um
olhidoMelh
adicionalao
elhorespec
ntouopro
deradaum
s, daJuillia
isitanteda
adistino,
AntonioG
mudouse
cipoudos
lsoaovenc
curso Tarre
temfeito
ses.Em97
es.
11
ente
das
o no
trio,
bem
idade
critor
budo
violo
a.
se
salas
ork, o
w de
olista
timos
rimas
a das
orCD
mais
culo
rama
arco
d em
Royal
onde
edes.
araa
aster
r,em
a na
urns
lefoi
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
12/50
Guit
Ent
Por
Mais
Piag
R.G.
incen
A.P:
guita
aen
e pel
com
apen
R.G.
Albe
Port
horiz
guita
na a
msi
suce
guita
oqu
rraClssica
evistaa
ooHenriq
umavezen
tdeViseu,
:Comecem
tivadopela
O meu inte
rraportugu
inarmealg
a msica.
cei a quest
asum
hob
:Aps ter
toPonce.Q
gus?
ontesfunda
rrista.Tive
ltura ainda
co.EmPort
ia numa s
rrsticodon
isso
acarre
ugustoP
ues
trevistamos
onossoen
oscom
o
uafamlia
resse surgiu
sanumgru
nsacordes
os 9 anos i
ionarme e
yque
me
inada a Li
ualasuao
mentalna
cessoamui
nem havia
galpoderia
emana. Ou
ossopas,e
tade
bom
e
AlbertoPon
acheco
umguitarri
revistadon
seupassad
utomoues
no seio fa
podefados
paraqueo
nscreveum
relao a
avamuito
enciatura n
iniodoco
inhavidad
tasevariad
youtube), is
assistirado
seja, se
taremosa
menosbom
ce
taportugu
cionaldest
o.Como
s
adecisod
miliar. O m
comamigo
companhas
numa aca
um futuro
razer.
a E.S.M.A.
ntextomusi
i
p
dom
eestudant
sformasd
so foi e
isoutrsco
ultiplicarm
mbrearco
.
s:Augusto
edio.
rgiuoseu
eformaind
u pai, qua
.Pelosmeu
se,asurgiu
demia de m
profissional
. comJos
cal/guitarrs
A.P: Essa
njusta de
omparar
oldeia do in
ensaoqu
om o pass
ue no era
lasse que
niverso d
rtuguesas,
ndo,portan
,equeser
vivenciara
sem dvida
ncertosde
s por dez
asgrandes
Pacheco,do
interesse
pendente?
dojovem,
sseteouoi
omeuinter
sica, mas
como msi
Pina, estud
ticoParisie
uma comp
se fazer,
Porto
co
erior de Po
etivequan
r do temp
tanto assi
teria mai
todas
e alunos d
tofoisemd
eflectiuna
msica(co
enriqueced
uitarrapor
ou vinte,
capitaiseu
centenoIns
elamsic
tocava guit
toanos,co
essepelagu
s pelos 16
co, at ent
ou em Pari
seemrela
arao um
podemos
uma
pertugal? Essa
olchegue
fui consta
. Encontre
alunos q
s universi
todos os c
vidauma
minhacarre
vmlembr
or para qu
ano,emPar
todo o un
opeias,com
12
tituto
?Foi
rra e
eou
itarra
anos
o era
com
oao
ouco
ns
uena
foi a
i,mas
tando
i uma
ue o
dades
antos
rirde
irade
rque
lquer
isisso
iverso
tudo
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
13/50
GuitarraClssica 13
R.G.C:ActualmentedocentenaAcademiadeMsicadeVilardoParasoenoInstitutoPiaget
deViseu.Oquepensadatransiodosalunosparaoensinosuperior?Achaqueosprogramas
curricularesentreosConservatrioseasEscolasSuperiores/Universidadesesto interligados
para permitirem uma evoluo constante no s tecnicamente mas como tambm do
conhecimentomusical?
A.P:Para comear, seria fundamentalque todasasescolasdeensinobsico/complementar
tivessem,aonveldadisciplinade Instrumento,omesmoprograma.Nessecampoaindah
muito trabalho a fazer, teria que haver uma interligao muito maior entre todos os
professores, coisa que infelizmente no acontece. No entanto, penso que mesmo que se
conseguisseatingiressauniformidade,haversemprenveisdiferentesentreoscandidatosao
ensinosuperior.Pensoquecabeacadaprofessorterasensibilidadeparamoldaroprograma
deacordocomasnecessidadesdosalunos,essetrabalhodeveriaserfeitoprincipalmenteao
nveldo
ensino
superior,
acho
mesmo
que
a
as
diferenas
ainda
so
maiores,
se
no,
veja
se
osplanoscurricularesdecadauniversidade,hdiferenasbastantenotrias.
Poristo,respondendoconcretamentequesto,achoqueno.
R.G.C: Dentro do contexto do ensino, oAugusto estudou no ensino superior no h muito
tempo.QuecomparaofazdocursoemsiemrelaoaosnovoscursosdeBolonha?
A.P:Pensoqueosalunostmumaformaomaisabrangente,masemtermosprticosainda
cedopara fazeressa reflexo,esteano lectivoquese iniciaoprimeirocom finalistasdo
cursodeBolonha.Serqueosalunossairoatocarmaisemelhor?
Emrelaoaocursoanteriorhumaquestoprticaqueconsideronegativa,adequeos
alunostmmenostempoparaestudaro instrumento,nospelacargahorriaqueagora
maior,mas tambm,porquenomeparecepossvel, fazerem trsanosoque se faziaem
quatro.
Outraquesto
que
me
coloco
e,
j
aflorei
anteriormente,
adiferena
de
planos
curriculares
entre as Universidades, mas h mais, no consigo entender um curso de msica com
disciplinascomoeconomia,matemticaouatingls(menosmal),queeusaibanoscursosde
medicinaouengenharianoexistemascadeirasdecantocoralouformaomusical.
R.G.C:Vistoleccionaremduasinstituiesnodevesobrarmuitotempoparaasuaagendade
concertos.Temsidodifcilconciliarestasduasvertentesdamsica?
A.P:Semdvidaqueno fcil,mascommtodoemuitaorganizao lvouconseguindo
conciliar.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
14/50
Guit
R.G.
deco
Msi
meu
R.G.
