Administração de Sistemas de Informação – 2014 – Profº André Ferrari
Resumo Administração Sistemas de Informação AV1
Curso: Administração e Gestão Financeira
GST0070 – Administração de Sistemas de Informação
Período: 2014.1 Período: Noite
1. Sistema
Um sistema (do grego sietemiun), é um conjunto de elementos interconectados, de modo a
formar um todo organizado. É uma definição que acontece em várias disciplinas, como
biologia,medicina, informática, administração. Vindo do grego o termo "sistema" significa
"combinar", "ajustar", "formar um conjunto".
Todo sistema possui um objetivo geral a ser atingido. O sistema é um conjunto de órgãos
funcionais, componentes, entidades, partes ou elementos e as relações entre eles, a integração
entre esses componentes pode se dar por fluxo de informações, fluxo de matéria, fluxo de sangue,
fluxo de energia, enfim, ocorre comunicação entre os órgãos componentes de um sistema.
A boa integração dos elementos componentes do sistema é chamada sinergia, determinando
que as transformações ocorridas em uma das partes influenciará todas as outras. A alta sinergia
de um sistema faz com que seja possível a este cumprir sua finalidade e atingir seu objetivo geral
com eficiência; por outro lado se houver falta de sinergia, pode implicar em mau funcionamento
do sistema, vindo a causar inclusive falha completa, morte, falência, pane, queda do sistema etc.
Vários sistemas possuem a propriedade da homeostase, que em poucas palavras é a característica
de manter o meio interno estável, mesmo diante de mudanças no meio externo. As reações
homeostáticas podem ser boas ou más, dependendo se a mudança foi inesperada ou planejada.
Também pode-se construir modelos para abstrair aspectos de sistemas, como por
exemplo um modelo matemático, modelos de engenharia de software, gráficos. Em termos
gerais, sistemas podem ser vistos de duas maneiras:
1.1 Sistema de Informação
Sistema de Informação é a expressão utilizada para descrever um Sistema seja ele
automatizado (que pode ser denominado como Sistema de Informação Computadorizado), ou seja
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manual, que abrange pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados para coletar, processar,
transmitir e disseminar dados que representam informação para o usuário e/ou cliente.
Todo Sistema que manipula dados e gera informação, usando ou não recursos de tecnologia
da informação, pode ser genericamente considerado como um sistema de informação. Por
exemplo, o sistema de informação organizacional pode ser conceituado como a organização e seus
vários subsistemas internos, contemplando ainda o meio ambiente externo.[1]
Para Laudon e Laudon [2] um sistema de informação pode ser definido como um conjunto
de componentes inter relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,
armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a
coordenação, a análise e o processo decisório em organizações.
Além disso, o termo também é utilizado para descrever a área de conhecimento
encarregada do estudo de Informática, Tecnologia da Informação e suas relações com as
organizações. Neste contexto, esta disciplina é comumente classificada como uma ciência exata
e da terra. Um terceiro uso para a expressão Sistemas de Informação refere-se a um curso de
graduação cujo foco é o desenvolvimento e aplicação de sistemas de informação
computadorizados nas organizações. O conteúdo deste curso abrange aspectos técnicos,
gerenciais e sociológicos, abrangendo, em linhas gerais, os conteúdos relevantes estudados na
área de conhecimento Sistemas de Informação.
As concepções mais modernas de Sistemas de Informação contemplam também os
Sistemas de telecomunicações e Sistemas para internet ou equipamentos relacionados;
sistemas ou subsistemas interconectados que utilizam equipamentos na aquisição,
armazenamento, manipulação, gestão, movimento, no controle, na exposição, na troca, no
intercâmbio, na transmissão, ou na recepção da voz e/ou dos dados, e inclui o software e
hardware utilizados. Em relação a esta última definição, é comum nos meios acadêmicos a
utilização do termo Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Um sistema de informação pode ser então definido como todo sistema usado para prover
informação (incluindo o seu processamento), qualquer que seja o uso feito dessa informação. Um
sistema de informação possui vários elementos inter-relacionados que coletam (entrada),
manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um
mecanismo de feedback.
