22001177
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GOVERNO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado da Saúde
Sistema Único de Saúde
Superintendência de Vigilância em Saúde
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
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PROGRAMA DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DA FEBRE AMARELA
EM SANTA CATARINA
Florianópolis, 2017
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................03 VIGILÂNCIA DE CASOS HUMANOS
Definição de caso suspeito......................................................................................................06
Investigação clínica e epidemiológica dos casos humanos suspeitos - Investigação clinica.........................................................................................................08 - Coleta de amostras para diagnóstico.............................................................................09 - Investigação ambiental...................................................................................................09
Confecção do relatório de investigação.................................................................................11
Classificação...........................................................................................................................11
Encerramento dos casos........................................................................................................12 VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS EM PRIMATAS NÃO-HUMANOS (PNH-MACACOS)
Orientações aos serviços de vigilância...................................................................................13
Roteiro de investigação de adoecimento e/ou morte de primata a ser seguido pelo técnico da SMS
- Ações direcionadas ao PNH............................................................................................14 - Ações direcionadas ao ambiente....................................................................................16
Confecção do relatório de investigação..................................................................................17
Roteiro básico de investigação de adoecimento e/ou morte de PNH a ser seguido pelo médico veterinário
- Animal doente................................................................................................................18 - Animal morto..................................................................................................................18 - Procedimentos pós necropsia in loco.............................................................................20 - Material utilizado na necropsia......................................................................................20
Aquisição de materiais............................................................................................................20
Vigilância entomológica..........................................................................................................22
Integração Vigilância em Saúde e Atenção Básica..................................................................22 ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE AMOSTRAS PARA DIAGNÓSTICO DA FEBRE AMARELA
Isolamento viral.......................................................................................................................23
Sorologia..................................................................................................................................24
Histopatologia/Imunohistoquímica.........................................................................................24
Encaminhamento das amostras de necropsia.........................................................................25 BIOSSEGURANÇA.......................................................................................................................................26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................................26 LABORATÓRIOS DE REFERÊNCIA...............................................................................................................26 ANEXO 1. Tabela resumida sobre coleta, armazenamento e encaminhamento de amostras para diagnóstico de febre amarela.....................................................................................................................27 ANEXO2. Fluxo de notificação e investigação de epizootias em PNH........................................................29 ANEXO3. Ficha de necropsia em PNH........................................................................................................30 ANEXO 4. Ficha de notificação/investigação de epizootias........................................................................32 ANEXO 5. Ficha de notificação/investigação de casos humanos suspeitos de febre amarela..................33 ANEXO 6. Modelo de etiqueta para caixas de amostras para diagnóstico de febre amarela...................35
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A febre amarela (FA) é uma doença reemergente prioritária em Saúde Pública no Brasil,
para a qual está disponível uma vacina de alta eficácia. Apesar das estratégias atuais de controle e
prevenção, vem se observando uma expansão das áreas com circulação do vírus da febre amarela do
sentido leste ao sul do País. Este fato tem sido objeto de atenção das autoridades de saúde por
considerarem que a aproximação do vírus com as cidades onde o vetor urbano se encontra presente,
recoloca o tema da reurbanização da doença na agenda sanitária.
No ano de 1966 foram registrados os últimos casos autóctones de febre amarela silvestre
no estado de Santa Catarina, tendo ocorridos nos municípios de Anchieta (1 caso), Chapecó (1 caso),
Maravilha (1 caso), Mondai (2 casos), Palma Sola (2 casos), Piratuba (1 caso) e Quilombo (1 caso),
totalizando 9 casos.
Até o ano de 2003 o estado era considerado área indene para FA, mas a partir da
ocorrência de epizootias de macacos no Rio Grande do Sul e a identificação do vírus amarílico em
mosquitos do gênero Haemagogus naquele estado, Santa Catarina passou a ter uma área denominada
de transição constituída por 28 municípios: sendo 22 da antiga regional de saúde (GERSA) de São Miguel
do Oeste e 6 da antiga GERSA de Chapecó.
Desde então, a vacinação contra a FA passou a ser preconizada para toda a população
residente na área de transição, constando no calendário de vacinação de rotina para crianças a partir
dos 09 meses de idade e também para pessoas que se deslocam para essa área.
O caráter dinâmico da FA tem exigido avaliações periódicas. No final de 2008 o Ministério
da Saúde realizou uma nova avaliação nacional, onde as áreas denominadas endêmica, de transição e
indene foram reclassificadas em: a) área com recomendação de vacina (ACRV) e b) área sem
recomendação de vacina (ASRV).
No ano de 2009 foi definida uma nova área com recomendação de vacina contra a FA em
Santa Catarina, composta por mais 12 municípios das regiões do Meio Oeste e Planalto Serrano, em
função de novas ocorrências de epizootias de PNH por febre amarela no Rio Grande do Sul, em
municípios contíguos àquelas regiões (Figura 1).
INTRODUÇÃO
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A partir de 2010, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina manteve a
recomendação de vacina para os 28 municípios do Extremo Oeste, 12 municípios do Meio Oeste e
Planalto Serrano e ampliou a ACRV conforme Parecer Técnico N° 12 /2010 –
GT_ARBO/COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS (SC) implantando na rotina, a vacinação contra a Febre
Amarela para toda a população residente na área de abrangência das Gerências Regionais de Saúde de
Chapecó, Xanxerê, Concórdia, Joaçaba, Lages, Videira, Canoinhas e Mafra, totalizando 162 municípios
(figura 2).
ACRV
Figura 1. Áreas segundo recomendação da vacina contra a febre amarela. Santa Catarina, 2009.
ASRV
Fonte: Gezoo/Dive/SES
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Detectar precocemente a circulação do vírus da febre amarela no estado de Santa Catarina através da:
Intensificação das ações de vigilância de casos suspeitos de febre amarela em humanos junto aos serviços de saúde da rede pública e privada dos municípios;
Consolidação da vigilância de epizootias de primatas não-humanos para detecção precoce da circulação viral, visando a adoção de medidas de controle oportunas;
Realização da vigilância entomológica para detecção precoce da circulação viral, visando à adoção de medidas de controle oportunas;
Integração dos profissionais da atenção básica e vigilância epidemiológica no processo de detecção precoce da circulação do vírus amarílico.
Figura 2. Áreas com recomendação da vacina contra a febre amarela. Santa Catarina, 2010.