A.P:
tend
colh
rraClssica
Augu
:Queproje
rrer
da
elab
ca para Gui
estudosde
:Comdiver
Acho que
ao longo
r
de
cada
Jo
DuoPourqu
toPachecoe
toslevaac
orao
da
tarra de Fe
Doutorame
asexperin
odemos se
a nossa vi
ontacto
aq
Pina
iPas
aquelLima
boactualm
inha
tese
rnando Lop
ntonaUniv
ciasdevida,
mpre beber
a, ora com
uilo
que
pe
v
ente?Algu
gu
de
mestrad
sGraa".
rsidadede
quaisfora
algo de to
o executant
nso
ser
immsico, co
identida
fascinant
Semdv
fundame
s os d
salientar
Este lti
experin
cresci,fo
Ao nvel
opinio
guitarrist
nia a quem
projectop
A.P: Conti
aos meus d
bem que
dos concer
presente a
concertos
abrandar o
mesmos p
estou a tra
m CD co
itarradeLo
o,
queteve
ou tambm
veiro.
assuasma
das as expe
es ora com
ortante
pam a inten
e prpria,
e na msic
idaquetod
ntaisparao
guitarra.
osProfesso
mo por ter
cia fora do
italvezoqu
dos grand
geral e un
s, ou seja,
ao longo
raofuturo
uo a dedi
uos com fl
m boa me
tos que p
o tive mais
solo, o
ritmo de
rojectos.
balhar no
a msica
esGraa,i
comoobje
neste ano
ioresinflun
rincias mu
ouvintes.
ra
o
meu
co de ir de
pois acho q
a, sermos
sosmeus
meudesen
as no en
resJosPin
estado pr
pas, onde
emaisme
s concertis
nime par
devemos s
o ltimo s
ar algum t
uta e violi
dida depen
ssam surgi
solicitae
ue me le
trabalho
este mo
entido de
de cmara
eiaquesur
ctode
estu
lectivo inic
ciasmusicai
sicais que
Tenho por
rescimento
senvolvendo
ue isso do
todos difer
rofessores
olvimento,
anto gosta
eAlbertoP
esente na
u sinto que
arcou.
tas, comun
a maiori
mpre fazer
culo const
14
empo
o, se
dente
r. No
para
ou a
esses
ento
ravar
para
iuno
do
"A
iar os
s?
amos
bito
como
uma
mais
ntes.
oram
eno
ia de
once.
inha
mais
o da
dos
uma
uiu a
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
15/50
Guit
escol
com
Umo
temp
isso
defei
me d
refer
Apre
outr
respi
exist
msi
Sinto
Guit
guita
difer
R.G.
negli
deco
um i
sem
mes
rraClssica
a da Guitar
letos:Julia
utroaspect
osdeestud
ezcomque
toquepens
isso, inverti
ncias.
ndi que f
s instrume
raramsica
ntenanos
cadeconjun
tambmqu
rras da AM
rra e conc
nteeaouv
: No que d
genciado.D
ncerto?
nstrumento
reumcert
oencontra
FernandoL
a.No enta
Bream.
queconsi
antenaES
euentrasse
oserode
completam
ndamental
tos, princip
demaneir
sa formao
tocomguit
eevoluim
VP pois de
ntrarme
ircoisasque
iz respeito
queforma
negligencia
receioem
ndoalguma
pesGraa
to, gostaria
erotersido
AEcomaq
nummund
uitosguita
ente as mi
para um g
almente co
diferente.J
,principalm
arra.
nsocomo
me oport
nica e exc
atento
vertente
abordaaes
A.
n
Nac
que
Co
ant
H
Talv
muit
questo
do por gra
abordartal
resistncia,
de salienta
muitoimpo
uelaque
oqueate
ristas,so
has escolh
itarrista, te
voz e ins
agoravol
entenasU
trabalhoqu
nidade de
lusivamente
eescapava
oncertstica
colhadeno
: No me
ero interes
ional,tenho
assisto.
positores
riormente,
tambm g
ez ainda n
o interessa
nodevese
de parte d
tema.An
aindaque
in
raquele qu
rtante,foio
minhamu
tomeera
viapratica
s auditivas,
rexperinci
trumentos
andoump
iversidades
tenhodes
me libertar
na msica
m.
, o repert
vorepertri
parece que
santedegu
constatado
tambm
ortugueses
vou gravar
nte a faze
o seja o id
nte a esse
rpostades
os nossos c
scabenos
compreens
econsidero
ternamora
lher.Explico
quasedesc
enteguitar
e passei a
asde msic
e sopro, p
ucoatrs,
,poisquas
nvolvidoco
das dificul
. Fezme e
ioportugu
aincluirn
seja tanto
itarristasa
issoemalg
alguns C
, (tambm
um Comp
arranjos
eal, mas v
nvel. Ach
aforma.N
ompositore
rduatare
vel.
ser umdo
dodesdeos
:elapiani
onhecido.Ti
ra.Aoaper
ter outro ti
a decmar
is aprende
staumal
sempre fa
maOrques
ades tcnic
studar de
s continua
sseusprog
assim. J h
ocarorepo
nsdoscon
D's dedica
eu, como
sitor Portu
a nossa m
jo uma ev
o mesmo
oseragui
? Observo
fadeosde
15
mais
meus
sta,e
nhao
eber
po de
com
os a
acuna
emos
trade
as da
orma
muito
amas
um
rtrio
ertos
os a
referi
gus).
sica.
luo
ue a
tarra,
quase
afiar,
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
16/50
GuitarraClssica 16
Emrelaoescolhadoreportrio,muitohonestamenteprocurotocaraquelasobrasqueme
domaisprazer,eutenhoquemesentirfeliz,tenhoquesentiremoes,tenhoqueconseguir
comunicarcomopblico.Jficaramparatrsmuitosanosatocarprogramaimpostoparaeste
eaqueleexame.
R.G.C: Como v o crescimento da comunidade guitarrstica em Portugal com a diminuio
previstadealunosem consequnciados sucessivos cortesoramentaisna culturaeensino?
Teroestesfactosconsequnciasaonvelartsticoesocial?
A.P:Temosqueesperarparaver,noconsigofazerfuturologiaaesserespeito.Masoquevi
nestesltimosanosfoiumcrescimentoanormaldealunosnasescolasdemsicasemqueisso
tenha trazido um aumento de qualidade do ensino e dos estudantes, penso at que,
proporcionalmente,onveldosalunostemvindoadiminuir.Serquenumpastopequeno
haversempremercadodetrabalhoparaosfinalistasde,pensonomeenganar,dezescolas
de ensino superior?Pensoque estes cortesoramentais, com tudooquedenegativo tem
acarretado,farcomqueonossouniversotendaaestabilizar.Noconsigoverpormuitomais
tempo,o crescimentodosestudantesdemsicaanvel superiordeuma forma sustentada.
Massepensarmosqueestecrescimentonospermitedesenvolverecriarumpblicocadavez
maisnumerosoeatento,asim,estaapostaqueconsideroserfundamentallevaracabopor
todosns.
R.G.C:
O
que
poder
a
comunidade
guitarrstica
fazer
para
prevenir
uma
possvel
queda
do
nvelartsticosendoquehcadavezmenosespaoparaconcertos?
A.P:Tambmnopenso seressaa realidade.Aoolharparaosmeus temposdeestudante,
vejoquenestesltimos15anosaguitarracresceuatodososnveis.Vejasesaquantidade
deconcursosdeguitarraexistentesnonossopas, festivais,masterclasseseconcertos,acho
queestamosa trabalharnobom sentido.Podemos consideraraindapouco,poisqueremos
sempremais,masachoqueparaarealidadedonossopasjnoestnadamal.Slamentoa
estenvel
odesinteresse
por
parte
das
grandes
entidades
culturais
nacionais
ea,
sinceramente,noseiquepossamosfazer!
