SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................
2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................
3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE.....................................................................
4 LESGISLAÇÃO...................................................................................................
5 MEDIDAS DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL.....................................................................................................................
6 FASES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL.....................................................................................................................
7 COMPOSIÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS OU CLASSIFICAÇÃO E
SEPARAÇÃO NOS CANTEIROS DE OBRA........................................................
8 APLICAÇÕES ....................................................................................................
9 CENTRAIS DE RECICLAGEM DENTRO DA OBRA..........................................
10 VANTAGENS DO REAPROVEITAMENTO .....................................................
11 IMPACTOS DA RECICLAGEM...............................................................................
12 A RECICLAGEM DE RESÍDUOS NO BRASIL.................................................
13 ARENA FONTE NOVA.....................................................................................
13.1 AÇÕES, TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DOS RCC (RESÍDUOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL) .........................................................................................
13.2 DESAFIOS NO GERENCIAMENTO DOS RCC (RESÍDUOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL) .........................................................................................
13.3 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NO CANTEIRO DE OBRA....................
CONCLUSÃO........................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................
RESUMO
Na construção civil, a produção de resíduos sólidos acontece de forma
crescente e não planejada, causando diversas degradações ambientais. O
objetivo desta pesquisa é a análise do reaproveitamento dos resíduos sólidos
na construção civil, demonstrando as vantagens sociais, ambientais e
financeiras conquistadas após as mudanças no processo construtivo. O projeto
da Arena Fonte Nova foi utilizado em nossa pesquisa como um exemplo a ser
seguido, onde o material proveniente da demolição do antigo estádio foi
reciclado e reaproveitado para a construção da nova Arena e também em
outras obras de Salvador. De acordo com os autores pesquisados, pôde-se
verificar o quanto o poder público, as empresas da construção civil e a
sociedade precisam ser conscientizadas e alertadas para as mudanças de
hábitos e processos, pois somente com tais mudanças alcançará o objetivo
maior que é a preservação do meio ambiente.
Palavras-Chave: Resíduos sólidos, Arena Fonte Nova, Reciclagem,
Responsabilidade Ambiental.
INTRODUÇÃO
Hoje a preservação ambiental é uma preocupação mundial e muito se tem
discutido na questão Meio ambiente X Lixo. Durante todos estes anos, vem se
intensificando cada vez mais o crescimento urbano e consequentemente o
aumento da pressão sobre os recursos naturais, desde a extração das
matérias-primas necessárias para a confecção dos produtos, a execução dos
serviços e finalmente a destinação final dos resíduos gerados.
A construção civil apesar de ser um setor com alto desenvolvimento econômico
e social é um dos maiores responsáveis pela geração de impactos ambientais,
seja através de obras, reformas ou demolições. A preocupação com a
preservação ambiental não pode ser mais deixada em segundo plano e a
gestão ambiental tem sido um desafio para este setor já que precisa conduzir a
atividade produtiva desta proporção buscando soluções eficientes como, por
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exemplo, mudanças de tecnologia, capacitação de mão de obra, seleção
adequada de materiais e campanhas educativas para que seja conquistado um
desenvolvimento sustentável construtivo ao meio ambiente.
A falta de compromisso na gestão dos resíduos podem provocar grandes
impactos ambientais como a degradação de áreas permanentes, assoreamento
de rios e córregos, esgotamento de aterros sanitários, proliferação de agentes
transmissores de doenças e obstrução dos sistemas de drenagem.
Por outro lado, a reciclagem dos resíduos sólidos pode gerar inúmeros
benefícios como, por exemplo, a redução no consumo de recursos materiais
não-renováveis, quando substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000),
redução de áreas necessárias para aterro, redução do consumo de energia
durante o processo de produção e consequentemente a redução da poluição.
Diante dessa problemática, verifica-se que a união entre o empresário, a
sociedade e o setor público, é a aliança relevante para que as mudanças e
inovações aconteçam na questão dos resíduos de cada obra.
O objetivo dessa pesquisa é a análise do reaproveitamento dos resíduos
sólidos na construção civil exaltando como o desperdício desses materiais
ocasiona diversos problemas enfrentados na sociedade e os benefícios que
são alcançados após as mudanças processuais, tornando o aspecto
construtivo mais competitivo, rentável e principalmente mais saudável.
Sendo a Arena fonte Nova uma referência para o estudo desta análise, será
apresentado que a redução dos impactos ao meio ambiente torna-se uma
preocupação presente da Arena, cujo projeto visa a redução dos impactos
ambientais através do reaproveitamento do material proveniente da demolição
do antigo estádio para a construção da Nova Arena.