Um Sistema de Informação de Marketing pode ser definido como um conjunto de
procedimentos e métodos para o planejamento, coleta, análise e apresentação regulares de
informação para o uso no processo de tomada de decisão de marketing.
O SIM é um complexo estruturado e interligado de pessoas, máquinas e procedimentos construído
para gerar um fluxo ordenado de informações relevantes, coletadas de ambas as fontes intra e
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extra-empresa, para serem usadas como base da atividade de tomada de decisão em áreas de
responsabilidade específica da administração de marketing.
1.2 Evolução
Antes de 1940
Antes da popularização dos computadores, os sistemas de informação nas organizações se
baseavam basicamente em técnicas de arquivamento e recuperação de informações de grandes
arquivos. Geralmente existia a figura do "arquivador", que era a pessoa responsável em organizar
os dados, registrá-los, catalogá-los e recuperá-los quando necessário.
Esse método, apesar de simples, exigia um grande esforço para manter os dados atualizados bem
como para recuperá-los. As informações em papéis também não possibilitavam a facilidade de
cruzamento e análise dos dados. Por exemplo, o inventário de estoque de uma empresa não era
uma tarefa trivial nessa época, pois a atualização dos dados não era uma tarefa prática e quase
sempre envolvia muitas pessoas, aumentando a probabilidade de ocorrerem erros...
1940 - 1952
Nessa época os computadores eram constituídos de válvulas eletrônicas (são componentes grandes
e caros), era uma técnica lenta e pouco durável. Nessa época os computadores só tinham utilidade
cientifica, para poder fazer cálculos mais rápidos (algumas vezes a mais que nossa capacidade de
calcular). A Mão de obra utilizada era muito grande para manter o computador funcionando, para
fazer a manutenção de válvulas e fios (quilômetros), que eram trocados e ligados todos
manualmente. Essas máquinas ocupavam áreas grandes, como salas ou galpões. A programação
era feita diretamente, na linguagem de máquina. A forma de colocar novos dados era por papel
perfurado.
1952 - 1964
Período destacado pela origem dos transistores e grande diminuição de cabos e fios, diminuição
de tamanho das maquinas e aumento da capacidade de execução de cálculos em relação a geração
anterior. O começo da comercialização dos computadores foi marcado, eram vendidos para as
grandes empresas.
Foi utilizada a técnica de integração em que em uma pequena cápsula continha vários transistores,
chegavam a milhares em um espaço menor que a unha. É o começo do microprocessador, a
linguagem de programação que era feita por mnemônicos (comandos abreviados). A linguagem
dominante era ASSEMBLY e nessa época os cálculos estavam na casa dos milionésimos de segundo.
Surgiram formas de armazenamento cada vez maiores: as fitas e tambores magnéticos (para uso
de memória).
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1964 - 1971
Uma nova técnica de Circuito Integrados foi criado, o SLT (Solid Logic Technology) e uma técnica
de microcircuitos. Com isso podendo fazer processos simultâneos, dando um grande salto de
processamentos. Ainda tendo novas evoluções para técnica de integração SSI (integração em
pequena escala), MSI (integração em média escala) As técnicas de integração evoluíram de SSI
(integração em pequena escala), LSI (integração em grande escala) e VLSI (integração em muito
grande escala). A linguagem utilizada na época era linguagens orientadas (linguagem universal e
assemelham-se cada vez mais com linguagem humana). Esses processos chegaram a ponto de se
bilionésimos de segundos.
1971 - 1981
Nessa geração surgiram os microprocessadores, e com isso a redução dos computadores
(microcomputadores). E o surgimento de linguagens novas de alto-nível e nasceu a transmissão de
dados entre computadores através de rede.
1981 - atual
Com essa nova geração em que estamos vivendo, surgiu com VLSI. Inteligência artificial,
com altíssima velocidade (com um ou mais núcleos por processadores, grande freqüência e
transferência de dados entre os componentes do computador), programas com alto grau de
interatividade com o usuário, grande rede mundial (Internet) e que impulsionou mais ainda a
informática (grande marco), etc.
