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INSTITUTO FEDERAL DE ENSINO, CINCIA E TECNOLOGIA DO PIAUDEPARTAMENTO DE FORMAO DE PROFESSORES, LETRAS E CINCIASCURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM QUMICAMDULO: VIIDISCIPLINA: BIOQUMICAPROFESSOR (A): DR. JOAQUIM SOARES DA COSTA JNIOR

REAES DE CARACTERIZAO DOS GLICDIOS

VALTER OLIVEIRA SOUSA

TERESINA, ABRIL DE 2014REUMOO presente experimento objetivou identificar glicdios, diferenciar glicdios redutores, reconhecer aldoses e cetoses e realizar hidrlises de di e polissacardeos. Foram realizados alguns experimentos utilizando reaes com iodo (reagente de lugol), Molish, Benedict e Seliwanoff, alm do uso do cido sulfrico concentrado em algumas reaes.

INTRODUOOs carboidratos so biomolculas mais abundantes do planeta Terra. Cada ano a fotossntese converte mais de 100 bilhes de toneladas CO2 e H2O em celulose e outros produtos vegetais. Certos carboidratos (acar comum e amido) so a maior base da dieta na maior parte do mundo e a oxidao dos carboidratos a principal via metablica fornecedora de energia na maioria das clulas no-fotossinttica. Polmeros insolveis de carboidratos funcionam tanto como elementos estruturais quanto de proteo nas paredes celulares bacterianas e vegetais e nos tecidos conjuntivos de animais. Outros polmeros de carboidratos agem como lubrificantes das articulaes esquelticas e participam do reconhecimento e coeso entre as clulas. [...] Os carboidratos so poliidroxialdedos ou poliidroxicetonas ou substncias que liberam esses compostos por hidrlise. Muitos carboidratos, mas no so todos, tem frmulas empricas (CH2O)n; alguns contm nitrognio, fsforo ou enxofre. Os carboidratos esto divididos em trs classes principais, de acordo com o seu tamanho: monossacardeos, oligossacardeos e polissacardeos. (LEHNINGER, 2006).Os monossacardeos so aldedos ou cetonas derivadas de poliidroxialcoois de cadeia linear contendo pelo menos trs tomos de carbono. Eles so classificados de acordo com a natureza qumica de grupo carbonila e pelo nmero de seus tomos de carbono. Se o grupo carbonila for um aldedo, o acar ser uma aldose. Se for uma cetona, o acar ser uma cetose. (VOET et al, 2008, p. 206)O reagente de molish (soluo alcolica de -naftol a 5%) sob a ao do cido sulfrico concentrada, os glicdios formam o composto furfural ou os seus derivados. Essas substncias condensam-se com o - naftol e produzem um composto de cor violeta, mostrando que a reao deu positiva para a presena de glicdios, embora no sendo especifica, pois se processa com outras substancias. O reagente de lugol (soluo com iodo) forma com o amido um complexo de cor azulada, e com o glicognio cor vermelha, no produzindo colorao com o iodo, celulose, mono e dissacaridios. O reativo de Benedicte (citrato de sdio, carbonato de sdio anidro, e sulfato de cobre) reage em meio alcalino com a hidroxila anomrica livre (oxi-reduo) formando xido de cobre de cor vermelha ou amarela. A reao de Seliwanoff (resorcinol diludo em acido clordrico) diferencia aldedo de Cetose, formando um composto avermelhado para a funo cetose (reao positiva). bastante comum a utilizao de cidos fortes tais como: cido clordrico e cido sulfrico concentrado para a hidrlise de osdios (oligossacardeos e polissacardeos), para melhores estudos de suas unidades mais simples. (VILLELA, 1973).O presente experimento objetivou caracterizar e demonstrar as reaes com os glicdios: Identificao de glicdios, identificao de redutores, diferenciao entre aldoses e cetoses, hidrlise de di e polissacardeos.