2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
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Resíduos da construção Civil (RCC) são provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes
da preparação e da escavação de terrenos. Como por exemplo: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeira e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc. (RESOLUÇÃO 307/CONAMA).
Considerada a maior geradora de resíduos de todos os setores produtivos, a
construção civil causa grandes impactos ambientais, como o consumo de
recursos naturais, a modificação da paisagem e a geração de resíduos. Nos
canteiros de obras brasileiros, acontecem um processo de aproveitamento de
aparas de materiais como papel, metálicos, plásticos e parte da madeira que
tem valor comercial imediato. A composição dos resíduos de construção e
demolição – os RCD’s, provenientes das atividades construtivas de edifícios
varia em função das suas características, sendo a madeira predominante no
volume de resíduos gerados em novas construções e o concreto, nas
demolições (Pinto,1999) .
O descarte irregular e sem planejamento dos resíduos causa um problema caro
para o poder público que não possui recursos financeiros e ferramentas ideais
para a gestão destes. Esta situação se agrava quando se acumula à falta de
educação e informação da população. Por isso, é fundamental aperfeiçoar o
processo produtivo, pois trará benefícios sob os pontos de vista técnico,
econômico e ambiental.
3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE
A sustentabilidade na área da construção civil é de extrema importância, já que
a sua indústria produz impactos negativos ao meio ambiente ao longo de toda
a sua cadeia produtiva, desde a extração de materiais, produção, transporte de
materiais e execução das obras.
Segundo (SOUZA, 1998), estima-se que para a construção de um edifício, é
consumida uma tonelada de materiais e neste processo são gerados resíduos
em conseqüência de perdas ou aos desperdícios de materiais.
4
Durante este processo produtivo, são gerados alguns impactos ambientais
como:
- Aumento da emissão de gases e partículas em suspensão no ar;
- Degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;
- Alterações na flora e fauna do entorno destes locais de exploração;
- Proliferação de agentes transmissores de doenças;
- Assoreamento de rios e córregos;
- Aceleração do processo erosivo;
- Aumento de ruídos e propagações de vibrações no solo.
Portanto, as formas de prevenção e recuperação das áreas danificadas se
tornam de extrema importância. As soluções para a gestão dos resíduos da
construção e demolição devem integrar alguns agentes como, por exemplo, os
responsáveis pela obra, denominados geradores de resíduos, os
transportadores e também os órgãos públicos que irão contribuir para o
controle e fiscalização sobre o transporte e destinação dos resíduos.
O ideal é que a construção civil se aproxime da construção sustentável,
procurando escolher formas mais conscientes de exploração de materiais
alternativos, tendo cuidado na sua escolha para que objetive a harmonia entre
o homem e o meio e procurar buscar utilizar melhor o uso de tecnologias
inovadoras construtivas com o intuito de dar uma maior vida útil à obra e
melhor desempenho ambiental. Essas mudanças proporcionarão uma
economia de recursos naturais e minimização do impacto no meio ambiente,
consequentemente, gerará ganhos no processo de produção, uma melhor
qualidade final do produto e menos geração de resíduos.
Segundo Kilbert (1995, apud Schenini; Bagnati; Cardoso, 2004), deve-se
buscar uma mudança de paradigmas que traga uma nova relação de produção
com o meio ambiente, com o uso eficiente de materiais e energias renováveis,
não nocivos, e conservando, ao mesmo tempo, a biodiversidade. “Os princípios
dessa postura são: minimizar o consumo de recursos; maximizar a reutilização
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deles; usar recursos renováveis ou recicláveis; proteger o meio ambiente; criar
um ambiente saudável e não tóxico e buscar a qualidade na criação do
ambiente construído”.
4 LESGISLAÇÃO
A CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) visando diminuir alguns
impactos ambientais e contribuir para a conscientização do setor construtivo,
aprovou a Resolução nº 307⁄2002 que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, criando
responsabilidades para os geradores, transportadores, receptores e gestores
municipais.
Também foi criado um instrumento para colocar em funcionamento a gestão
dos resíduos que é o “Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil”, a ser elaborado pelos Municípios que farão programas para
os geradores de pequenos volumes e elaborarão projetos de gerenciamento
em obra e os próprios Geradores que farão projetos de gerenciamento em
obra.
De acordo com o Art. 3º desta Resolução, os resíduos da construção civil
deverão ser classificados da seguinte forma:
• Classe A – alvenaria, concreto, argamassas e solos. Destinação: reutilização
ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em
aterros licenciados.
• Classe B – madeira, metal, plástico e papel. Destinação: reutilização,
reciclagem ou armazenamento temporário.