1.3 Vantagens de um Sistema de Informação
Em um Sistema, várias partes trabalham juntas visando um objetivo em comum. Em um
Sistema de Informação não é diferente, porém o objetivo é um fluxo mais confiável e menos
burocrático das informações. Em um Sistema de Informação bem construído, suas principais
vantagens são: Otimização do fluxo de informação permitindo mais agilidade e organização;
Redução de custos operacionais e administrativos e ganho de produtividade; Mais integridade e
veracidade da informação; Mais estabilidade; Mais segurança de acesso à informação.
Informações de boa qualidade são essenciais para uma boa tomada de decisão. Observações: Um
Sistema de Informação não precisa ter essencialmente computadores envolvidos, basta ter várias
partes trabalhando entre si para gerar informações.
Ele pode ser tanto manual quanto baseado em TI, ou uma mescla dos dois. Acontece que
um Sistema de Informação grande, dificilmente sobrevive atualmente sem estar informatizado,
o que por si só,não elimina o fator humano no processo. É a interação dos componentes da TI
com o componente humano que faz com que um Sistema de Informação tenha funcionalidade e
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utilidade para a organização. (A Tecnologia sistema de informação é utilizado de forma mais
acessível pelo o público, por consequência da tecnologia se abranger rapidamente entre a
sociedade, com isso a informação automatizada agrega grandes benefícios no mercado de
trabalho).((autor Luis Fernando))
1.4 Sistemas de Informação nas empresas
À escala das organizações, a informação é um fator decisivo na gestão por ser um recurso
importante e indispensável tanto no contexto interno como no relacionamento com o exterior.
Quanto mais viável, oportuna e exaustiva for essa informação, mais coesa será a empresa e maior
será o seu potencial de resposta às solicitações da concorrência. Alcançar este objetivo depende,
em grande parte, do reconhecimento da importância da informação e do aproveitamento das
oportunidades oferecidas pela tecnologia para orientarem os problemas enraizados da
informação.
A revolução da Informação exige, assim, mudanças profundas no modo como vemos a
sociedade na organização e sua estrutura, o que se traduz num grande desafio: aproveitar as
oportunidades, dominando os riscos inerentes ou submeter-se aos riscos com todas as incertezas
que acarretam.
Na chamada Sociedade de Informação, esta possui um efeito multiplicador que dinamizará
todos os sectores da economia, constituindo, por sua vez, a força motora do desenvolvimento
político, económico, social, cultural e tecnológico.
O acesso à informação e a capacidade de, a partir desta, extrair e aplicar conhecimentos,
são vitais para o aumento da capacidade concorrência e o desenvolvimento das atividades
comerciais num mercado sem fronteiras. As vantagens competitivas são agora obtidas através da
utilização de redes de comunicação e sistemas informáticos que conectam empresas, clientes e
fornecedores.
A teoria geral de sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S.) surgiu com os trabalhos
do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968.
A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e
formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Os
pressupostos básicos da T.G.S. são:
Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;
Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas;
Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos não
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físicos do conhecimento científico, especialmente as ciências sociais;
Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam verticalmente os
universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da
ciência;
Isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica.
A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a
organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou
tanto quanto é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que,
de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro fator também
de significativa importância é o feed-back que deve ser realizado ao planejamento de todo o
processo.
Teoria dos sistemas começou a ser aplicada na administração principalmente em função da
necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Científicas e Relações
Humanas, Estruturalista e Comportamental oriundas das Ciências Sociais) e da intensificação do
uso da cibernética e da tecnologia da informação nas empresas.
Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”,
mantendo um continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de
Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a conecção e
integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes.
Quanto a sua tipologia (natureza):
Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, sendo assim não
recebem nenhuma influência do ambiente e por outro lado não influenciam. Não recebem nenhum
recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora.
Ex: A matemática é um sistema fechado, pois não sofrerá nenhuma influência do meio ambiente,
sempre 1+1 será 2.
Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, por meio de
entradas e saídas.
Os sistemas abertos trocam matéria, energia e informação regularmente com o meio
ambiente. São eminentemente adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se
constantemente as condições do meio.
A organização como um sistema aberto
As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser adequadamente
compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento entre diversas variáveis
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internas e externas, que afetam seu comportamento. Tal como os organismos vivos, as
organizações têm seis funções primárias ou principais, que mantêm estreita relação entre si, mas
que podem ser estudadas individualmente.
Funções primárias das organizações:
a) Ingestão: as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de alguma
maneira. Para assistirem outras funções, como os organismos vivos que ingerem alimentos para
suprirem outras funções e manter a energia.
b) Processamento: no animal, a comida é transformada em energia e suprimento das células. Na
organização, a produção é equivalente a esse ciclo animal. Os materiais são processados
havendo certa relação entre entradas e saídas no qual o excesso é o equivalente a energia
necessária para a sobrevivência da organização (transformação em produtos).
c) Reação ao ambiente: o animal reage frente as mudanças ambientais para sua sobrevivência.
Ele deve adaptar-se as mudanças. As organizações também reagem ao ambiente, mudando seus
materiais, consumidores, empregados e recursos financeiros. As alterações podem efetuar-se
nos produtos, no processo ou na estrutura. (As mudanças ocorrem face ao que o mercado
demanda).
d) : os participantes da organização são supridos, não só do significado de suas funções, mas
também de dados de compras, produção, vendas ou contabilidade, e são recompensados
principalmente sob a forma de salários e benefícios.
e) Regeneração das partes: (entropia) as partes do organismo perdem sua eficiência, adoecem
ou morrem e devem ser regenerados ou recolocados no sentido de sobreviver no conjunto. Os
membros das organizações também podem adoecer, aposentar-se, desligar-se da firma ou então
morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os homens e máquinas devem ser
mantidos ou recolocados – manutenção e substituição.
f) Organização: administração e decisão sobre as funções;
Os sistemas de informação podem ser classificados de acordo a informação que será processada.
Desta forma, a classificação dos sistemas de informação geralmente é feita de acordo com a
pirâmide empresarial, composta pelos níveis estratégicos das organizações.
Esta pirâmide mostra que nas organizações as informações têm níveis diferenciados e
dependendo da importância que ela tem ou da forma que ela deve ser gerenciada, torna-se
necessário classificá-la a fim de um melhor gerenciamento.
Os sistemas de informação de acordo com a sua finalidade, seguem esta mesma classificação,
ou seja, se ele trabalha com informações operacionais, será um sistema de nível operacional, se
trabalha com informações de nível médio, tático ou gerencial, será um sistema de nível tático e
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se trabalha com informações altamente privilegiadas e de grande impacto na organização, nas
pessoas ou e processos, será um sistema de nível estratégico.
1.5 Sistema de Informação – Classificação por Nível
Sistemas de Informação Operacional
Formado por operações rotineiras, normalmente trabalha com um grande volume de operações
de entrada e saída. A maioria dos sistemas de informação estão neste nível e são característicos
pela existência de muitos formulários de cadastros, relatórios e outras operações rotineiras.
Exemplos: formulários de cadastros, relatórios de conferência de dados, listagens, consultas e
modificações de dados.
Sistemas de Informação: Gerencial ou Tático
Formado por operações de apoio na tomada de decisões. Tem função gerencial e trabalha com
informações agrupadas. Este tipo de sistema usa as informações operacionais para criar
mecanismos de gerenciamento das organizações
Exemplos: Projeção de vendas para o mês seguinte; Análise de clientes, produtos ou mercado;
Lucro efetivo por produto; Comparativo de desempenho da empresa, segmentos ou produtos.
Relatórios analíticos e sintéticos.
Sistemas de Informação: Estratégico
Formado por operações estratégicas; apoia a alta diretoria filtrando as informações fundamentais
e altamente estratégicas.