ACRV
ASRV
Fonte: Gezoo/Dive/SES
OBJETIVOS DO PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA FEBRE AMARELA
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NOTIFICAÇÃO
A doença é de notificação compulsória imediata, conforme Portaria nº204 de 17 de fevereiro
de 2016 da SVS/MS portanto, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (VE/SMS)
deverá notificar sua Gerência Regional de Saúde (GERSA) e esta à Diretoria de Vigilância Epidemiológica
(DIVE/SC) todo caso humano bem como óbito suspeito em até 24 horas pela via mais rápida (e-mail ou
telefone) e investigar o caso em até 48 horas, visando estabelecer resposta oportuna, adequada e
coordenada dos serviços de saúde.
Telefones: GEZOO/DIVE/SES (48)-3664-7479/7480/7481/7482
E-mails : [email protected] / [email protected]
DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO
Em situações de surto, recomenda-se adequar a definição de caso, tornando-a mais sensível
para detectar o maior número possível de casos levando em conta o aspecto clínico da doença.
Dessa forma, considerando que a definição de caso suspeito descrita acima e contida no
Guia de Vigilância em Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/setembro/22/GVS-online.pdf
página 404) não contempla os casos com manifestações leves e moderadas, é importante que
durante a investigação, sejam consideradas as seguintes situações:
Pessoa que apresente febre de início súbito associada a um dos seguintes sintomas:
Calafrios, cefaléia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos, E,
Que nunca foi vacinada contra a febre amarela OU que tenha sido vacinada há menos de 10
dias OU que não apresente a carteira de vacinação para comprovação, E,
Que nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas:
VIGILÂNCIA DE CASOS HUMANOS
Indivíduo com quadro febril agudo (até 07 dias), de início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou procedente de área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootias em primatas não humanos ou isolamento de vírus em vetores, nos últimos quinze dias, não vacinado* contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado. * Não vacinado: indivíduo que nunca foi vacinado contra a febre amarela ou que foi vacinado há menos de 10 dias ou que não apresente a carteira de vacinação para comprovação.
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Proceda de ACRV com ou sem registro recente da doença suspeita ou comprovada em
macacos e/ou em humanos, OU
Tenha se exposto a atividades de ecoturismo, trilhas, camping, pesca ou atividades laborais
(extrativismo, desmatamentos, agricultura e pecuária) em ACRV com ou sem registro
recente da doença suspeita ou comprovada em macacos e/ou em humanos; OU
Proceda de ASRV, mas com registro recente da doença suspeita ou comprovada em
macacos e/ou em humanos.
Observações:
a) Alterações laboratoriais observáveis logo no inicio da doença e que reforçam a suspeição para
Febre Amarela:
Leucopenia (1500 a 2500 por µL);
Neutropenia relativa seguida de paquetopenia;
Níveis séricos da aminotransferases (AST/TGO e ALT/TGP) começam a aumentar 48 a 72h após
o inicio da doença, antes do aparecimento da icterícia, indicando lesão hepática direta.
b) A progressão da doença ocorre conforme descrito no quadro abaixo:
Considerar como caso suspeito, os indivíduos que se enquadram na seguinte definição:
Período inicial prodrômico (infecção): De curta duração, em torno de 2 dias a 3 dias, tem inicio súbito com sintomas inespecíficos: febre, calafrios, cefaleia (dor de cabeça), lombalgia. Período de remissão: Ocorre uma melhora clínica dos sintomas após as primeiras 48 a 72 horas de evolução da doença. Há o declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Dura poucas horas, no máximo um a dois dias, sendo seguida pelo período toxêmico. Período toxêmico: Queda da viremia e resposta inflamatória exarcebada, ocasionando disfunção de múltiplos órgãos, em especial fígado e rins, além de colapso circulatório. Caracteriza-se pelo reaparecimento da febre e predominância dos sintomas de insuficiência hepato-renal caracterizados por icterícia, oligúria, anúria e albuminúria, acompanhado de manifestações hemorrágicas: gengivorragia, epistaxe, otorragia, hematêmese, melena, hematúria, sangramentos em locais de punção venosa. A diarreia e os vômitos têm aspecto de borra de café. O pulso torna-se mais lento, apesar da temperatura elevada sendo essa dissociação pulso-temperatura, conhecida como sinal de Faget. Ocorre prostração intensa, além de comprometimento do sensório, com obnubilação mental e torpor, com evolução para coma e morte.
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INVESTIGAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS HUMANOS SUSPEITOS
Caso o paciente se enquadre na definição de caso suspeito descrita acima, a VE/SMS deverá
informar a sua GERSA de abrangência e notificar no SINAN (anexo 1) em até 24 horas após a suspeição.
Diante de um caso suspeito, a VE/SMS deverá iniciar imediatamente a investigação clínica e
epidemiológica conforme roteiro abaixo e concluir o relatório em no máximo 48 horas após a suspeição:
a) Investigação clínica:
Registrar se o paciente é vacinado contra Febre Amarela. Solicitar a apresentação da carteira
de vacinação e anotar a data da última dose da vacina. Caso não haja essa comprovação, o
paciente será considerado “não vacinado”;
Registrar a presença de sintomatologia inespecífica ou específica da doença. São sinais
específicos: Sinal de Faget*, dor abdominal, sinais hemorrágicos, distúrbios de excreção renal ou
icterícia. * Sinal de Faget: o pulso se torna relativamente mais lento, apesar da temperatura elevada.
Observações: Os sintomas iniciais da doença duram cerca de três dias: febre, calafrio, cefaléia,
lombalgia, mialgia generalizada, prostração, náusea e vômito e podem se confundir com outras
doenças que são de diagnóstico diferencial: doenças infecciosas do trato digestivo, respiratório
e urinário, hepatite subaguda. Por ser uma sintomatologia inespecífica, uma boa investigação
poderá verificar a existência de um vínculo epidemiológico de modo que o serviço de saúde
consiga detectar precocemente os casos leves de FA.
É importante o acompanhamento, pelo profissional de saúde, da evolução do paciente, pois
após período de remissão dos sintomas iniciais (em torno de três dias), poderá advir a fase
toxêmica da doença com agravamento do quadro (casos graves) e que se confundem com
outros diagnósticos diferenciais como: Leptospirose, Malária, Hepatite Viral, Septicemia com
icterícia, Febre Maculosa, Febre Hemorrágicas virais.