• Classe C – produtos sem tecnologia disponível para recuperação (gesso, por
exemplo). Destinação: conforme norma técnica específica.
• Classe D – resíduos perigosos (tintas, óleos, solventes etc.), conforme NBR
10004:2004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Destinação: conforme norma
técnica específica.
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De acordo com o Art. 4º desta mesma Resolução, o objetivo é a não geração
de resíduos, seguido das melhorias de processos de reutilização, reciclagem e
destinação final.
5 MEDIDAS DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
No ano de 1992 a Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizada na cidade do Rio de Janeiro pelas nações unidas, a RJ- 92 definiu no
capitulo 21, da Agenda 21 uma forma ambientalmente saudável de manejo dos
resíduos sólidos, baseando-se na gestão sustentável no princípio dos 3R`s, de
reciclar e reutilizar ao máximo, reduzir os resíduos ao mínimo.
O Governo federal através do Ministério do Meio Ambiente ( MMA), criou o
Plano Nacional de Resíduos Sólidos(Anexo), Este plano contempla a
problemática dos diversos tipos de resíduos gerados, as alternativas de gestão
e gerenciamento passíveis de implementação, planos de metas, programas,
projetos e ações correspondentes.
No ano de 2010,segundo o MMA, o Brasil produziu diariamente cerca de
99.354 toneladas/diárias de Resíduos Sólidos inerentes da Construção Civil.
Sendo eles subdivididos da seguinte forma:
Resíduos gerados por região no Brasil
Região Ton. / dia Total Anual %
Sudeste 51.582,00 18.827,430,00 51,91%
Nordeste 17.995,00 6.568.175,00 18,11%
Sul 14.738,00 5.379.370,00 14,83%
Centro Oeste 11.525,00 4.206.625,00 11,59%
Norte 3.514,00 1.282.610,00 3,56%
Total Geral 36.264.210,00
Quadro 1. Conforme Plano Nacional de Resíduos Sólidos
Obs:Estima-se um valor médio de 0,50 tonelada anual por habitante na geração de RCC em
algumas cidades brasileiras.
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De acordo com John e Agopyan (2003) identificou-se algumas ações que
direcionam para a redução da geração de resíduos:
• Mudanças de tecnologia para combater as perdas;
• Aperfeiçoamento e flexibilidade de projeto;
• Melhoria da qualidade de construção, de forma a reduzir a manutenção
causada pela correção de defeitos;
• Seleção adequada de materiais, considerando, inclusive, o aumento da vida
útil dos diferentes componentes e da estrutura dos edifícios;
• Capacitação de recursos humanos;
• Utilização de ferramentas adequadas;
• Melhoria da condição de estoque e transporte;
• Melhor gestão de processos;
• Incentivo para que os proprietários realizem modificações nas edificações e
não demolições;
• Taxação sobre a geração de resíduos;
• Medidas de controle de disposição;
• Campanhas educativas.
Para viabilizar economicamente a redução máxima de produção de
resíduos,empresas devem adotar estratégias gerenciais e logísticas. Isso inclui
qualificação de mão de obra, pesquisa e implantação de técnicas construtivas
menos impactantes do ponto de vista ambiental, e aprimoramento de
processos de transportes e estocagens.Tendo a sociedade o papel de exigir,
fiscalizar e cumprir os métodos adequados da disposição dos resíduos
( Luz,Pulter e Tamura, 2008).
6 FASES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A geração de resíduos na construção civil – RCC pode ocorrer nas diferentes
fases do ciclo de vida de um empreendimento, construção, manutenção,
reformas e demolição. A geração desses resíduos se deve na grande maioria,
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pela perda de materiais de construção nas obras, devido ao desperdício
durante o processo de execução, pelos restos de materiais perdidos no
recebimento, transporte e armazenamento. Desse modo esses resíduos têm
causado grandes problemas ambientais por conta da enorme quantidade que é
produzida e pela destinação inadequada que lhes é dado.
Conforme SOUZA et al. (2004), a geração dos resíduos da construção
civil está intimamente ligada com a parcela do excesso de consumo de
materiais nos canteiros de obras. Esse desperdício de material é entendido
como a percentagem entre a quantidade de material teoricamente necessário e
a quantidade de material realmente utilizado. Ele ainda explica que o
desperdício de material pode-se dar, basicamente, de três (03) maneiras
distintas, são elas:
a) Furto e/ou extravio – o que normalmente é um valor muito baixo em grandes
empreendimentos os quais, normalmente, tem controle qualitativo e‘quantitativo
dos materiais;
b) Incorporação de materiais à edificação – fato esse que ocorre
principalmente em materiais para moldagem de peças in loco nas obras tais
como: peças de concreto armado e revestimentos argamassados;
c) Resíduos da Construção Civil (entulho) – que é o “lixo que sai da obra”, o
qual é considerado o modo mais visível de verificar o desperdiço de uma obra.