Exemplos: Sistemas de controle de tráfego aéreo, sistemas de UTI e neonatal, Controle de
trânsito, sistemas que apoiam a alta direção das organizações e governos, entre outros. Um
sistema poderá estar relacionado com mais de um dos níveis acima. Um exemplo disso é um
grande sistema bancário, nesse caso teremos:
Operacional: caixa, caixa eletrônico, abertura de contas, contratos, etc;
Tático: balanço da agência, dashboard, curva ABC de clientes e produtos, etc;
Estratégico: Curva ABC de agências, cidades e regiões, desempenho de produtos, desempenho do
banco x desempenho do mercado, etc.
2. Dado e Informação
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2.1 Dado
Dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz a uma
compreensão (significância), de determinada fato ou situação. Podem ser tomadas decisões
apenas com dados, porém a margem de erro aumenta. Também podemos entender como
elementos que representam eventos ocorridos na empresa, antes que tinham sido organizados
ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar.
2.2 Informação
Informação é o dado trabalhado, de forma organizada e lógica, que permite ao nível executivo
tomar decisões. Podemos também considerar como um conjunto de dados agrupados e que
tragam significância e relevância. É o resultado dos dados tratados, comparados e
classificados, estabelecendo uma relação entre outros dados.
3. CRM – Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente
Customer Relationship Management (CRM) é um termo em inglês que pode ser traduzida
para a língua portuguesa como Gestão de Relacionamento com o Cliente (Gestão de Relação
com o Cliente, em Portugal). Criada para definir toda uma classe de ferramentas que
automatizam as funções de contato com o cliente, essas ferramentas compreendem sistemas
informatizados e fundamentalmente uma mudança de atitude corporativa, que objetiva ajudar
as companhias a criar e manter um bom relacionamento com seus clientes armazenando e
inter-relacionando de forma inteligente, informações sobre suas atividades e interações com
a empresa.
Segundo Kotler e FOX em Marketing Estratégico para Instituições Educacionais. Atlas, 1ª
edição 1998, conquistar clientes novos custa entre 5 a 7 vezes mais caro do que manter os
mesmos clientes que já possui. Por isso, utilizar ferramentas como o CRM, que permitam a
fidelização de um cliente, são estratégias corporativas a definir e implementar.
Segundo Jorge Coutinho, fundador da Onyx Software[quem?], “Customer Relationship
Management (CRM) é um conjunto de processos e tecnologias que geram relacionamentos com
clientes efectivos e potenciais e com parceiros de negócios através do marketing, das vendas
e dos serviços, independentemente do canal de comunicação”. O CRM é uma abordagem que
coloca o cliente no centro dos processos do negócio, sendo desenhado para perceber e
antecipar as necessidades dos clientes atuais e potenciais, de forma a procurar supri-las da
melhor forma. Trata-se, sem dúvida, de uma estratégia de negócio, em primeira linha, que
posteriormente se consubstancia em soluções tecnológicas. É assim um sistema integrado
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de gestão com foco no cliente, constituído por um conjunto de procedimentos/processos
organizados e integrados num modelo de gestão de negócios. Os softwares que auxiliam e
apoiam esta gestão são normalmente denominados sistemas de CRM.
Os processos de gestão que assentam em CRMs estão, sem dúvida, na linha da frente em
termos estratégicos não apenas em termos de marketing, mas também, a médio prazo, ao
nível econômico-financeiro. Com efeito, empresas que conhecem profundamente os seus
clientes, o que precisam, em que o perfil de consumidor se enquadra, conseguem criar
respostas personalizadas, antecipando as suas vontades e respondendo de forma precisa aos
seus desejos atuais.
A tecnologia responderá apenas à estratégia da empresa a este nível, auxiliando na captura
de dados acerca do cliente e fontes externas e na consolidação de uma data warehouse central,
de modo a tornar a estratégia global de CRM mais inteligente. Adicionalmente, integra o
marketing e as tecnologias de informação já existentes, de forma a dotar a empresa de meios
eficazes e integrados de atender, reconhecendo e cuidando do cliente em tempo real. As
aplicações de CRM transformam os dados recolhidos em informação que, quando disseminada
permite a identificação do cliente e a compreensão do seu perfil.