R.G.C:CaroAugusto,emnomedaequipadaRevistaGuitarraClssica,muitoobrigadopelasua
disponibilidadeevotosdemuitosucesso.
A.P:Euqueagradeooconvite,ejagoraaproveitoparasaudartodososleitoreseem
especialaosguitarristas.Gostariatambmdevosfelicitarpelaideiaetrabalhodestarevista,
poispensopoderviraserummeiofundamentaldedivulgaoeaproximaodanossa
comunidade.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
17/50
Guit
SobMestGuitTraboproFreqBrouRealiRussideSElogiEuroTocoOrqu comastObteeo3TemtendatingIntegOsCdas
s
FundOrquobteGuitRealiOffecomCorPortdo
do
rraClssica
rientaodradoemPerradeFernlhoutambf.IltonWjuentou curser,AbelCazouvriosra.ApresentntoTirso,o daGuitareiadaCultu como soliestraEsprovidado regerclasses.veo2prprmionovindoadeseparticipadindoasemiraoDuoSolmpositoresuas
obras.
ouedirigeaestraparticdoo1PrrrasGofi Czouumadiburg e reanidadeporasSoltas,.torandona
entena
Aca
oProf.PaulrformancenndoLopesmMsicadisky,particisdeaperfrlevaro,JozcitaisasolousenoVIIoncursodera Guardaraondepta convidarte,Orquesularmente
ionoConcConcursoInnvolverumo no Concufinal.RecenedadecomngelaLop
Orquestraipou no FesmioCumLontest emressonacizou o contuguesa naComntrast
Universidad
demiade
M
VazdeCaraUniversidraa.eCmaraAandonaapioamentofZsapka,Beemduo(Festival IntGuitarrad, Festival darticipounao com aOraFilarmonara fazer
rsoInternaernacionaltrabalhoadrso InternatementegraViolinistas,Eduardo
eGuitarrastival Europde.ParticBad NeuheiidadedeS.ertofinal dcidade desePlaisir
edeAveiro.
sicade
Vila
valhoedodedeAvei
tiganoConresentaoorientadosthoDavezaomFlauta,rnacionaldS.JoodaMsica InperaInfanrquestra dadasBeirasarte do j
ionaldeGueGuitarrauocomaflional de GvouumcdiasparSantPatriarcae
daAcademiu deMsipou tambmFrankfurtPetersburgoa celebraParis.A Or.Dirigiuno
rdo
Paraso
AseAcPColic
deEsdoEsCoRobSudomes
coleNoraestroJoso,sendoa
servatriodaperaDielosprofes,DavidRusViolinoeGueGuitarradMadeira,Ftituto PiagtilBrundiba
Madeira,ecomaOrri de concu
itarradeToeSernancelutistaRaquitarraMautituladoPs.abioGorod
adeMsicaaparaJovnoprimeionde obte
participouo do 31 auestra graano2002/2
eno
Institu
gusto Pacus estudoademiaderaso.Apsmplementaenciouse n
Msica
pectculodProf.JosPtudou enservatriogio dAteveoPreerior de GProf. AlberoprofessormaledeMuLusBorgesuadisserta
unicipalCloeEneiasoresRoberel,Rolanditarra),emeAveiro,Feestival Intert e no PordeHansKrrquestraNuestraRussrsos de gu
ar(1prhe.elLima Dro GiullianiurquoiPas
skitmlhe
deVilardoens de Neeoconcursove igualmenoEuroJugniversrio dvou trs C003aOrque
toJean
Piag
heco inicios musicaissicadeViconcluir or de Gua Escola Su
das
ArtoPortonaina.
Paris,Nacional
bervilliersierPrixnouitarra nao Ponce. CestudouainiquedeParCoelhoconcoAObr
udeDebusseH.Purcell.tBrightmoryens.ortugal,FrstivaldeGunacionaldeo 2001 Casa.acional doaSilverStrtarra e mi
ionoatri
oPourquoiem Bari .
edicadoal
Paraso.Corpelt, na BdeOrquestte o 1 PendmusikFo 25 deAbs, intituladstradePlec
etViseu.
17
u osna
lardoCursotarra,erior
s
do
lasse
noda
ondeCursoclasseom odanais.luiuopara
com
, Leo
naeitarraGaia,apital
orto,ngs.istrar
udo)
PasItlia,
umas
estalgica,asdemio.stivalril daos detrodo
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
18/50
Guit
NoPor
GarbCom
exteformpartiobraLimanotabrasimistBrasiunseSobr
leitumuittantodiscopeaa apBrasiscorPequde elsegu
Em
rcomoeqpormtonspoetEsteguitaBello
Rada
VitorDisp
rraClssica
asGravaiagoCassol
elotto,interositornatu
savida
um
aes maisularmenteasolo(ded
Eduardoedoseaev
leirismo. Crando lingu
lesuacuxemplos.
a interpre
a
mais
detexigentesquandolh
ondenemsondeVitorosta nesteliana n 13aturaimitaenaSuite,qementos exa,reveland
lao
graqualidade,cilbriojustoenores quedeazul,resHermnio
CDcertamrra solo dodeCarvalho
msGNATT
Garbelotto,nvelatrve
esMarques
pretandoaraldePorto
vastoevari
inslitas (generosopicadasaosSrgio Abreluodasumo diriaagens modltura:Dana
tao, nota
lhada,
atenealgumasppedido,odasasobrGarbelottorojecto e f
) e muitosaviolacaipiuealmdepressivos (tumaboai
ao,
emboombonscadegravescertamentltandonumellodeCarenteumabmaestro Gn:[Radam
LIIntegr
guitarrasde:http:/
gpu
cT1ulBd
surcomo
braintegralAlegre,Rad
adoconjunt
bandolim,raonossouitarristasu entre outaescrita,mRaphael Rernas comBrasileira,
se que algu
ta
e
solta,assagensdif
mtermosasseapreseclaramenteazendojustdos estudo
ra),assimcoserumapeempi, dinterpretao
ra
com
um
tadores,daagudos.Aenriquece
bonitodiscalho.oaoportuniattali, tocad]ficariamui
ldeViolo
www.livrari
dificuldaduitarra deresenadesm belo dis
ompositorb
occataemr3, Pequenama grandegtimo rep
rasil,essam intrprereendem
o disco reparaguitaramsGnatt
ode
pgina
harmnicainstrumentrasileirosT
ros),que faassemnunbello, Rads razes darasilianan
mas passag
ficando
a
sceis.Porveeintensidantamaomconsegueoia musics, tais commoosEstuabonitaesicas, frasea.