Nas várias etapas da construção civil existem vários fatores que contribuem
para a geração dos resíduos sólidos, dentre eles podemos destacar os
problemas relacionados aos projetos, pela falta de definições ou detalhamento
satisfatório, falta de precisão nos memoriais descritivos, baixa qualidade dos
materiais utilizados, mão- de –obra má qualificada, o manejo, ineficiência do
mecanismo de controle na execução de obras, técnicas escolhidas para a
construção ou demolição e a falta de reutilização e de reciclagem no canteiro
de obras.
9
7 COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A composição dos RCC são oriundas de diversas matérias primas, dentre elas
podemos citar, concreto, argamassa, material cerâmico, cerâmica polida,
rochas e solos. Durante o processo construtivo as matérias primas utilizadas
juntamente com as técnicas empregadas interferem na geração de resíduos,
na sua composição e quantidade final.
As matérias primas citadas acima, correspondem a cerca de 60% do total de
resíduos, conforme quadro a seguir:
Municípios Argamassas(%)
Concreto (%)
Mat. Cer. (%)
Cerâmica polida (%)
Rochas e solos (%)
Outros (%)
São Paulo-SP
25,2 8,2 29,6 Não definido
32 5
Porto Alegre-RS
44,2 18,3 35,6 0,1 1,8 Não definido
Ribeirão Preto-SP
37,4 21,1 20,8 2,5 17,7 0,5
Salvador-BA
53 9 5 27 6
Campina Grande-PB
28 10 34 1 9 18
Maceió-AL 27,82 18,65 48,15 3,06 Não definido
2,32
BRITO FILHO ( 1999) LOVATO (2007) ZORDAN (1997) QUADROS; OLIVEIRA (2001) NOBREGA (2002) VIEIRA (2003)
Quadro 2. Conforme SINDUSCON-PE
O quadro acima demonstra basicamente a utilização dos componentes da
classe A, esses insumos possuem maior potencial de reciclagem e podem ser
utilizados na forma de agregados, além da disposição final em aterros
licenciados.
8 RECICLAGEM E APLICAÇÕES DOS RESÍDUOS.
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O trabalho minucioso na separação de resíduos, na sua coleta e reciclagem,
faz com que boa parte deste material, que outrora seria descartado
prejudicando o meio ambiente, seja reaproveitado. Os resíduos da construção
civil, garrafas PET, ou o próprio lixo, podem ser reutilizados como insumos para
produzir materiais que serão utilizados na própria obra, assim como, pneus e
isopor podem ser aproveitados na fabricação de blocos de concreto.
Alguns fatores determinam o desperdício dos materiais como a insuficiência de
definição em projetos, a falta de qualidade nos materiais e componentes da
construção, a ausência de planejamento e controle dos processos internos da
obra.
Segundo o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, diretor técnico da I&T. “O entulho
típico, material pesado removido da obra, é constituído majoritariamente (60%)
pelas perdas de argamassas. O restante do material retirado no final das obras
são restos de componentes de vedação (tijolos, blocos, materiais de
revestimento)”.
O intuito da reciclagem é poder reaproveitar o montante de resíduos gerados
no processo construtivo transformando-os em matérias- primas para que
possam servir novamente para a construção de novas obras.
Desta forma, a reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios
citados abaixo:
- Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando
substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000).
- Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de
resíduos pela reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da própria
reciclagem dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de
50% da massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).
- Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-
se a indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a
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obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de
altoforno, resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000).
- Redução da poluição; por exemplo para a indústria de cimento, que reduz a
emissão de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao
cimento portland (JOHN, 1999).
Silva (2006) cita que foram criadas as mais diversas alternativas para a
utilização dos resíduos reciclados no Brasil:
a) Pavimentações que são empregadas nas reutilizações de resíduos
reciclados como base, sub-base, revestimento primário, na forma de brita
corrida ou em mistura de resíduo com o solo;
b) Agregado para concreto não estrutural que são resíduos processados pelas
usinas de reciclagem podendo ser utilizados a partir da substituição dos
agregados convencionais (areia e brita);
c) Agregado para confecção de argamassa que são originados após o
processado por equipamentos denominados argamasseiras, que moem o
entulho na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode
ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e
revestimento.
Há também outros tipos de usos como, preenchimento de valas de instalações,
reforços de aterros ou cascalhamento de estrada.