MATERIAIS E MTODOS

Identificao dos glicdios1 Reao com reagente de Molish (soluo alcolica de - naftol a 5%) Prepararam-se quatro tubos de ensaio, os quais foram classificados como (A, B, C, D) contendo as seguintes solues:TUBO A: 1 ml de gua destiladoTUDO B: 1 ml de soluo de glicose 1%TUBO C: 1 ml de soluo de sacaroseTUBO D: 1 ml de soluo de amido 1%.Em cada tubo adicionou-se duas gotas de reagente de Molisch, com agitao. Em seguida, sem agitao, atravs das paredes dos tubos, adicionou-se 1 ml de cido sulfrico concentrado em cada tudo. Os tubos foram mantidos em repouso na estante para se observar a formao de um anel de cor violeta na interface dos lquidos.

2 Reao com iodoEm cada tubo se procedeu da seguinte forma:TUBO A: 1 ml de gua destiladaTUBO B: 1 ml de soluo de glicose 1%;TUBO C: 1 ml de soluo de sacarose 1%;TUBO D: 1 ml de soluo de amido Nos quatro tubos adicionaram-se duas gotas de reagente de Lugol. O tubo D foi aquecido em banho-maria, at mudar a colorao, e resfriado logo aps, em gua corrente.

Identificao de carboidratos redutores1 Reao de BenedictNa identificao de glicdios redutores fez-se uso de quatro tubos:TUBO A: 1 ml de gua destiladaTUBO B: 1 ml de soluo de glicose 1%.TUBO C: 1 ml de soluo de sacarose 1%.TUBO D:1 ml de soluo de amido 1%.Cada tubo recebeu 1 ml do reagente de Benedict e foram aquecidos em banho-maria por 3 minutos.

Diferenciao entre aldoses e cetoses1 Reao de SeliwanoffPara a diferenciao entre aldoses e cetoses usou-se o reagente de Seliwanoff (que contm resorcinol diludo em cido clordrico) do seguinte modo.TUBO A: 3 ml do reagente + 5 gotas de gua destiladaTUBO B: 3 ml do reagente + 5 gotas de soluo de frutose 1%TUBO C: 3 ml do reagente + 5 gotas de soluo de soluo de glicose a 1%TUBO D: 3 ml do reagente + 5 gotas de soluo de sacarose 1%Todos foram aquecidos em banho-maria a 100C. Observou-se de trs em trs minutos durante 10 minutos.

Hidrlise de di e polissacardeos 1 Hidrlise da sacarose Para a observao da hidrlise da sacarose usou-se dois tubos com as seguintes solues:TUBO A: 2 ml de soluo de sacarose a 1% + 3 gotas de cido sulfrico concentradoTUBO B: 2 ml de soluo de sacarose 1% + 3 gotas de gua destiladaDurante trs minutos cada tubo foi aquecido em banho-maria, e em seguida 3 ml do reativo de Benedict foi acrescentado em cada tubo. Os mesmos foram agitados e colocados novamente em banho-maria por mais trs minutos.RESULTADOS E DISCUSSO