As plataformas de CRM alicerçam-se em processos centrados no cliente, disseminados por
toda a organização. Verifica-se uma utilização exaustiva de informação relacionada com o
cliente, integrando as áreas de marketing, vendas e serviços, verificando-se a criação de valor
para o cliente. Antes de implementar, importa perceber qual o modelo de relacionamento com
o cliente que a empresa pretende adotar, sendo necessário, várias vezes, redesenhar os
processos de atendimento. Aqui importa perceber dimensões como:
1. Como será feita a abordagem ao cliente?
2. Que procedimentos ou eventos devem ser gerados?
3. Qual o plano de comunicação a adotar?
De forma a responder a estes desafios, procede-se ao levantamento rigoroso dos processos
existentes e sua documentação, de montante a jusante, podendo ser necessário redesenhar
ou levar apenas a um reenquadramento dos mesmos e eventualmente a adição de mais-valias,
pelo fato de passar a existir suporte de tecnologia de informação orientada para o cliente.
A partir daqui é selecionada a solução de informação e consequente implementação. A
seleção da solução de informação é baseada nas fases anteriores, sendo validadas as
características das soluções disponíveis, determinada pelo modelo de relacionamento a seguir
no futuro.
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O CRM abrange, na generalidade, três grandes áreas:
Automatização da gestão de marketing
Automatização da gestão comercial, dos canais e da força de vendas
Gestão dos serviços ao cliente
Os processos e sistemas de gestão de relacionamento com o cliente permitem que se tenha
controle e conhecimento das informações sobre os clientes de maneira integrada,
principalmente através do acompanhamento e registro de todas as interações com o cliente,
que podem ser consultadas e comunicadas a diversas partes da empresa que necessitem desta
informação para guiar as tomadas de decisões.
Uma das atividades da Gestão do Relacionamento com o cliente implica registrar os
contatos por si realizados, de forma centralizada. Os registros não dependem do canal de
comunicação que o cliente utilizou (voz, fax, e-mail, chat, SMS, MMS etc) e servem para que
se tenham informações úteis e catalogáveis sobre os clientes. Qualquer informação relevante
para as tomadas de decisões podem ser registradas, analisadas periodicamente, de forma a
produzir relatórios de gestão.
CRM Operacional: é a aplicação da tecnologia de informação para melhorar a eficiência do
relacionamento entre os clientes e a empresa. Prevê a integração de todos os produtos de
tecnologia para proporcionar o melhor atendimento ao cliente.
CRM Colaborativo: é a aplicação da tecnologia de informação que permite a automação e a
integração entre todos os pontos de contato do cliente com a empresa. Estes pontos de contato
devem estar preparados para interagir com o cliente e disseminar as informações levantadas
para os sistemas do CRM operacional.
CRM Analítico: componente do CRM que permite identificar e acompanhar diferentes tipos de
clientes dentro da carteira de uma empresa e de posse destas informações, determinar qual a
estratégia a seguir para atender às diferentes necessidades dos clientes identificados.
Normalmente utiliza recursos de mineração de dados para localizar padrões de diferenciação
entre os clientes.
CRM Social: é a forma de interagir com o cliente por meio das mídias sociais, e ainda de
enriquecer os dados e informações sobre o cliente com base nas informações encontradas em
seus perfis nas redes sociais.
4. SAD – Sistema de Apoio a Decisão
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Sistemas de apoio à decisão é uma classe de Sistemas de Informação ou Sistemas baseados
em Conhecimento. Refere-se simplesmente a um modelo genérico de tomada de decisão que
analisa um grande número de variáveis para que seja possível o posicionamento a uma
determinada questão.