Existência de conviventes (amigos, familiares, etc) com sintomatologia semelhante;
Anotar resultados de exames laboratoriais diferenciais como TGO/TGP e bilirrubinas. Se
necessário, consultar o prontuário e entrevistar o médico e familiares para obter informações
mais detalhadas.
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Observação: O aumento discreto nas transaminases (TGO/TGP) é um reforço da suspeita clinica
para FA e os níveis deverão ser analisados no momento da suspeição;
Acompanhar a evolução do paciente e os resultados dos exames laboratoriais;
Não há tratamento antiviral específico para a febre amarela, sendo apenas sintomático, com
cuidadosa assistência ao paciente em ambiente hospitalar. Os casos clássicos e/ou fulminantes exigem
atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que reduz as complicações e a letalidade.
b) Coleta de amostra para diagnóstico:
Providenciar a coleta de amostra para diagnóstico de FA (ver pág.23). A figura 03 mostra que
para cada estágio de evolução da doença existem diferentes períodos oportunos de coleta e tipo de
amostra exigida conforme a metodologia que será utilizada pelo laboratório de referência (figura 03).
Figura 03: Estágios de evolução da doença e períodos oportunos para coleta de amostras.
c) Investigação ambiental:
Investigar e descrever minuciosamente o deslocamento do paciente nos últimos 15 dias
anteriores aos sintomas, inclusive os de curta duração. O histórico detalhado e todos os
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deslocamentos realizados permitirá definir com maior grau de certeza o local provável de
infecção (LPI).
Importante observar que mesmo a permanência de poucas horas em locais de risco pode
resultar em infecção. Considerar e anotar:
Viagens:
a) quando foi (data de saída);
b) para onde foi (nomes de municípios);
c) quanto tempo permaneceu (em cada local);
d) motivo da viagem;
e) atividades realizadas em cada local visitado;
f) quando retornou (data de retorno);
Contato com mata nativa:
a) quando foi o contato (datas) ;
b) em qual local (nome do município, localidade, ponto de referência);
c) qual atividade foi exercer;
d) horários e tempo de permanência no ambiente de mata;
e) características da mata (capão, floresta densa, etc.);
f) visualização ou contato com PNH no(s) local(is) (vivos ou mortos);
Investigar onde o paciente estava durante o período de incubação e viremia: informar nomes
de municípios, bairros, pontos de referência, locais visitados, datas e horários. Verificar se
local corresponde a uma área de risco de transmissão do vírus amarílico (presença de focos de
Aedes aegypti p.ex);
Investigar e relatar a ocorrência ou rumor de morte de macacos no local de permanência e
nos deslocamentos realizados naquele período (15 dias antes do inicio dos sintomas), bem
como averiguar essa ocorrência em anos anteriores;
Verificar a presença de Aedes aegypti nos locais de permanência durante o período de
incubação e viremia;
Sugestão: utilizar a régua de investigação exemplificada abaixo para associação espaço-temporal dos
dados coletados com o período de incubação da doença e início dos sintomas do paciente.
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RÉGUA DE INVESTIGAÇÃO PARA FEBRE AMARELA
CONFECÇÃO DE RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO
Todas as informações (relatos do paciente, familiares, conviventes, dados de prontuário, exames
laboratoriais extras, dados de deslocamento, datas, nome de municípios, etc.) coletadas durante
a investigação do caso suspeito deverão ser cronologicamente sumarizadas em um relatório
descritivo que contemple além das informações obrigatórias e constantes na ficha de
notificação, outras que sejam relevantes para compreensão e auxilio na conclusão diagnóstica
do caso investigado;
Este relatório deverá ser encaminhado por e-mail, à sua GERSA de abrangência;
A GERSA deverá analisar e revisar o relatório solicitando complementação junto a VE/SMS
caso algum dado essencial esteja ausente. Após revisão, encaminhar à GEZOO/DIVE/SES por e-
mail ([email protected]) juntamente com cópia da ficha de notificação/investigação do
paciente (anexo 7) em no máximo 48 horas após a suspeição do caso.
CLASSIFICAÇÃO
a) Caso confirmado de febre amarela:
Todo caso suspeito que apresente pelo menos uma das seguintes condições:
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detecção de anticorpos da classe IgM pela técnica de MAC-ELISA, em indivíduos não
vacinados, ou com aumento de 4 vezes ou mais nos títulos de anticorpos do tipo IgG, pela
técnica de inibição da hemaglutinação (IH) ou IgG-Elisa;
isolamento do vírus da FA;
detecção do genoma viral;
achados histopatológicos compatíveis.
b) Caso descartado de febre amarela:
Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo para vírus da Febre Amarela ou com
diagnóstico confirmado de outra doença.
ENCERRAMENTO DO CASO A ficha de investigação contida no SINAN deverá ser encerrada a partir do conhecimento do
resultado laboratorial liberado pelo laboratório de referência. O prazo máximo para encerramento é de
60 dias.
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A ocorrência de mortes de macacos relacionadas a uma mesma causa, como a infecção
pelo vírus da febre amarela, revela a existência de uma epizootia.
A vigilância de epizootias de primatas não-humanos (PNH) consiste na notificação e
investigação de rumores de adoecimento e/ou morte de macacos. A presença de macacos mortos e/ou
doentes é um indicativo de que o vírus da febre amarela pode estar presente no local onde foram
encontrados.
A investigação de epizootias em PNH, juntamente com a investigação entomológica
(pesquisa de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes ) são atividades essenciais para identificar
o mais precocemente possível a circulação do vírus amarílico.
Deve-se ressaltar que qualquer ação relacionada ao manejo de PNH (contensão e
necropsia) exige determinada habilidade profissional sendo de competência do médico veterinário que
deverá fazer uso de equipamentos de proteção individual adequado (ver pág.18).
ORIENTAÇÕES AOS SERVIÇOS DE SAÚDE
a) O que deve ser notificado: 100% dos adoecimentos ou morte de primatas devem ser
notificados às Secretarias Municipais de Saúde (SMS) ou qualquer unidade de saúde
municipal, mesmo que seja somente um rumor;
b) Quem notifica: qualquer cidadão notifica à SMS ou unidade de saúde. Os municípios devem
sensibilizar a população mais exposta (da área rural e silvestre), para notificar qualquer
adoecimento ou morte de primatas informando a importância dos macacos como sentinelas
Os profissionais participantes das investigações devem imprescindivelmente, estar vacinados contra febre amarela no mínimo 10 dias antes. É também recomendável que estejam imunizados contra a
hepatite B e tétano, bem como concluído, 14 dias antes, o esquema profilático pré-exposição contra raiva (com recomendação de avaliação sorológica anual).
VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS DE PRIMATAS NÃO-HUMANOS (PNH-MACACOS)
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para a doença. A informação poderá ser pessoalmente ou repassada através de diferentes
veículos de comunicação (telefone, rádio, e-mail, etc.);
c) A parceria com outras instituições como Sindicato dos Trabalhadores Rurais, CIDASC,
Secretarias Municipais da Agricultura poderá ser uma boa fonte de divulgação. É importante
o envolvimento dos agentes do Programa Municipal de Controle da Dengue e do PACS/ESF
na divulgação;
d) O “Roteiro básico de investigação de adoecimento e/ou morte de primatas” descrito abaixo
deverá ser seguido rigorosamente pela SMS;
e) A investigação para confirmar a ocorrência de adoecimento e/ou morte de primata, é de
competência do profissional da vigilância epidemiológica da SMS responsável pela FA
juntamente com o médico veterinário que irá realizar a necropsia;
f) Caso o município não possua médico veterinário em seu quadro de servidores, a SMS
poderá: (1) articular com outro município mais próximo a liberação de um médico
veterinário para a realização da necropsia (2) promover antecipadamente parcerias com
faculdades de medicina veterinária ou CIDASC para a cessão de um médico veterinário para
a execução da necropsia in loco (3) contratar médico veterinário particular para a execução
da necropsia in loco;
g) Todos os profissionais envolvidos nas investigações devem, imprescindivelmente, estar
vacinados contra febre amarela. É também recomendável que estejam imunizados contra a
hepatite B e tétano, bem como concluído, 14 dias antes, o esquema profilático pré-
exposição contra raiva (com recomendação de avaliação sorológica anual).
ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO DE ADOECIMENTO E/OU MORTE DE PRIMATAS A
SER SEGUIDO PELO TÉCNICO DA SMS
AÇÕES DIRECIONADAS AO PNH:
Logo que a VE/SMS receber a informação da possível existência de uma epizootia:
a) O técnico da VE/SMS deverá se deslocar imediatamente até o local para verificar se
realmente existe(m) animal (ais) doente(s) e/ou morto(s);
b) A VE/SMS deverá antecipadamente informar às pessoas para não capturar ou deslocar o
animal, não permitir que outros animais (cachorro, gato) e curiosos cheguem perto.
apenas monitorar à distância e aguardar a chegada do técnico da VE/SMS;
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Constatado o adoecimento e/ou a morte de primata(s) a SMS deverá: informar a sua GERSA de
abrangência que deverá notificar a GEZOO/DIVE/SES por telefone: (48) 3664-
7479/7480/7481/7482 ou e-mail: [email protected] ou [email protected] no prazo
máximo de 24h;
A presença in loco do médico veterinário neste primeiro momento é necessária para averiguar a
possibilidade de realizar a necropsia. Somente este profissional está habilitado para avaliar esta
condição;
A coleta de amostras deverá ser oportuna, ou seja, realizada preferencialmente nas primeiras 8
horas ou no máximo 24 horas após o óbito;
PNH encontrados mortos ou doentes em seu habitat natural, NÃO DEVEM SER REMOVIDOS do
local. Os procedimentos de coleta de amostras devem ser realizados a campo, evitando o transporte de animais e minimizando os riscos biológicos envolvidos no procedimento. Porém, caso a epizootia tenha ocorrido em ambiente urbano, o deslocamento do corpo do animal poderá ser realizado desde que seja somente por profissional habilitado (p.ex: Polícia Militar Ambiental ou Médico Veterinário) a fim de proceder a coleta em ambiente apropriado (p.ex: CETAS ou hospitais veterinários);
O médico veterinário responsável pela necropsia, deverá coletar amostras de material biológico
seguindo as orientações contidas no “Roteiro básico de investigação de adoecimento e/ou morte
de primatas” (pág. 17) e “Orientações para coleta de amostras para diagnóstico de Febre
Amarela” (pág.23)
O técnico da VE/SMS deverá auxiliar o médico veterinário in loco preenchendo os dados
solicitados na ficha de necropsia (anexo 3) que deverá ser encaminhada junto às amostras ao
LACEN;
Deverá ser digitada a ficha de notificação/investigação de epizootia disponível no SINAN no
prazo máximo de 24 horas após o conhecimento da epizootia (anexo 3). Uma cópia da ficha
deverá ser repassada à GERSA via e-mail e esta à GEZOO/DIVE/SMS;
Todos os campos da ficha de notificação/investigação deverão ser preenchidos corretamente
inclusive quando a informação for negativa;
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AÇÕES DIRECIONADAS AO AMBIENTE:
Fazer uma busca detalhada verificando a extensão da área afetada com registro fotográfico, se
possível;
Marcar a localização geográfica (georreferenciamento – latitute e longitude), preferencialmente
com uso de GPS. Não havendo GPS disponível, a localização deve ser determinada por
aplicativos de celular, pontos de referência ou distância aproximada e direção, a partir do centro
do município.
Obter junto aos moradores que residem próximo ao local de ocorrência da epizootia em
investigação, informações sobre:
Ocorrência nos últimos 30 dias de outros eventos relacionados à PNH no entorno como:
outras mortes evidenciadas pelo encontro de carcaças, ossadas, pelos e outros vestígios
na localidade;
Presença constante ou eventual de PNH dentro ou fora do seu habitat natural;
Presença de atividades de caça no local;
Descrever as características da vegetação na área (mata densa, capão de mata, área de
reflorestamento, plantações);
Caracterizar o local exato onde o animal foi encontrado, por exemplo: dentro ou próximo de
hábitat natural, dentro ou próximo de mata densa, capões de mata, rodovia, plantação, próximo
à casas, ambiente urbano;
Notificar e investigar também as outras ocorrências ou rumores de morte de macacos, mesmo
quando não há encontro de carcaça;
Mesmo não sendo possível a realização de necropsia, todas as outras ações de vigilância de epizootias deverão ser realizadas.
