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  • Cincias Humanas

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    PSICANLISE, CINEMA E ENVELHECIMENTO. Andre Oliveira Costa, Liliane Seide Froemming (orient.) (Departamento de Psicanlise, Psicopatologia e Cln, Instituto de Psicologia, UFRGS). H uma tendncia a perceber o tempo associado a caractersticas cronolgicas e fsicas. Trata-se de

    considerar, tambm em dimenso subjetiva, os instrumentos de determinao do tempo. Velho, velhice e terceira idade so mais do que adjetivos atribudos a pessoas. So significantes que podem ser pensados atravs do tempo da

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    memria, do tempo do inconsciente. A memria despertada por diversos tipos de elementos, como cores, sons, paisagens, ligando estes a uma lembrana. atravs dessa reconstruo do passado a partir do presente que pode-se construir imaginariamente uma identidade. Entretanto, esse elo associativo nem sempre consciente. O objetivo deste trabalho investigar como construes imaginarias de envelhecimento se produzem a partir do cinema. Qual seria, ento, a possibilidade de construo de identidades a partir do que veiculado em filmes que abordam essa temtica? Que dispositivos podem ser elaborados para trabalhar com grupos de terceira idade, utilizando recursos flmicos? Ser tratada, portanto, a questo relativa construo do imaginrio do envelhecimento utilizando como fonte de dados relatos clnicos de pacientes da terceira idade em situao de psicoterapia e o acompanhamento do Ncleo de Cinema da Universidade para a Terceira Idade (UNITI). Os aportes psicanalticos para interpretao do material e elementos derivados do campo da analise flmica serviro de parmetro para a analise dos dados. A memria despertada por sabores, cores, paisagens que fazem elos, ligando o tempo.O elo associativo entre o elemento ativador e a lembrana nem sempre consciente; Freud aproxima a melancolia do luto, estados em que o eu se queixa de uma perda e nos quais o eu fica cheio de vazio. uma doena do tempo, em que o sujeito no vislumbra mais futuro, aproximando-se da morte. Trs escritos consecutivos dos anos de guerra, datados de 1915, so produzidos por Freud: Luto e Melancolia, Consideraes sobre a guerra e sobre a morte e A transitoriedade. neste ltimo que ele aborda o tema do efeito psquico produzido pelo fato de percebemos que no somos perenes. Esta percepo no ocorre sem impacto.Provavelmente, a maior dificuldade que os homens tm ao lidar com a velhice deriva da associao da velhice com a morte. Logo, mais do que a velhice, o alvo dos preconceitos a morte.H que se tomar o envelhecer como um significante para alm da associao com a idia de uma pessoa velha. (FAPERGS/IC).