PROJETO PRAÇA DIGITAL
A Praça RooseveltA Praça Franklin Roosevelt foi inaugurada em 1970. No início, eram poucas árvores, apenas muros e concre-
to numa área de 30 mil metros, o que fazia o local ser pouco movimentado e inseguro. Por muito tempo a Praça Roosevelt
foi deixada de lado, e apenas em meados de 2000 ela voltou a ser pauta da administração pública municipal.
Mas hoje, o local ainda sofre com buracos nas calçadas, obras inacabadas, falta de iluminação e sinalização, e principalmen-
te falta de segurança. Isso, apesar do seu entorno ter sido revigorado com a instalação de companhias de teatros, como o
do grupo Os Satyros, em 2000. Atualmente, também funcionam ao lado da Praça o Studio 184, o Teatro do Ator e o Espaço
Parlapatões. A imponente Igreja Nossa Senhora da Consolação é outro destaque da Roosevelt.
Um projeto de reforma da Praça, que previa a demolição do polígono de concreto construído
que abrigava um batalhão da Polícia Militar, um supermercado e outros equipamentos públi-
cos, foi rejeitado pela população, que alegou que “o pentágono é o único teatro grego a céu
aberto da cidade e ele já faz parte da nossa história cultural e de vida. Não se derruba uma casa
porque há goteiras. O custo social da demolição será alto demais e não resolverá os problemas
que todas as praças enfrentam por falta de políticas públicas consistentes e duradouras”.
As sugestões enviadas junto ao abaixo assinado foram as seguintes: Biblioteca Circulante (já
existiu); Centro de Informação da Mulher; Telecentro; espaço fechado para cursos, oficinas,
peças, palestras, exposições, etc.; espaço arborizado para encontro dos idosos, com direito
a bancos e mesas para jogos de mesa ao ar livre; parque infantil aberto a todas as crianças;
quadras de esporte e equipamentos de lazer para jovens e adultos; recuperação e plantio
do verde; rampas em lugar de escadas; zeladoria para tomar conta da praça; e impermeabi-
lização e recuperação das lajes da praça.
Caminhando na mesma direção da vontade popular, a Praça Digital é um projeto inovador em todos
os sentidos e será mais uma plataforma de comunicação à disposição da população de São Paulo, co-
locando a cidade mais uma vez na vanguarda tecnológica da interatividade. Trata-se da transformação
de um espaço público – Praça Roosevelt - num centro de referência em comunicação interativa, com
livre acesso da população e a disponibilização de oficinas de capacitação em diversas áreas e tecnolo-
gias. A difusão dos conteúdos produzidos na Praça Digital será feita através do portal CidadeSP.tv.br,
que pode ser considerado o primeiro canal de IPTV Colaborativo e Comunitário do Brasil, baseado em
tecnologia testada e aprovada pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, da TV Rá
Tim Bum e das rádios Cultura AM e FM.
A Praça Digital, além dos objetivos básicos já descritos, poderá funcionar também como um centro
de informações aberto ao público, onde a comunidade terá a oportunidade de conhecer, discutir e
votar, na melhor opção para a futura praça, contribuindo para solução de um debate institucional que
vem se arrastando há anos. Por sua localização central, próxima aos pólos de cultura e entretenimento
da cidade e acessível através dos diversos meios de transporte, a Praça Roosevelt se apresenta como
uma ótima opção para sediar o projeto em todas as suas variáveis, constituindo-se também num pólo
inovador para inclusão social, digital e audiovisual.
O conceito que norteia a Praça Digital tem por base a colaboração e as comunidades de interesse,
comportamento este que tem marcado a presença do Brasil na internet em todo mundo. Os inter-
nautas brasileiros lideram o ranking de permanência na internet e de presença nas comunidades de
Praça DigitalConceito
relacionamento como Orkut e MSN. Pesquisa do
Instituto DataFolha informa que o número de
internautas brasileiros já chegou a 64,5 milhões,
o que significa dizer que 48% de toda a popula-
ção nacional maior de 16 anos já possui acesso à
rede, em suas mais diferentes opções: doméstica,
profissional, estudantil ou pública. Outro número
surpreendente é o crescimento da venda de com-
putadores, que vem superando o de aparelhos
de tv, ano após ano, desde 2006. Na comunica-
ção móvel, outro dado significativo é o número
de usuários de celulares: 140 milhões, que utili-
zam o aparelho para diversas finalidades, entre
elas relacionamento, foto, vídeo, além da função
original de telefone. Evidentemente, a cidade de
São Paulo participa majoritariamente no contex-
to TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação
do país, o que reforça ainda mais a relevância da
Praça Digital e do portal CidadeSP.tv.br, que vai
inserir definitivamente a cidade no cenário da Mí-
dia Digital Colaborativa.