A reciclagem e a reutilização de resíduos são de extrema importância para a
parte financeira da obra, assim como para o meio ambiente. O baixo custo com
transporte e energia, o favorecimento na redução de derrubada de árvores,
além da diminuição na extração de recursos minerais, como brita e areia,
devem ser levados em consideração por toda a sociedade e pessoas
envolvidas, para que cada vez mais, busquem novas formas de
reaproveitamento de resíduos.
12
9 CENTRAIS DE RECICLAGEM DENTRO DA OBRA
A construção civil deve estar atenta ao progresso tecnológico e assim deve
buscar cada vez mais se especializar e entender de que maneira podem ser
empregadas novas formas de reciclagem e aproveitamentos de resíduos.
Sendo assim a criação de centrais de reciclagem dentro de um canteiro de
obras se torna fator fundamental no processo de reutilização dos resíduos.
Entretanto, a criação de uma central de reciclagem num canteiro de obras não
é tão simples quanto parece ser, pois para a construção há um custo alto e
para que este tenha um desempenho favorável e progressivo é necessário a
colaboração e contribuição de todos os envolvidos.
O simples sistema de coleta e separação é apenas uma etapa de muitas outras
que serão precisas para que esta “engenhoca” funcione perfeitamente.
Alimentadores vibratórios, britadores, transportadores de correia, peneiras
classificatórias e aparelhos para lavagem dos agregados reciclados são alguns
dos equipamentos necessários para a construção de uma “usina básica” de
reciclagem em uma obra.
O alto investimento feito neste processo será totalmente recompensado em
longo prazo, na questão financeira e principalmente ambiental.
10 VANTAGENS DO REAPROVEITAMENTO
A reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se
consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, seja
atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos.
abordaremos os benefícios e os impactos que a reciclagem de resíduos podem
gerar pelo setor da construção civil.
Os resíduos sempre são gerados seja para bens de consumo duráveis
(edifícios, pontes e estradas) ou não-duráveis(embalagens descartáveis).
Neste processo, a produção quase sempre utiliza matérias-primas não-
13
renováveis de origem natural. Este modelo não apresentava problemas até
recentemente, em razão da abundância de recursos naturais e menor
quantidade de pessoas incorporadas a sociedade de consumo .Com a intensa
industrialização, advento de novas tecnologias, crescimento populacional e
aumento de pessoas em centros urbanos e diversificação do consumo de bens
e serviços, os resíduos se transformaram em graves problemas urbanos com
um gerenciamento oneroso e complexo considerando-se volume e massa
acumulados, principalmente após 1980.
De uma forma geral, estes ciclos para a construção tentam aproximar a
construção civil do conceito de desenvolvimento sustentável, entendido aqui
como um processo que leva à mudanças na exploração de recursos, na
direção dos investimentos, na orientação do desenvolvimento tecnológico e nas
mudanças institucionais, todas visando à harmonia e ao entrelaçamento nas
aspirações e necessidades humanas presentes e futuras. Este conceito não
implica somente multi-disciplinariedade, envolve também mudanças
culturais,educação ambiental e visão sistêmica (BRANDON, 1998; ANGULO,
2000;JOHN, 2000; ZWAN, 1997).Embora a redução na geração de resíduo
seja sempre uma ação necessária,ela é limitada, uma vez que existem
impurezas na matéria-prima, envolve custos e patamares de desenvolvimento
tecnológico (SOUZAet al.,1999;JOHN, 2000).
Desta forma, a reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios
citados abaixo:
-Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando
substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000).
- Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de
resíduos pela reciclagem.Destaca-se aqui a necessidade da própria reciclagem
dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de50% da
massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).
14
- Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-
se a indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a
obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de alto-
forno, resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000)
- Redução da poluição; por exemplo para a indústria de cimento, que reduz a
emissão de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao
cimento portland (JOHN, 1999).
11 IMPACTOS DA RECICLAGEM
A reciclagem de resíduos, assim como qualquer atividade humana, também
pode causar impactos ao meio ambiente. Variáveis como o tipo de resíduo, a
tecnologia empregada, e a utilização proposta para o material reciclado, podem
tornar o processo de reciclagem ainda mais impactante do que o próprio
resíduo o era antes de ser reciclado.
Dessa forma, o processo de reciclagem acarreta riscos ambientais que
precisam ser adequadamente gerenciados.A quantidade de materiais e energia
necessários ao processo de reciclagem pode representar um grande impacto
para o meio ambiente.
Todo processo de reciclagem necessita de energia para transformar o produto
ou tratá-lo deforma a torná-lo apropriado a ingressar novamente na cadeia
produtiva. Tal energia dependerá da utilização proposta para o resíduo, e
estará diretamente relacionada aos processos de transformações utilizados.