om
um
poundoumsomediobilin
o trabalho,fazendos
adeparaqa de formatofelizouvi
acultura.co
em enconRadams GteCDnanoco com to
rasileiropa
itmodesasuite, Danoportunid
esentanteesmafacetes aindaom projectisitado nesasolodeRali(190619
para
os
m
de boca,.EsteumrbioSanto
zem umarcaperderoams destsua terra,13,Toccat
ens rpidas
nsao
dezessentes
eedurasmonveldterumresu
a de Gnatt o famosoosI,IV,VIII
ingela,bedo e articul
co
seco,
nnaturalemueeainfo
o. O Designeacompanh
uemdesejasincera e h
ndo,hoje,e
.brehttp:/
rar um discnattali jssarevista.as as pgi
aguitarra
s
ban1eBrasileira:
de. Se Fa nova vidtambmvi
mais joos muito ita edio,damsGna88)escreve
isvariados
andeiro...),discoque
s,Laurindoo de tempotraoscarauiu de vem referncemritmo
poderiam t
que
tecnicaqueaguitnasnotas
equalidadeltadomuitoli. Destaca Estudo V,IXeX.Entr
executadao), e te
o
deixa
de
uitoprximmaotcn muito cuarnointeri
conheceraonesta. Cosebelotrab
www.lojacl
o com a obor si justi
Imaginemonas escritas
olo:Dez
es
2,Brasiliauma rara bio Zanon
a do violsvelnasgerens, queteressante
do paulistatali.
ao longo
instrumentosendo ta
enetodaslmeida,Ba
de 1950actersticosdz as frontias constantdesamba,
er merecid
mente
sorranores
agudas.Mainterpretatibom,justifise o Cho
cuja guitaretodas,por,comaprenicamente
ser
uma
graoaoouvinteicadetalhaidado, comrdeumte
obraintegrao diz o po
alho.
assicos.com
18
ra deica apois,pelo
udos,nan
eleza, umo noaes
nos, taisVitor
asua
seas
bmessasbosa1986,oseuiras,es aoos
uma
peasonde
numa,handoo (daa emm,asenamuito
vao
,comasobelostodo
lparata H.
.br
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
19/50
GuitarraClssica 19
AsfontesdeorigemdoTemaeVariaesop.9eSeisriasop.19deFernandoSor1PorRomoloCalandruccio
1
Este
artigo
tem
como
base
otrabalho
de
Romolo
Calandruccio
FERNANDO
SOR
eichitarristi
dellOttocento
incantatidaIlflautomagicodiW.A.MOZART,ed.Novecento,Catania2008
FrontispciodaEdioLondrinaOp.9
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
20/50
GuitarraClssica 20
PelottulodoOp.9deFernandoSor2,parece irrefutvelqueamelodiadestaobraderivado
temaDasKlingetsoherrlich,dasklingetsoSchn,pertencenteFlautaMgica(Zauberflte)
deW.A.Mozart(traduzidacomo"Ocaraarmonia).Melodiaestamuitopopularentremsicos
deste perodo, independentemente da sua estatura artstica, guitarristas ou no. Tal facto
devese sem dvida graas beleza da pera em geral e, comojmencionado, pela sua
enormedifuso
em
todos
os
grandes
teatros
europeus.
Mas ter sidomesmo assim? Soreoutrosmsicos terseo inspiradono temaoriginalda
partituramozartiana? Se assim foi, por que razo se encontra frequentemente aparentes
discrepncias no tema?De igualmodo, o op. 193 de Sor, que se aproximamuitomais da
partituraoriginaldeMozart,apresentaligeirasdiscrepncias.
Aquesedevemtais"anomalias"?
Poderparecer
paradoxal,
mas
agrande
fama
edifuso
da
pera
contriburam
para
uma
determinada"contaminao".Pararepresentaraperaforadospasesde lnguagermnica,
eranecessriotraduzirotextonoutros idiomas,como italianoefrancs,paratornarapera
mais acessvel, pelo que esta prtica, por vezes, significava igualmente pequenos "ajustes"
meldicosdemodoatornarmaisagradvelauniotextomsica.Taisoperaesnemsempre
se revelaram felizes, como se pode ler nasmemrias de Berlioz (cap. XVI) sobre a Flauta
Mgica:
(...)ointeligentedirectorchamouemseuauxlioummsicoalemopara"melhorar"tambm
amsicadeMozart.Omsicoalemocometeua imprudnciadeno rejeitara tarefaeno
finaldaabertura (aaberturadaFlautaMgica!!!),adicionoualgunscompassos,napartede
sopranodeumcorofezumariadebaixo,poisjuntouentreoutros,algunscompassosdasua
autoria;deumacenatirouosinstrumentosdesopro,noutracenaosincluiu;alterouamelodia
efiguras que acompanham a ria sublime deZoroastro; com o coro dos escravos "O cara
armonia"fabricouumacano,umduetoconvertidoemtrio,(...)"4
Em resumo,noera raroassistiraalgunspequenos "ajustes"deumapera,quandoestes
corriambemou,comonocasodescritoporBerlioz,aumverdadeiroeautnticomassacreem
obrasprimascomoadeMozart.
2PrimeirapublicaoLondrinaem1821,eParisienseem1827.
3PublicadopelaprimeiravezemParisporvoltade1823.
4M.
DellAra,
La
musica
di
Mozart
nelle
trascrizioni
ovvero
variazioni
per
chitarra
di
Fernando
Sor,
IlFronimo
n
17
pg.7.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
21/50
GuitarraClssica 21
Ao comparar a melodia original de Mozart com o tema usado por Sor no Op. 9,
imediatamentevisveladiferenameldica(mudanadamtricade4/4para2/4edeallegro
paraandantemoderato)mas,umaanliseamuitosoutrosautoresguitarristasqueusaramo
mesmotema,encontraseessadiferena.Arespostamaisimediataestarialigadaliberdade
com que alguns compositores tomavam ao transcreverem ou elaborarem temas de outros
msicos.
NocasoespecficodeSorpareceumpoucoestranho,poisSorfoiummsicomuitopreciso,
quasemanaco.Narealidade,asseis"transcriesOp.19,todasdaFlautaMgica,respeitam
deummodomaisfielapartituramozartiana,oumelhor,arevisoemfrancsdapera Les
Mystresd'Isis5.
Nestaaltura,esclarecedoraateoriadeDavidBuch6,que,antesdetudo,contestaaafirmao
deBrian
Jeffery
na
biografia
de
Sor
7
,onde
Jeffery
diz
que
Sor
ouviu
pela
primeira
vez
aFlauta
MgicaemLondresnoanode1819,peloqueseguidamenteescreveuassuasvariaes.Pelo
seu turno, Buch, argumenta "Jeffery nomenciona o facto que existia uma versomuito
populardosingspielemParisdesde1801chamaLesMystresd'Isis(aprimeiraapresentao
datade20deAgostode1801efoiapalcomaisde130vezesatfinaisde18278).Assim,como
SoresteveprimeiroemParisedeseguidaemLondres,possvelque tenha tidoumacerta
familiaridade com a verso destas apresentaes, partituras ou transcries". Alm disso,
como suporte a esta teoria, convm acrescentar que o prprio Sor, num trecho do seu
mtodo, falando desta pera, usa o ttulo francs quando diz: " (...) no ousariajamais
aventurarmenaexecuodaquela[afuga]deMozartdaaberturadeMystresd'Isis(...)"