Decisão é uma escolha entre as alternativas existentes através de estimativas dos pesos
destas alternativas. Apoio à decisão significa auxiliar nesta escolha gerando estas estimativas,
a evolução ou comparação e escolha. O termo sistema de apoio à decisão tem sido utilizado
de diferentes formas (após a década de 80) e tem recebido diferentes definições de acordo
com o ponto de vista de cada autor. Finlay (1994) e outros autores definem o SAD de um modo
geral como “um sistema computacional que auxilia o processo de tomada de decisão”. Turban
(1995) define mais especificamente como “um interativo, flexível e adaptável sistema de
informação, especialmente desenvolvido para apoiar a solução de um problema gerencial não
estruturado para aperfeiçoar a tomada de decisão. Utiliza dados, provê uma interface
amigável e permite ao tomador de decisão ter sua própria percepção”.
Existe uma outra definição que se encontra entre estes dois extremos. Para Keen e Scott
Morton (1978), um SAD concilia os recursos intelectuais individuais com a capacidade do
computador em melhorar a qualidade da decisão (“SAD são sistemas computacionais que
apóiam os gerentes tomadores de decisão que são direcionados com problemas semi-
estruturados”). Para Sprague e Carlson (1982), SAD são “sistemas computacionais interativos
que auxiliam os tomadores de decisão utilizarem dados e modelos solucionados de problemas
não-estruturados”.
Dentro dos Sistemas de Informação, que gerenciam conjunto de conhecimento, há a classe
de Sistemas de Apoio à Decisão, utilizado como modelo genérico que auxilia nas tomadas de
decisão e que analisa um vasto número de variáveis, permitindo o posicionamento de uma
informação para determinado objetivo e problema.
Auxilia na tomada de decisão que oscila entre alternativas apresentadas via estimativas e
grandeza de importância de cada uma, sobretudo via estimativas de peso de cada opção. Além
das estimativas, analisa a evolução e compara as opções.
Desde os anos 80, essa área tem recebido vários tipos de conceito e utilizada de diferentes
formas. O sistema de apoio à decisão (SAD) é um sistema computacional que dá base ao
processo de escolha de soluções. Segundo Turban, é um sistema interativo, flexível e
adaptável, desenvolvido para dar suporte à solução de um problema gerencial não estruturado,
visando aperfeiçoar a tomada de decisão.
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É um sistema que utiliza dados, via interface de fácil acesso e oferece fácil percepção ao
usuário. O SAD junta os recursos intelectuais de cada pessoa à capacidade da máquina utilizada
no sentido de aprimorar a qualidade da tomada de decisão. Apóia os gerentes responsáveis
pelas decisões cruciais das empresas por meio de problemas estruturados e interativos.
Nesse caso, os gerentes têm acesso a dados e modelos solucionados a partir de problemas
não estruturados. O SAD possui várias possibilidades e segundo estudiosos no assunto é mais
fácil conceituar o “apoio à decisão” do que conceituar o seu sistema computacional.
Em determinados setores, o SAD já se encontra em nível desgastado, por já ter sido usado
constantemente em diversas situações. Em várias regiões do mundo, o SAD possui um conceito
e assume uma função específica.
O SAD está diretamente envolvido com o estudo teórico de tomada de decisão nas
organizações publicado pelo Instituto de Tecnologia de Carnegie no início dos anos 60, e com
os trabalhos técnicos realizados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts na década de
60, a respeito do uso de sistemas computacionais interativos.
O sistema de apoio à decisão passou a ser considerado uma área de pesquisa nos anos 70.
Passou a ser estudado com maior profundidade no início dos anos 80, e em meados da mesma
década foi inserido no estudo dos sistemas de informação executiva (EIS), sistemas de apoio à
decisão de grupos (GDSS) e sistemas de apoio à decisão organizacionais (ODSS).
Numa consideração geral, o conceito desse sistema tem recebido diversas interpretações
nos últimos 40 anos, perante a intensa evolução tecnológica da computação e do suporte
operacional às tomadas de decisão.
Podemos concluir avaliando o SAD como sistemas interativos, utilizado via computadores
com o objetivo de ajudar nas decisões gerenciais de organizações a partir de modelos de
identificação de problemas pré-estabelecidos.