Canal de Comunicação ComunitáriaThomas L. Friedman, jornalista americano, profe-
tizou em seu livro “O Mundo é Plano”, que o século
XXI não será lembrado apenas pela globalização,
pelas guerras, pelo terrorismo ou pelas tragédias
naturais. O século será marcado também – e prin-
cipalmente - pelo impacto e pela convergência
das tecnologias, capazes de inserir países como
Índia, Rússia, China e o próprio Brasil, num ciclo
de desenvolvimento, credenciado-os a se tor-
narem as novas potências econômicas nos pró-
ximos 50 anos. Polêmicas à parte, o fato é que a
tecnologia vem transformando o local em global
e vice-versa, dando protagonismo a personagens
e realidades até então desconhecidas da mídia. A
popularização dos canais de relacionamento en-
tre comunidades emerge neste cenário.
Hoje, em todo mundo, existem milhares de canais
comunitários de comunicação, seja via cabo ou
internet. Uma boa relação deles está disponível
no endereço: http://www.communitymedia.se/
cat/. A novidade do projeto CidadeSP.tv.br está na
construção de uma programação, integralmente,
colaborativa, com apoio de uma equipe de profis-
sionais da Fundação Padre Anchieta, responsável
pela operação do canal de IPTV (Internet Protocol
Television) e pela capacitação profissional, atra-
vés das oficinas de vídeo, edição, produção, ce-
nografia e computação, que serão oferecidas ao
público, gratuitamente.
Os conteúdos estarão disponívels num canal ex-
clusivo da internet (www.cidadesp.tv.br), que
vai disponibilizar programas ao vivo e vídeos
pré-produzidos, com acesso sob demanda, como
um canal de tv interativo. No endereço www.tv-
cultura.com.br/cidadesp é possível conferir um
layout do site e um vídeo apresentando a atual
situação da Praça Roosevelt.
Projeto Arquitetônico
Área externa aberta ao público com centro de informações e cadastramento e conexão wi-fi disponível à internet.
Projeto Arquitetônico
Visão externa do estúdio durante gravação de programa com painel de informações.
Projeto Arquitetônico
Visão geral do espaço destinado às oficinas de capacitação e de inclusão digital.
Projeto Arquitetônico
Visão da sala de edição, finalização e controle do canal de TV.
Projeto Arquitetônico
Visão da sala de capacitação e de inclusão digital.
O Portal CidadeSP.tv.br
A página de abertura do portal terá uma janela de
vídeo para a transmissão da programação ao vivo,
24 horas por dia. Ao lado desta janela, os usuários
terão acesso a uma seleção dos últimos vídeos
publicados, para consulta on demand. Basta cli-
car e assistir.
No alto, um menu apresenta a divisão dos con-
teúdos do portal que, na prática, serão canais
distintos de programação, baseados em temas
específicos ou canais de conteúdo produzidos
pela própria comunidade. Por exemplo: Artistas,
Motoboys, Vizinhos da Praça, Fãs do Cinema, da
Música, do Teatro, canal dos Estudantes e assim
por diante.
Toda essa programação será produzida colabo-
rativamente pelas comunidades de interesse em
cada conteúdo, utilizando equipamentos pessoais
(câmeras, celulares, etc.) ou os recursos disponíveis
na Praça Digital, como o estúdio, câmeras de cap-
tação e equipamentos de edição e finalização.
As comunidades também poderão colaborar com
produções realizadas fora da Praça Digital, mas é
importante frisar que todo conteúdo (vídeos, fo-
tos e textos) passará pela moderação da Funda-
ção Padre Anchieta, antes de serem disponibiliza-
dos no portal.
À direita da tela, estarão os destaques da progra-
mação para consulta dos internautas e um link
para acessar a grade completa da programação
do canal. Abaixo, uma seção de notícias, que tam-
bém serão enviadas pela própria população e pu-
blicadas na página após moderação.
Ao lado das notícias, ficam as informações sobre
as Oficinas, que serão oferecidas gratuitamente
à comunidade, com capacitação em produção
de vídeo, edição, cenografia, computação, entre
outras especialidade.
A arquitetura do site vai oferecer uma navegação
simples e intuitiva para os usuários, facilitando a
utilização de todos os seus recursos, levando-se em
conta os critérios de usabilidade e acessibilidade.
O Portal CidadeSP.tv.br será um canal de comuni-
cação aberto a comunidade, para que ela possa
se expressar, discutir idéias, opiniões e anseios,
utilizando tecnologia de ponta e interatividade
como meio de relacionamento e difusão.
A difusão dos conteúdos produzidos na Praça Digital será feita através do portal CidadeSP.tv.br, que se constitui no primeiro canal de IPTV Colaborativo e Comunitário do Brasil, utilizando a tecnologia testada e aprovada pela Fundação Padre Anchieta.
Proposta Técnica
EstúdioEspaço de 100 m2
Área para captação de imagens e sons com cená-
rios para programas ao vivo ou gravado. Captação
de áudio com seis microfones, captação de vídeo
com 4 câmeras robotizadas e Sistema de Ilumina-
ção com dimer.