Buch continuaaoafirmarqueapartituradestepastiche chegouatns9e coma consulta,
pdeverificarcomo,paraumamelhorexecuonalnguafrancesa,apartituramozartianafoi,
musicalmente,modificada em alguns pontos. Na realidade, namelodia "Soyez sensible"10,
correspondente a "Das klinget so herrlich" da verso original, notase j uma maior
semelhana
com
a
verso
de
Sor.
5Naverdade,amesmamelodiadoOpus9composta,em intervalosdeterceira,comumefeitodecoraleuma
utilizaomaisampladosharmnicoscomreminiscnciadoacompanhamentodeglockenspiel.
6DavidBuch,TwolikelysourcesforSorsvariationsonathemeofMozart,combaseemEstudiossobreFernando
SordeLuisGasser,EdiesdoICCMU,Madrid2003.
7BrianJeffery,FernandoSor,ComposerandGuitarrist,TeclaEditions,Londres1977.
8ThodoredeLajarteeditor,BibliothquemusicaleduThatredel'Operacatalogue,Librariedesbibliophiles,1878,
Paris.
9Naprimeirapginalse:LESMISTRESDISIS|OpraenquatreActs.|ReprsentParisauthtredesartes.|
PAROLESDEE.MOREL.|ArrangietMisenScneparLachnith.|Musique|DEW.A.MOZARTChezSIEBERpre
.1666..
10Aexecuo,fig.2,estligadaprticaperformativadoperodo,consulteapg.seguinte.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
22/50
Guit
Defe
outr
virtu
Nest
dop
surpr
defo
Esta
exec
cant
11 "L
[Valen
conte
12[
pubbli
armo
cantaconsid
giocar
opere
13 An
Anton
Venez
Clitem
Estev
come
some
tcnic
Perita
repert
rraClssica
de ainda B
verso:O
sainPunti
momento
rododoqu
eenderem
rmainadeq
curiosa pra
esdesta
radoscul
virtuosa in P
tinoFioravanti
tofoiintrodu
] lunica cosa
co che durant
ie del cembal
te
che
dominerarlasua,es
lacomeunac
rappresentate
gelicaCatalani
io, baixo da c
a, Teatro Lod
nestraN.A.Zi
emactividade
aramsentime
umaforaque
a impressiona
no
contraste
riofoiPaisiell
uch, que So
olceconte
lio"e"laFr
convmabr
alestamos
seupblic
ada.
is dos can
melodia,e
XIX:Angeli
untiglio" foi p
i17641837].
idonasrepres
che contava [
e i recitativi si
o) era compl
ava
tecnicameelaportavadi
rtavincenten
aquestomod
,sopranoitali
pela da Cate
oska de G.S.
garelli.
nosteatrosm
ntoshostisa
lembraB.Gio
te, adorava o
entre
o
forte
o,Cimarosa,S.
r poderia t
to,umtem
scana"11,m
irumpeque
afalar,aod
o,utilizava
ores da p
contramos
caCatalani13
roduzida em
nquantoLaFr
entaesdope
ellopera]era
intratteneva
tamente sval
nte
unaria,
cetrocomeun
ellasuapartit
.(G.Pestelli,
no(Senigallia
ral de Sinigall
Mayr.Em 18
aisimportante
apoleo.Foiu
rgiBanti,mast
estilo brilhan
e
o
pianssim.Nasolini,N.A.
r tido conh
acomvaria
astratando
noparntes
minaremt
naemp
ca encontr
acimade
q
.
ondres em 1
ascatanaerar
rodoemques
laria,siaper
enza ascoltar
tata, operazi
e
nelle
ripresbito,dauno
conilpubblic
LetdiMozar
10demaiode
ia, e de Padre
0, cantou e
sdaEuropae
madasvozes
ambmumti
e, o canto co
o,
possuia
grZingarelli,Ma
ecimento d
esdeum
senarealid
ishistrico.
cnicamente
rasdiferent
ase referid
ualquerout
08 e "I Virtu
epresentadop
to. (Buch,op
linterpretech
; la composizi
ne di bottega
e
(da
capo)
leraallaltra,f
o;difficiledire
ediBeethove
1780 Paris1
Morandi, tev
Trieste e e
ntre1806181
maisbelasda
brecomuma
m ornamenta
nde
capacidarcoAntnioPo
tal melodi
ria inseri
dedotema
Frequente
umaria,p
esdaorigin
a por Peste
ro,avers
si Ambulanti"
orPaisielloem
cit.Pg.355)
e vi esibiva la
one di un reci
, riproducibile
rricchiva
di
vcendolaentra
chifossepil
n,ed.E.D.T.,
dejunhode
e o seu dbut
1801 apare
2fezfurorem
histriado te
douraincom
o ousada e c
de
de
sustentrtugal,G.S.M
a atravs d
anasper
deMozart.
ente,osca
araencanta
al,algumas
lli12. No cas
da
mais
f
(1807) de Fio
1774.Aria
sua bravura si
tativo secco (
allinfinito; in
riazioni,
finivreasproposito
autoredellib
Torino1991p
849).Alunad
no ano de 1
ceu no La Sc
Londres,cidad
tromusical,c
arvel. Dona
omplexas acro
ao
de
nota.
ayr,autoresdo
22
uma
s"La
tores
reme
vezes
o das
mosa
ravanti
dolce
a per il
oce su
vece il
con
ilpurdi
ettoin
g.63)
Padre
97 em
la em
eonde
omum
euma
bacias.
O
seu
squais
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
23/50
Guit
Regr
Ferra
da
segu
pequ
"em
vivo
O d
Ma
nos
como1828,
parac
contr
14O
15 E
verem
sung
Catala
variati
16Ja
Paris
Ariettfamos
rraClssica
ssandoaC
ri16,repara
elodia ou
ana que
enssimas
elezamento
orSor(algo
olce cont
ameCat
afastounop
directora,assi
comasuavoz
antoresdep
iradoenae
olcecontento,
bora no esti
os)queapoia
by Madame C
ni:Arrangedb
ons|For|Ma
esGodfreyFe
m1787 onde
,Romance
e
oAngelicaCat
talaniean
seimediata
do acompa
sta seja r
ariantes, p
s"extempo
noimpos
ento |Ai
lani|by
rodo finalda
mcomo
canto
intactaeesta
ra. Em1849
orrer.
umariadeM
esse sozinho,
totalmente
atalani in the
yG.G.Ferrari
dameCatalani
rrari(Rovereto
foi capazde
octurnos,liga
laniem1810.