5. Recursos de SI
Recursos Humanos
São necessárias pessoas para a operação de todos os sistemas de informação. Esses
recursos incluem os usuários finais e os especialistas em SI.
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· Usuários finais - pessoas que usam um SI ou a informação que ele produz.
· Especialistas em SI - são pessoas que desenvolvem e operam sistemas de
informação.
Analistas de Sistemas – projetam SI com base nas demandas dos usuários finais.
Desenvolvedores de Software – criam programas de computador seguindo as especificações
dos analistas de sistemas.
Operadores do sistema – monitoram e operam grandes redes e sistemas de computadores.
Recursos de Hardware
Incluem todos os dispositivos físicos e equipamentos utilizados no processamento de
informações.
· Máquinas - dispositivos físicos (periféricos, computadores)
· Mídia - todos os objetos tangíveis nos quais são registrados dados (papel, discos)
Exemplos de hardware em SI computadorizados são:
Sistemas de computadores – consistem em unidades de processamento central contendo
microprocessadores e uma multiplicidade de dispositivos periféricos interconectados.
Periféricos de computador – são dispositivos, como um teclado ou um mouse, para a entrada
de dados e de comandos, uma tela de vídeo ou impressora, para a saída de informação, e
discos magnéticos ou ópticos para armazenamento de recursos de dados.
Recursos de Software
Incluem todos os conjuntos de instruções de processamento da informação.
· Programas - conjunto de instruções que fazem com que o computador execute
uma certa tarefa.
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· Procedimentos - conjunto de instruções utilizadas por pessoas para finalizar uma
tarefa.
Exemplos de recursos de software são:
· Software de sistema – por exemplo, um programa de sistema operacional, que controla
e apóia as operações de um sistema de computador.
· Software aplicativo - programas que dirigem o processamento para um determinado uso
do computador pelo usuário final.
· Procedimentos – são instruções operacionais para as pessoas que utilizarão um SI.
Recursos de Dados
Devem ser efetivamente administrados para beneficiar todos os usuários finais de uma
organização. Os recursos de dados são transformados por atividades de processamento de
informação em uma diversidade de produtos de informação para os usuários finais.
Os recursos de dados dos sistemas de informação normalmente são organizados em:
· Bancos de dados - uma coleção de registros e arquivos logicamente relacionados. Um
banco de dados incorpora muitos registros anteriormente armazenados em arquivos separados
para que uma fonte comum de registros de dados sirva muitas aplicações.
· Bases de conhecimento - que guardam conhecimento em uma multiplicidade de
formas como fatos, regras e inferência sobre vários assuntos.
Dados versus Informações:
- Dados: - são fatos ou observações crus, normalmente sobre fenômenos físicos ou
transações de negócios. Mais especificamente, os dados são medidas objetivas
dos atributos (características) de entidades como pessoas, lugares, coisas e eventos.
- Informações: - são dados processados que foram colocados em um contexto significativo e
útil para um usuário final. Os dados são submetidos a um processo onde:
Administração de Sistemas de Informação – 2014 – Profº André Ferrari
· Sua forma é agregada, manipulada e organizada
· Seu conteúdo é analisado e avaliado
· São colocados em um contexto adequado a um usuário humano.
Recursos de Rede
Redes de telecomunicações como a Internet, intranets e extranets tornaram-se essenciais ao
sucesso de operações de todos os tipos de organizações e de seus SI baseados no computador.
Essas redes consistem em computadores, processadores de comunicações e outros dispositivos
interconectados por mídia de comunicações e controlados por software de comunicações. O
conceito de recursos de rede enfatiza que as redes de comunicações são um componente de
recurso fundamental de todos os SI. Os recursos de rede incluem:
· Mídia de comunicações - cabo de par trançado, cabo coaxial, cabo de fibra ótica,
sistemas de microondas e sistemas de satélite de comunicações.
· Suporte de rede - recursos de dados, pessoas, hardware e software que apóiam
diretamente a operação e uso de uma rede de comunicações.
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