Controle de EstúdioEspaço de 15m2
Área de produção para controlar as quatro câme-
ras robotizadas do estúdio, processar, comutar o
sinal de vídeo das câmeras, mixar e processar o
áudio dos microfones. O sinal PGM resultante é
enviado ao Controle Mestre que finaliza o proces-
so enviando para internet ou para o servidor de
dados das ilhas de edição.
Ilhas de EdiçãoEspaço de 40m2
Área para editar o material captado interno ou
externo, armazenado no servidor. Consiste em
quatro ilhas de edição baseado em ADOBE PHO-
TOSHOP. Os programas prontos são enviados ao
Controle Mestre que finaliza o processo enviando
para internet.
Sala de AulaEspaço de 50 m2
Captação de áudio com 4 microfones, captação de
vídeo com 2 câmeras robotizadas. Retroprojetor
para aula ligado a um laptop. 10 micros para aces-
so ao conteúdo da aula ligado em rede wireless.
Controle da Sala de AulaEspaço de 15m2
Área de produção para controlar as duas câmeras
robotizadas da sala, processar e comutar o sinal
de vídeo das câmeras, mixar e processar o áudio
dos microfones. O sinal PGM resultante é enviado
ao Controle Mestre que finaliza o processo en-
viando para internet ou para o servidor de dados
das ilhas de edição.
Espaço Acesso à InternetEspaço de 50m2
Espaço para acesso à internet para os usuários
acessarem a internet.
Controle MestreÁrea de produção para controlar as duas câmeras
robotizadas da sala, processar e comutar o sinal
de vídeo das câmeras, mixar e processar o áudio
dos microfones. O sinal PGM resultante é enviado
ao Controle Mestre que finaliza o processo en-
viando para internet ou para o servidor de dados
das ilhas de edição.
Área de exibição dos programas produzidos,
composto por micro para produção do stream
para vídeo sobre IP, servidor de vídeo, matriz de
exibição, monitoração de áudio e vídeo.
O sinal de saída do Controle Mestre é interligado
à internet através de um PC onde este “strema” os
conteúdos ao vivo do Controle de Estúdio, ao vivo
da Sala de Aula ou o gravado do servidor.
Considerações FinaisPaulo Markun
O projeto Praça Digital pode contribuir, definiti-
vamente, para que a Praça Roosevelt volte a ser
atrativa para a população, não apenas para os
moradores e usuários do entorno, mas de toda
comunidade paulistana que circula pelo centro
da cidade.
De um lado, o projeto contribui pela Inovação.
A instalação de um canal de tv comunitário via
internet (www.cidadesp.tv.br), que estimula a
produção colaborativa e ainda capacita pessoas
para esta atividade, oferece um protagonismo
inédito ao cidadão comum, já se constitui num
diferencial sócio-cultural. De outro, este espaço
propicia à Prefeitura Municipal estabelecer um
canal de comunicação direta com a população –
uma espécie de audiência pública interativa – de
forma que o destino da Praça e de outros projetos
públicos - seja o resultado da vontade coletiva.
A reportagem produzida sobre a situação da Pra-
ça Roosevelt exemplifica bem o sentimento da
comunidade, que a quer de volta e renovada. O
nosso projeto se insere, perfeitamente, neste con-
texto, ainda que não seja a solução do problema,
mas atenua a situação de forma altamente qualifi-
cada e, o mais importante: coloca a cidade de São
Paulo na vanguarda da comunicação colaborati-
va, através da tecnologia IPTV, onde a comunida-
de tem a oportunidade de se manifestar através
do vídeo, apresentando seu olhar particular sobre
a realidade em que vive.
A cidade e a Prefeitura Municipal de São têm mui-
to a ganhar com este projeto, pois os recursos
necessários à sua viabilização são mínimos, em
relação ao impacto positivo que ele vai causar na
população, em todos os sentidos.
A Fundação Padre Anchieta, com seus 40 anos
de existência, reúne todas as condições de gerir
o projeto, tanto na implantação quanto na ope-
ração. Neste tempo, a instituição se reinventou
várias vezes e agora, se tornou também uma re-
ferência nacional na tecnologia IPTV, que está na
essência do projeto Praça Digital. Considerando
esta expertise e a relevância do projeto, temos
condições de implantar a Praça Digital em cerca
de 90 dias.
Juntos, a Prefeitura Municipal e a Fundação Padre
Anchieta, podem tornar a Praça Digital e o seu
canal de IPTV uma realidade. Seria uma ótima no-
tícia para brindar 2009, quando São Paulo com-
pleta 455 anos.
A Fundação Padre Anchieta é uma fundação sem fins lucrativos, mantenedora da Televisão Cultura, Rádios Cultura AM e FM, Cultura Marcas, Cultura Serviços, Cultura Data, RadarCultura e TV Rá Tim Bum.
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