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Delimitar um raio de 300 metros, a partir do local do encontro do macaco morto, e executar a
seguinte ação:
Caso a epizootia tenha ocorrido em município considerado área com recomendação
de vacina (ACRV), a VE/SMS deverá realizar busca ativa dos indivíduos não vacinados,
e realizar vacinação;
Caso a epizootia tenha ocorrido em município considerado área sem recomendação
de vacina (ASRV), a VE/SMS deverá em conjunto com a Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (DIVE/SC) e o Ministério da Saúde, avaliar a necessidade de vacinação
da população local. Se após a avaliação for indicada a vacinação, a DIVE comunicará e
orientará a SMS para iniciá-la. No entanto, a SMS deverá aguardar as orientações da
DIVE antes de iniciar qualquer estratégia de vacinação;
Durante as ações de vacinação, a SMS deverá ainda:
Intensificar as ações de vigilância de casos suspeitos de febre amarela em humanos;
Considerar como caso suspeito, os indivíduos que se enquadram na definição de caso
suspeito (pág.05)
Notificar imediatamente a suspeição de casos humanos bem como óbitos sem causa
conhecida, em indivíduos provenientes ou que estiveram em ACRV para FA ou áreas com
ocorrência de epizootias (áreas de risco);
Intensificar a divulgação, junto à população, quanto à necessidade de notificação de
adoecimento e/ou morte de macacos em tempo oportuno, uma vez que a necropsia para
retirada de material para exame só pode ser realizada até, no máximo, 24 horas após a
morte;
CONFECÇÃO DO RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO:
Encaminhar as informações levantadas, em forma de relatório cronológico/descritivo com
registro fotográfico, à sua GERSA de abrangência e esta a GEZOO/DIVE, juntamente com cópia da ficha
de notificação/investigação de epizootias do SINAN;
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1. ANIMAL DOENTE:
Caso o animal esteja debilitado ou moribundo, é necessário efetuar a contenção adequada para
proceder a coleta de amostra de sangue para isolamento viral conforme orientação descrita na página
23 visando à detecção precoce do vírus amarílico e predição de risco, visto que nem todo PNH que
adoece por FA necessariamente vai a óbito.
2. ANIMAL MORTO
a) Quando da ocorrência de epizootia em município que não dispõe do material necessário
para a realização de necropsia, a GERSA cederá o kit básico para a realização da necropsia,
devendo este ser devolvido à GERSA nas mesmas condições em que foi retirado;
b) Antes de efetuar a necropsia, o médico veterinário deverá avaliar o cadáver respondendo
aos questionamentos contidos na ficha de necropsia. Para isso, um técnico da VE/SMS
deverá auxiliá-lo quanto ao preenchimento da ficha de necropsia com informações sobre o
animal (anexos 3):
Identificar a espécie - quando não for possível identificar a espécie citar ao menos o
gênero e se mesmo assim não for possível citar o nome popular, sexo, peso, procedência,
provável faixa etária (filhote, juvenil ou adulto);
Registrar a data e hora da morte (quando possível) e da necropsia, bem como relatar a
posição de decúbito em que foi encontrado;
Observar a condição física e nutricional do animal;
Examinar sua pele, buscando a presença de parasitas, feridas, hemorragias, manchas,
nódulos, vermelhidão e outras alterações;
Examinar as aberturas naturais – boca, narinas, olhos e conjuntiva, ouvido, ânus, vulva ou
prepúcio e pênis – atentando para sua coloração, presença de sangue, pus ou muco entre
outras.
c) Proceder à coleta de amostras para exame histopatológico conforme as orientações
descritas na página 24;
ROTEIRO BÁSICO DE INVESTIGAÇÃO DE ADOECIMENTO E/OU MORTE DE
PRIMATAS A SER SEGUIDO PELO MÉDICO VETERINÁRIO
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d) Sempre que possível, documentar a necropsia através do registro fotográfico;
e) A coleta das amostras dos órgãos deverá, necessariamente, ser realizada no local onde o macaco foi encontrado morto, preferencialmente dentro das primeiras 8 horas. Porém, todo material coletado até 24 horas após o óbito pode ser enviado para exame diagnóstico. Após esse período, a colheita de amostra ainda é recomendada, desde que o animal não esteja em estado avançado de decomposição;
f) A metodologia completa para abertura de cavidades e a retirada de órgãos para a realização
de necropsia em PNH, está disponível no Manual de Vigilância de Epizootias em PNH
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epizootias_primatas_entomolo
gia.pdf
g) Cabe ao médico veterinário, no momento da necropsia, avaliar as vísceras e coletar as
amostras mais indicativas da suspeita diagnóstica, lembrando que o fígado é sempre o
órgão de eleição.
h) Coletar amostra de encéfalo para pesquisa de raiva animal;
i) Amostras coletadas a partir de animais que foram previamente congelados são inviáveis
para análise; j) Todos os procedimentos durante a necropsia requerem a utilização dos seguintes
equipamentos de proteção individual (EPI):
Luva de procedimento (utilizar duas luvas sobrepostas)
Máscara P3 – reutilizável. Em último caso, se não houver disponibilidade dessa máscara,
utilizar P2;
Jaleco descartável;
Óculos de proteção;
Solução antisséptica;
Álcool 70%;
Botas de borracha;
Roupa de calça comprida e camisa de manga longa.
k) O material cirúrgico, utilizado para realizar a necropsia, deve ser previamente desinfetado
com solução antisséptica;
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a) O(s) frasco(s) deve(m) ser colocados (s) em caixa de isopor, juntamente com a ficha de necropsia
(anexo 3), e transportado(s) em temperatura ambiente (não utilizar gelo);
b) Para evitar possíveis vazamentos, uma embalagem secundária poderá ser utilizada para o(s)
frasco(s) como um saco plástico por exemplo.
2.1. PROCEDIMENTOS PÓS NECROPSIA IN LOCO:
Após a realização da necropsia, o técnico deve tomar os cuidados necessários para evitar uma
possível contaminação do ambiente, enterrando o cadáver do animal ou cremando (caso não implique
risco de incêndio), de acordo com os seguintes métodos:
Enterro: recomenda-se fazer uma cova com a profundidade de 1m a 1,5 m. Forrar com
cal e colocar o animal. A seguir, cobrir com cal e terra.
