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Promoção da Saúde na Escola

Maria de Fátima Lobato TavaresEscola Nacional de Saúde PúblicaFundação Oswaldo CruzMaio/2007

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Um convite...

Reflexão sobre o conceito de saúde associado a bens de consumo: os medicamentos, os seguros – saúde, os exercícios físicos, as academias, etc. E assim entendido numa sociedade como a brasileira, enquanto:

Saúde acoplada à doença, à morte, à dor, ao desprazer, à fraqueza ou à feiúra....

≠Reflexão do conceito de saúde enquanto

qualidade de vida

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Mas... de que saúde falamos?

“ A saúde é algo a ser atingido, que vai desde direito ao trabalho, e salário condignos, educação, alimentação, habitação, ao lado de uma política econômica adequada e uma política social prioritária e que, assim entendida, transcenderia a questão de médicos, hospitais e medicamentos.” (AROUCA, 1986; BRASIL, Constituição Federal, 1988)

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Mas... de que saúde falamos?

“A saúde se cria e se vive no marco da vida cotidiana; nos centros de aprendizagem, de trabalho e de recreação. A saúde é o resultado dos cuidados que as pessoas se dispensam a si mesmas e aos demais, da capacidade de tomar decisões e controlar a própria vida e de assegurar que a sociedade em que se vive ofereça a todos os seus membros a possibilidade de gozar de bom estado de saúde.” (Ottawa, 1986)

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Saúde, então...?

Saúde como um fim Saúde como vida/processo

Saúde = Processo = Meio de traçar um caminho pessoal e original em direção ao bem estar

Saúde como conceito de protagonismo que se expressa através da vitalidade física mental e social para a atuação frente aos desafios e às transformações sociais

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Determinantes de saúde

Estão incluídos entre os determinantes da saúde aqueles que estão sob maior controle do indivíduo (como certas condutas individuais) e outros, de abrangência coletiva, que são dependentes das condições políticas, econômicas, sociais, culturais, ambientais e biológicas

As ações de promoção da saúde devem atuar sobre o universo dos determinantes da saúde (pessoais e não-pessoais)

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Determinantes da Saúde =Condições e Estilo de Vida

Condições de Vida Estilo de Vida

Condições de Vida = possibilidade de levar uma vida economicamente produtiva:

ambiente em suas múltiplas dimensões acesso a bens e serviços

Estilo de Vida - cultura, valores, prioridades:

experiência pessoal possibilidades de escolhas

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Mas... e Promoção da Saúde?

Processo de capacitação das pessoas e da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo o controle sobre os determinantes da saúde

(Carta de Ottawa, 1986)

UMA PROMOÇÃO DA SAÚDE EFICAZ CONDUZ A MUDANÇAS NOS DETERMINANTES DA SAÚDE

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Escolas Promotoras de SaúdeDois paradigmas

Educação para a Saúde Normativa:

Modelo médico - preventivo (moralização)

Educação para a Saúde Crítica:

Carta de Ottawa (democrática)

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Escolas Promotoras de SaúdeConceitos de educação x paradigmas

Meta: mudança de comportamento

Normativa Adaptativa Saúde escolar

Meta: ação para a competência

Crítica Democrática “Recurso” Escolas

promotoras

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Ações de Promoção da Saúde na Escola /Escolas Promotoras de Saúde

Por que a Escola?

Conhecimento (saber como tecnologia)

Escola (como cenário)

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CONCEITO DE SUJEITO - ESCOLAR

Ter sempre como eixo o crescimento e desenvolvimento dos escolares, que lhe confere a especificidade e a vulnerabilidade próprias

= Dessa forma, a atenção à saúde para essa idade da

vida deve ter como foco estratégias que concorram não somente para a superação dos danos físicos, mas que ao enfrentarem também seus determinantes propiciem o cuidado integral Portanto, é estratégico direcionar ações e atividades vinculadas aos espaços da vida cotidiana e à organização de conteúdos voltados para o atendimento das demandas destes atores para que comecem a desenvolver suas relações com a saúde

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Ações de Promoção da Saúde na Escola /Escolas Promotoras de Saúde

Pontos Importantes (relativos à percepção dos escolares):

O que eu faço? O que faço aqui? O que quero ser?

O que idealizo ser? =

qualidade e estilo de vida/fatores protetores/segurança

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Ações de Promoção da Saúde na Escola /Escolas Promotoras de Saúde

fatores protetores são os condicionantes do meio capazes de favorecer o desenvolvimento de pessoas ou grupos e, em muitos casos, reduzir os efeitos de circunstâncias desfavoráveis. Esses fatores são qualificados em internos e externos.

Os fatores internos referem-se a atributos individuais: auto-estima, segurança, confiança em si mesmo, facilidade para comunicar-se e empatia. Os externos referem-se aos condicionantes do meio que atuam na redução da probabilidade de danos, como por exemplo o apoio social, a integração social e o trabalho.