Além disso, muitas vezes, apenas a energia não é suficiente para a
transformação do resíduo. São necessárias também matérias-primas para
modificá-lo física e/ou quimicamente.
Como qualquer outra atividade, a reciclagem também pode gerar resíduos, cuja
quantidade e características também vão depender do tipo de reciclagem
escolhida. Esses novos resíduos, nem sempre são tão ou mais simples que
aqueles que foram reciclados. É possível que eles se tornem ainda mais
15
agressivos ao homem e ao meio ambiente do que o resíduo que está sendo
reciclado. Dependendo de sua periculosidade e complexidade, estes rejeitos
podem causar novos problemas, como a impossibilidade de serem reciclados,
a falta de tecnologia para o seu tratamento, a falta de locais para dispô-lo e
todo o custo que isto ocasionaria. É preciso também considerar os resíduos
gerados pelos materiais reciclados no final de sua vida útil e na possibilidade
de serem novamente reciclados - fechando assim o ciclo.
Um parâmetro que geralmente é desprezado na avaliação de produtos
reciclados é o risco à saúde dos usuários do novo material, e dos próprios
trabalhadores da indústria recicladora, devido a lixiviação de frações solúveis
ou até mesmo pela evaporação de frações voláteis. Os resíduos muitas vezes
são constituídos por elementos perigosos como metais pesados (Cd, Pb) e
compostos orgânicos voláteis. Estes materiais mesmo quando inertes nos
materiais - após a reciclagem - podem apresentar riscos, pois nem sempre os
processos de reciclagem garantem a imobilização destes componentes.Dessa
forma, é preciso que a escolha da reciclagem de um resíduo seja criteriosa e
pondere todas as alternativas possíveis com relação ao consumo de energia e
matéria-prima pelo processo de reciclagem escolhido
12 A RECICLAGEM DE RESÍDUOS NO BRASIL
Comparativamente a países do primeiro mundo, a reciclagem de resíduos no
Brasil como materiais de construção é ainda tímida, com a possível exceção da
intensa reciclagem praticada pelas indústrias de cimento e de aço.Este atraso
tem vários componentes. Em primeiro lugar, os repetidos problemas
econômicos e os prementes problemas sociais ocupam a agenda de
discussões políticas.Mesmo a discussão mais sistemática sobre resíduos
sólidos é recente. No Estado de São Paulo só recentemente iniciou-se a
discussão de uma Política Estadual de Resíduos Sólidos, na forma de um texto
de lei aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente.
Os custos despendidos com os resíduos, como os de licenças
ambientais,deposição de resíduos, transportes, as multas ambientais, entre
16
outros devem ser considerados para a futura avaliação da viabilidade
econômica da reciclagem. Da mesma forma, o faturamento obtido quando o
produto é comercializado deve ser apropriado separadamente, assim como a
proporção real entre o comercializado e o estocado.Uma das condições para
viabilizar o novo produto no mercado é que seu preço de venda seja
competitivo com a solução técnica já estabelecida ou que haja um nicho de
mercado onde o produto apresente significativa vantagem competitiva. Para
atrair o interesse do gerador do resíduo sob o estrito ponto de vista financeiro,
a reciclagem precisa reduzir os custos com o resíduo,incluídos custos
decorrentes da necessidade de mudança de tratamento do resíduo de forma a
adequá-lo à reciclagem
13 ARENA FONTE NOVA
O Estádio Octávio Mangabeira, também conhecido como Fonte Nova, foi um
estádio de futebol na cidade de Salvador, de propriedade do governo do estado
da Bahia e que era utilizado pelos principais clubes do estado. Sua capacidade
era de pouco mais de 60.000 pessoas até seu fechamento devido ao
desabamento de parte de sua arquibancada superior. O estádio foi implodido
no dia 29 de agosto de 2010para dar lugar a Arena Fonte Nova, que será a
sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014 na Bahia.
A Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), formada pela Odebrecht
Participações e Investimentos e OAS, é a concessionária responsável pela
demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova. O projeto da Arena
Fonte Nova é fruto de uma Parceria Público Privada (PPP), entre a FNP e o
Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria do Trabalho, Emprego,
Renda e Esporte (SETRE), que estabelece a operação da Arena Fonte Nova,
pelo parceiro privado, durante 35 anos.
Com capacidade para 50 mil pessoas e assentos cobertos distribuídos em três
níveis de arquibancadas, o projeto da Arena Fonte Nova mantém o partido
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arquitetônico do antigo estádio, preservando o formato de ferradura e a
abertura para o Dique de Tororó.