Cremação: abrir uma cova rasa e forrá-la com gravetos, capim seco ou qualquer
material de fácil combustão. Colocar o cadáver e embebê-lo com material inflamável.
Atear fogo e, após a combustão, cobrir com terra. As orientações para descarte dos
materiais são as mesmas do item anterior.
3. MATERIAL UTILIZADO NA NECROPSIA:
Os materiais perfuro cortantes devem ser acondicionados em embalagem resistente, com
certificação (tipo Descartex).
Os materiais descartáveis devem ser embalados em saco plástico (para lixo) para descarte em
local apropriado (ex.: lixo hospitalar). Antes de retirar o EPI, borrifa-lo com álcool 70%.
O restante do material como a tesoura, bisturi, pinças, se possível, lavar com solução antiséptica
ainda no campo. Caso não seja possível, acondicionar em cuba de inox ou bacia (exclusivamente para
este fim) e transportar até o local apropriado para serem lavados com solução antiséptica e
posteriormente autoclavados.
O processo de esterilização poderá ser realizado em qualquer autoclave disponível no município.
4. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS:
É de responsabilidade da SMS a aquisição de botas de borracha, que serão utilizadas como
equipamento de proteção individual para o necropsista e técnico que irá auxiliá-lo, bem como pá e cal
para proceder ao descarte do animal.
Todas as GERSA mantém um kit básico, contendo os materiais necessários para a realização da
necropsia, e que poderá ser cedido ao município que não dispor deste material.
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Tabela 1: Itens recomendados para a realização da necropsia em PNH:
Material Quantidade
Cabo de bisturi nº 4 2 unidades Lâmina de bisturi nº 21 10 unidades Pinça de dissecação 1 unidade Pinça dente-de-rato 1 unidade Tesoura cirúrgica com ponta romba/fina reta 1 unidade Tesoura cirúrgica com ponta romba/fina curva 1 unidade Faca tipo peixeira 7” lâmina lisa em aço inox 1 unidade Pote plástico p/ fezes 10 unidades Formol a 10% 250 ml Sacos para lixo 100 l 10 unidades Isopor 2 l 1 unidade Descartex 7 l 1 unidade Solução antiséptica concentrada (Lysol) 250 ml Borrifador 1 unidade Serra 1 unidade
Máscara classe P3 ou PFF3 2 unidades
Luva de procedimento 10 pares Óculos de proteção 1 unidade Botas de borracha 1 unidade Jaleco descartável 1 unidade Álcool 70% 1 litro Fita para autoclave - Saco para autoclave 10 unidades Pá 1 unidade Cal 1saco Esponja 1 unidade Cuba inox ou Bacia plástica 1 unidade Fita Crepe 1 rolo Algodão 1 rolo Lápis 2 unidades Prancheta 1 unidade
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VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA
A vigilância entomológica consiste na coleta de vetores da Febre Amarela para tentativa de
isolamento do vírus nos mosquitos. As coletas serão realizadas pela equipe de entomologia da
DIVE/GEZOO a partir da confirmação diagnóstica do adoecimento e/ou morte de macacos por Febre
Amarela.
Será utilizado como ferramenta auxiliar na detecção precoce da circulação viral
prioritariamente no município que não obtiver sucesso na coleta oportuna de vísceras de primatas não-
humanos conforme Nota técnica nº.59/2011 – CGDT/DEVIT/SVS/MS disponível no site:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nt_59_2011_in_entm_fbr_amarl_corr_02_01_2012.pdf
INTEGRAÇÃO VIGILÂNCIA EM SAÚDE E ATENÇÃO BÁSICA
Para melhorar a atenção à saúde é necessário que as ações de promoção e vigilância em
saúde estejam efetivamente incorporadas no cotidiano das equipes de Atenção Básica/Estratégia da
Saúde da Família.
A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde da
população e a organização e execução de práticas de saúde adequadas ao enfrentamento dos
problemas existentes. É composta pelas ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de
doenças e agravos à saúde.
As equipes de Atenção Básica/Saúde da Família devem, durante suas atividades de rotina,
incorporar e utilizar as ferramentas da vigilância para programar e planejar o acesso da população às
diferentes atividades e ações de saúde e, desta maneira, contribuir na melhora dos indicadores de
saúde e consequentemente na mudança da qualidade de vida da população.
Os serviços de atenção básica são responsáveis tanto por promover ações de prevenção e
controle das doenças, quanto por identificar a ocorrência de agravos.
As equipes de atenção básica deverão estar atentas para as informações provindas da
comunidade ou para a identificação, durante ações na comunidade, de caso suspeito de febre amarela
e/ou de macacos doentes e/ou mortos em sua área de abrangência.
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Para casos humanos bem como epizootias em PNH suspeitos de FA, deverão ser coletadas
amostras para diagnóstico priorizando a ordem: sangue, soro e tecidos.
Os cuidados com a coleta, identificação, acondicionamento, armazenamento e transporte das
amostras interferem de maneira significativa nos resultados do diagnóstico laboratorial.
É de competência da VE/SMS o transporte das amostras coletadas diretamente ao Lacen. Na
Impossibilidade deste deslocamento ser realizado pelo município, a GERSA de abrangência assumirá a
responsabilidade do encaminhamento.
1. Isolamento viral e PCR
Para casos humanos suspeitos de FA, as amostras devem ser coletadas entre o 1º e o 5º dia do
inicio dos sintomas ou imediatamente, em caso de óbito, por punção cardíaca.
No caso do PNH, as amostras deverão ser coletadas enquanto o animal estiver doente ou quando
for eutanasiado (através de grandes vasos ou diretamente do coração). Se encontrado morto, as
amostras deverão ser coletadas por punção cardíaca (preferencialmente, e se houver condições, em até
24 horas).
Para as duas situações, o procedimento de coleta, armazenamento e transporte das amostras
deverão seguir as orientações descritas abaixo:
a) Padrão-ouro: Deverão ser coletadas amostras de sangue e soro em tubo seco (sem
anticoagulante) preferencialmente em duplicata.