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Conceitos Básicos da Proposta

Equipe Interprofissional

Ação Intersetorial

Descentralização das Ações de Saúde

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

Objetivos Desenvolver estratégias para a atuação dos

serviços e escolas como espaços favoráveis à promoção da saúde escolar

Estimular as iniciativas da comunidade educativa com respeito à escola e à saúde ambiental de forma ampla

Desenvolver ações de educação para a saúde que concorram para o empoderamento de toda a população alvo do programa/projeto, no sentido da reconversão de hábitos de risco

Elaborar metodologias que propiciem mediação estratégica como base para intersetorialidade

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

Processo educativo participativo que favoreça o desenvolvimento de competência pró-ativa medianteelaboração de un marco lógico de experiéncias que envolvam as práticas e saberes dos sujeitos saberes, bem como considere seu contexto (político, social, cultural) e sua historia de vida.

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

diretrizes fundamentais: )a articulação entre os aspectos preventivos,

promocionais e curativos na atenção à saúde; ) a necessidade de uma maior parceria com os

professores, e restante do pessoal da educação (merendeiras, serventes, entre outros);

)a relevância da participação efetiva das crianças e seus familiares, integrando seus saberes e práticas com as informações técnicas, que permita compreensão, controle e atuação nos determinantes da saúde.

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

Resultados Gerais Esperados fomento da saúde e educação aos escolares,

professores e seus auxiliares que ali estão grande parte de seu tempo.

desenvolvimento do potencial dos estudantes para hábitos de vida saudável, interação entre escolas, comunidade, família e serviços locais de saúde

a escola torna-se uma estratégica porta de entrada para desenvolvimento da saúde escolar, auto-estima, habilidades e comportamento.

trabalho intersetorial entre equipe de saúde e professores, tem possibilitado a implementação de um projeto que articula os campos da Saúde, Ambiente e Educação, com vistas ao desenvolvimento da cidadania.

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

Metodologia Realização de oficinas com escolares, pais

e professores, buscando identificação dos principais determinantes sociais da saúde na visão dos grupos envolvidos

Integração entre as ações:

biológico - curativas/ preventivas/ promoção da saúde

diagnóstico participativo

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

Por que fazer um Diagnóstico Participativo?Se o objetivo é contribuir na melhora da vida da

comunidade envolvida....

Se prevê o envolvimento dos envolvidos

ATRAVÉS DA IDENTIFICAÇÃO DE SEUS SABERESSe o projeto é DELES,

ELES, devem participar ativamente

A equipe técnica aprende coisas novas porque estas são originadas a partir do ponto de vista dos envolvidos

=Troca de saberes

=Contribui para o “empoderamento” mútuo

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

instrumento metodológico central utilizado foram os grupos focais. E como técnicas complementares, a observação participante e a análise documental.

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

Resultados Iniciais

diagnóstico participativo como estratégia organizativa para o planejamento e o desenvolvimento de programas de ação comunitária, servindo ainda de base de agregação não só dos escolares, mas de seus professores de forma mais ativa sobre as principais questões levantadas e que eram particulares àquele contexto

suscitou o debate e maior compreensão da relação entre saúde e seus determinantes mais gerais, com ênfase para o estilo de vida.

possibilidade de empoderamento dos escolares no sentido reflexivo servindo de guia para que consigam uma maior resolutividade e controle sobre o que afeta sua saúde, sem retirar a responsabilidade do Estado, no cuidado da saúde da população.

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

Resultados Iniciais

Quanto à atividade física, fica claro que elas a percebem em qualquer prática realizada no dia-a-dia, e apesar das precárias condições ambientais e de limitações de espaço, que reflete outras como, sociais e econômicas, referiram-se a diversos cenários onde sobretudo brincam

“Atividade física é fazer ginástica... jogar bola... arrumar a casa... ajudar o meu pai a tirar os ratos lá de casa” (Otaviano, 6 anos, Maurício, 5 anos,

Clarissa, 4 anos e Jonas, 6 anos).

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

Resultados Iniciais

“A gente faz ginástica para ficar forte... para emagrecer... para crescer” (Rafael, 6 anos)

“Fazer ginástica...na quadra...jogar bola em casa...no quarto com meu irmão...na rua... no

campo... no Mandela II com a professora...ir para a Academia pegar peso... coisa leve também... se

mexendo” (Luís Felipe, 5 anos; Leila, 6 anos)

“Correr é bom para a saúde e para crescer. Correr na calçada é melhor do que correr na rua” (João

Afonso, 6 anos)

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Da Saúde Escolar às Escolas Promotoras de Saúde

Todas essas importantes questões trazidas pelos escolares ressaltam a necessidade de um projeto formador que dê conta da saúde como expressão de qualidade de vida. Nesse sentido, saúde transcende e ultrapassa os limites setoriais, dependendo de políticas macro e microeconômicas e sociais.

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Prática de Atividade Física na Vida Cotidiana: Empoderamento de Escolares Mediante Diagnóstico Participativo

“Não era apenas um método.... Era uma atitude. Não mais reconstruir a explicação da sociedade e da cultura do “outro” através de fragmentos de relatos de viajantes missionários. Ir conviver com o outro no seu mundo; aprender sua língua; viver sua vida; pensar através de sua lógica; sentir com ele”

Carlos Rodrigues Brandão, 1987

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De volta ao começo...

Pontos para reflexão

Como contribuir para ampliar nas escolas as experiências pedagógicas de promoção da saúde?

A maioria das escolas desenvolve ações de promoção da saúde voltadas para a comunidade?

As comunidades escolares são participativas? Como iniciar uma ação mobilizadora que

envolva a comunidade escolar num trabalho de resgate da cidadania e saúde?

O que é uma escola promotora de saúde?

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