Na área interna, o empreendimento contará com 70 camarotes, dois
restaurantes panorâmicos com vista para o campo e para o Dique do Tororó,
aproximadamente 2 mil vagas de estacionamento, espaço cultural, lojas de
entretenimento, 39 quiosques de alimentação, salões de negócios e eventos e
81 sanitários.
Nos seus primeiros cinco anos de existência, a Arena Fonte Nova será palco
dos maiores e principais eventos do futebol mundial. A nova arena tem todos
os requisitos para sediar a Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo
FIFA em 2014, partidas de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016, que tem
como sede principal o Rio de Janeiro, além da Copa América, em 2015
O projeto arquitetônico da Arena Fonte Nova traduz a sua multi-funcionalidade
e a sua capacidade de realizar os mais diversos tipos de eventos, garantindo
assim seu funcionamento durante todo o ano. A abertura da ferradura dinamiza
a montagem e desmontagem de mega estruturas, além de ser transformada
para receber um palco de um grande show musical.
Eventos simultâneos podem acontecer na nova arena. Ao mesmo tempo em
que uma partida de futebol está acontecendo no campo, reuniões de negócios
podem acontecer nos camarotes. Restaurantes, espaços culturais e quiosques
de alimentação também permitem que as pessoas frequentem a arena todos
os dias da semana. Eventos como feiras, congressos, casamentos, formaturas,
exposições fotográficas, também deverão fazer parte da rotina do novo
equipamento.
Além disso, o empreendimento será uma grande fonte de geração de
empregos para a população local. Durante o pico da construção, empregará
aproximadamente 2.900 colaboradores, sempre priorizando os moradores do
entorno. E durante a operação, a Arena Fonte Nova vai gerar outros 2 mil
empregos diretos.
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A redução dos impactos ao meio ambiente é uma preocupação constante da
Arena Fonte Nova, cujo projeto tem sido referência por reaproveitar todo o
material proveniente do antigo estádio: 100% dos resíduos gerados com a
demolição foi reutilizado na própria obra e em outras obras de infraestrutura de
Salvador e Região Metropolitana.
Durante a obra, uma série de ações busca reduzir o impacto ao meio ambiente,
tais como:
• Reutilização de corpo de prova de concreto para pavimentação no canteiro da
obra;
• Programa Permanente de Reutilização de Papel;
• Reutilização de canos de PVC;
• Reciclagem do óleo de cozinha dos refeitórios da produção e do
administrativo;
• Doação dos uniformes descartados para o Projeto Axé para reutilização na
confecção de ecobags, aventais e jogos americanos.
Na fase de operação do projeto também estão previstas ações para reduzir os
impactos ao meio ambiente, como:
•Coleta seletiva;
• Utilização de brises (quebra-sol) nas fachadas, para o aproveitamento da
ventilação e da iluminação natural;
• Aproveitamento das águas pluviais, com coleta a partir da cobertura. A água
será filtrada e reservada para posterior utilização;
• Utilização de energia solar para aquecimento de água;
• Vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de CO², tais como
veículos do tipo “flex”, que funcionam a etanol;
• Sistema de refrigeração ambientalmente favorável, com a eliminação dos
fluidos que agridem a camada de ozônio.
Apoiar a comunidade e os projetos sociais do entorno é um compromisso da
Arena Fonte Nova. Mais de 120 moradores da comunidade vizinha já foram
beneficiados pelos cursos de capacitação profissional realizados pela
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concessionária, sendo que boa parte destes alunos já foram contratados para
trabalhar na obra de reconstrução. Além disso, no mês da beatificação de Irmã
Dulce, foram doados 2 mil souvenires com pedaços da antiga Fonte Nova às
Obras Sociais de Irmã Dulce. A renda obtida com a venda dos souvenires será
revertida para a construção do novo centro de hemodiálise do hospital mantido
pela ONG.
Conheça alguns dos outros projetos sociais desenvolvidos pela Arena Fonte
Nova:
• Programa de inserção de moradores de rua: identificação, qualificação,
criação de meio auto-sustentável e capacitação profissional
• Programa de inclusão digital: curso de informática para 200 pessoas do
entorno;
• Programa Junior Achievement: voluntários do consórcio ministram aulas nas
escolas do entorno, estimulando o empreendedorismo nos jovens;
• Creche Lar da Criança: ampliação e reforma da instituição que abriga
crianças e jovens.