Aliquotar 1mL de soro e 1mL de sangue em criotubos devidamente identificados e
imediatamente conservados em botijão contendo nitrogênio liquido. O botijão contendo as
amostras deverá ser transportado até o Lacen para que o mesmo encaminhe ao laboratório de
referência;
b) Na impossibilidade de conservar as amostras de sangue e soro em nitrogênio liquido,, congelar
em freezer a -70°C. Neste caso, o transporte até o Lacen poderá ser no dia seguinte. No entanto,
deverão ser acondicionadas em isopor com bastante gelo, baterias de gelo reciclável (gelox) ou
gelo seco suficientes para que cheguem ao Lacen ainda congeladas;
c) Como última alternativa, logo após a coleta de sangue e soro, as amostras poderão ser
acondicionadas em isopor com baterias de gelo reciclável (gelox) ou gelo seco. Podem ainda ser
congeladas a -20°C (freezer comum). No entanto, em qualquer dessas hipóteses, o transporte
ao Lacen deve ser imediato.
ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE AMOSTRAS PARA DIAGNÓSTICO
DA FEBRE AMARELA
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2. Sorologia
Para casos humanos suspeitos de FA, o ideal é que sejam providenciadas duas coletas em períodos
distintos: uma primeira coleta (S1) durante o período de viremia (1º ao 5º dia de sintomas) e uma
segunda coleta (S2) a partir do 6º dia de sintomas.
Caso o período de coleta para análise sorológica durante o período de viremia não seja mais
oportuno, ou seja, a suspeição do caso ocorreu somente após o 5º dia de sintomas, deverá ser
providenciada apenas uma única amostra de soro que será designada por S1.
Para epizootias em PNH suspeitas de FA, poderá ser coletada uma amostra durante todo o período
de doença e/ou logo após o óbito.
Para ambos os casos deverá ser coletado sangue total em tubo seco (tampa vermelha) ou com gel
separador e submetido à centrifugação para a obtenção do soro.
A amostra de soro deverá ser congelada a -20°C e transportada em isopor com gelo comum ou
reciclável (gelox) até o Lacen.
Observação: Na impossibilidade da separação do soro ou quando a amostra for de pequeno volume,
é recomendado encaminhar somente amostra de sangue total, pois o sangue é material preferencial,
utilizado para isolamento viral.
3. Histopatologia / Imunohistoquimica
Em caso de óbito humano e em PNH suspeitos de FA, as amostras de tecidos deverão ser coletadas
preferencialmente em até 8 horas após o óbito. Após este período, recomenda-se a coleta em até 24
horas após o óbito se houver condições, ou seja, se o PNH por exemplo, não estiver em estado avançado
de decomposição.
Devem ser coletados fragmentos de tecido de 0,3cm a 0,6cm de espessura seguindo a ordem de
preferência:
a) Fígado;
b) Baço;
c) Pulmão;
d) Cérebro/ sistema nervoso central (análise de raiva animal);
e) Coração;
f) Rins;
Os fragmentos coletados devem ser acondicionados preferencialmente em frascos separados (um
para cada víscera), com boa vedação, em solução fixadora e mantidos na temperatura ambiente (não
congelar e nem refrigerar).
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Exceção: O sistema nervoso central (cérebro) deverá ser coletado e congelado in natura (sem
fixadores como álcool e formol) devendo ser encaminhado para análise de raiva animal.
Em uma situação de emergência, não havendo frascos suficientes, todos os fragmentos coletados
poderão ser acondicionados, em um único frasco de boca larga, não devendo ultrapassar 5 (cinco)
fragmentos por recipiente.
Como solução fixadora, utilizar formalina a 10% pronta ou preparada. Para obter um litro deste
fixador, proceder conforme a proporção abaixo:
O volume de fixador deve ser 10 vezes superior ao volume das vísceras. Todos os fragmentos
deverão estar completamente imersos na solução fixadora. Para isso poderá ser utilizado tampão de
algodão ou gaze para preencher o espaço livre do(s) frasco(s).
Não utilizar álcool ou gelo para conservar as vísceras, pois estes agentes não permitem uma correta
fixação, prejudicando o processamento e a análise do material.
O(s) frasco(s) contendo a(s) amostra(s) deve(m) ser obrigatoriamente identificado(s) com uma
etiqueta, escrita a lápis ou a caneta de tinta resistente a líquidos. Esta identificação deverá ser colocada
na parte externa do recipiente, nunca dentro do pote. Deverão conter as seguintes informações:
Dados do animal: número do macaco, procedência (município), sexo, espécie (quando
não for possível identificar a espécie citar ao menos o gênero e se mesmo assim não for
possível citar o nome popular), se foi eutanasiado ou encontrado morto;
Data da coleta do material;
Material coletado (tipo de víscera) e fixador utilizado.
Exemplo:
Animal nº: 1
Cidade/UF: Florianópolis/SC
Sexo Feminino
Espécie Alouatta caraya (Bugio)
Encontrado Morto
Órgão(s) Fígado, baço, rim, etc.
Fixador Formol a 10%
Data Dia/mês/ano
3.1. Encaminhamento das amostras de necropsia:
Após a coleta, as amostras para o diagnóstico de Febre Amarela não deverão ficar armazenadas
por mais de 4 (quatro) dias, para isso, as mesmas deverão ser encaminhadas, o mais breve possível,
pelo município, ao LACEN, com cópia da notificação e ficha de necropsia para o endereço: Rua Felipe
Formaldeído a 37% a 40% 100ml
Água 900ml
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26
Schmidt, nº 788, setor de Recepção e Triagem de Amostras Externas, Centro – Florianópolis, Fone (48)
3251-7800 - Fax (48) 3251-7815, e-mail: [email protected] .
A embalagem deverá conter a etiqueta conforme modelo contido no anexo 6.
BIOSSEGURANÇA
Durante a coleta, devem ser seguidas as recomendações de biossegurança contidas neste guia e
ser utilizados, minimamente, os equipamentos de biossegurança listados a seguir:
Luvas de procedimento;
Avental descartável de mangas compridas;
Máscara classe P3 ou PFF3;
Óculos de proteção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7.ed.Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009.
BRASIL.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de Vigilância de Epizootias em Primatas Não-Humanos. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2005.
LABORATÓRIOS DE REFERÊNCIA
LACEN
Rua Felipe Schmidt, 788 – Centro Florianópolis – SC Cep: 88010-002 Fone: (048) 3664-7800
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Instituto Adolfo Lutz Setor de Arbovirus Avenida Dr. Arnaldo, 355 Cerqueira César – São Paulo/SP Cep: 01246-000
LABORATÓRIO REGIONAL DA CIDASC Rodovia SC 301, KM zero , Pirabeiraba
Joinville – SC
CEP: 89239-400.