Catala
primeir
Sor de
record
tamb
instrum
cantor
que so
msicos
instrument
lisandoas
enteaincr
nhamento,
almente a
resentes e
rneosdav
vel,dadoq
r byMoz
|G.Ferra
suacarreira,
ranos
concert
eleceuseem
mudousepar
ozart,arranjad
h na verdad
semsombra
opera la Fras
(edinr:Corri1
|by|G.Ferra
,batt.02.04.1
bter os melho
osmoda
da
i, levour
adcadado
pelo men
r que era
entre os
entaisde
mais em vo
bre a par
, citemos
al14basead
aversod
velsemelh
no entanto
fonte usad
tre os doi
ersodeCa
ueem1815
art |Arr
ri(Dubois
assandoprim
osem
Itlia,
I
Itlianumavil
Parisparaes
aemformad
e outros ttul
edvidaesta
catana, comp
0?)oppureO
ri(Dubois&St
63.Londresd
resmsicos d
poca,entre
o
ibaltaestao
sc.XIXco
os 10 ano
uma outr
compositor
iasfamosas
ga naquele
itura origin
arl Czerny
nestemod
melodiam
nacoma
no pode
a por Sor
s temas, p
talani,muit
ambossee
angedwi
&Stodar
eironoThtr
glaterra,Alem
apertodeFlo
apardeuma
Rondoparapi
s e autores (j
teoria:Mozart
sed by W.A.
dolcecontent
dard,NewYo
zembro1842)
apoca. Com
squais
as
eleg
bracomva
umavan
. A este
a prtica
s, a de el
sobreaver
momento
al. Entre
que escre
lo15.
ozartianaa
partiturade
os afirmar
para o te
oderiam s
provavelm
contravam
th | vari
d,NewY
edes Italiens,
anha,Rssia.
ena,ondefu
pidemiadec
anoporCzern
untamente co
,Odolcecont
ozart, The v
o|AirbyMoz
k182734).
,compositorit
svriascole
antes6Ariette
riaesdur
sobreoOp
espeito, co
muito difu
borar as v
soda
cant
istrico, m
s mais fa
veu uma
ranjadapor
Sor,sejaao
com uma
a do op.9
r atribuda
enteescuta
emParis).
tions |
rk1827
emParis (181
Elaaposentou
douumaesco
lera,masacab
.
m os guitarrist
ento,aFavorit
riations by M
art|Arranged
avidBuchOp.
alianomudou
ces de rias
italianasdedic
23
ntea
.9de
nvm
dida,
rses
raou
is do
osos
erso
G.G.
nvel
certa
e as
s aos
daao
or |
4).
1817)
se
em
lalivre
oupor
as que
esong,
adame
with|
Cit.
separa
vocais,
adoao
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
24/50
Guit
Para
dos
Tre t
Vien
Uma
Tals
que
italia
italia
ttulo
clien
Noq
Adag
simil
Emc
para
per
XIX.
17D.
18A
c
fogo.
rraClssica
daraindam
antores,cit
emifavoriti
,umdoste
outracurios
explicaco
oincide co
no. Mas est
na,pois
ot
daobra,a
es17.
uedizrespe
iodacena2
resempart
oncluso,p
ahomenag
originaldi
uchOp.Cit.
enadecorre
q
emosescrito
aisrelevo
emosapub
con variazi
asomes
idadeques
ofactoqu
o perodo
e facto no
uloparece
ormamais
itoento
8dosegun
icularpelol
recerevela
mmozartia
icilmente f
uandodois
ho
squeemerge
tesedeutili
licaode
oni diM.d
modaFlaut
encontran
eanicave
de perman
dever faz
tersido
um
opulareco
introduo
oacto18,es
argousodo
doo
mistr
na,seguram
i represent
ensem
arma
deumapir
zaoderi
auroGiulia
e CATALA
aMgica).
oOp.9e19
sodaFlau
ncia de So
er pensar q
pedidoexpl
nhecidapar
oOp.9,So
critanaton
cromatismo
iodas
verd
entenofoi
da forado
durareluzente
ide. Estapir
asreproduz
ni,como t
Imessiper
deSoro
aMgica,e
r nesta cida
ue o tema
citodos
edi
aatrairassi
rpareceter
lidadeded
epelostrs
deirasfont
pelapartit
pasesde l
conduzem
Ta
mideestnom
idassobrea
tuloexplica
chitarra so
sodottulo
scutadaem
de, foi a u
e Sor deri
tores,que
omaiorn
sidoatrado
menorec
acordes.
spelas
qu
raoriginal,
nguaalem
minacena.
N
eio,aoalto,p
execuoa
ivodetalp
la (publicad
emitaliano.
Londresat
a transcri
a de esta
esejaramc
meroposs
pelaabert
omcaracter
isSor
se
in
tambmpor
at finald
osseus
elmos
rtodeumagr
24
ovivo
rtica
o em
1833,
o em
erso
moo
elde
rado
sticas
pirou
quea
osc.
ardeo
de.
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
25/50
GuitarraClssica 25
ComparaoentreotemamozartianooriginaleasversesdeCatalanie
FernandoSor
Seguidamente ser proposta uma comparao entre amelodia da obra de Catalani19 com
acompanhamento de pianoforte, o tema de Sor e o tema original deMozart (Monostato,
Glockenspielecoro).
(notesequeatonalidadeoriginaldeCatalaniMibemoleadeMozart,SolMaior;parauma
maiorcomodidadenacomparao,ambasforamtranspostasparaatonalidadedeMiMaior.
Naturalmente,amtricafoialterada:emCatalani2/2eMozart4/4,ambasrefeitaspara2/4)
1.Oelemento rtmico (a),que funcionacomo inciodecada semifrase,encontrase refeito
sempre com um ritmo pontuado no lugar das duas semicolcheias do tema original. Esta
diferena
est
seguramente
ligada
prtica
performativa
do
canto
(e
se
quisermos
tambm
a
prticainstrumental)ondeduascolcheiasnoeramexecutasdomesmomodomasaprimeira
alongavase e a segundamais curta20. Seguramente, Sor, considerando a sua preciso na
escrita,quisexplicitarestaprticaaoescreveraexecuoreal.
2.Aapogiatura(b),completamenteausentedooriginal,umaconstantenotemacantadode
CatalaniequasesempreestarpresenteemSorembora,comoveremosdeseguida,demodo
diferente.EstaumadasocasiesemqueSornoautiliza.
3.Sorpareceterrecorridoversodepiano(c)paracriaroacompanhamentoguitarrstico.