Identificao dos glicdios Nesse experimento, observou-se que na reao de molish somente os tubos: B, C e D, apresentaram um anel de cor violeta na interfase entre os lquidos. Segundo VILELLA (1973), O reagente de Molish composto por uma soluo alcolica de naftol a 5%. Sendo assim, ao adicionar-se a glicdios cido sulfrico concentrado, as ligaes glicosdicas presentes em molculas de polissacardeos so facilmente rompidas resultando em monossacardeos. Quando os monossacardeos forem desidratados originam: furfural e hidroximetilfurfural. Que reconhecem, respectivamente, pentoses e hexoses. Ambas so substncias incolores, ento adiciona-se o composto fenlico ao meio. O fenol reage com os produtos incolores e provoca o aparecimento de um anel de colorao violeta. O surgimento do anel nos trs timos tubos comprova a existncia de carboidratos.J na reao com iodo (lugol), percebeu-se que somente o tubo D, que continha amido formou um complexo azul. Logo em seguida aqueceu-se o tubo D e percebeu-se que ele atingiu uma colorao marrom, porm, ao esfriar o tubo em gua corrente, ele voltou a ficar levemente azulado. Isso est de acordo com VILELLA (1973), onde o mesmo coloca que a complexao da amilose e da amilopectina com o iodo, resulta em complexo azul.Identificao de carboidratos redutores Na identificao de glicdios redutores, quando se se acrescentou o reativo de Benedict, observou-se que somente os tubos B e C que continham glicose e frutose, formaram precipitados e passaram a exibir uma colorao vermelho tijolo. Nesse tipo de reao, h o aparecimento de um precipitado de colorao vermelho-tijolo indicando que os ons Cu2+ do reagente de Benedict foram reduzidos a Cu+. Devido presena do grupo hemiacetal livre na glicose e na frutose, a reduo foi comprovada pela colorao vermelho-tijolo da soluo.

Diferenciao entre aldoses e cetoses Na reao de seliwanoff, que diferencia aldoses de cetoses, ao colocar 3 mL do reativo de seliwanoff nos tubos A, B, C, D e aquecer, percebeu-se que apenas os tubos B e D, apresentaram uma cor avermelhada, sendo que o tubo D, mostrou um vermelho menos intenso. A colorao avermelhada indica a formao do complexo entre furfural ou HMF com o resorcinol e, consequentemente, indica presena de aldoses e cetoses.

Hidrlise de di e polissacardeos Na reao de hidrlise da sacarose percebeu-se que, apenas o tubo A que continha sacarose e acido sulfrico concentrado, ao aquecer em banho-Maria durante 3 minutos, mostrou uma cor ligeiramente marron,comprovando assim a hidrlise da sacarose pelo acido. A sacarose um dissacardeo, constitudo por glicose e frutose. Sua hidrlise consiste na decomposio da ligao glicosdica que se estabelece entre seus monmeros atravs de uma desidratao. A sacarose no um acar redutor, mas quando sofre a ao do cido sulfrico concentrado a quente, ela desdobrada nos dois monossacardeos que a constituem. Como estes monossacardeos so acares redutores reduzem o cobre presente na reao de Benedict e por isso a soluo adquire a cor vermelho-tijolo. A colorao encontrada nesse experimento diferiu da colorao indicada na literatura. Isso se deve a erros cometidos durante a realizao do experimento.

CONCLUSONessa prtica foram realizadas reaes com iodo; reao de Molish; reao de Benedict; reao de Seliwanoff e cido sulfrico. Essas reaes possibilitaram identificar glicdios, glicdios redutores, diferenciao entre aldoses e cetoses e hidrlise de di e polissacardeos. Na primeira reao percebeu a formao de um anel violeta na interface dos lquidos quando acrescentado o -naftol. Na identificao de glicdios redutores, percebeu-se que os compostos que possuam grupo hemiacetal livre, na presena de reativo de Benedict, tinham carter redutor. Ao se utilizar o reagente de Seliwanoff, diferenciou-se aldose de Cetose, tendo em vista que o ltimo reage mais intensamente, formando derivados furfurais de colorao avermelhada. Em relao s reaes de hidrlise de di e polissacardeos, a sacarose 1% foi colocada em presena de cido sulfrico concentrado e sofreu hidrlise, em seguida adicionou-se o reagente de Benedict causando uma reduo na sacarose.

REFERNCIAS Nelson, D.L., COX, M.M. Lehninger: princpios de bioqumica.4.ed.So Paulo:SARVIER, 2006. VILELLA, BACILA, TASTALDI. Tecnicas e experimentos de bioquimica. 1973. VOET, D; JUDITH G. VOET; CHARLOTTE W. PRATT. Fundamentos de Bioqumica: a vida em nvel molecular- 2 ed.- Porto Alegre: Aetemed, 2008.