Fone: (47) 3481-2328 (47) 3481-2330
ANEXO 1
Tabela resumida contendo as orientações para coleta, conservação e encaminhamento de amostras para diagnóstico de febre amarela
Agravo Exame/metodologia Período de coleta Quantidade e recipiente Conservação e transporte
Febre Amarela Humanos
Sorologia / Captura de IgM - MAC-ELISA
Coleta oportuna a partir do 5º dia após o inicio dos sintomas
Inicialmente coletar 10mL de sangue total
em tubo seco sem (anticoagulante).
Centrifugar e separar o soro para transporte.
O soro deverá ser congelado e encaminhado ao LACEN em caixa de isopor com gelo (sob refrigeração)
Isolamento viral ou detecção do genoma viral por RT-PCR
Entre o 1° e o 5° dia de sintomas (período de viremia).
sangue e soro coletados em tubo seco ou com
gel separador e aliquotados em
criotubos.
As amostras devem ser devidamente identificadas,
armazenadas e transportadas em botijão com
nitrogênio liquido e encaminhadas nestas condições em
até 24 horas após a coleta ao Lacen.
Na impossibilidade de conservar as amostras de sangue e
soro em nitrogênio liquido,, congelar em freezer a -70°C.
Neste caso, o transporte até o Lacen poderá ser em até
24 horas. No entanto, deverão ser acondicionadas em
isopor com bastante gelo, baterias de gelo reciclável
(gelox) ou gelo seco suficientes para que cheguem ao
Lacen ainda congeladas sob o risco de inviabilizar as
amostras;
Como última alternativa, logo após a coleta de sangue e
soro, as amostras poderão ser acondicionadas em isopor
com baterias de gelo reciclável (gelox) ou gelo seco.
Podem ainda ser congeladas a -20°C (freezer comum). No
entanto, em qualquer dessas hipóteses, o transporte ao
Lacen deve ser imediato.
Histopatologia e imuno-histoquimica Preferencialmente em até 8h após o
óbito.
Fragmento de vísceras em formol 10% a
temperatura ambiente. Transportar em temperatura ambiente ao Lacen.
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1
Febre Amarela Epizootias em PNH
Histopatologia e imuno-histoquimica Preferencialmente em até 8h após o
óbito.
Fragmento de vísceras em formol 10% a
temperatura ambiente.
Transportar em temperatura ambiente ao Lacen. Acompanha copia da ficha de notificação e ficha de
necropsia.
Isolamento viral ou detecção do genoma viral por RT-PCR
Durante o período de doença do animal ou logo após o óbito.
sangue e soro coletados em tubo seco ou com
gel separador e aliquotados em
criotubos.
As amostras devem ser devidamente identificadas,
armazenadas e transportadas em botijão com
nitrogênio liquido e encaminhadas nestas condições em
até 24 horas após a coleta ao Lacen.
Na impossibilidade de conservar as amostras de sangue e
soro em nitrogênio liquido,, congelar em freezer a -70°C.
Neste caso, o transporte até o Lacen poderá ser em até
24 horas. No entanto, deverão ser acondicionadas em
isopor com bastante gelo, baterias de gelo reciclável
(gelox) ou gelo seco suficientes para que cheguem ao
Lacen ainda congeladas sob o risco de inviabilizar as
amostras;
Como última alternativa, logo após a coleta de sangue e soro, as amostras poderão ser acondicionadas em isopor com baterias de gelo reciclável (gelox) ou gelo seco. Podem ainda ser congeladas a -20°C (freezer comum). No entanto, em qualquer dessas hipóteses, o transporte ao Lacen deve ser imediato. Acompanha copia da ficha de notificação e ficha de necropsia.
Raiva Animal Preferencialmente em até 8h após o
óbito. Sistema nervoso central
(cérebro), congelado Encaminhar congelado ao laboratório regional da CIDASC.
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2
VE/SMS: - inicia a investigação in loco
População, profissionais de saúde, etc:
- Notifica rumor de adoecimento ou morte de primata não humano (PNH) à SMS ou
Unidade de Saúde (US)
US/SMS: - comunica à VE/SMS
Médico veterinário: - realiza a necropsia; - colhe amostras; - preenche a ficha de necropsia com o auxilio do técnico da VE/SMS (anexo5) - encaminha as amostras à VE/SMS
GEZOO/DIVE/SES:
- notifica a SVS/MS em até 24h a partir do conhecimento do caso pela GERSA; - envia cópia da ficha de notificação/investigação e ficha de necropsia via e-mail à SVS/MS. - acompanha o andamento da investigação.
Lacen: - encaminha a amostra ao laboratório de referência (IAL); -verifica no GAL o andamento das análises.
IAL: - Libera o resultado no sistema GAL*.
NOTIFICAÇÃO DE EPIZOOTIA NÃO CONFIRMADA
NOTIFICAÇÃO DE EPIZOOTIA
CONFIRMADA
VE/SMS: - informa a GERSA em até 24h a partir do conhecimento do caso; - providencia necropsia através do médico veterinário; - auxilia o médico veterinário no preenchimento da ficha de necropsia; preenche a ficha de notificação de epizootia e digita no Sinan (anexo 6); - registra a requisição de exames no GAL* e encaminha as amostras ao Lacen junto com a ficha de necropsia original; - envia cópia das fichas de notificação/investigação de epizootia e de necropsia via email para a GERSA. - Se ACRV, abrir raio de 300m a partir do local da morte do primata verificando a cobertura vacinal. Vacinação seletiva dos não vacinados; - realiza in loco outras ações de investigação do caso; -verifica resultado das análises laboratoriais no GAL.
SVS/MS: - acompanha a investigação e o andamento do diagnóstico via CGLAB;
- Analisa e divulga as informações para órgãos de interesse.
DESCARTA O CASO
GERSA: - notifica a GEZOO/DIVE/SES em até 24h a partir do conhecimento do caso pela VE/SMS; - envia cópia das fichas de notificação/investigação e necropsia via email à GEZOO/DIVE/SES; -auxilia e acompanha as investigações junto a VE/SMS.
FLUXO DE NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE EPIZOOTIAS EM PNH-Macacos
ANEXO 2
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3
ANEXO 3
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4
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5
ANEXO 4
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6
ANEXO 5
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7
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8
Anexo 6
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