19Odolcecontento/ AirbyMozart/Arrangedwhit/variations/For/MadameCatalani/by/G.Ferrari (New
York:Dubois&Stodard,182734
20AprticadeIneguaglianzadellecromedesapareceudemuitostratadosdesc.XVIIIenestecasoserproposto
umtrechodeL'ArtduFacteurd'OrguesdeDomBedosCelles(17091779)tendosidoestaobrapublicadaemParis,
emtrsvolumes,entre1766e1778. Capitolo4:DelladistinzioneinPrimeeSecondedellecrome,etalvoltadelle
semiminime.1422.Movimentosem2,3e4,ascolcheiassoacentuadasporgruposdedoisedistinguidaspor
primaeseconda:estadistino,porvezes,tambmusadaparaseminimas.essencial,tantoparaa incisodo
cilindrodeorgoquantoparaaexecuo. Asduascolcheiasjuntasformamovalortotaldeumasemnima;oque
se supeocuparaprimeirametadeda semnima chamadodeprima croma, eaquelequeassumea segunda
metade,seconda
croma.
A
primeira
geralmente
tenuta,
mas
asegunda
sempre
tocada;
vi
somente
um
caso
em
queaprimeiradeixadesertenuta,eoqueacontecequandoestaamesmanotaqueasegunda,permitelhesser
destacadomaisclaramente. Estadistinoentreoprimeiroeosegundotambmpodeocorrercomsemicolcheias
num tempomoderado de dois quartos, pelas razes que expliquei no III. At as seminimas so por vezes
susceptveisaestadistino...eaindanoCaptuloV DellIneguaglianzadelleCrome 1423.Depoisdadistino
entre as colcheias no primeiro e no segundo, agora essencial enfatizar a sua desigualdade na maioria dos
andamentos. Quase sempre o primeiro mais extenso e o segundo mais curto.De qualquer modo existem
excepesparaosandamentosqueestomarcadosdetrsemtrs,comonos6/4enos6/8.Andamentosqueso
impressosemparesmuitoraroquesejamexecutadosdeigualmodo.Estadesigualdadevaimudardeacordocom
aexpressividadedaria;numamelodiaalegre,devesermaispronunciadadoquenumariasuaveecomcarcter
gracioso, como numa marcha ou num minueto. No entanto, existem muitos minuetos cuja desigualdade
pronunciada doque umamarcha. [...]" Pgina 32 H casos emque essa diferena consiste nummeiotermo,
devendose
executar
como
se
fossem
os
primeiros
episdios
e,
segundo,
semicolcheias:
[...]
".
(Da
interpretao
da
msicadosculoXVIIeXVIIIdeArnoldDolmetsch EdRugginenti Milan2edio2005)
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
26/50
Guit
4.O
seo
Mas
pres
porS
5. A
asce
6.A
(a1)
direc
Surg
aoca
7. N
enca
moz
Actopara
rraClssica
ema(e)de
emamais"l
como j fo
ntesnote
or.
apogiatura
dente(f1);
anacruseda
continuan
ooposta
umasensa
minharpelo
a primeira
ntadora a a
rtiano.
IDolceAumacompa
or,encontr
impo"poss
i dito, no
aproposto
descendent
staltima
segundase
oigualmen
aguda)ep
odenovi
5grau
da
t
semifrase,
resentao
monia (Ap
raomaisi
asemuito
eldemodo
podemos e
pelacantor
e (f) de Ca
ontribuipar
mifrasede
tecomano
rconsequ
ade,umno
nicaem
ve
Sor, no u
do tema, c
artiturade
ediataco
rnamentad
aterampla
xcluir que
nosconce
talani, torn
aumasitua
Mozart(a3)
taSol4;em
ciaasegun
tvelimpul
de
regress
a a linha
omo que a
Mozartenc
aobradeS
,algoestra
spossibilida
tais ornam
tosaovivo
se, em So
odemaio
,repetese
SoreCatal
dasemifra
oatodaa
rao
terceir
e baixo, to
imitar a int
ntrase tra
or)
nho,poisno
desdevaria
ntaes se
epresumive
r, uma apo
rpathos.
talcomoa
ni,estaana
einiciarse
elodiaem
grau.
rnando ain
roduo sol
spostade
rmalmente
es.
encontrass
lmenteescu
giatura cro
rimeiraan
cruse(a2)t
comano
aiorlumino
da mais l
o do glocke
olparaMi
26
deixa
m j
tadas
tica
cruse
maa
aSi4.
idade
ica e
nspiel
maior
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
27/50
Guit
8. C
movi
9.Na
pian
impu
10.S
Sol4
sem
11.
deco
favo
(L1),
accia
crom
com
te
exac
lopa
12.
prim
rraClssica
mo mencio
mentosdas
segundase
(g). inter
lsoecorpo
or,aoescre
e atribuir a
reSi4como
ontinuam
rrentes ou
iticonvaria
notarse
ccatura. Se
e (desigual
Giuliani,ins
tar aplicar
amenteigu
raabatt.1
finaldapri
irafrase,ta
nado anter
emifrase
mifrase,So
essantenot
armnicoa
eroacomp
Si4 uma fu
namelodia
s orname
dies de
ionidiM.d
mesma
or
esta passa
dade),torn
reaacciac
a estas n
laodeSor
).
eirafrase
lritornellon
iormente, t
nosentidoa
r,insereob
arqueacl
todaasemi
anhamento
o de aco
deCatalani.
tos na par
utras vers
eCatalani
namentao
em prova a
seperfeita
aturanoco
tas a prti
(Sor,Giulian
sempreret
oseencon
nto em Ca
gudo,aoco
ixoetallin
ulartmico
frase.
(h1)retirad
mpanhame
titura de S
es. Em apo
messiperch
eno
comp
aplicao d
mente igua
mpasso6e
ca "de desi
icompara
iradodoac
trapresent
talani como
trriodeM
ainferiord
eldica(s)
ode(h),pa
to. Na real
or (i) e (l),
io desta te
itarrasolad
asso14
(L2
a praxis da
lpartitura
eliminaan
gualdade d
o,insiraac
mpanhame
nememCa
em Sor (g
ozart.
erivadoaco
usadapor
ecequerer
idade a not
provavelm
e, a observ
eMauroGi
),de
novo
"dellinegu
deSor (Sor
compasso
as duas co
ntusodo
ntodepian
talaniouM
), a direc
mpanhame
orconfere
darimport
a emergent
nte pesso
ao de Tr
liani,comp
ornament
glianzadell
,emcompa
14):Seeste
lcheias," to
orcego.6
(m).Sorre
zart.
27
o dos
tode
maior
nciaa
ser
is ou
temi
sso6
com
edue
rao
passo
nase
leva
etea
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
28/50
Guit
13.A
14.
ante
15.
ante
16. S
Moz
date
17.A
das
nota
escri
moti
18.