13.1 ARENA FONTE NOVA SUSTENTAVEL
Para os gestores do empreendimento na nova arena da Fonte Nova, não
bastava dar destinação correta aos resíduos sólidos resultantes da demolição
da estrutura antiga, para projetos sustentáveis do ponto de vista ambiental a
primeira meta dos gestores já foi conquistada: dos 110 pontos possíveis, 45 já
foram atingidos. Desde maio de 2010, toda a argila retirada da obra é
destinada a cobrir aterros sanitários. A terra é reaproveitada em vários projetos
sociais, como hortas comunitárias. O único resíduo não aproveitado é o esgoto
sanitário. A própria cobertura do estádio será em membrana translúcida, o que
dará uma iluminação mais natural e gerará economia de energia. O tipo de
estrutura utilizada na cobertura reduz o consumo de aço entre 30% e 40%. Na
concepção do projeto, está previsto o aproveitamento de toda a água de chuva,
para limpeza, uso nos sanitários e manutenção do gramado, além de utilização
de energia solar para o aquecimento de água. Para isso, a água de chuva
coletada pela cobertura do estádio vai ser desviada para um grande
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reservatório, e destinada ao reúso. O mesmo acontecerá com a água de
drenagem do campo de futebol.
A capacidade total de armazenamento de água da chuva no projeto da Arena
Fonte Nova é de 698.060 litros, anualmente serão captados 37 mil m³ de água
pluvial com esse sistema, o que representará uma economia de 72% em
épocas de chuva e 24% em períodos de estiagem.
Além disso, o estádio será equipado com luminárias de baixo consumo de
energia, e hidrossanitários de baixo consumo de água.
O consumo de energia elétrica da Arena Fonte Nova foi otimizado, em
comparação a uma instalação padrão industrial. Nesse novo equipamento,
serão utilizadas lâmpadas com maior eficiência e durabilidade, do tipo T-5 de
25W, que resulta numa economia de 35% de energia. Fazendo a utilização de
reatores eletrônicos, em vez de reatores eletromagnéticos, se consegue uma
economia garantida da ordem de 30%. Pode-se, então, considerar uma
redução total de aproximadamente 32,5%, utilizando-se lâmpadas T-5 de 25W
e reatores eletrônicos, comparado a um sistema tradicional (T-10 de 40W) com
reatores eletromagnéticos. Os projetores da iluminação do campo também têm
eficiência energética de ponta.
Para o consórcio construtor, a estimativa é de que em sete anos e meio todos
os investimentos nas ações sustentáveis se revertam em lucro em relação ao
capital investido
Foi instalada no canteiro uma usina de concreto . Essa Usina tem a capacidade
de produção nominal 50 m³ hora. Esse equipamento de porte razoável atende
plenamente as necessidades da obra. Com isso, o fornecimento do concreto é
adquirido de forma rápida.
A estrutura do estádio é mista, cerca de 70% é composta de pré-moldados e
30% de moldado in loco. Existem dois grandes parceiros para o fornecimento
de pré-moldados fora do canteiro. Um deles está localizado na cidade de
Simões Filho- Bahia, e o outro em Recife-Pernambuco. Mais como a obra teve
que dar uma acelerada essa estrutura teve que ser montada no próprio
canteiro. Mais nem todo material pode ser produzido no país. Desta forma o
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Consórcio adquiriu um pacote de soluções: os cabos são feitos na Itália e a
membrana nos Estados Unidos.
13.3 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NO CANTEIRO DE OBRA
A Construção Civil gera grandes volumes de resíduos. E uma das soluções
imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume, reutilizando e reciclando os
resíduos constantemente para o bem de toda a sociedade. Foram implantados
alguns projetos de responsabilidade ambiental no canteiro como a reciclagem
do óleo de cozinha. Mais de 200 litros de óleos já foram transformados em
biodiesel, vela e sabão. O objetivo do projeto é diminuir os impactos ambientais
e conscientizar toda a população. Pois o óleo de cozinha é um material
extremamente poluente. Qualquer quantidade reciclada representa uma grande
redução de impactos. De acordo com pesquisas realizadas pelo Centro de
Estudos Integrados sobre o Meio Ambiente e mudanças climáticas da
Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a decomposição do óleo de
cozinha também emite na atmosfera metano, um dos principais gases
causadores do efeito estufa.
Uma série de ações foi feita para reduzir o impacto ao meio ambiente, tais
como:
Coletores identificados pelas áreas, visando despertar a
importância da reciclagem;
Treinamento e conscientização com integrantes e parceiros com a
divulgação dos programas, planos de gerenciamento;
Fomento a reutilização de resíduos, principalmente os de classe A,
bem como otimização na compra de insumos e materiais;
Informativos de meio ambiente em todos os coletores de resíduos,
mostrando a importância de separar cada resíduo no seu local
adequado.
Reutilização de canos de PVC;
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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