Catal
19.D
colch
deco
rraClssica
segundafr
epete o cr
ior(F1),ser
or, nesta s
ipaodeo
or continua
rt,inseren
nso.
tensoinici
utras duas
principalco
oumaterc
ostcnicos
clmaxda
anieMozar
uranteofin
eias(z)e(z
lcheiapont
secomea
matismo (o
epararefo
emifrase,
rnamento(
a criar ten
harmonia
almentepr
verses (qu
figuraspo
iraabaixo,
interpretati
elodia,ao
t,coincide,
al,atenso
),enquanto
adaesemi
emacompa
) que parec
raropatho
arece enfa
1)eoutroo
so crescen
definaldas
paradades
e neste cas
ntuadasec
orcompara
os.
screverum
oentanto,
desaparece
emMozart
olcheia.
nhamentod
e ser uma
s.
izar a tens
rnamentoc
te, tanto p
emifraseo
parece,ta
coincidem
iadestemo
osoutr
aterceirain
omoponto
demodom
aconclus
ebaixo
adio ao p
o, usando,
omtico(Q
r respeito
intervalode
bmnesta
(u) = (u1)).
doumaten
sduasvers
feriorporc
(v).
aissuavee
algomai
essoal e So
para alm
).
partitura
7eatinge
passagem,d
Sor, embel
odeimpu
es,muitop
mparao
SorqueC
repentina(
r, como na
das cores
e Catalani
assimocul
emododif
eza novam
lso(u2).Tud
rovavelmen
omasvers
talani,atra
z2)devido
28
etapa
(o), a
ou de
minar
rente
nte a
oisto
epor
esde
sde
ouso
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
29/50
Guit
20.A
seen
rraClssica
ltimasemi
contrainclu
fraserep
dapoisno
etidaquase
serelacion
identicamen
comafont
tepreced
eoriginal.
nte.Avers
odeCatala
29
ino
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
30/50
GuitarraClssica 30
Universidadede
Aveiro2010DepartamentodeComunicaoeArte
GILVANODALAGNA
ANLISEPARAINTRPRETES:APLICAESNACONSTRUODAPERFORMANCEDOSEGUNDOANDAMENTO(INTERLDIOCHORINHO)DASONATAN1(GUITARRASOLO)DEJ.A.ALMEIDAPRADO
ArtigorealizadosobaorientaocientficadoDoutorJosPauloTorresVazde
Carvalho,Professor
do
Departamento
de
Comunicao
eArte
da
Universidade
deAveiro
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
31/50
GuitarraClssica 31
Anliseparaintrpretes:Aplicaesnaconstruodaperformancedosegundoandamento(InterldioChorinho)daSonatan1(guitarrasolo)deJ.A.AlmeidaPrado
GilvanoDalagna,UniversidadedeAveiroOrientador:[email protected]
Resumo:Opresenteartigotemcomoobjectivodescreveroprocessodeaplicaodoroteiro
deanliseelaboradoporJohnRinkeapresentadonoartigoAnalysisand(or?)Performance,no
segundoandamento
(Interldio
Chorinho)
da
Sonata
n1
(guitarra
solo)
do
compositor
brasileiro Jos Antnio de Almeida Prado. Foi realizado inicialmente uma reviso da
bibliografia referenteaousodaanlisevoltada interpretaoedaSonatan1.Durantea
anlise, foram abordadas questes relacionadas a forma, harmonia, elemento meldico,
dinmicabemcomoarealizaodeumareduortmicadetodoandamento.Comosdados
obtidos apartirdaanlise,podese sugeriralternativasde interpretaoeexecuo, como
digitaoepossibilidadesdetoquenamodireita.
Palavraschave: Anlise para intrpretes Musica brasileira para guitarra Performance
musical
Abstract: Thispaper aims to describe theprocess of application of the roadmap analysis
prepared byJohn Rink andpresented in the articleAnalysis and (or?) Performance in the
secondmovement(Interlude Chorinho)fromSonataNo.1(guitar)composedbyJoseAntonio
deAlmeidaPrado.Wasinitiallymadeareviewoftheliteratureontheusetheanalysisfocused
on the interpretationandSonataNo.1.During theanalysis, therewere issues including the
form, harmony,melodic element, dynamics and a rhythmic reduction of thewholeprocess.
Basedondataobtainedfromtheanalysis,wecansuggestalternativesfor interpretationand
application,such
as
fingering
and
possibilities
of
touch
in
his
right
hand.
Keywords:Analysisforperformance BrazilianMusicforGuitarMusicalperformance
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
32/50
GuitarraClssica 32
Introduo
O uso da anlise como ferramenta para aperformance assunto constantemente
abordadopordiversosautoresequevemaolongodosanosmotivandoaproduodenovos
trabalhosacadmicos.Entretantopossvelobservar controvrsiasexistentesa respeitodo
empregodaanlisenoatointerpretativo.LeonardMeyer,porexemplo,defendequeaanlise
est implcitanoque faz o intrprete pormais intuitivo e sistemticoque seja21. (Meyer
apud Rink, 2003: 55) Entretanto para outros autores como EugeneNarmour, o intrprete
deve realizar uma anlise terica rigorosa da obra para poder sondar sua profundidade
esttica22.(Narmour,1988apudRink,2003:55)
Estapropostadeanlise temo intuitode fundamentara interpretaoe contribuir
para com professores e estudantes em dois aspectos. No aspecto terico, favorecendo a
incitao de novos questionamentos em futuras pesquisas a respeito do tema.No aspecto
prtico,fornecendo
uma
fonte
de
apoio
para
decises
quanto
articulao,
dinmica,
fraseado,digitaoeetc.
RevisoBibliogrfica
Afunodosprocedimentosanalticosnaconstruodaperformancenaopiniode
muitosautoresumassuntogeradordedvidas.NoartigoAnalisesand(or)performance,John
Rinkdizque,confusoecontrovrsiatendemareinarcadavezqueseutilizaotermoanlise
emrelao
aperformance
23
(Rink,
2003:
55)
A discordncia apontada por John Rink no se constata no que diz respeito a
importnciadoentendimentodaobraparaoxitonaperformance.JanetSchmalfeldtrefere
seaestaquestoquandodizemseuartigodestinadoarelaodaanliseparaaperformance
nasBagatelasdeBeethoven,que performerseanalistas geralmente concordamqueaboa
performancedeumaobraexpressaumentendimentonicodesuaessncia.24(Schmalfeldt,
1985:1)
Nestemesmo textoSchmalfeldtdefende,assim comoMeyer,queabuscapelaboa
interpretao encarada por parte dos intrpretes, como um processo essencialmente
21Implicitinthewhattheperformerdoes,howeverintuitiveandunsystematicitmightbe.(Meyer
apudRink,2002:55)
22Performersmustengageinrigoroustheoreticallyinformedanalysisofaworksifitsaestheticdepth
istobeplumbed.(NarmourapudRink,2003:55)
23Confusionandcontroversytendtoreignwheneverthetermanalysisisusedinrelationtomusical
performance(Rink,2003:55)
24Performersandanalystswillgenerallyagreethatafineperformanceofaworkexpressesaunique
understandingofitsessence.(Schmalfeldt,1985:1)
7/23/2019 Revista Guitarra Clssica n3
33/50
GuitarraClssica 33
intuitivo,umaquestode se tornar ntimocomo trabalhopormeio fsicoassimcomopela
actividademental.25(Schmalfeldt,1985:1)
Aautoraaindavaimaislongeaosereferirsobre
Top Related